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série gestão Rotinas administRativas volume 2 Série geStão Rotinas administRativas volume 2 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série geStão Rotinas administRativas volume 2 SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2013. SENAI – Departamento Nacional © 2013. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ- nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Núcleo de Educação – NED FICHA CATALOGRÁFICA _____________________________________________________________________________ S491r Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Rotinas administrativas volume 2 / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2013. 130 p. : il. (Série Gestão). ISBN 978-85-7519-753-0 1. Administração de empresas. 2. Comunicação oral. 3. Informática. 4. Recursos humanos. 5. Contabilidade. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. CDU: 658.01 _____________________________________________________________________________ ilustrações Figura 1 - Recibo de pagamento de salário ......................................................................................................... 186 Figura 2 - Sistema informatizado de Recursos Humanos (SIRH) .................................................................. 205 Figura 3 - Patrimônio ................................................................................................................................................... 210 Figura 4 - Bens da empresa ....................................................................................................................................... 211 Figura 5 - Direitos da empresa ................................................................................................................................. 211 Figura 6 - Obrigações da empresa .......................................................................................................................... 212 Figura 7 - Balança do patrimônio ativo e passivo .............................................................................................. 214 Figura 8 - Fatos contábeis capital de giro ............................................................................................................. 215 Figura 9 - Duplicata a receber ................................................................................................................................... 216 Figura 10 - Marca e patente ....................................................................................................................................... 219 Figura 11 - Fatos contábeis passivo circulante ................................................................................................... 220 Figura 12 - Situação patrimonial líquida positiva .............................................................................................. 222 Figura 13 - Situação patrimonial ............................................................................................................................ 223 Figura 14 - Situação patrimonial líquida nula ..................................................................................................... 224 Figura 15 - Resumo da situação patrimonial ...................................................................................................... 224 Figura 16 - Situações das contas.............................................................................................................................. 228 Figura 17 - Fatos administrativos ............................................................................................................................ 234 Figura 21 - Sistema de informação contábil ........................................................................................................ 263 Figura 22 - Sistema de informação contábil ........................................................................................................ 263 Quadro 1 - Recrutamento ............................................................................................................................................ 169 Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do recrutamento interno ................................................................ 172 Quadro 3 - Vantagens e desvantagens do recrutamento externo ............................................................... 175 Quadro 4 - Análise comparativa do processo de seleção de pessoal .......................................................... 179 Quadro 5 - Descontos permitidos em folha de pagamento ........................................................................... 201 Quadro 6 - Ativo e passivo .......................................................................................................................................... 214 Quadro 7 - Balanço patrimonial ................................................................................................................................ 229 Quadro 8 - Balanço Patrimonial ................................................................................................................................ 240 Quadro 9 - Comparação entre inventário geral e rotativo .............................................................................. 243 Quadro 10 - Código de contas ................................................................................................................................... 244 Quadro 11 - Quadro auxiliar da escrituração ....................................................................................................... 254 Quadro 12 - Resumo do quadro auxiliar da escrituração ................................................................................ 255 Tabela 1 - Balanço patrimonial .................................................................................................................................. 221 Tabela 2 - Ativo maior que o Passivo ....................................................................................................................... 222 Tabela 3 - Ativo menor que o Passivo ..................................................................................................................... 223 Tabela 4 - Ativo igual ao Passivo ............................................................................................................................... 224 Sumário 1 Introdução ........................................................................................................................................................................112 Fundamentos de Informática ....................................................................................................................................15 2.1 Editor de textos ............................................................................................................................................16 2.1.1 Abertura e fechamento do editor de textos ...................................................................16 2.1.2 Área de trabalho do editor de textos .................................................................................18 2.1.3 Manipulação de arquivos no editor de textos ................................................................24 2.1.4 Formatação no editor de textos ..........................................................................................26 2.1.5 Configuração de página no editor de textos ..................................................................32 2.1.6 Comandos de edição de textos ...........................................................................................32 2.1.7 Correção ortográfica e gramatical ......................................................................................33 2.1.8 Impressão básica no editor de textos ................................................................................34 2.2 Editor de planilhas ......................................................................................................................................36 2.2.1 Abertura e fechamento do editor de planilhas ..............................................................37 2.2.2 Área de trabalho do editor de planilhas ...........................................................................38 2.2.3 Manipulação de arquivos no editor de planilhas ..........................................................43 2.2.4 Formatação no editor de planilha.......................................................................................45 2.2.5 Formatação de célula ..............................................................................................................50 2.2.6 Comandos de edição de planilhas ......................................................................................51 2.2.7 Fórmulas Básicas .......................................................................................................................52 2.2.8 Impressão básica .......................................................................................................................53 2.2.9 Gráficos básicos .........................................................................................................................54 2.3 Editor de apresentações ...........................................................................................................................55 2.3.1 Abertura e fechamento do editor de apresentações ...................................................55 2.3.2 Área de trabalho do editor de apresentações ................................................................56 2.3.3 Manipulação de arquivos no editor de apresentações ...............................................61 2.3.4 Formatação do editor de apresentação ............................................................................62 2.3.5 Recursos do editor de apresentações................................................................................64 2.3.6 Impressão básica no editor de apresentações ...............................................................68 3 Comunicação Oral e Escrita ........................................................................................................................................73 3.1 O processo de comunicação ...................................................................................................................74 3.2 Diferenças entre a escrita e a oralidade ..............................................................................................77 3.3 Apresentações ..............................................................................................................................................78 3.3.1 Retórica ........................................................................................................................................79 3.3.2 Preparação de apresentação ................................................................................................81 3.3.3 Uso de vocabulário adequado .............................................................................................81 3.4 Redação empresarial ..................................................................................................................................82 3.4.1 Descrição ......................................................................................................................................83 3.4.2 Dissertação ..................................................................................................................................84 3.5 Redação técnica ...........................................................................................................................................85 3.6 Comunicação escrita na empresa .........................................................................................................86 3.6.1 Correspondência .......................................................................................................................86 3.6.2 Oficial.............................................................................................................................................87 3.6.3 Bancária ........................................................................................................................................89 3.6.4 Comercial .....................................................................................................................................89 3.6.5 Interna ...........................................................................................................................................89 3.6.6 Circulação de documentos ....................................................................................................89 V O LU M E 1 4 Rotinas de Escritório .....................................................................................................................................................93 4.1 Organização das empresas ......................................................................................................................94 4.2 Categorias e classificação das organizações empresariais ...........................................................95 4.3 Organograma ...............................................................................................................................................99 4.3.1 Os diferentes organogramas ................................................................................................99 4.4 Ferramentas gerenciais de rotinas ..................................................................................................... 102 4.4.1 Fluxograma .............................................................................................................................. 102 4.4.2 Cronograma ............................................................................................................................. 103 5 Equipamentos no Escritório .................................................................................................................................... 107 5.1 Telefone ........................................................................................................................................................ 108 5.1.1 Fax................................................................................................................................................ 109 5.1.2 Máquina foto copiadora ......................................................................................................111 5.1.3 Calculadora .............................................................................................................................. 111 5.1.4 Microcomputador .................................................................................................................. 112 6 Documentos Comerciais .......................................................................................................................................... 115 6.1 Ordem de pagamento ............................................................................................................................ 116 6.2 Cheques ....................................................................................................................................................... 116 6.3 Nota promissória ...................................................................................................................................... 118 6.4 Fatura/ duplicata....................................................................................................................................... 118 6.5 Boleto ............................................................................................................................................................ 119 6.6 Borderô ....................................................................................................................................................... 120 6.7 Recibo e Nota fiscal .................................................................................................................................. 120 6.8 DARF .............................................................................................................................................................. 121 6.9 Serviço postal ............................................................................................................................................ 121 7 Fundamentos de Marketing .................................................................................................................................... 125 7.1 Conceito de Marketing ........................................................................................................................... 126 7.2 Produto, Praça, Preço e Promoção ..................................................................................................... 128 7.3 Fundamentos de comércio eletrônico ............................................................................................. 129 7.4 Cronograma de lançamento de produtos e serviços .................................................................. 130 7.5 Ciclo de vida do produto ....................................................................................................................... 131 7.6 Papel estratégico da informação ........................................................................................................ 134 7.7 Dados, informação e conhecimento ................................................................................................. 136 7.8 Técnicas de levantamento de dados ................................................................................................. 137 7.9 Ética e segurança das informações .................................................................................................... 139 Referências ........................................................................................................................................................................ 143 Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 149 Índice .................................................................................................................................................................................. 151 V O LU M E 1 V O LU M E 2 8 Fundamentos de Recursos Humanos .................................................................................................................. 167 8.1 Rotinas de recrutamento e seleção ................................................................................................... 168 8.1.1 Recrutamento interno .......................................................................................................... 170 8.1.2 Recrutamento externo ......................................................................................................... 