Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Infecções de partes moles REFERÊNCIAS • Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft Tissue Infections: 2014 Update by the Infectious Diseases Society of America (15 – 21); • https://www.unioeste.br/portal/estomatologia- na-web/estomatologia/conteudo- teorico/lesoes-fundamentais ASSUNTOS: ➢ Revisar lesões semiológicas; ➢ Patologias: o Impetigo; o Ectima; o Foliculite; o Erisipela; o Celulite; o Fasciíte necrosante; o Introdução: sepse; https://www.unioeste.br/portal/estomatologia-na-web/estomatologia/conteudo-teorico/lesoes-fundamentais https://www.unioeste.br/portal/estomatologia-na-web/estomatologia/conteudo-teorico/lesoes-fundamentais https://www.unioeste.br/portal/estomatologia-na-web/estomatologia/conteudo-teorico/lesoes-fundamentais Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 LESÕES FUNDAMENTAIS Ao examinar um paciente com lesão dermatológica, devemos seguir uma sequência de raciocínio: padrão da lesão (morfologia básica) -> forma e tamanho -> coloração da lesão (alteração de pigmento ou de vascularização) -> textura (alteração de superfície) -> sintomas (se houver) -> localização. 1. Mácula ou mancha: área focal de alteração de coloração, que não é elevada ou deprimida em relação aos tecidos vizinhas. a. Mácula – até 1 cm; b. Mancha – a partir de 1 cm; 2. Placa: lesão elevada com superfície plana. 3. Erosão: lesão superficial, normalmente derivada da ruptura de uma vesícula ou bolha, caracterizada por perda parcial ou total do epitélio superficial. 4. Úlcera ou ulceração: lesão caracterizada pela perda do epitélio de superfície e frequentemente parte do tecido conjuntivo subjacente, geralmente apresenta-se aprofundada. 5. Vesícula: lesão com conteúdo líquido superficial, com 5 mm ou menos de diâmetro, frequentemente preenchida por fluido claro (bolha superficial). Normalmente, considera-se como vesícula até 1 cm. 6. Bolha: lesão com conteúdo líquido superior a 1 cm de diâmetro. 7. Cisto: semelhante a bola, porém apresenta conteúdo mais firme. 8. Pústula: vesícula ou bolha com exsudato purulento. 9. Abscesso: coleção purulenta profunda, que em geral cursa com sinais flogísticos. 10. Pápula: lesão sólida e elevada, inferior a 5 mm de diâmetro e de até 1 cm de diâmetro. 11. Tubérculo: lesão de consistência dura, elevada entre 0,5 e 1,0 cm. 12. Nódulo: lesão sólida e elevada, superior a 1 cm de diâmetro. Na maioria das vezes, é mais palpável do que visível. 13. Tumor: lesão sólida e elevada, superior a 3 cm de diâmetro. Um nódulo grande. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 14. Goma: nódulo que evolução em 4 fases (endurecimento, amolecimento, esvaziamento e reparação) em decorrência de um processo inflamatório. 15. Vegetação: crescimento exofítico pela hipertrofia das papilas dérmicas. Podem ser seca (verrucoso) ou úmida (condilomatosa). 16. Liquenificação: lesão sólida que ocorre em decorrência do atrito gerado pelo prurido. FORMAS E TAMANHOS • Puntiforme: arredondadas de até 1 mm; • Lenticular: ovaladas, do tamanho de uma lentilha. • Numular: arredondadas, de forma de moeda. • Anulares: em forma de anel. • Tamanho: cm ou mm. COLORAÇÃO DA LESÃO • Eritematosa: coloração vermelha devido à vasodilatação. • Purpúrica: coloração vermelho a vermelho- violácea devido ao extravasamento de hemácias. Não desaparece à digito-pressão. • Equimose: mancha devido ao extravasamento de sangue do vaso, quando ultrapassa 1 cm de diâmetro. • Hipo, hiper ou normocrômica: coloração mais clara, mais escura ou na mesma tonalidade da pele, respectivamente. • Acrômica: coloração totalmente sem pigmento, branco-nacarado. TEXTURA • Erosão: perda parcial da integridade da epiderme. • Exulceração: perda parcial da integridade da epiderme um pouco mais profunda, podendo atingir, em alguns pontos, a derme superficial. • Escamas: lâminas de queratina, que podem se destacar da lesão. • Crosta: resíduo espesso e endurado, decorrente do ressecamento do conteúdo seroso ou líquido exposto da lesão. • Fissura: fenda linear, estreita na pele, podendo ser rasa ou profunda. • Fístula: pertuito interno na pele, por onde ocorre drenagem de material proveniente do foco inflamatório ou infeccioso. • Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos. • Esclerose: perda do pregueamento natural da pele, alternado sua consistência, tornando-se lisa e