Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APOSTILA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS Curso Técnico em Química SETEC/MEC/2017, Pactuação Exclusiva MedioTec EaD 2017 Campus Inconfidentes EDUARDO DE OLIVEIRA RODRIGUES 2018 2 SUMÁRIO 1ª SEMANA AULA 1: SISTEMAS DE UNIDADES AULA 2: ANÁLISE DIMENSIONAL AULA 3: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLOS DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS 2ªSEMANA AULA 4: CALOR E TEMPERATURA AULA 5: BALANÇO DE MASSA AULA 6: BALANÇO DE ENERGIA AULA 7: TRANSFERÊNCIAS SIMULTÂNEAS DE CALOR E MASSA 3ªSEMANA AULA 8: OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO: Separações Físicas e Separações Físico- Químicas AULA 9: OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO: Separação Gás/Gás; Separação Sólido/Sólido; Separação Sólido/Líquido; Separação Sólido/Gás e Separação Líquido/líquido AULA 10: COMINUIÇÃO E FORMAS DE REDUÇÃO DE TAMANHO 4ªSEMANA AULA 11: NOÇÕES DE REOLOGIA AULA 12: VISCOSIDADE AULA 13: CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS AULA 14: FLUIDOS COMO MEIO LUBRIFICANTE AULA 16: ACESSÓRIOS E EQUIPAMENTOS DA INDÚSTRIA 3 1ª SEMANA AULA 1: SISTEMAS DE UNIDADES Quando se fala em sistema de unidades temos que pensar que estamos o tempo todo medindo algo ou alguma coisa, altura, largura, comprimento, temperatura, pressão etc. Mas o que é medir? Medir nada mais é do que fazer uma comparação. Já que medir é comparar, meça sua altura comparando com algo que conheça, por exemplo, eu tenho a altura de 10 palmos (de minha mão direita), mais 2 caixas de fósforos, (de comprido), e 5 larguras de palitos de fósforos, da mesma caixa (de comprido)( SALVAGANINI, 2018). Segundo LUZ, 2018 com problemas no comercio devido ao uso de unidades imprecisas, como aquelas baseadas no corpo humano, o Governo Republicano Francês, em 1789, pediu à Academia de Ciências da França que criasse um sistema de medidas baseado numa “constante natural”. Assim foi criado o Sistema Métrico Decimal. Este sistema adotou, inicialmente, três unidades básicas de medida: o metro, o litro e o quilograma. O sistema métrico decimal acabou sendo substituído pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), mais complexo e sofisticado. Após a 11ª conferência Geral de Pesos e Medidas – 1962- o Brasil adota, oficialmente, o Sistema Internacional. O decreto n° 81.621 de 03/05/1979 (Conselho Nacional de Metrologia - Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) tornou oficial no Brasil o uso do Sistema Internacional de Unidades (S.I.) (EVANGELISTA, 2018)). Algumas curiosidades em relação as unidades de medidas: • O rei George III da Inglaterra decidiu que o galão, medida de volume padrão para comparação, deveria ser igual ao volume do seu urinol. Vem daí o “galão imperial”. Ele enviou o urinol de sua esposa para as colônias para servir de padrão. E vem daí o “galão americano” ( SALVAGANINI, 2018); • 1 polegada (2,54 cm) deve ser igual ao comprimento de três grãos de cevada alinhados; • 1 jarda (0,914 m) deve representar a distância entre a ponta do nariz e o polegar, com o braço estendido, do rei Henrique I, Século XII; • 1 pé igual a 12 polegadas (0,305 m) ( SALVAGANINI, 2018). • Outras origens das unidades de medidas consultar: https://super.abril.com.br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-11-unidades-de- medida. A seguir são apresentadas as grandezas e suas unidades de medida. À direita da tabela, é mostrado o símbolo da unidade e suas equivalências, assim como os principais prefixos do sistema internacional e algumas conversões de unidades (LUZ,2018). 4 Tabela 1:PRINCIPAIS UNIDADES DO SI Fonte: https://wp.ufpel.edu.br/mlaura/2012/09/15/sistemas-de-unidades 5 Tabela 2: Outras unidades em uso Fonte: https://wp.ufpel.edu.br/mlaura/2012/09/15/sistemas-de-unidades Deve-se também prestar atenção em alguns prefixos muito utilizados no dia a dia, em especial nas operações unitárias, que são: Tabela 3: Prefixos utilizados no SI Fonte: https://wp.ufpel.edu.br/mlaura/2012/09/15/sistemas-de-unidades 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EVANGELISTA, A.W.P. NOÇÕES DE HIDRÁULICA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS, 2018. Disponível em: https://www.agro.ufg.br/up/68/o/1.1.1_Sistemas_de_Unidade.pdf. Acesso: 22/06/2018 LUZ, M.L.G.S. Sistemas de unidades. Universidade Federal de Pelotas, 2018. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/mlaura/2012/09/15/sistemas-de-unidades. Acesso: 22/06/2018 SALVAGANINI, W.M. SISTEMAS DE UNIDADES. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2018. AULA 2: ANÁLISE DIMENSIONAL Definição: Análise dimensional de uma grandeza derivada qualquer é a expressão formada pelo produto dos símbolos genéricos de grandezas de base elevados a determinadas potências. Desta forma, por exemplo, uma que pode ser medida em unidades de comprimento é dita ter a dimensão de comprimento e, é associado um símbolo a esta dimensão. No caso, L. A tabela 4 indica a associação da grandeza ao seu símbolo. Tabela 4: Grandeza e símbolo dimensional Fonte: http://www.fisica.net/unidades/unidades_do_sistema_internacional.pdf. “Denomina-se fórmula dimensional a expressão matemática que indica em quantas vezes varia a unidade derivada durante determinadas variações das unidades fundamentais ” Exemplo: Determinar a fórmula dimensional da grandeza Força. De acordo com a segunda lei do movimento: F= m.a. 7 [F] = [m][a] , em se tratando de uma análise dimensional, as grandezas deverão ser grafadas entre colchetes. Sabemos que a dimensão de [m] = M (tabela 4) e, que a= ∆v/∆t, v= ∆s/∆t ou, v=s/t, [v]=[s]/[t] , [v]= L/T = LT-1. [a]=[v]/[t] , [a]=LT-1/T = LT-2. Então a dimensão de força pode ser escrita como: [F]= M.LT-2 Significa dizer que a força é diretamente proporcional ao produto massa. Comprimento e inversamente proporcional a quadrado do tempo. Observações: Valores puramente numéricos que figuram em algumas equações têm dimensão 1. Ou seja, são adimensionais. A tabela 5 traz outras grandezas e suas analises dimensionais Tabela 5: Unidades de diversas grandezas mecânicas nos principais sistemas 8 Fonte: https://www.agro.ufg.br/up/68/o/1.1.1_Sistemas_de_Unidade.pdf. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EVANGELISTA, A.W.P. NOÇÕES DE HIDRÁULICA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS, 2018. Disponível em: https://www.agro.ufg.br/up/68/o/1.1.1_Sistemas_de_Unidade.pdf. Acesso: 22/06/2018 AULA 3: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLOS DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS Em qualquer indústria, o processo global pode ser desmembrado numa série de etapas independentes entre si, caracterizando cada uma delas uma operação unitária. O termo operações unitárias é também comumente associado a processos de separação. Entre muitas outras finalidades as operações unitárias visam reduzir o tamanho dos sólidos a processar, transportá-los, separar componentes de misturas ou aquecer e resfriar sólidos e fluidos. Muitos desses processos têm certos princípios básicos e fundamentais em comum. 9 Segundo CAIRES 2009, cada etapa dentro do processo que tem princípios fundamentais independentes da substancia (ou substancias), que esta sendo operada e de outras características do sistema, pode ser considerada uma operação unitária. O engenheiro A. D. Little (1915) apresenta um conceito interessante para as operações unitárias: “Qualquer processo químico, em qualquer escala, pode ser decomposto numa serie estruturada do que se podem denominar, operações unitárias, como moagem, homogeneização, aquecimento, calcinação, absorção, condensação, lixiviação, cristalização, filtração, dissolução, eletrolise, etc”. Desde 1915 foram acrescentadas outras operações unitárias a lista de Little como o transporte de fluidos, a transferência de calor, a destilação, a umidificação, a absorção de gases, a sedimentação, a classificação, a centrifugação, a hidrólise, a digestão, a evaporação,etc. As complexidades das aplicações de engenharia provem da diversidade das condições, como temperatura, pressão, concentração, pureza, etc., sob as quais as operações unitárias devem ser realizadas nos diversos processos e das limitações e exigências aos materiais de construção e de projeto, impostas pelos aspectos físicos e químicos das substancias envolvidas. Segundo ROSSI 2008 todas as operações unitárias estão baseadas em princípios da ciência que são traduzidos nas aplicações industriais em diversos campos de engenharia. O escoamento de fluído, por exemplo, é estudado em mecânica dos fluídos, mas interessam muito a hidráulica que se liga mais à engenharia civil e a engenharia sanitária. Encontram-se, no setor da indústria exemplos de maior parte das operações unitárias em aplicações as mais variadas. Classificação As operações unitárias podem ser classificadas de acordo com critérios variados. Podemos, por exemplo, classificá-las em grupos de acordo com a sua finalidade dentro do processo produtivo. Operações preliminares: São normalmente utilizadas antes de qualquer outra operação. Suas funções estão associadas à preparação do produto para posterior processamento de melhoria das condições sanitárias da matéria prima. Ex. Limpeza, seleção, classificação, eliminação, branqueamento, etc. Operações de conservação: Entre estas podemos citar a esterilização, a pasteurização, o congelamento, refrigeração, evaporação, secagem, etc. Operações de transformação: Moagem, mistura, extrusão, emulsificação, etc. Operações de separação: Filtração, cristalização, sedimentação, centrifugação, prensagem, destilação, absorção, adsorção, desumidificação, precipitação eletrostática, etc. 10 Uma classificação bem comum é utilizada levando-se em conta o tipo de