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1 Doença Renal Crônica (parte 1) Inicialmente tivemos uma atividade interativa em que os alunos responderam: “Quais os critérios para se definir Doença renal crônica?” Apareceram as seguintes respostas: Baixa taxa de filtração glomerular, filtração glomerular, taxa de filtração menor que 60, albuminúria, lesão do parênquima renal e TGF menor que 60 por 3 meses (é interessante que nessa opção já aparece o critério “tempo”). Dentro dos critérios para considerar na doença renal crônica (DRC), a albuminúria é o mais importante. Quando temos um paciente com albuminúria entendemos que há ali alguma agressão ao parênquima renal. DEFINIÇÃO Definimos de fato a DRC como a evidencia de lesão ao parênquima renal ou taxa de filtração glomerular menor que 60 ml por minuto por 1.73m² de superfície corporal, por um período maior ou igual a 3 meses. Com um adendo: Que tenha implicação à saúde. Podemos ter um individuo que, pela idade, já tem uma deleção na taxa de filtração glomerular, mas que não tem nenhum implicação na saúde. Essa é uma informação mais recente muito importante. Não devemos rotular um individuo que tem uma taxa de filtração glomerular fisiologicamente reduzida como tendo doença renal crônica. ➢ Guilherme: O exemplo clássico disso é o paciente que tem 90 anos de idade, que tem uma creatinina de 1.2 e quando fazemos a conta da 50 de taxa, 55. Esse paciente não tem DRC, não tem implicação para a saúde dele. É importante que tenhamos atenção para que esse 2 paciente não piore a função renal, devemos ajustar dose de drogas e etc, mas ele ainda não tem DRC. A partir dos 40 anos, perdemos em media 1% da função renal ao ano. Esse é um processo fisiológico. Os rins envelhecem junto com a gente. Temos que ter certos cuidados, mas não necessariamente consideramos esses indivíduos como tendo DRC já que não há implicação para a saúde deles. CRITERIOS DIAGNOSTICOS PARA DOENÇA RENAL CRONICA Qualquer um dos seguintes presentes por mais de 3 meses: -> Marcadores de lesão renal: albuminúria persistente, maior que 30mg por 24hrs ou relação albumina/creatinina maior que 30mg por grama de creatinina; -> Normalidade do sedimento urinário; -> Distúrbios eletrolíticos e outros devido a lesões tubulares (tubulopatias); Nesse caso, é o nefrologista especialista que compreende esse critério, não são exames que estão disponíveis em todo lugar etc. -> Anormalidades detectadas por exame histológico: Nesse caso foi feita um biopsia por algum motivo e veio evidencia histológica de que há dano ao parênquima renal; -> Anormalidades estruturais detectadas por exame de imagem; -> Historia de transplante renal; Relato: Na época da residência o primeiro artigo que eu recibi num café da manha cientifico foi sobre transplante renal. HLA de fácil compreensão, mas que era muito difícil. Uma frase que eu nuca me esqueci foi: “transplante renal não é a cura”. O transplante renal não cura, apesar de ser um exelente tratamento. Um pacinete transplantado é considerado para sempre um paciente com doença renal crônica e terá que sempre ser acompanhado. -> Avaliação da taxa de filtração glomerular: Se o pacinete tem uma taxa menor que 60ml por minuto por mais de 3 meses. ALTERAÇOES NOS EXAMES DE IMAGEM Algumas alterações em exames de imagem que indicam certas patologias, podem nos indicar que esse paciente tem ou vai ter DRC no futuro. 3 • Quando se tem doença renal policística, mesmo que a TFG esteja preservada, esse paciente é considerado com doença renal crônica. Temos muitos critérios para a doença renal policística, como numero de cistos, faixa etária e se é bilateral, que não vamos entrar em detalhes. Mas o exame de imagem é um dos mais claros que mostram a doença. Devemos lembrar que normalmente esse paciente vai ter cistos em outros órgãos, como nas gônadas, no fígado etc. • Hidroneforse: Quando crônica, também leva a lesão de parênquima renal. Uma hidronefrose aguda, mas que o paciente tem um calculo ureter distal, com uma semana de evolução é relacionada a doença aguda. Devemos pensar sempre que o paciente que ficou um tempão obstruído, que pode ate já ter bexiga neurogênica associada é que tem a DRC. • Cicatrizes corticais ou alterações na estrutura cortical: Aqui entra o que chamamos de nefropatia do refluxo, que é de extrema importância na fase