endurada, evoluindo com o desaparecimento dos sulcos cutâneos. • Vegetação: superfície elevada, irregular, úmida ou seca. • Verrucosa: superfície elevada, aspecto de verruga, seca, áspera. • Atrofia: adelgaçamento da pele, devido à diminuição dos elementos constituintes do tecido. SINTOMAS • Prurido; • Dor; • Parestesia; • Ardência; PIODERMITES Infecções purulentas da pele e anexos, geralmente cocos gram + (estafilococos ou estreptococos), isolados ou em associação. Fatores protetores: integridade da barreira epidérmica, secreção sebácea, estado nutricional adequado e a produção de substâncias produzidas pelas bactérias da pele normal. Fatores predisponentes: macerações e lesões cutâneas prévias, obesidade, uso de corticoides ou quimioterápicos, diabetes, desnutrição e imunodeprimidos. A etiologia estreptocócica está relacionada com climas tropicais, má higiene e faixa etária de 2 a 5 anos. A etiologia estafilocócica relaciona-se com o estado do portador nasal. Para fins didáticos, ainda se subdivide em bolhoso (estafilocócico) e não bolhoso (antigamente, nomeado de estreptocócico). Atualmente, para ambos se considera que o S. aureus é o principal agente. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Ainda há o ectima que corresponde a um acometimento mais profundo, com ulceração apresentando crosta espessa aderente e podem ser hipersensíveis e endurecidos. IMPETIGO IMPETIGO BOLHOSO: • S. aureus – produtos de toxina epidermolítica (toxina esfoliativa do S. aureus tipo II), raro estreptococo do grupo A; • Padrão de lesão: o Acometimento de face, pescoço, períneo, nádegas e extremidades. o Pequenas vesículas, bolhas flácidas (até 2 cm), conteúdo límpido e depois turvo. Rompem facilmente, aparecendo base eritematosa, brilhante e úmida. Principalmente na face. o Crianças de 2 a 5 anos, podem estar presentes ao nascimento. • Não se nasce com a infecção, ocorrendo por conta do contato com a bactéria!! ➔ banheiras de maternidade, por exemplo, crianças com hérnia umbilical maior que 2cm (há pessoas que tentam colocar moeda para fechar a hérnia, mas isso também pode gerar infecção). Esta fotografia mostra impetigo bolhoso no abdômen de um bebê. A infecção começa como uma placa vermelha que se transforma em manchas pequenas cheias de pus. Estas se unem e acabam desenvolvendo bolhas (vesículas) amareladas que se rompem e formam crostas. IMPETIGO NÃO BOLHOSO (CROSTOSO): • É uma infecção superficial da pele por estafilococos ou estreptococos; • Predomínio nas áreas exposta, principalmente face, pescoço, região perioral, membros superiores; • Infecção pode ser primária (quando acomete pele normal) ou secundária (pele já afetada por outra patologia); o A doença se instala a partir de escoriações, picadas de inseto ou queimaduras; • Mais de 70%, adultos e crianças; o Raro antes dos 2 anos de idade, mais comum entre 2 e 5 anos nos meses de mais calor; • Agentes etiológicos mais envolvidos: S. aureus** x estreptococo beta-hemolítico do grupo A; • Padrão de lesões: o Vesícula, pústulas sobre base eritematosa ➔ rompem ➔ secreção purulenta ➔ crosta aderente e amarelada, as crostas possuem caráter melicéricos (descama facilmente). o Pode haver presença de pápulas também; o Tamanho de 1 a 2 cm de diâmetroe cresce centrifugamente. • Linfoadenopatia regional é comum (reacional) e pode surgir febre. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 DIAGNÓSTICO • História, exame clínico e aspecto das lesões; • O esfregaço pode revelar cocos gram-positivos e cultura pode evidenciar estafilococos, estreptococos ou ambos, porém não são feitos de rotina. • DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS o Erisipela; o Escabiose; o Estrófulo; o Herpes; o Queimaduras; o Dermatite eczematosa; o Penfigoide bolhoso; o Pênfigo; o Tinea corpis; o Varicela; COMPLICAÇÕES • Supurativas: artrite séptica, osteomielite e pneumonia; • Não supurativas: GNDA. TRATAMENTO: TRATAMENTO TÓPICO: • Cuidados gerais – remover crostas; o Água; o Sabão (pode ser antisséptico) → óxido amarelo de Hg a 0,5-1%; ácido bórico a 2%; permanganato de potássio a 1/10.000; ▪ Sabonetes antissépticos → clorexidina 4% ou iodopovidina 10%. o Remover cascas; o Não estourar as bolhas! • Afastamento relativo da escola; • Tto tópico com mupirocina ou ácido fusídico/neomicina e bacitracina – 2 a 3x/dia por 5 a 14 dias quando haver lesões (5 ou +); o Mupirocina: 