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Resumão ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS): A função dessa classe é inibir a recaptação de serotonina para o neurônio pré- sináptico, aumentando a concentração de serotonina na fenda pré-sináptica. Exemplos: fluoxetina, paroxetina, sertralina, fluvoxamina, citalopram, escitalopram. Vantagens: • Não bloqueia os receptores histaminérgico, muscarínico e alfa-1 adrenérgico, com isso produz menos efeitos colaterais nos pacientes. • Não possui interação medicamentosa com alimentos. • Por ter a meia vida de eliminação longa, pode ser utilizado uma vez ao dia. Interação medicamentosa A única interação medicamentosa importante é a relação entre a paroxetina e a fluoxetina. Esses fármacos são inibidores enzimáticos, assim, inibem o metabolismo de outros medicamentos, principalmente da CYP2D6 (enzima que metaboliza os ADT). Por isso, deve-se ter cuidado ao associar esses medicamentos, pois podem inibir a metabolização do ADT aumentando a concentração plasmática. A paroxetina e a fluoxetina também interagem com o tamoxifeno, que é um fármaco utilizado para o tratamento para o câncer de mama, é um modulador dos receptores de estrogênio, impedindo a ligação deste hormônio no seu receptor impedindo a proliferação da célula cancerígena. O tamoxifeno é um pró-fármaco, ou seja, ele precisa sofrer metabolismo pela CYP 2D6 para se transformar no fármaco ativo. A fluoxetina e a paroxetina inibem a CYP2D6. Então uma paciente com câncer de mama utilizando tamoxifeno, e pode desenvolver uma depressão, ao fazer o uso da fluoxetina e paroxetina, esses medicamentos irão inibir drasticamente o efeito farmacológico do tamoxifeno. Reações adversas Apesar de apresentar menos efeitos colaterais que os ADT por exemplo, os ISRS produzem alguns efeitos, sendo os seus principais: • Por conta do excesso de serotonina no organismo, que se liga aos outros receptores, inclusive do trato gastrointestinal, pode provocar náuseas e vômitos, além de produzir agitação, pânico e insônia. • Disfunção sexual, principalmente no sexo masculino, pelo alto índice de serotonina no corpo. Atenção: Associação entre ISRS E IMAO Pacientes que tomam fluoxetina e associam com algum IMAO podem apresentar crise serotoninérgica. Pelo fato de o ISRS inibir somente a recaptação de serotonina e o IMAO inibir a degradação de serotonina, provoca-se o excesso desse neurotransmissor, causando a crise serotoninérgica. Sendo que as principais reações são: insônia, hipertensão, aumento da temperatura corporal, rigidez muscular, diarreia, dor abdominal. Abstinência A suspensão repentina de medicamentos antidepressivos pode provocar síndrome de abstinência. Como esses fármacos agem no SNC, é preciso que seja feito um desmame, ou seja, uma diminuição gradativa do uso. Como muitos pacientes param a medicação por conta própria, a síndrome pode ocorrer. Estudo de caso: Um paciente faz uso de fluoxetina e um usa citalopram para controlar sintomas depressivos, ambos decidem parar de tomar os medicamentos por conta própria. Qual vai apresentar crise de abstinência mais acentuada e mais rápido? Como a fluoxetina tem meia vida de eliminação mais longa, de 2 a 4 dias, o seu metabólito tem meia vida de 15 dias, e o temo mínimo para que se faça efeito é 2 meses. Já o citalopram tem meia vida de eliminação de 24 horas, então ele será eliminado mais rápido. RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Consequentemente, o paciente que apresentará crise de abstinência mais rápido será o que faz uso de citalopram. Tratamento de depressão em idosos A classe mais segura para essa população é os ISRS, porém a fluoxetina e a paroxetina devem ser evitados, pois como os idosos tendem a tomar mais de uma medicação e esses fármacos são inibidores enzimáticos, a probabilidade de haver interação medicamentosa é maior. Além disso, como a fluoxetina tem meia vida de eliminação longa, pode acumular no corpo do idoso, provocando mais efeito colateral. Mirtazapina: Para o idoso é interessante utilizar o citalopram e