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Cursos Superiores de Licenciatura Disciplina: Construção do Conhecimento Linguístico Professora: Gabriela do Rosario Silva UNIDADE 01 Conceitos e princípios atinentes ao ensino e à aprendizagem de Língua Portuguesa na Educação Infantil, no Ensino Fundamental (Anos Iniciais) e na Educação de Jovens e Adultos (EJA) 1.1 Língua e linguagem 1.2 Concepções de linguagem e língua e as diferentes abordagens pedagógicas 1.3 Noções gerais de Linguística, Sociolinguística, Psicolinguística, de Gramática e suas contribuições para o estudo da Língua Materna 1.4 Linguística textual no ensino e aprendizagem da leitura e da escrita UNIDADE 02 Concepção social da língua, variação linguística e o ensino de Língua Portuguesa 2.1 Concepção social da língua e diversidade linguística 2.2 Princípios linguísticos básicos, variações linguísticas e níveis de linguagem UNIDADE 03 O ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa na perspectiva dos documentos oficiais 3.1 Pressupostos para o ensino de língua portuguesa nos anos iniciais: o que dizem os documentos oficiais 3.2 PCNs, Diretrizes e Propostas Pedagógicas Estadual e Municipal do Ensino da Língua Portuguesa 3.3 Orientações Curriculares para EJA UNIDADE 04 Abordagens didático-metodológicas para o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental (Anos Iniciais) 4.1 Propostas didático-metodológicas do ensino-aprendizagem dos conteúdos da Língua Portuguesa 4.2 Língua portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental: práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades 4.3 Livros Didáticos da Língua Portuguesa: história e usos ❑ Abordagens didático-metodológicas para o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental (Anos Iniciais) ❖ Propostas didático-metodológicas do ensino- aprendizagem dos conteúdos da Língua Portuguesa ✓O ensino da leitura e da escrita na escola não se resume somente aos primeiros anos escolares. Essa é uma tarefa que deve ser contínua no decurso da Educação Básica. ✓Práticas como o desenvolvimento dos conteúdos programáticos, por meio do uso de textos de vários gêneros e tipos, são algumas das mais indicadas atualmente. ✓O trabalho com a língua falada, com a leitura e com a escrita deve ocorrer de forma contextualizada e interligada. ORALIADE LEITURA ESCRITA A função e a importância da oralidade, da leitura e da escrita no contexto geral da sociedade ✓A fala e a escrita são modalidades de uso da mesma língua, contudo apresentam características próprias. É fundamental perceber as diferenças entre fala e escrita para entender como esse conhecimento interfere nos processos de ensino e de aprendizagem. ✓São modalidades diferentes e cada uma se destina a um determinado objetivo de uso. Tanto a oralidade quanto a escrita são fundamentais. São duas maneiras de as pessoas organizarem os seus discursos, praticarem as suas interações no dia a dia, sem que uma seja mais importante que a outra. Cada uma tem o seu lugar, são práticas discursivas que não concorrem, não competem entre si. ✓No entanto, é importante mostrar ao aluno que a fala pode se apresentar de uma determinada maneira, mas a escrita deve obedecer a regras e normas diferentes. ✓A língua escrita configura-se em uma modalidade com a qual a criança vai estabelecendo contato desde cedo, seja por meio da televisão, de brinquedos pedagógicos ou de livros e materiais infantis escritos. ✓Com a entrada na escola e o início do processo de alfabetização, a criança começa a perceber uma crescente importância dessa modalidade no seu contexto diário. Isso pode se apresentar por meio da leitura de revistas em quadrinhos, do rótulo de algum alimento ou de orientações de jogos eletrônicos. ✓Se o ambiente é propício e incentivador da leitura e da escrita, o aluno terá mais subsídios para uma alfabetização mais eficiente e para o desenvolvimento do hábito e do gosto pela leitura. ✓O processo de aquisição da escrita e da leitura é contínuo. Com a aquisição de conhecimentos básicos, a criança vai adquirindo outros mais complexos e desenvolvendo a habilidade de argumentação. Nesse ponto é que a leitura se faz de extrema importância, pois, por meio dela, o aluno poderá consolidar conhecimentos já adquiridos, adquirir outros e aprender a organizar as ideias para transportá-las para o texto escrito. ✓ Inserir o trabalho com os tipos e gêneros textuais na rotina de atividades do ensino de língua portuguesa pode ser muito prazeroso e trazer ótimos resultados. o A definição de gênero textual remete à sua inserção na vida social dos indivíduos (cotidiana, científica, escolar, religiosa, jornalística, entre outras). O gênero textual tem a sua constituição baseada em situações comunicativas que apresentam atribuições de funções que se cumprem na vida cotidiana. É a carta pessoal, a receita culinária, o inquérito policial, a biografia, a resenha, o memorando, dentre outros. o A tipologia textual tem como base textos com sequências linguísticas (enunciados) que se apresentam no interior de um gênero textual. São a narração, a argumentação, a exposição, a descrição e a injunção, dentre outros. Seus fatores determinantes são aspectos de natureza linguística, como a ortografia, a concordância, a regência, a acentuação e a pontuação, entre outras. ✓ Uma das estratégias que pode ser utilizada é a retextualização, ou seja, a transformação de um texto oral em um texto escrito. ❖ Língua portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental: práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades ✓O desenvolvimento de competências e habilidades, de acordo com a BNCC, estará relacionado ao trabalho com o texto, que assume centralidade como unidade de trabalho. ✓O objetivo é ampliar os letramentos para que os alunos possam participar das diferentes práticas sociais constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens. ✓O trabalho inicia-se nos anos iniciais do Ensino fundamental e é contínuo, com foco no processo de alfabetização e desenvolvimento gradativo de letramentos. Consonante Brasil (2017, p. 93), as habilidades envolvidas na alfabetização estão relacionadas à