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Coisa – Objeto da Compra e venda Todo e qualquer bem jurídico, economicamente apreciável, pode servir de objeto de um negócio. Podem ser vendidas todas as coisas que podem ser objeto de um contrato. Não há venda de serviços. Se o negócio tem por objeto um serviço prestado por alguém, caracteriza o contrato de prestação de serviços ou o contrato de empreitada, a depender do objeto ajustado. Bem móvel, imóvel , corpóreo, incorpóreo • O objeto do contrato pode ser um bem móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo ( são bens corpóreos os bens possuidores de existência física, são concretos e visíveis. Podemos destacar alguns exemplos de Bens corpóreos, podem ser: uma janela, casa, automóvel, entre outros. Já os bens Incorpóreos, são bens abstratos que não possuem existência física, ou seja, não são concretos. Exemplos que podemos destacar são os direitos autorais, crédito, vida, saúde, liberdade) tendo existência material ou imaterial ( neste último caso, a compra e venda é chamada de cessão onerosa). Admite-se a venda de coisa incerta ( artigo 243 do CCB/02) e a venda alternativa ( artigo 252 do CCB/02). Venda de coisa futura – Venda a non domino O sistema jurídico autoriza a venda de coisa futura ou a venda de algo que ainda não pertence ao alienante. É possível entender como coisa futura aquela que não é de titularidade do alienante ao tempo da conclusão do negócio jurídico, mas que, posteriormente adquirida pelo alienante, empresta eficácia superveniente ao negócio, como se o adquirente de boa-fé se convertesse em proprietário desde a data da tradição ( artigo 1.268 parágrafo 1º do CCB/02). Exemplo: alienação de imóveis em construção. Nulidade do contrato de compra e venda Quando o seu objeto for indeterminado ou indeterminável, ilícito ou impossível física ou juridicamente. Exemplo: venda de herança de pessoa viva, vedada pelo artigo 426 do CCB/02 que consagra proibição ao “pacta corvina” (Isso significa que não se pode contratar em cima de uma herança de alguém que ainda esteja vivendo, ou de um bem que provavelmente será ganho, mas que não foi transferido ainda) Ilicitude do comércio de órgãos humanos e partes do corpo humano. Nulidade do contrato de compra e venda A venda de um bem inalienável, como por exemplo, o bem de família convencional, pela ilicitude do objeto. Bem de família legal - Também denominado de bem de família involuntário, trata-se de uma proteção conferida pela Lei 8.009/90 ao imóvel próprio do casal ou da entidade familiar, sendo este impenhorável, não respondendo por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas, conforme dispõe o artigo 1º da referida Lei. Importante destacar que a despeito da norma citar expressamente que a proteção ocorre para imóvel próprio do casal ou da entidade familiar, o STJ, em seu enunciado sumular 364, já se manifestou no sentido de que "O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas", pois o que a Lei pretende é garantir o direito de moradia ao indivíduo. Assim, a proteção opera- se automaticamente, não havendo necessidade de nenhum ato por parte do proprietário do imóvel. Em caso de a família utilizar mais de um imóvel como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, conforme prevê o artigo 5º, parágrafo único da Lei 8009/90. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11644083/artigo-5-da-lei-n-8009-de-29-de-marco-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11644049/par%C3%A1grafo-1-artigo-5-da-lei-n-8009-de-29-de-marco-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108914/lei-8009-90 Nulidade do contrato de compra e venda O STJ, em recente julgado, publicado no Informativo 543, decidiu que o imóvel continua protegido como bem de família, ainda que esteja cedido a familiares, conforme trecho extraído do EREsp 1.216.187-SC: Se esse imóvel encontra-se cedido a familiares, filhos, enteados ou netos, que nele residem, ainda continua sendo bem de família. A circunstância de o devedor não residir no imóvel não constitui óbice ao reconhecimento do favor legal. Observe que o art. 5 da Lei 8.009/1990 considera não só a utilização pelo casal, geralmente proprietário do imóvel residencial, mas pela entidade familiar. Basta uma pessoa da família do devedor residir para obstar a constrição judicial. Nulidade do contrato de compra e venda Bem de família convencional - Também chamado de voluntário, pois depende de ato dos cônjuges ou da entidade familiar em destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, mediante escritura pública ou testamento, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial, conforme dispõe o artigo 1711 do Código Civil. A constituição do bem de família só passará a produzir efeitos após o seu registro no RGI competente e extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela. Será necessário cumprir os seguintes requisitos para instituir o bem de família voluntário: propriedade do bem por parte do instituidor, destinação específica de moradia da família e a solvabilidade do instituidor. Conforme o artigo 1715 do CCB/02, o bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. Diante disso, cabe fazer uma importante observação: se o imóvel do fiador for constituído como bem de família pelo procedimento voluntário do Código Civil, não será passível de penhora, desde que tenha sido constituído antes da dívida, podendo ter sido constituído até mesmo no curso da locação. Por outro lado, se for considerado bem de família apenas pela lei (bem de família legal), poderá ser penhorado, pois a Lei 8.009/90 não protege bem do fiador, ainda que seja seu único imóvel, conforme prevê o artigo 3º, VII da referida lei. Responsabilidade pelas despesas no Contrato de compra e venda Artigo 490 do CCB/02: “ salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador; e a cargo do vendedor as da tradição.” As despesas de escrituração e registro, quando se impuser forma solene, incumbem ao comprador. Cuidando-se de bem imóvel, tais gastos são acrescidos de certidões, emolumentos e do Imposto de transmissão de bem imóvel – ITBI. Responsabilidade pelas despesas no Contrato de compra e venda Também correm por conta do adquirente eventuais despesas com profissional incumbido de obter certidões e providenciar documentação para o registro ( despachante). Os custos decorrentes de corretagem cabe a quem celebrou o contrato com o corretor. Já as despesas do vendedor serão restritas à tradição de bens móveis, no que concerne aos gastos com embalagem e transporte da coisa ( a expressão frete grátis é redundante, vez que no silêncio das partes, o frete, realmente corre por conta do vendedor.
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