Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vict�ria K. L. Card�so Úlceras e ulcerações Introdução Conceito: úlceras são lesões elementares do tipo solução de contiguidade com perda da integração entre a epiderme e a derme. Principais origens das úlceras e ulcerações: ● Or. neoplásica. ● Or. vascular. ● Or. infecciosa. Características gerais ulcerações e úlceras: ● Agudas ou crônicas. ● Ocorrem por traumas mecânicos, físicos ou químicos. ● Podem ser fagedênicas ou terberantes. ● Infecções agudas: piodermites, cancro mole e septicemias. ● Infecções crônicas: leishmaniose, esporotricose, tuberculose cutânea, sífilis e tumores. ● Alterações neurotróficas: DM, MH (hanseníase) e lesões de nervo periférico. ● Alterações vasculares: arteriosclerose, tromboflebites, vasculites e insuficiência venosa crônica. ● Factícias: úlceras resultantes de trauma com objetos, pela própria pessoa. Investigação clínica: ● Número, forma, profundidade, borda, cor, secreção e localização. ● Curso agudo ou crônico. ● Se decorrente de trauma mecânico, físico ou químico. ● Apresenta caráter fagedênico (“que corrói a carne”) ou terebrante (lesões ulceradas intensamente destrutivas, desfigurantes, que invadem tecidos moles, vasos, nervos, cartilagens, músculo….) ● Sintomas associados, como dor, parestesia, prurido… ● Sempre avaliar também as comorbidades do paciente. Investigação laboratorial: (vai depender da hipótese diagnóstica). ● Exame direto. ● Cultura. ● Sorologia. ● Histopatológico. ● Exame vascular. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Fatores que influenciam no reparo tecidual: ● Dimensão e profundidade da lesão. ● Grau de contaminação. ● Presença de secreções, hematoma ou isquemia. ● Associada a presença de um corpo estranho. ● Se houver necrose e infecção local. ● Fatores associados: ○ DM. ○ Hipotireoidismo. ○ Drogas. ○ Álcool. ○ Fumo. ○ Queimaduras. ○ Desnutrição. ○ Doença hepática. Cicatrização 1) Fase inflamatória→ inicia logo após o trauma. 2) Fase proliferativa ou fibroplastia→ ocorre 2-3 dias após o trauma. ● Possui fibroblastos, fibrina, formação vascular e tecido de granulação. 3) Fase de remodelação ou maturação→ é a cicatrização de fato. Obs: todo o processo pode durar até mais de 6 meses. Fatores que influenciam no reparo tecidual: ● Dimensão e profundidade da lesão. ● Grau de contaminação. ● Presença de secreções. ● Hematoma e isquemia. ● Corpo estranho. ● Necrose e infecção local. ● DM, hipotireoidismo, drogas, álcool, fumo, idade, queimaduras, desnutrição, IR e doença hepática. Úlceras crônicas das pernas Características gerais: ● Ocorrem do joelho para baixo e é muito frequente. ● Há cicatrização apenas após 6 semanas. ● Fatores predisponentes: ○ Ortastimo. ○ Traumas e infecções. ○ Aumento da pressão venosa. ○ Obesidade. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Diminuição do fluxo arterial. ● Ulcerações nos pés: pode ser por causa venosa, arterial ou neuropática. Úlceras de estase: ● Conceito: estase sanguínea por conta de um retorno venoso insuficiente → disfunção da bomba muscular da panturrilha. ○ Insuficiência venosa crônica da bomba muscular da panturrilha. ○ É uma doença varicosa primária e pode evoluir para trombose venosa profunda (TVP). ○ Possui função valvar normal, que permite o fluxo sanguíneo unidirecional do sistema superficial para profundo. ● Causam: ○ Vasculite livedóide (antes da úlcera → presença de mácula branca e ou amarronzada). ○ Varizes. ○ Úlceras arteriais e dolorosas. ○ Edema ao final da tarde. ○ Escurecimento da cor da pele. ○ (pode ocorrer) extravasamento de sangue. ○ Dermatite ocre (= dermatite de estase → descoloração e espessamento da pele, causada por acúmulo de líquidos, que cursam com prurido). ○ Lipodermatoesclerose. ○ Eczema varicoso. ● Quadro clínico: ○ Possui instalação lenta, que comumente ocorre após um trauma. ○ Há uma área enegrecida (dermatite ocre) ao redor da lesão, por conta da paralisia do fluxo sanguíneo, causando extravasamento de hemácias e muitas vezes endurecimento local. ■ Lipodermatoesclerose: paniculite com endurecimento e hiperpigmentação da pele envolvendo as panturrilhas, com a aparência de “garrafa de champanhe invertida”. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Aspecto: úlcera com borda irregular, definida e com fundo hemorrágico ou purulento. ○ Quadros associados: vasculite livedóide (antes da úlcera), varizes, trombose venosa profunda, eczema varicoso e dermatite ocre. ○ Área comum: maléolo medial. ○ Quadro + sintomatologia: edema vespertino (ao final da tarde), com dor ao final do dia. ○ A úlcera pode ser precedida de: erisipela, celulite e eczemas. Obs: nesse tipo de estase, ainda há pulso periférico. Obs: pode haver um período pródromo com erisipela, celulite ou eczema. ● Tratamento: ○ Evitar longo período de posição ortostática, para prevenir o edema. ○ Deitar com MMII elevados sempre que possível, para ajudar no retorno venoso. ○ Uso de meias elásticas compressivas (ajudam no retorno venoso). ○ Na presença de infecções: atb → pentoxifilina (para agentes hematológicos). ○ Pode-se utilizar curativos hidrocolóides, para evitar infecções e novas lesões no local. ○ Se houver tecido necrótico ou áreas de tecido inviável, faz-se desbridamento para limpeza local. ○ Avaliar a necessidade de cirurgia de varizes. Úlcera hipertensiva Conceito e características gerais: ● Também chamado de “martorell”, ocorre por alterações na microcirculação sem que haja acometimento macrocircular. ○ Há grave hipertensão associada, geralmente > 204x115 mmHg. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● É mais comum em mulheres e após os 60 anos. ● Áreas comum: terço inferior de MMII, em região anterolateral e posterior, bilateral e com lesões rasas (microcirculação). Quadro: ● Úlcera refratária ao tratamento convencional. ● Possui coloração purpúrica. ● Comprometimento de pulso nas regiões afetadas. ● Região mais acometida: região antero lateral ou posterior.. Tratamento: ● Controle da HAS. ● Uso de AINES e vasodilatadores. Obs: NÃO se deve utilizar meias compressivas. Úlcera arteriosclerótica Características gerais: ● São úlceras de pernas ou de pés. ● Estão associadas com DM e HAS. ● É desencadeada por isquemia, por conta do fluxo sanguíneo inadequado, sendo dependente de lesões arteriais tronculares. ○ Há antecedentes de placas de ateroma no lúmen vascular. ● Costumam aparecer após traumas. Forma da lesão: bordas “cortadas a piques” de forma irregular. Locais mais comuns: ● Tornozelo. ● Maléolos. ● Dígitos. Quadro: ● Lesões dolorosas que cursam com ausência de pulso, pele pálida e fria na região perilesional. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Possui bordas cortadas a pingue e irregulares. Tratamento: ● ATB + vasodilatadores. ○ Uso de ATB principalmente se o paciente for diabético. ● Repouso. ● Analgésicos. ● Pode ser necessária a recanalização. Obs: realizar a elevação dos membros causará mais dor ao paciente. Úlcera por pressão Características: ● É uma iatrogenia! Ocorre por pressão contínua em área cutânea. ● São as escaras. ● Locais mais comuns: ○ Lombo-sacro. ○ Tornozelos. ○ Calcanhares. ○ + outras regiões nos doentes acamados. Tratamento: ● Sempre realizar mudanças de posição nos pacientes. ● Utilizar colchão adequado. ● Uso de curativos biológicos e hidrocolóides. ● Administração de ATB, caso haja infecção. Obs: essas úlceras podem causar evolução para osteomielites e sepse. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Úlceras neuropáticas Características gerais: ● Mais comum em pacientes diabéticos. ● É secundária a traumas repetidos em áreas com alterações de sensibilidade. ● São indolores, mais profundas e com bordas hiperqueratóticas (calo). Úlceras por processos neoplásicos Características gerais: ● Ocorre após uma lesão tumoral. ● Não tem localização específica. ● É de longa duração, indolor, com borda elevada e infiltrada. ○ Geralmente as bordas são mais peroladas. ○ Há úlcera no centro. ● Na dermatoscopia, vê-se telangiectasia,principalmente nas bordas. Tipos mais comuns de neoplasias envolvidas: ● CCE → carcinoma de células escamosas. ● CEC → carcinoma espinocelular. ● CBC → carcinoma basocelular. Úlceras por doenças infecciosas Principais causas: ● Leishmaniose. ○ Muito característica. ○ Possui bordas elevadas e emolduradas, com fundo granuloso. ○ Lesões que não cicatrizam após 3 meses. ○ Comum em trabalhadores rurais. ○ Exame diagnóstico: exame direto para leishmania → verificação de amastigotas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Tuberculose cutânea. ● Sífilis. ○ Principalmente em estágio secundário ou terciário. ● Esporotricose (gatos). @p�sitivamed
Compartilhar