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ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO ▪ O diencéfalo e o telencéfalo formam, juntos, o cérebro, que corresponde, pois, ao prosencéfalo (durante a vida embrionária). O cérebro é a porção mais desenvolvida e importante do encéfalo, ocupando cerca de 80% da cavidade craniana. ▪ O telencéfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior para constituir os hemisférios cerebrais. Deste modo, encobre quase completamente o diencéfalo, que permanece em situação ímpar e mediana, podendo ser visto apenas na face inferior do cérebro. ▪ O diencéfalo compreende as seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, estando todas estas relacionadas com o III ventrículo. III VENTRÍCULO ▪ O III ventrículo representa uma estreita cavidade ímpar e mediana no diencéfalo, comunicando-se com o IV ventrículo por meio do aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares (forames de Monro). ▪ Nas paredes laterais do III ventrículo nota-se a presença de uma depressão rasa, o sulco hipotalâmico, que liga o forame interventricular ao aqueduto cerebral, determinando o local de escoamento do líquor a partir dos ventrículos laterais até o IV ventrículo. ▪ Esse sulco serve como um limite: as paredes acima dele pertencem ao tálamo, e as situadas abaixo, ao hipotálamo. Unindo os dois tálamos e, por conseguinte, atravessando a cavidade ventricular, observa-se frequentemente a aderência intertalâmica. ▪ No assoalho observamos, de anterior para posterior, o quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo. ▪ A parede posterior do ventrículo é formada pelo epitálamo. De cada lado deste, na porção superior do ventrículo, saem as estrias medulares do tálamo onde se insere a tela corioide que forma o teto do III ventrículo e de onde ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO saem os plexos corioides, que são contíguos com os plexos corioides dos ventrículos laterais pelos forames interventriculares. ▪ A parede anterior é formada por uma fina lâmina de tecido nervoso, a lâmina terminal, que une os dois hemisférios e está disposta entre o quiasma óptico e a comissura anterior. TÁLAMO ▪ Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, com formato ovoide, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitação do forame interventricular. ▪ A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminência denominada pulvinar, que se projeta inclusive sobre os corpos geniculados lateral e medial. ▪ O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva; o lateral, da via óptica, e ambos são considerados por alguns autores como constituintes de uma divisão do diencéfalo denominada metatálamo. ▪ A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo, por conseguinte, revestido de epitélio ependimário; a face medial, por sua vez, forma a maior parte das paredes laterais do III ventrículo. ▪ A face lateral do tálamo é separada do teléncefalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais e só pode ser vista em secções ou dissecações do cérebro. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálamo. ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO ▪ O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro. ▪ O tálamo classifica a informação, dando-nos uma ideia da sensação que estamos experimentando, e as direciona para as áreas específicas do cérebro para que haja uma interpretação mais precisa. ▪ Está relacionado principalmente com a sensibilidade, motricidade, comportamento emocional, memória e com a ativação do córtex. HIPOTÁLAMO ▪ É uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com funções importantes principalmente relacionadas à atividade visceral. Se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos mamilares. ▪ CORPOS MAMILARES: são duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular. ▪ QUIASMA ÓPTICO: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas do nervo óptico, que ai cruzam em parte e continuam nos tratos óptico que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. ▪ TÚBER CINÉREO: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e do trato óptico, entre os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. ▪ INFUNDÍBULO: é uma formação nervosa em forma de um funil que se prende ao túber cinéreo, contendo pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso do infundíbulo. o A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto a extremidade inferior continua com um processo infundibular, ou lobo nervoso da hipófise. o A hipófise está contida na sela túrcica do osso esfenoide. EPITÁLAMO ▪ Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. ▪ Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico. A base do corpo pineal se prende anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais penetra na glândula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO ▪ A comissura posterior situa-se no prolongamento em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada como limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo. A comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas eminências triangulares, os trígonos da habênula. ▪ Esses estão situados entre a glândula pineal e o tálamo e continuam anteriormente, de cada lado, com as estrias medulares do tálamo. ▪ A tela corioide do III ventrículo insere-se, lateralmente, nas estrias medulares do tálamo e, posteriormente, na comissura das habênulas, fechando assim o III ventrículo. SUBTÁLAMO ▪ Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Sua visualização é melhor em cortes frontais do cérebro, sendo de difícil visualização, pois não se relaciona com III ventrículo. ▪ Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. ▪ O subtálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Tem função motora. ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO 1- QUAL A ORIGEM EMBRIONÁRIA DO DIENCÉFALO? A origem embrionária do diencéfalo remete ao seu percursor, no caso o prosencéfalo que, por sua vez, é originado do ectoderma (folheto embrionário mais externo). 2- QUAIS ESTRUTURAS FORMAM O DIENCÉFALO? São compreendidas as seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo – todas relacionadas com o 3º ventrículo. 3-DENTRE AS ESTRUTURAS CITADAS ANTERIORMENTE, QUAL A ÚNICA QUE NÃO SE COMUNICA DIRETAMENTE COM O III VENTRÍCULO? O subtálamo é a única estrutura do diencéfalo que não se relaciona com o lúmen do terceiro ventrículo. 4- EXPLICA ACIRCULAÇÃO DO LÍQUOR NO III VENTRÍCULO, CITANDO SUAS COMUNICAÇÕES. ▪ O líquor ou líquido cérebro-espinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnídeo e as cavidades ventriculares. A sua função primordial é a de proteção mecânica do SNC, formando um verdadeiro coxim líquido entre este e o estojo ósseo. O líquor é um eficiente mecanismo amortecedor de choques. ▪ A formação do líquor se dá pelos plexos carióides e a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos daleptomeninge. ▪ O 3º ventrículo recebe pelos forames interventriculares o líquor advindo dos ventrículos laterais (corno inferior e parte central) e, consequentemente, encaminha o líquor para o 4º ventrículo através do aqueduto cerebral. 5- O QUE O SULCO HIPOTALÂMICO DELIMITA? Sulco hipotalâmico é um tipo de depressão. Ele se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. As porções da parede situadas acima deste sulco pertencem ao tálamo, enquanto que as situadas abaixo pertencem ao hipotálamo. 6- QUAL O NOME DA EXTREMIDADE ANTERIOR DO TÁLAMO? E DA POSTERIOR? ▪ Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de formato ovoide, encontradas uma de cada lado, na porção látero-dorsal do diencéfalo. ▪ A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo – este participa na delimitação do forame intercentricular. ▪ A extremidade posterior de cada tálamo (consideravelmente maior que a extremidade anterior) apresenta uma grande eminência, o pulvinar – este se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. 7-O QUE É O METATÁLAMO? QUAIS AS SUAS FUNÇÕES? ▪ O metatálamo é uma divisão do diencéfalo, seus componentes são o corpo geniculado medial (faz parte da via auditiva) e o corpo geniculado lateral (faz parte da via óptica). ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO ▪ O corpo geniculado medial recebe informações organizadas auditivas tonotópicas (organização do som baseado na frequência, no cérebro) do colículo inferior dos corpos quadrigêmeos, através do braço do colículo inferior. Informações processadas no corpo geniculado medial são então retransmitidas através de radiações auditivas para o córtex auditivo primário no giro transverso/circunvulação transversa (de Heschel). ▪ O corpo geniculado lateral recebe informações retinotópicas (mapeamento de dados visuais no cérebro) do campo de visão contralateral, através da fita óptica/trato óptico. A informação é retransmitida do corpo geniculado lateral de uma forma topográfica através da radiação óptica para o córtex visual primário envolvendo o sulco calcarino no lobo occipital. ▪ O corpo geniculado lateral consiste de camadas de neurônios e a informação visual recebida é dividida entre as várias camadas. 