Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Infraestrutura portuária APRESENTAÇÃO A infraestrutura portuária compreende atracadouros, terminais fluviais, lacustres, pátios de manobra, áreas de estacionamento e espera, edifícios, armazéns, equipamentos apropriados para receber, armazenar, movimentar e embarcar mercadorias, além das relações ambientais e com a economia regional. A infraestrutura do porto deve ser adequada às características e à adaptalidade física da região, aos podutos e às necessidades de manejo para as diferentes modalidades de transporte, principalmente a aquaviária, a infraestrutura disponível nos principais portos do mundo e no Brasil. Os portos são as estruturas adequadas para atracar e movimentar com instalações necessárias ao embarque e desembarque de mercadorias e de passageiros no modal de transporte aquaviário. Destacam-se as principais funções e atividades dos operadores portuários, os responsáveis pela plena operação das atividades administrativas, fiscais e operacionais para assegurar a plena operação portuária. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais características da infraestrutura portuária brasileira, com destaque para os portos e a figura do operador portuário. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar a estrutura portuária brasileira. • Identificar os portos brasileiros e suas principais características. • Caracterizar o operador portuário. • DESAFIO A infraestrutura portuária, com seus inúmeros aspectos, é dividida em três grandes segmentos: a infraestrutura aquaviária, que compreende a geografia marítima e as condições de acesso ao porto; a superestrutura portuária, que inclui os cais ou terminais, armazéns, áreas de armazenagem, equipamentos de movimentação; e a infraestrutura terrestre, com as vias de acessos, vizinhança do porto e parte externa. Os terminais, em qualquer tipo de modalidade de transporte, são estruturas físicas adequadas para executar e facilitar o embarque e o desembarque de cargas e/ou passageiros. Acompanhe a situação a seguir: Considerando os aspectos da infraestrutura aquaviária, da superestrutura portuária e da infraestrutura terrestre, identifique os principais motivos para a escolha do terminal de contêineres e cargas gerais de grande porte. INFOGRÁFICO A infraestrutura portuária é ampla, pois envolve componentes físicos, administrativos e sociais. A estrutura portuária pode ser observada em três grandes segmentos: infraestrutura marítima, superestrutura portuária e infraestrutura terrestre. Veja, no Infográfico, algumas das características que fazem parte desses segmentos da infraestrutura portuária. CONTEÚDO DO LIVRO Uma das bases do transporte aquaviário são os portos. São localizados próximos a mares, rios e lagos e têm como funções o carregamento e o descarregamento de cargas, bem como o embarque e o desembarque de pessoas. A estrutura portuária é apresentada em três estágios: infraestrutura aquaviária, sobre todos os componentes que envolvem um porto desde o ponto de entrada na área potuária, o canal de acesso, canal; a superestrutura portuária, composta pelos elementos físicos e operacionais de um porto, cais, equipamentos, armazéns e outros; e a infraestrutura terrestre, que compreende os pátios e as vias de movimentação de cargas e veículos. No capítulo Infraestrutura portuária, da obra Transporte e distribuição, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá a infraestrutura portuária como um elemento de interrelaçao entre os modais de transporte, apresentando diversas visões e perspectivas sobre portos em relação a questões de posicionamento geográfico, tipos de cargas, tipos de portos e finalidades. Boa leitura. TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO Cícero Fernandes Marques Infraestrutura portuária Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar a estrutura portuária brasileira. Identificar os portos brasileiros e suas principais características. Caracterizar operador portuário. Introdução Neste capítulo, você vai estudar a infraestrutura portuária, que é composta por portos aéreos, marinhos e térreos, como cais, pátios, prédios, equi- pamentos e operações, conhecendo suas principais características e seu papel no modal aquaviário. Além disso, vai ler sobre os diversos tipos de portos, a perspectiva global e a sua classificação conforme a regulamenta- ção brasileira, estabelecendo uma inter-relação com as infraestruturas dos demais modais. Por fim, você vai conhecer as características e estruturas dos portos brasileiros, os principais terminais portuários, tipos de cargas que operam, a posição dos portos nacionais em ranking mundiais e os investimentos necessários para ampliar a capacidade e a produtividade. 1 Estrutura portuária brasileira Uma das bases do transporte aquaviário são os portos, locais onde pessoas e cargas embarcam e desembarcam com o objetivo de movimentar produtos para satisfazer necessidades e desejos. Ao longo da história, o transporte evoluiu. Inicialmente, o homem foi o seu próprio meio de deslocamento, ao se movimentar e carregar os materiais necessários. Posteriormente, passou a utilizar animais para realizar o transporte (BARAT, 2007). Na jornada evolutiva do transporte, a modalidade aquaviária surgiu do desafio de superar distâncias ao navegar e atravessar rios e mares, forjando o desenvolvimento de embarcações de maior porte. Novos meios de propulsão e tração foram desenvolvidos, como remos, velas, vapor, motores a combustão. Desse modo, expandiu-se a capacidade em transportar maiores volumes e em menos tempo, encurtando as distâncias (KEEDI, 2020). A intensificação das navegações permitiu trocas mais frequentes entre povos de diferentes continentes, necessitando de mais locais para atracar embarcações, com proteção e segurança para correntes marítimas e inimigos, além de áreas para transferência de cargas e passageiros entre os navios e os cais. Os meios de transporte continuaram evoluindo, integrando novas desco- bertas às existentes, com navios e barcas de diversos os tamanhos, formatos, tipos e finalidades, muitos com grande capacidade de carga com centenas de milhares de toneladas. Os veículos terrestres são representados pelos modos ferroviário e rodo- viário. Os sistemas dutoviários são utilizados na movimentação de líquidos (originalmente água). O mais recente dos meios de transporte é o avião, no transporte aéreo, que tem um relevante papel na troca de mercadorias com grande velocidade entre cidades, regiões, países e continentes (SEYOUM, 2014). O conceito de porto, segundo o Dicionário de Logística (2020), é de lugar em costa, rio, lagoa ou outro meio de transporte, dotado de instalações adequadas, onde as embarcações podem fundear ou amarrar e estabelecer contatos em terra e realizar embarque e desembarque de passageiros e carga. Os portos, em função da interface com os demais modais e suas atividades centrais, evoluíram pelas gerações, segundo Roa et al. (2013). A primeira geração de portos, até 1950, se limitava em estabelecer uma conexão entre a terra e o mar. A segunda geração evoluiu para apoiar as exportações de economias em crescimento. Já a terceira geração ampliou os processos de exportação e o uso mais frequente do container. Por fim, a quarta e a quinta gerações ampliaram os processos de integração e sinergia entre todos que atuam nos portos, com a digitalização, e se voltaram para oferecer mais serviços e possibilidades aos usuários ou clientes (UNITED NATIONS, 2019). Observe na Figura 1 como ocorreu essa evolução. Infraestrutura portuária2 Figura 1. Gerações dos portos. Fonte: Adaptado de Hlali e Hammami (2017). As operações portuárias necessitam de local específico para atracar, áreas contíguas para realizar as diversas operações, movimentar os materiais e recursos conforme o produto para transportar.A crescente complexidade de operações, recursos e interconexões necessitam de uma sofisticada estrutura administrativa e operacional para assegurar a plena governança e o geren- ciamento do porto e proporcionar valor econômico agregado aos usuários. A escolha e a implementação das estruturas e operações portuárias estão diretamente ligadas ao tipo de carga que movimentam. Cargas e tipos de cargas Um dos grandes desafi os dos transportes é o carregamento, o descarregamento e o transbordo de um meio de transporte a outro, ou entre veículos de um mesmo modal. O porto é um espaço intermodal em sua essência. À medida que as embarcações e os meios de transporte ampliaram suas capacidades, os produtos foram movimentados em maior escala. Segundo Keedi (2020), inicialmente eram transportados alimentos e bebidas in natura. Posteriormente, eram transportados em barricas de madeira. Os recursos e equipamentos de movimentação evoluíram de cordas e roldanas para guin- dastes com cabos de aço, deslocando cargas maiores, com redução do esforço humano bruto para o esforço mecânico. 3Infraestrutura portuária O conceito de unitização é a consolidação de volumes pequenos em outro maior, com formatos padronizados, facilitando as operações, evitando manu- seios desnecessários e otimizando os espaços, segundo Bertaglia (2016). A padronização pode ocorrer por meio de caixas de diversos materiais e tamanhos, como papelão e plástico, para agrupar e facilitar a movimentação de contendores menores usa-se paletes e/ou containers. O container foi a grande revolução, conforme Rodrigues (2014), pois possibilita carregar na origem e descarregar no destino, sendo transportado por vários modais. É um equipamento padronizado, regulamentado e fiscalizado internacionalmente, para assegurar a integridade das cargas e facilitar as movimentações e transbordo. É o principal recurso no transporte internacional, colaborando para a redução de tempo e custo. Veja na Figura 2 um pátio de containers. Figura 2. Pátio de containers. Fonte: Travel mania/Shutterstock.com. Para atender à crescente demanda por containers, desde 1956, foram construídos navios para transportá-los. A primeira geração foi de navios graneleiros ou navios-tanque, modificados para transportar até 1.000 TEUs (containers). O primeiro foi o Ideal-X, um navio-tanque T2 da segunda guerra mundial, e possuía seus próprios guindastes. Os portos não estavam equipados para lidar com containers nessa época (RODRIGUE, 2020). Em 1970, passaram a ser construídos navios para transporte exclusivo de containers. A segunda geração de navios porta-containers era também cha- mada de celulares. Isso porque se tratam de células que hospedam containers Infraestrutura portuária4 em pilhas de diferentes alturas. Dependendo da capacidade do navio, alguns movimentavam até 2.500 TEUs. As várias gerações dessas embarcações podem ser observadas na Figura 3. O Gulsun, navio entregue em 2019, transporta quase 24.000 TEUs, com capacidade de movimentar 225.000 toneladas. Na Figura 5, cada conjunto de 50 TEUs (50 containers) é igual a um bloco amarelo. Figura 3. Evolução dos navios porta-containers. Fonte: Adaptada de Stromberg (2015). 5Infraestrutura portuária As cargas transportadas em navios são as mais variadas. Classificam-se como gerais e sólidas e possuem características e tamanhos variados, como máquinas, veículos, equipamentos, bobinas de aço, bobinas de papel, granéis sólidos (cereais: soja, milho), minérios (ferro), granéis líquidos (petróleo e seus derivados) e gases diversos, produtos perigosos, containers, entre outros. Portanto, produtos de todas as formas, medidas, pesos e quantidades podem e são transportados em navios, independentemente se forem a granel, por containers ou em embalagens. No Quadro 1, é possível identificar os diversos tipos de cargas e suas principais características, conforme Seyoum (2014). Fonte: Adaptado de Seyoum (2014). Tipo de carga Descrição Carga geral Volumes acondicionados em sacos, fardos, caixas, cartões, engradados, amarrados, tambores e outros, ou sem embalagens, como veículos, maquinários industriais e blocos de pedra. Granel sólido Carga homogênea, apresentando-se sob a forma de sólidos secos. Embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades. Exemplos: soja, milho, trigo, minério de ferro e outros. Granel líquido/gasoso Carga homogênea, apresentando-se sob a forma de líquidos e gases. Embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades. Exemplo: petróleo, gases, sucos e outros. Frigorificada (refree) Cargas de produtos resfriados e congelados, embaladas e movimentadas em paletes ou outros tipos de contendores e transportadas em navios especiais com diversos porões frigorificados e refrigerados em diversas temperaturas. Containers Cargas dos mais variados tipos, acomodadas em contendores metálicos padronizados, com diversas aplicações para agilizar a movimentação de produtos. É o tipo de carga que mais cresce, pela agilidade e pela flexibilidade nas operações intermodais. Quadro 1. Tipos e características das cargas Infraestrutura portuária6 Cada porto necessita de um conjunto de estruturas especializadas para a sua plena operação. A integração internacional dos mercados e a sofisticação dos produtos tornam necessário transportar com maior eficiência, redução de perdas e custo e maior velocidade para carregar e descarregar os materiais, exigindo especialização dos terminais de carga. Tipos de portos O modal aquaviário pode ser marítimo (navegação nos mares e oceanos), fl uvial (navegação em rios) e lacustre (navegação em lagos e lagoas). As principais fi nalidades dos portos, segundo Rodrigue (2020) e Novack et al. (2019), são as seguintes. Portos interiores (inland ports): portos de águas menores, como lagos ou rios. Normalmente, são usados para carga e passageiros, como na Amazônia (fluviais e lacustres). Portos fluviais (river port): recebem linhas de navegação oriundas e destinadas a outros portos dentro da mesma região hidrográfica ou com comunicação por águas interiores. Veja na Figura 4 o porto fluvial de Santarém, no rio Tapajós, com exportação de grãos. Figura 4. Porto fluvial. Fonte: Matyas Rehak/Shutterstock.com. 7Infraestrutura portuária Portos lacustres: recebem embarcações de linhas dentro de lagos, em reservatórios restritos, sem comunicação com outras bacias. Portos marítimos (sea port): estão situados ao longo de uma costa e aptos a receber linhas de navegação oceânicas, tanto em navegação de longo curso (internacionais) quanto em navegação de cabotagem (domésticas), independentemente da sua localização geográfica. Por exemplo, o porto de Manaus, apesar de estar situado no rio Negro, é considerado marítimo por ser de longo curso. Porto marítimo de águas profundas (deep water sea port): porto com calado médio (profundidade = distância vertical da superfície da água ao fundo do mar), no canal de entrada e na área do terminal, excede 13,72 m. Terminal portuário (port terminal): terminais dedicados, terminais simples, cujo material carregado ou baixado é sempre o mesmo. Suas instalações são acessíveis