Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
56 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Unidade II 5 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Figura 6 A discussão sobre as práticas educativas da Educação de Jovens e Adultos apresenta uma história enriquecida no tempo e no espaço, às vezes influenciada pelo poder público e outras, pelos movimentos sociais, com experiências das mais variadas, descontínuas ou significativas. Podemos afirmar que os diferentes caminhos foram dando o que podemos chamar de identidade a essa educação de pessoas jovens e adultas analfabetas, que nunca foi prioridade da educação brasileira. O movimento de educação popular que mais se destacou nessa área foi o de Paulo Freire, fonte inspiradora de muitas experiências formais de escolarização de jovens e adultos, de grandes campanhas alfabetizadoras. Devido à desvalorização social dos programas dessa iniciativa, o aparato teórico é reduzido e não conta com instituições encarregadas pela produção de conhecimentos que auxiliem os educadores de adultos na condução da prática pedagógica. Os trabalhos apresentados que visam alimentar o campo teórico e metodológico estão fundamentados na tradição freiriana, que parte do universo cultural dos alunos, reconhece a experiência e história de vida destes, associando‑as ao sentido político e social da educação, além de todos os avanços teóricos dos diferentes campos de conhecimento que têm influenciado o sistema regular de ensino, como a Psicologia, na abordagem sociointeracionista, a Linguística, a Antropologia, a Sociologia, entre outros, e contribuído para compor o trabalho técnico‑pedagógico do ensino destinado a jovens e adultos. A educação de qualidade para a formação de cidadãos autônomos e críticos é um assunto complexo, pois envolve outras questões além da educacional, a desigualdade socioeconômica, por exemplo, que diz respeito à necessária mudança da condição de vida dos jovens e adultos. 57 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA A metodologia desse ensino está voltada para a discussão do desenvolvimento e aprendizado de jovens e adultos, a organização das atividades em projetos e o papel do professor na organização e direção das situações de aprendizagem dos alunos. A metodologia da Língua Portuguesa é discutida tendo o texto de uso social como o condutor da alfabetização de jovens e adultos, considerando a prática social e localização cultural. Comprometida com o uso social da leitura e escrita, pretende romper com a aprendizagem de técnicas de leitura e escrita e com a dicotomia das formas mecânicas de ler e aprender. A metodologia de Matemática tem como fundamento articular os conteúdos com questões da realidade e evitar a fragmentação por meio do trabalho em torno de eixos ou núcleos centrais que possibilitem a análise dos fenômenos. As habilidades de leitura, interpretação e produção de textos matemáticos, a utilização de conceitos matemáticos na resolução de situações‑problema, a leitura, interpretação e construção de tabelas e gráficos, o reconhecimento das relações espaciais e a análise de propriedades geométricas serão organizados em momentos de aprendizagem significativa, que ampliem os recursos cognitivos dos alunos frente à realidade. A metodologia de Estudos da Sociedade e da Natureza tem o objetivo de aprimorar a formação da cidadania, considerando os educandos como sujeitos de sua própria história e da de seu tempo, tendo em vista que a complexidade do mundo moderno, as rápidas transformações das tecnologias de informação e comunicação e as mudanças nas formas de produção exigem o desenvolvimento de habilidades e competências que levem os alunos a compreender criticamente a sociedade em que vivem, inserindo‑os na realidade, de forma consciente e participativa. 5.1 Desenvolvimento e aprendizagem de jovens e adultos Na discussão da relação entre desenvolvimento e aprendizagem pela abordagem sociointeracionista ou sócio‑histórica de Vygotsky, encontramos o papel das funções psicológicas superiores e da relação mediada do homem com o mundo por meio de instrumentos e signos. Vygotsky defende que os mecanismos psicológicos mais sofisticados não são inatos, originam‑se e desenvolvem‑se na relação dos indivíduos em um contexto sócio‑histórico. Segundo esse pensador, desde que o ser humano nasce, está em interação com seu grupo social, numa determinada cultura, o que está carregado de instrumentos e signos, dos quais o indivíduo vai se apropriando por meio do processo de internalização. Os instrumentos têm a função de mediar a ação social do homem com o meio, de controlar as suas ações. Os signos, que podem ser símbolos, representações, marcas externas, são “instrumentos psicológicos” que auxiliam os processos internos. Por outro lado, o homem cria instrumentos e signos em sua ação sobre a natureza e si mesmo, construindo cultura. O desenvolvimento das funções tipicamente humanas está pautado no processo de interação do indivíduo com o meio social e histórico por meio dos sistemas simbólicos construídos social e historicamente, que são os mediadores, sejam como signos ou instrumentos construídos pelo homem. O processo de mediação é a maneira pela qual o homem se aproxima da cultura, transformando‑a, bem como o ambiente social. 58 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 A aprendizagem acontece, portanto, por meio de interações com o meio social, histórico e físico, e estas permitem o desenvolvimento dos processos internos. Dessa maneira, os diferentes contextos sociais e as interações são os fatores que possibilitam processos diferenciados de aprendizagem, conhecimento e formas de pensamento. A aprendizagem e o desenvolvimento são processos distintos que interagem, pois a aprendizagem surge da interação social, que organiza e internaliza os conhecimentos adquiridos e influencia o desenvolvimento. Vygotsky defende que o aprendizado resulta no desenvolvimento, pois o processo de desenvolvimento acontece a partir do aprendizado. O desenvolvimento cognitivo, para esse pensador, é decorrente do aprendizado do indivíduo, fruto da interação proporcionada pelo meio social, histórico e cultural. Do ponto de vista dessa abordagem, o processo de interação é condição básica para o funcionamento da sociedade. É, então, que podemos abordar o desenvolvimento do indivíduo na fase adulta. A Psicologia do Desenvolvimento tem‑se preocupado, até recentemente, com o estudo dos processos psicológicos da infância e da adolescência. Segundo Palacios (1995), a fase adulta só, a partir da década de 1970, preocupou os estudiosos, que, contrariamente às concepções que a compreendiam como uma fase de estabilidade psicológica e caracterizada pela ausência de mudanças e já em decadência, entenderam‑na, pelo contrário, como uma etapa passível de mudanças. A compreensão do processo de desenvolvimento psicológico, para além da adolescência, acontece a partir do entendimento das mudanças e processos de adaptação ocorridos na fase adulta, que não podem ser classificados como níveis fechados e estáveis de desenvolvimento psicológico. Para Palácios, os processos de desenvolvimento estão relacionados a três grandes fatores: etapa da vida, história e ambiente sócio‑histórico e cultural de cada indivíduo. Para a Educação de Jovens e Adultos, essas informações são de suma importância para o desenvolvimento do processo educativo. Assim, a história de vida de cada um, suas experiências, as circunstâncias sociais, culturais e históricas em que vive propiciam processos de interação, com a mediação de instrumentos e signos de sua cultura, de sua época histórica. Ao considerar a idade adulta como de continuidade no desenvolvimento psicológico, as experiências vividas e as circunstâncias culturaispermitem situações de aprendizagem e promovem o desenvolvimento psicológico. Lembrete O desenvolvimento é entendido como fruto da aprendizagem que se dá num processo de interação do indivíduo com seu contexto social; não é, portanto, um processo inato e universal decorrente da maturação e da escolarização. 59 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA O conhecimento do indivíduo é construído por meio de processos de interação em diversos contextos sociais, e não de diferentes potenciais cognitivos. Dessa forma, o homem não é só um produto de seu meio, mas o cria e o transforma, gerando, transmitindo e transformando a cultura. Nesse sentido, a importância do coletivo se destaca quando Vygotsky relaciona o desenvolvimento e a aprendizagem como sendo possíveis pela interação com instrumentos e signos que são sociais, históricos e culturais. O saber de um grupo social decorre da atividade cognitiva das gerações precedentes e da possibilidade de interação com o mundo construído. Saiba mais Caso tenha interesse em se aprofundar mais no estudo do pensamento de Vigotsky, recomendamos a seguinte leitura: FRIEDRICH, J. Levi Vigostsky: mediação, aprendizagem e desenvolvimento. Tradução de Friedrich Jannette e Eliane Gouvea Lousada. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2012. Assim, o que se distingue como imprescindível para o processo educativo é a qualidade de interação que deve ser proporcionada pela escola quanto ao contato com os conteúdos no meio escolar, a relação aluno e aluno, aluno e professor – da Educação de Jovens e Adultos. 