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Reabsorção Tubular

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REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR
· Excreção urinária = filtração glomerular – reabsorção tubular + secreção tubular;
· Filtração = intensidade da filtração glomerular X concentração plasmática;
Filtração glomerular
· Ultrafiltrado: quase sem proteína e poucas hemácias, cálcio e ácidos graxos – quase a concentração/osmolaridade do plasma);
· Taxa filtração glomerular (TFG) = 125ml/min (180 litros de sangue/dia);
· TFG homens ≈ 165-180 litros/dia= 115-125ml/min;
· TFG mulheres ≈ 130-145 litros/dia= 90-100ml/min;
· Filtrabilidade: depende da carga elétrica, tamanho do poro da membrana basal e tamanho da substância (barreira: cargas negativas ou muito grandes);
· Após a filtração pelos rins, forma-se o ultrafiltrado (com elementos que precisam ser reabsorvidos/excretados);
Mecanismos no transporte tubular
· Via paracelular: algumas substâncias entram direto via paracelular (entre células tubulares – água e algumas moléculas);
· A água pega algumas substancias que estão passando dentro do túbulo e as traz para a circulação – entra pro espaço intersticial, e é reabsorvido no sangue, para o capilar peritubular, que corre ao redor do túbulo;
· Via transcelular: por cotransporte ou contratrasporte; 
· Osmose: água; 
Reabsorção e Secreção Tubular
· Membrana celular é semipermeável, já as células tubulares (túbulo proximal e distal e alça de Henle) podem ser totalmente impermeáveis a água;
· Dupla camada lipídica da membrana, tight junction (barreiras pra via paracelular) e canais de água (aquaporinas, são estimulados e se abrem dependendo da necessidade);
· No túbulo proximal tem grande quantidade de canais de aquaporinas;
· Na alça de Henle, a alça descendente (proximal) tem muita aquaporina e pouca tight junctions, permitindo maior entrada de água – oposto da alça ascendente (distal), a qual é impermeável à água;
· Urina está no máximo da concentração no fundo da alça de Henle, porque toda a água foi reabsorvida – na alça ascendente, reabsorve apenas soluto;
· Na alça de Henle, a taxa de reabsorção de sódio é de 25%;
· Túbulo proximal é o local com maior reabsorção de água (65%) – isso porque ele é longo e contorcido, com muitas células com borda em escova na membrana luminal (para aumentar área de absorção), e tem abundância de mitocôndrias (para ativar transportadores na membrana basocelular, que permite que saiam solutos, mantendo gradiente favorável pra que outros entrem);
· Túbulo distal e túbulo coletor: semelhante ao túbulo proximal (com junções e aquaporinas) – essas aquaporinas tem sensibilidade ao ADH (hormônio antidiurético), que são estimulados a abrirem ou fecharem, de acordo com a ação do ADH;
· Para armazenar urina (ou seja, armazenar água), tem secreção aumentada de hormônio ADH (que abre os canais pra absorver toda a água, fazendo com que a urina se concentre ao máximo). Se é necessário eliminar água, o ADH fecha os canais, permitindo que seja eliminada mais urina (e água);
· Túbulo coletor: responsável por reabsorver ou concentrar mais a urina – em situações específicas pode aumentar sua capacidade (por exemplo, quando for estimulado pelo ADH, concentra muito mais no final do túbulo);
· No túbulo distal, a taxa de reabsorção de sódio é de 5%;
· Transportador responsável por ativar quase todos os demais transportadores no túbulo, através de modificação do gradiente eletroquímico intracelular: cavalo de força (bomba sódio/potássio ATPase) – faz a troca de três sódios com dois potássios, contra gradiente eletroquímico (tem mais potássio dentro da célula, ele joga mais potássio para dentro da célula – o mesmo ocorre com o sódio –, criando gradiente negativo dentro da célula, o que faz com que a célula deixe entrar cátions para manter equilíbrio elétrico – isso ocorre através da ativação de outros transportadores);
TUBULO PROXIMAL
· 99% de bicarbonato é reabsorvido – tem papel importante como tampão no sistema ácido-base no sangue;
· No lúmen, passam a água e vários elementos que foram filtrados e, pela ação da Na/K-ATPase, cria-se um ambiente negativo dentro da célula, permitindo a ativação de outros transportadores, favorecendo a entrada de sódio, através de um contratransportador Na/H, fazendo com que aumente a concentração de H no lúmen. Esse hidrogênio se liga com o bicarbonato que acabou de ser filtrado, formando o ácido carbônico (instável), o qual se dissocia em água e CO2. Essas reações são catalisadas pela anidrase carbônica;
· CO2 consegue passar pela membrana e adentrar na célula por difusão simples. A anidrase (presente tanto no lúmen, quanto no interior da célula) catalisa novamente a reação contrária, associando o CO2 à água, obtendo-se o bicarbonato novamente;
· Na membrana basocelular há o cotransportador Na/bicarbonato, o qual leva o bicarbonato para interstício → capilar peritubular → circulação;
· Ação medicamentosa:
· Diuréticos inibidores da anidrase carbônica: torna a urina mais alcalina, favorecendo cetoacidose no corpo – no rim, aumenta a osmolaridade por não reabsorver bicarbonato, favorece para “puxar” a água;
· Diuréticos osmóticos: substância que chega ao túbulo proximal, gerando grande osmolaridade, fazendo com que haja diminuição da reabsorção de água, resultando na formação de maior quantidade de urina. Ex: manitol.
