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Indaial – 2020 IndústrIa PortuárIa e MarítIMa Prof. Fernando Eduardo Cardoso 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof. Fernando Eduardo Cardoso Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: C268i Cardoso, Fernando Eduardo Indústria portuária e marítima. / Fernando Eduardo Cardoso. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 192 p.; il. ISBN 978-65-5663-272-8 ISBN Digital 978-65-5663-267-4 1. Portos. - Brasil. 2. Transporte marítimo. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 387.10981 aPresentação Caro acadêmico! A indústria portuária e marítima tem como objetivo o comércio, utilizando como meio o transporte marítimo. Este transporte envolve tanto o transporte de pessoas, como de mercadorias. A indústria marítima apresenta um importante setor para economia que, inclusive, vem se desenvolvendo, sendo influenciado por políticas governamentais, fatores tecnológicos e culturais. Este livro didático está organizado de forma a proporcionar a você o conhecimento sobre a indústria portuária e marítima. Para isso, ele foi dividido em três unidades. Na Unidade 1, primeiramente, estudaremos conceitos de portos. Abordaremos a evolução do porto, analisando os decretos e leis que proporcionaram a normatização, bem como o desenvolvimento do sistema portuário que, ao longo de sua história, passou por muitas mudanças, crises e momentos de crescimento, chegando aos dias atuais, em que se tornou um importante setor para economia do país. Em seguida, estudaremos a classificação dos portos, em que abordaremos os diferentes tipos de classificação portuária; e, por fim, estudaremos os estaleiros industriais navais, em que abordaremos o processo de construção naval; tipos de métodos de lançamento de navios; tecnologias da construção naval; equipamentos avançados na construção; equipamentos avançados em estaleiros; e as principais vantagens dos equipamentos avançados para construção naval. Na Unidade 2, abordaremos, primeiramente, as instalações portuárias, analisando as infraestruturas aquaviárias e a infraestrutura portuária, aprofundando os seus componentes fundamentais para a gestão e o funcionamento dos portos. Em seguida, estudaremos as tipologias dos portos secos, os conceitos de portos secos e seus benefícios; analisaremos o desenvolvimento de portos; e, em seguida, abordaremos os portos secos e a cadeia de suprimentos global. Posteriormente, identificaremos o impacto dos portos secos e na sequência estudaremos as perspectivas futuras. Por fim, estudaremos o porto e o código ISPS, em que abordaremos o objetivo principal do código ISPS; os elementos do código ISPS para navios; os elementos do código ISPS para instalações portuárias; desafios do código ISPS; níveis de segurança no código ISPS; deveres do governo contratante acerca do código ISPS; responsabilidades do oficial de segurança da empresa do navio; avaliação de segurança do navio; maneiras de melhorar a segurança do navio, e, por fim, pirataria marítima. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Na Unidade 3, abordaremos a responsabilidade do operador portuário; em seguida, a responsabilidade da entidade portuária; e, na sequência, a responsabilidade do transportador marítimo. Estudaremos a organização administrativa dos portos, em que abordaremos modelos de gerenciamento portuário e parceria público-privada no setor portuário. Na sequência, estudaremos a situação atual da infraestrutura portuária brasileira, em que trataremos dos conceitos do universo portuário; e, em seguida, a estrutura portuária; o cenário institucional dos portos brasileiros; e, por fim, os investimentos em infraestrutura portuária no Brasil. Prof. Dr. Fernando Eduardo Cardoso Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMárIo UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA .............................................. 1 TÓPICO 1 — CONCEITO DE PORTO E O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO ............... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 CONCEITO DE PORTOS .................................................................................................................. 4 3 SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO .......................................................................................... 6 RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 9 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 10 TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS ........................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11 2 CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA.................................................................................................... 12 2.1 GRAU DE DESENVOLVIMENTO DE UM PORTO OU A GERAÇÃO À QUAL UM PORTO PERTENCE .............................................................................................................. 12 2.2 MODELOS DE PROPRIEDADE E GERENCIAMENTO DE PORTOS ................................. 14 2.3 INCLUSÃO DE UM PORTO NAS REDES GLOBAIS DE TRANSPORTE MARÍTIMO .... 18 2.4 TIPOS DE PORTOS....................................................................................................................... 