adulta. Na criança, as vezes acontece o que chamamos de refluxo vesico ureteral, em que há um defeito no esfíncter e a urina volta da bexiga para os ureteres. Pela gravidade, a urina que subiu acaba voltando para a bexiga, fazendo com que a criança sempre tenha um resíduo vesical, que favorece as infeções urinárias e pielonefrites, além da formação de cicatrizes corticais, já que esse rim está em formação. Parte do parênquima renal cicatriza e não funciona mais, assim, quando chega na fase adulta, vemos um rim todo irregular, uni ou bilateralmente. Isso pode levar a DRC na fase adulta. Pode acontecer de uma criança com refluxo tenha hipertensão secundária, mas a função renal em si, só será prejudicada nesses casos na fase adulta. • Sinais de doença infiltrativa: Aqui pensaremos em amiloidose e mieloma. • Rins assimétricos: Podem indicar a nefropatia do refluxo como vimos, mas também estenose de artéria renal. Devemos investigar. INSUFICIENCIA RENAL CRONICA Antigamente falávamos “insuficiência renal crônica” em vez de doença renal crônica como falamos hoje. Insuficiência passou a ser reservado para os estágios mais avançados de DRC, pois assim temos um termo mais abrangente, pegando estágios mais frequentes onde ainda tem função renal preservada, mas com indícios de que existe agressão ao parênquima renal. 4 Com essa classificação, permitiu-se fazer todo um protocolo de tratamento também para as fases mais precoces. O termo “doença renal crônica” é mais abrangente, quando falamos em insuficiência, estamos falando já de um processo de redução irreversível, significativo e continuo da contagem de nefrons, em gral já correspondendo ao estagio 4 e 5 da DRC, ou seja, quando a taxa de filtração glomerular já está abaixo de 30ml/minuto, já numa fase mais avançada. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA DRC PELO KDIGO Essa figura é muito boa, pois nos mostra toda a evolução da doença renal crônica. É uma figura antiga e famosa de um artigo. Temos desde o individuo que é normal que temos que pensar se cabe fazer um screaming para CRC. Essa é a primeira pergunta que fazemos. A resposta é: Não vale a pena, pois se gasta muito dinheiro utilizando muitos recursos e a prevalência na população geral não é tão grande. Devemos focar em grupos de risco. Individuos diabéticos, hipertensos, obesos, tabagistas, idosos, com doenças cardiovascular etc. Se o paciente tem alto risco, fazemos o screaming e temos q fazer uma avaliação. Sempre que queremos saber se o paciente tem algum comprometimento renal, se tivermos que pedir poucos exames, pedimos: creatinina, EAS e relação albumina/creatinina. Assim, conseguimos fechar se o paciente tem alteração renal, alteração de sedimento urinário ou albuminúria mesmo em nível que o EAS ainda não possa detectar. Se pudermos pedir um pouco mais, pedimos USG renal. 5 Na imagem, “damage” corresponde a lesão. Identificamos que o individuo tem uma lesão ao parenquima renal mesmo que ainda não haja uma perda de função renal. Já diagnosticamos que o paciente tem DRC. Vamos então nos questionar: • Ele é diabético? • Tem HAS? • O que podemos fazer para retardar a evolução da doença ou evitar que ele evolua com uma perda da função renal? Às vezes descobrimos numa fase tão precoce que podemos até reverter a evolução do processo, mudar a evolução natural dessa doença. Então, aqui vamos diagnosticar, avaliar as comorbidades e tratar tentando evitar a progressão. Essepaciente pode progredir e começar a ter redução efetiva da taxa de filtração glomerular (GRF na imagem). Aqui precisamos estimar o quanto esse pacinete já perdeu de função renal e avaliar se já não precisamos fazer a preparação para a substituição de função renal e identificar as complicações ou as vezes ate mesmo indicar diálise de urgência. Nesse momento já podemos ter as complicações da DRC, como anemia, doença mineral óssea, acidose metabólica, desnutrição etc. Temos então o estagio em que p paciente já perdeu de forma importante a função renal e já há a necessidade de substituição dessa função através de dialise ou transplante. E dada a junção de todas as complicações, esse paciente pode evoluir ao óbito. Devemos observar que tem umas setinhas na imagem grande (pag anterior) que vão ficando cada vez mais espessas. A qualquer momento esse paciente pode ter uma complicação, mas quanto mais ele evolui nesses estágios, aumenta essa probabilidade, aumentam as chances de morte. 