173 8.1.3 Recrutamento misto ............................................................................................................. 175 8.2 Fontes de divulgação .............................................................................................................................. 176 8.2.1 Recrutamento pelo jornal ................................................................................................... 177 8.2.2 Carta de solicitação de vaga .............................................................................................. 177 8.2.3 Pedido de emprego .............................................................................................................. 178 8.3 Seleção ......................................................................................................................................................... 179 8.4 Procedimentos trabalhistas .................................................................................................................. 185 8.4.1 Folha de pagamento ............................................................................................................. 186 8.4.2 Apuração de atrasos e faltas .............................................................................................. 187 8.4.3 Horas extras ............................................................................................................................. 189 8.4.4 Repouso remunerado........................................................................................................... 190 8.4.5 Férias ........................................................................................................................................... 192 8.4.6 Salários ...................................................................................................................................... 193 8.4.7 Gratificação .............................................................................................................................. 195 8.4.8 Comissões ................................................................................................................................. 196 8.4.9 Adicionais ................................................................................................................................. 197 8.5 Rotinas de demissão ............................................................................................................................... 202 8.6 Sistemas de Informação em RH........................................................................................................... 204 9 Fundamentos da Contabilidade ............................................................................................................................ 209 9.1 Patrimônio .................................................................................................................................................. 210 9.1.1 Bens da empresa .................................................................................................................... 210 9.1.2 Direitos e obrigações da empresa ................................................................................... 211 9.1.3 Receita ........................................................................................................................................ 212 9.1.4 Custo ...........................................................................................................................................212 9.1.5 Lucro ........................................................................................................................................... 213 9.2 Demonstrações contábeis .................................................................................................................... 213 9.2.1 Ativos .......................................................................................................................................... 214 9.2.2 Passivos ...................................................................................................................................... 219 9.2.3 Situações patrimoniais ......................................................................................................... 222 9.2.4 Contas ........................................................................................................................................ 224 9.2.5 Análise do patrimônio .......................................................................................................... 231 9.3 Atos e fatos contábeis ............................................................................................................................. 233 9.3.1 Fatos permutativos ................................................................................................................ 234 9.3.2 Fatos modificativos ............................................................................................................... 235 9.3.3 Fatos mistos ............................................................................................................................. 236 9.4 Escrituração ................................................................................................................................................ 237 9.4.1 Relatórios contábeis .............................................................................................................. 238 9.4.2 Balanço ...................................................................................................................................... 239 9.5 Inventário .................................................................................................................................................... 241 9.5.1 Tipos de inventário ................................................................................................................ 242 9.6 Plano de contas ......................................................................................................................................... 243 9.6.1 Composição do plano de contas ..................................................................................... 243 9.7 Lançamentos contábeis ......................................................................................................................... 250 9.7.1 Elementos do lançamento .................................................................................................. 250 9.7.2 Método das partidas dobradas ......................................................................................... 251 9.7.3 Fatos administrativos e contábeis .................................................................................... 255 V O LU M E 2 9.7.4 Erros de escrituração ............................................................................................................ 257 9.7.5 Retificação nos registros contábeis ................................................................................. 258 9.8 Sistema de informação em finanças e contabilidade ................................................................. 261 9.8.1 Planejamento e controle ..................................................................................................... 262 Referências ........................................................................................................................................................................ 267 Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 273 Índice .................................................................................................................................................................................. 275 8 Fundamentos de recursos Humanos Com o passar dos anos e com o avanço formidável da tecnologia, as empresas foram de- safiadas a modificar sua estrutura, toda esta mudança, gerou a necessidade de alterações nos métodos e processos utilizados no recrutamento e seleção, nos procedimentos trabalhistas, nas rotinas de demissão e também no sistema de informação de recursos humanos. Com isso, surgiram novos processos, novas rotinas, recursos, critérios e outros tantos são moldados a todo o momento para avaliar os candidatos com mais assertividade, tornar as de- cisões mais certeiras, melhorando os resultados da empresa/organização. Você deve estar se perguntando, quais são os processos, as rotina, os recursos novos? É o que você verá neste capítulo. Ao final do capitulo você estará apto a: • entender o processo de recrutamento e seleção de pessoas para estruturar uma equipe com perfil adequado à sua empresa; • definir os mecanismos mais adequados para recrutamento e seleção de sua equipe de tra- balho; • conscientizar-se da relevância de realizar um processo de recrutamento e seleção de ma- neira a conquistar pessoas potencialmente qualificadas para a sua equipe; • entender os procedimentos e a execução das normas trabalhistas asseguradas na legisla- ção; • entender o processo de rotinas de demissão e executá-la com qualidade; • explorar os sistemas de informação e definir o mais adequado para sua empresa. Então, curioso para embarcar nesta jornada de estudos e conhecimento? Prepare-se e va- mos lá! Rotinas administRativas - volume 2168 8.1 rotinaS de recrutamento e Seleção Você sabe o que é recrutamento? Quais são os tipos de recrutamento? Como eles são utilizados na empresa? Quais as vantagens e desvantagens com o pro- cesso de