21 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 30 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 31 TÓPICO 3 — ESTALEIROS INDUSTRIAIS NAVAIS ..................................................................33 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33 2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO NAVAL .................................................................................... 33 2.1 LANÇAMENTO ........................................................................................................................... 35 3 TIPOS DE MÉTODOS DE LANÇAMENTO DE NAVIOS ....................................................... 36 3.1 LANÇAMENTO DO TIPO GRAVITACIONAL ....................................................................... 37 3.2 LANÇAMENTO DO TIPO FLUTUANTE ............................................................................... 38 3.3 LANÇAMENTO DO TIPO MECÂNICO .................................................................................. 39 3.4 LANÇAMENTO DE AIRBAGS .................................................................................................. 39 4 TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO NAVAL ........................................................................... 39 5 EQUIPAMENTO AVANÇADO NA CONSTRUÇÃO NAVAL ................................................. 43 6 EQUIPAMENTOS AVANÇADOS EM ESTALEIROS ................................................................ 46 6.1 LAYOUT GERAL DO ESTALEIRO ............................................................................................ 46 6.2 DEPARTAMENTO DE DESIGN ADAPTADO COM EQUIPAMENTO AVANÇADO...... 47 6.3 PLANEJAMENTO ADEQUADO DE SUPRIMENTO DE MATERIAL NO PÁTIO ........... 48 6.4 MARSHALLING DE MATERIAIS PARA ÁREAS DE EQUIPAMENTOS........................... 48 7 PRINCIPAIS VANTAGENS DO EQUIPAMENTO AVANÇADO PARA CONSTRUÇÃO NAVAL .................................................................................................................. 49 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 54 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 56 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 57 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 59 UNIDADE 2 — FUNCIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS .......................... 63 TÓPICO 1 — INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS ............................................................................... 65 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 65 2 ESTRUTURA PORTUÁRIA ............................................................................................................ 65 3 INFRAESTRUTURAS AQUAVIÁRIAS ........................................................................................ 67 4 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA ............................................................................................... 70 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 73 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 74 TÓPICO 2 — TIPOLOGIAS DOS PORTOS SECOS .................................................................... 75 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75 2 CONCEITO DE PORTO SECO ....................................................................................................... 76 3 BENEFÍCIOS DOS PORTOS SECOS ............................................................................................ 78 3.1 TIPOS E BENEFÍCIOS DE PORTOS SECOS ............................................................................. 79 4 DESENVOLVIMENTO DE PORTOS ............................................................................................ 80 4.1 SERVIÇO DE VALOR AGREGADO ......................................................................................... 81 5 PORTOS SECOS E A CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL............................................... 82 6 IMPACTO DOS PORTOS SECOS ................................................................................................. 85 6.1 IMPACTO AMBIENTAL .............................................................................................................. 86 6.2 IMPACTO ECONÔMICO ............................................................................................................ 87 6.3 IMPACTO NO DESEMPENHO .................................................................................................. 88 6.4 PERSPECTIVA DE REDE ............................................................................................................ 89 7 IMPACTOS REGIONAIS DOS PORTOS SECOS ...................................................................... 91 8 PERSPECTIVAS FUTURAS ............................................................................................................. 94 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 97 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 98 TÓPICO 3 — O PORTO E O CÓDIGO ISPS .................................................................................. 