5.2 Educar na diversidade A importância da premissa do ensino na diversidade para a Educação de Jovens e Adultos deve ser discutida e considerada no processo educacional. Podemos indicar como ingredientes básicos para educar na diversidade: o desenvolvimento de atividades significativas, motivadoras e funcionais, trabalhos em grupo, avaliações formativas e personalizadas. No processo educativo, é preciso estar atento para fazer com que as diferenças presentes na sala de aula tornem‑se uma igualdade de desenvolvimento na aquisição da linguagem escrita e na formação de escritores ou produtores de textos e leitores de textos que compreendam, saibam interpretar o que leram. A desigualdade presente deve ser considerada como desafio a ser usado a favor de um trabalho pedagógico significativo e enriquecedor de projetos educacionais. Por isso é que educar na diversidade e aprendizagem significativa são as duas faces da mesma moeda. É preciso não escolarizar a aprendizagem. 5.3 Os efeitos da escolarização/alfabetização no processo de desenvolvimento cognitivo Os estudos sobre escolarização e desenvolvimento cognitivo tiveram início na década de 30, com Luria e colaboradores, que analisaram os efeitos da escolarização e da aquisição da escrita no desenvolvimento cognitivo. 60 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Observação Alexander Romanovich Luria (16 de julho de 1902 a 14 de agosto de 1977) foi um famoso neuropsicólogo soviético, especialista em Psicologia do Desenvolvimento e um dos fundadores de Psicologia Cultural‑Histórica. Pesquisadores apresentam diferentes posições teóricas a esse respeito. Um grupo que relaciona desenvolvimento com aprendizagem defende que a escolarização formal é condição necessária para o desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento, o que muitas vezes leva ao entendimento de que aqueles que não tiveram acesso à escolarização formal são inferiores intelectualmente. Outros pesquisadores já afirmam que o desenvolvimento é que determina a aprendizagem e que o desenvolvimento cognitivo é universal e nada tem a ver com a escolarização formal. Ainda, outro grupo defende que a alfabetização é condição para o desenvolvimento do pensamento lógico‑formal e abstrato. Essa postura teórica levou ao mito da alfabetização em sociedades letradas como o diferencial entre os indivíduos, o que determina o grupo de indivíduos iletrados como deficitário no desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento. Há também os pesquisadores que entendem que a aquisição da leitura e escrita desenvolve habilidades específicas que não influenciam no desenvolvimento cognitivo. Os resultados dos estudos de Luria, pesquisados no Uzbequistão e Khirgisia, com o objetivo de identificar a influência da mudança social e tecnológica no processo de pensamento em adultos, apontaram que os indivíduos que tinham passado por algum processo de instrução e trabalhado nas fazendas coletivas utilizavam categorias abstratas na resolução das tarefas, independente da experiência do seu contexto concreto. Ao contrário, indivíduos não escolarizados que continuaram trabalhando na agricultura tradicional tendiam a resolver as tarefas segundo seus contextos de experiência de vida e relações concretas usadas no cotidiano. Nessa investigação, estão envolvidos o processo de instrução e o contexto de vida e social dos indivíduos, a transformação social, política e econômica decorrente da Revolução de 1917. Os indivíduos que usaram estratégias categoriais na resolução das tarefas propostas passaram pelo contexto escolar e participaram das discussões coletivas sobre assuntos sociais vitais para sua época. Não foi o processo de escolarização/alfabetização que determinou, exclusivamente, mudanças nos conteúdos e formas de pensamento desses adultos envolvidos na pesquisa. Tolchinsky (1995) afirma que as possibilidades que a escrita proporciona são os fatores e condições do desenvolvimento cognitivo. A aprendizagem da escrita, por si só, não representa a possibilidade de ampliação de novas formas de pensamento. A prática e a multiplicidade de usos e funções sociais dos textos e os processos de leitura que envolvem a interpretação, discussão e produção de textos é que afetam nossa maneira de pensar. Oliveira (1992) acrescenta a essa discussão o papel da escola, que atua tendo como objeto privilegiado o conhecimento e é espaço para o indivíduo aprender a pensar sobre o próprio conhecimento e a relacioná‑lo com o conhecimento descontextualizado e independente de sua vida cotidiana. 61 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Kleiman (1995) apresenta o conceito de letramento para aprofundar a análise da prática social da escrita, separando a alfabetização dos estudos sobre o impacto social da escrita. Para ela, letramento significa o conjunto de práticas sociais que a escrita possibilita como tecnologia e sistema simbólico, para atingir objetivos específicos e em contextos singulares. A alfabetização é um tipo de prática de letramento. A autora apresenta, então, duas concepções de letramento baseadas em pesquisas de Brian Street: modelo autônomo e modelo ideológico. O modelo autônomo de letramento trata a escrita como produto completo de si mesma. É a lógica que rege a relação entre aprendizagem da escrita e desenvolvimento cognitivo; assim, quem não possui a escrita é incapaz de desenvolver formas superiores de pensamento. O modelo ideológico de letramento aborda a escrita e seus usos sociais e práticas que possibilita; os significados da escrita estão contextualizados social e culturalmente pelo grupo social que a vive. Saiba mais Brian Street é professor no King’s College da Universidade de Londres, onde integra o grupo de pesquisadores do Centro de Linguagem, Discurso e Comunicação (Centre for Language, Discourse & Communication – LDC). Street é também professor visitante na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Você pode se inteirar um pouco mais sobre esse pensador e suas ideias a respeito do letramento, com a entrevista que ele concedeu à Revista Língua Escrita, da Faculade deEducação da Universidade Federal de Minas Gerais, disponível em: <http://www.ceale.fae.ufmg.br/linguaescrita/ pagina.php?page=quemsomos>. Indicamos ainda a leitura da seguinte obra: STREET, Brian V. Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. Ratto (2004) acrescenta que, mesmo não alfabetizado e nem escolarizado, o trabalhador realiza práticas de letrado ao usar a língua, ao vivenciar no trabalho práticas discursivas e utilizar modelos de outros, incorporando em sua oralidade a estrutura formal de texto escrito, para fins específicos. Essa prática oral da linguagem escrita, propiciada pela interação com o meio, função que a língua desempenha, leva ao desenvolvimento e transformação o indivíduo em sua capacidade linguística e à conscientização de seu papel político na sociedade. Durante (1998), partindo dessas discussões que estudamos, destaca‑se a importância da aprendizagem da escrita e da leitura, cujas funções e usos em contextos diversificados propiciam o desenvolvimento cognitivo. O uso da linguagem permite o acesso do indivíduo aos sentidos e significados sociais e culturais, propiciando a participação crítica e transformadora na sociedade letrada. A alfabetização e a escolarização são tipos de práticas de letramento, por isso a importância do processo de interação com o contexto social, este como fator predominante para o processo de desenvolvimento e aprendizagem. 62 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 5.4 Metodologia de ensino na Educação de Jovens e Adultos 5.4.1 Organização de atividades em projetos: o que são projetos? Há muitos autores que abordam os projetos de ensino como resposta de um trabalho pedagógico significativo e participativo, de modo que os podemos conceituar de diferentes maneiras, tais como: • uma maneira de organizar as tarefas escolares; • uma forma de articular as situações de aprendizagem em situações‑problema que os alunos têm de resolver. • uma forma de trabalhar o conhecimento da realidade, em que os alunos se desenvolvem e se interessam, com curiosidade e desejo de conhecimento, o que revela a função social real dos conteúdos escolares; • uma atividade que disponibiliza a veiculação de todos os tipos de informações e conhecimentos necessários à construção do conhecimento dos alunos. Como são organizados os trabalhos com projetos? Por temas, áreas do conhecimento, conceitos: • aparecem em toda sua complexidade; • integram diversas perspectivas, intenções e finalidades; • têm como elemento‑chave o manejo de informações de diferentes fontes e meios de expressão; a linguagem tem papel relevante, envolve o meio de comunicação e o veículo de aprendizagem. • não incluem todas as disciplinas; • sempre incluem: linguagem escrita e oral, meio natural e social, expressão artística; • envolvem outros espaços para trabalhar as disciplinas que não estão incluídas nos projetos, como a Matemática. • são desenvolvidos diferentes projetos ao mesmo tempo e com durações diferentes; há projetos que duram uma aula, outros, seis meses; há o desenvolvimento de conteúdos, em aulas, e de projetos com o grupo/ classe. As experiências desenvolvidas com esse tipo de organização de atividade nas escolas apresentam as seguintes conclusões: • É o próprio tema, área do conhecimento ou conceito escolhido que