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Problema 22 - Hemofília


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Carla Bertelli – 3° Período 
Hemofilia 
Problema 15 
 
Cascata de Coagulação 
Hemostasia - conjunto de ações que tem 
como objetivo manter a circulação normal. 
Normalmente não é para o sangue coagular - 
uma coagulação desnecessária não ocorre 
devido a hemostasia, anticoagulantes 
naturais. 
A partir de um momento que um vaso e 
lesionado e começa extravasar sangue – a 
hemostasia, através do processo de 
coagulação sanguínea vai atuar para impedir 
a hemorragia. 
Hemostasia 1 e 2 (existe uma 3) 
1 - Ação dos vasos sanguíneos e das 
plaquetas para impedir a hemorragia - se for 
um sangramento pequeno como a lesão por 
uma agulha, a hemostasia primária já é 
suficiente para estancar essa hemorragia 
2 - Corresponde a ação dos fatores de 
coagulação que trabalham para ativar a fibrina 
para formar um coágulo mais firme 
 
Hemostasia Primária - Atuação das 
plaquetas - o vaso foi lesionado e vai sofrer 
vasoconstrição no local da lesão para diminuir 
o calibre do vaso -> adesão plaquetária que 
vão estar de forma diferente e tamanho 
aumentado -> Adesão plaquetária ao vaso 
sanguíneo, se ligam ao colágeno → quando 
elas se aderem elas vão estimular a liberação 
de outras substâncias que vão ‘’chamar’’ 
outras plaquetas e realizam a agregação 
plaquetária (quando uma plaqueta se liga a 
outra e forma o tampão plaquetário) ADESÃO 
QUANDO AS PLAQUETAS SE LIGAM AO 
ENDOTÉLIO, AGREGAÇÃO DAS 
PLAQUETAS SE LIGAM ENTRE ELAS 
 
Hemostasia Secundária - corresponde aos 
fatores de coagulação que são produzidos 
 
pelo fígado e estão pela circulação 
desativados → Para que eles sejam ativados 
eles precisam do estímulo da lesão muscular, 
um vai ativando o outro -> CASCATA DE 
COAGULAÇÃO - pode acontecer por via 
Intrínseca e Extrínseca 
Intrínseca → É a via mais longa. O vaso 
lesionado começa a liberar os fatores 
tissulares -> Ativam o Fator 12 que se torna 
um Fator 12 Ativado → Ativa o Fator 11 → o 
Fator 11, na presença do cálcio vai ativar o 
Fator 9 - IMPORTANCIA DO CALCIO, se tiver 
ativa o 9 → o Fator 9 ativado na presença de 
cálcio e na presença do fator 8 ativado vão 
ativar o 10 Ativado → O Fator 10 Ativado, na 
presença de cálcio e do Fator 5 vão ativar o 
Fator 2 → Fator 2 é chamado de 
PROTROMBINA e o Fator 2 Ativado 
chamamos de TROMBINA - A 
PROTROMBINA E PRODUZIDA 
NO FÍGADO GRAÇAS A VITAMINA K → A 
TROMBINA, FATOR II, VAI ATIVAR O 
FATOR 1 → O Fator 1 Inativado e o 
Fibrinogênio → Que se transforma na sua 
forma ativa, FIBRINA → E a proteína fibrosa 
que vai formar o coágulo e vai estancar de 
forma resistente o sangramento, importante 
em grandes sangramentos 
 
Extrínseca → a tromboplastina, liberada pelo 
vaso lesionado, vai ser muito importante, 
porque ela vai dar o início a via extrínseca – A 
tromboplastina ativa o Fator 7 → Fator 7 
Ativado ativa o fator 10 → A PARTIR DAÍ E A 
VIA COMUM, A PARTIR DO FATOR 10 
 
