Como fazer uma boa consulta médica - Dr Álef Lamark Alves Bezerra

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Dr. Álef Lamark 
1 Como fazer uma boa consulta médica 
COMO FAZER UMA BOA CONSULTA MÉDICA 
 
 
1. TEMPO DE CONSULTA 
 Uma consulta é o encontro de 2 grandes especialistas, o médico especialista 
em medicina e o paciente especialista nele mesmo. 
Uma revisão sistemática do BMJ avalia o tempo de consulta, variando de 48 
segundos em Bangladesh a 25 minutos na Suíça. 
Uma revisão da Cochraine não associou tempo maior de consulta a maior taxa 
de solicitação de exames, satisfação de pacientes ou taxa de internação. 
Os países com maiores indicadores de saúde não são os que têm maior tempo 
de consulta. A Inglaterra, por exemplo, tem tempo médio de consulta de 11 minutos. 
No entanto, existe o tempo médio de consultas por ano, é mais produtivo três 
consultas de 10 minutos por ano do que uma consulta de 30 minutos por ano. 
 
2. PREPARAÇÃO 
Materiais: conferir e higienizar. 
Prontuário: em mãos, leitura prévia. 
 
3. ACOLHIMENTO 
Chamar pelo nome, cumprimentar, apresentar e explicar. 
O exame físico começa quando o paciente entra no consultório: inspeção: 
marcha, lesão cutânea, fácies, higiene, vestimenta, fala. 
 
4. ANAMNESE 
Data e hora. Identificação. Queixa principal. História da moléstia atual. História 
patológica pregressa. História familiar. História pessoal e social. Revisão dos 
sistemas. 
Anamnese médica ou entrevista clínica: ouvir o paciente e baseado nisso faça 
algumas perguntas que no começo podem ser mais gerais e depois mais específicas. 
O médico deve primeiro ouvir o paciente e depois fazer as perguntas, evite fazer 
interrupções. Não pode ter julgamento, nunca é absurdo e sofrimento é sofrimento. 
Respeite o sigilo médico. Não induza o paciente a falar algo, deixe ele falar livremente 
e espontaneamente. 
Técnica para atender melhor: deixa a pessoa falar por pelo menos 2 minutos, 
quase todas as informações necessárias serão ditas nesses 2 primeiros minutos em 
 
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2 Como fazer uma boa consulta médica 
que o paciente vai falar. Faça uma escuta ativa, emita sinais de atenção. Quando for 
perguntar, faça perguntas abertas. Exemplo: ao invés de perguntar se a dor de cabeça 
é aqui, pergunte como que é a dor de cabeça. Entenda o que o paciente está tentando 
lhe dizer. Previna demandas aditivas: previna queixa de maçaneta (posso te ajudar 
em algo mais?). Previna ruídos externos, converse com sua equipe para não 
interromper sua consulta. Faça a coordenação do cuidado. Utilize o método clínico 
centrado na pessoa. 
NÃO: não escutar o paciente de forma adequada, não interrompa o paciente 
(exceto se necessário), não aborte todas as queixas do paciente de uma só vez (utilize 
a longitudinalidade, marque um retorno para abordar as demais queixas). 
Identificação: nome, nome social, idade, sexo, etnia (cor declarada), profissão, 
estado civil, naturalidade, endereço, fonte do encaminhamento. Fonte da anamnese 
e confiabilidade. 
Queixa principal: da forma como o paciente fala, preferencialmente entre aspas. 
Queixas secundárias: se não for possível abordar tudo, negocia uma agenda 
com o paciente, pedindo para ele retornar em outro momento. 
História da moléstia atual. Ex: dor: tipo (pontada, queimação, aperto, facada, 
cólica...), localização, intensidade, início, frequência, duração, irradiação, fator 
desencadeante, fator de melhora, fator de piora, sintomas associados, evolução, 
medicamentos (fármaco, via, dose, posologia). 
Método Clínico Centrado na Pessoa. SIFE. Sentimento: como ele se sente em 
relação ao problema. Ideia: se ele tem ideia do que pode ter acontecido para ele estar 
nessa situação. Funcionalidade: como a doença impacta em sua vida. Expectativa: o 
que ele espera que a gente resolva. Muitas vezes, o paciente pode chegar querendo 
fazer um exame mais invasivo para identificar se ele tem algum tipo de câncer e não 
há necessidade dele fazer esse exame. 
História patológica pregressa: infância – patologias: sarampo, rubéola, 
caxumba, coqueluche, varicela/catapora, febre reumática, asma, poliomielite, 
bronquite. 
Adulto – patologias: hepatite, IST, asma, bronquite, diabetes, hipertensão, doença 
coronariana, IAM, dislipidemia, DPOC, TB, depressão, tireoidopatia, doença renal. 
Perguntar como está sua manutenção: tempo, tratamento e controle. Perguntar como 
utiliza o tratamento e o horário. 
Perguntar também: exames, fezes, urina, hemograma, perfil lipídico, colonoscopia, 
próstata, Papanicolau, MMG (autoexame), medicamentos em uso (inclui chás e 
suplementos), alergias, transfusão, acidentes/traumas. Cirurgias (tipo, data, 
indicações), imunização. 
É comum um paciente dizer que não tem comorbidades, mas ao perguntar os 
remédios que usa, ele diz que usa todo dia remédio para pressão. 
Também é comum a paciente dizer que nunca fez uma cirurgia, mas aí ela fez uma 
cesárea. 
 