define: — as diferentes situações de duração temporal; 63 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA — a organização do horário; — a organização da aula; — a organização do espaço. • Há traços característicos do projeto que o diferenciam de outra proposta globalizadora, quais sejam: — permitir o protagonismo dos alunos na decisão e gestão da tarefa; — não os deixar soltos, a confiar na espontaneidade, criando situações que os forcem e os estimulem a: tomarem decisões, analisarem, refletirem, debaterem, arriscarem hipóteses, buscarem informação – a pensarem guiados pelo professor. • É base do projeto a participação dos alunos na decisão e na sua realização, desde o início até o encerramento. • Parte do projeto envolve atividades diferenciadas, que são: recolher informações, trazer materiais e elaborá‑los, ações estas em que os alunos e suas famílias podem se envolver. Temas, áreas do conhecimento e conceitos de projetos em Educação de Jovens e Adultos Temas, áreas do conhecimento e conceitos podem ser escolhidos a partir do processo de “explosão de ideias” trazidas pelos alunos e pelo professor. A discussão provocada e as visões apresentadas podem ser organizadas a partir da argumentação contra ou a favor de cada opção e transformadas em situações‑problema, sobre as quais a classe trabalhará, dividindo tarefas e responsabilidades para o desenvolvimento do trabalho coletivo. São sugestões de temas a serem desenvolvidos em projetos: • a saúde individual e coletiva; • as relações de emprego e a globalização; • as novas tecnologias e o mundo do trabalho; • a sociedade do conhecimento; • a escrita e suas implicações; • a economia e as necessidades de organização pessoal na área financeira; • a sustentabilidade planetária: as plantas da floresta, jardim e do pomar; • a reciclagem do lixo doméstico. 64 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Conteúdos de um projeto: exemplos dos roteiros Após a escolha e a discussão coletiva acerca do tema a ser trabalhado, pode‑se desenvolver conteúdos que despertem a curiosidade dos jovens e adultos, mediante um roteiro de tarefas. Roteiro das tarefas O desenvolvimento do projeto permite: • o acúmulo de informações; • a grande variedade de experiências científicas. Para tanto, é importante que seja realizada a exposição das tarefas a serem desenvolvidas ao longo do projeto, para que o registro seja feito e conhecido por todos. A finalização do projeto em registros, com o grupo da classe ou toda ela, pode ser feita por meio de portfólios individuais, grupais ou coletivos, em apresentação ou montagem de exposição com a participação da escola, da família, a serem realizadas na escola, em dias antecipadamente combinados. 5.4.2 O papel do professor na organização e direção das situações de aprendizagem e na progressão das aprendizagens Na Educação de Jovens e Adultos, o papel do professor é de fundamental importância para garantir o aprendizado dos alunos. É preciso que o professor tenha clareza do que é ensinar e do que é aprender. Hoje, o grande desafio da escola de qualidade está voltado à questão da aprendizagem dos alunos com sucesso, o que garante a permanência na escola, a continuidade de estudos e a conclusão da escolaridade básica. Para Perrenoud (2000), o ofício do professor não é imutável. As transformações tecnológicas, a globalização, as novas relações sociais e profissionais, bem como os novos conhecimentos, exigem o desenvolvimento de novas competências. Da mesma forma, na tarefa do professor, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivos escolares e a evolução dos programas, novos temas se apresentam como desafios: o tratamento das diferenças, a avaliação formativa, as situações didáticas, a prática reflexiva e a metacognição. Assim como a profissionalização, o trabalho em equipe e por projetos, o uso de pedagogias diferenciadas, a sensibilidade quanto à relação com o saber e com a lei também são aspectos da profissão docente. Um novo modelo de prática pedagógica, centrada em cada um de seus alunos ou nos aprendizes, a vontade de conceber situações didáticas ótimas, com situações de salas de aula abertas, amplas, carregadas de sentido e de regulação, pode ser compreendida a partir da explicitação das seguintes competências a serem trabalhadas pelos professores: • Conhecer, com relação a determinada disciplina, os conteúdos a seremensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem. 65 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Essa competência significa relacionar os conteúdos a serem trabalhados a objetivos e a situações de aprendizagem, em três estágios: planejamento didático, por meio da identificação dos objetivos trabalhados nas situações em questão, ou seja, escolhê‑las e dirigi‑las com conhecimento de causa; análise a posteriori das situações e atividades, do que se desenvolveu realmente; e a avaliação dos saberes construídos em circunstâncias múltiplas e complexas. Não basta fazer com que os alunos aprendam, é necessário que eles construam as competências‑chaves, que são os núcleos. • Trabalhar a partir das representações dos alunos. As concepções dos aprendizes formam seus sistemas de representação, e o professor necessita conhecê‑los, e uma das formas de isso acontecer é dando‑lhes direitos nas aulas, interessar‑se por eles e compreender suas raízes e suas formas de coerência, colocar‑se no lugar deles, levando em conta que já esquecemos as dificuldades para aprender, pois os conhecimentos científicos contrariam a intuição. Por meio da didática, podemos encontrar um ponto de entrada nos sistemas cognitivos dos alunos, para desestabilizá‑los o suficiente para incorporarem novos elementos e reorganizarem os já adquiridos em função do novo conhecimento. • Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem. A grande tarefa cognitiva do aluno na escola é reestruturar seu sistema de compreensão do mundo. É um importante trabalho cognitivo, pois necessita restabelecer o equilíbrio rompido e dominar a realidade, de maneira simbólica e prática. Os obstáculos cognitivos devem ser superados a partir de certas aprendizagens. As situações–problema apresentadas pelos projetos obrigam o aprendiz a transpor um obstáculo, graças a uma aprendizagem inédita, que é o que configura o objetivo da nova aprendizagem. Por outro lado, o erro do aluno deve ser compreendido como a informação que ele não sabe, e compete ao professor usá‑la como ferramenta para ensinar. • Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas. Essa atitude do professor possibilita a aquisição de amplo repertório por parte do aluno. Na situação de aprendizagem, é possível pensar numa sequência de atividades que possibilitem abordar o problema, de diferentes formas. Planejar uma trajetória coletiva, com abordagem construtivista, acontece quando se propõem situações que estimulem o conflito cognitivo entre alunos ou na mente do aluno, e isto por meio de dispositivos e sequências didáticas, que fazem com que aprendam, que sejam mobilizados para a compreensão e êxito na realização da tarefa. • Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento. O papel do professor é definir o tipo de relação de seu planejamento de aula com o saber que este vai propiciar ao aluno, e, como consequência, o sentido da experiência e do trabalho escolar. É importante envolver os alunos em situação de certa importância e duração, para garantir uma progressão visível ao professor e também ao próprio educando. A dinâmica da pesquisa a ser realizada pelo educando, ou por 66 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 um grupo, ou pelo coletivo da classe é intelectual, emocional e relacional: exige o envolvimento pessoal nas atividades, a cumplicidade, a solidariedade e a paixão de conhecer. A progressão das aprendizagens dos alunos pode ser abordada com o desenvolvimento das seguintes competências: — conceber e administrar as situações‑problema, ajustando‑as ao nível e às possibilidades do aluno; — adquirir uma visão longitudinal dos objetivos de ensino; — estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem; — observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa; — fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão. O professor, tendo como meta a aprendizagem, além de propor as situações propícias a ela, deve se preocupar em saber como está ocorrendo para que possa fazer intervenções e alterações em seu planejamento com o objetivo de garantir o sucesso do aluno na escola. A concepção de aprendizagem é a de que os adultos não alfabetizados e pouco escolarizados são capazes de aprender, têm potencial para se desenvolverem cognitivamente. São, então, indivíduos ativos e cognoscentes, que estão em interação com o mundo letrado ao seu redor. A aprendizagem requer o conhecimento de diferentes de fontes de informações. Aprender um conteúdo específico requer a aprendizagem de conceitos e dados que geralmente se relacionam com outros conteúdos curriculares. Por outro lado, podem‑se aprender procedimentos e atitudes, ou seja, como fazer para obter o conhecimento ambicionado. Por isso, os conteúdos curriculares devem estar sempre presentes em todos os momentos, mas é preciso que sejam trabalhados numa evolução progressiva, pois o domínio deles se dará em etapas. Vale apresentarmos, agora, a síntese dos objetivos gerais da proposta pedagógica para o primeiro segmento do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos, elaborada pelo Ministério da Educação em parceria com a associação Ação Educativa e coordenada por Vera Ribeiro: Que os educandos sejam capazes de: • Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem. • Ter acesso a outros graus ou modalidades de ensino básico e profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento cultural. 