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Bem de família
Bem de família voluntário e bem de família obrigatório ou legal.
Carlos Roberto Gonçalves começa a abordar o tema com uma definição de Caio Mário, segundo o doutrinador, a instituição do bem de família “é uma forma da afetação de bens a um destino especial que é ser a residência da família, e, enquanto for, é impenhorável por dívidas posteriores à sua constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio prédio” 
Conforme nos ensina Álvaro Villaça Azevedo, “o bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade”.
O Código Civil de 2002 disciplina a matéria no direito de família, no título referente ao direito patrimonial, nos artigos 1.711 a 1.722, o fazendo, todavia, apenas no que se refere ao bem de família voluntário. No concernente ao direito de família involuntário ou legal, a Lei nº 8.009/90 o regula, malgrado a ressalva no artigo 1.711 no diploma civil: “mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial”.
Portanto, na legislação civil existem duas espécies de bem de família, elas incidem sobre bens imóveis, e móveis àqueles vinculados: 
“a) o voluntário, decorrente da vontade dos cônjuges, companheiros ou terceiro; e 
b) o involuntário ou obrigatório, resultante da estipulação legal (Lei nº 8.009/90).
O primeiro, no entanto, só se verifica quando o proprietário tem dois ou mais imóveis residenciais e deseja optar por um deles, para mantê-lo protegido, e o fizer mediante escritura pública ulteriormente registrada”.
Bem de família voluntário  
O Código Civil prescreve no artigo 1.711: “Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada”.
Nesse sentido, o artigo 5º da Lei nº 8.009/90 institui que “considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente”. Prosseguindo no parágrafo único: “Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil”.
Sendo assim, quando o casal ou entidade familiar possuir vários imóveis e os utilizarem como residência, podem escolher o imóvel de maior valor para tornar-se impenhorável, o fazendo, como já salientado, mediante escritura pública, registrada no Registro de Imóveis, na forma do artigo 1.714 do Código Civil.
Destaca-se que o bem de família voluntário, convencional, tratado no dispositivo é equivalente ao que era mencionado nos artigos 70 a 73 do Código Civil de 1916. Nessa linha, assevera Zeno Veloso, “não apenas a família matrimonializada, mas a que se constituiu pela união estável, pode usar da faculdade legal. No entanto, é preciso observar e dar concretude ao disposto no art. 226, § 4º, da Constituição Federal: ‘Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes’” (p. 562).
O bem de família obedece a requisitos como condição de validade e de eficácia, como, por exemplo, ser instituído por escritura pública ou testamento. É essencialmente revogável a declaração de última vontade. O instituidor pode, assim, revogar a qualquer tempo o testamento, inviabilizando unilateralmente o estabelecimento do bem de família.
Tratando-se de negócio jurídico causa mortis, só com a morte do testador que terá eficácia. “No respectivo inventário, serão pagas, com prioridade, as dívidas que o de cujus deixou, pois serão sempre anteriores à constituição concretizada a partir do falecimento, dívidas estas que poderão, eventualmente, absorver todos os bens da herança. O imóvel destinado para bem de família do beneficiado depende dessa circunstância” (pp. 562/563).
O Código Civil dispõe no artigo 1.712: “O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família”. Ademais, acrescenta no artigo 1.713: “Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição”.
Para a caracterização do bem de família o requisito básico é que o prédio seja residencial, bem como seja residência efetiva da família, isto é, com o ânimo de permanência.
O diploma civil estatui no artigo 1.714 que “o bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis”, dependendo a sua eficácia, no último caso, “o ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada” (parágrafo único do artigo 1.711), ficando isento, desde então, “de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio”, consoante estabelece artigo 1.715.
Além do mais, o artigo 1.716 aduz que “a isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade”. Para fins do artigo 1.711, apura-se o patrimônio líquido do instituidor, deduzindo-se o total de suas dívidas.
O Código Civil no artigo 1.712 admite que valores imobiliários sejam abrangidos no bem de família, porém aduz o artigo 1.713: “Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição. § 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de instituição do bem de família. § 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá constar dos respectivos livros de registro. § 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecerá às regras do contrato de depósito”.
Serão vinculados os referidos valores ao domicílio familiar e a renda produzida por eles deverá ser aplicada na conservação do imóvel e na subsistência da família. “O bem de família – salvo quando instituído por terceiro – não representa alienação ou transferência da propriedade. O instituidor ou instituidores continuam donos do bem afetado, que, não obstante, recebe uma destinação especial e se transforma em bem de família” (p.565).
Observado o princípio da isonomia e as regras do Código, os cônjuges, companheiros ou o responsável pela família monoparental, continuarão a administrá-lo.
O artigo 1.718 do diploma civil dispõe que “qualquer forma de liquidação da entidade administradora, a que se refere o § 3o do art. 1.713, não atingirá os valores a ela confiados, ordenando o juiz a sua transferência para outra instituição semelhante, obedecendo-se, no caso de falência, ao disposto sobre pedido de restituição”.
O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público (artigo 1.717). Quando a sua manutenção se tornar impossível, “poderáo juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público” (artigo 1.719).
A administração do bem de família “compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência”. Com o falecimento de ambos os cônjuges, “a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor” (artigo 1.720 e parágrafo único).
Ademais, o artigo 1.721 do aludido diploma proclama que “a dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família”.
A extinção do bem de família dá-se “com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela”, consoante estabelece o artigo 1.722.
