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Carla Bertelli – 3° Período Hemofilia Problema 15 Cascata de Coagulação Hemostasia - conjunto de ações que tem como objetivo manter a circulação normal. Normalmente não é para o sangue coagular - uma coagulação desnecessária não ocorre devido a hemostasia, anticoagulantes naturais. A partir de um momento que um vaso e lesionado e começa extravasar sangue – a hemostasia, através do processo de coagulação sanguínea vai atuar para impedir a hemorragia. Hemostasia 1 e 2 (existe uma 3) 1 - Ação dos vasos sanguíneos e das plaquetas para impedir a hemorragia - se for um sangramento pequeno como a lesão por uma agulha, a hemostasia primária já é suficiente para estancar essa hemorragia 2 - Corresponde a ação dos fatores de coagulação que trabalham para ativar a fibrina para formar um coágulo mais firme Hemostasia Primária - Atuação das plaquetas - o vaso foi lesionado e vai sofrer vasoconstrição no local da lesão para diminuir o calibre do vaso -> adesão plaquetária que vão estar de forma diferente e tamanho aumentado -> Adesão plaquetária ao vaso sanguíneo, se ligam ao colágeno → quando elas se aderem elas vão estimular a liberação de outras substâncias que vão ‘’chamar’’ outras plaquetas e realizam a agregação plaquetária (quando uma plaqueta se liga a outra e forma o tampão plaquetário) ADESÃO QUANDO AS PLAQUETAS SE LIGAM AO ENDOTÉLIO, AGREGAÇÃO DAS PLAQUETAS SE LIGAM ENTRE ELAS Hemostasia Secundária - corresponde aos fatores de coagulação que são produzidos pelo fígado e estão pela circulação desativados → Para que eles sejam ativados eles precisam do estímulo da lesão muscular, um vai ativando o outro -> CASCATA DE COAGULAÇÃO - pode acontecer por via Intrínseca e Extrínseca Intrínseca → É a via mais longa. O vaso lesionado começa a liberar os fatores tissulares -> Ativam o Fator 12 que se torna um Fator 12 Ativado → Ativa o Fator 11 → o Fator 11, na presença do cálcio vai ativar o Fator 9 - IMPORTANCIA DO CALCIO, se tiver ativa o 9 → o Fator 9 ativado na presença de cálcio e na presença do fator 8 ativado vão ativar o 10 Ativado → O Fator 10 Ativado, na presença de cálcio e do Fator 5 vão ativar o Fator 2 → Fator 2 é chamado de PROTROMBINA e o Fator 2 Ativado chamamos de TROMBINA - A PROTROMBINA E PRODUZIDA NO FÍGADO GRAÇAS A VITAMINA K → A TROMBINA, FATOR II, VAI ATIVAR O FATOR 1 → O Fator 1 Inativado e o Fibrinogênio → Que se transforma na sua forma ativa, FIBRINA → E a proteína fibrosa que vai formar o coágulo e vai estancar de forma resistente o sangramento, importante em grandes sangramentos Extrínseca → a tromboplastina, liberada pelo vaso lesionado, vai ser muito importante, porque ela vai dar o início a via extrínseca – A tromboplastina ativa o Fator 7 → Fator 7 Ativado ativa o fator 10 → A PARTIR DAÍ E A VIA COMUM, A PARTIR DO FATOR 10 VIA COMUM - O Fator 10 Ativado + O Fator 5 Ativado + Cálcio = Vão ativar a Protrombina que se transforma em trombina, a trombina vai ativar o fibrinogênio que se transforma em fibrina e aí se forma o coágulo de fibrina Carla Bertelli – 3° Período Definição A hemofilia A (deficiência do fator VIII) afeta 1 em cada 5.000 nascidos vivos do sexo masculino. A hemofilia B (deficiência do fator IX) ocorre em aproximadamente 1 em cada 20.000 pessoas, representando 15% de todos os casos de hemofilia. Acontecem por defeitos que envolvem o complexo fator VIII-FvW. O FvW, que é sintetizado pelo endotélio e por megacariócitos, é necessário para a adesão das plaquetas à matriz subendotelial do vaso sanguíneo. Também funciona como carreador do fator VIII, e é importante para a estabilidade do fator VIII na corrente sanguínea, evitando sua proteólise. A proteína coagulante do fator VIII, a parte funcional, é produzida pelo fígado e pelas células endoteliais. Assim, o fator VIII e o FvW, embora sintetizados separadamente, se unem e circulam no plasma como uma unidade que serve para promover a coagulação e a adesão plaquetária à parede vascular. É uma doença hemorrágica hereditária decorrente da deficiência da quantidade, qualidade ou por mutações dos genes que codificam os fatores VIII e IX. As hemofilias são herdadas como condições recessivas ligadas ao cromossomo X, acometendo quase que exclusivamente indivíduos do sexo masculino. Isso significa 50% de transmitir a doença para as filhas, tornando – as portadoras e 50% de chances de os filhos manifestarem a doença. Resulta de alterações genéticas nos genes que co-dificam os fatores de coagulação VIII e IX. Hemofilia A É uma doença recessiva ligada ao cromossomo X, que afeta