67 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA • Incorporar‑se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida. • Valorizar a democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecer direitos e deveres de cidadão. • Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade. • Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitar diferenças de gênero, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não discriminação. • Aumentar a autoestima, fortalecer a confiança na sua capacidade de aprendizagem, valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social. • Reconhecer e valorizar os conhecimentos científicos e históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônios culturais da humanidade. • Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais. Fonte: Brasil, (2001a, pp. 47‑48). 5.4.3 Avaliação A avaliação dos alunos da Educação de Jovens e Adultos tem o objetivo de garantir‑lhes a aprendizagem com sucesso na escola. Cabe ao educador a reflexão‑ação‑reflexão, no sentido de munir‑se das informações necessárias ao desenvolvimento de um plano de trabalho que responda às necessidades dos educandos. A sequência de atividades planejadas, de antemão, pelo educador não pode ser considerada como um plano fixo e imóvel. Se houver necessidade, ajustes devem ser realizados no decorrer da realização do plano, para que os objetivos de aprendizagem sejam atingidos. O plano de trabalho deve ser avaliado não apenas quanto ao que os alunos sabem ou não sabem, mas avaliar a proposta pedagógica, a adequação dos trabalhos do professor em relação aos alunos que tem sob sua responsabilidade. Os objetivos didáticos é que devem orientar o estabelecimento de critérios de do processo de avaliação continuada das aprendizagens. Quanto à avaliação final, devem ser estabelecidos critérios que reflitam os aspectos essenciais das aprendizagens da Educaçãode Jovens e Adultos como um todo, que estão relacionados aos pilares das competências e habilidades do aprender a fazer e do aprender a aprender, que garantem independência e autonomia nos processos de aprendizagem individual. 68 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Podemos elencar, como critério de avaliação dos alunos da Educação de Jovens e Adultos das primeiras séries (da primeira à quinta série) do Ensino Fundamental, o exame das seguintes competências: • compreender um texto lido; • produzir uma mensagem escrita; • ler e escrever números naturais; • resolver problemas simples; • identificar informações contidas em tabelas ou esquemas simples. Observação Vale salientar que os aspectos apontados não esgotam as possibilidades de avaliação e os objetivos finais que podem ser atingidos num programa de Educação de Jovens e Adultos. Nesse sentido, a capacidade de continuar aprendendo é fundamental aos alunos da Educação de Jovens e Adultos. 6 LÍNGUA PORTUGUESA – METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO E PÓS‑ALFABETIZAÇÃO Figura 7 Qual o conhecimento sobre o sistema de escrita dos jovens e adultos? Repetiremos aos jovens e adultos não alfabetizados pergunta similar àquela que fazemos a professores quando desejamos saber da concepção das crianças sobre o sistema de escrita: O jovem ou adulto se depara com a escrita no primeiro dia de aula? Que ideias ele pode ter sobre isso? 69 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Outra pergunta a se fazer é a da pesquisa realizada por Ferreiro e outros pesquisadores em 1983 na Cidade do México, Los adultos no alfabetizados y su conceptualiciones del sistema de escritura: qual o conhecimento dos adultos pré‑alfabetizados sobre o sistema de escrita? A pesquisa de Ferreiro e outros (1983) mostrou que, mesmo não passando por um processo normal de escolarização, a pessoa jovem ou adulta tem uma concepção do sistema de escrita e com mais semelhanças do que diferenças com relação à percepção das crianças. Os adultos, então, já sabem que escrever não é a mesma coisa que desenhar, sabem quais são as marcas que são utilizadas para escrever, as letras. Já avançaram quanto a níveis mais primitivos de concepção da escrita. Aprendizagem da escrita Sabendo que escrever não é desenhar, as pessoas jovens e as adultas compreendem que há uma variedade interna de letras para escrever, assim como uma quantidade mínima de letras para que algo possa ser escrito. Elas têm, então, como pré‑silábica, a hipótese inicial de escrita, na qual não há controle sobre o número de letras a serem utilizadas para escrever, ou seja, não há ainda a preocupação quanto a quais e quantas letras usar, apresentando, às vezes, escritas fixas. Considerando que todo o processo de construção do sistema de representação da linguagem escrita apresenta tanto avanços como retrocessos, pode‑se entender esse momento inicial de escrita dos alfabetizandos jovens e adultos como parte importante da conquista cognitiva. Na escrita em seguida, a aluna apresenta a hipótese de três letras para cada palavra e de não haver a repetição de letras iguais, embora apresente a repetição das letras t e a. Figura 8 70 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 O avanço nessa conquista é o que chamamos de hipótese silábica, na qual ainda há a presença de escritas diferenciadas, as palavras podem se diferenciar segundo as características do objeto de referência e há a diferenciação na quantidade, na ordem ou na variedade de letras. Aos poucos, acontece a relação entre a palavra falada e a escrita, havendo, para cada emissão sonora, a necessidade de uma letra. Num primeiro momento, essa letra pode ser qualquer uma, o que nos permite dizer que o adulto está na hipótese silábica sem valor sonoro convencional. Contudo, à medida que a pessoa vai percebendo que as letras tem um valor sonoro específico, a hipótese silábica adquire um avanço, que é a escolha das letras na escrita das palavras com valor sonoro convencional. No entanto, essa hipótese ainda tem problemas para resolver, pois não é aceita a escrita das palavras com as letras iguais, como também palavras diferentes escritas da mesma maneira. Há o problema da palavra monossílaba, visto que não há a aceitação da escrita de palavras com somente uma letra. O plural é resolvido escrevendo tantas vezes a palavra quanto são os objetos repetidos, conforme explicam Curto, Morillo e Teixidó (2000, p. 33), quanto ao caso que veremos em seguida, em que poderemos também observar que a repetição e a sequência das letras é a mesma. Figura 9 Quanto ao nome próprio, considerado um texto, é a escrita estável e ortográfica que está sempre presente e que faz com que as hipóteses sejam repensadas. Na hipótese silábica, o nome próprio não pode ser, então, escrito pela metade. Outra hipótese é de que somente substantivos e verbos precisam ser escritos; os artigos não. O avanço se dá por a criança acrescentar letras à escrita silábica. Antigamente, entendia‑se que as pessoas que escreviam silabicamente “comiam” letras, mas, hoje, sabemos que, pelo contrário, elas acrescentam. Estamos nos referindo à hipótese silábico‑alfabética, é quando, na escrita das palavras, já são apresentadas algumas sílabas completas, com valor sonoro convencional ou não. 71 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Na escrita que veremos a seguir, a aluna já apresenta algumas sílabas completas e com valor sonoro convencional. Figura 10 Nessa hipótese, as pessoas podem ou não usar as letras corretas das palavras para escrever, ainda há a discussão do que e como se escreve; muito conhecimento proveniente da linguagem oral é levado para a escrita, e se o professor não ficar atento a isso, há a continuidade da escrita de forma não ortográfica. O educando, no texto em seguida, caso analisado por Durante (1998, p. 63), apresenta escrita alfabética em sopa de, água e couve e escrita silábica em pedra e cebola, o que significa que ainda apresenta muitas dúvidas e não quer abandonar a hipótese silábica. Figura 11 A próxima hipótese é a alfabética, na qual a pessoa escreve a palavra com as sílabas completas, consoantes e vogais, mas não há ainda a perfeita compreensão e conhecimento da escrita ortográfica. 72 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 A compreensão da representação da linguagem escrita até a conquista da hipótese alfabética é explicada pelos estudos de Ferreiro e Teberosky, porém, a partir daí, outro processo passa a ser construído pela pessoa, uma vez que a escrita ortográfica não tem as mesmas relações que até então o indivíduo precisa usar para compreender o sistema de escrita. Dessa forma, o aluno que está na hipótese alfabética não precisa escrever ortograficamente, este é outro trabalho pedagógico a ser trabalhado pelo professor. Exemplo de aplicação Reflita (em dez linhas) sobre o que Ferreiro e outros (1983) quiseram dizer, no trecho em seguida, com reduzir a escrita a um código e a relação disso com o analfabetismo funcional. Ainda, comente como podemos conduzir a alfabetização de jovens e adultos fugindo dessa concepção. “A redução do processo de alfabetização à simples memorização de um conjunto de correspondências grafofônicas reduz também a aprendizagem do sistema de escrita à mera aprendizagem de um código, o que se obtém é uma linha direta para o analfabetismo funcional, ou seja, para a formação de gente capaz de oralizar textos sem compreendê‑los.” ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Resolução do exercício: Aprender a escrever e ler é mais do que juntar letras, é a construção da representação da linguagem escrita. Ler e escrever são atividades que aprendemos para serem utilizadas fora da escola. Assim, os textos utilizados devem ter função social real, ter significado para o educando, visto que se aprende a lê‑los e a escrevê‑los a partir de situações significativas e reais, para evitar a aprendizagem mecânica, que prioriza a memorização. Você pode acrescentar muitas outras ideias. Apresente‑as no chat e no fórum. Aprendizagem da leitura Quanto às ideias sobre leitura, as pessoas já constroem hipóteses acerca do que se pode ou não ler; dos diferentes portadores de textos: já conhecem o que se lê no jornal, numa carta recebida de amigos, num livro de contos de fadas. A interpretação de textos acompanhada de imagem é lida pela 73 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA representação da imagem, e não pelo que está escrito no texto abaixo desta. Essa leitura pela decifração, ou seja, antes da compreensão do texto, acontece a partir de indicadores textuais: • previsões plausíveis do conteúdo do texto, a partir da ilustração; • o contexto e a situação em que se convida a ler são limitados e precisos (um exemplo é solicitar ao aluno que trabalhe com o nome do seu amigo entre os nomes dos alunos da classe); • reconhecimento e localização de palavras num texto previamente memorizado; • leitura em companhia de um leitor experimentado. Nas escritas pré‑silábicas e silábicas, a leitura não é fixa, isto é, assim que a pessoa escreve, é necessário perguntar‑lhe sobre o que escreveu, pois, passado mais tempo após ter escrito, ela não sabe dizer o que escreveu, as palavras que usou e qual texto produziu. A interpretação da própria escrita é pessoal e não fixa. As estratégias de leitura a serem desenvolvidas para a compreensão do texto devem ser adequadas ao portador apresentado, pois: • a relação entre a leitura e a decifração não é simples; • decifrar sem compreender é mecânico, e não compreensivo; compreender é um ato cognitivo – resultado de uma atividade mental e ativa, que antecipa interpretações, reconhece significados, identifica dúvidas, erros e incompreensões no processo de leitura; • não se inventa o que se lê – compreende‑se o que está escrito; • a decodificação é um instrumento a serviço da compreensão. Detendo‑nos ainda na proposta pedagógica para o primeiro segmento do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos, elaborada pelo Ministério da Educação em parceria coma associação Ação Educativa e coordenada por Vera Ribeiro, vejamos a síntese dos objetivos gerais que esta propõe para a área da Língua Portuguesa: Que os educandos sejam capazes de: • Valorizar a língua como veículo de comunicação e expressão das pessoas e dos povos. • Respeitar a variedade linguística que caracteriza a comunidade dos falantes da Língua Portuguesa. • Expressar‑se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando‑se por ampliar seus recursos do sistema de representação. 74 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Dominar o mecanismo e os recursos do sistema de representação escrita, compreendendo suas funções. • Interessar‑se pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte. • Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura. • Buscar e selecionar textos de acordo com as necessidades e interesses. • Expressar‑se por escrito com eficiência e de forma adequada a diferentes situações comunicativas, interessando‑se pela correção ortográfica e gramatical. • Analisar as características da Língua Portuguesa e marcas linguísticas de diferentes textos, interessando‑se por aprofundar seus conhecimentos sobre a língua. Fonte: Brasil, (2001a, p. 60). A escola e a linguagem escrita A escola tende a reduzir a aprendizagem da escrita e da leitura a um problema psicomotor, oferecendo, então, textos que, do ponto de vista das pessoas jovens e adultas, não servem para ler, pois são escolarizados, só existem dentro da escola. Esse é um dos problemas que as pessoas que estão em processo de alfabetização enfrentam, o sentido da linguagem escrita usada na escola é para o professor e nada tem a ver com os textos de função social real, usados fora da escola. Dessa forma, algumas perguntas devem ser feitas aos professores para a reflexão quanto ao trabalho pedagógico a ser desenvolvido para jovens e adultos: Qual deve ser o objetivo do ensino escolar da linguagem escrita? É para formar escrivães ou escritores? As ênfases serão dadas à dimensão mecânica da escrita e da leitura ou à reflexão sobre seus usos, regras, portadores de textos e destinatários? Queremos ensinar a decifrar ou a ensinar a compreender o que a escrita significa e como significa? Queremos ensinar a decifrar o texto escrito ou ensinar a compreender? Vamos ensinar a transcrever ou ensinar a escrever automaticamente? O que é ler e escrever? O que pensam os jovens e adultos sobre o que é escrever? Com relação aos textos de uso social, para que serve ler e escrever? 75 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Que sentido tem para o educando a atividade que propomos? Como organizar a aula? Qual é o papel do professor? Aprendizagem significativa da linguagem escrita Figura 12 Para construir o pensamento sobre a linguagem escrita, o trabalho pedagógico deve considerar a maior compreensão das funções sociais da língua, permitir e apresentar antecipações significativas e pertinentes quanto aos textos de uso social, com o objetivo de aproximá‑los do texto a ser trabalhado na escola. Para que o processo educativo com a linguagem escrita seja realizado em direção a uma aprendizagem significativa, é necessário não perder de vista o que é ler e escrever. A resposta é relativamente simples: ler corresponde a compreender um texto, e escrever é produzir esse texto. A aprendizagem da linguagem escrita na educação de pessoas jovens e adultas deve levar em consideração a finalidade de ler e escrever? Unidades básicas de comunição escrita podem ser entendidas como texto com significado. Por isso, nessa etapa da conquista da base alfabética da escrita, o nome próprio é um texto, tem significado, é completo. Nesse sentido, ler e escrever são instrumentos, e lemos e escrevemos para: • lembrar, identificar, registrar, armazenar; • comunicar ou nos inteirar do que aconteceu; • desfrutar e compartilhar sentimentos e emoções; • estudar, aprender, conhecer, aprofundar conhecimentos; • aprender como se fazem as muitas coisas. 76 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Partindo do princípio de que se lê e escreve para resolver problemas cotidianos, devem ser desenvolvidas atividades que permitam aos jovens e adultos pensar sobre a leitura e escrita, para que servem e como se constituem. Na medida em que essas atividades significativas devem estar voltadas ao uso social da escrita e da leitura e a uma construção progressiva da linguagemescrita, vejamos recomendação de Durante (1998, p. 72): • Uso dos bons modelos de textos. • Revisão textual. • Leitura como busca de significado. A – as diferentes funções da leitura na sala de aula: — ouvir e ler diversos textos literários; — ouvir e ler textos para obter informações referentes a um tema estudado; — ler textos para buscar informações específicas; — ler textos para análise de sua estrutura e domínio para a escrita; — ler para revisar textos; — ler em voz alta, para desenvolver essa habilidade; — ler textos para obter informações de âmbito geral; — ler textos para desenvolver estratégias de leitura; B – desenvolvendo estratégias de leitura; C – considerando a diversidade: parceria com a educadora leitura de notícia, com perguntas sobre o conteúdo; D – avaliação constante no processo ensino‑aprendizagem: escrita de um texto de informação científica com o apoio de um roteiro; E – organização dos conteúdos em Projetos e Unidades Didáticas; F – escrevendo e construindo o papel do revisor. Aprendendo a escrever textos de informações científicas, construindo procedimentos e atitudes de revisor. 77 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Observamos que: • Melhora o nível de escrita. • Melhora o tipo de letra. • Aprende aspectos convencionais importantes. • Inclui na narração diálogo e discurso direto introduzido com travessão. • Usa o léxico de maior qualidade e riqueza. Motivação: escrever e ler tem sentido A predisposição para a aprendizagem vem quando escrever e ler tem sentido e há, por parte do aluno, motivação para aprender. Por outro lado, com a crença de que poder é querer, o professor consegue atuar com relação à autoestima do educando, garantindo a aprendizagem significativa. Nessa perspectiva, o trabalho com a escrita e a leitura a serviço de projetos rende uma motivação altamente contagiosa: permite a participação e envolvimento dos alunos nas tarefas, pelo prazer de pensar, de modo que eles consigam escrever e ler para resolver suas necessidades. Vejamos, no quadro a seguir, os tópicos do conteúdo e objetivos didáticos relacionados ao sistema alfabético e ortográfico, conforme, ainda, proposta desenvolvida pelo MEC e associação Ação Educativa para o primeiro segmento do Ensino Fundamental da EJA: O alfabeto • Conhecer a grafia das letras nos tipos usuais (letra cursiva e de forma, maiúscula e minúscula). • Estabelecer a relação entre os sons da fala e as letras. Letras, sílabas e palavras • Distinguir letra, sílaba e palavra. • Distinguir vogais de consoantes. • Perceber que a sílaba é uma unidade sonora em que há sempre uma vogal eque pode conter um ou mais fonemas. • Conhecer as variedades de combinações de letras utilizadas para escrever. • Analisar as palavras em relação à quantidade de letras e sílabas. 