apenas ao tipo de mercadoria que gerenciam. Os terminais dedicados mais comuns são aqueles que movimentam soja, carvão e outros minerais. Porto organizado: bem público aparelhado para atender às necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias. O tráfego e as operações portuárias estão sob a jurisdição de autoridade portuária. Área do porto organizado: área delimitada por ato do Poder Executivo, que compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e acesso ao porto organizado. Instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado. Utilizada em movimentação de passageirose em movimentação ou armazenagem de mercadorias destinadas ou prove- nientes de transporte aquaviário. Terminal de uso privado (TUP): instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado. Estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada me- diante autorização, localizada fora da área do porto organizado e uti- lizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias em embarcações de navegação interior ou cabotagem. Hub port: porto de transbordo, porto concentrador de cargas e de linhas de navegação. Instalação portuária pública de pequeno porte: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora do porto organizado Infraestrutura portuária8 e utilizada em movimentação de passageiros ou mercadorias em em- barcações de navegação interior. Instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada mediante arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes, bagagens e insumos para o pro- vimento e abastecimento de embarcações de turismo. Portos de água quente (warm water ports): desconhecido no Brasil. Portos em regiões geladas cujas águas não congelam no inverno. Operam o ano todo, sem interrupção. Exemplos: portos de Valdez, no Alasca, e Vostochny, na Rússia. Portos de pesca: especificidade das embarcações e proximidade de pontos pesqueiros. Portos secos (dry port): Estação Aduaneira Interior (EADI). Terminal multimodal terrestre diretamente ligado por estrada e/ou via férrea e/ ou aérea, composto por um depósito alfandegado localizado na zona secundária (fora do porto), geralmente no interior, para aumentar a eficiência da importação e da exportação de cargas. Porto de passageiros (passenger port): terminais específicos para atender a navios de passageiros. Deve possuir pontes móveis para facilitar o acesso das pessoas. Porto de origem: portos de onde são embarcadas as mercadorias. Porto de destino: porto para onde as cargas são desembarcadas. Porto de escala (port of call) porto onde há operações de embarque/ desembarque de mercadorias para posterior encaminhamento aos des- tinos finais. Porto de trânsito (transit port): o navio faz uma escala para abasteci- mento de combustível sem movimentação de cargas e passageiros em trânsito internacional para outro destino. Porto RO-RO (rol-on rol-off ): porto com acesso para navios que ope- ram com sistema de carregamento de veículos por próprios meios dos veículos, caminhões. Veja um exemplo na Figura 5. 9Infraestrutura portuária Figura 5. Porto com navio roll-on roll-off. Fonte: Studio concept/Shutterstock.com. Os tipos de portos no Brasil são definidos em legislação específica, com a Lei nº. 12.815, de 5 junho de 2013 (BRASIL, 2013a), regulamentada pelo Decreto nº. 8.033, de 27 de junho de 2013 (BRASIL, 2013b), e pelo Decreto nº. 9.048, de 10 de maio de 2017 (BRASIL, 2017a), que modernizaram a ex- ploração dos portos, das instalações portuárias, dos contratos de concessão e arrendamento. A Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), do Ministério da Infraestrutura, é responsável pela formulação de políticas e diretrizes para o fomento do setor dos portos e da execução de medidas, dos programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura portuária e da aprovação dos planos de outorgas, para assegurar segurança e eficiência ao transporte aquaviário de cargas e de passageiros no País. A seguir são descritos os tipos de navegação, segundo Dias (2012). Navegação de cabotagem: navegação entre portos brasileiros, por via marítima ou via marítima e vias interiores. Navegação interior (fluvial e lacustre): navegação entre portos fluviais brasileiros usando exclusivamente as vias interiores. Navegação de longo curso: entre portos brasileiros e portos estran- geiros, sejam marítimos sejam fluviais. Infraestrutura portuária10 Uma interessante abordagem sobre a relação entre transporte de merca- dorias, comércio e crescimento econômico é apresentada por Feige (2007), com a análise da correlação de dados entre o aumento do transporte marítimo e o crescimento econômico da região onde se situa. Um porto envolve um grande conjunto de fatores, desde a relação do porto com a economia regio- nal e nacional, até a localidade onde está situado, assim como as questões geográficas e ambientais. Estrutura dos portos A infraestrutura de um porto deve ser observada sob algumas perspectivas, de acordo com o tipo: infraestrutura aquaviária, superestrutura portuária e infraestrutura terrestre (ALFREDINI; ARASAKI, 2018). Veja a seguir quais são elas. Infraestrutura aquaviária A infraestrutura aquaviária é composta por localização, acesso ao porto, quebra-mares, hidrovias, bacia de evolução, berço de atracação, entre outros. Localização A posição geográfi ca de um porto se refere ao tipo de costa e às condições náuticas para a instalação física. Constante et al. (2016) afi rmam que a posição geográfi ca de um porto compreende diversos aspectos físicos e ambientais, como pode ser observado na Figura 6. 11Infraestrutura portuária Figura 6. Instalações portuárias. Fonte: Adaptada de Rodrigue e Notteboom (2020). A Figura 6 ilustra as diferentes possibilidades de localização de instala- ções portuárias em função de sua geografia costeira, pontuando as melhores condições de proteção às embarcações para facilitar as operações de carga e descarga, os canais de acesso como a delta de rios e outros, a profundidade, os cais para atracação e a retaguarda de apoio. Os portos têm dois grandes fatores, listados a seguir, segundo Rodrigue (2020). 1. Hinterland (hinterlândia): compreende a área de influência geográfica e o potencial gerador de cargas a serem movimentadas (interior). 2. Foreland: compreende o espaço marítimo de alcance do porto, as condi- ções estruturais, o porte dos navios que pode atracar e as especialidades que opera, definindo os destinos (mercados) que alcança pela conexão com outros portos conectados por rotas regulares das frotas de navios. Roa et al. (2013) explicam que os portos, para serem relevantes, devem ter capacidade aquaviária e econômica simultaneamente. Infraestrutura portuária12 Canal de acesso Para Alfredini e Arasaki (2018), um canal de acesso é o trecho hidroviário que interliga os berços de atracação (cais) de um porto ao mar aberto. Os principais tipos de canais de acesso são mar aberto ou canal externo, em águas desabrigadas e em águas relativamente abrigadas. A Figura 7 apresenta um canal de acesso a um porto. Figura 7. Canais de acesso. Fonte: Wojciech Wrzesien/Shutterstock.com. A definição do acesso ao porto compreende coletar dados do ambiente físico e as batimetrias existentes, como características do fundo do mar, estudo dos ventos (intensidades, frequências e sentidos preponderantes), visibilidade do canal, observação das ondas (tipos, marés, correntes marítimas) e as con- dições do fundo do canal, entre outros (PERMANENT INTERNATIONAL ASSOCIATION