Dr. Álef Lamark 
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GO – Gesta, Para, Aborto. Número de filhos. Tipo de parto, Menarca, ciclo menstrual, 
dismenorreia, menopausa, sangramento pós menopausa, ginecologista, orientação 
sexual, número de parceiros, se faz sexo com vários parceiros ao mesmo tempo, 
preservativos/contraceptivos, dispareunia, secreção vaginal, prurido, feridas e 
nódulos. 
História familiar: HAS, doença coronariana, hipercolesterolemia, DM, 
hipertrigliceridemia, AVE, doença renal, pulmonar, tuberculose, asma, artrite, cefaleia, 
alergia, convulsões, suicídio, genética, psiquiátrica, câncer. Saúde dos familiares: 
filhos, pais, irmãos, avôs. Se algum tiver morrido, pergunta a idade e de que morreu. 
História pessoal e social: alimentação, recordatório, intolerâncias, exercício e 
atividade, escala de Borg ou Talk Test, sono, higiene, estresse, lazer, 
relacionamentos, situação financeira, moradia (saneamento...), animais, banho em 
lagoa/rios, crença, vícios (tabagismo, etilismo e drogas). 
Se fizer exercício, pergunta a intensidade, se não fizer, recomenda que faça. 
Verificar se há exposição exagerada a tela. 
Perguntar se o paciente é estressado, o que lhe estressa e o que ele faz quando está 
estressado. 
Revisão dos sistemas: geral, COONG, cabeça, olhos, orelha, nariz e seios da 
face, garganta (boca e faringe), pescoço, mamas, respiratório, cardiovascular, 
gastrointestinal, vascular periférico, musculoesquelético, dermatológico, 
hematológico, urinário, genital, endócrino, neurológico, psiquiátrico. 
 
5. EXAME FÍSICO 
Exame físico: investigar objetivamente o paciente. Momento de ver, ouvir e 
sentir o paciente. Exemplo: aferição da PA, pesagem corporal, medida da altura, 
ausculta cardíaca e pulmonar, palpação do abdômen, inspeção da pele... É importante 
um ambiente adequado que envolve conforto, segurança e privacidade. Explique o 
que vai fazer e como vai fazer e veja se o paciente concorde, se necessário chame 
outro profissional de saúde ou um acompanhante do paciente. Nem sempre o exame 
físico é necessário. Porto recomenda que examine às vezes o paciente, mesmo 
quando não necessário, para melhorar a relação médico-paciente. 
 
6. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA 
Elaboração da hipótese diagnóstica: defina as hipóteses, mesmo que não saiba 
o diagnóstico, para traçar o caminho para pesquisa. Tudo que o médico pensar ele 
tem que falar para o paciente, mesmo que esteja perdido e sem ter certeza do 
diagnóstico, o paciente tem que entender o que você acha que ele tem ou da 
complexidade do diagnóstico do seu caso. 
 