operação envolvida (operações mecânicas, operações envolvendo transferência de calor e operações envolvendo transferência de massa), a saber: 1 – OPERAÇÕES MECÂNICAS 1.1 – Operações envolvendo sólidos granulares A – Fragmentação de sólidos; B – Transporte de sólidos; C – Mistura de sólidos; 1.2 - Operações com sistemas sólido-fluido A – Sólidos de sólido; -Peneiramento -Separação hidráulica (arraste – elutriação) B – Sólido de líquidos; -Decantação -Flotação (borbulhamento de ar) -Floculação (sulfato de alumínio – aglutinação – flocos) -Separação centrífuga -Filtração C – Sólidos de gases -Centrifugação (para gases - ciclones) -Filtração (para gases - filtros manga) D – Líquidos de líquidos -Decantação -Centrifugação 1.3 – Operações envolvendo sistemas fluidos A – Bombeamento de líquidos; B – Mistura e agitação de líquidos; 2 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE CALOR 2.1 – Aquecimento e resfriamento de fluidos 2.2 – Evaporação e Cristalização 2.3 – Secagem 11 3 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE MASSA 3.1 – Destilação 3.2 – Extração líquido-líquido 3.3 – Absorção de Gases Para cada uma destas operações existem conceitos e princípios que precisam ser conhecidos para um melhor entendimento da operação em questão e para o projeto/dimensionamento/operação/otimização do equipamento se for o caso. OBS : Um site completo de exemplos de operações e onde elas são empregadas é: http://www.ufrgs.br/alimentus1/feira/opprelim/opprelim.htm. Vale a pena conferir. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAIRES, F.C. Operações Unitárias. Apostila 2º Módulo. Centro Universitário Padre Anchieta. 2009 ROSSI, D. PRINCÍPIOS DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS, AULA II. Universidade Federal de São Carlos, 2008. Disponível em: http://professordanielrossi.yolasite.com/resources/Fen%C3%B4menos%20de%20Trans porte%20-%20UFScar.pdf. Acesso: 23/06/2018 2ªSEMANA AULA 4: CALOR E TEMPERATURA A terminologia de calor e temperatura esta presente em nosso dia a dia, e já estudamos na disciplina de Físico-Química, mas vamos aprofundar um pouco mais agora. É comum percebermos o estado térmico de um corpo através da sensação de quente ou frio que sentimos ao tocá-los, mas será que podemos confiar nessas sensações? A Temperatura está relacionada com o estado de movimento ou de agitação das partículas de um corpo. Assim, numa primeira idéia, podemos dizer que a Temperatura é um valor numérico associado a um determinado estado de agitação ou movimentação das partículas de um corpo, umas em relação às outras. Temperatura é a grandeza que, associada a um sistema, caracteriza seu estado térmico. Quando colocamos em contato térmico dois corpos de temperatura diferentes, notamos que esses buscam uma situação de equilíbrio térmico, no qual as temperaturas tornam-se iguais. Para que isso aconteça, o corpo de maior temperatura fornece, ao de menor temperatura, certa quantidade de energia térmica. Isso provoca uma diminuição em sua temperatura e 12 um aumento na temperatura do corpo inicialmente mais frio, até que se estabeleça o equilíbrio térmico. Essa energia térmica, quando e apenas enquanto está em trânsito, é denominada calor. (UFBA, 2018) Calor é a energia térmica em trânsito de um corpo para outro ou de uma parte de um corpo para outra parte desse corpo, esse trânsito é provocado por uma diferença de temperatura. A Universidade de Coimbra disponibiliza um material amplo e completo sobre o tema para tanto seguiremos seu modelo de ensino integralmente, que poderá ser consultado no seu site que esta nas referências bibliográficas no final da aula. Energia térmica é a fração da energia interna de um corpo que pode ser transferida devido a uma diferença de temperaturas. Esta fracção é composta pelas formas de energia microscópicas energia sensível e energia latente. Não ocorrendo mudança de estado físico, a variação de energia interna sofrida por um corpo, de massa m, é igual ao calor transferido (Q) e pode ser estimada pela variação de temperatura ocorrida (ΔT), conhecido o seu calor específico, cP, como transcrito de uma forma simplista pela eq. 1. Havendo mudança de estado, a temperatura mantém-se constante, por exemplo na evaporação de uma massa m de um líquido, e o calor associado é calculado com recurso à eq. 2, onde ΔHvap é a entalpia específica de vaporização (obtida por subtração da entalpia do líquido à entalpia do gás). Existindo regiões no espaço a diferentes temperaturas, ocorrerá transferência de calor no sentido das zonas onde a temperatura é mais baixa. Essa transferência pode ocorrer pelo mecanismo da condução, convecção e/ou radiação dependendo se ela se efetua através de sólidos ou de fluidos, entre sólidos separados por fluidos, entre fluidos separados por uma superfície sólida ou ainda entre superfícies sólidas entre as quais não existe matéria. 13 Figura 1: Mecanismo transferência calor Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=24 8&Itemid=422. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Universidade Federal da Bahia, Calor e Temperatura, 2018. Disponível em: http://tecciencia.ufba.br/temperatura-e-calor. Acesso: 23/06/2018 Universidade de Coimbra, Processos Químicos > Separações e Operações Unitárias > Transferência de Calor e de Massa > Transferência de Calor, 2018. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=24 8&Itemid=422. Acesso: 23/06/2018 AULA 5: BALANÇO DE MASSA O professor Pedro Coelho (www.engquimicasantossp.com.br/p/autor.html) mostra de maneira eficaz e simplificada o conceito e aplicação do balanço de massa e será nosso guia nesse momento. O balanço de massa (também conhecido como balanço material) é um dos cálculos mais utilizados na engenharia química. Ele consiste basicamente em uma descrição de fluxos de massa de entrada e saída de um processo, cujo seu principio se baseia na lei de conservação de massa, sendo expresso pela seguinte: 14 Quando o processo é continuo e opera em regimepermanente (RP), isto é, não há alterações das variáveis de processo com o tempo, o acúmulo é zero e a equação resulta em: COMO RESOLVER UM BALANÇO DE MASSA SIMPLES Para resolver um balanço devemos primeiramente visualizar o processo, e esquematizá- lo através de um fluxograma simplificado, indicando as correntes que intervém no processo, bem como a composição de cada uma. Depois, caso não seja fornecida alguma massa, mas sim a porcentagens de alguns compostos, adota-se uma base de cálculo adequada, para se obter as outras porcentagens faltantes. Lembrando que para se fazer o cálculo do balanço, devemos estabelecer um sistema de equações de acordo com o número de incógnitas através de: a) BMT (balanço material total): lei da conservação da massa para o sistema; b) BMP (balanço material parcial): lei da conservação da massa para cada componente do sistema EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE BALANÇO DE MASSA 1) Em uma coluna destilam-se 1000 kg/h de uma mistura composta por 50% em peso de benzeno e tolueno. O destilado que sai da coluna é composto por 90 % em peso de benzeno, e o resíduo que sai da coluna é composto por 8 % em peso de benzeno. Determine: a) A massa do destilado (D) e do resíduo (R) b) A porcentagem de recuperação do benzeno no destilado Resolução: BMT (Balanço de Massa Total): 15 A=D+R⇒1000=D+R⇒ ⇒R=1000−D (Equação1) BMP (Balanço de Massa Parcial): Benzeno: 0,5A=0,9D+0,08R⇒ 0,5(1000)=0,9D+0,08R⇒ ⇒500=0,9D+0,08R (Equação 2) Tolueno: 0,5A=0,1D+0,92R⇒ 0,5(1000)=0,1D+0,92R⇒ ⇒500=0,1D+0,92R (Equação 3) Substituindo a equação 1 na equação 2 500=0,9D+0,08R ⇒500=0,9D+0,08(1000−D) ⇒500=0,9D+80−0,08D ⇒D=4200,82=512,2 kg/h Logo: R=1000−D=1000−512,2=487,8 Kg/h Calculando a porcentagem de benzeno recuperado alimentação 16 OBS: Mais exemplos resolvidos na apostila de exercícios resolvidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MENDES, P.H.C. Balanço de Massa, 2018. Disponível em: www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/balanco-de-massa-balanco-material.html. Acesso: 23/06/2018 AULA 6: BALANÇO DE ENERGIA Da mesma forma que a lei de conservação de massa, a lei de conservação de energia diz que energia não se cria, não se perde, mas um tipo de energia pode ser transformado em outro tipo de energia, como por exemplo, calor pode ser transformado em trabalho. Desta forma, a energia total presente em um processo também é uma quantidade conservativa, e isso é, em linhas gerais, o quê afirma a Primeira Lei da Termodinâmica (FERNANDES et al, 2006). Ainda segundo FERNANDES, 2006 o equacionamento do balanço de energia é mais complicado do que para o balanço de massa, sendo que se deve considerar a energia na forma de calor, na forma de trabalho e a energia contida nas moléculas que estão no sistema e nas moléculas que entram e saem do sistema. O tema balanço energético é complexo, precisamos ter em mente alguns conceitos e para tanto seguiremos o material da UFPB 2009 que está bem simplificado, vejamos a seguir: 1. Conceitos de Balanço de Energia 1.1. Sistema É a quantidade de matéria ou região no espaço rodeado por uma fronteira e escolhida para ser estudada. 1.2. Fronteira Separa o sistema das vizinhanças, e pode ser real ou imaginária, rígida ou móvel. 17 1.3. Vizinhanças É tudo o que não faz parte do sistema e está do lado de fora da fronteira do sistema. 1.4. Sistema Aberto É aquele que possui escoamento ocorrendo troca de massa com suas vizinhanças, seguida, ou não, de trocas de calor e trabalho. 1.5. Sistema Fechado É um sistema que não realiza troca de massa com suas vizinhanças, pois não tem escoamento, mas calor e trabalho podem ser trocados. 