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AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 PROBLEMA 1 CICLO CELULAR Responsável pela renovação das células para manter a homeostasia tecidual e regular o crescimento fisiológico. Composto por 2 períodos: interfáse e mitose. Cada fase do ciclo celular é dependente de ativação e conclusão adequada dos anteriores, para isso ele tem múltiplos pontos de controle. INTÉRFASE Período em que a célula cresce para se dividir. É uma fase de preparação, em que há produção de proteínas e moléculas de DNA. É dividida em 3 etapas: G1: ocorre síntese de enzimas e RNA. Ponto checagem G1: a célula checa se as condições internas e externas são favoráveis para a divisão (tamanho; nutrientes; sinais moleculares, como fatores de crescimentos, e integridade do DNA). S: síntese da cópia do DNA. G2: síntese proteica e crescimento celular. Ponto de checagem G2/M: responsável por checar integridade e replicação do DNA. Caso algum dano seja detectado a célula irá pausar nesse ponto para tentar reparar o dano. Mas caso esse dano seja irreparável, essa célula pode sofrer apoptose. Este mecanismo de autodestruição assegura que o DNA danificado não seja repassado para as células filhas. G0: célula em estado de repouso e não realiza a divisão. (é um estágio reversível) MITOSE Divisão celular em que a célula-mãe dá origem a duas células-filhas, com o mesmo número de cromossomos da célula que as originou. • Prófase • Prometáfase • Metáfase Ponto de checagem do fuso/M– a célula examina se todas as cromátides-irmãs estão corretamente ligadas aos microtúbulos do fuso. • Anáfase • Telófase CONTROLE A progressão do ciclo é regulada por proteínas chamadas ciclinas e enzimas chamadas quinases dependentes de ciclinas (CDKs), elas se ligam e formam um complexo que assegura que as células com DNA ou cromossomos danificados não completem a replicação. Regulam diretamente o ciclo, mas dependem de fatores internos e externos. Fatores positivos: como fatores de crescimento, normalmente aumentam a atividade de CDKs e ciclinas e estimulam a proliferação celular. Fatores negativos: normalmente diminuem ou bloqueiam a atividade, como o gene p53 e o p21, que regulam a velocidade do ciclo ou impedem o crescimento celular. PROLIFERAÇÃO CELULAR Pode ser um processo fisiológico/crescimento controlado (as células respondem a estimulações normais de hormônios e mediadores químicos internos, por exemplo, a gravidez) ou patológico (resposta ao estresse de um estímulo lesivo, que faz com que ela modifique sua estrutura ou função para escapar da lesão, por exemplo, aumento do músculo cardíaco na insuficiência cardíaca). As células sofrem adaptações, que são respostas estruturais e funcionais reversíveis. Proliferação Celular AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO - 2/2021 AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 HIPERTROFIA Aumento de volume, em decorrência de uma maior demanda de trabalho. EX: Musculatura do útero na gravidez, miocárdio em sobrecarga por obstáculo sanguíneo, musculatura esquelética em atletas, musculatura lisa em órgãos ocos por obstrução. HIPOTROFIA Diminuição de volume. Fisiológica: senilidade (↓ atividades metabólicas), mama pós amamentação, útero involuindo pós parto. Patológica: inanição, desuso, compressão, obstrução vascular. HIPERPLASIA Aumento no número de células por aumento da proliferação e/ou diminuição da destruição celular. Há ↑síntese de fatores de crescimento. Fisiológica: Pode ser hormonal ou compensatória. • Hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e gravidez • Compensatória: capacidade de regeneração do fígado. Patológica: Excesso de hormônios ou fatores de crescimento, síndrome de Cushing, hiperplasia de tireoide (produção excessiva de TSH). HIPOPLASIA Diminuição do número de células. Fisiológica: involução do timo Patológica: hipoplasia de medula óssea por agentes tóxicos, ↓ órgãos linfoides na AIDS. METAPLASIA É uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. É resultado de uma reprogramação de células-tronco, causada por sinais gerados por citocinas e fatores de crescimento. Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que direcionam as células para uma via específica de diferenciação. A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para escamosa. Porém, a metaplasia do tipo escamoso para o colunar também pode ocorrer, como no esôfago de Barrett. DISPLASIA É o processo de crescimento celular no qual as células alteram a forma e o tamanho, além da presença frequente de divisões celulares. Há um crescimento desordenado do epitélio e geralmente ocorre em um epitélio metaplásico. No entanto, nem todos os epitélios metaplásicos são também displásicos. Muitas vezes, precedem o câncer em locais como útero e esôfago. ANAPLASIA Processo no qual as células perdem suas características de especialização, há perda da diferenciação celular, assumindo características semelhantes às das células embrionárias. NEOPLASIA São lesões de proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, com perda ou redução da diferenciação, em consequência de genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação. Tumor: qualquer lesão que tem como consequência aumento de volume dos tecidos. Câncer: termo usado para identificar qualquer neoplasia maligna. REGRA GERAL: NOME DA CÉLULA, TECIDO OU ÓRGÃO + SUFIXOS. • Sufixo –oma: qualquer neoplasia, seja ela maligna ou benigna. • Sufixo –sarcoma: neoplasia maligna de células de origem mesenquimal, como ossos. • Sufixo –carcinoma: neoplasia maligna de tecido de epitélio de revestimento. • Blastoma: reprodução em estruturas com características embrionárias. NEOPLASIA BENINGA Crescem de maneira localizada e delimitada, as células são semelhantes à do tecido normal. • Há baixo índice mitótico, o que leva o tumor a ter crescimento lento. • Pode haver migração somente em caso de lesão ou rompimento. Ex: lipomas, miomas e adenomas. • As células crescem unidas entre si, formando uma massa geralmente esférica que não invade os tecidos vizinhos. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • A neoplasia fica bem delimitada e pode ser removida cirurgicamente, o que gera ↓taxa de recidiva. NEOPLASIA MALIGNA É formadora de câncer. As células são atípicas com crescimento muito acelerado, caráter infiltrante e invasivo, sendo pouco delimitada. • As células malignas induzem a angiogênese para garantir suprimento durante a fase de crescimento, além de poderem sofrer metástase. Possuem mecanismos de evasão para a resposta imune. Podem causar degenerações, necroses, hemorragias e ulcerações. • São células mais volumosas que as normais, apresentam atipias, por perda da diferenciação celular. QUADRO COMPARATIVO DE NEOPLASIAS Características Benignas Malignas Taxa de crescimento Baixa Alta Mitose Raras Frequentes Grau de diferenciação Bem diferenciadas Pouco diferencias até anaplásicas Atipia celular e arquiteturais Raras Frequentes Tipo de crescimento Expansivo Infiltrativo Limites Bem definidos Imprecisos Efeitos locais e sistêmicos Inexpressivos Graves ou letais Recidiva Baixa chance Alta chance Metástase Ausente Presente HIPÓTESE DE KNUDSON Modelo para explicar a carcinogênese. É baseada no fato em que mutações provocam a perda de função dos dois alelos, leva em consideração que duas mutações devem ocorrer, uma em cada alelo, para desenvolver a doença. Uma mutação hereditária + uma mutação adquirida ao longo da vida ou 2 mutações adquiridas. CARCINOGÊNESE As células cancerígenas sofrem alteraçõesno DNA, que fazem com que se dividam mais rapidamente e escapem dos controles internos e externos da divisão e evitem a apoptose. Além do envolvimento das células propriamente ditas, há alterações no estroma. Podem associar-se à inflamação crônica, à produção de citocinas e quimiocinas. Para isso deve ocorrer a superativação dos reguladores positivos do ciclo celular, isso é, eles se tornarem oncogênicos, e a inativação dos reguladores negativos, também chamados, de genes supressores de tumor. Protooconcogenes: genes normais que comandam a divisão celular, mas se forem mutados ou hiperexpressos, podem se transformar em oncogenes. Oncogenes: genes anormais que estimulam a proliferação celular desordenada a partir de fatores de crescimento e seus receptores (PDGF), fatores de transcrição, RAS e moléculas do ciclo celular. Genes supressores de tumor: genes envolvidos na regulação da multiplicação e diferenciação celular, evitando reprodução desregulada (são freios). Podem atuam diretamente no ciclo celular, nos mecanismos de apoptose ou na inibição da mitose. • Gene RB: presente no ponto de checagem G1/S. • Gene TP53: a sua principal função, é manter a fidelidade da replicação do DNA. Isso ocorre a partir de sinalização de erros de DNA, fazendo com que o gene seja capaz de bloquear as células em G1 a partir da expressão da proteína P21 para impedir a propagação de material genético defeituoso às gerações celulares seguintes. Caso os defeitos não possam ser corrigidos, o gene induz a apoptose. ETAPAS DA CARCINOGÊNESE ANGIOGÊNESE Formação de novos vasos para o suprimento sanguíneo das células neoplásicas a partir dos vasos adjacentes. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Quanto maior a angiogênese, pior o prognóstico, uma vez que há mais nutrição e possibilidade de metástase. Isso se deve ao fato de que os vasos sanguíneos gerados pelo tumor na angiogênese acabam se tornando vias pelas quais as células podem se espalhar pelo corpo (via hematogênica). Isso porque elas têm muita aderência e muito dos vasos criados têm paredes frágeis, o que facilita o transporte delas pela corrente sanguínea. As células cancerígenas trafegam pelo sangue associadas a plaquetas, resistindo à resposta imune. Por fim, fixam a outro local, produzindo um crescimento secundário (metástases). DISSEMINAÇÃO METASTÁTICA Metástase é a capacidade de invadir localmente, de ganhar uma via de disseminação, de chegar em sítios distantes e de neles originar novos tumores. É definidora de neoplasia maligna e de mau prognóstico. 1. Destacamento e deslocamento das células tumorais: ocorrem alterações nas moléculas de adesão que permitem a movimentação das células na matriz extracelular. Pode acontecer o deslocamento de células individuais ou em blocos celulares. 2. Invasão vascular: penetração em capilares e vênulas ou mesmo em vasos linfáticos (fenestras) 3. Sobrevivência das células tumorais na circulação: recebem uma capa de fibrina que as protege da resposta imune durante a coagulação sanguínea. 4. Saída das células tumorais circulantes e formação de novos tumores: as moléculas de adesão permitem as células saírem do vaso e aderirem ao órgão de destino. 5. Instalação, sobrevivência e proliferação das células tumorais: só é possível pela formação de nichos. 6. Nicho pré-metastático: alterações nos órgãos- alvo que os permite receber as células neoplásicas, induzidas pelo tumor primário. O nicho secreta fatores quimiotáticos que orienta a instalação da metástase, além de fatores promotores de metástase. VIAS DE DISSEMINAÇÃO A via linfática é a principal, principalmente de carcinomas. O linfonodo mais próximo do tumor primário é o primeiro sítio de metástases, chamado de linfonodo sentinela. A cadeia que ele se encontra estará aumentada de volume, sendo identificável na palpação ou no exame de imagem. A via sanguínea depende de agregados com plaquetas, fibrinas e linfócitos. PROBLEMA 2 CÂNCER DE COLO DE ÚTERO ANATOMIA O colo do útero apresenta: • Endocérvice (parte interna): epitélio colunar simples (glandular). • Ectocérvice (parte externa): epitélio escamoso e estratificado. • Junção Escamocolunar (JEC): entre os dois epitélios, variável dependendo da situação hormonal. • Zona de Transformação: região entre os dois epitélios que sofre metaplasia escamosa. Principais órgãos acometidos na via linfática: mama e pele (melanócitos). Principais órgãos acometidos na via sanguínea: fígado (sistema porta), pulmões, SN, ossos. É na zona de transformação que se localizam mais de 90% das lesões precursoras ou malignas. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 TIPOS CA DE COLO DE ÚTERO Carcinoma epidermoide: mais incidente e acomete o epitélio escamoso. Adenocarcinoma: mais raro e acomete o epitélio glandular. EPIDEMIOLOGIA 3º câncer mais comum em geral, 2º tipo de câncer mais frequente entre as mulheres e a 4ª causa de morte por CA na população feminina. Faixa etária mais acometida: 20 a 50 anos. FATORES DE RISCO • Infecção por HPV • Início precoce da vida sexual • Múltiplos parceiros sexuais • Histórico de ISTS • Multiparidade • Uso prolongado de anticoncepcionais orais • Imunodepressão • Tabagismo (agentes carcinogênicos do tabaco propiciam modificações no muco e epitélio cervical que favorecem alterações no DNA das células do colo uterino, propiciando o processo neoplásico). LESÕES DO HPV E FISIOPATOLOGIA Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 150 tipos, 40 podem infectar o trato genital. Destes, 12 são de alto risco e podem provocar câncer e outros podem causar verrugas genitais. Os 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70 % dos CA de colo uterino. Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride espontaneamente. No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e é causada por um tipo viral oncogênico, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras. A regressão ou a persistência da infecção depende: do tipo e carga viral, infecção (única ou múltipla), fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual. O HPV se insere nas células escamosas imaturas da zona de transformação e depois integra seu DNA ao DNA do hospedeiro. Usando o DNA do hospedeiro, o HPV produz grandes quantidades de duas de suas proteínas, E6 e E7, são importantes na amplificação do genoma viral. Essas proteínas são responsáveis por empurrar células escamosas maduras através da replicação celular do ciclo, bloqueando a ação de genes supressores do tumor, como a p53 e a pRB. O resultado final é a replicação descontrolada de células epiteliais cervicais que são resistentes a apoptose ou a morte celular programada normal. Se a lesão pré-invasora não for tratada, evolui para invasora. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INFECÇÃO POR HPV Apresentação clínica: a forma mais comum é a verruga genital. Na mulher, encontram-se na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. No homem, localizam-se na glande, região perianal, bolsa escrotal. Menos frequentemente, podem estar presentes nas mucosas: nasal, oral e laríngea. A infecção pode também ser latente (sem manifestações) ou subclínica (microlesões). CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Fase inicial: assintomática ou pouco sintomática. Progressão: é lenta, podendo levar de 10 a 20 anos, o CCU cresce localmente, atingindo vagina, tecidos paracervicais e paramétricos. Há, nesse caso: • Secreção vaginal amarelada, fétida e até sanguinolenta. • Ciclos menstruais irregulares, sinusorragia, sangramento pós-coital. • Dispareunia Fase avançada • Anemia: em virtude do sangramento • Dor lombar: em função do comprometimento da uretra • Hematúriae alterações miccionais: invasão da bexiga • Alterações no habito intestinal: invasão do reto RASTREAMENTO: PCCU É um exame ginecológico, rápido, prático e de baixo custo, muito importante no rastreamento do câncer de colo de útero, ele é capaz de detectar alterações nas células dessa região. Ele pode identificar lesões que podem evoluir para o câncer, diagnosticar a infecção por HPV assim como outras ISTS. Proteínas E6 e E7 se ligam a P53e RB e inativam-as> infecção do epitélio metaplásico da zona de transição cervical > persistência da infecção viral > progressão do epitélio persistente a pré-câncer cervical > invasão da membrana basal. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 É oferecido pelo SUS, para todas as mulheres que tem ou já tiveram vida sexual ativa entre 25 anos e 64 anos de idade. Os 2 primeiros exames devem ser realizados anualmente e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos. Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade, sendo que: • mulheres sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva: interromper quando tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. • maiores de 64 anos que nunca se submeteram ao exame citopatológico: realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se negativos, estão liberadas. Imunossuprimidas: após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter anualmente enquanto se mantiver imunossupressão. Para realizar o exame é necessário: espéculo vaginal, espátula de Ayre (coleta na ectocérvice), escova endocervical (coleta na endocérvice), luvas, lâminas. Classificação de Richard: 1. NIC grau 1: afeta o terço inferior do epitélio. 2. NIC grau 2: afeta dois terços do epitélio. 3. NIC grau 3: afeta quase todo o epitélio. Quando não ultrapassa a membrana basal, a lesão é um carcinoma in situ. RESULTADOS E CONDUTA AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 DIAGNÓSTICO • História Clinica + Exame ginecológico O exame físico deve ser completo com avaliação das mamas, linfonodos supraclaviculares, axilares e inguinais (para avaliar doença metastática), tórax, abdome e vulva. COLPOSCOPIA Aplica-se ácido acético a 5%. O ácido acético coagula as proteínas citoplasmáticas do epitélio alterado. Assim, quanto mais proteínas houver, mais esbranquiçada ficará a lesão. Utiliza-se o colposcópio para obter uma visão ampliada do colo do útero, permitindo uma identificação de lesões ainda microscópicas. Avalia o nível da lesão e a extensão das células neoplásicas quanto às camadas histológicas do colo uterino. TESTE DE SCHILLER Aplica-se lugol com iodo no colo uterino para avaliar a reação dele com o glicogênio das células do epitélio. Células normais do colo são ricas em glicogênio e tornam-se mais escuras (marrom- escuro), enquanto as células alteradas, que possuem baixo teor de glicogênio, se coram pouco pelo lugol, assumindo cor amarelo-mostarda. Teste de Shiller negativo, iodo-positivo: o epitélio se cora, demonstrando a interação do iodo. Teste de Shiller positivo, iodo-negativo: o epitélio não se cora, uma vez que as células não possuem glicogênio para reagir com o iodo. BIÓPSIA É o padrão-ouro para diagnóstico, uma vez que avalia as características das células do material. A coleta será realizada nos locais do colo em que o teste de Shiller foi positivo. A biópsia pode ser realizada de 2 formas: 1. Curetagem endocervical 2. Biópsia em cone ou conização: é removido um fragmento do tecido do útero em forma de cone. A partir da biópsia é possível classificar o CA quanto aos tipos. ESTADIAMENTO É definido no momento do diagnóstico