seleção? Bem, se você tem dúvidas, então, este é o momento para escla- recer. Aqui você será apresentado às bases teóricas, conceituais e aos exemplos práticos a respeito de recrutamento e seleção. VOCÊ SABIA? As organizações necessitam das pessoas certas, na quantidade certa, na hora certa para serem bem-sucedi- das. Assim, atrair as pessoas certas, pelo custo certo, na hora certa é estrategicamente essencial para a eficácia de uma organização. (Adaptado de SAINT-CLAIR LOPES apud PEREZ, 2002). O recrutamento tem como objetivo principal a procura de recursos humanos para preencher as necessidades da empresa. Mas, antes do recrutamento, a em- presa deve estabelecer qual o perfil do colaborador que deseja contratar. Entre essas características, destacam-se: idade, escolaridade, experiência na atividade, competências etc. iS to ck ([ 20 -- ?] ) 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 169 Para Chiavenato (2004), recrutamento é o conjunto de procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É um sistema de informações por meio do qual a organi- zação divulga e oferece ao mercado de recursos humanos as oportunidade de emprego que pretende preencher. Na opinião de Ribeiro (2006, p. 52), “recrutamento é um sistema de informa- ções, que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão se- lecionados futuros funcionários da organização.” O processo de recrutamento abrange o interesse das duas partes: tanto o da empresa, que possui o interesse em recrutar e indicar que é um bom lugar para trabalhar e buscar pessoas que possuam potencial para fazer parte da organiza- ção; como das pessoas, que buscam informações sobre a empresa e evidenciam seu interesse e seu potencial para receberem uma oferta de emprego. (MILKOVI- CH; BOUDREAU, 2000). Bernardi (2003, p. 63) avalia que: Hojea realidade exige novas formas de recrutamento, pois a concorrência por profissionais qualificados, que sejam o dife- rencial da empresa, aumentou. As empresas devem despertar nas pessoas o desejo de trabalhar nelas. O processo de recrutamento pode ser realizado basicamente de três formas: recrutamento interno, externo e misto. REcRUtaMEntO intERnO O recrutamento interno é aquele feito na própria empresa. Ele privilegia os próprios recursos humanos da empresa e se torna interessante por trazer vantagens, como a valorização dos funcionários, e por ser um processo relati- vamente econômico. REcRUtaMEntO ExtERnO É aquele feito fora da organização, em que a empresa busca candidatos dispo- níveis no mercado ou atuantes em outras empresas. O recrutamento externo é usado preferencialmente no caso de contratação para auxiliares do nível mais baixo, operários não qualificados, funções raras e muito especializadas, trainees de gerência. REcRUtaMEntO MistO O recrutamento misto é uma solução formada a partir de diversos gêneros ou opiniões, com a liberdade de escolher o que julgar melhor, abordando tanto as fontes internas quanto as externas dos recursos humanos para o recruta- mento. O recrutamento misto pode ser adotado por três funções: inicialmen- te, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, e recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente. Quadro 1 - Recrutamento Fonte: Chiavenato (2004). Rotinas administRativas - volume 2170 Na opinião de Ribeiro (2006, p. 82), o recrutamento interno não permite a “in- jeção de sangue novo” na organização, não renovando seu pessoal. Impede que as empresas absorvam conhecimentos de outras organizações por seus funcio- nários e nem sempre os candidatos internos possuem potencial para ocuparem novos cargos. Marras (2009) defende que a prática do recrutamento interno deve estar sus- tentada em procedimentos e política elaborada de forma transparente e ter a sua divulgação garantida em todos os níveis da estrutura organizacional. Todos na or- ganização, desde o supervisor menos categorizado até o gerente de maior nível hierárquico, devem estar em uníssono1 com essa política e até promovê-la, como instrumento de desenvolvimento não só dos trabalhadores, na medida em que proporciona uma possibilidade maior e mais veloz de ascensão nos quadros da empresa, mas também na própria organização, como instrumento fortíssimo de in- centivo motivacional e de eficiência e baixo custo para o processo de recrutamento. França (2009) aponta que este processo influencia o aperfeiçoamento dos funcionários, uma vez que possibilita a progressão funcional. Esta técnica deve seguir alguns critérios na sua implementação, como: o levantamento prévio dos candidatos; a divulgação adequada da vaga; os critérios de escolha; e a objetivi- dade da escolha do candidato. Tendo esses critérios bem definidos, o resultado do processo será o preenchimento da vaga, o que pode ocorrer através de pro- moção, transferência ou remanejamento. Atendendo assim o objetivo do pro- cesso de recrutamento interno que é proporcionar oportunidades de ascensão profissional dentro da própria empresa. W av eb re ak M ed ia ([ 20 -- ?] ) 1 UNÍSSONO É um som reproduzido por várias pessoas. Ex: E todos (pessoas) gritaram em uníssono. Headhunter é um termo em inglês que significa, literalmente, “caçador de ca- beças”. A função do headhunter é “caçar” os melhores profissionais do mercado em áreas executivas. Muito usado no Brasil, o headhunter é um intermediário en- tre o cliente (empresa contratante) e o candidato ao emprego. As suas respon- sabilidades passam por identificar no mercado os melhores candidatos, analisar criteriosamente o perfil desses profissionais e selecionar o mais apto. A diferença entre um recrutador da área de Recursos Humanos e um headhun- ter é que o recrutador é o profissional que desempenha a parte burocrática do recrutamento. Suas principais atividades são divulgar a vaga, buscar candidatos no banco de currículos, entrar em contato com o candidato, realizar testes, fazer dinâmicas e entrevistas e dar a devolutiva ao candidato. Geralmente as vagas re- alizadas pelo recrutador dentro de uma organização são do nível operacional ao tático. Já o headhunter trabalha com as vagas estratégicas da empresa. Ele tem co- nhecimento técnico e experiência em uma área específica do mercado e, por isso, conhece a fundo as habilidades necessárias à pessoa que ocupará o cargo. O headhunter é um profissional que vai se dedicar a encontrar profissionais com perfis e requisitos diferenciados para a empresa. É uma profissão mais pecu- liar do que a de recrutador e suas atividades serão investigar, buscar, selecionar e analisar currículos específicos para vagas específicas. Isto é, irá de certa forma atrair excelentes profissionais para ótimas vagas. Para atrair excelentes profissionais, o headhunter deve conhecer a cultura da empresa. Dessa forma, ele alinha o perfil do candidato à cultura da organização, correndo menos riscos de erro na contratação. O lado bom de contratar um headhunter para vagas de performance é que esse profissional conhece o mercado e tem relacionamentos com diversos profis- sionais e indicadores que o ajudam a desempenhar melhor o seu papel. Inicialmente, você conhecerá as formas de Recrutamento. Vamos lá! 8.1.1 RecRutamento inteRno O recrutamento interno é aquele que privilegia os próprios recursos da empre- sa. Isso é, a divulgação das necessidades (vagas em aberto) é informada por meio de comunicação, memorando ou cartazes, em todos os quadros de avisos da em- presa, com as características exigidas pelo cargo, solicitando aqueles interessados que compareçam ao setor de recrutamento para candidatar-se à posição ofereci- da ou enviem seus dados para análise. (MARRAS, 2009). 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 171 Na opinião de Ribeiro (2006, p. 82), o recrutamento interno não permite a “in- jeção de sangue novo” na organização, não renovando seu pessoal. Impede que as empresas absorvam conhecimentos de outras organizações por seus funcio- nários e nem sempre os candidatos internos possuem potencial para ocuparem novos cargos. Marras (2009) defende que a prática do recrutamento interno deve estar sus- tentada em procedimentos e política elaborada de forma transparente e ter a sua divulgação garantida em todos os níveis da estrutura organizacional. Todos na or- ganização, desde o supervisor menos categorizado até o gerente de maior nível hierárquico, devem estar em uníssono1 com essa política e até promovê-la, como instrumento de desenvolvimento não só dos trabalhadores, na medida em que proporciona uma possibilidade maior e mais veloz de ascensão nos quadros da empresa, mas também na própria organização, como instrumento fortíssimo de in- centivo motivacional e de eficiência e baixo custo para o processo de recrutamento. França (2009) aponta que este processo influencia o aperfeiçoamento dos funcionários, uma vez que possibilita a progressão funcional. Esta técnica deve seguir alguns critérios na sua implementação, como: o levantamento prévio dos candidatos; a divulgação adequada da vaga; os critérios de escolha; e a objetivi- dade da escolha do candidato. Tendo esses critérios bem definidos, o resultado do processo será o preenchimento da vaga, o que pode ocorrer através de pro- moção, transferência ou remanejamento. Atendendo assim o objetivo do pro- cesso de recrutamento interno que é proporcionar oportunidades de ascensão profissional dentro da própria empresa. W av eb re ak M ed ia ([ 20 -- ?] ) 1 UNÍSSONO É um som reproduzido por várias pessoas. Ex: E todos (pessoas) gritaram em uníssono. Rotinas administRativas - volume 2172 Para