a sertralina dentro dos ISRS, ou pode se utilizar outros antidepressivos de segunda geração, por exemplo: existe um antidepressivo de segunda geração que é a mirtazapina, ela é interessante para ser utilizado em idosos, principalmente aqueles que têm insônia, porque a mirtazapina mesmo sendo de segunda geração é um medicamento antidepressivo que bloqueia os receptores histaminérgicos H1 e produz sonolência no paciente. INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA (IRSN): Assim como os ADT, essa classe também inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, sendo o seu principal fármaco a venlafaxina, que possui sua estrutura química diferente dos ADT, que é tricíclico. Mecanismo de ação: o mesmo que os ADT, bloqueia a recaptação de serotonina e noradrenalina, aumentando esses neurotransmissores na fenda sináptica. A vantagem da venlafaxina sobre os ADT é que ela não bloqueia os receptores histaminérgicos, muscarínicos e alfa-1 adrenérgicos, produzindo menos efeito colateral. Principal efeito colateral: a venlafaxina pode provocar náuseas, principalmente no início do tratamento. Venlafaxina de liberação imediata: tem meia vida de eliminação muito curta e por isso deve ser utilizada de 2 a 3 vezes ao dia. Se usada em doses mais elevadas, pode produzir no paciente hipertensão diastólica sustentável devido a seu mecanismo de ação. Venlafaxina XR: pode ser tomada em dose única diária e é liberada gradativamente na corrente sanguínea do paciente durante todo o dia, fornecendo menos risco de causar hipertensão, pois sua concentração plasmática vai ser controlada durante o dia, evitando picos plasmáticos. ANTIDEPRESSIVO NORADRENÉRGICO E SEROTONINÉRGICO ESPECÍFICO (ANASE): Diferente dos outros medicamentos que inibem a recaptação de serotonina e noradrenalina, o ANASE aumenta a disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica. Mirtazapina Principal medicamento dessa classe. É antagonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos e age bloqueando esses receptores no neurônio pré-sináptico. Então, se ocorre o bloqueio dos receptores alfa-2 adrenérgicos, aumenta-se a liberação da noradrenalina na fenda sináptica. Se ela se ligar como agonista, existe uma inibição da liberação do neurotransmissor. Ou seja, a Mitarzapina bloqueia o receptor, ele não liga e ela impede que a NE se ligue ao receptor alfa-2. Se não se ligar, não tem autorregulação porque a liberação de NE aumenta, não tem controle. Como visto, além de bloquear o autorreceptor adrenérgico, ela também bloqueia o hétero receptor. Se a NE se ligar ao receptor alfa-2 adrenérgico presente no neurônio serotoninérgico, a NE regulará a liberação de serotonina, impedindo sua liberação. Como a Mitarzapina bloqueia esse receptor, essa liberação de serotonina na fenda sináptica irá aumentar. Então, aumenta-se a liberação de NE e serotonina pelo bloqueio dos receptores alfa-2 adrenérgicos no neurônio pré-sináptico – tanto do noradrenégico quando do serotoninérgico. A Mitarzapina é bastante prescrita porque pode ser utilizada tanto em monoterapia – quando o paciente RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA não tem um sucesso terapêutico com outros fármacos – ou em uma associação da Mitarzapina com outros antidepressivos para potencializar ação. Ela é interessante porque tem um mecanismo diferente dos outros. Imagine associar um ADT com venlafaxina. É possível, mas os dois têm o mesmo mecanismo de ação – ambos bloqueiam a bomba de recaptação e, querendo ou não, vão acabar competindo pelo bloqueio da bomba. Se eu não tenho uma melhora com a venlafaxina, eu posso associara Mitarzapina porque ela vai aumentar a quantidade na fenda sináptica por liberação, então a melhora clínica é porque eu aumento ainda mais a disponibilidade do neurotransmissor. Ela é interessante para depressão associada à ansiedade ou para pacientes que tenham depressão associada com insônia. Também tem grande capacidade de bloquear os receptores H1 de histamina, produzindo solonência no paciente – o paciente tem uma redução do SNC e