principalmente o sexo masculino. Embora seja uma doença hereditária, não existe histórico familiar da doença em aproximadamente 30% dos novos casos diagnosticados, o que sugere que tenha surgido como uma nova mutação no gene do fator VIII. Cerca de 90% das pessoas com hemofilia produzem quantidades insuficientes do fator, e 10% produzem uma forma defeituosa. Na prática, a porcentagem de atividade de fator VIII normal depende do defeito genético e determina a gravidade da hemofilia (i. e., 6 a 30% nos casos de hemofilia leve, 2 a 5% na hemofilia moderada e 1% ou menos nas formas graves da doença). Nas formas leves ou moderadas da doença, geralmente não ocorre sangramento a menos que haja uma lesão ou traumatismo local, como um procedimento cirúrgico ou odontológico. Os casos leves da doença podem não ser detectados na infância. Em casos graves de hemofilia A os episódios de sangramento geralmente se dão na infância (p. ex., pode ser observado no momento da circuncisão) e são espontâneos e graves, ocorrendo várias vezes ao mês. Classificação Hemofilia leve (níveis dos fatores de 5% a 40% do normal), sangramento excessivo pode ocorrer após cirurgia ou extração de dente. Hemofilia moderada (níveis dos fatores de 1 a 5% do normal) quase sempre causa sangramento após trauma mínimo Carla Bertelli – 3° Período Hemofilia grave (nível < 1% do normal do fator VIII ou IX) causa sangramento grave durante a vida, começando geralmente logo depois do nascimento (p. ex., hematoma no couro cabeludo após nascimento ou sangramento excessivo após circuncisão). Hemofilia B Deficiência do Fator IX, Doença de Christmas Isso não deve surpreender, considerando-se que os fatores VIII e IX funcionam em conjunto para ativar o fator X. Um grande espectro de mutações envolvendo o gene que codifica o fator IX é encontrado na hemofilia B. Como a hemofilia A, a condição é hereditária como traço recessivo ligado ao cromossomo X e apresenta gravidade clínica variável. Em aproximadamente 15% desses pacientes, a proteína fator IX está presente, mas não é funcionante. Como na hemofilia A, o TTP está prolongado e o TP, normal. O diagnóstico da doença de Christmas (que recebeu esse nome em virtude do primeiro paciente identificado com essa condição, e não por causa do feriado) é possível somente pela análise dos níveis dos fatores. A doença é tratada com infusões de fator IX recombinante. A deficiência grave do fator IX é um distúrbio ligado ao cromossomo X, clinicamente indistinguível da hemofilia A, entretanto muito menos comum. O TTP encontra-se aumentado O diagnóstico é estabelecido através de ensaios específicos para o fator IX. O tratamento consiste na infusão do fator IX recombinante. Hemofilia Adquirida As formas adquiridas são mais raras e resultantes do desenvolvimento de anticorpos, que se associam a doenças autoimunes, câncer ou causas idiopáticas Manifestações Clínicas Caracteristicamente, o sangramento acomete tecidos moles, sistema digestório e articulações do quadril, joelho, cotovelo e tornozelo. A hemorragia articular espontânea, em geral,manifesta-se quando a criança começa a andar. Muitas vezes, uma articulação específica é suscetível a hemorragias repetidas O sangramento provoca a inflamação da sinóvia, com dor aguda e tumefação. Sem tratamento adequado, o sangramento e a inflamação crônica causam fibrose articular e contraturas, resultando em deficiência grave. Em casos sintomáticos, verifica-se uma tendência de equimoses fáceis e hemorragias maciças após traumatismos ou procedimentos cirúrgicos. É frequente a ocorrência de hemorragias “espontâneas” em tecidos que normalmente estão sujeitos a estresse mecânico, particularmente as articulações, onde sangramentos recorrentes (hemartrose) causam deformidades progressivas que podem ser incapacitantes. Tipicamente, não ocorrem petéquias. Carla Bertelli – 3° Período Genética Herança A herança é a transmissão de características hereditárias de uma geração para a seguinte. A composição genética de um organismo é chamada de genótipo; As características expressas são chamadas de fenótipo. Os genes dominantes controlam uma característica em particular; a expressão dos genes recessivos é mascarada pelos genes dominantes. Muitos padrões de herança não seguem os padrões dominante-recessivo simples. Na dominância incompleta, nenhum dos membros do par de alelos domina sobre o outro; fenotipicamente, o heterozigoto é intermediário entre homozigoto dominante e homozigoto recessivo. Na herança de múltiplos alelos, os genes têm mais de duas formas alternativas. Um exemplo é a herança