Sobral e Perci (2012), o recrutamento interno consiste no preenchimento de uma vaga para um posto de trabalho mediante a realocação de funcionários atuais, que podem ser promovidos ou transferidos de outras unidades.Você sabe como pode ser divulgada a vaga dentro da empresa? Bem, ela pode ser divulgada, por exemplo, através de meios de comunicação informatizados como a intranet ou no site da organização. Porém, é necessário ter cuidado na di- vulgação da vaga para atrair somente os candidatos que possuem potencial para ela. Esse processo exige uma boa avaliação das qualificações dos funcionários, pois se a promoção não for bem-sucedida pode resultar na perda do colaborador. Além disso, esse processo pode desestimular os outros funcionários que não fo- ram selecionados para a promoção. (LACOMBE, 2005). Como todos os processos, o recrutamento interno apresenta vantagens e des- vantagens. No quadro, a seguir, é apresentado o comparativo com os aspectos do recrutamento interno, conforme Sobral e Peci (2008, p. 336). Acompanhe: VantagEns • É um processo mais rápido e econômico. • Aproveita o investimento da organização em treinamento e desenvolvimento de pessoal. • Atua como fonte de motivação dos funcionários e estimula a lealdade. • Evita riscos de inadequação cultural de trabalhadores externos à organização. • Reduz a incerteza quanto ao potencial, desempenho e perfil do candidato. • Desenvolve um espírito de competição saudável entre os membros organizacionais. DEsVantagEns • Pode gerar conflito e frustração aos candidatos excluídos. • Inibe a mudança e a inovação na organização. • Pode encorajar a complacência entre os trabalhadores que presumem que o tempo de serviço assegura a promoção. • Limita as escolhas aos trabalhadores atuais da organização. • Apesar da rapidez do processo, obriga a substituição do trabalhador escolhido, o que pode atrasar a efetivação da mudança de cargo. Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do recrutamento interno Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 336) 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 173 FIQUE ALERTA Na verdade, o recrutamento interno é um mecanismo de aproveitamento do capital humano, podendo ser utilizado também como meio de valorização, retenção e motivação dos profissionais dentro da empresa. 8.1.2 RecRutamento exteRno Segundo Marras (2009), o recrutamento externo tem início a partir da tomada de decisão com relação a dois tópicos que definem, para o gestor e para o setor de Recrutamento e Seleção, qual o melhor caminho a ser seguido na escolha das fontes utilizadas na prospecção de candidatos. São eles: • variável tempo – é aquela que determina a exigência temporal que está contida na solicitação feita pela área que necessita da vaga, ao mesmo tem- po em que indica, também, pelo mesmo parâmetro temporal, a fonte e re- crutamento mais adequado. • variável custo – é a que representa a possibilidade financeira que se dispõe para iniciar um processo de recrutamento e seleção, ao mesmo tempo que possibilita identificar as fontes de recrutamento pela diferenciação de custo que cada uma representa. Para Sobral e Perci (2012), o recrutamento externo, ocorre quando a organiza- ção abre o processo de recrutamento a candidatos externos a organização. iS to ck ([ 20 -- ?] ) Rotinas administRativas - volume 2174 O recrutamento é externo quando a instituição procura preencher a vaga exis- tente com candidatos advindos do mercado de trabalho, atraídos pelas técnicas de recrutamento. As técnicas de recrutamento dependem diretamente do tipo de cargo a ser preenchido. Ou seja, pode-se adotar uma estratégia para recrutar pessoal de nível superior e, outra, para pessoal de nível técnico. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). Para Chiavenato (2009), o recrutamento é externo quando é imperioso para organização em preencher suas vagas, com candidatos vindos de fora e que de alguma forma atraem-se pela técnica de recrutamento utilizada. Algumas fontes de recrutamento apresentam melhores resultados que ou- tras. Em geral, as indicações ou recomendações por parte de trabalhadores atuais produzem melhores candidatos. Isso acontece porque a pessoa que recomenda conhece os requisitos exigidos pelo cargo e as qualificações e habilidades do can- didato. Por outro lado, o funcionário atual apenas recomendará outra pessoa se sentir que isso não afetará negativamente sua reputação e seu prestígio na orga- nização. No entanto, apesar de ser um método de recrutamento mais confiável, não deve ser o único utilizado, pois pode resultar em uma força de trabalho muito homogênea e pouco diversa (por exemplo, funcionários todos formados na mes- ma universidade). (MARTINEZ, 2001, apud SOBRAL; PECI, 2012, p. 48-51). Segundo Ribeiro (2006), as principais fontes de recrutamento externo são: • anúncio de jornal; • cartazes e panfletos; • apresentação de funcionários; • agências de empregos; • anúncios em emissoras de rádio; • serviço de alto-falantes; • estagiários; • contatos com outras empresas; • guardas-mirins; • escolas técnicas; • mão de obra temporária; • internet; • cadastro de currículos. Apesar disso, Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 79) defendem que as con- dições do mercado de trabalho podem ajudar a determinar as fontes externas de recrutamento: 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 175 Durante períodos de alto desemprego, as organizações podem manter a oferta adequada de candidatos qualificados apenas de currículos não solicitados recebidos. Um mercado de traba- lho escasso, com baixo desemprego, pode forçar o empregador a anunciar amplamente e/ou buscar auxílio de emprego locais. Tal como o interno, o recrutamento externo apresenta vantagens e desvanta- gens. Observe o quadro apresentado por Sobral e Peci (2008, p. 337). VantagEns • Permite renovar o quadro de competências da organização. • Traz sangue novo, novas ideias, novas visão e energia revitalizadora à organização. • Propicia a ampliação do conhecimento sobre o mercado e a oferta de mão de obra. • Aproveita os conhecimentos e experiências adquiridos anteriormente pelos candidatos. • Pode aumentar a visibilidade da organização, projetando uma imagem de renovação. DEsVantagEns • É um processo mais demorado e mais caro. • Apresenta alguns riscos de incompatibilidade entre o candidato e a organização. • Pode gerar desmotivação e desconfiança nos trabalhadores atuais. • Os resultados são imprevisíveis. • Pode ter impacto na política de remunerações da organização Quadro 3 - Vantagens e desvantagens do recrutamento externo Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 337) FIQUE ALERTA O recrutamento externo gera um custo maior para a em- presa, pois necessita seguir um processo com técnicas de seleção e também corre o risco de gerar desmotivação e deslealdade por parte dos colaboradores, em função de ofertas de oportunidades a estranhos. 8.1.3 RecRutamento misto O recrutamento misto é a combinação do recrutamento interno e externo. Conforme Carvalho, Passos e Saraiva (2008), o recrutamento misto pode ser ar- riscado como, por exemplo, em uma dinâmica de grupo, onde os profissionais da empresa que podem sentir-se ameaçados pela experiência do grupo externo e os candidatos externos podem sentir-se discriminados, pois os recrutadores já possuem um grau de relacionamento com os funcionários da organização. Rotinas administRativas - volume 2176 De acordo com o que afirma Araújo (2006, p. 34), existem três possibilidades de proceder ao recrutamento e seleção de forma mista que são: “começando pelo recrutamento externo, passando para o recrutamento interno, chegando à seleção; começando pelo recrutamento interno, passando para o recrutamento externo, chegando à seleção; começando pelos recrutamentos interno e externo, simultaneamente, chegando à seleção.” iS to ck ([ 20 -- ?] ) Compete a cada empresa apontar qual a melhor forma de recrutar, qual delas é mais adequada ao perfil e à necessidade da organização, procurando maior efi- ciência e máxima redução nos custos. Observou a importância da aprendizagem? Aqui você pôde constatar os tipos de recrutamento possíveis dentro de uma organização e os aspectos positivos e negativos de sua utilização.8.2 FonteS de divulgação Para que o recrutamento alcance o seu objetivo, é de suma importância que os profissionais de Recursos Humanos definam corretamente as melhores fontes de divulgação das vagas em aberto. 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 177 Em função disso, a seguir, você confere algumas ferramentas que podem au- xiliá-lo a anunciar suas vagas de emprego, tal como obter fontes interessantes de currículos de candidatos. Siga concentrado! 