20 mg/g, aplicados 3x/dia até o desaparecimento das lesões (eficaz contra estilo e estrepto, incluindo MRSA). TRATAMENTO SISTÊMICO: • Atb sistêmico (estruturas mais profundas, febre, Linfoadenomegalia, faringite associada a infecções próximas à cavidade oral, lesões de couro cabeludo e lesões numerosas). • Cefalosporina de 1° geração, como a cefalexina – 25 a 50 mg/kg/dia, 6/6horas (<40 kg) ou 500 mg (> 40 kg), 6/6 horas, por 7 a 10 Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 dias, VO e cefadroxil – 30 mg/kg/dia, 12/12 horas, por 7 a 10 dias, VO. Quando há envolvimento sistêmico, muitas lesões (+ de 6) ou acometimento profundo, a atb sistêmica é mandatória, nesse caso a 1° linha de tratamento é dicloxacilina ou cefalexina, 250 mg, 4x/dia por 10 dias. A 2° opção são macrolídeos (eritromicina) ou amoxicilina + clavulanato. • Sulfa: sulfametoxazol-trimetoprima (VO, 30 + 6 mg/kg/dia, se menor que 40 kg ou 800 + 160 mg (>40 kg), de 12/12 horas por 10 dias, em caso de suspeita de infecção MRSA (apresentação xarope, 200/40 mg/5 ml ou cp 800/160 mg ou cp 400/80 mg); • Macrolídeos: o Eritromicina, 30 a 50 mg/kg/dia, 6/6 horas, por 7 a 10 dias, VO; o Claritrimicina – 15 mg/kg/dia, 12/12 horas, por 7 a 10 dias, VO; o Azitromicina – 10 mg/kg/dia, 24/24 horas, por 3 a 5 dias, VO. • Penicilina e agente inibidor de betalactamase → amoxicilina + ácido clavulânico – 45 mg/kg/dia, 12/12 horas, por 7 a 10 dias, VO. • CASOS GRAVES DE IMPETIGO BOLHOSO: oxacilina (4 a 12 g/dia, IV, 4-6x/dia). PROFILAXIA: • Pomada antibiótica após picadas de insetos ou lesões de pele: mupirocina ou neomicina + bacitracina; • Em casos de recorrência, aplicar mupirocina tópica sob as narinas para facilitar a erradicação. • Bolhas rompem facilmente; No impetigo, os grupos de feridas se rompem e formam uma crosta amarelada escura. ECTIMA • É a forma ulcerativa do impetigo. • QUADRO CLÍNICO: vesícula com base eritematosa que evolui para ulceração com crosta e halo eritematoso. Locais: pernas, após pequenos traumas, picadas de inseto e higiene precária. Deixa cicatriz. Tratamento como no impetigo. • DIAGNÓSTICO É CLÍNICO. • Etiologia: Estreptococos beta-hemolíticos, porém, estafilococos podem ser isolados em cultura. Esta fotografia mostra pequenas feridas (úlceras) superficiais e purulentas que se parecem com Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 perfurações, com crostas espessas de coloração marrom-escura, quase preta. A área ao redor das úlceras é inchada e sua cor é roxo-avermelhada. TRATAMENTO: • Higiene local: água com sabão, compressa com água boricada ou permanganato e atb tópico. • Atb sistêmicos. FOLICULITE • Agente etiológico da Foliculite: Piodermites estafilocócicas (S. aureus coagulase-positivo) ➔ a partir do folículo piloso; o Pode ser gerado também por outras origens: outras bactérias, vírus, fungos ou parasitas. o Obs: pode ser originada por Pseudomonas aeruginosa, foliculite de banheira, piscinas, devido à tratamento inadequado da água. • A acne é uma forma não infecciosa da foliculite. • Foliculites superficiais: pústula no folículo piloso, couro cabeludo, extremidades, nádegas, coxas. o Predisposto por falta de higiene, maceração, pomadas e curativas oclusivos. Foliculite após depilação? • Clínica: o Dor leve, prurido ou irritação. o Sinais: pústulas superficiais ou nódulos inflamatórios ao redor do folículo piloso, podem ter base eritematosa. o Geralmente sem sintomas sistêmicos e com cura apenas removendo os fatores predisponentes. o História: ▪ Banho de banheiras ou piscinas aquecidas → P. aeruginosa; ▪ Exposição recente prolongada a antibioticoterapia para acne → gram-negativos; Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 ▪ Distribuição em couro cabeludo e face → S. aureus; ▪ Foliculite por pseudomonas → limitada à área exposta. ▪ Imunossupresso → etiologia principalmente fúngica. ➢ TRATAMENTO: Sabonetes antissépticos e terapia tópica com soluções de eritromicina; o Atb tópicos: NEOMICINA + BACITRACINA (nebacetin ®), MUPIROCINA (bactroban®) ou NITROFURAL (furacin ®) – 2 a 3x/dia. o Atb sistêmicos: CEFALEXINA ou ERITROMICINA (500mg, VO, 6/6 horas por tempo indeterminado, normalmente 7 dias). o Sabonetes antissépticos: clorexidina 4% ou iodopovidina 10%; o Foliculite fúngica → tratamento depende da etiologia. É incomum. • Foliculites profundas (barbas). Mesmo tratamento. *Presença de