OF NAVIGATION CONGRESSES — PIANC et al., 2003). Na parte interna, o canal de acesso possui uma área de giro e/ou atracação para permitir a realização de manobras de parar e girar. Alinhamento: conjunto de sinais fixos, de coordenadas conhecidas, pontos luminosos dotados ou não de placas de visibilidade que orientam o navegante na direção coincidente com o eixo de um canal. Os sinais fixos de alinhamento, segundo Alfredini e Arasaki (2018) são: 13Infraestrutura portuária a) farol, farolete ou baliza anterior (mais próximo do navegante que inicia o alinhamento); b) farol, farolete ou baliza posterior (mais afastado do navegante que inicia o alinhamento). Veja na Figura 8 um farol de sinalização de entrada do canal de acesso. Figura 8. Farol de sinalização. Fonte: Bryan Godfrey/Shutterstock.com. Largura: distância entre as duas margens do canalpara possibilitar o trânsito de navios. Profundidade: distância vertical entre a superfície do mar e o fundo do canal. Devem ter duas medidas a avaliar, em função das marés que provocam oscilações na profundidade. Para garantir a manutenção da profundidade e a plena navegação, são necessários monitoramento do canal e ações de dragagem, para retirar assoreamentos acumulados. Limites operacionais: necessário para assegurar a condução dos na- vios em todas as condições de maré e tempo. Os limites devem ser observados para garantir a segurança das operações e dos navios, como marés, ondas altas, correntes fortes, velocidade e sentidos dos ventos, distância entre a quilha do navio e o fundo do canal, que são detalhes de atratividade comercial. Infraestrutura portuária14 Tráfego marítimo e análise de riscos: os portos devem oferecer pro- teção aos navios e às operações, e o canal de acesso deve oferecer segurança e navegabilidade para o tráfego dos navios. O risco marítimo compreende o risco à vida, danos ao meio ambiente marinho e perdas comerciais que um porto possa vir a sofrer no caso de acidente. O risco global é medido pela frequência da ocorrência de um tipo de acidente, associado às consequências (vítimas, danos físicos e ambientais ou perda de receita em potencial). Bacia de evolução (evolution basin) “É a área fronteiriça às instalações de acostagem, reservada para as evoluções necessárias às operações de atracação e desatracação dos navios no porto” (BRASIL, 2017b, documento on-line). Bacia de fundeio ou ancoradouro Local onde as embarcações lançam as âncoras e fi cam estacionadas, aguardando atracação ou realizando reparos, sem criar obstáculos a circulação das demais embarcações (ROJAS, 2014). Berço de atracação berço (cradle) É o local de atracação da embarcação no cais. É amarrada ao cabeço de amarração, ou bollard, poste vertical, normalmente de ferro, fi xado no cais. É o ponto onde as embarcações serão atracadas e as movimentações de cargas serão realizadas (BRASIL, 2017b). Quebra-mares (breakwaters) É a construção que recebe e rechaça o ímpeto das ondas ou das correntes para defender as embarcações que se recolhem no porto, baía ou outro ponto da costa (ROJAS, 2014). 15Infraestrutura portuária Os outros componentes da infraestrutura aquaviária são utilizados em função de aplicações ou circunstâncias específicas. Superestrutura portuária Segundo Alfredini e Arasaki (2018), a superestrutura portuária é a parte física e operacional do porto e compreende as áreas de apoio para as operações portuárias. Ou seja, é o porto propriamente dito. A superestrutura portuária deve ser projetada em função dos tipos de carga, volumes, sazonalidades das movimentações, especialidades do porto e outras para dimensionar o terminal aquaviário, para atender as necessidades de armazenamento e movimentação e proporcionar maior efi ciência e redução de custos. A Figura 9 apresenta uma visão geral de uma superestrutura portuária. Figura 9. Visão geral de um porto. Fonte: StockStudio Aerials/Shutterstock.com. A superestrutura compreende a parte física do porto junto ao mar onde ficam os berços, onde os navios atracam e onde são realizados embarques e desembarques de cargas, passageiros, tripulantes e bagagens. Nos casos em que a profundidade do cais é menor que o desejável, podem ser necessárias Infraestrutura portuária16 edificações de cais afastados da costa para atender a navios de maior porte, locais com maior profundidade e plataformas interligadas fisicamente com o porto para a movimentação das cargas. São os chamados cais off-shore. Os locais onde os navios atracam no cais são as docas, ou berços (ROJAS, 2014). O suporte operacional da superestrutura é constituído por pátios de estocagem (log decks), áreas reservadas para armazenagem de produtos e movimentação por via terrestre. Apoiam as movimentações de carregamento e descarregamento dos navios e locais para a guarda dos materiais aguardando embarque. Esses espaços próximos aos navios agilizam a movimentação das cargas. Outro componente operacional da superestrutura são os depósitos, se- gundo Novack et al. (2019), que compreendem: armazéns gerais, cobertos e protegidos para estocar cargas gerais, e armazéns frigorificados, com estoque de produtos refrigerados e frigorificados em temperaturas indicadas para o armazenamento de alimentos. Os silos são estruturas horizontais ou verticais que armazenam grandes volumes e milhares de toneladas de produtos agrícolas a granel. Veja na Figura 10 um silo de cereais. Figura 10. Silo de cereais. Fonte: Iuliia_K/Shutterstock.com. Já os tanques são estruturas para armazenagem de granéis líquidos, como petróleo e derivados, sucos de frutas, produtos químicos e outros líquidos. Os containers, por sua vez, são estacionados nos pátios específicos, desco- bertos, com definição de endereçamento, quadrantes, ruas e posições. São 17Infraestrutura portuária empilhados em andares, com vias para a circulação de guindastes e pórticos, os transtainers. Veja na Figura 11. Figura 11. Pátio de containers. Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock.com. Outros recursos da área operacional da superestrutura são os equipamentos para movimentação interna de cargas nos portos (CONSTANTE et al., 2016). Os transtainers são estruturas metálicas, que movimentam containers do pátio até a posição embarcada nos navios. Observe a Figura 12. Figura 12. Transtainer. Fonte: Travel mania/Shutterstock.com. Infraestrutura portuária18 Pás carregadeiras e tratores operam nos pátios e nos porões dos navios, na movimentação de alguns tipos cargas a granel, minerais e outros sólidos secos. Os shiploaders são equipamento móveis em forma de torre, com duto projetado para lançar materiais diretamente nos porões dos navios. Carregam continuamente granéis sólidos, como carvão, fertilizantes, minério de ferro, grãos e outros. Os shiploaders são abastecidos por um conjunto de correias transportadoras que conduzem os granéis sólidos desde os silos até os porões dos navios. As oficinas de manutenção e reparo servem para manutenção da parte mecânica de equipamentos e embarcações e reparos nos cascos. Podem ser on-shore, quando o serviço é executado com o navio atracado ao cais, e off- -shore, com o navio fundeado na bacia ou mar aberto (NOVACK et al., 2019). O Código Internacional para Segurança de Navios e Instalações Portuá- rias (ISPS Code) é a norma internacional de segurança, implementada pela Organização Marítima Internacional (IMO) em 2004, após os atentados de 11 de setembro. Os governos dos países associados à IMO determinam os níveis de