Buscar

Resumo do livro O Príncipe

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo do livro O Príncipe - Maquiavel
A obra O Príncipe, muito popular, escrita em 1513, em plena Renascença, ainda é atual e utilizada nos meios acadêmicos como estudo e reflexão acerca da evolução política e histórica dos Estados.
Maquiavel, através da sua obra, O Príncipe, separa as normas políticas das concepções teológicas, vindas da idade média, transformando-as em elementos da observação direta e quotidiana. O Príncipe é uma reação, do autor, contra a política da idade média, baseada no predomínio da imaginação sobre a observação.
O Príncipe é o registro do que os soberanos faziam e não o que deveriam fazer, ligando a causas naturais a explicação dos acontecimentos políticos. Introduziu o método positivo na apreciação das realidades sociais, estudando o aparecimento das formas políticas, as causas internas e externas de sua decadência, procurando desvendar o nascimento e declínio das leis, determinados pelo mundo antigo e moderno.
                Maquiavel percebe que nem sempre os governos conseguem se manter pelos meios aprovados pela moral e por isso a necessidade de agir com crueldade e perfídia. O objetivo do Estado, representado pelo Príncipe, é a sua segurança e engrandecimento e para tanto pode infringir os preceitos morais, nas relações internas e externas, considerando lícito tudo o que lhe favorece.
                Nicoló Di Bernardo Dei Maquiavel, nasceu em Florença, Itália, em 3 de maio de 1469, filho de um jurisconsulto e de uma poetisa. Ficou órfão aos 16 anos, ficando sob a tutela da sua mãe. Discípulo do literato Marcelo Virgílio Adriani.
Exerceu a função de escrivão, chanceler e segundo-chanceler da república, secretário da República Florentina e do supremo Tribunal de Liberdade e Paz, simultaneamente exerceu 23 legações no exterior e inúmeras outras em missões no interior. A queda de Maquiavel se deu com a do governo de Soderini, sendo destituído de suas funções e exilado em 1512. Em 1513 foi apontado como participante da conspiração de Pier Paolo Boscoli e Agostinho Capponi, preso e torturado, foi libertado pela anistia concedida pelo cardeal Giovanni de Medici.
Em liberdade, viveu em permanente dificuldade econômica, com sua família, em uma casa de campo de sua propriedade, na localidade de Santo Andrea, distante dez quilômetros de Florença, onde escreveu O Príncipe. Ofereceu essa obra a Lorenzo de Medici, readquirindo a confiança dos governantes, a ponto de ser nomeado historiógrafo de Florença. Essa seria um testemunho de submissão e de inestimável valor para o autor. Maquiavel faleceu em 20 de junho de 1527.
A república e o principado são as únicas formas de governo para Maquiavel. Os principados podem ser de duas espécies: os hereditários ou novos. Podem ser adquiridos com tropas próprias ou de outrem, pela fortuna ou por virtude.
Nos principados hereditários as dificuldades são menores que nos novos, de tal modo que se o príncipe for de “ordinária capacidade” sempre se manterá no poder. O príncipe natural, por ter menos razões e necessidade de ofender, será mais amado e benquisto de todos, permanecendo no poder.
Os principados Mistos são como membro anexado a um Estado hereditário, suas dificuldades assemelham-se aos principados novos. O novo príncipe, para se manter no poder, precisa ofender os novos súditos com seus soldados e com outras infinitas injúrias, porém isso pode gerar rebeliões. Reconquistando as regiões rebeladas, dificilmente as perderá, punindo severamente os que lhe faltaram com a lealdade.
O Estado Antigo que conquista e quer conservar um Estado com mesma língua, deve extinguir a linhagem do antigo príncipe, não alterar as leis e impostos. Nos casos de Estados com língua, costumes e leis diferentes, é necessário ir habitá-los, instalar colônias num ou dois pontos ou manter muita tropa. Quem estiver à frente de uma província diferente, deve “tornar-se chefe e defensor dos menos fortes, tratando de enfraquecer os poderosos”.
Disso conclui-se que: “quem é causa do poderio de alguém arruína-se, por que esse poder resulta ou da astúcia ou da força e ambas são suspeitas para aquele que se tornou poderoso”.
Os principados de que se conserva memória, são governados por um príncipe, sendo todos os demais servos, ou por um príncipe e barões por antiguidade de sangue, considerados ministros. A conquista do primeiro terá maiores dificuldades e a dinastia do príncipe deve ser extinta para se manter no poder, enquanto que o segundo poderá ser invadido com facilidade em virtude do apoio de algum barão descontente, porém será difícil manter-se no poder pelo mesmo motivo.