pápulas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Acne vulgar; • Rosácea; • Dermatite perioral; • Pseudofoliculite da barba; • Foliculite induzida por droga (esteroide?); • Ceratose pilar; • Hidroadenite supurativa; • Escabiose; • Doença de Grover; Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Linfadenite supurativa. Resolve-se após retirar linfonodos. Formam-se abscessos, mas na forma inicial pode lembrar uma foliculite. FURUNCULOSE Infecção do aparelho pilossebáceo → reação inflamatória intensa e necrose. Nódulo eritematoso doloroso e quente, tornando-se flutuante (sentido com a palpação) com carnegão. Áreas pilosas, de atrito ou com sudorese abundante como face, pescoço, axilas, nádegas e parte inferior do abdome. ➢ 30% da população é portadora do S. aureus nasal. ➢ FATORES DE RISCO: o Colonização nasal por S. aureus; o DM; o Imunossupressão; o Quebra da barreira cutânea; o Uso de drogas intravenosas; o Contato próximo com pacientes com infecções de partes moles; o Drenagem: áreas de flutações e dor; ➢ Raro em crianças muito novas e tende a aumentar na puberdade. Pode acometer várias unidades pilossebáceas (antraz → furúnculos conectados ao subcutâneo). O carbúnculo é uma infecção potencialmente fatal pelo Bacillus anthracis (bactéria gram +) → vários furúnculos agrupados ABSCESSOS CUTÂNEOS → coleções de pus dentro da derme ou tecidos cutâneos profundos. FURÚNCULO → infecção do folículo cujo material purulento se estende através da derme até o tecido subcutâneo. TRATAMENTO: Calor local → úmido; Mupirocina tópica; Higiene das mãos; uso de compressas mornas; Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 • Em lesões múltiplas com celulite (infecção da hipoderme, tecido adiposo) ou febre ➔ tratamento atb contra estafilococos (igual impetigo); • Lesões flutuantes e com grandes áreas de necrose ➔ DRENAGEM CIRÚRGICA. QUANDO INDICAR ANTIBIOTICOTERAPIA? • Lesões múltiplas ou lesão maior que 2 cm; • Celulite adjacente extensa; • Imunosupressão ou comorbidades sérias; • Sinais de infecção sistêmica; • Resposta inadequada à drenagem; • Uso depróteses ou dispositivos intravasculares (prótese ortopédica, marca-passo, enxerto vascular). O biofilme produzido por bactérias torna mais difícil a ação do antimicrobiano, pode estar presente nesses dispositivos. Infecções no triângulo facial possuem altas chances de se tornarem complicadas → não realizar expressão manual FURUNCULOSE DE REPETIÇÃO: ➢ 6 a 24 episódios por anos ou 3 ou mais a cada 3 meses. ➢ Cultura e antibiograma (se insucesso com atb anteriores) → iniciar com atb para S. aureus; ➢ Descolonização com mupirocina tópica nas narinas, unhas e região perineal, 2x/dia, durante 5 dias, se resistência, manter 5 dias/mês por 1 ano. ➢ Rifampicina – 10 a 15 mg/kg a cada 12 horas, por 14 dias, em caso de resistência. CASOS CLÍNICOS PARTE 1 Caso 1 – Qual a descrição da lesão abaixo? Resposta: placa eritematosa com presença de pústulas. Originada por urina de inseto (potó). Caso 2 – M.J.P, feminino, 42 anos, queixa de edema em membro inferior direito há 2 dias. Também refere dor e eritema local. AM: HAS – usa Enalapril. Faz uso de anticoncepcional oral. HV: tabagista, etilista. Qual a descrição da lesão e possível quadro clínico? Resposta: lesão eritematosa em placa em região tibial, associada à edema em MMII ipsilateral. Possível quadro de trombose venosa profunda. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 ERISIPELA • Celulite e erisipela são infecções de pele difusas. • Ambas podem ter edema, hiperemia, calor local, dor, linfangite. Pode evoluir para sepse. • Em casos de celulite, ficar atento para tromboflebite, necrose e formação de abscessos locais. Uso correto do termo celulite → não deve ser usado como sinônimo para inflamação cutânea associada com pus, como ocorre na bursite séptica, furúnculos ou abscessos de pele. Vermelhidão + quente + edema com foco supurativo em Bursa → Bursa séptica com inflamação (CERTO). Bursa séptica com celulite (ERRADO). Paciente com herpes-zóster pode apresentar comprometimento neuropático antes do aparecimento das lesões, apresentando dor intensa que pode ser confundida com abdome agudo. ERISIPELA: CONCEITOS: o 1°: infecção limitada à derme superficial, incluindo os linfonodos superficiais. Limites bem definidos. ▪ Celulite → derme profunda e hipoderme, gordura subcutânea; o 2°: erisipela como celulite envolvendo apenas o rosto. o 3°: sinônimos → europa. o 4°: celulite superficial. CLÍNICA Erisipela é caracterizada clinicamente por lesões eritematosas em placa, elevadas e sensíveis com margens bem delimitadas. Pode estar acompanhada de febre alta, calafrios e mal-estar. Há também uma forma bolhosa. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Pele com aspecto de casca de laranja. Vesículas, bolhas e hemorragia cutânea podem estar presentes. Manifestações sistêmicas são usualmente moderadas, mas febre, taquicardia, confusão mental, hipotensão e leucocitose podem estar presentes e ocorrer horas antes das anormalidades cutâneas. Em neonatos, pode acometer a pele ao redor do coto umbilical (sugestivo de infecção estafilocócica), em idosos, outros locais como face e orelhas. São fatores de risco conhecidos: linfedema, estase venosa, obesidade, paraparesias, diabetes mellitus, uso abusivo de álcool e síndrome nefrótica. Não pode ser confundida com erisipeloide* (infecção causada por Erysipelothrix), infecção conhecida como uma celulite aguda localizada que evolui lentamente. Mais comum envolver contato prévio com animais (mariscos, peixes, pássaros, mamíferos – suínos e insetos). FISIOPATOLOGIA Essas infecções surgem quando ocorre rompimento da barreira cutânea, especialmente em pacientes com pele frágil ou com patologias que desregulem o sistema imune, tais como obesidade, trauma cutâneo prévio (incluindo cirurgia), episódios de celulite prévios, insuficiência venosa e linfedema, dentre outros. A origem pode ser visível ou não, sendo mais comum em membros inferiores. Exames de sangue podem ser positivos em menos de 5% dos casos, enquanto aspirações locais podem ter positividade entre 5 e 40%. A variação entre espécies coletadas sugere que a maior parte dos casos surjam por conta de infecção estreptocócica, geralmente do grupo A, mas podendo surgir do grupo B, C, F ou G. Outros agentes que podem gerar isso são Staphylococcus auereus (incluindo o MRSA – S. aureus resistente à Meticilina, do inglês), Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae, Escherichia coli, S. warneri, Streptococcus pneumoniae, S. pyogenes e Moraxella spp. • MRSA → erisipelas faciais. • Estreptococo → lesões mascaradas, pesquisar em espaços interdigitais. o Importância na detecção e tratamento de: ▪ TINEA PEDIS (Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton**); ▪ ERITRASMA (Corynebacterium minitissimum); • Estafilococo → mais relacionado com celulite, trauma prévio para erisipela (local de injeção de drogas?). Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 DIAGNÓSTICO • Avaliação clínica. • Hemocultura (quando toxemia). • Diagnóstico diferencial: o Erisipeloide; o Escarlatina; o LES; o Erisipela de face → herpes-zóster, angioedema, dermatite de contato, fitofotodermatose, ca de mama inflamatório difuso. Obs: é difícil isolar o estreptococo da superfície da lesão ou mesmo por punção COMPLICAÇÕES • Abscesso; • Celulite; • Embolia; • Escarlatina; • Gangrena; • Meningite; • Septicemia; • Trombose do seio cavernoso; TRATAMENTO USO AMBULATORIAL: ➢ Higienização com SF 0,9% + repouso + elevação do membro. ➢ Antibioticoterapia: o Cefalexina (R$9,95 genérico): 500 mg – 6/6 horas por 10 dias ou o Clavulin ® (Amoxicilina+ clavulanato) – a partir de R$ 69,21: 500/125 mg – 1 cp de 8/8 horas por 10 dias; o Cefadroxila (a partir de R$ 14,43): 500mg – 1g, VO, a cada 8 ou 12 horas. o Pediatria: ▪ Amoxicilina – a partir de R$ 11,75: 50 a 100 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas por 10 dias. A elevação do membro melhora a drenagem do edema e de substâncias inflamatórias. USO HOSPITALAR: Indicações: lesão rapidamente progressiva, resposta sistêmica proeminente, comorbidades (imunossupressão, neutropenia, asplenia, cirrose, ICC, IRC), proximidade de dispositivo protético (prótese articular, enxerto vascular), persistência ou progressão do quadro após 48 horas de terapia oral apropriada. ➢ Cefazolina ou cefalotina: 1g, IV, 6/6 horas por 10 dias. ➢ Clavulin ®: 1g, IV, de 8/8 horas por 10 dias. ➢ Oxacilina: 1 a 2 g, IV, de 6/6 horas por 10 dias. ➢ Vancomicina: 500 mg – 1g, IV, 6/6 horas por 10 dias. ➢ Pediatria: penicilina G cristalina (100.000 UI/kg/dia) – IV, 6/6 horas até melhora clínica, seguida de amoxicilina 50 a 100 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas, totalizando 10 dias. Em