e não muda com o passar do tempo. Descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou, e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo. Ajuda na definição do tipo de tratamento e a prever o prognóstico da paciente. EXAMES PARA O ESTADIAMENTO: baseia- se nos resultados do exame físico, biópsias, exames de imagem como: RX, USS, TC, RNM, cistoscopia e proctoscopia, TRATAMENTO Criocirurgia: utiliza-se uma sonda de metal resfriada com nitrogênio líquido para destruir as células cancerígenas, é indicada em casos de neoplasia intraepitelial. Conização: é a remoção cirúrgica de toda ou parte da endocérvice. Ela pode ser com bisturi, chamada de conização a frio, ou por aquecimento, que é a cirurgia de alta frequência (CAF). Histerectomia simples: remoção do útero (corpo do útero e colo do útero), preservando as estruturas próximas ao órgão. Histerectomia radical: retira-se o útero, juntamente com os tecidos próximos ao órgão e a parte superior da vagina, próxima ao colo do útero. Radioterapia: Primária: todos os estádios, no entanto, no I e IIa a cirurgia é indicada por apresentar menos efeitos colaterais. Adjuvante: é necessária na presença de margens cirúrgicas positivas. Quimioterapia: para pacientes estágio IVB, para controle sintomático e ↑ da sobrevida. PREVENÇÃO Primária: está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV: ✓ Preservativos. ✓ Vacinação: Recomenda-se 2 doses com intervalo de 6 meses (esquema 0-6). • Meninas: 9 a 14 anos • Meninos: 11 a 14 anos OBS: imunodeprimidos- três doses (0-2-6 meses) para ambos os sexos com idade entre 9 e 26 anos. Secundária: detecção precoce -PCCU. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 PROBLEMA 3 CÂNCER DE MAMA ANATOMIA DA MAMA A mama da mulher adulta é composta por: Estroma: tecido adiposo + conjuntivo. Epitélio glandular: formado por dois sistemas: lobular e ductal. A mama é composta lobos de tecido glandular túbulo-alveolar que convergem para o mamilo. Os lobos são formados lóbulos, e cada lóbulo é formado por alvéolos (ácinos). A superfície da mama é dividida em quatro quadrantes para localização anatômica e descrição de tumores e cistos. Quadrante superior externo ou lateral (QSE ou QSL). Quadrante inferior externo ou lateral (QIE ou QIL). Quadrante superior interno ou medial (QSI ou QSM). Quadrante inferior interno ou medial (QII ou QIM). O QSE possui maior incidência de CA de mama. CONCEITO CÂNCER DE MAMA É causado pela divisão descontrolada e crescimento de células epiteliais que revestem os ductos e lóbulos da mama. Existem vários tipos, sendo assim a doença pode evoluir de diferentes formas. O mais comum é o carcinoma ductal infiltrante não especificado (70-80%) seguido pelo carcinoma lobular infiltrante. EPIDEMIOLOGIA 2º CA mais incidente no mundo. É o que mais acomete as mulheres no Brasil e no mundo (excluindo CA de pele não melanoma). considerado a principal causa de morte por câncer em mulheres e a 5ª causa no geral. Faixa etária mais acometida: 50 a 70 anos. FATORES DE RISCO • Sexo feminino • Idade: > 50 anos • História familiar de CA de mama e ovário. OBS: caso o histórico de parentes do primeiro grau seja antes dos 50 anos recomenda o rastreio precoce. • Fatores genéticos: alteração no BRCA1 e BRCA2, além de etnia branca. • Doenças benignas de mama • Fatores Geográficos: mais comum em países desenvolvidos e industrializados. • Idade da menarca: quanto mais precoce, maior o risco • Idade da menopausa: quanto mais tardia, maior o risco. • Ciclos menstruais: quanto mais curtos, maior o risco (↑ exposição à fase lútea = ↑ estrogênio = ↑ risco). Modificáveis • Contraceptivos hormonais • Terapia hormonal • Álcool • Sedentarismo • Dieta rica em gordura Fatores protetores • Multiparidade: induz a diferenciação das células mamarias, permitindo que elasfiquem um tempo maior na fase G1 do ciclo celular (↑ reparo de DNA). • Lactação: induz a diferenciação dos ductos terminais e ↓ ciclos menstruais ovulatórios. • Vitaminas: mecanismo antioxidante (defesa ao DNA). ETIOPATOGENIA As células do tecido glandular têm receptores para alguns hormônios, como o estrogênio, a progesterona e a prolactina. Eles estimulam a divisão das células alveolares, permitindo que elas aumentem em número. Na ausência desses hormônios, essas células alveolares acabam por sofrer apoptose. Em cada divisão dessas células, existe uma oportunidade para uma mutação genética que pode levar a formação de tumores. O CA de mama tem sido associado a mutações específicas nos genes supressores do tumor, como genes do câncer de mama (BRCA1 e BRCA2 que codificam proteínas importantes no reparo do DNA, promovendo supressão tumoral e perda de suas funções) e p53. Além disso, pode ter mutações no gene ERBB2, que aumenta a expressão dos segundos receptores do fator de crescimento AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 epidérmico humano (HER-2), que pode estimular e promover o crescimento celular. Quando ocorrem as mutações nos genes, geralmente as células epiteliais que revestem os ductos ou lóbulos são afetadas, elas começam a crescer e se multiplicar sem controle, criando um tumor. No carcinoma da mama, a disseminação ocorre principalmente a partir da via linfática pela riqueza de capilares linfáticos existentes na mama e formação de novos vasos linfáticos peritumorais. Uma vez dentro dos canais linfáticos, estas células são transportadas pela linfa até atingir o linfonodo sentinela. A partir deste, os êmbolos tumorais poderão seguir até as cadeias ganglionares regionais comprometendo outros linfonodos, principalmente os da cadeia axilar. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA CARCINOMAS IN SITU: restrito ao epitélio, não ocorre infiltração do estroma. Carcinoma in situ Ductal: Caracterizado pelo crescimento das células tumorais do ducto até o lúmen. Caso não haja tratamento, pode atravessar a membrana basal e se tornar um carcinoma invasivo. As células cancerosas podem migrar pelos ductos lactíferos e pelos poros até a pele do mamilo, caracterizando a doença de Paget (desordem do mamilo e aréola, caracterizada pela aparência eczematoide, com presença de erosão e descamação). Carcinoma in situ Lobular: dentro dos lóbulos sem invasão dos ductos, causando hipertrofia dos alvéolos afetados. CARCINOMAS INVASIVOS: infiltração do estroma mamário e possui vários tipos: Carcinoma Ductal invasor (+ comum): Tipo de CM mais comum, correspondendo à 70 a 80% das lesões invasivas diagnosticadas em biópsia. Carcinoma Lobular invasor: Pouco frequente (5 a 10%). Outros: mucinoso, tubular, medular, inflamatório e papilífero. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, fixo ao tecido adjacente, algumas vezes com alterações cutâneas ou derrame papilar, geralmente >1cm. Alterações cutâneas: coloração avermelhada da pele da mama, edema cutâneo semelhante à casca de laranja. Secreção papilar: geralmente é unilateral, com aspecto transparente, podendo também ser rosada ou avermelhada devido à presença de hemácias. RASTREIO EXAME CLÍNICO DAS MAMAS Deve ser realizado como parte do exame físico e ginecológico, e constitui a base para a solicitação dos exames complementares. Passos: inspeção estática e dinâmica, palpação das axilas e palpação da mama com a paciente em decúbito dorsal. SINAIS DE ALERTA: • Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos. • Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual. • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade. • Descarga papilar sanguinolenta unilateral. • Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos. • Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral. • Presença de linfadenopatia axilar. • Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja. • Retração na pele da mama. • Mudança no formato do mamilo MAMOGRAFIA Considerado o exame “Padrão Ouro”, principalmente, por seu baixo custo e pela relativa acessibilidade. É um exame utilizado para AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama. É recomendada na faixa de 50 a 69 anos, a cada dois anos, pelo SUS. OBS: o autoexame é uma estratégia de conscientização importante para o diagnóstico precoce, incita o autoconhecimento do corpo. Em mulheres com história familiar de câncer de mama em parentes de 1º grau antes dos 50 anos recomenda o acompanhamento médico a partir dos 35 anos. Para laudar a mamografia faz uso da classificação BI-RADS, que é um código padronizado que serve tanto para mamografias de rastreamento quanto para mamografias de diagnóstico. OBS: BI-RADS 3: o controle radiológico deve ser feito semestralmente no 1º ano, anual no 2º e 3º ano. Se for confirmada a estabilidade da lesão, volta à rotina. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do câncer de mama é somente confirmado após uma biópsia, que é solicitado em casos de BI-RADS 4 e 5. A biópsia mais utilizada é por agulha grossa (core biopsy). A biópsia cirúrgica (excisional) pode ser utilizada no câncer de mama em estádios avançados. OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES RM: casos não conclusivos nos métodos tradicionais; carcinoma oculto; planejamento terapêutico; avaliação de resposta à quimioterapia neoadjuvante; suspeita de recidiva e avaliação das complicações dos implantes. US: pode complementar a mamografia. Cintilografia: empregada para a procura de metástases à distância. PAAF (aspiração por agulha fina): importante na análise do linfonodo sentinela. ESTADIAMENTO Pode ser feito no sistema TNM, a fim de fazer estimativa de prognóstico e definir estratégia terapêutica. T determina o tamanho do tumor e se está crescendo nas proximidades N descreve o grau em que o tumor se espalhou para os linfonodos vizinhos M determina a extensão do tumor e suas metástases para outros locais. TRATAMENTO Cirurgias conservadoras: Preserva boa parte da mama, limitando-se à ressecção da área que contém o tumor, com boa margem de segurança. Estão indicadas para tumores pequenos ou maiores, desde que o tumor corresponda a 20% do volume mamário. Cirurgias radicais: Mastectomia simples: exérese apenas da mama. Indicada em tumores multicêntricos ou intraductais extensos. Mastectomia radical: Ressecção de toda a mama, músculos peitorais maior e menor e esvaziamento axilar. Indicada nos tumores infiltrantes que ocupam + de 20% do volume da mama. OBS: deve-se fazer a biópsia do linfonodo sentinela para avaliar a necessidade de esvaziamento axilar completo. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Radioterapia: controle locorregional da doença. Seu uso mais comum é no pós-operatória (radioterapia adjuvante) para diminuir as taxas de recidiva. É sempre associada nas cirurgias conservadoras no pré ou pós operatório. Quimioterapia: - QT pré-operatória (neoadjuvante): ↓ o tamanho tumoral para possibilitar cirurgias conservadoras em tumores ↑. - QT adjuvante: complementa o tratamento cirúrgico, diminuindo as taxas de recidiva e os índices de mortalidade. - QT para metástases à distância: ajuda a prolongar a sobrevida de pacientes com doença M1. Hormonioterapia: substancias que inibem ou ↓ a atividade dos hormônios endógenos sobre a mama. É usada quando o câncer tem receptores positivoscomo estrogênio e HER2 (depende de uma análise imuno-histoquímica). Geralmente é utilizada após a cirurgia, como terapia adjuvante para evitar recidivas ou como terapia neoadjuvante durante 5 anos. PREVENÇÃO Primária: está relacionada aos fatores de risco modificáveis. Prevenção secundária: rastreamento. PROBLEMA 4 CÂNCER DE PRÓSTATA ANATOMIA DA PROSTÁTA 1. Zona periférica: mais externa e maior (onde normalmente se origina o CA de próstata- a maioria são adenocarcinomas) 2. Zona central: contém os ductos ejaculatórios que se juntam à uretra prostática. 3. Zona de transição: contém células de transição, que também são encontradas na bexiga. (onde normalmente se origina a hiperplasia prostática benigna) Microscopicamente, há células basais e luminais, as células luminais secretam substâncias no líquido prostático e produzem o antígeno prostático específico (PSA), que ajuda a liquefazer o sêmen em gel após a ejaculação. EPIDEMIOLOGIA 6ª neoplasia mais frequente, é o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele. É a 2ª principal causa de morte por câncer em homens atrás somente do câncer de pulmão. É considerado um câncer de terceira idade, visto que 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. FATORES DE RISCO • Idade: ↑ idade = ↑ a incidência (>65 anos!!!) • Etnia negra: os casos são mais agressivos. • História familiar • Fatores hormonais: níveis elevados do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1) contribui para o câncer, uma vez que aumenta a proliferação celular, diminui a apoptose das células malignas e promove a angiogênese tumoral. • Síndrome de Lynch e mutação do gene BRCA. • Dietas ricas em ácidos graxos insaturados, obesidade, tabagismo, consumo de carne processada. ETIOPATOGENIA O CA de próstata surge pela iniciação/progressão provocada pela interação de alterações genéticas e ambientais. Assim, podem surgir porque as múltiplas divisões celulares que ocorrem com o passar dos anos acompanham-se de fragmentações dos cromossomos, com perda dos genes supressores de tumor e ativação dos proto-oncogenes. Dois genes são importantes no processo: • TMPRSS2 é próstata-específico e tem sua expressão regulada por hormônios androgênios. • ERG é de uma família de fatores de transcrição p/ oncogenes e sua expressão ativa oncogenes. A fusão TMPRSS2-ERG resulta na ativação de múltiplos oncogenes em resposta aos androgênios. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CA Na fase local inicial, a doença pode ser assintomática ou apresentar alguns, como: • Dificuldade de urinar • Demora em iniciar e finalizar o ato urinário • Diminuição do jato urinário • Poliúria • Disfunção erétil Na fase mais avançada pode apresentar: • Retenção urinária • hematúria • hematoespermia • Edema de membros inferiores e desconforto nas áreas pélvicas e perirenais (disseminação linfonodos pélvicos). • Dor óssea intensa em função de metástases ósseas, mais frequentes em ossos da bacia, fêmur e costelas. • Raramente podem ocorrer queixas de metástases viscerais (derrame pleural, falência hepática, etc). FORMAS DE DISSEMINAÇÃO E FOCOS DE METÁSTASE A disseminação local compromete estruturas periprostáticas como v. seminais e bexiga (obstrução urinária). A disseminação linfática ocorre primeiro nos linfonodos obturadores e, depois, os para-aórticos. A disseminação hematogênica acomete principalmente o esqueleto axial. Local mais comum de metástase: ossos!!, são encontradas lesões osteoblásticas (aspecto branco ou radiopaco no RX). Hiperplasia Prostática Benigna Importante diferenciar do CA de próstata. Com o passar da idade toda a próstata aumenta de maneira uniforme e podem surgir pequenos nódulos hiperplásicos que podem ser confundidos como câncer de próstata. Esses nódulos podem comprimir a uretra prostática, dificultando a passagem da urina. SINTOMAS: surgem quando a uretra está obstruída, eles são: drible (fluxo fraco e inconsistente da urina), disúria, hesitação (dificuldade em iniciar a micção), e nictúria (à medida que a urina se acumula na bexiga, ela causa uma sensação constante de esvaziamento incompleto da bexiga, o que aumenta a frequência de micção noturna). RASTREAMENTO O INCA e o Ministério da Saúde não recomendam o rastreamento do câncer de próstata. É indicado que aja uma conversa com o paciente, caso ele queira realizar os exames de rastreio, o médico deve explicar sobre os riscos benefícios da realização, sendo uma decisão em conjunto. BENEFÍCIOS: pode ajudar a identificar o câncer de próstata logo no início da doença, aumentando assim a chance de sucesso no tratamento. RISCOS: O PSA é tecido-específico, mas não tumor- específico. Logo, outras condições como o aumento benigno da próstata, prostatite e infecções do trato urinário inferior podem elevar o nível de PSA, bem como pode não estar elevado no CA de próstata. Pode gerar tanto resultados falso positivos quanto falso negativos. Cerca de 2/3 dos homens com PSA elevado NÃO têm câncer de próstata detectado na biópsia. Sobrediagnóstico: refere-se aos casos que não evoluiriam clinicamente e são encontrados no rastreamento. Sobretratamento: Ocorre em consequência do sobrediagnóstico, expondo homens sadios a riscos decorrentes do tratamento desnecessário como: disfunção erétil, incontinência urinaria, problemas intestinais, etc. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda rastreamento com toque retal e PSA anualmente para homens > 50 anos sem história familiar e a partir dos 45 para aqueles com história familiar positiva. DIAGNÓSTICO TOQUE RETAL: avalia aspectos da próstata, como seu tamanho e forma, sua consistência, sensibilidade, dor, incômodo à pressão com o dedo, o tônus do esfíncter anal. Alterações encontradas são importantes. EXAME DE PSA: é um exame de sangue que mede o Antígeno Prostático Específico (PSA): glicoproteína produzida naturalmente pela próstata. Quando há um aumento do PSA, deve-se suspeitar de CA, associando-o à clínica. OBS: alguns fatores que elevam o PSA - manipulação da próstata (toque retal e atividade AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 sexual 72h antes do exame); biópsia (4 semanas antes). Após a avaliação inicial, os homens com suspeita de CA de próstata devem ser encaminhados para ambulatórios de média complexidade, onde o médico urologista faz a investigação diagnóstica. BIÓPSIA: É o exame confirmatório. Deve ser indicada em todos os pacientes com áreas de maior consistência na glândula (alteração no toque retal) ou com ↑ do PSA. A confirmação se dá pela avaliação histopatológica de material coletado na biópsia ou em lesões metastáticas. Na classificação histopatológica, tem- se o score de Gleason, que associa o comportamento biológico e o prognostico da doença. • Grau 1: glândulas regulares e homogêneas, com pouco estroma entre si. • Grau 2: glândulas com bordas irregulares e + estroma entre elas. • Grau 3: glândulas irregulares e pequenas e individualizadas. • Grau 4: glândulas irregulares, com infiltração e invadindo tecidos adjacentes. • Grau 5: Tumor anaplásico. Células soltas, invadindo órgãos e tecidos vizinhos. O escore total da classificação de Gleason varia de 2 a 10. Deve-se graduar de 1 a 5 as duas áreas + frequentes do tumor e somar os resultados. Ex: o padrão dominante possui grau 3 e o secundário grau 4, o Gleason final é 7. Se apenas um padrão é encontrado, deve-se duplicar seu grau. Quanto ↓ o escore de Gleason, melhor será o prognóstico do paciente: • Gleason 2-4: Bem diferenciado (25% de chance de disseminar) • Gleason 5-6: Intermediário (50% de chance de disseminar) •Gleason 7: Pouco diferenciado (50% de chance de disseminar) • Gleason 8-10: Indiferenciado (alto grau - 75% de chance de disseminar) ESTADIAMENTO Se baseia nos resultados da biópsia, incluindo a pontuação de Gleason, nível do PSA e demais exames complementares. EXAMES: avaliação de metástase – cintilografia óssea, TC de abdome e pelve. TRATAMENTO ESTÁGIOS I E II: vigilância ativa com acompanhamento clínico + prostectomia radical ou radioterapia a depender da expectativa de sobrevida e comorbidades que afetam o paciente. Vigilância ativa: evita possíveis complicações no tratamento a partir de acompanhamento com PSA a cada 3 meses e rebiopsias programadas (a primeira de 6-12 meses após diagnostico). Prostatectomia radical: retirada cirúrgica da próstata, vesícula seminal e linfonodos. Radioterapia: para pacientes com comorbidades e proibitivas de cirurgia. ESTÁGIOS III E IV: deve se realizar a hormioterapia. Hormonioterapia: consiste na eliminação dos hormônios androgênios, uma vez que as células tumorais prostáticas, são dependentes desses hormônios para sobreviver e proliferar. Assim, a hormonioterapia reduz o volume prostático, os níveis de PSA e aumenta a apoptose celular. Sempre utilizar suplementação vitamínica e de cálcio para prevenir osteosporose. Quimioterapia: utilizada se ao longo de 6 meses de hormonioterapia, os níveis de PSA não ↓ pela metade. PREVENÇÃO • Ter uma alimentação saudável. • Manter o peso corporal adequado. • Praticar atividade física. • Não fumar. • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas PROBLEMA 5 CÂNCER DE PULMÃO EPIDEMIOLOGIA 2º mais comum em homens e mulheres no Brasil, considerado também o mais mortal do mundo. Acomete principalmente homens. Ocorre principalmente em pessoas mais velhas. A maioria dos pacientes diagnosticados tem 65 anos ou mais. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Mais de 95% das neoplasias de pulmão são de origem epitelial (carcinoma). FATORES DE RISCO Tabagismo: favorece a exposição a mais de 250 carcinógenos, por exemplo o benzopireno, potente mutagênico e carcinogênico. O tabagismo passivo também eleva o risco de câncer de pulmão. A cessação do tabagismo reduz o risco com o tempo (15-20 anos). Ele continua sendo maior em ex- fumantes do que em pessoas que nunca fumaram. • História familiar • Idade: 50 a 70 anos. • Dieta: rica em gordura e pobre em frutas, vegetais e legumes. • Fatores genéticos: polimorfismo de vários genes envolvidos no metabolismo de reparação do DNA (o p53, por exemplo). • Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, ↑ ou ↓ de vitamina A, DPOC. • Irradiação torácica prévia, exposição ao radônio. • Exposição ocupacional ao arsênio, níquel, asbesto (pneumoconiose do tipo asbestose), sílica (pneumoconiose do tipo silicose). TIPOS HISTOLÓGICOS NÃO PEQUENAS CÉLULAS Epidermóide (escamoso ou espinocelular) • É o mais comum entre os homens fumantes. • Localização central ou proximal. • Geralmente origina-se em um brônquio central, tem crescimento endobrônquico e, por isso, pode apresentar sintomas clínicos locais, tais como tosse e hemoptise. • Tem maior probabilidade de ser diagnosticado nas suas formas iniciais pela citologia do escarro. • É também a causa mais comum de hipercalcemia paraneoplásica. Adenocarcinoma • Tipo histológico mais comum dentre todos. • Ele é o tipo mais comum entre não fumantes, mulheres e em jovens (<45 anos). • Geralmente tem localização periférica. • Possui pior prognóstico que o escamoso, quando comparado no mesmo estágio. • É a causa mais comum de osteoartropatia hipertrófica paraneoplásica. Carcinoma de grandes células • É o mais raro dentre os carcinomas de não pequenas células, apresentando o pior prognóstico dentre eles. • É uma classificação de exclusão, ou seja, quando a histologia não é compatível com outros modelos. • É pouco diferenciado. • Localização mais periférica. CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS • É o de maior agressividade • Tumor central • Na maioria dos casos, no diagnóstico já se encontra metástases à distância. • Clinicamente, se apresentam associados a síndromes paraneoplásicas. • Subtipo mais fortemente associado ao tabagismo, sendo raríssimo em não fumantes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pode variar desde pacientes assintomáticos, pacientes apresentando sintomas resultantes do crescimento local do tumor, da invasão intratorácica, da disseminação metastática e de síndromes paraneoplásicas. CA pulmão carcinoma de cél. não pequenas carcinoma epidermóide adenocarcinoma carcinoma de cél. grandes carcinoma de cél. pequenas carcinoma neuroendócrino AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Os sintomas iniciais são gerais e constitucionais, como perda ponderal, astenia, inapetência. Quando a doença está avançada, sintomas locais são evidenciados, como: tosse, dispneia, catarro hemoptoico etc. A disseminação locorregional é suspeita quando há rouquidão, dor torácica, disfagia e derrame pleural/pericárdico. A disseminação metastática é mais comum no SNC, seguido por ossos, fígado e adrenais. Alguns tumores causam um grupo de sintomas muito específicos, chamados de síndromes: Síndrome de Horner: pode haver dor intensa no ombro, ptose palpebral, miose, enoftalmia (afundamento do olho) e anidrose (transpiração diminuída do lado afetado da face). Síndrome da Veia Cava Superior: os sintomas são inchaço no rosto, no pescoço, nos braços e na parte superior do tórax, dores de cabeça, tontura e alteração na consciência. SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS São distúrbios sistêmicos ocasionados pela existência de um tumor. Com frequência se manifestam meses ou anos antes da detecção clínica e laboratorial do câncer, e se corretamente identificadas podem levar a um diagnóstico precoce da lesão. Dentre os tumores de pulmão, o carcinoma de pequenas células é o subtipo mais associado. HIPERCALCEMIA É comumente associada ao carcinoma epidermoide e tem como causa a produção tumoral de PTH-rp (peptídio relacionado ao paratormônio), substância que induz atividade osteoclástica e inibe a excreção renal de cálcio. O quadro clinico laboratorial, inclusive, é muito parecido com o hiperparatireoidismo primário (hipercalcemia, hipofosfatemia, acidose metabólica, hiperclorêmica e aumento do AMP cíclico urinário), porém, os níveis de PTH sérico encontram-se suprimidos. SINDROME DE ANTIDIURESE INAPROPRIADA (SIADH) Relacionada ao carcinoma de pequenas células. O ADH produzido pelo tumor promove retenção renal de água livre e hiponatremia, que pode ser grave e comprometer o nível de consciência. SINDROME DE CUSHING É ocasionada pela produção tumoral de ACTH e costuma se relacionar ao carcinoma de pequenas células. O paciente apresenta hipertensão arterial, hiperglicemia e alcalose metabólica hipocalêmica. OSTEOARTROPATIA PULMONAR HIPERTRÓFICA Encontrado no adenocarcinoma. Gera baqueteamento digital por aumento dos tecidos moles nas extremidades e sinovite de grandes articulações periféricas (punhos, cotovelos, tornozelos, joelhos), geralmente simétrica. A VHS elevada e a boa resposta aos AINEs muitas vezes atrasam o reconhecimento desta condição. SÍNDROME MIASTÊNICA DE EATON- LAMBERT Típica de carcinoma de pequenas células. O mecanismo é a produção de autoanticorpos contra os canais de cálcio sensíveis a voltagem (anti-VGCC) presentes nos neurônios pré- sinápticos da placa motora. Tais anticorpos bloqueiam a liberação de acetilcolina na fenda AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 sináptica, impedindo a transmissão do impulso. As manifestações incluem fraqueza muscular proximal,hiporreflexia e disfunção autonômica. DIAGNÓSTICO RX e TC: Muitos pacientes são inicialmente identificados pelo RX do tórax. No entanto, esse método não é muito sensível e deve ser confirmado por uma TC de tórax, que define melhor as características anatômicas da lesão. O padrão-ouro é feito por biópsia, para que haja a análise histopatológica, pode ser feita por: Citologia do escarro: recomenda-se a análise de pelo menos 3 amostras de catarro, mais usado para tumores grandes e centrais. (ausência de cel. maligna não exclui CA). Biópsia brônquica por broncoscopia: sensibilidade de 70-80% para nódulo central >2cm. Biópsia transtorácica por agulha guiada por TC: sensibilidade de 95% para nódulo periférico >2 cm. ESTADIAMENTO EXAMES: cintilografia óssea, TC de abdome superior (adrenal e fígado) e RM/TC cerebral, mediastinoscopia, etc. TRATAMENTO ESTÁGIO I: O tratamento de escolha é cirurgia, geralmente lobectomia e linfadenectomia mediastinal por toracotomia aberta ou videotoracoscopia. ESTÁGIO II: também se utiliza lobectomia e linfadenectomia mediastinal, associado, muitas vezes, com quimioterapia adjuvante. ESTÁGIO III: há várias possibilidades de tratamento, o que determina a escolha é o estadiamento. No estágio IIIA: • T3N1M0 = cirurgia + quimioterapia adjuvante • N2: quimiorradioterapia isolada • T4N0-1M0 = quimiorradioterapia neoadjuvante + cirurgia. No estágio IIIB, faz-se quimiorradioterapia isolada, sempre levando em conta a performance do paciente. ESTÁGIO IV: faz-se quimioterapia paliativa. TRATAMENTO PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO NO SUS Consiste no aconselhamento terapêutico e grupos de apoio, acompanhado pelo tratamento medicamentoso: nicotina (adesivo, goma e pastilha) O tempo de tratamento total preconizado é de 12 meses e envolve as etapas de avaliação, intervenção e manutenção da abstinência. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTICIAS PROBLEMA 6 CÂNCER DE ESÔFAGO ANATOMIA DO ESÔFAGO Esfíncteres esofágicos superior e inferior: controlam a passagem do bolo alimentar. OBS: o esfíncter inferior do esôfago, controla a passagem do alimento do esôfago para o estômago e faz com que o ácido estomacal e as enzimas digestivas não cheguem ao esôfago. Mais comum ocorrer metaplasia. A parede do esôfago é formada por 4 camadas: • Mucosa: apresenta o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, formado por células escamosas. (nessa camada que a maioria dos cânceres se originam). • Camada submucosa • Muscular • Adventícia EPIDEMIOLOGIA É o 8º mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de 2x maior do que em mulheres. Faixa etária mais acometida: > 50 anos, o pico é aos 65 anos. TIPOS E FATORES DE RISCO Os principais tipos malignos são: • Carcinoma de células escamosas (epidermoide): mais prevalente • Adenocarcinoma: vem aumentando a incidência. CARCINOMA ESCAMOSO É derivado do epitélio estratificado não queratinizado, característico da mucosa normal. Origina-se principalmente no terço médio do esôfago. FATORES DE RISCO: • Baixa condição socioeconômica e má nutrição. • Tabagismo • Etilismo: bebidas destiladas • Ingestão habitual de bebidas muito quentes (café, chá, chimarrão) • Tilose palmar e plantar: condição hereditária de descamação de mãos e pés que também pode afetar o esôfago. • Acalasia: distúrbio benigno nas contrações, o esfíncter esofágico inferior não relaxa corretamente, resulta em disfagia, dor torácica e perda de peso. • Síndrome de Plummer-Vinson: ocorre por deficiência de ferro, gera glossite, desenvolvimento de membrana no esôfago cervical e anemia ferropriva. A inflamação crônica ativa eventos que geram displasia. • Alimentos ricos nitratos e nitrosaminas – estes possuem alta capacidade mutagênica. (ex: alimentos defumados) • Deficiência de vitamina A. • Lesões cáusticas –queimaduras. • Infecção por HPV • Lesão por radiação • Doença celíaca. ADENOCARCINOMA É derivado do epitélio de Barret –metaplasia intestinal (epitélio escamoso para o colunar). O tumor costuma se apresentar no terço distal do órgão. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 FATORES DE RISCO • Etnia branca • > 40 anos • Países desenvolvidos • Doença do refluxo gastroesofágico: a válvula que impede que ácido estomacal volte para o esôfago é defeituosa. Há a liberação de citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas no esôfago. Leva ao Esôfago de Barret, principalmente na junção gastroesofágica. • Obesidade: maiores chances de desenvolver DRGE. ETIOPATOGENIA Genes supressores de tumor como a P53 e a E- caderina são inativados, permitindo proliferação de células neoplásicas. Os oncogenes, como a ciclina D1, promovem as alterações iniciais nas células neoplásicas, fazendo-as evadir da resposta imune a partir de mutações e supressão apoptotica. Há também a superexpressao do fator de crescimento epidérmico (EGFR) para a proliferação celular. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria das pessoas é assintomática na fase inicial, especialmente no CEE. A neoplasia de esôfago geralmente apresenta sintomas inespecíficos, de evolução insidiosa. Fases mais avançadas: a ingesta de sólidos e até líquidos pode estar prejudicada, gerando os sintomas: difagia- dificuldade para deglutir (incialmente para sólidos e depois para líquidos), odinofagia- dor ao deglutir, dor torácica, sangramento gastrointestinal, náusea/vômito, perda de peso e desnutrição. Pode ter roquidão se lesar o nervo laríngeo recorrente. As metástases acontecem nos linfonodos locais, pulmão, fígado, suprarrenais e ossos. Icterícia (infiltração hepática metastática) e dispneia (infiltração pulmonar metastática). DIAGNÓSTICO ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA COM BIÓPSIA: é o padrão-ouro por permitir a visualização direta da neoplasia, possibilitando também a coleta da BIOPSIA para a confirmação histopatológica. ESOFAGOGRAFIA BARITADA: É um exame de raio X, em que o paciente ingere um contraste de bário. Padrão encontrado: o lúmen do esôfago diminui abruptamente, chamado de padrão de maça mordida, diferente da observada na acalasia em que o afunilamento é progressivo. ESTADIAMENTO É baseado sistema TNM: • T= tamanho e infiltração da parede esofágica • N= presença ou não de linfonodos comprometidos • M= presença ou não de metástases. Também é classificado em 4 estágios: EXAMES: US endoscópica, TC, exames sanguíneos básicos, incluindo hemograma completo, eletrólitos e testes de função hepática, devem ser realizados. TRATAMENTO CIRURGIA ESOFAGECTOMIA + LINFADENECTOMIA REGIONAL Quando o tumor é pequeno e atingiu apenas a superfície do esôfago, sem invadi-lo, é possível removê-lo por meio de endoscopia. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 TERAPIA NEOADJUVANTE A principal utilidade é o controle local do tumor, mas por si só não confere ↑ na sobrevida. • Quimioterapia • Radioterapia Deve-se fazer quimiorradioterapia, principalmente em pacientes não candidatos à cirurgia por↑ risco cirúrgico ou CA avançado. O tipo de tumor que responde melhor à radioquimioterapia é o carcinoma de células escamosas. TERAPIA PALIATIVA É feito em pacientes com tumor irressecável para prover conforto e qualidade de vida. Utiliza-se dilatadores de esôfago e radioterapia. PROBLEMA 7 CÂNCER DE ESTÔMAGO ANATOMIA DO ESTÔMAGO A parede do estômago está formada pelas seguintes partes: • Mucosa: é a camada que entra em contato direto com os alimentos. A maioria dos cânceres de estômago se iniciam nesta camada. Apresenta: • Células foveolares: secretam muco para proteger as células epiteliais. • Células parietais: secretam ácido clorídrico para ajudara manter um pH ácido e produzem fator intrínseco. • Células principais: secretam pepsinogênio para digerir proteínas. • Células G: secretam gastrina que estimula as células parietais a secretarem HCl. • Submucosa • Muscular • Serosa e subserosa TIPOS DE CA DE ESTÔMAGO • Adenocarcinoma: surge do epitélio glandular colunar, é o mais comum. • Linfoma: surge dos linfócitos, 2º mais comum. • Tumor carcinóide: originado nas células G. • Leiomiossarcoma: surge das células musculares lisas da parede gástrica. EPIDEMIOLOGIA 4ª neoplasia maligna mais comum no mundo e 2ª causa de morte por câncer A prevalência em homens é 2x maior que em mulheres. Faixa etária mais acometida: 50 a 70 anos. FATORES DE RISCO • Sexo masculino, idade avançada e baixo nível socioeconômico (condições sanitárias e de higiene precárias, superpopulação, desnutrição e conservação inadequada de alimentos). • História familiar • Tipo sanguíneo A • Fatores genéticos: mutações/ nos genes CDH1, APC, p53 e E-caderina. • Tabagismo • Etilismo • Exposições ocupacionais: agrotóxicos, carvão e borracha. • Dieta rica em sal, peixes crus ou defumados, nitratos, e baixo consumo de frutas e vitaminas A e C: os nitratos e nitritos ingeridos com alimentos em conserva e defumados são convertidos no estomago a N-nitrosaminas, um importante carcinógeno. A alta ingesta de sal e o baixo consumo de vitaminas antioxidantes estão associados a atrofia da mucosa gástrica. • Infecção por H. pylori: relaciona-se a um aumento do risco de câncer em até 9x. Predispõe o aparecimento do tumor através da indução de gastrite crônica, desenvolvendo a atrofia e levando a hipocloridria. • Gastrite crônica atrófica (GCA): começa com um processo multifocal no estômago, que progride continuamente ao longo de 2 a AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 3 décadas, evoluindo com a atrofia da mucosa gástrica, resultando em hipocloridria, acloridria e proliferação bacteriana com aumento da produção de nitritos. Além disso, diminui a produção do fator intrínseco, causando anemia perniciosa. • Metaplasia intestinal: transformação do epitélio glandular gástrico em células colunares metaplásicas intercaladas por células caliciformes de morfologia intestinal. • Anemia perniciosa: aumenta em até 3x o risco do CA. É uma doença autoimune que favorece a depleção de vitamina B12 no organismo e, no estômago, gera hipocloridria. • Gastrectomia prévia: risco 3x maior. • Pólipos gástricos TIPOS HISTOLÓGICOS DO ADENOCARCINOMA INTESTINAL Mais diferenciado. Associa-se a fatores de risco ambientais. Aumento da incidência com a idade. Tem melhor prognóstico. O aspecto da mucosa fica parecido com a mucosa do intestino degaldo (forma glândulas) É mais comum na curvatura menor do antro como uma grande úlcera irregular com bordas amontoadas. DIFUSO Mal diferenciado. Mais agressivo. Associa-se a fatores genéticos Atinge pessoas mais novas, média 40 anos. Pior prognóstico. As células são em anel de sinete (acúmulo de muco no citoplasma e desvio do núcleo para periferia). É mais na cárdia. É mais infiltrativo Se dissemina mais fácil. ETIOPATOGENIA DO ADENOCARCIONOMA INTESTINAL É causado geralmente, pela bactéria H. pylori que libera alguns fatores de virulência e causam danos extensos. O sistema imunológico identifica esses danos e causa uma resposta inflamatória dentro do revestimento gástrico, provocando uma gastrite. Contudo, enquanto a bactéria permanecer no estômago ela continua danificando a mucosa, gerando a persistência da inflamação e resultando em uma gastrite crônica, em que o epitélio normal fica continuamente danificado e reparado. A bactéria causa desequilíbrio