VIA COMUM - O Fator 10 Ativado + O Fator 5 
Ativado + Cálcio = Vão ativar a Protrombina 
que se transforma em trombina, a trombina vai 
ativar o fibrinogênio que se transforma em 
fibrina e aí se forma o coágulo de fibrina 
Carla Bertelli – 3° Período 
Definição 
A hemofilia A (deficiência do fator VIII) afeta 1 
em cada 5.000 nascidos vivos do sexo 
masculino. A hemofilia B (deficiência do fator 
IX) ocorre em aproximadamente 1 em cada 
20.000 pessoas, representando 15% de todos 
os casos de hemofilia. 
Acontecem por defeitos que envolvem o 
complexo fator VIII-FvW. 
O FvW, que é sintetizado pelo endotélio e por 
megacariócitos, é necessário para a adesão 
das plaquetas à matriz subendotelial do vaso 
sanguíneo. Também funciona como carreador 
do fator VIII, e é importante para a estabilidade 
do fator VIII na corrente sanguínea, evitando 
sua proteólise. 
A proteína coagulante do fator VIII, a parte 
funcional, é produzida pelo fígado e pelas 
células endoteliais. Assim, o fator VIII e o 
FvW, embora sintetizados separadamente, se 
unem e circulam no plasma como uma 
unidade que serve para promover a 
coagulação e a adesão plaquetária à parede 
vascular. 
É uma doença hemorrágica hereditária 
decorrente da deficiência da quantidade, 
qualidade ou por mutações dos genes que 
codificam os fatores VIII e IX. As hemofilias 
são herdadas como condições recessivas 
ligadas ao cromossomo X, acometendo quase 
que exclusivamente indivíduos do sexo 
masculino. 
Isso significa 50% de transmitir a doença 
para as filhas, tornando – as portadoras e 
50% de chances de os filhos manifestarem 
a doença. 
 
Resulta de alterações genéticas nos genes 
que co-dificam os fatores de coagulação VIII e 
IX. 
 
 
 
Hemofilia A 
É uma doença recessiva ligada ao 
cromossomo X, que afeta principalmente o 
sexo masculino. 
Embora seja uma doença hereditária, não 
existe histórico familiar da doença em 
aproximadamente 30% dos novos casos 
diagnosticados, o que sugere que tenha 
surgido como uma nova mutação no gene do 
fator VIII. 
Cerca de 90% das pessoas com hemofilia 
produzem quantidades insuficientes do fator, 
e 10% produzem uma forma defeituosa. 
Na prática, a porcentagem de atividade de 
fator VIII normal depende do defeito genético 
e determina a gravidade da hemofilia (i. e., 6 a 
30% nos casos de hemofilia leve, 2 a 5% na 
hemofilia moderada e 1% ou menos nas 
formas graves da doença). 
Nas formas leves ou moderadas da doença, 
geralmente não ocorre sangramento a menos 
que haja uma lesão ou traumatismo local, 
como um procedimento cirúrgico ou 
odontológico. 
Os casos leves da doença podem não ser 
detectados na infância. 
Em casos graves de hemofilia A os episódios 
de sangramento geralmente se dão na 
infância (p. ex., pode ser observado no 
momento da circuncisão) e são espontâneos 
e graves, ocorrendo várias vezes ao mês. 
 
Classificação 
Hemofilia leve (níveis dos fatores de 5% a 
40% do normal), sangramento excessivo pode 
ocorrer após cirurgia ou extração de dente. 
Hemofilia moderada (níveis dos fatores de 1 
a 5% do normal) quase sempre causa 
sangramento após trauma mínimo 
Carla Bertelli – 3° Período 
Hemofilia grave (nível < 1% do normal do fator 
VIII ou IX) causa sangramento grave durante 
a vida, começando geralmente logo depois do 
nascimento (p. ex., hematoma no couro 
cabeludo após nascimento ou sangramento 
excessivo após circuncisão). 
 