6 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTAGIOS POR KADOQI-KADIGO O KDOQI-KDIGO foi uma reunião feita em outubro de 2009 em que foi estabelecida a definição e classificação da DRC. Temos os estágios a DRC que foram determinados por essas entidades internacionais, grandes nomes da nefrologia mundial. Foi visto que era importante fazermos a classificação da DRC para que pudéssemos atuar de forma adequada em cada estagio. Temos os estágios 1, 2 3A, 3B, 4 e 5, definidos pela taxa de filtração glomerular. (decorar imagem) Atenção: nos estágios 1 e 2, onde a taxa de filtração é maior que 60, para estabelecimento diagnostico de DRC é necessário que haja um marcador de dano ao parênquima renal. O estagio 3 foi subdividido apenas por ser muito amplo, e os estágios 4 e 5 são os mais preocupantes. Quando o paciente está no estagio 5, tem indicação de substituição de função renal. As vezes até no estagio 4 essa indicação já ocorre dependendo do paciente. Devemos lembrar que a clinica é soberana e que medicina não é matemática, mas esses estágios nos ajudam muito a organizar o nosso raciocínio. A abordagem de um paciente em estagio inicial que está hiperfiltrando é completamente diferente da abordagem de um paciente em estagio 5 com perda quase total da função renal. A partir do estagio 3 é que começam a ter as alterações metabólicas. Além de classificar pela taxa de filtração glomerular, também acrescentamos o “T” quando é transplantado e o “D” quando está em diálise. Podemos ver um paciente com ótima taxa de filtração, mas quando olhamos com mais atenção tem um “D” no laudo, que quer dizer que a função renal dele está sendo substituída pela diálise. A imagem na próxima pagina, além de dividir em estágios de acordo com a taxa de filtração glomerular („Gs‟), também divide os indivíduos a partir do nível de albuminúria: A1, A2 e A3. • A1: Albuminúria menor que 30mg/24hrs ou 30mg/g de creatinina. • A2: entre 30 e 300mg/24hrs • A3: Mais de 300mg/24hrs 7 Obs.: Onde esta a mãozinha/setinha, é “G1”. Nessa figura, temos uma escala de cores correspondentes ao risco de progressão da DRC, considerando o nível de albuminúria e também o estagio. o Caso 1: Dona Maria tem 44 anos, é diabética há 5 anos com controle irregular da glicemia. Tem uma creatinina de 1mg/dl. Tem um EAS com uma cruz de proteína já há um ano e USG renal normal. Ela tem doença renal crônica? SIM! Mesmo calculando a taxa de filtração glomerular, que no caso dela da acima de 60 (pelo critério de filtração glomerular sozinho ela não teria DRC), ela tem proteinúria persistente. Quantificando essa albuminúria saberíamos melhor o estagio, mas só de ter proteinúria há mais de 3 meses ela já tem DRC. o Caso 2: João, 23 anos, não sente nada. É um atleta de alto nível. Tem uma historia familiar para doença renal em estagio terminal (termo que evitamos usar), podemos dizer que é 8 historia familiar de alguem que fez ou faz diálise na família. Creatinina de 1mg/dl. Colocando na formula deu uma taxa de 122ml/minuto, acima de 60. EAS normal, não tem macroalbuminúria. Mas o USG dele mostra rins policísticos. Ele também tem doença renal crônica. No caso dele em estagio 1. EPIDEMIOLOGIA/PREVALENCIA NOS EUA E NO BRASIL Prevalência de drc 5 (em diálise) nos EUA: A prevalência de DRC 5, ou seja, pacientes em diálise, nos EUA: como vemos no gráfico, a prevalência aumenta progressivamente. Em 2017, para cada milhão de americanos, 2200 estavam em diálise. É uma prevalência muito elevada. 9 No final de 2019, quase 800 mil americanos estavam em diálise ou transplante renal: Censo Brasileiro de Diálise: Análise de dados de uma década (2009 a 2018): No Brasil, também podemos ver um aumento progressivo no numero de pacientes em diálise. Devemos nos perguntar: Está aumentando ano a ano? Sim. Quantos pacientes novos entraram em dialise por ano? Em 2009 entraram 27mil, em 2018 entraram 42mil paientes. Esta aumentando o numero de casos NOVOS. 10 Podemos ver que no brasil, a cada 1 milhão de pacientes, 640 estão em diálise, no EUA 2200. Por que, mesmo com qualidade de vida inferior, menor acesso a saúde e atenção precaria, o Brasil tem menos pacientes em diálse? Segundo a professora é porque eles acabam morrendo antes de chegar na diálise. (imagem do slide) Obs.: Obrigada SUS s2 DOENÇAS DE BASE QUE LEVAM O PACIENTE A DIÁLISE Obs.: A falência do transplante renal tem entrado entre as causas recentemente. 