78 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Segmentação das palavras • Usar espaço para separar palavras, sem aglutiná‑las ou separá‑las de forma indevida. Sentido e posicionamento da escrita na página • Usar a escrita no sentido correto (da esquerda para a direita, de cima para baixo). • Alinhar a escrita, seguindo pautas e margens. • Utilizar espaços ou traços para separar títulos, conjuntos de exercícios, tópicos etc. Ortografia • Perceber que um mesmo som pode ser grafado de diferentes maneiras. • Perceber que uma mesma letra pode representar sons diferentes, dependendo de sua posição na palavra. • Perceber as diferenças entre a pronúncia e a grafia convencional das palavras. • Identificar, nas palavras, sílabas terminadas em consoante. • Escrever corretamente palavras com sílabas terminadas em consoante. • Identificar, nas palavras, os encontros consonantais cuja 2ª letra é R ou L (BR, CR, DR, FR, GR, PR, TR; e BL, CL etc.). • Escrever corretamente palavras com encontros consonantais. • Identificar, nas palavras, os encontros vocálicos orais (ai, ou etc.) e nasais (ão, õe, ãe). • Escrever corretamente palavras com encontros vocálicos. • Identificar, nas palavras, os dígrafos: CH, LH, NH; RR e SS; QU e GU e vogais nasais formadas por acréscimo de M e N. • Escrever corretamente palavras com esses dígrafos. • Escrever corretamente palavras usuais com s com som de z; x com som de z; x com som de z; je, ji ou ge, gi; ce, ci ou se, si; ç ou ss; h inicial. 79 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Acentuação • Conhecer os sinais de acentuação e as marcas sonoras que representam. • Utilizar corretamente a acentuação na escrita de palavras usuais. Fonte: Brasil, (2001a, p. 70‑71). Os tópicos de conteúdo e objetivos didáticos relacionados à linguagem oral, de acordo com a proposta para a EJA, na qual vimos nos detendo, de elaboração do MEC e da associação Ação Educativa são: Narração • Contar fatos e experiências cotidianas sem omissão de partes essenciais. • Recortar textos narrativos (contos, fábulas, notícias de jornais). • Perceber lacunas e/ou incoerências ao ouvir a narração de fatos, experiências, ou reconto de textos narrativos. • Dramatizar situações reais ou imaginadas. Dramatizar contos, crônicas e obras de teatro. Descrição • Descrever lugares, pessoas, objetos e processos. • Perceber imprecisões ou lacunas ao ouvir a descrição de lugares, pessoas, objetos e processos. Récita e leitura em voz alta • Recitar ou ler em voz alta textos poéticos breves, previamente preparados. • Ler em voz alta para um pequeno público textos em prosa breves, previamente preparados. • Acompanhar leituras em voz alta feitas pelo professor. Instruções, perguntas e respostas • Dar instruções verbais. Compreender e seguir instruções verbais. 80 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Identificar lacunas ou falta de clareza em esclarecimentos dados por outrem. • Pedir esclarecimentos sobre assuntos tratados ou atividades propostas. Definição e exemplificação • Perceber a distinção entre definir e exemplificar. • Dar exemplos de conceitos e enunciados. • Identificar a pertinência de exemplos para conceitos e enunciados. • Definir conceitos (explicá‑los com as próprias palavras). • Avaliar a adequação de definições e conceitos. Argumentação e debate • Posicionar‑se em relação a diferentes temas tratados. • Identificar a posição do outro em relação a diferentes temas tratados. • Defender posições fundamentando argumentos com exemplos e informações. • Reconhecer os argumentos apresentados na defesa de uma posição, avaliando a pertinência dos exemplos e informações que o fundamentam. • Fazer intervenções coerentes com os temas tratados • Avaliar a coerência das intervenções feitas por outros. • Respeitar o turno da palavra. Fonte: Brasil, (2001, p. 64‑66). Apresentamos, em seguida, os tópicos de conteúdo e objetivos didáticos em relação à leitura e escrita de textos, de acordo com a mesma proposta de elaboração do MEC e Ação Educativa: Listas • Identificar uma lista. • Produzir listas em forma de coluna ou separando os itens com vírgulas ou hífens. 81 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA • Escrever diferentes tipos de listas (lista de compras, lista de nomes de pessoas, nomes de cidades, instrumentos de trabalho, animais etc.). • Ordenar listas por ordem alfabética. • Consultar listas classificatórias e ordenativas (dicionários, listas telefônicas, anúncios, classificados, guias de itinerários e ruas), compreendendo seu critério de organização. Receitas e instruções • Identificar as partes que compõem uma receita (títulos, lista de ingredientes,modo e tempo de preparo, ilustrações, fotografias). • Utilizar títulos, ilustrações e outros elementos gráficos como chaves de leitura para prever conteúdos de receitas e instruções. • Consultar livros, fichas, encartes e suplementos de jornais e revistas que contenham receitas ou instruções, observando índice, número da página, organização interna destes materiais. • Escrever receitas, utilizando sua estrutura textual. • Ler manuais de equipamentos identificando as partes que o compõem. • Redigir instruções de procedimentos simples (como trocar um pneu, trocar uma lâmpada etc.). • Realizar atividades seguindo instruções escritas. • Ler e elaborar regulamentos e normas. Formulários e questionários • Observar modelos de formulários comuns e compreender sua diagramação e seu vocabulário (data de nascimento, sexo, estado civil, nacionalidade etc.). • Ler e preencher formulários simples. • Observar a organização de um questionário: numeração das perguntas, respostas de múltipla escolha, espaços para respostas por extenso etc. • Responder a questionários curtos com opiniões ou dados pessoais. • Preencher questionários com respostas de múltipla escolha. 82 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Responder a perguntas por extenso, selecionando as informações pertinentes, na extensão adequada. • Utilizar questionários como roteiros de estudo. • Formular questionários sobre temas variados, utilizando a pontuação adequada. Anúncios, folhetos e cartazes • Identificar os recursos visuais utilizados nesses textos e compreender sua função: tipo e tamanho das letras, cores, ilustrações, tamanho do papel. • Analisar oralmente a linguagem usada nesses textos quanto à clareza e objetividade. • Localizar informações específicas em anúncios e folhetos explicativos. • Analisar criticamente mensagens publicitárias. • Escrever cartazes, anúncios ou folhetos, considerando o tipo de mensagem que se quer transmitir, o tipo de linguagem e apresentação visual adequada. Versos, poemas, letras de música • Observar a configuração desses textos, reconhecer e nomear seus elementos: título, verso, estrofe. • Observar os recursos sonoros dos textos, repetições sonoras, rimas. • Ler e analisar oral e coletivamente esses textos, atentando para a linguagem figurada, observando que essa linguagem pode sugerir interpretações diversas. • Criar e escrever títulos para poesias e letras de música. • Escrever pequenos versos, poemas ou letras de música, ou reescrevê‑los, introduzindo modificações em textos de outros autores. • Consultar livros e antologias poéticas, identificando poesias, prefácio, índice, numeração das páginas, divisão de capítulos, biografia do autor etc. • Conhecer o nome, breves dados biográficos e alguns poemas de grandes poetas brasileiros. • Conhecer o nome, breves dados biográficos e algumas canções de grandes cancionistas brasileiros. • Apreciar e reconhecer o valor literário de textos poéticos. 83 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Bilhetes, cartas e ofícios • Ler e escrever bilhetes, atentando para as informações que devem conter. • Identificar os elementos que compõem uma carta: cabeçalho, introdução, desenvolvimento, despedida. • Preencher corretamente envelopes para postagem segundo as normas do correio. • Distinguir cartas pessoais de cartas formais. • Escrever cartas pessoais. • Escrever diferentes tipos de cartas, formais e informais, utilizando estrutura e linguagem adequadas. • Ler e redigir telegramas. Jornais • Saber qual a função dos jornais, como são organizados, de que temas tratam. • Identificar elementos gráficos e visuais que compõem o jornal e sua função (diagramação, fotografia, ilustrações, tamanho e tipo de letras, gráficos e tabelas). • Identificar e ler manchetes e títulos, prevendo o conteúdo das notícias. • Ler legendas de fotografias, utilizar fotografias e ilustrações como chave de leitura para prever o conteúdo das matérias. • Reproduzir oralmente o conteúdo de notícias lidas em voz alta pelo professor, identificando: o que aconteceu, com quem, onde, como, quando e quais as consequências. • Escrever manchetes para notícias lidas pelo professor, utilizando linguagem adequada. • Ler e identificar os elementos que compõem as notícias e reportagens (o que, quando, como, onde, com quem e quais as consequências). • Escrever notícias a partir de fatos do cotidiano e atualidades, utilizando linguagem adequada. • Elaborar resumos de notícias. 