8.2.1 RecRutamento pelo joRnal O recrutamento pelo jornal é um meio de divulgação bem tradicional na busca de profissionais. Segundo Macedo e Rocha (2002), um anúncio de recrutamento de jornal, para que seja eficiente, deve ter alguns dados básicos como: • título do cargo ou função – auxiliar administrativo, gerente de RH, auxiliar de contabilidade etc.; • quais os requisitos exigidos para o cargo – sexo, idade, escolaridade, experi- ência anterior etc.; • as características da empresa – tipo de empresa, localização, horário de tra- balho, o que oferece, salário, benefícios e outras vantagens; • forma de contato – aonde ir, a quem procurar, em qual horário etc. SAIBA MAIS O recrutamento pelo jornal também pode ser anunciado ou procurado em jornais online. Visite os sites, a seguir, e confira mais detalhes a respeito! • <http://classificados1.folha.com.br/empregos/91537253- -secretaria-administrativa> • <http://www.jornalclassificados.com.br/detalhes.php?id= 321056&ssid=abe8ffd194fd457858e858e26cf0b004> • <http://classificados.atarde.com.br/empregos/listagem_ anuncios.aspx?sectionId=959> 8.2.2 caRta de solicitação de vaga A carta de solicitação de vaga é o registro pelo qual um candidato manifesta- -se para uma empresa colocando-se à disposição para o preenchimento de uma vaga de trabalho. Acompanhe um exemplo de carta de solicitação de vaga. Rotinas administRativas - volume 2178 (localidade), (dia) de (mês) de (ano). À (nome da empresa) Sr(a). (gerente de recursos humanos ou o nome, caso conheça) Ref: Candidatura à Vaga de Emprego Eu, (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado à (endereço), venho por meio desta apresentar minha candidatura à vaga de (especificar a vaga almejada), anexando nesta oportunidade meu Curriculum Vitae. Sou uma pessoa responsável, com boa formação acadêmica, prezando sem- pre pela organização e eficiência nas atividades que desempenho. Conforme se pode verificar em meu Currículo, tenho experiência profissional em estágio na empresa (especificar) por um período de X meses e cursos de idioma estrangeiro e informática. Coloco-me à disposição para qualquer contato e solicitação para entrevista. Os meios de contato seguem abaixo. Atenciosamente, (assinatura) Fonte: Tudobox.com (2009) 8.2.3 pedido de empRego Caso você esteja em busca de um trabalho, você tem a necessidade de saber o que falar ou fazer no momento do pedido. Apenas chegar à empresa e manifes- tar-se para qualquer pessoa e de qualquer forma que está querendo um emprego não é o suficiente, é necessário passar honestidade e compromisso. Para fazer um pedido de emprego, você deve estar preparado, procure ir à empresa com uma roupa adequada, nada exagerado, mantenha a calma, cuide com suas falas, evite brincadeiras no momento da abordagem e entrega do seu currículo. As vagas de emprego estão cada vez mais disputadas, por isso busque fazer um pedido diferenciado dos demais, mostrando ser uma pessoa correta e dedica- da ao trabalho, independentemente da área de sua competência. Seja persisten- te acima de tudo que possa acontecer, não desista. Se não der certo nas primeiras tentativas, levante a cabeça e siga em frente! 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 179 SAIBA MAIS Visite os sites, a seguir, e confira mais detalhes a respeito de como se comportar, vestir-se, falar etc. no momento do pedi- do de emprego. • <http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-pe/v/ aprenda-a-causar-boa-impressao-no-momento-de-pedir- -emprego/2407630/> • <http://www.youtube.com/watch?v=P4cgk_9myNY> Percebeu que fundamentais foram estas dicas? Pois bem, para prepará-lo ain- da mais com relação ao quesito recrutamento siga para novo tópico: seleção. 8.3 Seleção Na opinião de Marras (2009), todo o processo de seleção baseia-se na análi- se comparativa de dois campos: das exigências do cargo e das características do candidato. Acompanhe o quadro a seguir: Exigências DO caRgO caRactERísticas DOs canDiDatOs São as características que o cargo exige do profis- sional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes para o bom desempenho das funções. É o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desem- penhar suas tarefas. Quadro 4 - Análise comparativa do processo de seleção de pessoal Fonte: França (2009, p.79) Corroborando a opinião que Marras (2009), Chiavenato (2009, p. 106) afirma que a seleção de pessoas soluciona dois problemas básicos: • adequação da pessoa ao cargo e vice-versa ou adequação das competências individuais da pessoa às competências organizacionais desejadas pela em- presa; • eficiência e satisfação da pessoa no cargo ou fornecimento das competên- cias desejadas pela empresa. Associado ao processo de recrutamento, estrutura-se a etapa de seleção. Esta pode ser comparada a um filtro, pelo qual são escolhidas as pessoas que apresen- tam características desejáveis pela organização. Em suma, a seleção busca entre os vários candidatos recrutados aqueles que possuem características e compe- tências almejadas pela organização, aumentando assim a sua eficiência e desem- penho humano. (ARAÚJO, 2006; CHIAVENATO, 2010; MILKOVICH, 2008). Rotinas administRativas - volume 2180 A seleção de pessoal não se resume à avaliação das experiências e ao conheci- mento do trabalho a ser realizado. Faz-se necessária a construção de etapas dis- tintas que avaliam com maior acuidade as características de cada sujeito. (FRAN- ÇA, 2009). iS to ck ([ 20 -- ?] ) Existem várias maneiras de avaliar um profissional que está concorrendo a uma vaga, no entanto a entrevista continua sendo a principal técnica utilizada e, mui- tas vezes, podemos dizer que é decisiva para a contratação. De acordo com Marras (2002, p. 80), “[...] a entrevista objetiva detectar dados e informações dos candidatos subsidiando a avaliação do processo seletivo”. A entrevista pode ser estruturada, nãoestruturada ou conter enfoque em com- petências. a) Entrevista estruturada: é aquela cujo processo baseia-se num método pre- viamente planejado do “que” e “como” fazer ao longo de todo o tempo da entrevista. Esse método prevê todas as questões básicas que deverão ser colocadas aos candidatos, de forma padronizada e sistêmica. Contudo, o uso de um conjunto padronizado de questões permite que o entrevistador reco- lha as mesmas informações de cada um dos entrevistados (SPECTOR, 2002). 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 181 b) Entrevista não-estruturada: é aquela que não segue um padrão predetermi- nado ou não se prende a nenhum planejamento prévio de detalhes indivi- duais. É bem mais uma conversa entre o entrevistador e o entrevistado, na qual a natureza da interação entre duas pessoas determina a maior parte do que é abordado (SPECTOR, 2002). De acordo com Leite e Rios (2008, p. 169), “diante da inexistência de previsão legal, a seleção e seus métodos devem seguir o princípio da boa fé, de modo que do empregador é exigida uma atitude lícita na utilização dos métodos de investigação.” Nesse sentido, Nascimento (2009, p. 110) afirma que: [...] defende que todas e quaisquer informações obtidas nes- te procedimento de avaliação devem ser relacionadas apenas com as atividades profissionais do trabalhador e com o objeto de sua prestação de serviços. Trata-se, portanto, de nítido e le- gítimo limite imposto pela ordem constitucional ao limite de alcance do exercício do poder diretivo do empregador. Nas palavras de Almeida e França (2009), uma das etapas fundamentaisdo processo de seleção é a entrevista. Através dela, deve-se obter o maior número de informações sobre o candidato que pretende ocupar a vaga. Da mesma forma, é necessária a realização do estudo do currículo dos candidatos, pois através desse encontro é possível esclarecer aspectos de conteúdo profissional e pessoal, tanto relacionado à vida pregressa como às expectativas de vida futura. Quer saber quais informações pode-se obter com a entrevista? Bem, com o procedimento de entrevista você pode obter informações sobre o candidato ao emprego, de acordo com os seguintes aspectos: a) histórico escolar e profissional; b) experiência, qualificações e aptidões profissionais; c) organização de trabalho; d) desenvolvimento de atividades; e) outros assuntos relacionados com o perfil da vaga e com o objeto da prestação de serviços. (NASCIMENTO, 2009). A entrevista nada mais é, conforme Moreira (apud LEITE e RIOS, 2008, p. 171): O diálogo entre o candidato ao trabalho e o empregador ou um representante tendo por objeto identificar o que melhor se adequa ao posto de trabalho, sendo uma técnica bastante habitual e com a vantagem de ser simples, permitindo aos tra- balhadores obter maior intercâmbio de informação e aos em- pregadores uma observação direta das reações espontâneas as daqueles. Rotinas administRativas - volume 2182 Acompanhe, na sequência, os exemplos de perguntas e respostas sugeridas por Chiavenato (2004, p. 206) para o momento da entrevista e citados no artigo “Os desafios do Mercado de Trabalho: Entrevista de Emprego” do professor Perei- ra (2013). Fale sobre você. Procure ser sucinto, direto e focalize os resultados. Fale somente sobre assun- tos profissionais. Quais são seus objetivos no curto prazo? Seja específico. “Quero ser gerente de vendas”, por exemplo. - Quais são seus objetivos no longo prazo? Fale em termos profissionais, sen- do bem objetivo: ser diretor de engenharia, gerente-geral ou algo similar. Mostre também que traçou metas. É recomendável não se referir à vida parti- cular. - Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos? Responda que sim. Dê exemplos de situações vividas em seus trabalhos anteriores. Por que você deve ser contratado? Como você poderá contribuir para o desenvolvimento e crescimento da em- presa? Conte os benefícios que você vai trazer e como pode, com seu desem- penho, gerar lucros para a empresa. Boas repostas em perguntas deste tipo soam como músicas aos ouvidos dos entrevistadores. Como o bom candidato sempre pesquisa a empresa antes da entrevista, ele poderá citar fatos importantes que aconteceram na história da empresa con- tratante que reforçarão o seu grande interesse em fazer parte do time. Apesar das dicas de respostas acima, a recomendação é: “seja você mesmo e não um ator, mantenha equilíbrio e serenidade em suas respostas e alimente um ar constante de confiança e bom humor”. Digo sempre que vamos para as entrevistas “cheios de nós mesmos”, e isso pode ser bom ou não, depende do nosso histórico de vida pessoal, profissio- nal e educacional, de nossos valores e do que a empresa espera de nós na vaga ofertada. Serão os pequenos detalhes que pesarão na escolha de um ou outro candidato. As questões visuais, roupas e acessórios, já foram muito exploradas pelos es- pecialistas da área, a dica maior é: pareça-se com a empresa. Cada ramo tem os seus costumes próprios. Por exemplo, uma empresa de publicidade é bem diferente de um escritório de advocacia, o comportamento e as roupas ade- quados para um são menos valorizados no outro. As entrevistas de emprego buscam o candidato certo para a vaga certa, com o maior grau de acerto possível. Se a pessoa não passar na entrevista não será sinal de derrota e, sim, de experiência adquirida. Além do que, tal como a pessoa pode não ter o perfil para a vaga, a vaga também pode não estar adequada ao seu perfil. Cuide do seu comportamento, faça cursos voltados para seus objetivos profissionais, procure uma vaga em acordo com você, capriche no visual, coloque um sorriso no rosto e vá em frente, “cheio de você mesmo”, em busca do seu novo trabalho. Fonte: Pereira (2013). 