18 1.6. Propriedade São características do sistema. São exemplos de propriedades a pressão, temperatura, o volume, etc. 1.7. Estado São as condições em que o sistema se encontra. É especificado por valores de temperatura, composição, pressão, etc.) 1.8. Estado Estacionário As vazões de entrada e saída do sistema são iguais, não havendo acúmulo de massa. As propriedades são invariantes. 19 1.9. Estado Não Estacionário (ou Transiente) As vazões de entrada e saída são diferentes, e a massa dentro do sistema não permanece constante e as propriedades variam. 1.10. Estado de Equilíbrio Quando o sistema atinge o equilíbrio suas propriedades são invariantes, ou seja, forças motrizes internas não são mais presentes. Os equilíbrios podem ser térmicos, mecânicos, de fase e químicos. 1.11. Fase É a parte (ou todo) do sistema fisicamente distinta e macroscopicamente homogênea, que possui composição fixa ou variável, como gás, líquido ou sólido. 1.12. Sistema Adiabático É aquele que não realiza troca de calor com suas vizinhanças durante o processo. É um sistema termicamente isolado. 20 1.13. Sistema Isotérmico Nesse sistema a temperatura se mantém invariante durante o processo. 1.14. Sistema Isobárico É aquele que durante o processo a pressão se mantém constante. 1.15. Sistema Isocórico É aquele que durante o processo tem o volume constante. 1.16. Variável de Estado (Função de Estado) É qualquer variável (ou função) cujo valor depende somente do estado do sistema. Um exemplo de função de estado é a energia interna. 21 1.17. Variável de Caminho (Função de Caminho) É aquela variável (ou função) cujo valor depende de como o processo ocorre. O trabalho é um exemplo de função de caminho. 1.18. Conservação de Energia Na interação de um sistema e suas vizinhanças a quantidade de energia recebida pelo sistema tem que ser igual à quantidade de energia perdida pelas vizinhanças. Esta constatação foi feita a partir de medições experimentais muito bem fundamentadas. 2.Formas de Energia 2.1. Trabalho (W) É a transferência de energia (de diversas naturezas) entre um sistema e suas vizinhanças. Quando as vizinhanças executam trabalho sobre o sistema, diz-se que o trabalho é positivo. Caso contrário, se o sistema executar trabalho sobre suas vizinhanças diz-se que o trabalho é negativo. O trabalho pode ser: mecânico, elétrico, de eixo ou de escoamento. O trabalho mecânico, que é o mais conhecido, tem unidades de força x distância, e é representado matematicamente por: W=F.∆S 2.2. Calor (Q) É uma parcela de energia (da parte total) que foi transferida devido a uma diferença de temperatura (potencial térmico) entre um sistema e suas vizinhanças ou entre dois sistemas. Caso o calor seja transferido para o sistema ele é positivo. 22 O fato de o calor” não poder ser armazenado nem criado, podendo ser chamado mais corretamente de “transferência de calor”, gera uma certa confusão e alguns erros conceituais, tais como: - calor é uma substância; - um corpo frio não contém calor; - calor só se move para cima. Por convenção, usa-se para estimar a taxa de transferência de calor: Onde: Q = taxa de transferência de calor U = coeficiente empírico obtido a partir de dados experimentais, de acordo com o equipamento utilizado A = área disponível para transferência de calor T2 – T1 = diferença de temperatura entre as vizinhanças (∆T) Para encontrarmos a quantidade total de calor transferido para o sistema em um determinado intervalo de tempo, podemos somar ou integrar a taxa de transferência de calor no tempo. 2.3. Energia Cinética (K) É a energia associada à velocidade de um material ou sistema em relação à vizinhança. No S.I. a energia cinética é calculada como: 2.4. Energia Potencial (PE) É a energia relacionada com o trabalho exercido sobre a massa de um sistema para deslocá-lo, com relaçãoa uma superfície de referência, num campo gravitacional ou eletromagnético. É calculada por: onde: h = distância medida a partir da superfície de referência 23 2.5. Energia Interna (U) Do ponto de vista macroscópico é a energia resultante da combinação de todas as energias que compõem um sistema (molecular, atômica e subatômica), seguindo regras de conservação definidas para sistemas dinâmicos de grande número de partículas microscópicas. A energia interna é uma função do trabalho e do volume. U = f(T, V). Tomando a diferencial: ∆U=Cv∆T 2.6. Entalpia (H) É a função de estado resultado da combinação de U + pV. Ou seja: H = U + pV Ou considerando-se pressões moderadas: ∆H = Cp∆T 3. Balanço Macroscópico de Energia É uma aplicação do conceito de Conservação de Energia e considera que a variação de energia dentro do sistema é igual à troca líquida de calor e trabalho com as vizinhanças, somada com a energia líquida transportada pelo escoamento de massa para o sistema. 4. Equação Geral do Balanço de Energia ∆U + ∆PE +∆K = ∆E = Q + W 5. Balanço de Energia para Sistemas Fechados Estacionários Para realizarmos o Balanço de Energia para esse sistema devemos considerar que o acúmulo de massa e energia no sistema é zero, uma vez que ele é estacionário. Assim Q e W são constantes tanto para dentro como para fora do sistema. Aplicando isso na equação geral temos que: ∆E= Q + W, mas ∆E= 0 → Q + W= 0 → W= -Q Isto implica dizer que todo o trabalho realizado sobre este tipo de sistema é transferido para fora como calor. Porém o contrário não ocorre. O calor absorvido por esse sistema não é igual ao trabalho realizado por ele, já que esse calor é o calor total, formado pelo calor absorvido e pelo calor rejeitado. 24 Caso W não fosse fornecido os valores de Qabsorvido e Qrejeitado seriam estimados a partir de relações empíricas. Como Q absorvido=U A ∆T ele nunca seria igual a –W. 6. Balanço de Energia para Sistemas Fechados Não-estacionários Nesse balanço devemos nos lembrar que não ocorre entrada ou saída de massa no sistema, já que ele é fechado, e também que o estado de material varia com o tempo, porque o sistema é não-estacionário. Dessa forma apenas trabalho e calor podem ser trocados entre esse sistema e suas vizinhanças. A partir dessas considerações podemos escrever o balanço de energia para esse sistema como, num dado intervalo de tempo, sendo: Matematicamente: ∆U + ∆PE + ∆K = ∆E = Q + W Para a grande maioria dos sistemas fechados os valores de ∆K e ∆P são muito pequenos ou nulos. Assim teremos: ∆U = ∆E = Q + W Esta equação representa o balanço de energia realizado para esse sistema. 7. Balanço de Energia para Sistemas Abertos Estacionários Sistemas abertos estacionários são os mais comuns nos processos da indústria química. Nesse estado todas as propriedades e energias dentro do sistema permanecem constantes ao passar do tempo, o que implica em ∆E = 0. Assim ficamos com: Q + W = ∆H + ∆P + ∆K 25 Como na maioria dos balanços de energia para esses sistemas os termos mais representativos são Q, W e ∆H; raramente os termos ∆P e ∆K aparecem nas equações. A partir daí temos: Q + W = ∆H Exemplo: Os alcaloides são compostos químicos contendo nitrogênio que podem ser produzidos pelas células de vegetais. Em um experimento, um vaso fechado de 1,673 m³ de volume foi alimentado com uma solução aquosa diluída contendo dois alcaloides, ajmacilina e reserpina. A temperatura da solução estava em 10ºC. Para obter-se um resíduo de alcaloides essencialmente seco, toda a água do vaso (1 kg) teve que ser evaporada. Admita que as propriedades da água podem ser usadas em substituição às propriedades da verdadeira solução. Quanto calor teve que ser transferido para o vaso se 1 kg de água líquida saturada, inicialmente a 10ºC, foi totalmente vaporizado, sendo levado às condições finais de 100ºC e 1 atm? Estado inicial (líquido) Estado final (gás) P 1 atm 1 atm T 10,0ºC 100ºC U 35 kJ/ kg 2506,0 kJ/ kg ∆E = ∆U + ∆PE + ∆K = Q + W Sistema em repouso (água) → ∆K = 0 26 Deslocamento mínimo do centro de massa do sistema → ∆PE = 0 W = 0 Base de cálculo → 1 kg de H2O evaporado Q = m∆U = m(U2 – U1) Q = 1 kg H2O . (2506 – 35) kJ/ kg → Q= 2471 kJ OBS: Mais exemplos resolvidos na apostila de exercícios resolvidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERNADES, F.A.B.; PIZZO, F.M.; MORAES JR, D. Termodinâmica Química. 1ª Ed, pag.18, 2006. Disponível em: http://www.eq.ufc.br/MD_Termodinamica.pdf. Acesso: 23/06/2018 UFPB, Universidade Federal da Paraíba, Balanço de Energia. Processos Unitários I, 2009. Disponível em: https://security.ufpb.br/ctdeq/contents/documentos/programas-de- disciplinas/processos-unitarios-i.pdf/view. Acesso em: 23/06/2018 AULA 7: TRANSFERÊNCIAS SIMULTÂNEAS DE CALOR E MASSA As operações envolvendo a transferência de calor, a transferência de massa ou a transferência de calor e massa simultaneamente são descritas pelos fundamentos de Fenômenos de Transporte (ROSSI, 2008). Em sua aula ROSSI, 2008 traz esses conceitos e aplicações de forma clara, explicativa e sucinta, vejamos: 1. Aquecimento e resfriamento de fluidos Os equipamentos industriais utilizados para troca térmica tanto no aquecimento quanto no resfriamento são normalmente chamados de trocadores de calor. Esta é uma operação com denominação muito genérica, assim vamos definir um trocador de calor como um dispositivo que efetua a transferência de calor de um fluido para outro. A transferência de calor pode se efetuar de quatro maneiras principais: • Pela mistura dos fluidos; • Pelo contato entre os fluidos; • Com armazenagem intermediária; • Através de uma parede que separa os fluidos quente e frio. Os trocadores de calor podem ser classificados de acordo com: - A disposição das correntes dos fluidos: correntes paralelas, contracorrente, correntes cruzadas e multipasse. 