· Taxa de transporte é determinada por: gradiente eletroquímico (entre célula e lúmen), permeabilidade da membrana e tempo de trânsito pelo túbulo (quanto mais rápido, menos absorção – quem faz muito xixi, pode perder muitas substâncias importantes);
REABSORÇÃO DE GLICOSE 
· A glicose filtrada é reabsorvida através da bomba sódio/glicose (SGLT1/2), entrando na célula pela GLUT 2;
· Medicamentos que bloqueiam a ação do SGLT2, fazendo com que não seja reabsorvida glicose e sódio: controle da diabetes e da pressão arterial. Ex: dapagliflozin, canagliflozin e empagliflozin;
· Em condições normais, o rim faz a filtração glomerular da glicose, por meio do SGLT, que reabsorve 100% da glicose do ultrafiltrado, portanto não é normal encontra-la na urina. Entretanto, existe uma concentração de glicose máxima e, ao exceder esse limiar (diabetes), ocorre excreção de glicose na urina (glicosúria); 
resumo do Túbulo proximal
· Reabsorção de bicarbonato;
· Absorção de magnésio, potássio, cálcio, ureia, cloro – levados via paracelular junto com a água para dentro;
· Transportadores específicos que absorvem elementos.
· Elementos secretados: ácidos orgânicos, drogas e ácido úrico;
ALÇA DE HENLE 
· Água é absorvida apenas na porção descendente, porque na ascendente não tem aquaporinas e as junções oclusivas são bem apertadas;
· Na alça ascendente tem o cotransportador Na/K/2Cl (favorece entrada desses elementos na célula), onde agem os diuréticos de alça (furosemida), bloqueando essa troca e reabsorção de magnésio e cálcio;
· Esse mecanismo faz com que outros transportadores sejam ativados, causando absorção de sódio e envio de hidrogênio e potássio para o lúmen. Isso faz com que o lúmen fique com carga muito positiva, repelindo Mg e Ca para a circulação (reabsorção), deixando a urina diluída;
· Porção descendente:
· Menos mitocôndria/ATPase;
· Absorve água por gradiente osmótico;
· Ausência de tight junction e aquaporinas;
· Concentra o ultrafiltrado;
· Porção ascendente:
· Impermeável a água – urina concentrada;
· Absorve solutos restantes no ultrafiltrado;
· Dilui (desconcentra) o ultrafiltrado;
TUBULO DISTAL INICIAL/CORTICAL
· Local de ação dos diuréticos tiazídicos:
· Porção inicial: mácula densa/complexo justa glomerular;
· Túbulo de conexão + túbulo coletor cortical inicial;
· Composta: 
· Células principais: secretam K e absorvem sódio e água – tem aquaporina e reabsorve soluto pelo cotransportador, no qual atua sódio e cloro – os tiazídicos impedem a reabsorção de sódio e cloro, deixando a urina mais concentrada – além disso, há regulação de cálcio;
· Células intercaladas: secretam H e absorvem HCO3 – tem transportador de hidrogênio, que o secreta, fazendo controle da acidose (por liberar próton);
· A espironolactona atua nas células principais do túbulo coletordistal cortical, agindo como antagonista da aldosterona (que estimula a Na/K ATPase e proporciona a reabsorção de sódio e excreção de potássio), portanto favorece o acúmulo de potássio (hipercalemia);
· Na célula principal, tem o canal de sódio/ENAC, que não depende de troca (canal livre de sódio). Esse canal é estimulado pela aldosterona e é inibido pelos diuréticos poupadores de potássio (se potássio não sai, sódio não entra);
REGULAÇÃO DA REABSORÇÃO TUBULAR
· Importantes variáveis: balanço glomerulotubular, forças físicas atuantes na região peritubular, hormônios (aldosterona, angiotensina II e hormônios antidiurético (ADH), natriuréticos (PNA) e paratireóide (PTH)), SNS, pressão (natriurese pressórica) e fatores osmóticos.