fica menos agitado. O problema é que alguns indivíduos aumentam o peso corporal ao usar o medicamento porque ele bloqueia o receptor H1, aumentando o apetite. BLOQUEADORES DE RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA E DOPAMINA (IRND): Bupropiona: Mecanismo de ação: inibe a recaptação de noradrenalina e dopamina, aumentando sua quantidade na fenda sináptica. É um fármaco muito prescrito, além de ser usado para depressão, também pode ajudar no hábito de parar de fumar, pois como a nicotina aumenta a liberação de dopamina, e por inibir a recaptação desse neurotransmissor, diminui a vontade de fumar porque a vontade surge quando a nicotina atinge o SNC aumentando a noradrenalina e causando sensação de compensação. Como a Bupropiona inibe a recaptação de noradrenalina, ela aumenta sua quantidade no locus- cereleus no SNC, diminuindo o risco de crise de abstinência nos pacientes fumantes. Interação medicamentosa: Fármacos anticonvulsivantes são capazes de induzir o metabolismo da Bupropiona, facilitando sua excreção e diminuindo seu efeito farmacológico. Por isso, para pacientes epilépticos, em uso de anticonvulsivantes, é interessante utilizar outra classe de antidepressivos. Pacientes com crises convulsivas e epilépticos: cuidado ao receitar pois quando utilizada em grande quantidade, diminui o limiar convulsivo, aumentando o risco de crise convulsiva. Reações adversas: A Bupropiona apresenta poucos efeitos colaterais, principalmente quando utilizada em doses terapêuticas normais. Esses efeitos tendem a ser leves e transitórios. Sendo a crise convulsiva o principal e mais grave efeito colateral, porém ocorrem em pacientes suscetíveis. Vantagens: Como ela não tem afinidade de ligação aos receptores histaminérgicos, muscarínicos, e alta- 1 adrenérgicos, possui baixa probabilidade de efeito colateral. ANTIPSICÓTICOS Antipsicóticos: também podem ser chamados de neuropléptico, antiesquizofrênico ou tranquilizante maior. São utilizados principalmente no tratamento da esquizofrenia. Ezquizofrenia: A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizada por delírios, alucinações e comportamento desorganizado. Possui sintomas positivos e sintomas negativos: Positivos: delírios, alucinações, distúrbios do pensamento, comportamentos anormais, comportamento violento, incoerência no discurso e posturas físicas bizarras. RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Negativos: isolamento social, embotamento afetivo, déficit da função cognitiva, introversão e negativismo. Os fatores para predisposição da esquizofrenia podem ser genéticos, ambientais e também neurobiológicos. Na esquizofrenia ocorre uma alteração neuroquímica causada pela disfunção de neurotransmissores, sendo o principal a dopamina. Vias dopaminérgicas Via mesolímbica: ➢ Controla os níveis de dopamina que alteram o comportamento. ➢ Na via mesolímbica o excesso de dopamina na fenda causa problemas de comportamentos no indivíduo, esse excesso é responsável pelos sintomas positivos na esquizofrenia. Via mesocortical: ➢ Também controlam os níveis de dopamina que alteram o comportamento. ➢ Na via mesocortical o número baixo de dopamina na fenda causa problemas de comportamentos no indivíduo, e essa diminuição é responsável pelos sintomas negativos na esquizofrenia. Via nigroestrital: ➢ Controla os níveis de dopamina que alteram os movimentos. ➢ Quando a dopamina não está em quantidades ideais nessa via pode ocorrer problemas de movimentação, como é o caso do Parkison. Os pacientes com essa patologia possuem uma queda no nível de dopamina nessa via. Via tuberoinfundibular: ➢ Controla os níveis de dopamina que controlam a liberação de prolactina por meio de inibição. ➢ Quanto mais dopamina liberada nessa via maior a inibição de prolactina. RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Na esquizofrenia não existe um equilíbrio nas vias dopaminérgicas, principalmente, na mesolímbia e mesocortical. ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS • São os mais antigos; • Principais: haloperidol, clorpromazina, flufenazina, droperidol e tioridazina. MECANISMO DE AÇÃO: Os antipsicóticos típicos são bloqueadores dos receptores de dopamina no neurônio pós sináptico. Quando o medicamento chega ao SNC, ele bloqueia os receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, impedindo que o excesso de dopamina se ligue a esses receptores. Dessa forma, os sintomas positivos são tratados, pois como na esquizofrenia há excesso de domapina na via mesolímbica causando os sintomas positivos, ao reduzir essa quantidade, esses sintomas são tratados. Porém, a quantidade de dopamina será reduzida em todas as vias, por esse motivo, na via mesocortical (responsável pelos sintomas negativos da esquizofrenia), a quantidade de dopamina será ainda menor, piorando os sintomas negativos. Isso faz com que o paciente tenda a ficar mais apático, letárgico, bem “drogue”. Nas clínicas psiquiátricas esses fármacos são muito utilizados. Além disso, o medicamento também reduz a quantidade de dopamina na via nigroestrital, aumentando a liberação de acetilcolina. Isso se assemelha ao que acontece no Parkison, acarretando sintomas extrapiramidais (dificuldade de movimentação). Ainda, os fármacos bloqueiam os receptores da via túbero-infundibular, aumentando a produção de prolactina – aqui, o paciente pode ter hiperprolactinemia (excesso de prolactina), acarretando alguns sintomas, como: galactorreia (produção de leite), ginecomastia (aumento das mamas), alteração de libido e mudança no ciclo menstrual. Os antipsicóticos típicos possuem muitos efeitos colaterais, pois também bloqueiam os receptores de histamina, acetilcolina e noradrenalina. ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS ➢ São os mais novos da classe; ➢ Principais: clozapina, respiridona e olanzapina. MECANISMO DE AÇÃO: Esses fármacos bloqueiam os receptores de dopamina pós- sinápticos, mas também bloqueiam os receptores de serotonina nas vias dopaminérgicas. A serotonina nas vias dopaminérgicas, inibe a liberação de dopamina e aumenta a liberação de prolactina. “Nos neurônios de dopamina, também há receptores de serotonina. Quando a serotonina é bloqueada, a dopamina é mais liberada na fenda; com o excesso de dopamina, ela compete com o medicamento que está bloqueando o receptor dopaminérgico, pois a dopaminas é o agonista natural, total daquele receptor. Assim, ela desloca o medicamento do receptor e a dopamina se liga no receptor dopaminérgico, assumindo a sua função e inibindo, por consequência, a liberação de prolactina.” O paciente que toma antipsicótico atípico possui menos efeito colateral, como por exemplo a hiperprolactinemia. Além disso, nessa classe, a dopamina em excesso consegue se ligar na via nigroestrital e exerce sua função, que é inibir a liberação de acetilcolina. Dessa forma, o paciente não terá sintomas extrapiramidais, como a dificuldade de movimentação. Ainda, o antipsicótico atípico trata os sintomas negativos por conta do aumento de dopamina na fenda sináptica na via mesocortical. A via mesomímbica, por sua vez, é a via que possui menor expressão de receptores de serotonina. Assim, se ela tem uma quantidade RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA baixa dedopamina, quer dizer que se houver bloqueio de um receptor, não haverá uma liberação de dopamina suficiente para competir com o medicamento, porque seu receptor continuará bloqueado, não sento suficiente para deslocar o medicamento do seu receptor e então o receptor dopaminérgico continuará bloqueado. Por esse motivo, os antipsicóticos atípicos tratam os sintomas positivos e os negativos da esquizofrenia sem produzir efeitos colaterais. Ainda assim, os típicos ainda são muito utilizados nas clínicas neuropsiquiátricas, mesmo produzindo uma série de feitos colaterais, por serem capazes de bloquear os receptores histaminérgicos e produzindo, assim, sedação, sonolência e aumento de apetite. Além disso, ele também bloqueia receptores muscarínicos (acetilcolina), produzindo efeitos anticolinérgicos e receptores adrenérgicos (noradrenalina) , acarretando hipotensão postural. EXEMPLOS