dos grupos sanguíneos AB0. Na herança complexa, uma característica como a cor da pele ou do olho é controlada pelos efeitos combinados de dois ou mais genes e pode ser influenciada por fatores ambientais. Cada célula somática tem 46 cromossomos – 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais. Nas mulheres, os cromossomos sexuais são dois cromossomos X; no sexo masculino, são um cromossomo X e um cromossomo Y muito menor, que normalmente inclui o principal gene que determina o sexo masculino, chamado SRY. Se existir gene SRY e for funcional em um óvulo fertilizado, o feto desenvolverá testículos e se diferenciará em um feto do sexo masculino. Se não houver SRY, o feto desenvolverá ovários e se diferenciará em um feto do sexo feminino. O daltonismo para vermelho-verde e a hemofilia resultam de genes recessivos localizados no cromossomo X. Estas características ligadas ao sexo ocorrem principalmente no sexo masculino, em decorrência da ausência de genes dominantes contrabalançando o cromossomo Y. Um mecanismo denominado inativação do cromossomo X (lionização) equilibra a diferença de cromossomos X entre os homens (um X) e as mulheres (dois X). Em cada célula do organismo de uma mulher, um cromossomo X é aleatória e permanentemente inativado no início do desenvolvimento e torna-se um corpúsculo de Barr. Variações sobre a herança dominante- recessiva A maior parte dos padrões de herança não obedece à utilização da herança dominante- recessiva simples que acabou se ser descrita, em que apenas os alelos dominantes e recessivos interagem. A expressão fenotípica de um gene específico pode ser influenciada não só por quais alelos estão presentes, mas também por outros genes e pelo ambiente. A maior parte das características hereditárias são influenciadas por mais de um gene e, para complicar ainda mais, a maior parte dos genes pode influenciar mais do que uma característica. Variações sobre a herança dominante- recessiva incluem a dominância incompleta, a herança de múltiplos alelos e a herança complexa. Dominância Incompleta Na dominância incompleta, nenhum dos membros de um par de alelos é dominante sobre o outro, e o heterozigoto tem um fenótipo intermediário entre os fenótipos homozigoto dominante e homozigoto recessivo. Um exemplo de dominância Carla Bertelli – 3° Período incompleta em seres humanos é a herança da doença falciforme (DF) Pessoas com genótipos homozigotos dominantes HbAHbA formam hemoglobina normal; aqueles com genótipos homozigotos recessivos HbSHbS têm a doença falciforme e anemia grave. Embora geralmente sejam saudáveis, os portadores de genótipos heterozigotos recessivos HbAHbS têm pequenos problemas com anemia, porque metade da sua hemoglobina é normal e metade não é. Os heterozigotos são portadores, ou seja, têm traço falciforme. Herança de Múltiplos Alelos Embora cada indivíduo herde apenas dois alelos para cada gene, alguns genes podem ter mais do que duas formas alternativas; esta é a base para a herança de múltiplos alelos. sangue (fenótipos) do grupo AB0 – A, B, AB e 0 – resultam da herança de seis combinações de três alelos diferentes de um único gene chamado gene I: (1) o alelo IA produz o antígeno A, (2) o alelo IB produz o antígeno B e (3) o alelo i não produz nem o antígeno A nem o B. Cada pessoa herda dois alelos do gene I, um do pai e um da mãe, que dão origem aos vários fenótipos. Os seis genótipos possíveis produzem quatro tipos de sangue: Herança Complexa A maior parte das características herdadas não é controlada por um só gene, mas pelos efeitos combinados de dois ou mais genes, em uma situação conhecida como herança poligênica, ou pelos efeitos combinados de muitos genes e fatores ambientais, em uma situação chamada de herança complexa. Exemplos de características complexas incluem a cor da pele, a cor do cabelo, a cor dos olhos, a estatura, a taxa de metabolismo e o biotipo. Na herança complexa, um genótipo pode ter muitos fenótipos possíveis, dependendo do ambiente, ou um fenótipo pode incluir muitos genótipos possíveis. Por exemplo, mesmo que uma pessoa herde vários genes de estatura, o potencial de altura total pode não ser alcançado em decorrência de fatores ambientais, como doenças ou desnutrição durante os anos de crescimento. Você já viu que o risco de um defeito do tubo neural é maior em gestantes que não dispõem de ácido fólico suficiente em sua dieta; este também é considerado um fator ambiental. No entanto, como os defeitos do tubo neural são mais prevalentes em algumas famílias do que em outras, um ou mais genes também podem estar contribuindo