27 - Tipo de construção: segundo a construção os trocadores podem ser de tubos coaxiais, casco e tubos e compactos. Aplicações de Trocadores de Calor • Torres de Refrigeração; • Condensadores; • Evaporadores; • Leito Fluidizado; • Condicionadores de ar; • Aquecedores; • Alambique; • Radiador Automotivo. Exemplos de trocadores de calor: Figura 2: Tipo Placa Fonte: Rossi, 2008 28 Figura 3: Tipo Radiador Fonte: Rossi, 2008 Figura 4: Tipo Casco e Tubo Fonte: Rossi, 2008 2. Evaporação É usada quando há interesse somente na fase sólida, sendo liquida então desprezada. Para produzir cloreto de sódio (Sal) a partir da água do mar, utiliza-se a técnica da evaporação. Equipamentos industriais para evaporação nada mais são do que recipientes que concentram uma solução pela evaporação do solvente. Entre os equipamentos há o evaporador de simples efeito e o de múltiplos efeitos. Entre os equipamentos, têm-se o evaporador de tubos horizontais, verticais, etc. 3. Cristalização 29 Às vezes o produto de interesse deve estar na forma de partículas sólidas. Quando o processo de fabricação leva a uma solução, o sólido pode ser obtido, de forma mais conveniente, pela concentração de uma solução até a sua saturação e conseqüente formação de cristais. Os equipamentos mais comuns são o cristalizador de tabuleiros, cristalizadores descontínuos com agitação, entre outros. 4. Secagem A desidratação ou secagem de um sólido ou líquido, é a operação de remoção de água, ou de qualquer outro líquido na forma de vapor, para uma fase gasosa insaturada através de um mecanismo de vaporização térmica, numa temperatura inferior à de ebulição. Esta desidratação é realizada através de calor produzido artificialmente em condições de temperatura, umidade e corrente de ar cuidadosamente controladas. O ar é o mais usado meio de secagem.O mesmo conduz calor, provocando evaporação da água, sendo também o veículo no transporte do vapor úmido literalmente do alimento. Fenomenologicamente ocorre então a transferência simultânea de calor e massa. Por ser uma das operações unitárias mais antigas de que se tem conhecimento existe uma infinidade de equipamentos (leitos fixos, fluidizados, secadores convectivos, de estufas, fornos, liofilizadores, spray dryer, microondas, etc.) e de técnicas de secagem (secagem solar, convectiva, por micro-ondas, por radiação, etc). A técnica mais conveniente de secagem deve ser escolhida em função das características físicas, químicas e biológicas do produto e da matéria prima, econômicas, volume de produção, tipo de pós-processamento, etc. Exemplos: Figura 5: Secagem Tipo Leito Fluidizado Fonte: ROSSI, 2008 30 Figura 6: Secagem Tipo Spray Dryer Fonte: ROSSI, 2008 Operações envolvendo a transferência de massa Quando se colocam em contato duas fases de composições diferentes, pode ocorrer a transferência de componentes de uma fase a outra e vice-versa. Este transferência entre as fases ocorre até que o estado de equilíbrio seja atingido. Dentre as principais operações de transferência de massa destacam-se: 1. Destilação É o processo de separação mais amplamente utilizado nas indústrias químicas. A separação dos constituintes está baseada nas diferenças de volatilidades entre diferentes constituintes químicos. Na destilação ocorre o contato de uma fase vapor com a fase líquida, e há a transferência de massa da fase líquida para o vapor e deste para aquele. O líquido e o vapor contêm, em geral, os mesmos componentes, mas em quantidades relativas diferentes. O efeito final é a concentração maior do constituinte mais volátil no vapor e o menos, no líquido. Em muitas situações é conveniente realizar a destilação em equipamentos multe estágios. 31 Figura 7: Exemplo de uma coluna de destilação: Fonte: ROSSI, 2008 2. Extração líquido-líquido A extração líquido-líquido é um processo de separação que se utiliza da propriedade de miscibilidade de líquidos. Por exemplo, em uma situação onde temos dois líquidos, A e B, miscíveis entre si, e queremos separar A de B, podemos usar um terceiro líquido, C, que seja mais miscível com A do que com B (Figura 8). A separação entre o extrato, A e C, e o refinado, A e B, é feita com uma ampola de decantação ou um funil separador. A recuperação de A a partir do extrato é geralmente feita por destilação. 32 Figura 8: Exemplo Separação líquido-líquido Fonte: ROSSI, 2008 3. Extração Sólido-Líquido Quando preparamos um chá, um café, ou mesmo um chimarrão, estamos fazendo uma extração sólido-líquido. Nestes casos, componentes que estavam na fase sólida (no pó de café ou nas ervas) passam para a fase líquida (água). Em todos os exemplos, a extração é descontínua; isto é possível porque a solubilidade dos componentes extraídos em água é grande. Porém, nos casos onde a solubilidade do soluto é pequena, ou quando quisermos maximizar a extração do soluto, utiliza-se a técnica da extração contínua. 4. Adsorção e Absorção A adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície - os sólidos porosos como o carvão são ótimos adsorventes. As forças que atraem o adsorvato podem ser químicas ou físicas. Um exemplo desta operação é a eliminação do odor de geladeira com o uso de carvão ativado (o odor se fixa nas superfícies livres nos poros do carvão. A Absorção e a fixação de um gás por um sólido ou um líquido, ou a fixação de um líquido por um sólido. A substância absorvida se infiltra na substância que absorve. Esta operação está limitada as restrições termodinâmicas assim como a destilação, portanto o conhecimento em termodinâmica é imprescindível para se projetar ou operar uma coluna de Absorção. Esta operação é utilizada para purificação de gases e para recuperação de solutos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ROSSI, D. PRINCÍPIOS DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS, AULA II. Universidade Federal de São Carlos, 2008. Disponível em: http://professordanielrossi.yolasite.com/resources/Fen%C3%B4menos%20de%20Trans porte%20-%20UFScar.pdf. Acesso: 23/06/2018 33 3ª SEMANA AULA 8: OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO: Separações Físicas e Separações Físico-Químicas Segundo ISENMANN 2012 a maioria dos processos químicos industriais tem que lidar com problemas acerca de mistura de diferentes produtos. A separação dos componentes puros consome geralmente mais tempo do que a própria síntese. Produtos químicos sólidos muitas vezes se obtêm via precipitação (sais pouco solúveis, complexos ácido- base, etc.) ou via cristalização (não metais elementares, produtos orgânicos), a partir de uma mistura líquida. Portanto, temos que separar seletivamente este sólido da fase líquida que contém solvente e impurezas. Em casos menos frequentes visa-se obter a fase líquida pura enquanto o sólido é considerado o subproduto de baixo valor (secagem por meios higroscópicos, tratamento com carvão ativado, clareamento de esgotos). Finalmente precisamos de métodos mecânicos de separação, também com sistemas biológicos (separação do lodo de águas servidas) e no despoeiramento de gases. Dentre os processos de separação os métodos puramente mecânicos são os mais simples, no que se diz respeito ao seu tratamento teórico, como também no equipamento utilizado. Classificamos, dentro dos métodos mecânicos de separação: • a sedimentação (sob influência da força gravitacional natural); • a centrifugação (sob influência de força gravitacional elevada); • a filtração. 1. SEDIMENTAÇÃO: Entendemos sob sedimentação a separação do componente sólido a partir de uma suspensão, perante a força gravitacional terrestre. A mistura de partida deve ser uma suspensão, isto é, deve conter partículas sólidas grandes, na ordem de alguns micrômetros. A regra grosseira é: conseguimos um bom resultado por sedimentação se as partículas são visíveis com o olho nu. Isso implica que partículas menores (na ordem de nanômetros; colóides) não podem ser separados de maneira satisfatória, por este método. O caso geral é que o sólido tem uma densidade maior do que o líquido, daí observamos que o sólido se precipita e o líquido clareado fica sobrenadante. O princípio da sedimentação em operação contínua é mostrado na Figura 9. A suspensão entra na bacia do lado esquerdo e a atravessa lentamente. 34 Figura 9: Exemplo sedimentação contínua Fonte: https://www.cintegrado.com.br/site/documentos/Operacoes_Unitarias_09- 2013.pdf. OBS: Para maiores informações sobre sedimentação acesse: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1476963/mod_resource/content/0/OPERACOES/S edimentacao.pdf. 2. CENTRIFUGAÇÃO: Esta operação unitária tem por objetivo separar partículas que não são facilmente separadas por decantação que em alguns casos é muito lenta. O processo encontra aplicação na área de alimentos em indústrias de laticínios, cervejaria, no processamento de óleo vegetal, concentração de proteína de pescado, processamento de suco, remoção de material celular e na separação de emulsões em seus constituintes. A operação de centrifugação é também utilizada nas operações de extração líquido- líquido e sólido-líquido em processos biotecnológicos e na indústria farmacêutica. As principais aplicações de centrífugas na indústria de laticínios incluem: • Desnate e Padronização do Leite: remoção e ajuste do teor de gordura presente no leite; • Clarificação de Leite e Soro: remoção de sujidades, em geral, presentes no leite e no soro; • Degerminação: remoção de microrganismos do leite reduzindo-se a contagem global padrão, quantidade de esporos aeróbicos, anaeróbicos, psicotrópicos, etc; • Concentração do Creme: ajuste do teor de gordurado creme adequando-o para as mais variadas aplicações. Em processos de produção ou recuperação de: • Caseína: recuperação de caseína para aplicação em produtos na forma de caseinato; • Finos de Queijo: recuperação de finos de queijo para seu reaproveitamento; • Petit Suisse: fabricação do quark por meio de centrífugas e resfriadores; • Queijos Frescos: fabricação de queijo fresco cremoso - cream cheese; • Butteroil: por meio de centrífugas, óleo de manteiga pode ser obtido a partir do creme do leite ou da própria manteiga. 