no ciclo celular – entre proliferação e apoptose, há um aumento na liberação de citocinas e radicais livres no meio gástrico, promovendo o estresse oxidativo, estimulando o processo de angiogênese. Ela pode causar gastrite atrófica crônica que leva a uma metaplasia intestinal, posteriormente a displasia e, por fim, ao adenocarcinoma. A gastrite crônica provocada pela infecção crônica pelo H. pylori provoca acloridria (diminuição da secreção de HCl). Isso favorece o crescimento bacteriano e a conversão de nitratos em nitritos, que combinados com fatores genéticos, promovem uma proliferação celular anormal, mutações genéticas e câncer. Cepas da H. pylori ainda podem conter a proteína CagA, esta é capaz de ativar processos carcinogênicos, receptores para fatores de crescimento e aumentar a proliferação celular e angiogênese. Sua disseminação é quase sempre hematogênica. ETIOPATOGENIA DO ADENOCARCINOMA DIFUSO Está relacionado a mutações no gene CDH1, que é um gene supressor de tumor que codifica a molécula de adesão à membrana E-caderina. A E-caderina é responsável pela adesão de uma célula epitelial na outra, além de transmitir sinais que controlam a progressão do ciclo. Como nesse caso, ela não está funcionando adequadamente, as células se desprendem e começam a dividir incontrolavelmente. Ele ocasiona a linite plástica em que a parede do estômago fica grossa e dura. Sua disseminação se faz mais comumente por contiguidade (transmural) e pela via linfogênica (metástases nodais). Geralmente, as metástases ocorrem no peritônio, linfonodos ao redor do umbigo e o linfonodo supraclavicular esquerdo. QUADRO CLÍNICO Inicialmente, pode ser assintomático ou apresentar sintomas inespecíficos como um mal- estar, perda de apetite e dispepsia (sensação de queimação na parte superior do abdômen). Depois que a dor evolui, os principais sintomas são: • Dor epigástrica (não melhora após comer) • Náusea • Vômito • Perda de peso. Infecção por H.pylori ⇒ Gastrite atrófica crônica ⇒ metaplasia intestinal ⇒ displasia ⇒ Adenocarcinoma intestinal AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Plenitude gástrica. • Anemia ferropriva (se houver ulceração). • Hematêmese • Melena. Formas avançadas: caquexia, icterícia, palidez cutâneo-mucosa, ascite e massa epigástrica palpável. A doença metastática pode ser identificada através dos sinais: Linfonodo de Virchow: localizado na fossa supraclavicular esquerda. Sinal de Blumer: nódulo palpável no fundo do saco de douglas ao toque retal. Tumor de Krukenberg: aumento do volume ovariano ao exame ginecológico. Sinal de Sister Mary Joseh: linfonodo palpável na região umbilical. SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS Sinal de Leser-Trélat: manchas acastanhadas seborreicas em toda a pele resultante da estimulação de queratinócitos por fatores de crescimento produzidos pelas células cancerosas. Acantose nigricans: lesão cutânea elevada e hiperpigmentada, que atinge principalmente as superfícies flexoras do corpo. Poliartrite nodosa: inflamação e necrose de artérias que podem gerar insuficiência renal ou IAM. Síndrome de Trousseau: tromboflebite migratória na veia resultante das células cancerígenas que provocam lesão tecidual e ativam, assim a cascata de coagulação, além de aumentarem a coagulação do sangue e propiciarem a formação de trombos. Síndrome de pseudoacalasia: se o câncer cresce próximo a junção do esofagogástrica ou cárdia impede a passagem de alimentos e disfagia, gerando essa síndrome. DIAGNÓSTICO ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA + BIÓPSIA Utiliza-se a classificação macroscópica de Borrmann para o adenocarcinoma invasivo e subdivide as lesões em tipos: EXAME BARITADO (SEED): Trata-se de uma seriografia, série de radiografias que avaliam a região do trato gastrointestinal alto. Serve como triagem, e caso tenham achados suspeitos, prossegue-se com endoscopia + biópsia. ESTADIAMENTO Apósa confirmação do diagnóstico é feito o estadiamento baseado no sistema TNM. Exames que avaliam a presença de metástase: • TC de abdome • USG endoscópico • Videolaparoscopia: indicado quanto não é encontrado metástase por outros métodos. TRATAMENTO Cirurgia Curativa GASTRECTOMIA + LINFADENECTOMIA REGIONAL. A gastrectomia pode ser total ou sub-total. O tumor deve ser ressecado com ampla margem de AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 segurança (8cm) devido à tendência da disseminação intramural. Terapia Adjuvante: indivíduos submetidos à ressecção curativa, com o estadiamento cirúrgico mostrando acometimento linfonodal ou de órgãos adjacentes. Terapia Paliativa: alívio sintomático com a menor morbidade possível, pode ser com quimio ou rádio. PRINCÍPIOS DO CUIDADO PALIATIVO São todos os cuidados oferecidos na assistência dos pacientes que têm doenças graves incuráveis que ameaçam a continuidade da vida. ✓ Promover o alívio da dor e outros sintomas ✓ Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida ✓ Não acelerar nem adiar a morte ✓ Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente ✓ Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte. ✓ Oferecer sistema de suporte para os familiares ✓ Abordagem multiprofissional. ✓ Melhorar a qualidade de vida PROBLEMA 8 CÂNCER COLORRETAL ANATOMIA DO INTESTINO GROSSO CONCEITO É uma neoplasia que se origina no cólon, reto ou canal anal. A doença começa na mucosa e com o tempo vai atingindo as camadas mais profundas (submucosa, muscular e serosa) e outras estruturas adjacentes. EPIDEMIOLOGIA 3º mais comum em homens e o 2º em mulheres, sendo considerado a terceira causa de morte por câncer no mundo. Acomete principalmente homens com mais de 60 anos. FATORES DE RISCO • Raça, etnia e gênero: afrodescendentes do sexo masculino acima dos 50 anos. • História familiar • Histórico pessoal: se já apresentou adenoma colorretal, já apresentou CA colorretal esporádico. • Dieta rica em carnes vermelhas e carnes processadas • Dietas ricas em calorias e gordura de origem animal ou carboidratos refinados: o consumo exacerbado aumenta a densidade microbiota anaeróbica no cólon. Tais microrganismos metabolizam sais biliares presentes no bolo fecal transformando-os em carcinogênicos. • Tabagismo • Etilismo • Diabetes mellitus tipo 2 • Obesidade: esses pacientes tendem a apresentar resistência à insulina, causando a hiperinsulinemia. Quando altas taxas desse hormônio é encontrado na circulação ele pode elevar os níveis séricos de IGF-1 – proteína produzida no fígado que atua como fator de crescimento, e esse estimula o crescimento das células e colonização na mucosa. • Doença inflamatória intestinal (DII): como colite ulcerativa e doença de Crohn. PÓLIPOS Qualquer lesão que surja na superfície interna do TGI, projetando-se para a sua luz. Podem ocorrer de forma isolada (esporádica), ou como manifestação de determinadas síndromes hereditárias. Pólipos adenomatosos: são lesões neoplásicas benignas. Têm sua incidência ↑ com a idade. • tubular: mais comum e de melhor prognóstico. • viloso: pior prognóstico. São maiores e sésseis, com vilosidades. • tubuloviloso: prognostico intermediário. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Pólipos vilosos grandes (> 2 cm), com displasia de alto grau, têm tendência bastante alta de se malignizarem. Pólipos adenomatosos serrilhados ou sésseis: são os de maior risco de câncer colorretal. POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR É causada por uma mutação no gene APC, que tem função de inibir o crescimento desordenado das células epiteliais intestinais. Forma clássica: diagnosticada com pelo menos 100 pólipos adenomatosos na colonoscopia. Normalmente essa doença começa na adolescência, com o aparecimento de alguns pólipos, que se desenvolvem com o passar dos anos, causando sintomas como diarreia e sangramento retal, ou permanecendo assintomático. A probabilidade de ocorrência de CA colorretal em indivíduos com PAF é de 100% aos 40 anos, estando, por essa razão, indicada a COLECTOMIA profilática para todos os pacientes. SÍNDROME DE LYNCH É o câncer colorretal hereditário não polipose (CCHNP). Caracterizado por mutação em genes que regulam o reparo do DNA, o que gera um defeito conhecido como instabilidade de microssatélites. Esses indivíduos apresentam a probabilidade de 70% de desenvolver o CA colorretal. Normalmente desenvolvem o CA colorretal em uma idade precoce (35-45 anos). Apresentam um risco aumentado de tumores extra- cólicos (TEC), principalmente carcinomas do endométrio, ovário, estômago, intestino delgado, urotélio, pâncreas e vias biliares. CRITÉRIOS DE AMSTERDAM Pelo menos três casos de câncer colorretal (CCR), que preencham os seguintes critérios: • Um membro seja parente em 1º grau dos outros dois. • Pelos menos 2 gerações sucessivas acometidas. • Pelo menos um dos casos de câncer colorretal diagnosticado abaixo dos 50 anos. • Polipose adenomatosa familiar deve ser excluída. ETIOPATOGENIA Existem duas vias principais implicadas na carcinogênese colorretal: Mutações no gene APC fazendo com ele perca a sua função de degradar a b-catenina> acúmulo de b-catenina > ativa a transcrição de genes responsáveis pela proliferação celular. Pode ter mutações nos nos genes K-ras e p-53. Via de instabilidade de microssatélites: Essa via está associada ao aparecimento do câncer colorretal hereditário não polipose. Mutação de genes de reparo de DNA (como o hmsh2 e o hmlh1) > instabilidade de microssatélites do DNA > DNA vulnerável> proliferação celular. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Inicialmente é assintomático, mas à medida que a doença progride os sintomas podem desenvolver dependendo da localização do tumor. Sinais e sintomas de alerta para o CA colorretal • Alteração no hábito intestinal: diarreia e/ou constipação. • Presença de sangue e/ou secreção nas fezes: vivo (hematoquezia) ou escuro (melena). • Hemorragia digestiva baixa (sangramento anal sem fezes). • Sensação de que o intestino não esvaziou após uma evacuação ou esforço ineficaz para evacuação. • Dor no abdome inferior e/ou na região perianal associado ou não a alteração do hábito intestinal. • Presença de gases intestinal causando distensão e dor abdominal. • Mudança na consistência e/ou forma das fezes. • Perda de peso. • Anemia ferropriva (deficiência de ferro devido à perda de sangue visível ou oculto). • Fraqueza, palidez na pele e nas mucosas, cansaço, falta de memória, tonturas, dores musculares, sonolência, falta de ar ou respiração muito curta, palpitação e taquicardia. • Tenesmo retal, sensação de constante necessidade de defecar, apesar do reto estar vazio. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Separando por regiões: • Ca do cólon esquerdo (descendente, sigmoide): alteração do hábito intestinal • Ca do cólon direito (ascendente, ceco): sangue oculto nas fezes e a anemia ferropriva. Muitos doentes apresentam perda ponderal, febre de origem indeterminada. • Ca retal: predomina hematoquezia. Metástases: nos tumores de cólon – fígado, pulmão, ossos e cérebro. Nos tumores de reto – pulmão. A disseminação pode ocorrer: • Através da parede do intestino até a gordura pericolônica e mesentério, invadindo órgãos adjacentes; • Através dos linfáticos para os linfonodos regionais; • Através da veia porta para o fígado; • Para toda a cavidade peritoneal, para os pulmões e ossos. RASTREAMENTO • Indicado para toda a população dos 50 até os 75 anos. • Em pacientes de alto risco (história familiar de CCR em parentesde 1º grau, história pessoal de CCR ou pólipo maior que 1 cm ou múltiplos pólipos de qualquer tamanho e portadores de doença inflamatória), deverão iniciar aos 40 anos ou 10 anos antes do diagnóstico do CCR no parente de 1º grau. É realizado com: • Colonoscopia a cada 10 anos ou • Colonoscopia virtual a cada 5 anos ou • Retossigmoidoscopia a cada 5 anos ou • Pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente. DIAGNÓSTICO Padrão ouro: COLONOSCOPIA + BIÓPSIA PROCTOSCOPIA: pode ser feito se houver suspeita de câncer de reto. COLONOSCOPIA VIRTUAL: Não possibilita biopsia. RETOSSIGMOIDOSCOPIA: visualiza somente o reto e o cólon sigmóide. CLISTER OPACO: exame contrastado do cólon, feito apenas para avaliar tumores mais avançados. OBS: antígeno carcinoembrionário (CEA) não é bom para diagnóstico porque pode estar aumentados em outras situações, como gastrite e diverticulite. ESTADIAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO ENDOSCÓPICO: indicado aos CA limitados à camada muscular da mucosa, com risco baixo de metástase. Faz-se, nesse caso, a ressecção local sem dissecação linfodonal. CIRURGIA CURATIVA: é feito para lesões que invadem profundamente a submucosa ou os vasos linfáticos/sanguíneos. A ressecção é segmentar, com margens de segurança de 5 cm e retirada de linfonodos regionais. TERAPIA NEOADJUVANTE: • tratamento feito antes da cirurgia. • radioterapia somada a quimioterapia. • visa diminuir o tamanho do tumor. • maio benefício nos tumores de estágios T1 a T3 e N1. TERAPIA ADJUVANTE: • tratamento realizado após a cirurgia. • visa exterminar as possíveis metástases remanescentes. • nos CA de cólon não há benefício da radio, só é feito a quimioterapia com esquema Seguimento pós-operatório: • Colonoscopia: realizar após 1 ano e, se negativa, retida depois de três anos. Se negativa novamente, de 5 em 5 anos. • Pode ser feita a dosagem de CEA para acompanhamento. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 PROBLEMA 9 CÂNCER DE PELE ANATOMIA DA PELE EPIDERME: • Onde se encontram os queratinócitos. camada mais externa da pele. • Se encontram também os melanócitos (responsável pela produção de melanina, substância que confere a nossa coloração da pele e protege a pele dos raios UV) que podem se transformar e desencadear o CA de pele melanoma. DERME: camada localizada entre a epiderme e hipoderme. HIPODERME: é a camada mais profunda da pele, conserva o calor do corpo. TIPOS CA DE PELE Câncer de pele não melanoma: mais comum e inclui o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Câncer de pele melanoma: mais raro, porém mais fatal. EPIDEMIOLOGIA NÃO MELANOMA É o câncer com maior incidência no mundo. Mesmo apresentando altas taxas de incidência apresenta menor mortalidade, contudo apresenta alta morbidade. Carcinoma basocelular (CBC): derivado de células não queratinizadas que originam a camada basal da epiderme. É o tipo de CA não melanoma mais comum, cerca de ¾ dos CA de pele, predomina em idosos, o sexo mais acometido é o masculino. Carcinoma espinocelular (CEC): é derivado dos queratinócitos suprabasais –camada espinhosa. Maior incidência em indivíduos acima dos 40 anos, acomete 2x mais homens, a incidência em pessoas com a pele clara também é maior. MELANOMA Representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). A faixa etária mais acometida varia dos 20 aos 50 anos. FATORES DE RISCO CA NÃO MELANOMA CBC • Pele clara. • Olhos claros. • Cabelo ruivo. • Indivíduos com sardas. • Exposição exacerbada ao sol de forma intermitente, história de queimaduras solares e exposição excessiva ao sol na infância • Radiação terapêutica. • Indivíduos imunossuprimidos. • Tabagismo. CEC • Exposição crônica ao sol ao longo da vida. • Indivíduos com alterações genéticas na pele, como o albinismo e xeroderma pigmentoso. • Tabagismo –mais associado ao desenvolvimento do CEC na cavidade oral. • Lesões precursoras (ceratose actínica). • HPV 16 e 18 (mucosa genital), • Imunossupressão • Doenças crônicas como o lúpus discoide. CA MELANOMA • Exposição solar. • Indivíduos com fenótipo claro –olhos, pele, cabelo loiro ou ruivo. • Fototipos I e II, pessoas que apresentam queimaduras por fotoexposição com frequência. • Uso de câmaras de bronzeamento artificial –atualmente proibidas pela Anvisa. • Histórico pessoal: se o indivíduo já apresentou o melanoma, ele possui 9x mais chances de desenvolver o CA novamente. • Histórico familiar: há 5x mais chances de desenvolver o melanoma que a população geral. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) • Nevo melanócito • Mutações genéticas. ESCALA DE FITZPATRICK A pele pode ser classificada em 6 fototipos de Fitzpatrick, essa divisão leva em conta a sensibilidade e a resposta à exposição solar. RAIOS Uv E PATOGENIA DO CA DE PELE Raios UVA: 95% dos raios emitidos, são capazes de atingir a camada mais profunda da pele, o maior responsável pelo fotoenvelhecimento – pele fica atrófica, com cor amarelada e opaca, rugas profundas– e bronzeamento pigmentar imediato. Raios UVB: cerca de 5% dos raios UV, responsáveis pela queimadura solar e bronzeamento pigmentar tardio. A luz UV age causando danos no DNA de queratinócitos e outras células da pele. Ocorrem mutações, por exemplo, em TP53, em HRAS (proto-oncogene). Essas mutações ativadoras e inativadoras contribuem para o processo carcinogênico conforme proliferação desregulada e indiferenciação celular. O câncer pode ser precedido por lesão in situ. Além disso, a radiação UVB exerce efeito imunossupressor temporário, por prejudicar a apresentação de antígeno. Esse efeito pode contribuir para a tumorigênese pelo enfraquecimento da imunovigilância. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NÃO MELANOMA CBC Pode ser como pápula ou nódulo, bem circunscrito, perolado e com telangiectasias –pequenos vasos dilatados. Preferência de localidade: • 2/3 superiores da face (zona H) • 30% das lesões se localizam no nariz. Nodular: apresentação mais comum. É uma lesão inicial com aspecto perolado e com margens bem definidas. Pode ulcerar. Superficial: mais comum em tronco e membros; a lesão é uma pápula ou placa eritematosa bem definida e escamosa que pode ter aspecto perolado e capilar. O prurido é o sintoma mais comum. Pigmentado: lesão papulosa, globosa ou ulcerada, com grande quantidade de melanina, pode ser confundido com melanoma. Terebrante: forma ulcerada com invasão rápida, provocando destruição central da face. Esclerodemiforme: a lesão é uma pápula ou placa pálida com bordas mal definidas e crescimento lento. À palpação, sente-se certo grau de dureza devido á fibrose. É uma forma mais rara e infiltrativa. Planocicatricial: parte central apresenta um aspecto cicatricial e a periferia é perolada. CEC A pele nas regiões acometidas costuma apresentar sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. São placas que tem coloração avermelhada (eritematosa) e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessas e descamativas, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Pode ter aparência similar à das verrugas. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Preferência de localidade: Dorso das mãos, lábios, couro cabeludo e orelhas. Lesão pré cancerosa: ceratose actínica • Pequenos pontos irregulares nas cores rosa, vermelho
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