capacidade de (de)codificação e envolvem os seguintes elementos: ❖Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação); ❖Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script); ❖Conhecer o alfabeto; ❖Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; ❖Dominar as relações entre grafemas e fonemas; ❖Saber decodificar palavras e textos escritos; ❖Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras; ❖Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo, assim, fluência e rapidez de leitura (fatiamento). ✓Os gêneros mais indicados para serem trabalhados nas etapas de alfabetização e ortografização devem estar relacionados ao campo da vida cotidiana, como listas (de chamada, de ingredientes, de compras), bilhetes, convites, listas de regras da turma, dentre outros. Esses são gêneros que mantêm um foco mais significativo na grafia, tornando-se mais complexos conforme os alunos avançam nos anos iniciais. ✓O professor pode desenvolver trabalhos multidisciplinares com cantigas de roda, receitas, regras. Por fim, o documento destaca que os conhecimentos e as análises linguísticas e multissemióticas avançarão em alguns aspectos notacionais (como pontuação e acentuação) a partir do 3º ano do Ensino Fundamental. ❖ Livros Didáticos da Língua Portuguesa: história e usos ✓ O livro didático (LD) acompanhou a história da educação brasileira. ✓ O LD constitui em um excelente instrumento de trabalho, mas não deve ser a fonte única de construção do conhecimento. Existem muitos outros textos à disposição em outras fontes que podem servir como material para ser explorado em sala de aula. ✓ Independentemente da área de conhecimento, a seleção dos recursos didáticos ocupaum espaço fundamental na escolarização dos alunos. Com o ensino de língua portuguesa, não é diferente. ✓ Entretanto, há um agravante: muito se tem debatido sobre os problemas de leitura e escrita na escola, e a função das aulas de língua portuguesa tem sido questionada. ✓ O LD atua não só como recurso; ele orienta a leitura, seleciona os textos e, por meio das concepções que fundamentam as atividades, assume uma posição política. ✓Durante o período do regime militar, o interesse em produzir mão de obra e a expansão do ensino para a rede privada favoreceram a escassez de discussões sobre o currículo, e o pensamento crítico não tinha utilidade. ✓Com o período de redemocratização, buscou-se mudanças na educação brasileira, mas a desigualdade social marcou a política educacional. Nos anos 1990, foi promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que, entre outras determinações, indicou a construção de currículos com uma base nacional comum. Com a nova LDBEN, surgiu a definição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Nessa época, a importância dos livros didáticos ganhou nova dimensão. ✓ A concepção de linguagem é um conceito linguístico importante na elaboração de um livro didático. Há três possibilidades de concepções: “[...] linguagem como expressão do pensamento, linguagem como instrumento de comunicação e linguagem como forma de interação [...]” (FUZA; OHUSCHI; MENEGASSI, 2011, p. 479). Linguagem como expressão do pensamento=>o ensino de português centra-se na aplicação de regras gramaticais e na leitura de textos literários reconhecidos, como ocorreu no Brasil na década de 1960. Linguagem como instrumento de comunicação=> as atividades de português devem oferecer modelos a serem seguidos, e os textos são tratados como pretextos para atingir outros objetivos, como os relacionados às questões gramaticais. Portanto, o ensino da língua é descritivo: constata-se a existência de variantes linguísticas, mas as que não são a padrão não são tratadas como formas legítimas da língua. Linguagem como forma de interação => “[...] a reflexão sobre a língua é feita mediante a compreensão, a análise, a interpretação e a produção de textos verbais [...]” (FUZA; OHUSCHI; MENEGASSI, 2011, p. 490). O Decreto nº 91.542, de 19/8/85 criou o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). O PNLD é destinado a avaliar e a disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, de forma sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de educação básica das redes federal, estaduais, municipais e distrital e também às instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público. Desde os anos 1970, o governo apoiava a distribuição de livros didáticos, que passaram a ser produzidos de acordo com programas de ensino. Na condição de professor(a) ou gestor(a) da sua escola, você precisará participar de momentos de escolhas de livros didáticos. Assim, alguns critérios devem ser levados em consideração para a adoção de uma determinada coleção de LD em detrimento de outra, a saber: - a seleção de conteúdos precisa estar adequada à etapa de escolaridade; - a sequência de como são apresentados os conteúdos obedece à progressão da aprendizagem planejada pela escola e pelos documentos oficiais; - o conjunto dos conteúdos, assim como o tratamento didático dado a eles, é adequado para o seu aluno e está de acordo com o currículo; - a linguagem é clara e precisa; - o texto das explicações é acessível para os alunos; - as atividades têm a preocupação de ajudar o aluno a entender o texto das lições; - o Manual do Professor contribui o suficiente para um melhor uso do material; - a organização curricular atende à proposta adotada pelo Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola: ano, série ou ciclo, dentre outros. A escolha do livro didático é de grande relevância para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e, consequentemente, para a qualidade do ensino de português. O êxito da escolha depende, em especial, da análise dos eixos principais que permeiam o trabalho em língua portuguesa atualmente: leitura, produção de texto, oralidade e conhecimentos linguísticos. Referências FUZA, Â. F.; OHUSCHI, M. C. G.; MENEGASSI, R. J. Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna. Revista Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 14, n. 2, p. 479–501, 2011. • Material Didático referente à Unidade 04. 16 Obrigada!!!
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