35 A tecnologia de bebidas oferece um largo espectro de aplicações para a tecnologia de separação. Centrífugas e Decanters têm sido muito utilizadas nos processos de produção de cerveja, vinho, café, sucos de frutas, vinhos frisantes; champanhe, óleos cítricos, chá, leite de soja.. Nestas indústrias a presença de destes equipamentos assegura um processamento econômico e alta qualidade no produto final (UFSC, 2018). 3. FILTRAÇÃO: Segundo UFSC 2018b a filtração é uma das aplicações mais comuns do escoamento de fluidos através de leitos compactos. A operação industrial é análoga às filtrações realizadas em um laboratório que utilizam papel de filtro e funil. O termo filtração pode ser utilizado para processos de separação dos sólidos de suspensões líquidas e, também para separação de partículas sólidas de gases, como por exemplo, a separação das poeiras arrastadas pelos gases utilizando tecidos. O objetivo da operação é separar mecanicamente as partículas sólidas de uma suspensão líquida com o auxílio de um leito poroso. Quando se força a suspensão através do leito, o sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito que se denomina torta e cuja espessura vai aumentando no decorrer da operação. O líquido que passa através do leito é chamado de filtrado. Em princípio a filtração compete com a decantação, a centrifugação e a prensagem. Seu campo específico é: • a separação de sólidos relativamente puros de suspensão diluídas; • a clarificação total (e às vezes até o branqueamento simultâneo) de produtos líquidos encerrando pouco sólido; • a eliminação total do líquido de uma lama já espessada. Em certas situações a filtração não compete com outras operações. Por exemplo, se o líquido for o produto e o sólido constituir o resíduo, como no caso do óleo existente nas tortas de algodão ou amendoim, a prensagem é o processo mais indicado. Porém, quando o objetivo é a clarificação de suspensões de média e elevada concentração, a centrifugação compete com a filtração. A filtração industrial difere da filtração de laboratório somente no volume de material operado e na necessidade de ser realizada a baixo custo. Assim para se ter uma produção razoável, com um filtro de dimensões moderadas, deve-se aumentar a queda de pressão, ou diminuir a resistência ao escoamento, a fim de aumentar a vazão. A maioria dos equipamentos industriais opera mediante a diminuição da resistência ao escoamento, fazendo com que a área filtrante seja a maior possível, sem que as dimensões globais do filtro aumentem proporcionalmente. A escolha do filtro depende em grande parte da economia do processo, porém as vantagens econômicas são variáveis de acordo com o seguinte: • Viscosidade, densidade e reatividade química do fluido; • Dimensões da partícula sólida, tendência à floculação e deformabilidade; • Concentração da suspensão de alimentação; • Quantidade do material que deve ser operado; 36 • Valores absolutos e relativos dos produtos líquido e sólido; • Grau de separação que se deseja realizar; • Custos relativos da mão-de-obra, do capital e da energia. EXEMPLO SEPARAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA: CRISTALIZAÇÃO Segundo HECK 2018 é a remoção de um soluto de uma solução saturada, pela formação de um composto sólido (tipicamente cristalino), através da perda da solubilidade provocada por um método físico. A cristalização atende aos objetivos de separação e de formação de composto. A formação de compostos mais apropriados para a obtenção de um metal é um dos principais objetivos da cristalização; exemplos de formação de compostos incluem a cristalização de: • Al(OH)3 na metalurgia extrativa do alumínio – um dos casos mais importantes de aplicação industrial do processo de cristalização; • (NH4)2BeF4 na metalurgia extrativa do Be a partir de íons aquosos. Ao longo do procedimento extrativo esses compostos intermediários acabarão por dar origem a outros: no caso do alumínio, à alumina e, no caso do berílio, ao BeF2. Cada uma dessas novas substâncias será mais apropriada para a obtenção dos respectivos metais que as anteriores. Contudo, como isso será feito com o auxílio de outros processos extrativos, que serão analisados posteriormente, essas questões não serão tratadas aqui. Quando íons de dois ou mais metais estão presentes numa mesma solução aquosa, mas somente um deles é de interesse, pode-se buscar a sua cristalização de forma seletiva – ou seja, a sua separação. A efetivação da separação, naturalmente, também pode se dar pela cristalização de uma substância contendo o metal considerado impureza – como, por exemplo, a eliminação de Ni2+ do eletrólito empregado no refino eletrolítico do cobre pela cristalização de sulfato de níquel hexahidratado (NiSO4⋅6H2O). São duas as técnicas empregadas para se efetuar a cristalização (ambas fazem com que o valor do produto da concentração dos íons exceda o valor de Ks) e consistem em: • Reduzir o volume de solvente com o uso de meios físicos (evaporação e ebulição), aumentando a concentração dos solutos; • Diminuir o valor do produto de solubilidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HECK, N.C. Metalurgia Extrativa dos Metais Não-Ferrosos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2018. Disponível em: http://www.ct.ufrgs.br/ntcm/graduacao/ENG06631/Cristalizacao.pdf. Acesso: 23/06/2018 37 ISENMANN, A.F. OPERAÇÕES UNITÁRIAS NA INDÚSTRIA QUÍMICA. Timóteo, MG, 2012. Disponível em: https://www.cintegrado.com.br/site/documentos/Operacoes_Unitarias_09-2013.pdf. Acesso: 23/06/2018 UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina. Operações Unitárias. Centrifugação, 2018. Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1476968/mod_resource/content/0/OPERACOES/ Centrifugacao.pdf. Acesso: 23/06/2018 UFSC-b. Universidade Federal de Santa Catarina. Operações Unitárias. Centrifugação, 2018. Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1556540/mod_resource/content/1/FILTRACAO.p df. Acesso: 23/06/2018 AULA 9: OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO: Separação Gás/Gás; Separação Sólido/Sólido; Separação Sólido/Líquido; Separação Sólido/Gás e Separação Líquido/líquido Nesta aula veremos alguns exemplo de separação levando em conta o estado físico dos materiais, são muitos exemplos de operações unitárias envolvendo este tema, para tanto vou exemplificar os casos mais pertinentes. 1. Separação Gás/Gás: Liquefação Fracionada: O processo é onde separa gases de uma mistura homogênea. Este processo funciona da seguinte maneira: primeiramente resfriam-se estes gases até eles atingirem seu estado líquido, logo em seguida eles passam por um processo chamado destilação fracionada onde eles voltam a ser gases de acordo com os seus respectivos pontos de evaporação, assim conseguindo fazer a separação. Uma aplicação desse processo consiste na separação dos componentes do ar atmosférico: N2 e O2. Após a liquefação do ar, a mistura líquida é destilada e o primeiro componente a ser obtido é o N2, pois apresenta menor PE (-195,8 ° C); posteriormente, obtém-se o O2, que possui maior PE (-183 ° C). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Separação de Misturas: Gás-Gás. Mundo vestibular. Disponível em: https://www.mundovestibular.com.br/articles/82/3/SEPARACAO-DE- MISTURAS/Paacutegina3.html. Acesso: 23/06/2018 2. Separação Sólido/Sólido: a) Catação: usando a mão ou uma pinça, separam-se os componentes sólidos.38 b) Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de ar. c) Levigação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de água. A levigação é usada, por exemplo, para separar areia e ouro: a areia é menos densa e por isso, é arrastada pela água corrente; o ouro, por ser mais denso, permanece no fundo da bateia. d) Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo é utilizado em larga escala para separar alguns minérios de ferro de suas impurezas. e) Cristalização fracionada: todos os componentes da mistura são dissolvidos em um líquido que, em seguida, sofre evaporação provocando a cristalização separada de cada componente. A cristalização fracionada é usada, por exemplo, nas salinas para a obtenção de sais a partir da água do mar. A evaporação da água permite a cristalização de diferentes sais, sendo que o último a ser obtido é o cloreto de sódio (NaCl), usado na alimentação. f) Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é dissolvido em um líquido. Por exemplo, a mistura sal + areia. Colocando-se a mistura em um recipiente com água, o sal irá se dissolver e a areia se depositar no fundo do recipiente, podendo agora ser separados pelos seguintes processos: a filtração separa a areia (fase sólida) da água salgada (fase líquida) e com a evaporação da água obteremos o sal. g) Peneiração: usada para separar sólidos constituintes de partículas de dimensões diferentes. São usadas peneiras que tenham malhas diferentes. Industrialmente, usam-se conjuntos de peneiras superpostas que separam as diferentes granulações. h) Fusão fracionada: Serve para separar sólidos, tomando por base seus diferentes pontos de fusão. Baseia-se, portanto, num aquecimento da mistura com controle da temperatura. i) Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, se sublima (passa para vapor), e o outro permanece sólido. Exemplo: sal e iodo ou areia e iodo (o iodo se sublima por aquecimento). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Separação de Misturas: Gás-Gás. Mundo vestibular. Disponível em: https://www.mundovestibular.com.br/articles/82/1/SEPARACAO-DE- MISTURAS/Paacutegina1.html. Acesso: 23/06/2018 3. Separação Sólido/Líquido A etapa de separação sólido-líquido está entre as operações unitárias mais importantes que hoje são empregadas em indústrias químicas, têxteis, farmacêuticas, no beneficiamento de minério, bem como no processamento de alimentos, tratamento de água e resíduos, entre outras, pois muitos dos produtos industriais são suspensões de sólidos em líquidos (UFSC, 2018c).. Existem dois critérios de classificação dos métodos de separação: 39 a) Quanto ao movimento relativo das fases: Decantação: onde o sólido se move através do líquido em repouso. Esta pode ser subdividida de acordo com a concentração da suspensão. A clarificação de líquidos envolve suspensões diluídas e tem como objetivo obter a fase líquida com um mínimo de sólidos. O espessamento de suspensões visa obter os sólidos com um mínimo de líquido, partindo de suspensões concentradas. Filtração: operação na qual o líquido se move através da fase sólida estacionária. b) Quanto a força propulsora As operações são gravitacionais, centrífugas, por diferença de pressão ou eletromagnéticas. Então, com a combinação destes critérios, tem-se a seguinte divisão: 1. Separação por decantação: - Clarificação de líquidos: tem-se inicialmente uma suspensão com baixa concentração de sólidos para obter um líquido com um mínimo de sólidos; - Espessamento de suspensões: inicialmente se tem uma suspensão concentrada para obter os sólidos com uma quantidade mínima possível de líquido. Geralmente tem a finalidade de reduzir o tamanho de filtros ou de centrífugas - Lavagem de sólidos: é a passagem da fase sólida de um líquido para outro, para lavá-la sem filtrar (operação mais dispendiosa). Esse processo pode ser realizado em colunas onde a suspensão alimentada pelo topo é tratada com um líquido de lavagem introduzido pela base. 2. Decantação invertida (Flotação): consiste em aglomerar as partículas à custa de forças de Van Der Waals (força de atração entre as moléculas), dando origem a flocos de maior tamanho que o das partículas isoladas. 3. Separação centrífuga; 4. Filtração: seu objetivo básico é separar as partículas e micro-organismos que não tenham ficado retidos no processo de decantação. Por esta razão a eficiência dos filtros depende diretamente do desempenho dos processos anteriores. (UFSC, 2018c). As indústrias de alimentos utilizam largamente operações unitárias fundamentadas nas operações físicas entre sólidos particulados e fluidos, como por exemplo: - Processos de cristalização (separação dos cristais); - Produção de cerveja; - Produção de vinho; - Processo de obtenção de açúcar de cana. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UFSC-c. Universidade Federal de Santa Catarina. Operações Unitárias. Centrifugação, 2018. Disponível em: 40 https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1476963/mod_resource/content/0/OPERACOES/S edimentacao.pdf. Acesso: 23/06/2018 4. Separação Sólido/Gás: CICLONES: Os ciclones possuem um desenho simples, baixo custo de manutenção, alem de serem largamente utilizados como elementos de coleta de material particulado, não só como equipamento de controle de poluição, mas também como elemento próprio do processo industrial na separação, sendo usado até mesmo na classificação de partículas (MENDES, 2018). O principio do funcionamento dos ciclones é simples, um gás contendo pó é introduzido dentro do ciclone a uma velocidade media de 6 a 20 m/s. Dentro do ciclone, as partículas de solido são separadas da corrente gasosa sob ação de uma força centrifuga, que pode variar de 5 a 2500 vezes o peso da partícula, assim permitindo a captura de partículas muito pequenas. Depois a força centrifuga do vórtex do ciclone, envia as partículas solidas radialmente em direção ao fundo do ciclone, onde escorregam e são recolhidas, e o gás limpo e livre de partículas sólidas, sai pelo tubo vertical superior. Os ciclones podem trabalhar a seco ou a úmido, em temperaturas baixas ou a temperaturas altas até 1000°C e, a pressões que podem chegar até 500 atm. A eficiência dos ciclones depende do diâmetro do tubo ciclone e do tamanho da partícula. Pois se as partículas forem muito pequenas e o diâmetro do tubo do ciclone não for grande o suficiente, o processo pode gerar alta perda de carga e baixa eficiência. Figura 10: Ciclone Industrial Fonte: http://www.eq.ufc.br/MD_Equipamentos.pdf 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MENDES, P.H.C. Balanço de Massa, 2018. Disponível em: www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/balanco-de-massa-balanco-material.html. Acesso: 23/06/2018 5. Separação Líquido/Líquido: Destilação Fracionada: nesse caso a separação ocorre entre misturas de dois líquidos miscíveis, porém com pontos de ebulição diferentes. Seus pontos de ebulição não podem ser muito próximos. Extração por solventes: adiciona-se a água a fim de se obter um dos líquidos que está misturado ao outro. Por exemplo, uma mistura com gasolina e álcool pode ser separada ao se adicionar água, pois o álcool se solubiliza na água e a gasolina não. Assim, separa- se inicialmente a gasolina. Depois, se quiser separar a água do álcool é só fazer a destilação fracionada. Análise Cromatográfica ou Cromatografia: é feita para se separar os componentes de uma mistura líquida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UOL. Alunosonline. Separação de Misturas. Disponível em: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/separacao-misturas-homogeneas.html. Acesso: 23/06/2018 MENDES, P.H.C. Balanço de Massa, 2018. Disponível em: www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/balanco-de-massa-balanco-material.html. Acesso: 23/06/2018 AULA 10: COMINUIÇÃO E FORMAS DE REDUÇÃO DE TAMANHO A cominuição, palavra derivada do latim “comminuere”, consiste de métodos específicospara redução de tamanho de partículas através da aplicação de pressão (compressão), criação de impacto cinético entre minério e corpo moedor (impacto), ou através de atrito da superfície de partículas do minério com a superfície dos corpos moedores (abrasão) (EEEP-CE, 2018). A Britagem é considerada o primeiro processo de fragmentação, e também o mais importante na cominuição de minérios, segundo os especialistas, pois é responsável por boa parte do que se entende por beneficiamento mineral. Há um grande número de variedades de britadores, sendo que os mais comuns são os seguintes: mandíbulas(Figura 11), giratório, cônicos, rolo simples, rotativo, rolo duplo, impacto e martelos, etc.. 42 Após o minério ser extraído da mina, os blocos são encaminhados ao britador para que sejam reduzidos a uma granulometria conveniente para alimentação dos moinhos ou para sua utilização direta. Dentro do processo de cominuição de minérios, a britagem é responsável, entre outras coisas, pelo tamanho e pela forma dos fragmentos de minério (TÉCNICOEMINERAÇÃO, 2018). A Britagem é considerada o primeiro processo de fragmentação, e também o mais importante na cominuição de minérios, segundo os especialistas, pois é responsável por boa parte do que se entende por beneficiamento mineral. Há um grande número de variedades de britadores, sendo que os mais comuns são os seguintes: mandíbulas, giratório, cônicos, rolo simples, rotativo, rolo duplo, impacto e martelos, etc.. Considerada como a sequência natural do processo de britagem, a moagem é a chamada fragmentação fina, que representa o último estágio da redução granulométrica na cominuição de minérios. Aqui as partículas são reduzidas pela combinação de impacto, compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado à liberação do mineral, geralmente, a ser concentrado nos processos subsequentes. Ela é realizada por meio da utilização de moinhos de cilíndricos (bolas, barras ou seixos) ou moinhos de martelo. Sendo os cilíndricos os mais utilizados. Moinhos cilíndricos de bolas (Figura 12) utilizam bolas como meio moedor e são utilizados para moagens mais finas. Moinhos cilíndricos de barras são utilizados para moagem mais grossa e utilizam barras como meio moedor. Também suportam uma alimentação grossa de até 50 mm, alguns também os consideram como máquinas de britagem fina. Por ser responsável pela fragmentação mais fina do minério, a moagem também é o processo mais oneroso dentro da cominuição, gerando custos altos, de acordo com o tamanho das partículas de minério resultantes do processo. Figura 11: Britador tipo Mandíbula Fonte: EEEP-CE, 2018 43 Figura 12: Moinho Tipo Bolas Fonte: ROSSI, 2008 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EEEP-CE. Escola Estadual de Educação Profissional. Curso Técnico em Mineração. Cominuição e Separação, 2018. Disponível em: http://educacaoprofissional.seduc.ce.gov.br/images/material_didatico/mineracao/min eracao_cominuicao_e_classificacao.pdf. Acesso: 23/06/2018 ROSSI, D. PRINCÍPIOS DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS, AULA II. Universidade Federal de São Carlos, 2008. Disponível em: http://professordanielrossi.yolasite.com/resources/Fen%C3%B4menos%20de%20Trans porte%20-%20UFScar.pdf. Acesso: 23/06/2018 TECNICOEMINERAÇÃO. Cominuição de Minérios. Disponível em: https://tecnicoemineracao.com.br/etapas-da-cominuicao-de-minerios-britagem-e- moagem/. Acesso: 23/06/2018 4ªSEMANA AULA 11: NOÇÕES DE REOLOGIA Para iniciarmos os trabalhos sobre reologia vamos utilizar a apostila do professor Guilherme Barra do IFBA, que poderá ser consultada nas referências bibliográficas. DEFINIÇÃO DE REOLOGIA A palavra Reologia é derivada do vocabulário grego, que significa: Rheo = Deformação Logia = Ciência ou Estudo 44 De uma maneira geral a Reologia, pode ser definida como a ciência que estuda o escoamento da matéria. Entretanto, a forma mais conveniente e completa de defini-la seria como a ciência que estuda a deformação e o fluxo da matéria. A Reologia é uma área da física que analisa as deformações ou as tensões de um material