· Feedback tubuloglomerular: quando a mácula densa percebe que tem pouco sal chegando no final do túbulo, manda uma mensagem para as células da arteríola aferente e eferente, o que estimula secreção de renina, que é substrato pra angiotensina; 
· Toda vez que aumenta a filtração, aumenta diretamente a capacidade de reabsorção proximal; 
· Capilar glomerular: forças que interagem são aquelas que atuam em todos os capilares e tem características próprias de pressão – força resultante: 10mmHg a favor que aconteça a filtração;
· Forças que favorecem reabsorção de água: pressão hidrostática favorece a filtração, coeficiente de filtração (característica do capilar) e pressão coloidosmótica – a pressão no interstício é contrária; 
· Se no capilar glomerular, todas as forças contribuem para que a água saia do capilar glomerular, pra que a filtração aconteça, no capilar peritubular todas as forças vão contribuir pra que a água volte pro capilar para que ocorra a reabsorção tubular;
· No capilar glomerular a pressão hidrostática é maior por causa das arteríolas (parede muscular);
· Água: glomérulo → túbulo → interstício → circulação;
· Pressão alta: favorece a diurese, portanto tem mais filtração glomerular e menos reabsorção tubular;
· A reabsorção tubular é reduzida porque o aumento da pressão arterial aumenta a pressão hidrostática do capilar, criando resistência pra água voltar; 
· As duas pressões mais importantes que regulam no capilar é a pressão hidrostática e a coloidosmótica;
· Forças que favorecem à reabsorção tubular:
· Pressão hidrostática do interstício;
· Pressão coloidosmótica do capilar (principal).
· Forças que são contrarias à reabsorção tubular:
· Pressão hidrostática do capilar (principal – alterações hemodinâmicas renais);
· Pressão coloidosmótica do interstício. 
· Angiotensina II: aumenta aldosterona, reabsorção de sódio (nos túbulos proximais, distais e coletores e nas alças de Henle) e excreção de potássio. A nível glomerular, atua no túbulo proximal, fazendo vasoconstrição da arteríola eferente;
· Essa vasoconstrição da arteríola eferente reduz a pressão hidrostática dos capilares peritubulares, favorecendo reabsorção tubular;
· Pode haver aumento da pressão coloidosmótica no capilar pelo excesso de proteínas no sangue (é muito difícil que elas passem pelo glomérulo), as quais puxam mais água pra dentro do capilar, aumentando a reabsorção;
· Aldosterona no túbulo coletor: reabsorve mais água por abrir as aquaporinas – absorve também sal e elimina potássio;
· Esses mecanismos aumentam a pressão arterial e causam hipocalemia – para tentar poupar potássio, células intercalares secretam hidrogênio para o túbulo, provocando alcalose;
· Secreção de aldosterona é estimulada pela diminuição da pressão, corticoides e altos níveis de potássio no sangue;
· Secreção de aldosterona é inibida pelo aumento da pressão e altos níveis de sódio (aumenta osmolaridade);
· A ECA estimula angiotensina II, que estimula aldosterona, fazendo todo o mecanismo de reabsorção de água e sódio e eliminação de potássio (e hidrogênio) – inibidores da ECA bloqueiam tudo;
· Avalia-se a função renal com análise da creatinina;
· PTH: hormônio da paratireoide que estimula absorção de fósforo e secreção de cálcio;
· ADH: secretado pela neurohipófise, se liga aos receptores V2 no túbulo distal, diminuindo a perda de água (abertura das aquaporinas) – reabsorve mais água no túbulo distal;
· Secreção de ADH é estimulada pela osmolaridade alta (necessário diluir o sangue, ou seja, reter água) ou a hipovolemia;
· Tolvaptan: bloqueia o receptor V2;
· Hormônio natriurético atrial (ANP): coração secreta por estiramento do átrio (por hipervolemia), com o objetivo de diminuir reabsorção; 
· Inibe reabsorção de sódio e água no ducto coletor;
· Inibe secreção de renina (e consequentemente inibe produção de angiotensina II, diminuindo reabsorção tubular, aumentando níveis de água e sódio excretados);
· A partir do momento que aumenta a pressão, há diminuição da reabsorção de água pelo capitar peritubular. Além disso, tem efeito de feedback negativo na angiotensina II (estimulado pelo aumento da pressão – se a pressão sobe, não precisa mais da angiotensina): 
· Contração das arteríolas aferentes e eferentes, diminuindo a filtração glomerular;
· Aumenta diretamente a reabsorção tubular de sódio no túbulo proximal, alça de Henle ascendente (distal) e no túbulo distal;
· Estimula a liberação de renina, que estimula a formação de angiotensina II, aumentando a reabsorção tubular;

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