proteção a serem adotados para minimizar o impacto no funcionamento e na eficiência das operações (ISPS Code..., 2012). Os padrões de segurança são de natureza preventiva de incidentes, com procedimentos de identificação e acesso ao porto, monitoramento por câme- ras, geradores de energia, sistema de iluminação na área primária, sistema de leitura de código de barras e RFID, balanças nos acessos de caminhões e trens, cercas perimetrais, área exclusiva para a polícia federal, entre outros. No Brasil, as inspeções e certificações dos terminais são de responsabili- dade da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (CONPORTOS), em conformidade com o código internacional da IMO. Infraestrutura terrestre A infraestrutura terrestre compreende todos os recursos que viabilizam o transporte das cargas entre as embarcações e os limites de área portuária, rodovias, ferrovias, dutos, correias transportadoras, pátios dos terminais de embarque e desembarque de cargas e passageiros, pátios de armazenagem, centros administrativos e operacionais, áreas instalações dos órgãos públicos e polícia federal, segundo Rojas (2014). As vias para deslocamento de cargas são vias perimetrais para movimen- tação, constituídas pelas rodovias internas, que circundam pelos armazéns eoutros prédios do porto, para os equipamentos com pneus, e vias permanentes, 19Infraestrutura portuária para circulação de trens e equipamentos ferroviários ao longo do cais. É o conjunto de correias transportadoras e dutos desde os armazéns e tanques até a borda dos navios para embarque ou desembarque (BRASIL, 2017b). O retroporto compreende a área interna do porto destinada à prestação de serviços e ao estacionamento de caminhões para descarregamento e car- regamento de cargas. 2 Portos brasileiros: características e desempenho Os portos brasileiros movimentam produtos com origem extrativista, como minerais, e produção agrícola, como grãos, produtos industrializados, como automóveis, e outras cargas. O sistema portuário brasileiro agrupa todas as estruturas portuárias nacionais, constituídas pelas seguintes instalações (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO — ANTAQ) (2020a): 34 portos públicos organizados, portos com administração da União ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos e entidades concessionárias na administração dos portos; 147 terminais de uso privado (TUPs), junto aos portos públicos orga- nizados e terminais inteiros; 32 estações de transbordo de carga; 2 instalações portuárias de turismo (IPTs); 39 portos fluviais; 156 instalações portuárias sob registro. A Figura 13 apresenta um mapa com a localização dos portos brasileiros. Infraestrutura portuária20 Figura 13. Instalações portuárias brasileiras. Fonte: Adaptada de Antaq (2020a). Modalidades e volumes de carga dos portos brasileiros As estruturas portuárias brasileiras movimentaram, em 2019, 65 mil atraca- ções, 1,2 bilhão de toneladas, sendo 72% de navegação de longo curso, 21% por navegação de cabotagem e 7% por navegação interior. Veja, a seguir, as principais modalidades de carga movimentadas, conforme Antaq (2020a). Granel sólido: 65,7%. Granel líquido: 19,8%. Containers: 10,7%. Carga geral: 4,4%. O relatório da Antaq (2020a) cita que os portos brasileiros movimentaram, em 2019, 1.104 bilhões de toneladas. As principais cargas movimentadas por meio de navegação de longa distância foram: 368 milhões de toneladas de minério de ferro; 225 milhões de toneladas de petróleo e derivados; 93 milhões de toneladas de soja; 21Infraestrutura portuária 56 milhões de toneladas de milho; 10,5 milhões de TEUs containers. Principais portos que movimentam containers no Brasil O Quadro 2 apresenta os principais portos brasileiros que movimentaram containers em 2019. Fonte: Adaptado de Antaq (2020b). Porto Em mil TEUs % Santos 3.078 43,3 Itajaí 1,035 14,5 Paranaguá 742 10,4 São Francisco do Sul 594 8,3 Rio Grande 488 6,9 Quadro 2. Principais portos de containers De acordo com o Lloyd’s List One Hundred Ports de 2019, o porto de Santos é o 39º maior porto do mundo em movimentação de TEUs (containers), com 4.122 milhões. O porto líder é Xangai, na China, com 40.010 milhões de TEUs movimentados (SANTOS sobe no ranking..., 2019). Índice de Desempenho Ambiental O Índice de Desenvolvimento Ambiental (IDA) foi desenvolvido para conhecer o grau de atendimento das conformidades socioambientais no espaço portuário. Isso ocorre por meio de indicadores regulados para a avaliação dos sistemas de gestão ambiental que promovem a sustentabilidade dos serviços portuários e o atendimento dos requisitos internacionais. Veja no Quadro 3 o IDA dos 10 portos brasileiros melhores classifi cados em 2018. Infraestrutura portuária22 Fonte: Adaptado de Antaq (2019). Posição Porto % 1 Itajaí 99,48 2 Paranaguá 99,29 3 Itaqui 95,48 4 Terminal PortPecém 90,80 5 Santos 83,32 6 São Francisco do Sul 83,26 7 São Sebastião 83,15 8 Fortaleza 78,38 9 Suape 77,05 10 Imbituba 76,43 Quadro 3. Índice de Desempenho Ambiental (IDA). Frota marítima brasileira A navegação mercante brasileira atua de três formas, como você pode ver a seguir. 1. Cabotagem: a navegação de cabotagem ocorre ao longo da costa bra- sileira e no Mercosul. Segundo a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC) (2020), os armadores nacionais possuem frota de 125 navios, que movimentaram, em 2019, 1.385,861 toneladas de TEUs, com os seguintes tipos de transporte. ■ Cargas doméstica: entre portos brasileiros com origem e consumo no País (667.849 TEUs). ■ Cargas feeder: são cargas direcionadas a um porto concentrador, cargas com origem ou destino final no exterior (609.651 TEUs). ■ Cargas Mercosul: carga internacional entre portos do Mercosul e portos brasileiros ou vice-versa (108.361 TEUs). 2. Longo curso: a marinha mercante brasileira, composta pelos armadores nacionais associados do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação 23Infraestrutura portuária Marítima (SYNDARMA) (2020), possui uma frota de 57 navios de longo percurso, sendo 32 navios de carga geral, 18 navios de granel líquido, navios de granel sólido. 3. Apoio marítimo: as embarcações de apoio marítimo atuam em ativi- dades de exploração e produção de minerais e hidrocarbonetos, pla- taforma submarina, frota de 363 navios. A Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (ABEAM) (2020) desenvolve programa de modernização da frota na construção de embarcações para atuar em águas profundas e ultraprofundas. Desempenho logístico brasileiro Dos diversos indicadores de desempenho logístico de um país, o portuário também é avaliado. O relatório do Logistics Performance Index (LPI) 2018, um índice de desempenho logístico global, o Brasil está situado em 56º lugar, com 72,1% de performance (ARVIS et al., 2018). Estes são os itens medidos: 1. eficiência da gestão aduaneira e de fronteiras na liberação; 2. qualidade da infraestrutura relacionada ao comércio e ao transporte; 3. facilidade de organizar preços internacionais a preços competitivos nos embarques; 4. competência e qualidade dos serviços de logística; 5. capacidade de rastrear e rastrear remessas; 6. frequência com que as remessas chegam aos consignatários dentro do prazo de entrega previsto. O Brasil evoluiu no segmento com a modernização dos portos e a abertura de diversos terminais privados, o que demandou grandes investimentos e ampliou a eficiência e a capacidade de transporte na busca de melhor desempenho e redução de custos