 
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7. CONDUTA 
Explicar como conduzir o caso: vai precisar de tratamento? Procedimento? 
Mudança nos hábitos de vida? Riscos? Benefícios? Custos? Não adianta prescrever 
um tratamento que o paciente não possa pagar. Se for necessário algum exame, o 
médico tem que explicar como é realizado e se precisará de algum encaminhamento, 
seja para investigar melhor ou para acompanhamento em conjunto, bem como 
abordagem multiprofissional. Caso o paciente queira, falarsobre as terapias 
alternativas. Explicar sobre retornos e se precisará repetir o tratamento e a frequência. 
A decisão deve ser compartilhada entre o médico e o paciente, tudo que ele pensar 
sobre o que fazer, ele deve explicar e o paciente tem que dizer se ele pode, concorda, 
quer e baseado nisso chegar num consenso. Muitas vezes, o melhor tratamento que 
existe para a doença não é possível de ser realizado no paciente. 
 
8. RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE 
Relação médico/paciente: se o paciente não se sentir bem compreendido, ele 
deve falar e se expressar com clareza. O atendimento deve ser humanizado, o 
paciente tem que ser visto como uma pessoa, precisa de respeito, educação, 
gentileza, contato, olho no olho, compreensão humana. As doenças podem se 
comportar de maneira diferente entre pessoas diferentes. Comunicar-se na linguagem 
do paciente. Buscar aliviar o sofrimento do paciente. 
 
9. DICAS PARA ENSINAR O PACIENTE A SE PREPARAR PARA UMA 
CONSULTA 
Por que se preparar para uma consulta? Muitas vezes chega na hora da 
consulta e a pessoa não traz os exames. É bom ter uma pastinha para poder guardar 
as coisas em seguimento. Na dúvida se leva um exame ou não, leva. Ter as últimas 
receitas dos remédios tomados. Ter um papel com os remédios que tem alergia. Por 
um papel dentro da carteira, junto com o documento, dizendo os remédios em que a 
pessoa é alérgica. 
Se preparar para não correr o risco de chegar no dia da consulta e não ter feito 
o exame que o médico havia solicitado anteriormente. 
 tens importantes para saber antes de ir para consulta médica. Exames que fez, 
remédios que usa, hábitos, se fuma ou bebe, histórico de saúde pessoal e da família. 
A dica é anotar num caderno tudo que acha importante para sua saúde. Guardar todos 
os exames numa pasta ou tirar foto e armazenar no celular. No dia da consulta, leve 
seu caderno e sua pasta de exames. Saiba como explicar o seu problema para o 
médico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Dr. Álef Lamark 
5 Como fazer uma boa consulta médica 
DOUTOR AJUDA. REMÉDIOS, EXAMES E DADOS DA SUA FAMÍLIA: COMO 
MELHORAR SUA CONSULTA MÉDICA? - YouTube. Acesso em: maio. 2022. 
DR RODRIGO BEILKE. Dicas de como se preparar para uma consulta MÉDICA! - 
YouTube. Acesso em: maio. 2022. 
SANAR. Como fazer uma consulta em 15 minutos | MÉDICO PRIME - YouTube. 2021. 
Acesso em: maio. 2022. 
SE CUIDA!. Como DEVE SER uma CONSULTA MÉDICA DE QUALIDADE ! - 
YouTube. Acesso em: maio. 2022. 
TAKE IT EASY. ANAMNESE COMPLETA | Como Fazer Uma Consulta 1/3 - YouTube. 
Acesso em: maio. 2022. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=wtsGbbB8JxE
https://www.youtube.com/watch?v=wtsGbbB8JxE
https://www.youtube.com/watch?v=3yl4I9dEBNE
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https://www.youtube.com/watch?v=004dD6ieLvQ
https://www.youtube.com/watch?v=rX2P9vKJvSk
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https://www.youtube.com/watch?v=-29xcnEIpMs