DE ANTIPISÓTICOS ATÍPICOS CLOZAPINA • Desenvolvido na década de 50; • Grande capacidade de produzir agranulacitose, principalmente a neutropenia (redução do número de neutrófilos (glóbulos brancos) no organismo do paciente). • Por ser muito grave, o paciente deve assinar um termo de consentimento e compromisso, pois deve realizar monitorização periódica dos níveis dessas células no sangue. • É utilizada em últimos casos, quando a esquizofrenia é refratária e nenhum outro medicamento teve eficácia. Efeitos colaterais da clozapina • Tem capacidade de diminuir o limiar de excitabilidade neuronal aumentando o risco de crises convulsivas. Se o paciente apresentar essas crises, pode se tratar com anticolvulsivantes, porém evita se utilizar a carbamazepina, porque ela causa uma supressão de medula óssea. • Taquicardia é melhorada com a utilização de betabloqueadores como o propranolol. • Hipersalivação, que é melhorada com a utilização de fármacos anticolinérgicos. • Aumento do peso corporal em até 9 % nas primeiras 16 semanas do tratamento. Nesse caso, é importante orientar o paciente a realizar exercícios físicos para diminuir esse aumento. QUETIAPINA • Tem características farmacológicas e estrutura química similar a clozapina, porém não produz agranulacitose e por isso não é necessária a monitorização dos níveis séricos. • Principal vantagem: baixa capacidade de produzir efeitos colaterais, como efeitos anticolinérgicos e extrapiramidais. Porém existem pacientes refratários a essa droga e nesse caso pode se utilizar a clozapina. RISPERIDONA • Possui todas as vantagens dos antipsicóticos atípicos (trata os sintomas positivos e os sintomas negativos sem produzir efeitos colaterais). • É prescrita com uma dose inicial de 1 a 2mg de 12 em 12 horas até atingir uma dose de manutenção que é de 3mg duas vezes ao dia. Nessa dose, o efeito farmacológico é garantido sem apresentação de efeitos colaterais. Porém, se a dose for aumentada para mais de 8mg por dia, o paciente começa a apresentar distúrbios de movimentação. ZIPRASIDONA Utilizado para tratar crises psicóticas agudas de esquizofrenia devido ao seu início de ação rápido. Pacientes que possuem prolongamento de intervalo QT devem ter cuidado ao serem medicados, pois o próprio fármaco é capaz de RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA prolongar esse intervalo. O grupo de risco contará com paciente com insuficiência cardíaca descompensada; que teve infarto agudo do miocárdio; ou que utiliza algumas classes de medicamentos que são capazes de prolongar o intervalo QT devido ao risco de apresentação de arritmias graves. Vantagens • Não influencia no peso corporal. • Beneficia o perfil lipídico do paciente (reduz o LDL e o TG, tornando-se interessante para pacientes obesos, e dislipidêmicos). ARIRIPRAZOL Antipsicótico mais novo no mercado e é o único antipsicótico atípico que tem o mecanismo de ação diferente. Ele controla os níveis de dopamina em todas as vias e consequentemente não produz efeito colateral, tratando sintomas positivos e negativos. O aririprazol age como um agonista parcial dopaminérgico. Ou seja, num local ou numa via dopaminérgica que se tem um excesso de dopamina na fenda sináptica, ele se ligará ao receptor como um antagonista (ocupa o receptor evitando que o excesso de dopamina se ligue), enquanto se o mesmo fármaco estiver numa via dopaminérgica que possui pouca dopamina – caso do esquizofrênico – o aririprazol se ligará ao receptor dopaminérgico, agindo como um agonista. Em resumo, o aririprazol reduz a função dopaminérgica na via mesolimbica porque ele bloqueia o receptor não deixando o excesso de dopamina se ligar, tratando o sintoma positivo; ao mesmo tempo ele se liga ao receptor dopaminérgico desocupado na via mesocortical e por ser um agonista parcial irá ESTABILIZADORES DE HUMOR Transtorno bipolar: Caracterizado por oscilações de humor entre um estado maníaco e depressivo. As oscilações não apresentam uma regularidade quanto ao tempo de intervalo, mas comumente não ocorre dentro de um mesmo dia. Por