operacionais para se tornar mais competitivo. Controle de tráfego marítimo É uma atividade que compreende ações administrativas do agendamento das posições ou berços no cais, para os navios junto aos armadores ou seus agentes marítimos delegados. Inclui o monitoramento e o controle da movimentação dos navios ao longo do canal, bacia de evolução e bacia de fundeio (navios ancorados aguardando o acesso ao berço), além do monitoramento das ope- rações de atracação e desatracação e em trânsito. Infraestrutura portuária24 Administração portuária A administração e a coordenação das atividades de um porto são de respon- sabilidade da autoridade portuária, o que inclui, segundo Alfredini e Arasaki (2018), as atividades a seguir. Garantir canais de navegação seguros e balizados segundo a Association of Marine Aids and Lighthouse Authorities (IALA), referência interna- cional em sinalizações náuticas, balizamento por boias. Cardinais águas profundas, laterais do canal, perigo isolado, águas limpas e especiais de monitoramento. Prestar serviços de praticagem e assistência de rebocadores, quando for o caso. Garantir condições abrigadas de fundeio e atracação. Prestar serviços de movimentação de carga entre embarcação e cais. Realizar a movimentação da carga em terra e estocagem. Garantir suprimentos de combustível, água, eletricidade, telefonia e outros para as embarcações. A autoridade portuária pode atuar segundo uma das seguintes configura- ções, de acordo com Constante et al. (2016). Em alguns portos, a autoridade portuária executa a grande maioria das atividades e serviços compreendidos na área do porto. Portos que executamo planejamento e controle geral, terceirizando todos os serviços. Na maioria dos portos, a autoridade portuária, além do planejamento e do controle geral, executa um conjunto de atividades e terceiriza as demais. No Brasil, além de atender às normas do setor portuário, a autoridade portuária deve observar as demais legislações e diretrizes nacionais e regionais para apoiar o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Veja a seguir os aspectos a serem observados (KEEDI, 2020). Compatibilização com as políticas de desenvolvimento urbano dos municípios de sua região. 25Infraestrutura portuária Identificação da expansão das atividades portuárias em função da carga e realocações de instalações existentes, que contribuam para uma melhor interação porto-cidade. Adequação das instalações do porto para incrementar a eficiência das operações portuárias. Planejamento de curto, médio e longo prazo, considerando as tendências econômico-sociais da região, para atender às demandas internacio- nais, desenvolver planejamento, zoneamento, capacidade de suporte do ecossistema no qual o porto está inserido e atender às legislações. A infraestrutura de um porto deve estar adequada a atender a demanda de movimentação de cargas de sua região, projetar a capacidade operacional para estar ociosa total ou parcialmente o mínimo possível e evitar que embarcações fiquem fundeadas aguardando posição no cais (CONSTANTE et al., 2016). O desafio econômico de um porto, assim como de qualquer terminal nos diferentes modais de transporte, é que há muitos produtos sazonais (como os agrícolas). Por isso, o porto deve buscar na região oportunidades e fontes de cargas para que possa estar em plena operação a maior parte do tempo. O adequado planejamento e a identificação de potenciais necessidades de movimentações pelo modal na região são estratégicos para o sucesso de um porto. Os portos, para construção, manutenção e alocação de equipamentos para movimentação de cargas eficientes, necessitam imobilizar muitos recursos financeiros, tecnológicos e humanos, sendo fundamental um planejamento (BUTTON, 2010). 3 Operadores portuários Até as legislações mais recentes, como a Lei nº. 8.630, de 25 de fevereiro de 1993 (BRASIL, 1993), referentes à modernização dos portos, as atividades portuárias eram executadas por meio de entidades estivadoras que distribuíam os trabalhos em terra e a bordo e da administração do porto. A base legal dos operadores portuários que passaram a ser responsáveis em dirigir e coordenar as atividades portuárias estava em harmonia com a autoridade portuária, passando a executar de forma restrita e desvinculada do setor operacional (DIAS, 2012). O operador portuário é a pessoa jurídica pré-qualificada para a execução de operações portuárias na área do porto organizado (art. 1º, § 1º, inciso III da Lei nº. 8.630/1993) (BRASIL, 1993). As operações portuárias somente podem ser Infraestrutura portuária26 executadas por um operador portuário pré-qualificado. A pré-qualificação é de responsabilidade da administração que analisa os requisitos obrigatórios para a execução da operação portuária, examina e emite o certificado de registro que habilita as organizações a assumirem a responsabilidade na direção e na coordenação das operações portuárias que vierem a efetuar. A Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991 (BRASIL, 1991, documento on-line), trata o tra- balhador avulso como aquele que “[…] presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”. Não há vínculo de emprego, por não se subordinar nem às empresas para as quais presta serviços, nem ao gestor do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). A complexidade do trabalho portuário envolve grande variedade de tarefas, pessoas físicas e/ou jurídicas, dos órgãos vinculados das entidades na execução das atividades portuárias. Os operadores portuários respondem pelas ações desempenhadas e pelos danos causados durante a execução das operações sob sua responsabilidade. As atividades dos operadores portuários são estabelecidas por normas da Antaq. A movimentação de carga a bordo da embarcação deve ser executada de acordo com a instrução de seu comandante ou de seus prepostos, responsá- veis pela segurança da embarcação nas atividades de arrumação e/ou retirada das cargas. As principais operações portuárias envolvem a transferência dos materiais dos armazéns aos navios e vice-versa, de forma sincronizada. Conforme Constante et al. (2016) e Dias (2012): os armadores e seus representantes, os agentes marítimos, ou os non vessel operative common carrier (NVOCC) são armadores virtuais, empresas que não possuem navios próprios, mas contratam de terceiros, e realizam a contratação dos fretes, as datas de chegada das embarca- ções, a reserva e a contratação dos espaços para cargas entre os portos de origem e destino, a negociação dos valores dos fretes, as datas de chegada das embarcações, a agenda de embarque e outros detalhes; os despachantes aduaneiros, profissionais que atuam como represen- tantes do exportador ou importador para realizar o desembaraço adu- 27Infraestrutura portuária aneiro e apresentar a documentação para a alfândega, agem também junto aos operadores do comércio exterior e logístico, como armazéns, transportadores, portos e outros; os operadores logísticos portuários agem no armazenamento, na uniti- zação e na estufagem (carregamento) de containers e na movimentação de cargas para embarques e desembarques, localizados na parte externa das áreas portuárias; transitários ( freight for water) são prestadores de serviços que atuam na intermediação entre embarcadores, transportadores e outros envol- vidos nas operações de comércio internacional; normalmente prestam serviço completo, desde a retirada da carga na origem até a entrega no destino final. Entre