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99 2 OBJETIVO PRINCIPAL DO CÓDIGO ISPS ............................................................................. 100 2.1 REQUISITOS DE CÓDIGO ISPS .............................................................................................. 101 3 OS ELEMENTOS DO CÓDIGO ISPS PARA NAVIOS ........................................................... 101 3.1 IMPLEMENTANDO O NÍVEL DE SEGURANÇA DO ISPS ............................................... 103 4 OS ELEMENTOS DO CÓDIGO ISPS PARA INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS .................. 103 5 DESAFIOS DO CÓDIGO ISPS .................................................................................................... 104 6 NÍVEIS DE SEGURANÇA NO CÓDIGO ISPS ........................................................................ 105 7 DEVERES DO GOVERNO CONTRATANTE SOB O CÓDIGO ISPS ................................. 109 8 RESPONSABILIDADES DO OFICIAL DE SEGURANÇA DA EMPRESA DO NAVIO (CSO) ................................................................................................................................... 110 9 AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO NAVIO (SSA) ................................................................ 112 10 MANEIRAS DE MELHORAR A SEGURANÇA DO NAVIO .............................................. 113 11 PIRATARIA MARÍTIMA ............................................................................................................. 115 11.1 SOLUÇÃO PARA CONTER A PIRATARIA MARÍTIMA ................................................ 116 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 118 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 121 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 123 UNIDADE 3 — RESPONSABILIDADE E A INFRAESTRURA PORTUÁRIA BRASILEIRA ..........................................................................................................131 TÓPICO 1 — RESPONSABILIDADES SOBRE AS ATIVIDADES PORTUÁRIAS ............. 133 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133 2 RESPONSABILIDADE DO OPERADOR PORTUÁRIO ....................................................... 134 3 RESPONSABILIDADE DA ENTIDADE PORTUÁRIA .......................................................... 136 4 RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR MARÍTIMO ............................................ 137 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 138 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139 TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS PORTOS BRASILEIROS ....... 141 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 141 2 MODELOS DE GERENCIAMENTO PORTUÁRIO ................................................................. 141 2.1 PORTO DE SERVIÇO PÚBLICO .............................................................................................. 142 2.2 PORTO DE FERRAMENTAS (TOOL PORT) ......................................................................... 144 2.3 PORTO PROPRIETÁRIO (LANDLORD PORT) ..................................................................... 146 2.4 PORTO DE SERVIÇO PRIVADO (PRIVATE SERVICE PORT) ............................................ 149 3 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO SETOR PORTUÁRIO ................................................ 153 3.1 RECURSOS BÁSICOS DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA ............................................. 156 3.2 MODELOS DE PARCERIA NO SETOR PORTUÁRIO ......................................................... 158 3.3 RISCOS DO PROJETO DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO SETOR PORTUÁRIO .... 159 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 162 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163 TÓPICO 3 — SITUAÇÃO ATUAL DA INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA BRASILEIRA .... 165 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165 2 CONCEITOS DO UNIVERSO PORTUÁRIO ............................................................................ 166 3 ESTRUTURA PORTUÁRIA .......................................................................................................... 168 3.1 PARTES INTERESSADAS DO PORTO ................................................................................... 168 4 CENÁRIO INSTITUCIONAL DOS PORTOS BRASILEIROS .............................................. 170 5 INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA NO BRASIL .......................... 173 5.1 SETOR RESILIENTE DE TRANSPORTE PORTUÁRIO DE GRANÉIS ............................. 174 5.2 NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA ..................................... 178 5.3 INVESTINDO NA INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA POR MEIO DA MODERNIZAÇÃO DA LEI....................................................................................................... 180 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 183 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 189 1 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender os conceitos de portos do ponto de vista do governo e da academia cientifica; • analisar o sistema portuário relacionados a sua gestão; • conhecer as classificações portuárias conforma suas tipologias internacionais; • aprender sobre estaleiros industriais navais, técnicas de construção e lançamentos de navios. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITO DE PORTO E O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS TÓPICO 3 – ESTALEIROS INDUSTRIAIS NAVAIS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 CONCEITO DE PORTO E O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO 1 INTRODUÇÃO A palavra “porto” apresenta diversos conceitos. Dicio (2020) traz o conceito de porto como um abrigo que pode ser natural ou artificial para navios, provido de uma estrutura que proporciona a movimentação das mercadorias para o embarque e desembarque de cargas e de passageiros. A própria constituição apresenta seu conceito de que os portos são parte dos recursos públicos, em que são construídos e, posteriormente, equipados com máquinas e equipamentos, de forma a atender às necessidades de navegação, de movimentação e de passageiros, bem como movimentação e armazenamento de cargas (BRASIL, 1993). Neste tópico, abordaremos não só os diferentes conceitos de portos, mas também os termos e os conceitos principais do setor portuário, de forma a se familiarizar com a temática que será abordada ao longo deste livro didático, proporcionando a construção acadêmica necessária para aprofundar esta temática tão importante para o setor econômico do país, conforme o setor portuário. Segundo Joresimão (c2020), por volta dos anos 200 a.C., as mercadorias transportadas nos navios eram embarcadas e desembarcadas pelos próprios tripulantes, bem como por operários contratados ocasionalmente (ou mesmo temporários). Os trabalhadores tinham outras ocupações, e, em suas horas livres, faziam um extra ajudando no transporte dos navios. Os portos não pararam de crescer, o número de navios só aumentava, os trabalhadores se organizaram em sindicatos. Para atender ao aumento da demanda, os portos tiveram que se modernizar com equipamentos e elaborações de normas internacionais. Ainda neste tópico, abordaremos a evolução do sistema portuário brasileiro, que só pôde ser desenvolvido em 1808, por D. Joao VI, após a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Abordaremos a evolução do porto, analisando os decretos e leis que proporcionaram a normatização, bem como o desenvolvimento do sistema portuário, que, ao longo de sua história, passou por muitas mudanças, crises e momentos de crescimentos, chegando aos dias atuais, em que o setor portuário é considerado um importante setor para economia do país. UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA 4 2 CONCEITO DE PORTOS Nesta unidade abordaremos os conceitos de portos, segundo as leis, normas e decretos, comparando com conceitos de autores renomados na área portuária. Diferente de outros conceitos, o tema “portos” está normatizado em leis, o que demostra o papel do governo na importância do gerenciamento dos portos. Porto é conceituado por Rojas (2014) como uma área protegida das ondas e das correntes marítimas em que quase sempre fica localizada à beira de um oceano, lago ou rio, designada ao atracamento de barcos e de navios. Para o autor, o porto é um local para baldeação de artefatos e produtos dos mais variados, sejam sólidos, líquidos, granéis, gasosos, bens de capital; e contêineres, entre outros. Portos também são conceituados por Valentine e Gray (2001) como organizações complexascom uma diversidade de entradas e saídas, consubstanciadas em diferentes aspectos físicos, de acesso, logísticos e legais. Bichou (2007) conceitua portos como organizações complexas e dinâmicas, nas quais são realizados diversos trabalhos que são desenvolvidos por atores organizacionais, com objetivo de suprir pessoas e organizações. Já para Bichou e Gray (2004) portos são entidades multipartes e intrincadas nas quais organizações e funções normalmente se movimentam em vários níveis. No Brasil, está na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, em seu artigo 2, parágrafo 1, inciso I, a conceituação de portos como: Art. 1º Esta Lei regula a exploração pela União, direta ou indiretamente, dos portos e instalações portuárias e as atividades desempenhadas pelos operadores portuários. § 1º A exploração indireta do porto organizado e das instalações portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão e arrendamento de bem público. § 2º A exploração indireta das instalações portuárias localizadas fora da área do porto organizado ocorrerá mediante autorização, nos termos desta Lei. § 3º As concessões, os arrendamentos e as autorizações de que trata esta Lei serão outorgados a pessoa jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I- Porto organizado: bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária. II- Área do porto organizado: área delimitada por ato do Poder Executivo que compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado. III- Instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário. TÓPICO 1 — CONCEITO DE PORTO E O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO 5 IV- Terminal