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 183 Para se mensurar a eficácia de um processo de seleção, é preciso considerar o número de candidatos admitidos e o de candidatos examinados, ou seja, quanto mais candidatos admitidos e menos examinados, maior será a eficácia do pro- cesso. Na sequência, você conhecerá um estudo de caso que aborda a temática de recrutamento e seleção de pessoas na empresa Vemac. caSoS e relatoS a importância do recrutamento e da seleção de pessoas para a em- presa Vemac O estudo de caso proposto teve como objetivo identificar e analisar como é feito todo o processo de recrutamento e seleção de pessoas na empresa Vemac localizada no município de Vila Valério. Acompanhe o resultado do questionário aplicado na ocasião do estudo. 1 - Qual a importância do recrutamento e seleção de pessoas para a empre- sa Vemac? Para a empresa Vemac, o processo dito acima é importante, pois permite à empresa conhecer as pessoas interessadas ao cargo, suas habilidades, seus potenciais, realizando uma avaliação e escolhendo, assim, os mais aptos a ocupar a vaga. Devido a esse processo, a empresa não tem pressa em tomar a decisão de contratar, gosta de avaliar criteriosamente o candidato para ter certeza de que o mesmo é o melhor para ocupar o cargo. 2 - Quando a empresa vê a necessidade de contratar novos funcionários, qual a primeira providência tomada? Divulgam por algum meio de comuni- cação? É contratado alguém para fazer a seleção? Recebe alguma indicação de pessoas que trabalham na própria organização ou de outras pessoas? A primeira providência a ser tomada é ver se tem algum funcionário que pode ser remanejado de cargo. Se não tiver, há necessidade de contrata- ção. A empresa dá oportunidade aos funcionários de fazer a indicação de algum conhecido ou amigo que seja capaz de realizar a determinada fun- ção. A abertura da vaga é divulgada (falada) e por cartaz inserido na própria fachada da loja. Rotinas administRativas - volume 2184 3 - Vocês fazem entrevistas com os candidatos à vaga? É feito no mínimo 2 entrevistas. Todos os candidatos que entregam os cur- rículos são entrevistados no ato e, a partir daí é feita a seleção dos melhores e mais capacitados, onde esses são novamente entrevistados. 4 - É recolhido currículo dos candidatos? Qual a importância das qualifica- ções e experiências anteriores dos candidatos? Selecionam os melhores e mais competentes para a entrevista? É recolhido os currículos dos candidatos, pois permite conhecer as carac- terísticas de cada um. Se o candidato já tem experiência na área, para a empresa é muito importante, pois o valor e a confiança são maiores. Após a entrega dos currículos, a empresa analisa e seleciona os mais aptos e me- lhores para disputar a vaga como, por exemplo, os candidatos que pos- suem cursos superiores, experiência na área, entre outros. 5 - Qual o critério que a empresa considera mais relevante no momento de seleção dos candidatos? É considerado o perfil do candidato, como ele age perante a vaga e tam- bém se possui as qualificações exigidas. 6 - Quando é feita a contratação de novos funcionários, vocês realizam al- gum treinamento antes deles começarem a trabalhar nas suas devidas fun- ções? Não. Ele terá um período como aprendiz e é desse modo que será treinado, diretamente na prática. 7 - Quais as dificuldades encontradas no momento da contratação? Qualificação necessária. Encontrar pessoas qualificadas para ocupar o car- go, se torna hoje uma das maiores dificuldades do mercado. 8 - O município onde a empresa se localiza (Vila Valério) tem uma economia voltada para a agricultura, grande parte para a cafeicultura, que acaba acar- retando, de um modo geral, no aumento das vendas na época de colheita (Abril à Julho), e é comum haver contratações. A empresa contrata novosfuncionários durante esse período? Ou são feitas contratações temporárias para algum período em que há o aumento da demanda? 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 185 Geralmente é feita a contratação no período pós-colheita, onde o movi- mento aumenta. As pessoas que são escolhidas para ocupar a vaga não tra- balham temporariamente, são contratadas (quem entra, é bom e não sai). Com os resultados obtidos, foi observado que todo o processo de recruta- mento e seleção é muito importante para a empresa, realizando o recruta- mento, entrevistas com os selecionados e treinamentos para o desenvolvi- mento do cargo. Dessa forma, o estudo evidencia a hipótese de que se o processo seletivo for bem fundamentado, ele proporcionará à organização funcionários comprometidos com o sucesso e crescimento da organização. Fonte: Adaptado de Passamani, Vieira e Mação (2012. Percebeu-se com este estudo que com um processo de recrutamento e sele- ção é possível trazer para a organização o candidato que preencha as necessida- des da empresa, que possa agregar valor com seu conhecimento enriquecendo o quadro de colaboradores da empresa. 8.4 ProcedimentoS trabalHiStaS Os procedimentos trabalhistas e a execução das normas trabalhistas assegura- das na legislação preservam a empresa de sofrer multas e indenizações. M an te nA go ra N ot íc ia s ([2 0- -? ]), P ic uí (2 01 3) , i St oc k ([2 0- -? ]) A seguir, você irá conhecer os principais procedimentos trabalhistas. Rotinas administRativas - volume 2186 8.4.1 Folha de pagamento Folha de pagamento é o nome dado para o documento que a empresa elabo- ra todo mês para efetivar a remuneração devida aos seus funcionários. No Brasil, a folha de pagamento é obrigatória para fins de fiscalização traba- lhista e previdenciária. A empresa tem a obrigação legal de elaborar o documento contendo o nome do funcionário, o cargo, a remuneração, os descontos ou os abatimentos, a contribuição previdenciária, entre outras, que comprove a remu- neração paga/devida. O processo de cumprimento da folha de pagamento é muito importante, pois tem como principal objetivo transformar as informações do funcionário e da em- presa/organização em um produto. A folha de pagamento pode ser bem simples, mas precisa existir fisicamen- te, no papel, ou em sistema que possa ser consultado pelos funcionários, como pode-se ver no modelo a seguir. M er ca do S ho ps ([ 20 -- ?] ) Figura 1 - Recibo de pagamento de salário A construção da folha de pagamento é obrigatória para o empregador, como se pode ver no artigo 32 da Lei nº 8.212/91, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização e o Plano de Custeio da Seguridade Social. 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 187 SAIBA MAIS A folha de pagamento é um documento obrigatório e de grande importância para a empresa. Quer saber mais, acesse o artigo 32 da Lei n.˚ 8.212/91 no link a seguir: • <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons. htm>. 8.4.2 apuRação de atRasos e Faltas Toda vez que o funcionário não cumpre a sua jornada de trabalho, em razão de atrasos ou faltas injustificadas, as horas poderão ser descontadas do salário. A Lei nº 605/49 determina que o funcionário que não completar a semana per- de direito ao repouso semanal remunerado. Na legislação, o entendimento é de que não se aplica a Lei nº 605/49 para o funcionário mensalista e quinzenalista uma vez que está incluído o repouso semanal em seu salário. Para apurar as faltas e os atrasos, o passo inicial é pegar o valor da hora de tra- balho e multiplicar pelo número de horas de atraso, assim se encontra o valor de “faltas e atrasos”. Veja o seguinte exemplo. José é um funcionário que trabalha como operário de uma empresa e faltou 3 horas de trabalho, portanto, será descontado no final do mês. O salário de José é R$ 678,00 por mês, e tem uma jornada mensal de 220 horas Total de R$ 678,00 / 220 horas = R$ 3,08 Falta/Atraso de 3 horas = 3 x R$ 3,08 = R$ 9,24 Existe, também, o desconto do Descanso Semanal Remunerado (DSR) em vir- tude das faltas e/ou atrasos e tem sua previsão legal sustentada na Lei nº 605/49 nos artigos 1˚ e 6˚ elencados, a seguir: art. 1º - Todo empregado tem direito ao repouso sema- nal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exi- gências técnicas das empresas, nos feriados civis e reli- giosos, de acordo com a tradição local. [...] Rotinas administRativas - volume 2188 art. 6º - Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integral- mente o seu horário de trabalho. § 1º - São motivos justificados: a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveni- ência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre aci- dente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada. A Constituição Federal Brasileira, de 1988, da mesma forma prevê em seu ar- tigo 7˚, inciso XV, que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, o repouso semanal remune- rado, preferencialmente, aos domingos. Além disso, a nossa CLT no Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943 prevê em seu art. 67: art. 67 - Será assegurado a todo empregado um des- canso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecuti- vas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou ne- cessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 189 SAIBA MAIS Na Súmula TST nº 172 computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas. Visite o link, a seguir, e confira mais detalhes a respeito! <http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=SÚMULA+Nº+172+D O+TST.