os prestadores de serviço, há também: empresas de abastecimento, fornecedores de combustíveis e alimentos às embarcações; serviços de lanchas, rebocadores e práticos (serviços de condução de navios no canal de acesso e manobras nas bacias de evolução); serviços de prontidão ambiental para agir em caso de vazamento de combustível e recolhimento de materiais poluentes nas águas; serviços de assistência à saúde dos tripulantes; serviços de manutenção e reparos das embarcações e equipamentos portuários; serviços de estiva e outros. A tendência das operações portuárias é automatizar grande parte das atividades de movimentação, carregamento e descarregamento dos navios, integração com os armazéns, silos, correias transportadoras e equipamentos portuários, oferta de novos e melhores serviços, para agilizar o transporte e oferecer mais diferenciais aos usuários, tornando o porto mais competitivo. Infraestrutura portuária28 O porto de Roterdã nos Países Baixos (Holanda), com mais de 600 anos de operações, é hoje o maior porto-indústria da Europa e o 10º maior do mundo. Movimenta 470 milhões toneladas de carga por ano. É a principal porta de entrada para a Europa, um mercado de mais de 350 milhões de consumidores. Tem área total de 12.606 hectares e extensão de 42 km, com diversos terminais e indústrias, capazes de receber as maiores embarcações do mundo 24 horas por dia (PORTO de Roterdã, 2020). Tem excelente acessibilidade para embarcações marítimas e conexões intermodais com acessos aquaviários, rodoviários, ferroviários e dutoviário. É referência portuária, totalmente automatizado. Os cais e os pátios de manobra são controlados a partir de torres de operações que coordenam, programam e sincronizam todas as operações de carga e descarga dos navios, observam e monitoram os movimentos dos navios por satélite. Os caminhões que circulam nos pátios não possuem cabines. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO (ANTAQ). Anuário estatístico 2019. 2020b. Disponível em: http://portal.antaq.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Anu%C3%A1rio-2019-vFinal-revisado.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO (ANTAQ). Banco de dados IDA — Índice de Desenvolvimento Ambiental: resultados 2018. 2019. Disponível em: http:// portal.antaq.gov.br/wp-content/uploads/2019/09/20190926-Apresent-Antaq-IDA- -imprensa-09-19-convertido.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO (ANTAQ). Relatório de Gestão 2019. 2020a. Disponível em: http://portal.antaq.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/ Relat%C3%B3rio-de-Gest%C3%A3o-2019-site.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. ALFREDINI, P.; ARASAKI, E. Engenharia portuária: manual técnico. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2018. ARVIS, J. F. et al. Connecting to compete 2018. Trade logistics in the global economy: the logistics performance index and its indicators. Washington, DC: The World Bank, 2018. Disponível em: http://documents.worldbank.org/curated/en/576061531492034646/ pdf/128355-WP-P164390-PUBLIC-LPIfullreportwithcover.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ARMADORES DE CABOTAGEM (ABAC). Disponível em: http://www.abac-br.org.br/. Acesso em: 26 maio 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE APOIO MARÍTIMO (ABEAM). Disponível em: http://www.abeam.org.br/. Acesso em: 26 maio 2020. 29Infraestrutura portuária BARAT, J. Logística, transporte e desenvolvimento econômico. São Paulo: CLA, 2007. 4 v. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2016. BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Glossário hidroviário. Brasília, DF: DAQ/DNIT/ MT, 2017b. Disponível em: http://www.dnit.gov.br/noticias/dnit-recebe-sugestoes- -para-glossario-hidroviario-1/GlossrioHidrovirioREV05.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº. 8.033, de 27 de junho de 2013. Regulamenta o disposto na Lei n. 12.815, de 5 de junho de 2013, e as demais disposições legais que regulam a exploração de portos organizados e instalações portuárias. Brasília, DF, 2013b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/ Decreto/D8033.htm. Acesso em: 26 maio 2020. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº. 9.048, de 10 de maio de 2017. Altera o Decreto n. 8.033, de 27 de junho de 2013, que regulamenta o disposto na Lei n. 12.815, de 5 de junho de 2013, e as demais disposições legais que regulam a explo- ração de portos organizados e instalações portuárias. Brasília, DF, 2017a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9048.htm. Acesso em: 26 maio 2020. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras pro- vidências. Brasília, DF, 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8212orig.htm. Acesso em: 26 maio 2020. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 8.630, de 25 de fevereiro de 1993. Dis- põe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias e dá outras providências. Brasília, DF, 1993. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8630.htmimpressao.htm. Acesso em: 26 maio 2020. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 12.815, de 5 de junho de 2013. Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários... Brasília, DF, 2013a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12815. htm. Acesso em: 26 maio 2020. BUTTON, K. Transport economics. 3rd ed. Northampton: Edward Elgar, 2010. CONSTANTE, J. M. et al. Introdução ao planejamento portuário. São Paulo: Aduaneiras, 2016. DIAS, M. A. Logística, transporte e infraestrutura. São Paulo: Atlas, 2012. FEIGE, I. Transport, trade and economic growth — coupled or decoupled? Berlin: Springer, 2007. HLALI, A.; HAMMAMI, S. Seaport concept and services characteristics: theoretical test. The Open Transportation Journal, v. 11, p. 120-129, 2017. Disponível em: https://bentha- mopen.com/contents/pdf/TOTJ/TOTJ-11-120.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. Infraestrutura portuária30 ISPS Code — Código Internacional de Proteção de Navios e Instalações Portuárias. 2012. Disponível em: https://www.logweb.com.br/colunas/isps-code-codigo-internacional- -para-protecao-de-navios-e-instalacoes-portuarias/. Acesso em: 26 maio 2020. KEEDI, S. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga. 8. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2020. NOVACK, R. A. et al. Transportation a global supply chain perspective. 9th ed. Boston: Cengage, 2019. PERMANENT INTERNATIONAL ASSOCIATION OF NAVIGATION CONGRESSES (PIANC). et al. Canais de acesso: um guia para projetos. Relatório final do grupo de trabalho conjunto PIANC-IAPH. Bélgica: PIANC; IAPH; IMPA; IALA, 2003. PORTO. In: DICIONÁRIO de Logística On-line. São Paulo: Revista Imam Logística & Supply Chain, 2020. Disponível em: https://www.imam.com.br/logistica/dicionario- -da-logistica/?pag=38&a=P. Acesso em: 26 maio 2020. PORTO de Roterdã (Holanda). Disponível em: https://portocentral.com.br/pb/quem- -somos/porto-de-roterda/. Acesso em: 26 maio 2020. ROA, I. et al. Ports: definition and study of types, sizes and business models. Journal of Industrial Engineering and Management, v. 6, n. 4, p. 1055-1064, 2013. Disponível em: http:// www.jiem.org/index.php/jiem/article/download/770/522. Acesso em: 26 maio 2020. RODRIGUE, J. P.; NOTTEBOOM, T. Port sites. In: RODRIGUE, J.-P. The geography of transport systems. 5th ed. New York: Routledge, 2020. Disponível em: https://transportgeography. org/?page_id=3235. Acesso em: 26 maio 2020. RODRIGUE, J. P. The geography of transport systems. 