Hemofilia B 
Deficiência do Fator IX, Doença de Christmas 
Isso não deve surpreender, considerando-se 
que os fatores VIII e IX funcionam em conjunto 
para ativar o fator X. Um grande espectro de 
mutações envolvendo o gene que codifica o 
fator IX é encontrado na hemofilia B. 
Como a hemofilia A, a condição é hereditária 
como traço recessivo ligado ao cromossomo 
X e apresenta gravidade clínica variável. 
Em aproximadamente 15% desses pacientes, 
a proteína fator IX está presente, mas não é 
funcionante. 
Como na hemofilia A, o TTP está prolongado 
e o TP, normal. 
O diagnóstico da doença de Christmas (que 
recebeu esse nome em virtude do primeiro 
paciente identificado com essa condição, e 
não por causa do feriado) é possível somente 
pela análise dos níveis dos fatores. 
A doença é tratada com infusões de fator IX 
recombinante. 
A deficiência grave do fator IX é um distúrbio 
ligado ao cromossomo X, clinicamente 
indistinguível da hemofilia A, entretanto muito 
menos comum. 
O TTP encontra-se aumentado 
O diagnóstico é estabelecido através de 
ensaios específicos para o fator IX. 
O tratamento consiste na infusão do fator IX 
recombinante. 
 
Hemofilia Adquirida 
As formas adquiridas são mais raras e 
resultantes do desenvolvimento de 
anticorpos, que se associam a doenças 
autoimunes, câncer ou causas idiopáticas 
 
Manifestações Clínicas 
Caracteristicamente, o sangramento acomete 
tecidos moles, sistema digestório e 
articulações do quadril, joelho, cotovelo e 
tornozelo. 
A hemorragia articular espontânea, em geral,manifesta-se quando a criança começa a 
andar. 
Muitas vezes, uma articulação específica é 
suscetível a hemorragias repetidas 
O sangramento provoca a inflamação da 
sinóvia, com dor aguda e tumefação. Sem 
tratamento adequado, o sangramento e a 
inflamação crônica causam fibrose articular e 
contraturas, resultando em deficiência grave. 
Em casos sintomáticos, verifica-se uma 
tendência de equimoses fáceis e hemorragias 
maciças após traumatismos ou 
procedimentos cirúrgicos. 
É frequente a ocorrência de hemorragias 
“espontâneas” em tecidos que normalmente 
estão sujeitos a estresse mecânico, 
particularmente as articulações, onde 
sangramentos recorrentes (hemartrose) 
causam deformidades progressivas que 
podem ser incapacitantes. Tipicamente, não 
ocorrem petéquias. 
 
 
 
 
 
Carla Bertelli – 3° Período 
Genética 
 
Herança 
A herança é a transmissão de características 
hereditárias de uma geração para a seguinte. 
A composição genética de um organismo é 
chamada de genótipo; 
As características expressas são chamadas 
de fenótipo. 
Os genes dominantes controlam uma 
característica em particular; a expressão dos 
genes recessivos é mascarada pelos genes 
dominantes. 
Muitos padrões de herança não seguem os 
padrões dominante-recessivo simples. Na 
dominância incompleta, nenhum dos 
membros do par de alelos domina sobre o 
outro; fenotipicamente, o heterozigoto é 
intermediário entre homozigoto dominante e 
homozigoto recessivo. Na herança de 
múltiplos alelos, os genes têm mais de duas 
formas alternativas. Um exemplo é a herança 
dos grupos sanguíneos AB0. Na herança 
complexa, uma característica como a cor da 
pele ou do olho é controlada pelos efeitos 
combinados de dois ou mais genes e pode ser 
influenciada por fatores ambientais. 
Cada célula somática tem 46 cromossomos – 
22 pares de cromossomos autossômicos e um 
par de cromossomos sexuais. 
Nas mulheres, os cromossomos sexuais são 
dois cromossomos X; no sexo masculino, são 
um cromossomo X e um cromossomo Y muito 
menor, que normalmente inclui o principal 
gene que determina o sexo masculino, 
chamado SRY. 
Se existir gene SRY e for funcional em um 
óvulo fertilizado, o feto desenvolverá 
testículos e se diferenciará em um feto do 
sexo masculino. Se não houver SRY, o feto 
desenvolverá ovários e se diferenciará em um 
feto do sexo feminino. 
O daltonismo para vermelho-verde e a 
hemofilia resultam de genes recessivos 
localizados no cromossomo X. Estas 
características ligadas ao sexo ocorrem 
principalmente no sexo masculino, em 
decorrência da ausência de genes 
dominantes contrabalançando o cromossomo 
Y. 
Um mecanismo denominado inativação do 
cromossomo X (lionização) equilibra a 
diferença de cromossomos X entre os homens 
(um X) e as mulheres (dois X). Em cada célula 
do organismo de uma mulher, um 
cromossomo X é aleatória e 
permanentemente inativado no início do 
desenvolvimento e torna-se um corpúsculo de 
Barr. 
 