isso, deve-se ter cuidado quando se diz que uma pessoa é bipolar quando apresenta oscilações de humor num só dia. Muitas vezes, nesses casos, o bipolar tem uma conotação pejorativa. Fase maníaca: mania em psiquiatria quer dizer um estado exaltado de humor. Características: • O estado de humor está elevado (alegria contagiante ou uma irritação agressiva) • Elevação da autoestima • Sentimentos de grandiosidade podendo chegar à manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial • O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente (fuga-de- ideias). Fase depressiva: Características: • O humor está depressivo. • A auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade. • A capacidade física está comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. • As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida. • Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Neurotransmissores e enzimas Mania Depressão GABA ↓ ↓ Serotonina ↓ ↓ Noradrenalina ↑ ↓ Dopamina ↑ ↓ RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Glutamato ↑ ↑ Adenilato Ciclase ↑ ↑ Fosfolipase ↑ ↑ As enzimas Adenilato Ciclase e Fosfolipase aumentam a atividade celular O indivíduo com bipolaridade oscila entre mania e depressão, esses ciclos não tem duração fixa e frequentemente não ocorrem no mesmo dia. TRATAMENTO O Lítio é o principal medicamento utilizado para tratar o transtorno bipolar. Mas há pacientes que utilizam outros medicamentos. O ácido valpróico e a carbamazepina também podem ser utilizados. Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos (“virada maníaca“). LÍTIO (Carbolitium ®) • Acetato, glutamato, citrato e carbonato de lítio. • Absorção por via oral, tem absorção rápida. • Por ser uma molécula muito pequena chega muito rápido no SNC, mas não se distribui fácil p/ tecidos, por possuir carga. • Principal local de excreção é os rins, por isso paciente precisa ter boa função renal. • Depende muito pouco do fígado para ser metabolizado. MECANISMO DE AÇÃO: Aumenta a síntese de serotonina (triptofano); Inibe a Adenilato Ciclase e Fosfolipase C. O Lítio é pouco seguro, por isso sua dose terapêutica é bem próxima da dose tóxica. Por ter pequena margem de segurança, tem baixo índice terapêutico. Monitorização terapêutica: por ter alto índice de toxicidade precisa ser feita a monitorização das concentrações séricas de lítio com frequência. Para pacientes quetêm dificuldades de fazer a monitorização não é adequado prescrever o fármaco. Meia vida de eliminação: 24 horas Como a meia vida de eliminação é de 24 horas, o paciente deve começar a monitorização após cinco dias depois do início do uso pelo menos. A concentração ideal é de 0,6 a 0,8 mEq/l. Na fase maníaca esse nível pode chegar a 0,8 a 1,0 mEq/l. REAÇÕES ADVERSAS Podem acontecer até mesmo na dose terapêutica. • Tremor movimentos finos dose- dependente (à medida que a dose aumenta fica mais grosseiro). Pode ser utilizado betabloqueadores como propanol. • Distúrbio do TGI como: náuseas, vômitos, diarreias, cólicas. Ocorre principalmente no início. Pode ser amenizado ao ser administrado nas refeições. • Alteração da função cardíaca: Pode precipitar crises de arritmia em paciente suscetíveis. Em pacientes com problemas cardíacos é adequado fazer eletrocardiograma com frequência. • Poliúria (aumento de urina): ocorre, pois, como o Lítio inibe a Adenilato Ciclase, o paciente reabsorve menos água, por isso há aumento da urina. • Redução de hormônios tireoidianos T3 e T4: Nesses casos pode ser feita reposição, sendo monitorada a cada seis meses. • Reações dermatológicas (idiossincrásicas): acne, purido (coceira), vermelhidão cutânea. INTOXICAÇÃO Leve: apatia, letargia, lentificação, sonolência, fraqueza muscular, dificuldade de concentração, tremor grosseiro nas mãos. RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA - Tratamento: Nesse caso, deve suspender o uso. Moderada: além dos sintomas da intoxicação leve, apresenta: disartria (fraqueza nos músculos da fala; fala arrastada ou lenta), ataxia (coordenação motora prejudicada). - Tratamento: Primeira deve tirar o medicamento. Depois, se o nível de Lítio no sangue estiver: <3 mEq/L: deve fazer solução salina para estimular a excreção. >3 mEq/L: deve fazer diálise A diálise também é utilizada em doses de concentração menores caso o paciente tenha problema hepático, pois não vai adiantar fazer solução salina para estimular a excreção se a função renal não é boa. Grave: além dos sintomas anteriores, apresenta: confusão, delírio, crises convulsivas, alteração na consciência. -Tratamento: Primeiro deve internar, dar os primeiros suportes básicos de vida, depois diálise. ÁCIDO VALPRÓICO (Depakene®) • Importante em pacientes que não respondem ao lítio. • Possibilidade de aumento de dose rapidamente. • Fator limitante para alguns pacientes: náuseas. • Associações de Ácido Valpróico com Lítio para pacientes que não respondem à terapia isolada. • Dose inicial: 750 mg/dia (60 mg/kg/dia) • Potencializa ação do GABA CARBAMAZEPINA • Alternativa ao lítio quando este não possui eficácia. • Tratamento de mania aguda ou profilática. • Pode ser associada ao lítio. • Redução na sensibilidade do cérebro a episódios de oscilações de humor. • Reduz liberação de glutamato, GABA • Concentrações plasmáticas: 3 a 14 mg/L ANTICONVULSIVANTES Epilepsia: é uma afecção na qual uma pessoa apresenta crises epilépticas recorrentes desencadeadas por um processo subjacente crônico. Crise convulsiva: excesso de despolarização neuronal. Há muita carga positiva. A crise ocorre devido uma atividade elétrica anormal e excessiva dos neurônios, geralmente causada por alterações estruturais e/ou bioquímicas que envolvem o córtex cerebral. Nem todo paciente com crise convulsiva é epiléptico! A epilepsia é diferente das crises convulsivas. Enquanto a primeira é uma patologia, a segunda é um sintoma principal na epilepsia. A epilepsia pode ser limitante, pois alguns pacientes podem apresentar mais de dez crises ao dia. No entanto, ela não é incapacitante. CRISES CONVULSIVAS CLASSIFICAÇÃO Das convulsões generalizadas, a tônico-clônica é a mais comum. Nesses casos, a pessoa perde a consciência. Na crise de ausência típica a pessoa não cai, não tem perda de consciência, apresenta olhas fixo. É mais comum em crianças. Na crise de ausência atípica a pessoa pode apresentar crise motora, por cerca de 20s, 30s... RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Na crise mioclônica a pessoa pode ter perda de memória, e apresentar pequenos choques. Crises focais: nesse tipo de crise, o excesso de despolarização ocorre em uma área específica do SNC, ao contrário da generalizada, onde o excesso de despolarização ocorre em várias áreas. Aqui, o paciente não tem perda de consciência. O exame utilizado para verificar o tipo de crise, e se há epilepsia é o eletroencefalograma. ANTICONVULSIVANTES • São fármacos que deprimem seletivamente o SNC, são usados na supressão de crises convulsivas. • Ou são inibidores da despolarização neuronal (bloqueiam a carga +) ou são potencializadores da hiperpolarização neuronal (aumentam carga -). FÁRMACOS QUE TRATAM CRISES FOCAIS E GENERALIZADAS, EXCETO CRISE DE AUSÊNCIA ANTICONVULSIVANTES ANTIGOS Todos são indutores das enzimas do Citocromo P450 FENITOÍNA Mecanismo de ação: bloqueia os canais de sódio na membrana dos neurônios, impedindo a entrada de carga positiva no neurônio. • Usada por via oral; • Alta fração ligada, se liga mais de 90% na albumina. • Pode se envolver em muitas interações medicamentosas a nível de distribuição; • Compete com valproato (inibindo o metabolismo) • Alguns medicamentos podem deslocar a fenitoína aumentando sua fração livre, com isso aumentando os efeitos colaterais. Efeitos colaterais • Hisurtismo: crescimento de pelos no corpo; deve ser evitado em mulheres jovens. • Hiperplasia gengival: (aumento de volume da gengiva); aumenta produção de colágeno na gengiva. • Aumenta risco de osteoporose: porque diminui a fixação de cálcio pelos ossos, enfraquecendo o osso, podendo causar o problema no futuro. • Teratogênico: pode ocasionar má formação fetal, principalmente, se usado