provocadas pela aplicação de uma tensão ou deformação. O material pode estar tanto no estado líquido, gasoso quanto no estado sólido. A deformação de um sólido pode ser caracterizada por leis que descrevem a alteração do volume, tamanho ou forma, enquanto que o escoamento de um fluido que pode estar no estado gasoso ou líquido, é caracterizado por leis que descrevem a variação contínua da taxa ou grau de deformação em função da tensão aplicada. Em Reologia, a classificação entre um material sólido, líquido ou gasoso é determinada pelo número de Deborah (De). Este número estabelece a relação entre tempo de relaxamento do material, λr, e o tempo de duração da aplicação de uma deformação ou tensão, t. De= λ r/t (equação 1) Onde: → λr (tempo de relaxamento) - tempo necessário para ocorrer algum movimento molecular; → De (Número de Deborah) - relação entre as forças elásticas e viscosas que atuam no material; → t (tempo do experimento) - tempo de aplicação da tensão ou deformação. Os sólidos elásticos apresentam De →∞ e os fluidos viscosos possuem De→0. Materiais poliméricos apresentam ∞ < De < 0, os polímeros fundidos apresentam, por exemplo valores de λr, variando entre 1 e 1000s, dependendo de sua Massa Molar. No caso de soluções poliméricas diluídas o valor de λr = 10-3s-1, enquanto que a água possui λr próximo de 10-12 s-1. Analisando a equação 1, pode-se concluir que um dado material pode ter características de um sólido por duas razões: i) porque seu λr → ∞ ou; ii) porque o tempo do processo de deformação é muito rápido (t → 0) e portanto o material não terá tempo suficiente realizar movimentos moleculares. Líquidos com valores menores de λr podem comportar-se como sólidos em processos de deformação muito rápidos, em que o t<˂ λr, porém, quando essas engrenagens estão em movimento o material comportar-se-á como um sólido t<< λr. Importância da reologia: Dimensionamento de bombas e tubulações, agitadores, trocadores de calor, homogeneizadores, etc. No controle de qualidade do produto (intermediário e final) e na verificação do prazo de validade (p.ex. alimentos, cosméticos). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRA, G. Apostila de Processos 4. Fundamentos de Reologia de Materiais Poliméricos. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, 2018. 45 Disponível em: http://www.ifba.edu.br/professores/edler/ENG%20520%20- %20McFluidos/Fundamentos%20Reologia%20polimeros.pdf. Acesso: Acesso: 23/06/2018 AULA 12: VISCOSIDADE Trataremos da viscosidade de forma similar a tratada na disciplina de Físico-Química, clara e objetiva e para tanto usaremos o material de MENDES 2018, que atende o objetivo. A viscosidade é uma resistência que o fluido apresenta ao escoamento. Sendo que essa resistência é definida como o atrito interno que é resultante do movimento de uma camada de fluido em relação à outra. Figura 13: Escoamento Simples Fonte: https://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e- cinematica.html. Se a força por unidade de área na placa superior da ilustração acima fosse medida, encontraríamos F/A = m V/d, isto é, a tensão cisalhante F/A é igual à viscosidade vezes a taxa de deformação, V/d, sendo d a distância entre as placas. Essa relação essencialmente define a viscosidade. Um fluido que responde à tensão cisalhante (F/A) desta maneira é chamado de fluido Newtoniano, pois o fluido possui viscosidade que independem da velocidade. Muitos dos fluidos nos quais se deseja medir a velocidade são Newtonianos (exemplo: água, leite, óleos leves,), mas outros são não-Newtonianos, como as tintas, o ketchup, os fluidos poliméricos, etc. A viscosidade é uma propriedade que sofre influencia da temperatura. Sendo que em fluidos líquidos, quando se aumenta a temperatura a viscosidade diminui, e em fluidos gasosos, quandose aumenta a temperatura a viscosidade aumenta. Sendo que essa variação de temperatura pode ser explicada examinando se o mecanismo de viscosidade. 46 Em fluidos com pressões moderadas, a viscosidade é independente da pressão e depende somente da temperatura. Em fluidos com pressões muito altas, a viscosidade dos gases e da maioria dos líquidos não tem lei bem definida de variação com a pressão. VISCOSIDADE DINÂMICA A viscosidade dinâmica (µ) (também conhecida como viscosidade absoluta) é dada em termos de força requerida para mover uma unidade de área a uma unidade de distância. Sendo a unidade dessa viscosidade dada geralmente em Pa.s, P (Poise), cP, lb/Ft.s Obs.: P = g / cm.s , 1P = 100 cP VISCOSIDADE CINEMÁTICA A Viscosidade Cinemática (ν) é a relação entre a viscosidade dinâmica (µ) pela densidade (ρ): Sendo a unidade dessa viscosidade dada geralmente em m²/s, ft2/s, St (Stokes), cSt (CentiStokes). Obs.: cm²/s = St (Stokes), 1 St = 100 cSt A viscosidade é medida por viscosímetro, que consiste basicamente em instrumento que é capaz de medir a viscosidade de um fluido. Existem diversos tipos de viscosímetros, entre os quais se destacam pela sua importância e aplicação industrial, o viscosímetro capilar (também conhecido como viscosímetro de Ostwald), o viscosímetro de esfera em queda ou viscosímetro de bola (conhecido como viscosímetro de Stokes) e o viscosímetro rotativo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MENDES, P.H.C. Viscosidade, 2018. Disponível em: https://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-cinematica.html. Acesso: 23/06/2018 47 AULA 13: CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS Segundo BARRA 2018, a Lei de Newton para a viscosidade se restringe para um determinado número de fluidos. Entretanto, existem materiais que sob escoamento dirigido por cisalhamento, apresentam comportamento distinto do previsto por Newton. Em alguns fluidos, a viscosidade depende do cisalhamento aplicado ou do tempo de sua aplicação. Para estes fluidos, a viscosidade deixa de ser uma 18 constante para se tornar uma propriedade dependente das condições em que o fluido é deformado ou sob tensão. Neste caso, a viscosidade do fluido passa a ser denominada de “Viscosidade Aparente”. Desta forma, os fluidos viscosos podem ser classificados em função do seu comportamento de fluxo ou reológico. Este comportamento envolve a relação entre a resposta da viscosidade frente à taxa ou tempo de cisalhamento. Portanto, os fluidos podem ser classificados como: • Newtonianos; • Não Newtoniano. FENÔMENOS NEWTONIANOS Os fenômenos Newtonianos são aqueles em que sua viscosidade é afetada pela temperatura e pressão. Entretanto, sua viscosidade não varia com o aumento da taxa ou tensão cisalhante, sendo esta denominada como viscosidade absoluta. A representação gráfica de um fluido Newtoniano está apresentada nas Figuras 14 e 15. Exemplos: ar, água, óleos “finos” e seus derivados, solução salina, mel, glicerina, etc Figura 14: – Representação gráfica do fluido Newtoniano (A) curva de tensão de cisalhamento x taxa de cisalhamento e (B) curva de viscosidade x taxa de cisalhamento Fonte: http://www.ifba.edu.br/professores/edler/ENG%20520%20- %20McFluidos/Fundamentos%20Reologia%20polimeros.pdf. Figura 15: Comparação de fluidos Newtonianos: (A) água, (B) óleo e (C) glicerina. Quanto maior a inclinação do gráfico tensão x taxa de cisalhamento maior será a viscosidade do material. 48 Fonte: http://www.ifba.edu.br/professores/edler/ENG%20520%20- %20McFluidos/Fundamentos%20Reologia%20polimeros.pdf. FENÔMENOS NÃO NEWTONIANOS Os fenômenos não Newtonianos são divididos em três grandes classes: 1. Independentes do Tempo; 2. Dependentes do Tempo; 3. Viscoelásticos; 1. Fenômenos Não Newtonianos Independentes do Tempo 1.1.Fenômeno da Potência: Ao examinar determinados fluidos sob escoamento cisalhante, Ostwald verificou que estes exibiam comportamentos diferentes dos previstos por Newton. Os fluidos observados por Ostwald apresentavam uma relação entre a tensão de cisalhamento (τ) x taxa de deformação (γ) não linear. Desta forma, Ostwald propôs um modelo que pode ser descrito matematicamente. Os fluidos que obedecem este modelo são conhecidos como fluidos da Lei das Potência. 1.2.Fenômeno da Dilatância: O fluido dilatante apresenta comportamento de viscosidade aparente crescente com o aumento da taxa de cisalhamento. A dilatância é manifestada em sistemas com mais de uma fase, desde que uma delas seja constituída de partículas grandes e assimétricas, que dificultam o empacotamento, mesmo sob elevadas taxas de deformação. Exemplo: suspensões concentradas de PVC misturadas com líquidos plastificantes. 1.3.Fenômeno da Pseudoplascitidade: Nestes fluidos a viscosidade aparente diminui com o aumento da taxa de deformação. 1.4.Fenômeno da Viscoplasticidade ou Fluidos de Bingh: Fluidos caracterizados pela existência de um valor de tensão residual de cisalhamento que deve ser excedida para que o material apresente um fluxo viscoso. Exemplo: sistemas com alta concentração em que a interação partícula-partícula exerce um papel fundamental → lama e polpa de fruta. 2. Fenômenos Não Newtonianos Dependentes do Tempo 2.1.Fenômeno da Tixotropia: Fluidos tixotrópicos são aqueles caracterizados pela diminuição da viscosidade aparente do líquido com o tempo de aplicação a uma dada 49 taxa de deformação, Todo fluido tixotrópico é pseudoplástico, mas nem todo fluido pseudoplástico é tixotrópico; 2.2.Fenômeno da Reopexia: Os fluidos que apresentam comportamento oposto aos fluidos tixotrópicos são denominados de Reopéxicos. Estes fluidos apresentam um aumento da viscosidade aparente com o tempo a uma dada taxa de cisalhamento; 3.Fenômenos Não Newtonianos da Viscoelasticidade Muitos fluídos mostram comportamento de sólido (elasticidade) e de líquido (plasticidade). A determinação do comportamento viscoelástico exige equipamentos caros que se usam nos laboratórios de desenvolvimento de produtos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRA, G. Apostila de Processos 4. Fundamentos de Reologia de Materiais Poliméricos. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, 2018. Disponível em: http://www.ifba.edu.br/professores/edler/ENG%20520%20- %20McFluidos/Fundamentos%20Reologia%20polimeros.pdf. Acesso: Acesso: 23/06/2018 Callister, W. D. Jr. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução, Rio de Janeiro, LTC, 2002. AULA 14: FLUIDOS COMO MEIO LUBRIFICANTE Características dos fluidos. A matéria apresenta-se no estado sólido ou no estado fluido, este abrangendo os estados líquido e gasoso. O espaçamento e a atividade intermoleculares são maiores nos gases, menores nos líquidos e muito reduzido nos sólidos (PORDEUS, 2018). Definição de um fluido: Fluidos são substâncias que são capazes de escoar e cujo volume toma a forma de seu recipiente. Quando em equilíbrio, os fluidos não suportam forças tangenciais ou cisalhantes. Todos os fluidos possuem pouquíssimo grau de compressibilidade e oferecem pequena resistência à mudança de forma. Os fluidos podem ser divididos em líquidos e gases. A principal diferença entre eles são: (a) os líquidos são praticamente incompressíveis, ao passo que os gases são compressíveis e muitas vezes devem ser assim tratados e (b) os líquidos ocupam volumes definidos e tem superfícies livres ao passo que uma dada massa de gás expande-se até ocupar todas as parte do recipiente. Quando tratamos dos fluidos como meio de lubrificação temos que ter em mente conceitos básicos de lubrificantes, para isso usaremos o trabalho de COLONHEZI 2008 para nos orientar. Para conservar a forma geométrica dos elementos de maquinas, isto é, para evitar o desgaste das superfícies de parceiros de contato, elementos de maquinas de contatos tribológicos devem ser eficientemente separados através de lubrificantes, quer dizer, deve-se evitaro contato metal-metal durante o movimento de rolagem ou deslizamento. 50 Isso pode ser feito através de um filme compacto de graxa ou óleo com capacidade de suportar carga (lubrificação hidrodinâmica) ou através de um revestimento superficial (lubrificação com lubrificantes sólidos) nos componentes de maquinas com contatos tribológicos. Devido a altas exigências referentes a comportamento em altas pressões, efeito antidesgaste, proteção contra corrosão e estabilidade à oxidação, todos os óleos e graxas de alta performance contem uma serie de aditivos. Para a melhora do comportamento em altas pressões e do comportamento antidesgaste, são usados aditivos solúveis em óleo e de atuação química. A maioria dos lubrificantes comercializada hoje ainda é a base de óleos minerais, devido ao seu baixo custo de aquisição, porém com a crescente demanda da exigência de preservar o meio ambiente os produtos biodegradáveis ganham cada vez mais importância. Também no ambiente de fábricas alimentícias, farmacêuticas e cosméticas, os lubrificantes sintéticos, principalmente a base de PAO (PoliAlfaOleofina) ou óleos minerais brancos, são cada vez mais usados. Todos estes produtos enquadram-se nas exigências dos órgãos públicos sanitárias, tais como NSF, DIPOA, etc. e são formulados com aditivos e óleos básicos menos nocivos ao ser humano ou animal. Tipos de lubrificantes Para a lubrificação de qualquer elemento de maquina precisamos em primeiro lugar definir quais tipos de lubrificantes vamos aplicar. Por exemplo um parafuso pode ser lubrificado com diversos produtos como por exemplo com óleo, graxa, pasta de montagem com lubrificantes sólidos ou com lubrificante seco ( verniz ). Para facilitar a escolha mais adequada precisamos sempre saber em primeiro lugar, qual vai ser o ambiente aonde este parafuso vai ser montado. Por exemplo se este parafuso é usado numa montagem de caldeira aonde temos altas temperaturas, um óleo mineral ou sintético jamais vai trazer resultados esperados devido as altas temperaturas do ambiente. Futuramente, na hora da desmontagem, na maioria dos casos, praticamente vai ser impossível de soltar o parafuso sem quebrar-lo. Neste caso o tipo de lubrificante mais adequado seria uma pasta de montagem com lubrificantes sólidos ou um verniz lubrificante. O óleo da pasta evapora com as temperaturas elevadas e o lubrificante seco garante um filme de separação dos flancos de roscas evitando assim a soldagem. No mercado, quais os tipos de Lubrificante? 1. Óleos lubrificantes Eles possuem a vantagem de que, em áreas de aplicação com temperaturas críticas, por exemplo, em motores de combustão, além da transmissão da força ainda retiram energia térmica desfavorável do ponto de atrito. 51 A desvantagem consiste em que, aqui, devem ser dirigidos diretamente ao ponto de atrito, já que escorrem da cunha de lubrificação devido a seu comportamento fluido. Sem medidas adicionais, o ponto de atrito lubrificado com óleo rapidamente se movimenta a seco. Existem óleos lubrificantes com base de fluidos minerais e com base de fluidos sintéticos. Os dois tipos são usados com ou sem aditivos químicos. Também existem lubrificantes com aditivação de lubrificantes sólidos para melhorar o comportamento de extrema pressão. De maior importância é o PTFE e o bissulfèto de molibdênio. Os óleos com grafite tem mais aplicação em produtos de forjaria a quente, porém devido a formação de fumaça existem hoje também produtos com grafite a base de água. Fora dos aditivos usados é de suma importância de escolher a viscosidade certa para a aplicação. Quando enfrentamos temperaturas muito baixas, recomenda-se o uso de óleos lubrificantes sintéticos ou fluidos de silicone. Da mesma forma para temperaturas altas. 2.Óleos minerais São usados como lubrificantes com uma adequada viscosidade, originados de petróleos crus e beneficiados através de refinação. As propriedades e qualidades destes lubrificantes dependem da proveniência e da viscosidade do petróleo cru. Quando falamos em óleos minerais temos de distinguir três tipos: 2.1.Óleo mineral de base parafínico O nome Parafina, de origem Latin, indica que estas ligas químicas são relativamente estáveis e resistentes e não podem ser modificadas facilmente com influências químicas. Sendo assim as parafinas tendem a não oxidar em temperaturas ambientes ou levemente elevadas. Nos lubrificantes eles são partes resistentes e preciosos, que não envelhecem ou somente oxidam de forma lenta. Contêm em sua composição química hidrocarbonetos de parafina em maior proporção, demonstra uma densidade menor e é menos sensível a alteração de viscosidade/temperatura. A grande desvantagem é seu comportamento em temperaturas baixas: as parafinas tendem a sedimentar-se. 2.2.Óleo mineral de base naftênico Enquanto os hidrocarbonetos parafínicos formam em sua estrutura molecular correntes, os naftêncios formam em sua maioria ciclos. Os naftenicos em geral são usados, quando necessitamos produzir lubrificantes para baixas temperaturas. Desvantagem dos naftênicos é sua incompatibilidade com materiais sintéticos e elastômeros. 2.3.Óleo mineral de base misto 52 Para atender as características de lubrificantes conforme necessidade e campo de aplicação a maioria dos óleos minerais é misturada com base naftêncio ou parafínico em quantidades 3.Óleos sintéticos São, ao contrário dos óleos minerais, produzidos artificialmente. Eles possuem, na maioria das vezes, um bom comportamento de viscosidade-temperatura com pouca tendência de coqueificação em temperaturas elevadas, baixo ponto de solidificação em baixas temperaturas, alta resistência contra temperatura e influências químicas. Quando falamos em óleos sintéticos temos de distinguir cinco tipos diferentes: 3.1. Hidrocarbonetos sintéticos Entre os hidrocarbonetos sintéticos destacam-se hoje com maior importância de um lado os polialfaoleofinas (PAO) e os óleos hidrocraqueados. Estes óleos são fabricados a partir de óleos minerais, porém levam um processo de sintetização, o qual elimina os radicais livres e impurezas, deixando-os assim mais estável a oxidação. Também consegue-se através desde processo um comportamento excelente em ralação a viscosidade-temperatura. Estes hidrocarbonetos semissintéticos atingem IV (Índices de Viscosidade) até 150. 3.2. Poliolésteres Para a fabricação de lubrificantes especiais, fluidos de freios, óleos hidráulicos e fluidos de corte os poli-alquileno-glicois, miscível ou não miscível em água tem hoje cada vez mais importância. 3.3. Diésteres São ligações entre ácidos e álcoois através da perda de água. Certos grupos formam óleos de éster que são usados para a lubrificação e, também, fabricação de graxas lubrificantes. Os diésteres estão hoje aplicados em grande escala em todas as turbinas da aviação civil por resistir melhor a altas e baixas temperaturas e rotações elevadíssimas. Dos óleos sintéticos eles tem o maior consumo mundial. 3.4. Óleos de silicone Os silicones destacam-se pela altíssima resistência contra temperaturas baixas, altas e envelhecimento, como também pelo seu comportamento favorável quanto ao índice de viscosidade. Para a produção de lubrificantes destacam-se os Fenil-polisiloxanes e Methilpolisiloxanes. Grande importância tem os Fluorsilicones na elaboração de lubrificantes resistentes a influência de produtos químicos, tais como solventes, ácidos etc. 3.5. Poliésteres Perfluorados Óleos de flúor e fluorclorocarbonos tem uma estabilidade extraordinária contra influência química. Eles são quimicamente inertes, pórem em temperaturas acima de 260°C eles tendem a craquear e liberar vapores tóxicos. 53 4.Graxas São lubrificantes com propriedades de redução de atrito e desgaste, com consistência graxosa, compostos de óleo, engrossadas através de espessantes. Os espessantes das massas são, na regra, sabões metálicos ou
Compartilhar