Variações sobre a herança dominante-
recessiva 
A maior parte dos padrões de herança não 
obedece à utilização da herança dominante-
recessiva simples que acabou se ser descrita, 
em que apenas os alelos dominantes e 
recessivos interagem. 
A expressão fenotípica de um gene específico 
pode ser influenciada não só por quais alelos 
estão presentes, mas também por outros 
genes e pelo ambiente. 
A maior parte das características hereditárias 
são influenciadas por mais de um gene e, para 
complicar ainda mais, a maior parte dos genes 
pode influenciar mais do que uma 
característica. 
Variações sobre a herança dominante-
recessiva incluem a dominância incompleta, a 
herança de múltiplos alelos e a herança 
complexa. 
 
Dominância Incompleta 
Na dominância incompleta, nenhum dos 
membros de um par de alelos é dominante 
sobre o outro, e o heterozigoto tem um 
fenótipo intermediário entre os fenótipos 
homozigoto dominante e homozigoto 
recessivo. Um exemplo de dominância 
Carla Bertelli – 3° Período 
incompleta em seres humanos é a herança da 
doença falciforme (DF) 
Pessoas com genótipos homozigotos 
dominantes HbAHbA formam hemoglobina 
normal; aqueles com genótipos homozigotos 
recessivos HbSHbS têm a doença falciforme 
e anemia grave. 
Embora geralmente sejam saudáveis, os 
portadores de genótipos heterozigotos 
recessivos HbAHbS têm pequenos 
problemas com anemia, porque metade da 
sua hemoglobina é normal e metade não é. Os 
heterozigotos são portadores, ou seja, têm 
traço falciforme. 
 
Herança de Múltiplos Alelos 
Embora cada indivíduo herde apenas dois 
alelos para cada gene, alguns genes podem 
ter mais do que duas formas alternativas; esta 
é a base para a herança de múltiplos alelos. 
sangue (fenótipos) do grupo AB0 – A, B, AB e 
0 – resultam da herança de seis combinações 
de três alelos diferentes de um único gene 
chamado gene I: (1) o alelo IA produz o 
antígeno A, (2) o alelo IB produz o antígeno B 
e (3) o alelo i não produz nem o antígeno A 
nem o B. Cada pessoa herda dois alelos do 
gene I, um do pai e um da mãe, que dão 
origem aos vários fenótipos. 
Os seis genótipos possíveis produzem quatro 
tipos de sangue: 
 
 
Herança Complexa 
A maior parte das características herdadas 
não é controlada por um só gene, mas pelos 
efeitos combinados de dois ou mais genes, 
em uma situação conhecida como herança 
poligênica, ou pelos efeitos combinados de 
muitos genes e fatores ambientais, em uma 
situação chamada de herança complexa. 
Exemplos de características complexas 
incluem a cor da pele, a cor do cabelo, a cor 
dos olhos, a estatura, a taxa de metabolismo 
e o biotipo. 
Na herança complexa, um genótipo pode ter 
muitos fenótipos possíveis, dependendo do 
ambiente, ou um fenótipo pode incluir muitos 
genótipos possíveis. 
Por exemplo, mesmo que uma pessoa herde 
vários genes de estatura, o potencial de altura 
total pode não ser alcançado em decorrência 
de fatores ambientais, como doenças ou 
desnutrição durante os anos de crescimento. 
Você já viu que o risco de um defeito do tubo 
neural é maior em gestantes que não dispõem 
de ácido fólico suficiente em sua dieta; este 
também é considerado um fator ambiental. No 
entanto, como os defeitos do tubo neural são 
mais prevalentes em algumas famílias do que 
em outras, um ou mais genes também podem 
estar contribuindo