em doses altas por gestantes e juntos com outros fármacos teratogênicos. o Fenda palatina, lábio leporino, nariz em sela, deficiência de crescimento e retardo mental. • Diminui eficácia de contraceptivo oral: a fenitoína é um indutor de enzimas, como a CYP 3A4. FERNOBABITAL (Gardenal ®) Mecanismo de ação: Liga-se a um sítio regulador de GABA e prolonga a abertura dos canais de cloreto. • Pouco seguro, pode causar intoxicação mais facilmente. • É sedativo, o que pode piorar a qualidade de vida. • Vantagem: meia vida de duração longa. • Absorção por via oral, tem absorção rápida. CARBAMAZEPINA (Tegretol®) Mecanismo de ação: Bloqueia os canais de sódio na membrana nos neurônios, impedindo a carga positiva no neurônio. • Mesmo mecanismo que o da fenitoína; • Vantagem: não é sedativo, portanto, não causa sono. • Desvantagem: ao ser metabolizado, gera um metabólito chamado 10-11 epóxido; sendo esse o metabólito que causa efeitos colaterais. RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA • Redução de níveis sanguíneos de contraceptivos orais, haloperidol, valproato, etossuximida e fenobarbital. • Inibidores do metabolismo: eritromicina, cimetidina, verapamil e diltiazem Novo produto: Oxcarbazepina • Não gera efeitos colaterais como a carbamazepina; • Outra vantagem: não induz as enzimas do citocromo P450, portanto, não produz tantas interações medicamentosas. • É considerada menos potente que a carbamazepina, por isso precisa ser usada em doses mais altas para produzir o mesmo efeito farmacológico. ANTICONVULSIVANTES MAIS NOVOS VIGABATRINA Mecanismo de ação: Potencializa a ação do GABA ao inibir a degradação do GABA, através da inibição da GABA transaminase (enzima que degrada o GABA), dessa forma, aumentando a disponibilidade de GABA. Vantagens: • Produz menos efeitos colaterais;• Não necessita do fígado para ser biotransformado, ou seja, é 100% eliminado pelos rins (urina), sem passar pelo processo de biotransformação. TIAGABINA Mecanismo de ação: Inibe GAT-1 (transportador de GABA), com isso, inibindo a recaptação de GABA, aumentando assim, a quantidade de GABA na fenda sináptica e sua ligação ao receptor. Vantagens: • Nem induz, nem inibe as enzimas do Citocromo P450, por isso, envolve menos em interações medicamentosas a nível de biotransformação. • Porém, a tiagabina se liga amplamente nas proteínas plasmáticas, principalmente na albumina, apresentando assim uma alta fração ligada, dessa forma, pode causar interação medicamentosa a nível de distribuição. Além disso, diferente da vigabatrina, a tiagabina depende do fígado para ser metabolizada. TOPIRAMATO Muito eficaz como anticonvulsivante e é usado para tratar outras patologias. Possui três mecanismos de ação: 1) Bloqueia canais de sódio; 2) Potencializa a ação do GABA; 3) Bloqueia receptores de Glutamato (neurotransmissor excitatório). Vantagens: • Interage muito pouco com outros medicamentos a nível de distribuição, pois possui uma baixa fração ligada. CRISE DE AUSÊNCIA ETOSSUXIMIDA Mecanismo de ação: Bloqueia canal de cálcio presentes nos neurônios, sem bloquear canais de cálcio em outros tecidos como coração, intestino, nem nos vasos sanguíneos, ou seja, é um medicamento com efeito no SNC, sem produzir grandes efeitos colaterais a nível periférico. É utilizado exclusivamente para crise de ausência! Principais queixas de pacientes que usam etossuximida: • Distúrbios no TGI, por exemplo, irritação gástrica, que pode ser tratada/evitada diminuindo a dose, consumindo os medicamentos com alimentos, ou utilizando antiácidos. ÁCIDO VALPRÓICO (Depakene®) Mecanismo de ação: 1) Bloqueia canal de cálcio; RESUMÃO P12B RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA 2) Bloqueia canal de sódio; 3) Potencializa ação do GABA; • É utilizado para todos os tipos de crises convulsivas; • A longo prazo pode ser hepatotóxico; • Único medicamento inibidor enzimático, pode interagir com outros anticolvulsivantes inibindo o metabolismo de fármacos como: fernobabital, fenitoína, carbamazepina.
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