5th ed. New York: Routledge, 2020. Disponível em: https://transportgeography.org/. Acesso em: 26 maio 2020. RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística interna- cional. 5. ed. rev. e amp. São Paulo: Aduaneiras, 2014. ROJAS, P. Introdução à logística portuária: e noções de comércio exterior. Porto Alegre: Bookman, 2014. SANTOS sobe no ranking portuário. 2019. Disponível em: http://cranebrasil.com.br/ santos-sobe-no-ranking-portuario/. Acesso em: 26 maio 2020. SEYOUM, B. Export-import theory, practices, and procedures. 3rd ed. New York: Routledge, 2014. STROMBERG, J. The MSC Oscar just became the world’s biggest container ship. 2015. Dis- ponível em: https://www.vox.com/2015/1/8/7513317/container-ship-msc-oscar. Acesso em: 26 maio 2020. SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO MARÍTIMA (SYNDARMA). Disponível em: http://www.syndarma.org.br/2019/. Acesso em: 26 maio 2020. UNITED NATIONS. Trade and development report 2019: financing a global green new deal. Geneva: United Nations Publications, 2019. Disponível em: https://unctad.org/ en/PublicationsLibrary/tdr2019_en.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. 31Infraestrutura portuária Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Infraestrutura portuária32 DICA DO PROFESSOR A infraestrutura portuária é um conjunto de recursos aquaviários e terrestres que têm por finalidade realizar o transbordo de cargas de diferentes modais para agilizar as operações de embarque e desembarque dos navios. A expansão física e tecnológica dos portos modernos é sempre um desafio no que diz respeito ao aumento da eficiência das operações. Em todas as organizações e atividades (indústria, comércio, serviço e governo), há operações e recursos que limitama sua capacidade operacional. Esses limitadores são conhecidos por gargalos na gestão da infraestrutura portuária. Nesta Dica do Professor, você verá os gargalos da infraestrutura portuária em três diferentes setores: infraestrutura, reguladores e operacionais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O transporte marítimo é composto por um conjunto de elementos, como as condições geográficas e costeiras para facilitar a navegação e proteger os navios nas operações de embarque e desembarque de mercadorias, as estruturas físicas e tecnológicas da infraestrutura portuária. Representa uma das bases do ambiente portuário e sua estrutura compreende a capacidade de movimentação, calado, tipos de carga, forma das cargas, entre outros. Isso se refere a: A) Embarcações. B) Shiploaders. C) Cais. D) Transtêineres. E) Portos. 2) As embarcações são responsáveis pelo transporte de mercadorias entre vendedores e compradores. Para tal, precisam embarcar e desembarcar mercadorias, sendo preferidos os pontos que oferecem maior agilidade nas operações, cumprimento de prazos, evitando esperas, garantindo, dessa forma, maior eficiência ao processo. Terminal marítimo com toda a infraestrutura portuária que realiza abastecimento de combustível e gêneros diversos para os navios, operações de transbordo de cargas. Assinale a alternativa que indica o tipo de porto citado: A) Porto de origem. B) Porto de destino. C) Porto de escala. D) Porto interior. E) Porto de trânsito. A infraestrutura portuária é constituída por diversos componentes, incluindo aqueles que compreendem a parte marítima, como os canais, bacias, sinalização, entre outros, e a infraestrutura periféria ao porto, como as vias e meios para movimentar as cargas de forma terrestre, entre outros. Associe as colunas com os componentes da infraestrutura terrestre portuária: ( ) Parte do porto ladeada de muros ou do cais, onde os navios embarcam e desembarcam mercadorias. 3) ( ) Áreas onde se localizam os berços de atracação em que são efetuados embarques e desembarques de passageiros, tripulantes e bagagens. ( ) Área reservada para armazenagem de produtos e movimentação por via terrestre, a qual apoia as movimentações de carregamento e descarregamento dos navios. ( ) Realiza a manutenção ou reparo das embarcações, que podem ser realizadas de forma on-shore ou off-shore. I. Oficina de manutenção. II. Cais. III. Pátio de estocagem. IV. Docas. Assinale a alternativa que contém a sequência correta: A) I, II, III, IV. B) II, III, IV, I. C) III, IV, II, I. D) IV, III, II, I. E) IV, II, III, I. A infraestrutura portuária depende basicamente do componente embarcação. É devido a esse componente que se determina a necessidade da profundidade dos canais de acesso, estrutura dos cais e equipamentos. A estrutura brasileira de navegação tem considerável quantidade de embarcações para atender a operações específicas de determinadas atividades econômicas, com atuação em regiões específicas. 4) Assinale a alternativa que corresponde a esse tipo de navegação: A) Embarcação de cabotagem marítima. B) Embarcações de apoio marítimo. C) Embarcações de longo curso. D) Embarcação fluvial. E) Embarcação de passageiros. 5) Para que um porto opere adequadamente, são necessários diversos elementos para a sua plena gestão, envolvendo recursos geográficos, físicos, tecnológicos e humanos. A coordenação das atividades para garantir canais de navegação seguros e balizados, serviços de praticagem e assistência de rebocadores, além de assegurar condições abrigadas de fundeio e atracação, serviços de movimentação de carga entre embarcação e o cais, movimentação da carga em terra e estocagem, entre outros, é feita por: A) ISPS Code. B) Despachante aduaneiro. C) Armadores. D) Controladores de tráfego portuário. E) Autoridade portuária. NA PRÁTICA Os portos sempre foram portas abertas para outras terras e o mundo. Ao longo do tempo, eles evoluíram, desde os primitivos até os atuais, com sofisticadas tecnologias e complexos econômicos que são a base do desenvolvimento contemporâneo. Os portos são as portas de uma região que envia e recebe mercadorias para outras localidades, nacionais ou internacionais. Para manter e intensificar essas relações, é necessário atender às novas necessidades de equipamentos, recursos e tecnologias. Acompanhe, em Na Prática, a evolução das embarcações, dos equipamentos ao longo do tempo, a nova visão econômica dos portos e informações sobre os novos terminais marítimos brasileiros. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Porto de Roterdã, o maior da Europa, quer se tornar o mais inteligente do mundo Nesta reportagem, você irá conhecer um pouco mais sobre o Porto de Roterdã. O maior porto da Europa é totalmente automatizado para realizar as operações portuárias, de carregamento e descarregamento dos navios, de modo que quase não há necessidade de pessoas no cais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Porto do Açu vira canal de exportações mineiras O Porto do Açu, no Rio de Janeiro, é o primeiro porto privado do País e projetou sua configuração com a proposta porto-indústria, além da movimentação de cargas regionais, principalmente de Minas Gerais e das plataformas marítimas da Petrobras e outras empresas que operam nas plataformas marítimas. Neste texto, você terá mais informações sobre o escoamento desse porto. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Introdução à logística portuária e noções de comércio exterior Esta obra apresenta um conjunto de informações sobre logística portuária, visão geral de comércio exterior, o que contribui para você ampliar a visão sobre o transporte marítimo e portos.
Compartilhar