84 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Ler artigos de opinião, identificando o posicionamento do autor e os argumentos apresentados. • Ler e elaborar entrevistas, observando a pontuação do discurso direto. • Consultar diferentes jornais, utilizando índice, informações contidas na primeira página, identificando cadernos e seções. • Comparar o tipo de informação e o tratamento dado à informação por diferentes jornais. • Posicionar‑se criticamente diante de fatos noticiados na imprensa. Contos, crônicas, fábulas e anedotas • Conhecer esses textos a partir da leitura oral do professor, identificando elementos como título, personagens, complicação e desfecho. • Ler historietas e anedotas. • Ler contos e crônicas, identificando narrador, personagens, enredo. • Escrever, com ajuda do professor e dos colegas, pequenas histórias do cotidiano, anedotas ou contos conhecidos. • Reescrever histórias conhecidas completas ou em parte (finais, descrição de personagens e lugares). • Escrever histórias, observando o foco narrativo (narração em primeira pessoa ou terceira pessoa). • Utilizar corretamente a pontuação do discurso direto, introduzindo as falas dos personagens. • Reconhecer o valor cultural dos textos e histórias ficcionais. • Conhecer o nome, breves dados biográficos e algumas obras de grandes cronistas e contistas brasileiros. Relatos, biografias e textos de informação histórica • Ler e escrever relatos breves de experiências de vida. • Ler e escrever biografias, observando a sequência cronológica dos eventos. 85 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA • Ler textos simples sobre eventos da história (do Brasil ou universal). • Distinguir relatos históricos de relatos ficcionais. Textos de informação científica • Observar a organização geral de dicionários, enciclopédias, livros didáticos e paradidáticos. • Consultar dicionários, enciclopédias, livros didáticos e paradidáticos com ajuda do professor. • Pesquisar a ortografia correta das palavras no dicionário. • Compreender abreviaturas e definições constantes dos verbetes de dicionário. • Pesquisar temas em livros didáticos e paradidáticos, selecionando informações relevantes. • Pesquisar temas em enciclopédias, selecionando informações relevantes. Fonte: Brasil, (2001a, p. 84‑88). Vejamos os tópicos de conteúdo e objetivos didáticos em relação à pontuação: • Observar os sinais de pontuação nos textos. • Identificar os sinais de pontuação mais usuais (ponto, vírgula, ponto de interrogação) e compreender suas funções nos textos (relacionar o uso do ponto ao uso da letra maiúscula no início das frases). • Utilizar adequadamente ponto (e letra maiúscula no início das frases), ponto de interrogação, vírgula e parágrafo na escrita de textos. • Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de personagens (dois pontos, travessão). Fonte: Brasil, (2001a, p. 91). Os tópicos de conteúdo e objetivos didáticos em relação à análise linguística são: Campos semânticos e léxicos: • Classificar palavras ou expressões pelo critério de proximidade do sentido (nomesde pessoas, nomes de animais, nomes de cores, nomes de ferramentas, expressões que servem para descrever uma casa, atividades que realizamos no fim de semana etc.). 86 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Compreender e aplicar o conceito de sinônimo. • Identificar conjuntos de palavras derivadas, observando semelhanças ortográficas e de sentido. • Conhecer o sentido de sufixos e prefixos usuais. Flexão das palavras e concordância • Observar palavras que se flexionam (plurais, tempos e pessoas verbais). • Observar a concordância nominal e verbo‑nominal em frases e textos. • Aplicar regras básicas de concordância nominal e verbo‑nominal na escrita de textos. • Observar e empregar os tempos verbais adequados a cada modalidade de texto. Substituição de palavras • Identificar a que termos se referem os pronomes num texto. • Empregar pronomes e expressões sinônimas para evitar a repetição de palavras na escrita de textos. Frase • Utilizar a noção de frase (enunciação com sentido completo) para orientar a pontuação na escrita de textos. Fonte: Brasil, (2001a, p. 94‑95). Os tópicos apresentados apontam as diversas situações de aprendizagem que podem ser desenvolvidas em sala de aula, atendendo às questões da sistematização do saber a ser construído em Língua Portuguesa e das especificidades da língua. 7 MATEMÁTICA O ensino da Matemática parte da ideia de que ela é um objeto da cultura, um instrumento ou ferramenta que faz parte da construção da sociedade, e é uma ciência. A Matemática não se constitui apenas de uma série de técnicas que tem como objetivo a aprendizagem de conteúdos matemáticos específicos, mas também tem o objetivo de auxiliar os alunos a desenvolverem o raciocínio, adquirirem conhecimentos úteis para a vida e conteúdos necessários à continuidade de estudos. 87 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Os jovens e adultos não alfabetizados possuem conhecimentos matemáticos intuitivos, que foram desenvolvidos em função das necessidades práticas do cotidiano. Realizam cálculos mentais para resolver problemas cotidianos e imediatos. A aprendizagem da Matemática refere‑se a um conjunto de conceitos e procedimentos relacionados a métodos de raciocínio, forma de representação e comunicação. É uma ciência que comporta relações, regularidades e coerências, permite a curiosidade, instiga a capacidade de generalizar, prever e abstrair, que possibilitam maior capacidade de compreender o mundo, e constitui‑se em base para outras áreas do currículo. O ponto de partida para a aprendizagem da Matemática são os conhecimentos prévios dos alunos, e a escola deve ensinar os processos sistematizados e formais. A comunicação oral é importante, pois os alunos possuem um conhecimento informal, baseado na linguagem oral, permite‑lhes o suporte para a compreensão de noções e notações matemáticas, para a aprendizagem significativa de procedimentos mais abstratos, como: • levantamento de dados pessoais; • atividades de compra e venda; • leitura e interpretação de informações que aparecem em moedas e cédulas em dinheiros; • leitura e traçado de itinerários, mapas e plantas. Csik (1995), no contato com jovens e adultos não alfabetizados, observou que a rapidez e a precisão do cálculo dependem: • do tipo de trabalho exercido e o cálculo que o aluno precisa realizar: a dona de casa, em seu trabalho com pequenas quantidades, só sabe realizar cálculos com pequenas quantidades, e os homens que trabalham na construção civil, atividade que envolve grandes quantidades, realizam cálculos em milhares; • do contexto social. Podemos pensar na diferença entre um grupo social pequeno, em que todos os que o integram se conhecem, no qual, às vezes, a sobrevivência é baseada nas trocas, e uma cidade urbana, em que, feiras livres e mercados se caracterizam por negócios, com transações envolvendo moedas, necessitando de operações mais complexas. O grande desafio do ensino da Matemática é organizar uma proposta que auxilie os jovens e adultos na compreensão e na atuação em sua realidade, considerando condições sociais, humanas e individuais e a necessidade de contar e de calcular. A resposta está, então, em usar o cálculo mental, a realidade já vivenciada pelo aluno, o que é de seu domínio: oferecer‑lhe a oportunidade de raciocinar a partir dos procedimentos mentais que emprega quando calcula, a fazer descobertas que poderão se transformar no aprofundamento do cálculo mental, bem como por escrito. Essa passagem para o cálculo escrito pode ser realizada a partir da reflexão e da explicação oral das soluções encontradas 88 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 para as questões realizadas em sala de aula. Depois disso, o professor pode solicitar que os alunos formalizem, por escrito, o que foi exposto verbalmente, utilizando os conhecimentos matemáticos envolvidos em cada questão resolvida. Sendo assim, A introdução de novas informações para a construção dos conceitos básicos da Matemática e para a resolução dos problemas será apresentada da mesma forma como essas noções foram construídas historicamente, desenvolvidas e padronizadas pela humanidade. Lembrete Quando as atividades desenvolvidas pelo professor partem de situações sugeridas pelos alunos, sendo transformadas em situações‑problema e projetos a serem desenvolvidos envolvendo as outras disciplinas, auxiliam na troca de informações, de diferentes maneiras de olhar a realidade, de resolver problemas, de organizar o pensamento e desenvolver a criatividade. Apoiados em Csik (1995) e no trabalho desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo: Ensinar e aprender: construindo uma proposta, apresentamos, em seguida, roteiro de atividades relacionadas ao estudo da Matemática no Ensino Fundamental da EJA: I. O que é a Matemática? 