Bem de família obrigatório ou legal
A Lei nº 8.009/90 ampliou o conceito de bem de família, que não depende mais de instituição voluntária, mediante as formalidades do Código Civil, resultando diretamente da lei, de ordem pública. Com efeito, dispõe o artigo 1º da aludida lei: 
“O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei”. 
Ainda acrescenta seu parágrafo único: “A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados”.
O instituidor dessa modalidade é o próprio Estado, que garante a defesa do núcleo familiar através de norma de ordem pública, independente de ato constitutivo e, portanto, de registro no Registro de Imóveis, porém, “nada obsta a incidência dos benefícios da lei especial se o bem tiver sido instituído, também, na forma do Código Civil” (p. 567).
O Superior Tribunal de Justiça proclamou através da Súmula nº 205 a aplicabilidade da Lei nº 8.009/90, mesmo se a penhora for “realizada antes de sua vigência”.
Embora já tenha sido decidido que a impenhorabilidade não alcança o imóvel do devedor solteiro, expressiva corrente jurisprudencial vem proclamando de forma divergente: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. IMPENHORABILIDADE. IMÓVEL RESIDENCIAL. SOLTEIRO. PRECEDENTES.
1. Firmou-se entendimento nesta Corte quanto à impenhorabilidade do imóvel residencial, ainda que solteiro seja o executado” (EREsp 182.223/SP, Corte Especial, com voto vencedor da lavra do em. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 7/4/2003).
O entendimento consolidou-se com a edição da Súmula nº 364 do STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”.
Sendo assim, todos os residentes, sujeitos do bem de família, não podem sofrer apreensão judicial.
Em caso de separação de fato do casal, apenas um único imóvel poderá ser indicado como bem de família impenhorável, uma vez que não homologada a separação de fato, esta não dissolve a sociedade conjugal.
O bem de família é indivisível quando se trata de condomínios que tenha residência concomitante. São beneficiados com a impenhorabilidade da residência comum todos os coproprietários, seja a dívida de um deles ou de todos. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça te reconhecido “a possibilidade de recair a constrição judicial sobre parte do bem, quando possível o desmembramento do imóvel sem descaracterizá-lo, levando-se em consideração, com razoabilidade, as circunstâncias e as peculiaridades de cada caso” (RT, 804/184, p. 570).
O artigo 2º da lei em comento dispõe: “Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo”.
Entretanto, “se a residência é guarnecida com vários utilitários da mesma espécie, a impenhorabilidade cobre apenas aqueles necessários ao funcionamento do lar. Os que excederem o limite da necessidade podem ser objeto de constrição. Se existem, na residência, vários aparelhos de televisão, a impenhorabilidade protege apenas um deles” (STJ, REsp 109.351-RS, Corte Especial, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 22-10-1998, p. 570).
Contudo, a regra comporta as exceções descritas no artigo 3º da Lei nº 8.009/90, que traz um rol taxativo, isto é, que não admite interpretação extensiva. É o teor do mencionado dispositivo: “A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015),
 II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; 
III -- pelo credor de pensão alimentícia; 
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida. (Redação dada pela Lei 13.144 de 2015),
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação”. (Alterado pela MP 871/19), que passou a vigorar assim:
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação; e
VIII- para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria Geral Federal em decorrência de benefício previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo, fraude ou coação, inclusive por terceiro que sabia ou deveria saber da origem ilícita dos recursos. 
Mudou de novo, passou a vigorar assim:
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação”.
VIII- para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria Geral Federal em decorrência de benefício previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo, fraude ou coação, inclusive por terceiro que sabia ou deveria saber da origem ilícita dos recursos
Malgrado a omissão da lei, a jurisprudência tem admitido a penhora do bem de família pelo não pagamento de despesas condominiais, correspondente a mensalidade de rateio condominial.
O artigo 4º da mesma lei traz outra exceção à ideia de tornar o bem de família impenhorável, que exclui os benefícios da Lei nº 8.009/90 àquele que “sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga. § 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese. § 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural”.
O artigo 5º da Lei nº 8.009/90 estatui: “Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiversido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil”.
Salienta-se que não poderão duas residências tornar-se impenhoráveis, mesmo que em cidades diferentes. “A casa de campo ou a da praia, ipso facto, excluem-se da inexequibilidade” (p. 577).
Ademais, tem proclamado a jurisprudência que, se o imóvel está locado e servindo de subsistência da família, que reside em outro imóvel alugado, é aplicada a regra da impenhorabilidade da Lei nº 8.009/90, uma vez que o bem não perde a sua destinação imediata de garantia à moradia familiar.
Cabe ainda salientar que em qualquer processo de execução a impenhorabilidade é oponível, seja contra devedor solvente ou insolvente, ainda que revel.
Quando comprovados nos autos os requisitos que caracterizam o bem de família, a impenhorabilidade deve ser declarada de ofício pelo juiz, tendo em vista que as normas que a regem são cogentes, de ordem pública.
Por fim, sobre o assunto, o Superior Tribunal de Justiça decidiu: ““Penhora. Bem absolutamente impenhorável. CPC, artigo 649, VI, do CPC. Nulidade absoluta. Preclusão. Ausência. Renúncia do devedor. Impossibilidade. Em se tratando de nulidade absoluta, a exemplo do que se dá com os bens absolutamente impenhoráveis (CPC, artigo 649), prevalece o interesse de ordem pública, podendo ser ela arguida em qualquer fase ou momento, devendo inclusive ser apreciada de ofício.” (Recurso Especial nº 192.133/MS, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira. DJU 21.6.99, p. 578).
Referência bibliográfica
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. v. 6. Direito de Família. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Atualização: 2020.

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