geral, infecções menos graves são resolvidas com 7- 10 dias de tratamento. Infecções mais graves devem usar antibióticos até a resolução do processo infeccioso, o que pode durar até ≥ 3 semanas, principalmente nos casos com complicações. O tratamento pode ser feito por 5 dias, caso haja melhora do quadro clínico. Recomenda-se a demarcação da extensão da infecção nos primeiros dias de tratamento para avaliar a resposta clínica. PROFILAXIA (INFECÇÕES RECORRENTES): benzetacil ® (penicilina G benzatina) – 1.200.000 UI, IM, 1x/mês. CELULITE Infecção aguda da pele envolvendo a derme e o subcutâneo. Os principais agentes envolvendo são os estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Muito raramente, quadros clínicos semelhantes podem ser produzidos por Staphylococcus aureus, porém quando Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 ocorre por esse, maiores chances de ser uma celulite que uma erisipela. FISIOPATOLOGIA • Não muda muito com a erisipela. • Exemplos: o Traumas prévios, abrasões, lacerações, feridas ou cotes; o Pós-furunculose;o Úlcera cutânea; o Ferida cirúrgica; o Secundária à disseminação hematogênica, abscessos ou fístulas. o Lesões por osteomielite. São fatores de risco: linfedema, estase venosa, DM, uso de substâncias EV e safenectomia. Há recorrência em locais de anormalidades anatômicas ou que comprometam o sistema venoso ou linfático (celulite prévia, ressecção de linfonodo ou radioterapia). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Edema de contornos mal definidos e presença de sinais flogísticos na área afetada como dor, calor e eritema, podendo haver secreção purulenta local. Mal-estar, febre, calafrios e queda do estado geral costumam estar presentes. DIAGNÓSTICO História, exame clínico e aspecto das lesões. Pode-se comprimir a lesão e utilizar esfregaço da secreção serosa obtida corada pelo gram, evidenciando cocos gram-positivos. • Hemocultura (quando toxemia); A cultura da lesão é feita mediante aspiração no ponto de inflamação máximo com agulha calibre 20 e seringa tuberculina. Oferece sensibilidade de 45% e torna possível o diagnóstico etiológico correto. A etiologia por MRSA é atípica e está relacionada com infecções de sítio cirúrgico. • Outras práticas: o Biopsia → não é rotineiro; • Diagnóstico diferencial: o Fasciíte necrosante; o Miosite; o Linfangite; Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 o Osteomielite; o Tromboflebite; o Trombose venosa profunda; COMPLICAÇÕES • Abscessos; • Gangrena; • Linfangite; • Meningite; • Septicemia; • Tromboflebite; TRATAMENTO USO AMBULATORIAL: ➢ Higienização com SF 0,9% + repouso + elevação do membro. ➢ Antibioticoterapia: o Cefalexina (R$9,95 genérico): 500 mg – 6/6 horas por 10 dias ou o Clavulin ® (Amoxicilina+ clavulanato) – a partir de R$ 69,21: 500/125 mg – 1 cp de 8/8 horas por 10 dias; o Cefadroxila (a partir de R$ 14,43): 500mg – 1g, VO, a cada 8 ou 12 horas. o Pediatria: ▪ Flucloxacilina (R$ 5,56 genérico): 50 a 100 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas por 7 a 10 dias; ▪ Amoxicilina (a partir de R$ 11,75): 50 a 100 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas, 7 a 10 dias; Em geral, infecções menos graves são resolvidas com 7- 10 dias de tratamento. Infecções mais graves devem usar antibióticos até a resolução do processo infeccioso, o que pode durar até ≥ 3 semanas, principalmente nos casos com complicações. O tratamento pode ser feito por 5 dias, caso haja melhora do quadro clínico. Recomenda-se a demarcação da extensão da infecção nos primeiros dias de tratamento para avaliar a resposta clínica. USO HOSPITALAR: Indicações: lesão rapidamente progressiva, resposta sistêmica proeminente, comorbidades (imunossupressão, neutropenia, asplenia, cirrose, ICC, IRC), proximidade de dispositivo protético (prótese articular, enxerto vascular), persistência ou progressão do quadro após 48 horas de terapia oral apropriada. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 ➢ Cefazolina ou cefalotina: 1g, IV, 6/6 horas por 10 dias. ➢ Clavulin ®: 1g, IV, de 8/8 horas por 10 dias. ➢ Oxacilina: 1 a 2 g, IV, de 6/6 horas por 10 dias. ➢ Vancomicina: 500 mg – 1g, IV, 6/6 horas por 10 dias. ➢ Pediatria: penicilina G cristalina (100.000 UI/kg/dia) – IV, 6/6 horas + clindamicina 20 a 40 mg/kg/dia IV, de 6/6h ou 8/8h até melhora clínica, seguida de amoxicilina 50 a 100 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas, totalizando 10 dias. PROFILAXIA (INFECÇÕES RECORRENTES): benzetacil ® (penicilina G benzatina) – 1.200.000 UI, IM, a cada 3 semanas, por um período definido pelo a critério médico (acm), geralmente de no mínimo 5 anos. Opção: eritromicina, 250 mg, VO, 2x/dia. • Diuréticos; • Hidratação da pele; • Tratamento das macerações interdigitais; • Elevação dos membros inferiores; • Vacinação Hib para crianças; • Meia elástica de média compressão; E CORTICOSTEROIDES??? Corticosteroides sistêmicos (prednisona, 40 mg, diário por 7 dias) pode ser considerado em pacientes não diabéticos com celulite, acm. Estudo randomizado, 180 adultos → 8 dias de tratamento com antibioticoterapia + corticoterapia melhoravam significativamente o aspecto da lesão do que apenas a antibioticoterapia. QUANDO INTERNAR?? Suspeita de fascite necrosante ou comprometimento severo sistêmico, com presença de febre, delirium ou hipotensão. CELULITE RECORRENTE • A partir de 3 episódios de celulite anualmente. • Identificar fatores de risco. • Profilaxia. CASOS CLÍNICOS PARTE 2 CASO 3 - Você está tratando um paciente com celulite em membro inferior. Além da ATB, que medidas auxiliares você julga importante para o manejo do caso? • Resposta: elevação do membro afetado, resolução de eventual porta de entrada e limpeza/debridamento de lesões cutâneas. Ainda sobre o caso, considerando que a resolução do eritema é um evento tardio, como saber se houve melhora clínica? • Remissão da febre e/ou sinais de SIRS; • Gradação da dor; • Diminuição do edema: medir a circunferência com fita métrica. CASO 4 - 24 anos, gestante 18 sem. Dor, edema e eritema em vulva há cerca de 2 dias. Foi indicada cefalotina. Evoluiu com piora dos sinais locais, febre e taquipneia. Acrescentada ciprofloxacina. Evoluiu com agitação psicomotora. Foi solicitada vaga na UTI. Qual hipótese pensar? Qual o aspecto da lesão? Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Resposta: lesão eritematosa edemaciada, nota-se também presença de bolhas de conteúdo amarelo, pode-se pensar fasciíte necrosante. A fascíite necrotizante ou necrosante possui edema com característica de tábua. As Infecções de partes moles podem se apresentar como necrosantes e não necrosantes. As infecções necrotizantes de tecidos moles incluem: formas necrotizantes de celulite, miosite e fasceíte. Essas infecções são caracterizadas clinicamente por: • Destruição tecidual fulminante; • Sinais sistêmicos de toxemia; • Mortalidade elevada; As necrosantes são graves, rapidamente progressivas, acompanhadas de altas taxas de morbidade e mortalidade, acometem inicialmente o tecido subcutâneo e a fáscia muscular, enquanto que o comprometimento da pele e dos músculos são mais tardios. Podem evoluir para abscesso, condição em que há necrose localizada de tecidos, rico em neutrófilos mortos, tornando-se material liquefeito amarelado ou amarelo-esverdeado, envolvido por tecido com intenso processo inflamatório agudo, manifestado também pelos sinais cardinais da inflamação – calor, dor, rubor e diminuição da função. Demandam diagnóstico rápido, eficaz e tratamento apropriado com intervenção cirúrgica precoce e terapia antimicrobiana apropriada. MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES NECROTIZANTES ➢ Infecções necrotizantes dos tecidos moles são categorizadas em duas entidades BACTERIANAS distintas: o TIPO 1: polimicrobiana; ▪ Ao menos uma espécie anaeróbica (mais comumente bacteroides, clostridium ou peptostreptococos) + uma ou mais espécies de anaeróbicos facultativos (estreptococos – não grupo A – e membros das enterobacteriaceae como E. coli, enterobacter, klebsiella, proteus, etc); o TIPO 2: por estreptococo do grupo A; ▪ Geralmente monomicrobiana, por estreptococos do grupo A ou outros estreptococos ou em associação com S. aureus. ➢ Infecções necrotizantes por OUTROS MICRÓBIOS (REALE NÃO COMENTOU*): o TIPO III: Clostridium, vibrio, aeromonas e gram-negativos. o TIPO IV: candida, zygomycetes; ➢ Sugerem infecções necrotizantes: o Dor severa e constante (desproporcional); o Edema lenhoso (endurecido); o Necrose da pele (pele violácea ou enegrecida); o Gás (crepitação ou exame de imagem?) em tecidos moles – USG com áreas hipoecoicas ou anecoicas; o Anestesia cutânea; o Toxemia (febre, leucocitose, delirium...); o Rápido aumento da área (realizar marcação); FASCIÍTE