8-OS NÚCLEOS DO TÁLAMO SÃO MUITO NUMEROSOS, TENDO SIDO IDENTIFICADO MAIS DE 50 NÚCLEOS. ELES PODEM SER DIVIDIDOS EM GRUPO: ANTERIOR, POSTERIOR, MEDIANO, MEDIAL E LATERAL. ELUCIDE QUAL DESTES É O MAIS IMPORTANTE, CITANDO OS PRINCIPAIS NÚCLEOS QUE O COMPÕEM E AS FUNÇÕES DE CADA NÚCLEO. ▪ GRUPO ANTERIOR: compreende núcleos situados no tubérculo anterior do tálamo, sendo limitados posteriormente pela bifurcação em Y da lâmina medular interna. Estes núcleos recebem fibras dos núcleos mamilares pelo fascículo mamilo-talâmico e projetam fibras para o córtex do giro do cíngulo, integrando o circuito de Papez, parte do sistema límbico. Relacionam-se, pois, com o comportamento emocional Grupo posterior: situado na parte do tálamo, compreende o pulvinar e os corpos geniculados lateral e medial. o PULVINAR: tem conexões recíprocas com a chamada área de associação temporo-parietal do córtex cerebral situada nos giros angula e supramarginal. Apesar de ser o maior núcleo do tálamo do homem, suas funções não são ainda bem conhecidas. o CORPO GENICULADO MEDIAL: recebe pelo braço do colículo inferior fibras proveninentes do colículo inferior ou diretamente do lemnisco lateral. Projeta fibras para a área auditiva do córtex cerebral, sendo, pois, um componente da via auditiva. o CORPO GENICULADO LATERAL: a rigor não é um núcleo, pois é formado de camadas concêntricas de substância branca e cinzenta. Recebe pelo trato óptico fibras provenientes da retina. Projeta fibras pelo trato geniculo-calcarino para a área visual primária do córtex situada nas bordas do sulco calcarino. Faz parte, portanto, das vias ópticas. ▪ GRUPO MEDIANO: são núcleos localizados próximo ao plano sagital mediano, na aderência intertalâmica ou na substância cinzenta periventricular. Muito desenvolvido nos vertebrados inferiores, os núcleos do grupo mediano são pequenos e de difícil delimitação no homem. Tem conexões principalmente com o hipotálamo e, possivelmente, relacionam-se com funções viscerais. ▪ GRUPO MEDIAL: compreende os núcleos situados dentro da lâmina medular interna (núcleos intralaminares) e o núcleo dorsomedial, situado entre essa lâmina e os núcleos do grupo mediano. Os núcleos intralaminares, entre os quais se destaca o núcleo centromediano, recebem um grande número de fibras da formação reticular e têm importante papel ativador sobre o córtex cerebral integrando o sistema ativador reticular ascendente (SARA). o A via que liga a formação reticular ao córtex, através dos núcleos intralaminares, proporciona uma vaga percepção sensorial sem especificidade, mas com reações emocionais especialmente para estímulos dolorosos. O núcleo dorsomedial recebe fibras principalmente do corpo amigdaloide e tem conexões recíprocas com a parte anterior do lobo frontal (área pré-frontal). Suas funções relacionam-se com as funções desta área. ▪ GRUPO LATERAL: é o mais importante e o mais complicado. Compreende núcleos situados lateralmente à lâmina medular interna, que podem ser divididos em dois subgrupos ventral e dorsal. São mais importantes os núcleos do subgrupo ventral, ou seja: o NÚCLEO VENTRAL ANTERIOR (VA): recebe a maioria das fibras que do globo pálido se dirigem para o tálamo. Projeta-se para as áreas motoras do córtex cerebral e tem função ligada ao planejamento e execução da motricidade somática. ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO o NÚCLEO VENTRAL LATERAL (VL): também denominado ventral intermédio, recebe as fibras do cerebelo e projeta-se para as áreas motoras do córtex cerebral. Integra, pois, a via cerebelo-tálamo-cortical. Além disto, o núcleo ventral lateral recebe parte das fibras que do globo pálido se dirigem ao tálamo. o NÚCLEO VENTRAL POSTEROLATERAL: é um núcleo das vias sensitivas, recebendo fibras dos lemniscos medial e espinhal. Lembre que o lemnisco medial leva os impulsos de tato epicrítico e propriocepção consciente. Já o lemnisco espinhal, formado pela união dos tratos espinotalâmicos lateral e anterior, transporta impulsos de temperatura, dor, pressão e tato protopático. O núcleo ventral posterolateral projeta fibras para o córtex do giro pós-central, onde se localiza a área somestésica. o NÚCLEO VENTRAL POSTEROMEDIAL: também é um núcleo das vias sensitivas. Recebe fibras do lemnisco trigeminal, trazendo sensibilidade somática geral da parte da cabeça e fibras gustativas proveniente do núcleo do trato solitário (fibras solitário-talâmicas). Projeta fibras para a área somestésica situada no giro pós-central e para a área gustativa situada na parte posterior da insula. ▪ NÚCLEO RETICULAR: é constituído por uma fina calota de substância cinzenta disposta lateralmente entre a massa principal de núcleos que constitui o ovoide talâmico e a cápsula interna. Nesta posição ele é atravessado pela quase totalidade das fibras tálamo-corticais que passam pela cápsula interna e que ao atravessá-lo dão colaterais que nele estabelecem sinapses. o O núcleo reticular difere dos demais núcleos talâmicos por utilizar com neurotransmissor o GABA, que é inibidor, enquanto a maior dos outros usa glutamato. Difere também por nãoter conexões diretas com o córtex e sim com os