1. A história dos números. 2. A escrita dos números. II. Operação fazer corresponder: 1. Formação da dezena. 2. Formação da centena. 3. Formação do milhar. III. Os números naturais e inteiros: 1. Operações matemáticas. 2. Adição. 3. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. 4. Técnica operatória. 89 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA IV. Multiplicação: 1. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. 2. Técnica operatória. V. Subtração: 1. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. 2. Técnica operatória. VI. Divisão: 1. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. 2. Técnica operatória. VII. Resoluções de problemas. VIII. Frações. IX. Medidas, números decimais e estatística: 1. História das medidas. 2. Medidas de áreas. 3. Porcentagem e gráficos. X. Álgebra. XI. Geometria. As atividades a serem propostas pelos professores para o desenvolvimento desses núcleos podem ser organizadas usando as metodologias já discutidas nesse curso. Para sua maior compreensão, aluno, sugerimos a elaboração de projetos pedagógicos, por núcleo ou por tema, área de conhecimento ou conceito, para serem desenvolvidos durante o seu estágio com os alunos jovens e adultos da EJA. Vejamos a síntese dos objetivos para o ensino de Matemática do primeiro segmento da EJA, constante da proposta do MEC e da associação Ação Educativa: 90 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 Que os educandos sejam capazes de: • Valorizar a Matemática como instrumento para interpretar informações sobre o mundo, reconhecendo sua importância em nossa cultura. • Apreciar o caráter de jogo intelectual da Matemática, reconhecendo‑o como estímulo à resolução de problemas. • Reconhecer suaprópria capacidade de raciocínio matemático, desenvolver o interesse e o respeito pelos conhecimentos desenvolvidos pelos companheiros. • Comunicar‑se matematicamente, identificando, interpretando e utilizando diferentes linguagens e códigos. • Intervir em situações diversas relacionadas à vida cotidiana, aplicando noções matemáticas e procedimentos de resolução de problemas individual e coletivamente. • Vivenciar processos de resolução de problemas que comportem a compreensão de enunciados, proposição e execução de um plano de solução, a verificação e comunicação da solução. • Reconhecer a cooperação, a troca de ideias e o confronto entre diferentes estratégias de ação como meios que melhoram a capacidade de resolver problemas individual e coletivamente. • Utilizar habitualmente procedimentos de cálculo mental e cálculo escrito (técnicas operatórias), selecionando as formas mais adequadas para realizar o cálculo em função do contexto, dos números e das operações envolvidas. • Desenvolver a capacidade de realizar estimativas e cálculos aproximados e utilizá‑la na verificação de resultados de operações numéricas. • Medir, interpretar e expressar o resultado utilizando a medida e a escala adequada de acordo com a natureza e a ordem das grandezas envolvidas. • Aperfeiçoar a compreensão do espaço, identificando, representando e classificando formas geométricas, observando seus elementos, suas propriedades e suas relações. • Coletar, apresentar e analisar dados, construindo e interpretando tabelas e gráficos. Fonte: Brasil, (2001a, p. 109‑110). 91 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA Ainda a partir dessa proposta e também com relação ao Ensino Fundamental da EJA (1º segmento), vejamos os tópicos de conteúdo e objetivos didáticos indicados para o desenvolvimento do bloco Números e Operações Numéricas: Números naturais e sistema decimal de numeração • Reconhecer números no contexto diário. • Utilizar estratégias para quantificar: contagem, estimativa, emparelhamento, comparação entre agrupamentos etc. • Identificar situações em que é apropriado fazer estimativas. • Estimar quantidades e construir estratégias para verificar a estimativa. • Formular hipóteses sobre grandezas, a partir da observação de regularidades na escrita numérica. • Reconhecer, ler, escrever, comparar e ordenar números naturais pela observação das escritas numéricas. • Identificar regularidades na série numérica para nomear, ler e escrever números. • Observar critérios que definem uma classificação de números (maior que, menor que, terminados em, estar entre...) e regras utilizadas em seriações (mais um, mais dois, dobro de, metade de, triplo de, terça parte de...). • Contar em escala descendente e ascendente: de um em um, de dois em dois, de cinco em cinco, de dez em dez, de cem em cem etc., a partir de qualquer número dado. • Utilizar a calculadora em situações que problematizem as escritas numéricas. • Interpretar códigos numéricos frequentes no cotidiano (números de apartamentos em edifícios, números de telefone, código postal, números de linhas de ônibus etc.). • Usar números como sistemas de registro e organização de informações. • Construir agrupamentos para facilitar a contagem e a comparação de grandes quantidades. • Agrupar e reagrupar quantidades e realizar trocas, empregando uma regra de equivalência, inicialmente até a 4ª ordem e nas ordens subsequentes progressivamente. 92 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Empregar os termos dezena, unidade, centena e milhar para identificar os respectivos agrupamentos. • Ler e escrever números naturais com dois, três, quatro ou mais dígitos, distinguindo o valor relativo dos algarismos, de acordo com a sua posição na escrita numérica. • Identificar o antecessor e o sucessor de um número natural escrito, com três, quatro ou cinco dígitos. • Identificar diferentes formas de compor e decompor um número natural com três, quatro ou cinco dígitos. • Estabelecer relação entre mudança do valor posicional e a multiplicação ou divisão por 10, 100, 1.000... Números racionais: representação decimal • Reconhecer números racionais na forma decimal no contexto diário. • Ler e interpretar números racionais na forma decimal. • Identificar regularidades na série numérica para nomear, ler e escrever números racionais na forma decimal. • Compreender que a representação dos números racionais na forma decimal segue regras análogas às dos números naturais: agrupamentos de dez e valor posicional. • Interpretar o valor posicional dos algarismos na representação decimal, até a ordem dos milésimos. • Ler, escrever, comparar e ordenar números racionais na forma decimal, até a ordem dos milésimos. Números racionais: representação fracionária • Reconhecer e construir frações equivalentes, a partir de experimentações (recipientes graduados, balanças, fita métrica etc.) e pela comparação de regularidades nas escritas numéricas. • Comparar e ordenar frações, a partir de experimentações, utilizando as expressões “maior que”, “menor que”, “igual a”. • Ler e escrever frações. 93 Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA • Observar que os números naturais podem ser escritos em forma fracionária. • Relacionar frações com denominador 10, 100, 1.000 com a representação decimal (respectivamente 0,1, 0,01, 0,001). • Reconhecer que as frações com denominador 100 podem ser representadas como porcentagem (símbolo: %). • Resolver problemas envolvendo porcentagem empregando procedimentos como: — transformação em número decimal (exemplo: 25% de 300 é o mesmo que 0,25 x 300); — transformação em fração equivalente (exemplo: 25% de 300 = 25/100 x 300 é o mesmo que 1/4 x 300); — decomposição (exemplo: 25% de 300 é o mesmo que 2 vezes 10% de 300, que é igual a 60; mais 5% de 300, que é igual a 15. Total: 75). Adição e subtração com números naturais • Analisar, interpretar, formular e resolver situações‑problema compreendendo diferentes significados da adição e da subtração. • Reconhecer que diferentes situações‑problema podem ser resolvidas por uma única operação e que diferentes operações podem resolver uma mesma situação‑problema. • Estabelecer relações entre a adição e a subtração. • Construir, organizar e representar os fatos fundamentais da adição e da subtração, ampliando o repertório básico para o desenvolvimento do cálculo mental. • Identificar, a partir do cálculo mental, as seguintes propriedades da adição: — a troca de lugar das parcelas não altera a soma (9 + 3 = 3 + 9 = 12); — o zero como parcela (3 + 0 = 3 e 0 + 3 = 3). • Efetuar cálculos de adição e subtração: — por meio de estratégias pessoais e construindo suas representações gráficas; — por meio de técnica operatória escrita, utilizando “transporte” e “recurso” à ordem imediatamente superior. • Analisar e comparar diferentes estratégias de cálculo. 94 Unidade II Re vi sã o: L ua nn e / V irg ín ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 28 /1 1/ 20 12 • Utilizar o cálculo mental exato ou aproximado como previsão e avaliação da adequação dos resultados. • Usar diferentes procedimentos de cálculo, em função da situação‑problema das operações e dos números envolvidos. • Familiarizar‑se com a terminologia da adição e da subtração (parcelas, soma, sinal mais, primeiro termo, segundo termo, diferença, resto, sinal menos). Adição e subtração com números racionais na forma decimal • Efetuar cálculos de adição e subtração de números racionais na forma decimal: — por meio de estratégias pessoais e construindo suas representações gráficas; — por meio de técnica operatória escrita, utilizando “transporte” e “recurso”
Compartilhar