de uso privado: instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado. V- Estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e utilizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias em embarcações de navegação interior ou cabotagem. VI- Instalação portuária pública de pequeno porte: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros ou mercadorias em embarcações de navegação interior. VII- Instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada mediante arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de embarcações de turismo. VIII- (VETADO): a) (VETADO); b) (VETADO); e c) (VETADO); IX- Concessão: cessão onerosa do porto organizado, com vistas à administração e à exploração de sua infraestrutura por prazo determinado. X- Delegação: transferência, mediante convênio, da administração e da exploração do porto organizado para Municípios ou Estados, ou a consórcio público, nos termos da Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996. XI- Arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado. XII- Autorização: outorga de direito à exploração de instalação portuária localizada fora da área do porto organizado e formalizada mediante contrato de adesão. XIII- Operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado (BRASIL, 2013, s.p.). E, na seção IV da definição da área de Porto Organizado: Art. 15. Ato do Presidente da República disporá sobre a definição da área dos portos organizados, a partir de proposta da Secretaria de Portos da Presidência da República. Parágrafo único. A delimitação da área deverá considerar a adequação dos acessos marítimos e terrestres, os ganhos de eficiência e competitividade decorrente da escala das operações e as instalações portuárias já existentes (BRASIL, 2013, s.p.). UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA 6 A Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nº 5.025, de 10 de junho de 1966; nº 10.233, de 5 de junho de 2001; nº 10.683, de 28 de maio de 2003; nº 9.719, de 27 de novembro de 1998; e nº 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e nº 11.610, de 12 de dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nº 11.314, de 3 de julho de 2006, e nº 11.518, de 5 de setembro de 2007; e dá outras providências. FONTE: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 27 jan. 2020. IMPORTANT E 3 SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO Segundo Cobeba (c2020), no sistema portuário brasileiro, o Brasil possui costa de 8,5 mil quilômetros possíveis de navegar, movimentando 700 milhões de toneladas de mercadorias por ano. O sistema portuário do Brasil, segundo dados de Rojas (2014), é formado por 37 portos públicos, considerando portos marítimos e fluviais dos quais 18 portos são os chamados delegados, concedidos ou tem sua operação autorizada à administração por parte dos governos estaduais e municipais. Segundo o autor, completa a informação aduzindo que existem ainda 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada. Os dados do Cobeba (c2020) apresentam que, dos 34 portos públicos marítimos sob administração da SEP, 16 situam-se delegados, concedidos ou tem sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Com relação aos outros 18 portos públicos marítimos, segundo o autor, eles são geridos diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista, que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à Secretaria de Portos. Veja a figura 1 a seguir: TÓPICO 1 — CONCEITO DE PORTO E O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO 7 FIGURA 1 – PORTOS PÚBLICOS DO BRASIL FONTE: <http://www.codeba.com.br/eficiente/repositorio/Codeba/Imagens/Portos/1074.jpg>. Acesso em: 8 set. 2020. Ao todo são sete Companhias Docas distribuídas, segundo Rojas (2014), Cobeba (c2020): • Companhia Docas do Pará (CDP) – Portos de Belém, Santarém e Vila do Conde. • Companhia Docas do Ceará (CDC) – Porto de Fortaleza. • Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) – Portos de Natal e Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca. • Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) – Portos de Salvador, Ilhéus e Aratu. • Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) – Portos de Vitória e Barra do Riacho. UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA 8 • Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) – Portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí. • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – Porto de Santos. Segundo Rojas (2014), existem ainda 130 Terminais de Uso Privativo (TUPs), dos quais 73 apresentaram movimentação marítima no ano de 2011. O mapa da figura a seguir apresenta os 130 TUPs que compõem o sistema de portos brasileiros. FIGURA 2 – TERMINAIS DE USO PRIVATIVO (TUPS) FONTE: Rojas (2014, p. 107) Segundo Rojas (2014) são apresentados três complexos portuários, que trabalham sob concessão à iniciativa privada em que com a elaboração da Lei n° 12.815, de 2013 foram licitados os arrendamentos de terminais portuários, que apresentavam contratos vencidos (BRASIL, 2013). O processo de licitação é normatizado conforme previsto no Capítulo II,que regula a exploração portuária, bem como suas instalações em sua seção I. 9 