Três modos devem ser empregados para governar as cidades ou principados que, antes de serem ocupados, viviam com suas próprias leis e em liberdade: primeiro, arruiná-los; segundo, habitá-los pessoalmente e terceiro, deixa-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando em seu interior um governo de poucos, que se conservam amigos. O único modo seguro para conservar tais conquistas é a destruição.
Nos principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente, a dificuldade para se manter no poder pode ser menor ou maior, segundo seja mais ou menos virtuoso quem os conquiste. O príncipe que menos se apoiou na sorte reteve o poder mais seguramente, ou seja: àqueles apoiados pela própria virtude.
Os principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros com muito esforço se mantêm. Esses príncipes estão submetidos à vontade e à força de quem lhes concedeu o Estado, que são duas coisas grandemente volúveis e instáveis: não sabem e não podem manter a posição.
O príncipe que chegar ao principado por meio de crimes deve “conservar a faca na mão”, nunca confiar em seus súditos, pois os mesmos também não confiam em seu príncipe que continuamente os maltrata. Portanto, as ofensas devem ser feitas em um tempo só, assim serão logo esquecidas, enquanto que os benefícios devem ser feitos aos poucos, assim serão sempre lembrados.
O príncipe que chegar ao principado através do favor dos seus concidadãos, não precisa de muita virtude ou fortuna, porém muita astúcia. Este poderá ser chamada de principado civil. O povo não quer ser oprimido ou mandado pelos poderosos, enquanto que esses desejam governar e oprimi-los. Desses anseios têm-se os principados, liberdade ou desordem.
O principado pode ser governado pelos “grandes” com o empréstimo de prestígio a um dentre o povo, tornando-o príncipe, que terá dificuldade para se manter. O povo poderá eleger um príncipe e esse terá menor dificuldade em se manter, devendo o mesmo ter o povo como amigo, pois “de outro modo, não terá possibilidade na adversidade”.
Os principados ficam em perigo quando estão para passar da ordem civil para um governo absoluto. Nessa situação os magistrados podem tomar o Estado. Deve o príncipe ter suas bases fundamentadas na adversidade, no momento em que o Estado precise dos cidadãos e não na época de paz, quando todos precisam do Estado.
O príncipe pode ter um Estado grande e forte, com abundância de homens e dinheiro organizar um exército à altura do perigo, mantendo-se por si só ou depender da força de defesa de outrem, sendo obrigados a refugiar-se atrás dos muros da cidade. No segundo caso, o príncipe deve ter uma cidade com fossos e murros adequados, artilharia suficiente, armazéns públicos com viveres suficientes para um ano, para a plebe e o povo.
Os principados eclesiásticos são adquiridos pela virtude ou fortuna e sustentados pelas ordens estabelecidas na religião. São principados seguros e felizes.
Dentre as espécies de milícias e soldados mercenários meios ofensivos e defensivos dos principados, as boas leis e armas devem ser os principais fundamentos dos principados novos ou velhos. Onde existam armas é necessário que existam boas leis.
As armas que um príncipe defende seu Estado podem ser próprias ou mercenárias, ou auxiliares ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas, pois são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas e infiéis, estando o Estadoinseguro. Por essa razão o príncipe deve ir pessoalmente com as suas tropas e exercer as atribuições do capitão.
Os soldados ou tropas auxiliares são inúteis e se apresentam quando chamadas por um poderoso para defender seu Estado, juntamente com suas tropas. A covardia é o maior perigo das tropas mercenárias, o valor nas auxiliares. As tropas mistas são parte de tropas próprias e parte de mercenárias.
O principado estará seguro somente por armas e forças próprias. Essas são constituídas de súditos, cidadãos ou de criaturas suas, as demais são mercenárias ou auxiliares.
O único objetivo e competência do príncipe é a guerra, sua organização e disciplina, que pode se dar de dois modos: com ações e com a mente. Quanto às ações, deve manter as tropas bem organizadas e exercitando-as para que conhecer o próprio país e identificar as defesas que ele oferece, entendo assim qualquer outra região que tiver que observar. Quanto ao exercício da mente, deve ler as histórias e observar as ações e as causas das vitórias e derrotas dos grandes homens nas guerras, assim aprendendo como agir quando necessário.
Para o príncipe se manter é necessário aprender a ser ruim e não ter bondade, conforme a necessidade.
O príncipe não pode ser liberal, deve gastar pouco para não precisar roubar seus súditos e assim não ficar pobre, desprezado e com fama de miserável. Ao contrário, deve o príncipe, ser liberal e generoso doador daquilo que saqueou com seu exército.
