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AV1 - Prática Simulada do Trabalho

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CCJ0262 - PRÁTICA SIMULADA 
DO TRABALHO, SEGUNDA-FEIRA 
NOITE - Das 19:30 às 21:10 
Clotilde Maria, brasileira, casada, desempregada, filha de Helena Maria, portadora 
da identidade 855, CPF 909, residente e domiciliada na Rua da Paz, Nº 300 – São 
Paulo - SP – CEP 55.555-000, trabalhou para a sociedade empresária Fábrica de 
Malhas Leve Ltda, localizada na capital paulista, como auxiliar de produção, de 
20/09/2019 a 30/12/2021, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo as 
verbas da ruptura contratual. 
 
Atualmente Clotilde Maria está desempregada, mas, na época em que atuava na 
Fábrica de Malhas Leve Ltda, ganhava 1 salário mínimo mensal. 
 
Clotilde Maria é presidente do seu sindicato de classe, ao qual está filiada desde a 
admissão, tendo sido eleita e empossada no dia 20/06/2020 para um mandato de 2 
anos, bem como cientificada a empregadora do fato por e-mail, exibido ao 
advogado. Clotilde Maria recebeu uniforme e EPI da empresa, jamais sofrendo 
descontos no seu salário em razão disso. Recebia, também, alimentação (almoço e 
lanche) gratuitamente e trabalhava de 2ª a 6ª feira das 13.30h às 22.30h, com 
intervalo de 1 hora, e aos sábados, das 8.00h às 12.00h, sem intervalo. Após o 
horário informado, gastava 20 minutos para tirar o uniforme, comer o lanche 
oferecido pela empresa e escovar os dentes. Clotilde Maria recebeu a participação 
proporcional nos lucros de 2019 e integral em 2020 e 2021. 
 
Clotilde Maria tem três filhos saudáveis, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme 
certidões de nascimento que apresentou. Ela, no ano de 2020, comprovadamente, 
doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas e foi descontada a 
título de falta. Já em 2021, ela foi descontada em três dias, quando se ausentou 
para viajar para o Nordeste e comparecer ao enterro de um primo, que falecera em 
acidente de trânsito. 
 
Manoel, o superior imediato de Clotilde Maria, era chefe do setor de produção. 
Duas vezes na semana, no mínimo, dizia que ela tinha um belo sorriso. Por 
educação, Clotilde Maria agradecia o elogio. Em 2021, em razão de doença, Manoel 
ficou afastado do serviço por 90 dias e ela o substituiu até o seu retorno. 
 
Por ocasião do exame demissional, o setor médico da empresa informou que 
Clotilde Maria estava apta para a dispensa. 
 
Nos seus contracheques, em todos os meses desde a admissão, havia o lançamento 
de crédito de um salário mínimo e de duas cotas de salário-família, além de 
descontos de INSS, do vale-transporte, da contribuição assistencial e da 
confederativa. 
 
Clotilde Maria ainda informou que tinha ajuizado uma ação anteriormente e que, 
como perdera a confiança no antigo advogado, não compareceu à audiência para a 
qual fora intimada. Essa ação havia sido distribuída à 250ª Vara do Trabalho de São 
Paulo e, em consulta pela Internet, foi verificado o seu arquivamento. 
Obrigatória 
1.Na qualidade de advogado (a) da Sra. Clotilde Maria, qual seria a 
medida judicial cabível para o presente caso, indicando o juízo 
competente e apresentando a devida fundamentação da peça? 
(2 Pontos) 
 
A medida cabível será a proposição de uma Reclamação Trabalhista 
com fulcro no art. 840 da CLT e art. 319 do CPC. O Juízo competente 
para distribuição da ação será a 250ª Vara do Trabalho de São Paulo, 
por prevenção, nos termos do art. 286, II do CPC, tendo em vista que 
a houve distribuição prévia de outra ação arquivada pelo não 
comparecimento de Clotilde Maria à audiência. 
A medida ainda poderá ser cumulada com pedido liminar para 
reintegração de Clotilde no emprego, previsto no art. 659, X da CLT, 
pois se Clotilde é presidente do sindicato não pode ser afastada, 
suspensa ou dispensada. 
 
2.Um dos argumentos da Sra. Clotilde Maria foi que esta é presidente do 
seu sindicato de classe, ao qual está filiada desde a admissão, tendo sido 
eleita e empossada no dia 20/06/2020 para um mandato de 2 anos, bem 
como cientificada a empregadora do fato por e-mail, exibido ao 
advogado”. Diante de tal fato, informe qual a tese utilizada por você, na 
qualidade de advogado (a), indicando a fundamentação legal que 
respalda o direito do pedido alegado por Maria Clotilde. 
(2 Pontos) 
 
A tese a ser utilizada é de que a reclamante está em pleno exercício 
do cargo de presidente do sindicato e, portanto, possui estabilidade 
desde o momento do registro de sua candidatura em cargo de 
direção ou representação de entidade sindical até 1 (um) ano após o 
final de seu mandato, conforme preceituam os arts. 8º, VIII da 
Constituição Federal e 543, § 3º da CLT. 
 
3.Outro argumento da parte é que recebia, também, alimentação (almoço 
e lanche) gratuitamente do empregador. Na qualidade de advogado (a), 
informe qual a tese utilizada por você, indicando a fundamentação legal 
que respalda o direito do pedido alegado por Maria Clotilde. 
(2 Pontos) 
 
De acordo com a Súmula 241/TST, o vale refeição tem caráter salarial 
e deve integrar a remuneração do empregado. Assim, se Clotilde 
recebia alimentação, ainda que de forma gratuita, esta deve ser 
integralizada a seu salário, pois trata-se de salário in natura, previsto 
no art. 458 da CLT. 
 
4.Clotilde afirmou a você que no ano de 2020, comprovadamente, doou 
sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas e suas faltas 
foram descontadas. Alegou, ainda, que no ano de 2021, o patrão 
descontou 3 dias de seu salário, quando se ausentou para viajar para o 
Nordeste e comparecer ao enterro de um primo, que falecera em 
acidente de trânsito. Diante disso, pergunta-se: 1- A atitude do patrão em 
realizar os dois descontos foi correta? 2- Qual a atitude correta do 
empregador? 3- Fundamente à sua resposta. 
 
Uma das faltas referentes à doação de sangue não deveria ser 
descontada, pois o art. 473, IV da CLT prevê que o funcionário 
poderá se ausentar por um dia a cada 12 (doze) meses. Os demais 
descontos estão corretos. 
 
5.Ao substituir o chefe Manoel, Clotilde Maria teria direito a diferença 
salarial por tal substituição? Sim ou Não? Agora fundamente à sua 
resposta. 
 
Como a substituição não foi eventual, e sim pelo período de 90 
(noventa) dias em que Manoel estava afastado, Clotilde faz jus ao 
recebimento da diferença de salário, conforme Súmula 159, I do TST.

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