11 SCREENING PARA DRC FATORES DE RISCO Como falado anteriormente, não vale a pena fazer exame de rastreamento em todo mundo. Faremos em grupos especificos, como nos individuos que tem mais de 60 anos, obesos, diabeticos, HAS, de grupos de alto risco, com historia familiar, doenças auto imunes, ITU de repetição, nefrolitíase que não entrou no slide. Devemos lembrar da frase: “Não fica doente quem quer, fica doente quem pode.” Existem algumas predisposicoes a DRC, desde predisposiçoes genéticas ate fatores raciais e materno-fetais. Entre os fatores de risco, há os que são marcadores do inicio da DRC, os modificaveis e os não modificaveis. O principal sempre será a albuminúria, esse é o grande marcador precoce de que existe agressão ao parenquima renal. A creatinina, como marcador, também é importante, mas se o paciente tem aumento da creatinina, já perdeu 60% da funão renal, assim, este não é um bom marcador para as fases iniciais. Devemos focar nos fatores modificáveis. Controlar o peso de um obeso por exemplo, pode fazer com que ele deixe de ser hipertenso. Muitas vezes o tratamento e baseado no controle desses fatores de risco, principalmente nas fases iniciais. 12 ESTUDO SOBREVIDA RENAL X ETIOLOGIA PROTEINÚRIA X SOBREVIDA RENAL Esse estudo procurou mostrar a DRC relacionada a HAS e diabetes por exemplo, comparando “quem vai primeiro para a diálise”. A area sobre a curva mostra a sobrevida renal em relação a causa (etiologia) da doença renal crônica. A Doença renal policistica por exemplo está com uma linha grossa mais contínua. A nefrite intersticial esta mais fininha. Quanto maior a area sobre a curva, maior a sobrevida renal. Quando relacionamos a progressão da DRC /sobrevida renal com a proteinuria, quanto maior a proteinúria, menor a area sobre a curva, menor a sobrevida renal ao longo de 30 meses. AGUDIZAÇÃO Já vimos hoje a evolução da doença renal cronica. Podemos dizer que a DRC é “um trem que vai sempre pra frente”, porem, se fizermos tudo certinho esse trem vai andar mais devagar. Existem alguns fatores que podem fazer com que esse trem corramuito rapido, existem situaçoes que podem gerar uma agudização da DRC, gerando uma perda repentina da função renal, como infecçoes, desidratação, HAS e agentes inflamatorios nefrotoxicos como contraste iodado. Pode acontecer de agudizar e depois recuperar a função renal, mas também pode gerar uma perda irreversível. 13 O Ideal seria perder 1% da função renal ao ano, essa é a perda fisiologica. Quanto o “ideal” de se perder na DRC, vai depender da doença de base do paciente. • Gadolínio: não é nefrotoxico mas pode levar a esclerose sistemica nefrogenica em um paciente com DRC avançada. Já existe um gadolinio novo, Gadovist. Com esse, não existe ainda nenhum caso registrado na literatuda de esclerose sistemica nefrogenica, que é uma doença rara mas letal. • Contraste: Quanto ao contraste iodado, quando o paciente já tem uma função renal comprometida mas não tem como não fazer o exame, existem algumas medidas que podemos tomar para proteger o rim: hidratação com solução salina, solução bicarbonatada por tempo mais curto e cistotsteína. Ainda assim, é sempre muito importante saber a função renal do pacinete antes do contraste. CREATININA X DRC ou menos 20 de clearence. Quando a creatinina vai de 1 para 2 ou de 1 para 1,5, ou seja, num momento mais precoce da fase de aumento da creatinina, o pacinete já perdeu 50% da função renal. Já quando vai de 5 para 10 por exemplo, tendo aumentado muito mais, não perdeu ainda uma porcentagem tão grande da função renal. Essa figura mostra isso muito bem, mostrando a creatinina e a filtração glomerular pela depuração da inulina, que é o padrão ouro para a avaliação da função glomerular. Cada “ponto” na grafic é um indivíduo. Quem tem 4 e 7 de creatinina tem mais Devemos então valorizar esses aumentos na fase precoce de creatinina. A perda renal é muito mais importante quando cai de 1 para 2 do que de 2 para 5. 