Um príncipe não deve temer a má fama de cruel, “desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais”, “pois é muito mais seguro ser temido do que amado”. Deve derramar ao sangue de alguém quando existir conveniência e justificativa manifesta, também se abster de tomar os bens e as mulheres de seus cidadãos e de seus súditos, não se tornando assim odioso e desprezível. “Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio”.
O príncipe deve saber combater de dois modos: um com as leis, própria do homem e outro com a força, própria dos animais. Necessitando empregar o animal, deve tomar como modelo a raposa e o leão.
Sempre terão razões legítimas para justificar a quebra da palavra empenhada pelo príncipe, quando isso for prejudicial aos seus interesses e desaparecerem as causas que o levaram a empenhá-la. Mas é necessário saber disfarçar esta qualidade e ser grande simulador e dissimulador, pois “todos vêem o que tu aparentas, poucos sentem aquilo que tu és; e esses poucos não se atrevem a contrariar a opinião dos muitos que, aliás, estão protegidos pela majestade do Estado”.
Para evitar ser odiado e desprezado, o príncipe de evitar ser volúvel, leviano, efeminado, pulsânime, irresoluto. Em suas ações se reconheça grandeza, coragem, gravidade e fortaleza. Suas sentenças sejam irrevogáveis. Temer a ordem interna e a ordem externa.
Deve evitar ser odiado por qualquer classe social, evitando principalmente das mais poderosas. Deve atribuir a terceiros as coisas odiosas e reservar para si aquelas de graça, estimando os grandes e não se fazer odiado pelo povo.
Se não for odiado e ter benevolência popular, não será perturbado por conspirações, pois o ódio se adquire tanto pelas boas como pelas más ações e este, somado ao desprezo poderá ser a causa da ruína dos imperadores ou de um príncipe.
O príncipe para conservar seguramente um novo Estado, agregando-o ao antigo, pode desarmar os súditos. Em tempo de paz poderá dividir as terras submetidas e assim facilmente manejar os súditos. Quando for hábil e tenha ocasião, deve nutrir inimizades contra si mesmo, que eliminada esta, terá ascensão de sua grandeza. Deve conquistar o apoio dos suspeitos no início do governo, pois esses serão mais leais e terão maior utilidade.
O príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos estrangeiros, deve construir as fortalezas; caso contrário, deverá destruí-las. A melhor fortaleza que possa existir é não ser odiado pelo povo.
Para um príncipe ser estimado, convém acima de tudo, empenhar-se em dar de si, com cada ação, conceito de grande homem e de inteligência extraordinária. Também quando verdadeiro amigo e vero inimigo, ou seja, quando sem qualquer consideração se revela em favor de um, contra outro. Príncipes irresolutos que ficam na neutralidade caem em ruína. Deve ter a cautela de jamais fazer aliança com um mais poderoso que ele para atacar os outros, salvo quando necessário, porque poderá se tornar seu prisioneiro.
O príncipe deve mostrar-se amante das virtudes, oportunizando as virtudes dos homens e honrando os melhores numa arte. Animar seus cidadãos a exercer, pacificamente, o comércio, agricultura e outras ocupações, instituindo prêmios como incentivo à prática dessas atividades e qualquer forma de engrandecer a sua cidade ou Estado. Ainda, promover festas e espetáculos para distrair o povo e se fazer presente, se mantendo sempre firme, em todos os eventos.
É importante para o príncipe a escolha dos ministros, pois quando os homens que o cercam são capazes e fiéis, será reputado de sábio. Um método infalível para conhecer um ministro, é perceber se ele pensa mais em si do que no príncipe, e em todas suas ações tem interesse próprio. Por outro lado, o príncipe deve enriquecê-lo e honrá-lo. 
Um príncipe prudente deve afastar os aduladores e escolher, em seu Estado, homens sábios e somente a eles dar liberdade de falar-lhe a verdade daquilo que sejam questionados. Depois de consulta-los, deliberar por si só e ao seu modo. Um príncipe que não é sábio, não pode ser bem aconselhado, a menos que por acaso confiasse em um só e fosse homem de extrema confiança.
Os príncipes italianos perderam seus Estados por um defeito comum quanto às armas ou tiveram a inimizade do povo, ou, com a amizade do povo, não souberam se garantir contra os grandes.
O príncipe que se apoia totalmente na sorte arruína-se segundo as variações dessa, enquanto aquele que procede conforme a natureza do tempo será feliz.
O Príncipe, obra de Machiavelli, foi oferecida a Lorenzo de Medici, na oportunidade a família Medici governava Florença e tinha um de seus membros no papado de Leão X. No final da obra, o autor exprime sua vontade de que a Casa dos Medici deveria aproveitar a ocasião, depois de muito tempo, para ter um príncipe novo, forte e que libertasse a Itália de seus invasores, tornando-se assim um redentor. 

Outros materiais