NECROSANTE A Infecção necrosante de tecidos moles é tipicamentecausada por uma composição de organismos anaeróbios e aeróbios que provocam necrose do tecido subcutâneo, que geralmente inclui a fáscia. Essa infecção em fáscia afeta mais comumente as extremidades e o períneo. Os tecidos afetados tornam- se avermelhados, quentes e inchados, semelhantes à celulite grave, e a dor se desenvolve fora de proporção com os resultados clínicos. Durante a exploração cirúrgica, há exsudato cinza, fáscia superficial friável e ausência de pus. Na ausência de um tratamento imediato, a região se torna gangrenosa. Os pacientes estão agudamente enfermos. O diagnóstico baseia-se em história e exame clínico, bem como em evidências de infecção. O tratamento envolve o uso de antibióticos e debridamento cirúrgico. Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 O prognóstico não é bom sem um tratamento agressivo precoce. CONSIDERAÇÕES GERAIS • Infecção de pele e subcutâneo de rápida evolução e causada por bactérias de origem polimicrobiana e anaeróbios. • Fatores de risco: o Trauma penetrante; o Trauma contuso; o Rupturas de pele (varicela, picada de inseto, drogas injetáveis); o Cirurgia recente (colônica, urológica, ginecológica); o Ruptura de mucosa; o Imunossupressão (DM, HIV, cirrose); o Malignidade; o Obesidade; o Alcoolismo; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Na maior parte dos casos, a extensão da lesão ocorre a partir de pequenos traumas, picadas de insetos ou incisões cirúrgicas. Contudo, em 20% das situações, nenhum trauma prévio pode ser identificado. O processo inflamatório necrotizante agudo afeta, a princípio, o tecido subcutâneo profundo e fáscia. Sobrevem a sepse, falência orgânica e morte na ausência de tratamento. DIAGNÓSTICO • Clínico; • Achados cirúrgicos que incluem pouca aderência do tecido subcutâneo, observada à manipulação cirúrgica, ausência de sangramento e liquefação da gordura subcutânea. • Achados laboratoriais: leucocitose com desvio à esquerda, anemia, VSH e PCR elevados, hiperglicemia, hipocalcemia e creatinofosfoquinase (CPK) aumentada, o que sugere a extensão de infecção muscular. Além disso, hemoculturas e cultura de material colhido poderão ajudar a identificar o agente etiológico. • Métodos de imagem; • Biopsia de fáscia: padrão-ouro para o diagnóstico e deve ser realizada em todos durante o debridamento, mesmo com aspecto macroscópio normal. TRATAMENTO • Debridamento cirúrgico. • Antibioticoterapia: TIPO 1: ampicilina + sulbactam (1,5 – 3 g, IV, 6/6 horas) + metronidazol ou clindamicina (300 – 600 mg, IV, 6/6 horas) + imipenem (500 mg, IV, 6/6 horas ou 1g, 12/12 horas). TIPO II OU III: iniciar clindamicina (300-600 mg, IV, 6/6 horas) ou vancomicina (500 mg, 6/6 horas ou 1g, IV, 12/12 horas) ou linezolida (600 mg, IV, 12/12 horas – MRSA). TIPO IV: fluconazol (200 mg, IV, diário) ou anfotericina B desoxicolato (0,3 mg/kg/dia, IV, em doses escalonadas até máximo de 50 mg/dia, diluído em 500 ml de SF 0,9% + 1000 ui de heparina infundida em 4 horas ou caspofungina (70 mg, IV, na 1° dose, seguido de 50 mg, IV, 1x/dia ou itraconazol, 200 mg, IV, 1x/dia). CASOS CLÍNICOS PARTE 3 CASO 5 – Mulher, 65 anos, com dor em membro inferior direito há 3 dias. Febre há 2 dias, possui história de DM diagnosticado há 20 anos, com uso de metformina e ICC severa com fração de ejeção reduzida. Negou lesão traumática prévia no local. FC: 102 bpm, FR: 24 irpm, PA: 90x60 mmHg, Tax: 38,5°C, EG: 14. Sem sinais flogísticos locais. O que pode ser pensado?? Lavínia Prado Artiaga – Medicina 2018.1 Resposta: Talvez uma sepse que gerou uma TVP por conta da desregulação inflamatória (?). A sepse representa uma disfunção orgânica que não possui critérios, universalmente, aceitos para a definição de disfunção orgânica. A essência concentra-se: ➢ Respiratório: menor PaO2, FiO2; ➢ Hematológico: plaquetopenia; ➢ Hepático: maior quantidade de bilirrubinas. ➢ Renal: maior depuração de creatinina (ou menor débito urinário). ➢ Neurológico: menor Glasgow; ➢ CV: hipotensão e necessidade de drogas vasopressoras. APÓS AVALIAÇÃO, notou-se: Sinais flogísticos locais, TEP <3 segundos, PAM > 65 mmHg e lactato < 2, pulsos alterados quanto aos parâmetros de frequência e amplitude, presença de tiragem, batimento de asa nasal e saturação baixa < 90%, acianótica. E AGORA? E VAMOS DE ANÁLISE NO PRÓXIMO RESUMO.
Compartilhar