14 LEMBRANDO DAS FORMULAS RELEMBRANDO AS CALCULARORAS A de maior acuracia é a CKD-EPI, tanto na população geral quando em pacientes com DRC. A mais pratica é essa National Kidney Foudation. USG Apenas para lembraramos, o normal é que a pelve renal seja hiperecogenica, enquanto o cortex renal, onde predominam os glomerulos, deve ser hipoecogenico, inclusive em relação ao figado e o baço. O rim tem q ser um pouquinho mais “preto” do que o figado ou baço. Devemos lembrar também que no sentido longitudinal, deve media de 9 a 11cm. 15 QUADRO CLÍNICO Essa já é a USG de um paciente com doença renal cronica. Mal conseguimos ver o rim, vemos um cortex muito fininho e o rim todo “branco”. Como comentamos, os rins vão fazer todo o possivel para se adaptar a perda de nefrons atras da hiperfiltração. Por isso, inicialmente, a creatinina fica normal ou proxima do normal. Assim, os sintomas são muito tardios. Inicialmente o paciente tem poucos ou nenhum sintoma. Quando a DRC já esta avançada, conforme a função renal declina, alem de sintomas gastrointestinais, podem ocorrer sintomas generalizados. Algumas complicaçoes começam a aparecer, como anemia, fraqueza intensa, acidose metabolica, alteração eletrolitica como hipercalemia (podendo levar a alteraçoes no ECG), hipocalcemia, hiperfosfatemia, doença mineral ossea e hipervolemia (podendo levar a congestão pulmonar). É importante pensar que conforme a doença vai progredindo, as manifestaçoes clinicas vão aparecendo. Proteinuria e hematuria, assim como HAS, aparecem otempo todo, a aqualquer momento da DRC. Já a anemia começa a aparecer especialmente quando a taxa de filtração glomerular está abaixo de 60ml/minuto, que é quando surgem tambem as alteraçoes no metabolismo osseo. Já acidose metabolica aparece quando a tava de filtração esta abaixo de 40ml/minuto, com alguns altores falando abaixo de 30. 16 Obs.: Na seta amarela esta escrito ANEMIA QUANDO ENCAMINHAR PARA O NEFROLOGISTA? Entramos novamente no site “menti” e descutimos essa questão. Todas as respostas estão corretas. Quando houver um rapido declinio na função renal devemos encaminhar para saber o que esta acontecendo. 17 SINDROME URÊMICA Uremia se refere a uma manifestação clinica. Se um paciente está urêmico, quer dizer que esse tem uma Sd. clínica do acúmulo de toxina urêmicas. Quando ingerimos proteínas, geramos um lixo proteico que chamamos de escorias nitrogenadas. O acúmulo de escorias nitrogenadas gera um acumulo de toxinas urêmicas no sangue. As manifestações clinicas iniciais são sintomas gastrointestinais. É aquele paciente que está sem apetite, enjoado, acorda com vontade de vomitar, sendo que esses sintomas aprecem em alguns dias e outros não. Vai ser um paciente sonolento, com soluço. Podemos ver pericardite uremica, pulão uremico etc. Existem muitas complicações sistêmicas relacionadas a esse acúmulo de toxinas uremicas. É como se a pessoa estivesse envenenada pelo próprio sangue que está cheio de sujeira e não consegue ser eliminado por via renal. Guilherme: Isso é uma coisa bastante lenta e progressiva, assim, não é incomum os pacientes chegarem com os exames bem alterados e com poucos sintomas. Essa é uma pista de que provavelmente é uma patologia mais crônica. O paciente vai se adaptando com o tempo, não apresentando tantos sintomas, mas as alterações nos exames são importantes. Esse paciente demora para ter sintomas, geralmente ele vai ter sintomas numa fase muito tardia, la pela fase 4. A Sd. uremica se instala quando o pacinete tem um DRC mais avançada. Temos um conjunto de sinais e sintomas que chamamos de sindrome uremica, que esta relacionada aoa cumulo de toxina uremicas. Não existe, entretanto, uma correlação direta entra os valores, não tem como saber em qual valor vai estar a ureia para gerar sintomas uremicos. Podemos ate ter um paciente desnutrido, com um ureia de 100 porque ele não esta comendo direito e estar uremico. Os valores absolutos não tem uma correlação direta com esses sintomas. A Sd. esta mais relacionada ao declinio da taxa de filtração glomerular. Sistemas acometidos: Os quadros nas proximas pags estão todos relacionados a Sd. Uremica: 18 Falaremos na aula que vem sobre o tratamento da DRC. É importante lmebramos que esse é um pacinete imunocomprometido, inclusive há a dificuldade de fazer a soroconversão quando ele é imunizado. Na proxima aula falaremos mais das anormalidades hematologicas quando falarmos da anemia desse individuo, assim como das alteraçoes endocrinas. 19
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