+REPOUSO+REMUNERADO> Então, se a falta ou o atraso do funcionário for em uma única semana, ele perde o DSR daquela semana, agora, se as faltas e os atrasos forem em semanas diferentes ele perderá o DSR das semanas faltantes. Não diferenciando horista e mensalista, conforme a Lei nº 605 de 05/01/1949, artigo 6˚ que diz: “Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu ho- rário de trabalho”. Verifique no exemplo do funcionário José, no qual o atraso foi em uma única semana, perdendo um DSR, no valor do DSR 1/30 do salário, mais o adicional, ou seja: O salário de José é R$ 678,00 por mês, e tem jornada mensal de 220 horas Total de R$ 678,00 / 30 dias = R$ 22,60 desconto 8.4.3 hoRas extRas De acordo com a CLT do Brasil, em seu artigo 59˚, a hora extra significa que “a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho”. Ou seja, esse tempo trabalhado a mais na jornada diária, estabelecido pela legislação ou contrato de trabalho, é a hora extra. Quer conhecer um exemplo? O operário José é um funcionário exemplar e, para melhorar o seu salário no final do mês, aceitou fazer algumas horas extras para a empresa. No total, ele tra- balhou 10 horas a mais das horas previstas em seu contrato de trabalho, que se- rão consideradas horas extras com 50% de adicional. Rotinas administRativas - volume 2190 O salário de José é R$ 678,00 por mês, e tem jornadamensal de 220 horas (=) R$ 3,08 por hora. (+) 50% de adicional de horas extras (3,08 x 50%) = R$ 4,64 por hora José fez 10 horas extras = ( R$ 4,64 x 10) Total a receber de hora extra R$ 61,30 Nas horas extras, ainda existe o desconto do Descanso Semanal Remunera- do previsto na Lei nº 7.415/1985 e no Enunciado ou Súmula nº 172 do Tribunal Superior do Trabalho, nos quais determina-se que as horas extraordinárias ha- bitualmente prestadas devem ser computadas no cálculo do Descanso Semanal Remunerado (DSR). A integração das horas extras no descanso semanal remunerado calcula-se da seguinte forma: • somam-se as horas extras do mês; • divide-se o total de horas pelo número de dias úteis do mês; • multiplica-se pelo número de domingos e feriados do mês; • multiplica-se pelo valor da hora extra com acréscimo. FIQUE ALERTA Segundo o contador e especialista em Direito do Trabalho, Prof. Emerson Costa Lemes, “a hora extra é um recurso caro a ser usado pela empresa extraordinariamente, esporadi- camente. Quando essa hora extra se torna habitual, diária, passa a integrar o salário do empregado; se em um dia ele não a fizer, terá direito a receber o valor mesmo não tendo trabalhado, pelo fato de se ter tornado habitual.” 8.4.4 Repouso RemuneRado O Repouso Semanal Remunerado (RSR), também conhecido como Descanso Semanal Remunerado (DSR), é um direito que o funcionário tem desde que cum- pra a jornada de trabalho semanal. O mesmo está vinculado ao RSR se houver frequência e pontualidade do funcionário. Em caso de falta não justificada e impontualidade, o funcionário não perde o direito ao descanso semanal, perde apenas o direito à remuneração respectiva. 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 191 A Lei n. 605/49 regula sobre Repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos em seu artigo 6º dispõe: “Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu ho- rário de trabalho.” iS to ck ([ 20 -- ?] ) Veja o que as principais Súmulas do tst tratam sobre o DSR (ou RSR): 27 - comissionista (Ra 57/1970, DO-gB 27.11.1970) - é devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. 113 - Bancário. sábado. Dia útil (Ra 115/1980, DJ 03.11.1980) - o sábado do bancário é dia útil não traba- lhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a re- percussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração. 146 - trabalho em domingos e feriados, não com- pensado - (RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982. Nova redação – Res. 121/2003, DJ 19.11.2003). O 351 - Professor. Repouso semanal remunerado - Art. 7º, § 2º, da Lei nº 605, de 05/01/1949 e art. 320 da CLT (Res. 68/1997, DJ 30.05.1997). O professor que recebe salário mensal à base de hora-aula tem direito ao acrés- Rotinas administRativas - volume 2192 cimo de 1/6 a título de repouso semanal remunerado, considerando-se para esse fim o mês de quatro semanas e meia. O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuí- zo da remuneração relativa ao repouso semanal. O Art. 7˚, inc. XV da Constituição Federal de 88 prevê que são direitos dos tra- balhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua con- dição social, o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. A Lei nº 7.415/1985 e o Enunciado TST 172 determinam que as horas extraor- dinárias habitualmente prestadas devem ser computadas no cálculo do Descanso Semanal Remunerado (DSR). O funcionário que trabalha por mês ou quinzena tem garantido o valor do des- canso incluso em seu salário. Segundo a Lei nº 605/49 art. 7º § 2º “consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quin- zenalista cujo cálculo de salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do número de dias do mês ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) diárias, respectivamente.” 8.4.5 FéRias Férias é uma pausa para descanso que o funcionário tem direito depois de completar 12 meses de trabalho, período este chamado de “aquisitivo”. As férias precisam ser deferidas dentro do ano subsequente à aquisição. Neste período de tempo, o funcionário continuará recebendo sua remuneração e mais um adicional de 1/3 do salário normal. A seguir, um exemplo para facilitar o seu entendimento: Salário do José = R$ 678,00 Cálculo de Férias = R$ 678,00 / 3 = R$ 226,00 férias Valor a ser recebido = R$ 678,00 + R$ 226,00 = Total R$ 904,00 VOCÊ SABIA? No Brasil as férias surgiram inicialmente em 1925, em algumas empresas e, depois, em 1943, tornando-se uma lei para todos os empregados. 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS 193 A Constituição Federal Brasileira de 1988 prevê em seu artigo 7º que são direi- tos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em seu artigo 129˚ prevê que “todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem preju- ízo da remuneração.” Veja outros artigos da CLT que tratam das férias anuais: • Do Direito a Férias e da sua Duração (artigos 129 a 133); • Da Concessão e da Época das Férias (artigos 134 a 138); • Das Férias Coletivas (artigos 139 a 141); • Da Remuneração e do Abono de Férias (artigos 142 a 145); • Dos Efeitos da Cessação do Contrato de Trabalho (artigos 146 a 148); • Do Início da Prescrição (artigo 149). 8.4.6 saláRios Salário é a remuneração ou pagamento mensal atribuída ao funcionário pelo trabalho que realiza, por todo o tempo que ele se dedicou para realizar as suas funções, ou seja, pela sua prestação de serviços. iS to ck ([ 20 -- ?] ) Rotinas administRativas - volume 2194 A remuneração compreende, além do salário, outros ganhos rotineiros do fun- cionário. Deste modo, remuneração é uma categoria e, o salário, é espécie. Ainda segundo a CLT, integram a remuneração do funcionário para todos os efeitos legais: art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empre- gado, para todos os efeitos legais, além do salário devi- do e pago diretamente pelo empregador, como contra- prestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953). § 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipu- lada, como também as comissões, percentagens, gratifi- cações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953). § 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo em- pregado. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953). § 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espon- taneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao clien- te, como adicional nas contas, a qualquer título, e des- tinada a distribuição aos empregados. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). A Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto Lei nº 5452/43, dispõe em seu artigo: art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. Parágrafo único - Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado o mais tardar, até o décimo dia útil do mês subsequente ao vencido. Quando houver sido estipulado por quinzena ou sema- na, deve ser efetuado até o quinto dia útil. § 1º - Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) 8 FundamentoS de recurSoS HumanoS
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