outros núcleos talâmicos. Estes também fornecem aderências para ele representadas principalmente pelos ramos colaterais das fibras tálamo-corticais que o atravessam. o Com base no fluxo de informações dessas colaterais, o núcleo reticular modula a atividade dos núcleos talâmicos, atuando como um porteiro que barra ou deixa passar informações para o córtex cerebral. O núcleo reticular recebem também aferências dos núcleos intralaminares que por sua vez recebem das fibras do SARA, influenciando no nível de vigília e alerta. o No inicio do sono as fibras gabaérgicas do núcleo reticular inibem os núcleos talâmicos de retransmissão, como o núcleo ventral posterolateral, o que impede a chega de impulsos sensitivos ao córtex cerebral durante o sono. 9- EXPLIQUE COMO OCORRE A RELAÇÃO TÁLAMOCORTICAL. ▪ O tálamo é um elo essencial entre os receptores sensoriais e o córtex cerebral para todas as modalidades sensoriais exceto a olfação. É mais do que um simples receptor. Através do núcleo reticular ele age como comporta, facilitando ou impedindo a passagem de informações para o córtex. Todos os núcleos talâmicos, com exceção do núcleo reticular, têm conexões com o córtex. São conexões reciprocas – fibras talamocorticais e corticotalâmicas. ▪ Existem certos núcleos do tálamo que são evocados apenas em áreas específicas do córtex, relacionados com funções específicas (núcleos talâmicos específicos ou de retransmissão) – ex.: núcleo ventral posterolateral e corpo geniculado medial. Porém, também existem núcleos do tálamo denominados núcleos talâmicos inespecíficos, seus potenciais elétricos agem sobre áreas muito grandes no córtex e não apenas em áreas específicas – ex.: núcleos intralaminares como o centromediano. 10-QUAIS SÃO AS FUNÇÕES MAIS CONHECIDAS DO TÁLAMO? ▪ Suas funções são diversas. Entretanto, as mais conhecidas são: o COM A SENSIBILIDADE: são as funções mais conhecidas e as mais importantes. Todo impulso sensitivo, antes de chegar ao córtex, irá parar em um núcleo talâmico, de menos os impulsos olfatórios. Dessa forma, o tálamo tem o papel de distribuir às áreas específicas do córtex impulsos que recebe das vias sensoriais. Porém, seu papel não é somente em retransmitir os impulsos sensitivos ao córtex, mas de integrá-los e modifica-los. É necessário dizer que a sensibilidade talâmica, ao contrário da cortical, não é discrimitiva e não permite, por exemplo, o reconhecimento da forma e do tamanho de um objeto pelo tato (estereognosia). o COM A MOTRICIDADE: por meio dos núcleos ventral anterior e ventral lateral, interpostos, respectivamente, em circuitos palidocorticais e cerebelocorticais. o COM O COMPORTAMENTO EMOCIONAL: por meio do núcleo dorsomedial com suas conexões com a área pré-frontal. ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO o COM A MEMÓRIA: por meio do núcleo do grupo anterior e suas conexões com os núcleos mamilares do hipotálamo. o COM A ATIVAÇÃO DO CÓRTEX: por meio dos núcleos talâmicos inespecíficos e suas conexões com a formação reticular fazendo parte do sistema ativador reticular ascendente (SARA). 11- QUAIS ESTRUTURAS PERTENCENTES AO HIPOTÁLAMO PODEM SER VISUALIZADAS NO ASSOALHO DO III VENTRÍCULO? ▪ Corpos mamilares: trata-se de duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular. ▪ Quiasma óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe as fibras mielínicas dos nervos ópticos, II par craniano, que então cruzam em parte e continuam nos tractos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. ▪ Túber cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e dos tractos ópticos, entre estes e os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. ▪ Infundíbulo: trata-se de uma formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo, contendo um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso do infundíbulo. Sua extremidade superior irá construir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto sua extremidade inferior continua com o processo infundibular, ou lobo nervo da neuro-hipófise. 12-ESQUEMATIZE OS PRINCIPAIS NÚCLEOS DO HIPOTÁLAMO. ▪ Área pré-óptica: envolvida na regulação da temperatura. ▪ Núcleo supra quiasmático: controle do ritmo circadiano. ▪ Núcleo supróptico: facilita a secreção de vasopressina para osmorregulação. ▪ Núcleo paraventricular: um importante centro de controle autonômico. ▪ Núcleo dorsomedial: auxilia na regulação do ritmo circadiano. ▪ Núcleo ventromedial: serve como centro da capacidade para regulação do comportamento relacionado a alimentação e peso corporal. ▪ Núcleo arqueado (ou infundibular): fornece inibição da secreção de prolactina para a hipófise e está envolvido no controle da fome. ▪ Núcleos mamilares: auxiliam na memória e cognição como parte do circuito de Papez. ▪ Núcleo túberomamilar: única fonte de neurônios histamínicos. ▪ Núcleo posterior: envolvido na regulação da temperatura. 13- QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CONEXÕES DO HIPOTÁLAMO? ▪ As conexões do hipotálamo são muito amplas e complicadas com diferentes regiões do SNC. As principais conexões são: o Conexões com o sistema límbico: no sistema límbico são encontradas diversas estruturas que estão relacionadas principalmente com a regulação do comportamento emocional e da memória. Dentre as que fazem conexões recíprocas com o hipotálamo: hipocampo, corpo amigdaloide, área septal. o Conexões com a área pré-frontal: tem o mesmo sentido funcional que as conexões do sistema límbico, visto que o córtex da área pré-frontal também se relaciona com o comportamento emocional. Essa área mantém conexões com o hipotálamo diretamente através do núcleo dorsomedial do tálamo. o Conexões viscerais: para exercer seu papel básico de controlador das funções viscerais, o hipotálamo mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e d tronco encefálico relacionados com essas funções. • Conexões viscerais aferentes: leva informações sobre a atividade das vísceras ao hipotálamo. • Conexões viscerais eferentes: modo pelo qual o hipotálamo age direta ou indiretamente sobre as vísceras. o Conexões com a hipófise: o hipotálamo possui apenas conexões eferentes com a hipófise, que são feitas através dos tratos hipotálamo-hipofisário – é formado por fibras que são ricas em neurossecreção, ROTEIRO 3 - DIENCÉFALO MILENA BAVARESCO transportando os hormônios vasopressina e ocitocina; e túbero-infundibular – suas fibras transportam os hormônios que ativam ou inibem as secreções dos hormônios da adeno-hipófise. o Conexões sensoriais: dentre outras conexões indiretas que envolvem o hipotálamo temos o recebimento de informações sensoriais das áreas erógenas, como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. Dentre outras conexões diretas temos do córtex olfatório e da retina. Estas se fazem através do trato retino-hipotalâmico. Essas conexões estão envolvidas na regulação dos ritmos circadianos como ciclo de claro-escuro. 14- RESUMA DE MANEIRA SUCINTA AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO. ▪ Suas funções são muito numerosas e importantes. Ele centraliza o controle da homeostasia, ou seja, a manutenção do meio interno dentro de limites compatíveis com o funcionamento adequado dos diversos órgãos. As principais funções do hipotálamo são: o Controle do sistema nervoso autônomo; o Regulação da temperatura corporal; o Regulação do comportamento emocional; o Regulação do equilíbrio hidrossalino e da pressão arterial; o Regulação da ingestão de alimentos; o Regulação do sistema endócrino; o Geração e regulação de ritmos circadianos; o Regulação do sono e da vigília; o Integração do comportamento sexual. 15- O SUBTÁLAMO TEM FUNÇÃO PRINCIPALMENTE MOTORA,EXERCIDA ATRAVÉS DO NÚCLEO SUBTALÂMICO. LESÃO NESTE NÚCLEO PROVOCA QUAL SÍNDROME? CITE SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS. ▪ O subtálamo é uma pequena área situada na parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo, limitando-se superiormente com o tálamo, lateralmente com a cápsula interna e medialmente com o hipotálamo. ▪ Lesões no núcleo subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos anormais das extremidades. Estes movimentos são muito violentos e muitas vezes não desaparecem nem com o sono, podendo levar o doente à exaustão; 16- QUAIS ESTRUTURAS SÃO RESPONSÁVEIS PELA FIXAÇÃO DA GLÂNDULA PINEAL NO EPITÁLAMO? A base do corpo pineal se prende anteriormente a dos feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas. 17- A GLÂNDULA PINEAL, ESTRUTURA MAIS IMPORTANTE DO EPITÁLAMO, EXERCE AS SUAS FUNÇÕES A PARTIR DE UM HORMÔNIO. CITE QUE HORMÔNIO É ESSE E QUAIS SÃO AS SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES. ▪ A melatonina é responsável pelas funções atribuídas à glândula pineal. É sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina e o processo de síntese é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas. Durante o dia, essas fibras tem pouca atividade e os níveis de melatonina na pineal e na circulação são baixos. ▪ Entretanto, durante a noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, e os níveis de melatonina circulante aumentam cerca de dez vezes. Assim, a concentração de melatonina no sangue obedece a um ritmo circadiano, com pico durante a noite. Porém, esse ritmo não é intrínseco a pineal, pois decorre da atividade rítmica do núcleo supraquiasmático do hipotálamo, transmitida à pineal através da inervação simpática. Este ritmo é importante para a compreensão de alguns aspectos da fisiologia dessa glândula.
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