Neste tópico, você aprendeu que: • O porto é conceituado como uma área protegida das ondas e das correntes marítimas, em que, quase sempre, fica localizada à beira de um oceano, lago ou rio, designada ao atracamento de barcos e de navios. • O conceito de portos está definido até em decreto, organizado da seguinte forma: bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária. • No sistema portuário brasileiro, o Brasil possui costa de 8,5 mil quilômetros possíveis de navegar, movimentando 700 milhões de toneladas de mercadorias por ano. • As sete Companhias Docas são: Companhia Docas do Pará (CDP); Companhia Docas do Ceará (CDC); Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern); Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba); Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa); Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ); Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). RESUMO DO TÓPICO 1 10 1 Qual é o conceito de portos na visão de autores estudados, na visão do governo e conceitos de dicionários? 2 Quais são as sete Companhias Docas do Brasil? 3 Quantos portos públicos marítimos sob administração da SEP temos no Brasil e como eles são geridos? AUTOATIVIDADE 11 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 1 INTRODUÇÃO Os portos são críticos para o desenvolvimento do comércio exterior e das economias nacionais. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2011), o transporte de contêineres (em toneladas) vem aumentando nas últimas décadas. Além desse aumento nas últimas décadas, a carga em contêineres é um componente importante das operações portuárias, devido ao maior valor agregado e aos requisitos mais rigorosos de serviço associados a esse tipo de carga e a maior complexidade da cadeia logística dos portos de contêineres. Atualmente, segundo Chang, Lee e Tongzon (2008), os portos em geral (aqueles especializados em carga em contêineres) enfrentam desafios sem precedentes em um ambiente de crescente concorrência e pressão de diferentes partes interessadas no que diz respeito a tornar os portos propulsores do crescimento econômico. As principais transportadoras de contêineres competem globalmente por cargas que são transportadas por remetentes que também operam globalmente, o que exige uma rede global de transporte marítimo de contêineres. Os remetentes devem combinar recursos e distribuir produtos em todo o mundo. As operações de remessa devem fornecer cobertura global (ou seja, acesso às principais rotas comerciais globais), alta frequência de serviço e tempos de trânsito reduzidos. Os custos devem ser baixos e o serviço deve ser da mais alta qualidade (LIRN et al. 2004). Nesse contexto, os portos são pressionados por uma forte concorrência entre portos e desafiados pelo alto poder de negociação das alianças globais. Para aumentar – ou pelo menos manter a sua posição no mercado – um porto deve responder satisfatoriamente aos vários requisitos das linhas de transporte marítimo e se adaptar a um ambiente em mudança (LEE; TONGZON, 2008). 12 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA 2 CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Os portos, segundo Bichou e Gray (2005), são organizações flexíveis e complexas, normalmente diferentes entre si, onde diversas atividades são realizadas pelos mais diversos profissionais portuários. A literatura apresenta diversos modelos para a classificação de portos, porém, segundo Bichou e Gray (2005), devido à diversidade dos modelos, a não é possível apresentar uma única classificação aplicável para todos os tipos de portos. Desta forma, as classificações existentes abordam apenas parcialmente o leque de portos e a adequação da classificação depende do assunto do estudo. Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), as abordagens mais difundidas classificam os portos são: • i) o grau de desenvolvimento de um porto ou a geração à qual um porto pertence; • ii) o modelo de propriedade e gerenciamento de um porto; e • iii) a inclusão de um porto nas redes globais de transporte marítimo. Caro acadêmico, a seguir, abordaremos as abordagens mais difundidas que classificam os portos. 2.1 GRAU DE DESENVOLVIMENTO DE UM PORTO OU A GERAÇÃO À QUAL UM PORTO PERTENCE A geração de um porto, segundo Paixão e Marlow (2003), refere-se à abordagem adotada pelas autoridades e operadores portuários no desenvolvimento das atividades do porto, que pode ser desenvolvido tanto de forma reativa como proativa. Segundo o autor, essas atividades compreendem desde os serviços portuários tradicionais de carga e descarga, bem como o estabelecimento de uma grande variedade de processos e atividades logísticas e de valor agregado, que são desenvolvidos com organizações industriais e comerciais. De acordo com o estágio da geração em que o porto se encontra, segundo Paixão e Marlow (2003), as funções, operações, a estrutura, bem como o gerenciamento de um porto variarão consideravelmente. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) desenvolveu uma taxonomia que classifica os portos em primeira, segunda e terceira gerações (UNCTAD, 2011). Os portos de primeira geração, segundo Unctad (1999), estão limitados ao desenvolvimento de atividades portuárias tradicionais, ou seja, são basicamente interfaces entre a terra e o mar. Os portos de segunda geração são caracterizados como centros de serviços de apoio e suporte para transporte, indústria e comércio que proveem determinados serviços de carga de valor agregado (UNCTAD, 2011). TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 13 Os portos de terceira geração, segundo Unctad (1999), são links dinâmicos nas redes de comércio internacional e agentes ativos que projetam e executam ações estratégicas para o desenvolvimento completo de áreas importantes de um porto. A tecnologia e o know-how, segundo Bichou e Gray (2005), apresentam-se como fatores fundamentais para esse tipo de porto, especialmente o uso intensivo de tecnologia da informação (TI) para gerenciar a logística portuária. Um porto de terceira geração, segundo Paixão e Marlow (2003), é adequado para um cenário econômico que apresente certa previsibilidade. Os portos de quarta geração, segundo Unctad (1999), agem em um mercado dinâmico, onde os portos precisam adotar uma nova abordagem logística: agilidade, é o que caracteriza os portos de quarta geração. Com base nos conceitos de produção ágil de Gunasekaran (1999) e de Paixão e Marlow (2003), propõem um método para implementar a ideia de portos ágeis. O Quadro 1 resume as principais características e elementos de identificação de cada geração de porta. QUADRO 1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DE CADA GERAÇÃO DE PORTA FONTE: Vieira e Kliemann Neto (2016, s.p.) Geração Características principais Elementos de identificação Primeira Limitado ao trânsito de atividades portuária. Navios de carga e descarga. Movimentação de mercadoria Armazenamento. Segunda Atividades de valor agregado. Consolidação e desconsolidação de carga. Pacote de embalagem e marcação Concluindo a produção. Terceira Link dinâmico de comércio internacional de redes. Estratégias para obtenção de carga. Estratégias para atrair linhas de transporte. Marketing portuário desenvolvido. Uso intensivo de tecnologia da informação. Quarta Agilidade. Gerenciamento enxuto no porto. Flexibilidade. Tecnologia Just-in-time. Redesenho de processos. Apesar de sua popularidade do método de classificação de portos por meio das gerações, o método, segundo Bichou e Gray (2005) apresenta uma série de falhas. Segundo os autores, a categorização apresenta uma grande rigidez e não representa adequadamente a realidade dos portos, tendo em vista que até mesmoos portos mais desenvolvidos continuam executando funções típicas dos portos de primeira ou segunda geração, além do que, um único porto pode apresentar características que pertencem a diferentes gerações. 14 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Neste contexto, Bichou e Gray (2005) relatam que a taxonomia portuária tradicional apresenta problemas em reconhecer e conceituar portos como componentes de uma cadeia complexa. Desta forma, os autores apresentam uma abordagem que considera que os portos podem ser classificados em três tipos de canais: • Logística. • Comércio. • Suprimento. O primeiro canal “Logística”, segundo Bichou e Gray (2005), é formado principalmente por especialistas que facilitam o fluxo de mercadorias, como organizações de transporte marítimo. Segundo os autores, os outros dois canais “comércio” e “suprimento”, estão interligados aos proprietários das mercadorias, sendo o canal comercial considerado no nível do setor; e o canal de suprimento no nível da organização. Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), o modelo proposto por Bichou e Gray (2005) não são de fato considerados uma taxonomia para a classificação de portos, mas um meio de categorizar as atividades de logística portuária. Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), para analisar as atividades e funções de uma porta, deve-se considerar diferentes “modelos de propriedade e gerenciamento de portos”, analisado a seguir, esses modelos auxiliam na análise da gestão e governança portuária, enquanto a abordagem de canais é útil no nível das atividades logísticas de um porto. 2.2 MODELOS DE PROPRIEDADE E GERENCIAMENTO DE PORTOS A literatura apresenta diferentes modelos de propriedade e gerenciamento aplicáveis aos portos, onde os muitos portos do mundo, segundo Thomas (1994), desenvolveram-se de maneiras diferentes sob uma combinação de influências econômicas, políticas, geográficas, sociais, culturais e militares e sem um padrão universal de propriedade portuária. Segundo Beth (1985), quanto às possíveis formas de propriedade portuária, os portos são classificados por aqueles que são controlados pelo estado, administrações locais e empresas privadas. De forma similar e em maiores detalhes, Alderton (1999) classifique os portos em estatais, autônomos, municipais e privados. O modelo de propriedade estatal, segundo Alderton (1999), é aplicado em países como Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal, onde as autoridades portuárias são organizações estatais com status legal e independência financeira própria, apresentando suas principais decisões tomadas pelo estado, influenciando consideravelmente o gerenciamento de portos. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 15 O modelo municipal, segundo Alderton (1999), é aplicado em portos de países como Alemanha, Bélgica e Holanda, em portos, que, embora sejam administrados pelos municípios porque sua gestão está sujeita a vários regulamentos, eles também são controlados pelos governos federal e estadual. O Banco Mundial, segundo Bichou e Gray (2005), classifica três tipos de ativos portuários: • Infraestrutura básica. • Infraestrutura operacional. • Superestrutura. Nos portos municipais, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), a infraestrutura é de incumbência do município, com exceção de quando o interesse nacional e, como consequência, o financiamento federal, estiverem envolvidos. Segundo os autores, o modelo municipal pode incluir órgãos consultivos nacionais que visam coordenar o sistema portuário. O modelo autônomo, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), os portos são administrados pelos governos estaduais, apresentando algumas semelhanças ao modelo municipal. O modelo autônomo, segundo Fawcett (2007), é aplicado nos portos dos Estados Unidos, onde os estados gerenciam os portos por meio de autoridades portuárias, agências ou departamentos estaduais. Todavia, segundo Fawcett (2007), por causa da influência dos portos sobre as atividades econômicas locais em estados geograficamente maiores dos EUA, certos municípios procuram criar e gerenciar autoridades portuárias. Segundo o autor, esse arranjo seria um caso de propriedade municipal e, portanto, o sistema portuário dos EUA representa um modelo híbrido, no entanto, o mesmo fenômeno não ocorre em estados menores, devido a questões de eficiência administrativa. O modelo privado, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), é encontrado nos portos anglo-saxões, apresentando total autonomia, em outras palavras, o governo não participa da administração portuária e o porto é administrado exclusivamente pelo setor privado. Segundo o autor, dependendo da estrutura regulatória e dos controles existentes, esse modelo de propriedade corre o risco de se tornar um monopólio privado. Segundo Cullinane e Song (2002), os portos podem ser classificados quanto ao envolvimento dos setores público e privado como: i) porto público; ii) porto público / privado com um setor público dominante; iii) porto público / privado com um setor privado dominante; e iv) porto privado. 16 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Outra classificação amplamente conhecida é a do Banco Mundial (2001), que descreve quatro modelos de gerenciamento de portos de acordo com a especialidade de um porto: i) porto de serviço (service port); ii) porto de ferramentas (tool port); iii) porto senhorio (landlord port); e iv) porto de serviço privado (private service port). Esses modelos são descritos a seguir e variam de acordo com a orientação do porto (local, regional ou global), o provedor de serviços (público, privado ou ambos), a propriedade da superestrutura e quem fornece a força de trabalho do porto. O modelo do porto de serviço, segundo Banco Mundial (2001), é majoritariamente público e nele a autoridade portuária é proprietária da terra e de todos os ativos sejam ele fixos e móveis, sendo responsável por todas as atividades do porto. A carga, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), é manuseada por profissionais ligadas diretamente à autoridade portuária, sendo que esse tipo de porto habitualmente é controlado pelo departamento do governo federal responsável pelo transporte. No modelo do porto de serviço, segundo o autor, um único órgão é responsável pelo gerenciamento e operações, pelo desempenho das funções regulatórias, pelo desenvolvimento de infraestrutura e superestrutura e outras atividades operacionais. A força principal do modelo do porto de serviço, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), é que a responsabilidade está centrada em uma única entidade, o que facilitando a coesão, porém, a falta de concorrência interna pode acarretar em administração ineficiente, inovação insuficiente e serviços não orientados ao usuário e ao mercado. O modelo de porto de ferramenta, segundo Banco Mundial (2001), é caracterizado pela divisão de atividades operacionais. Neste modelo, segundo Bichou e Gray (2005), a autoridade portuária detém, desenvolve e mantém a infraestrutura e a superestrutura do porto, e o equipamento de propriedade da autoridade portuária é operado pelos funcionários da autoridade portuária, enquanto outras operações de berço e pátio são operadas por organizações privadas, tipicamente pequenas operadoras. A vantagem do modelo de porto de ferramenta, segundo Bichou e Gray (2005), é evitar a duplicação de investimentos, tendo em vista que as instalações são providas pelo setor público. Já com relação às desvantagens deste modelo, segundo os autores, incluem a responsabilidade fragmentada pelo manuseio de carga, podendo criar conflitos entre os pequenos operadores ou entre eles e a administração portuária, o risco de investimentos pouco capitalizados e as barreiras ao desenvolvimento de fortes operadores privados. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 17 No modelo de porto do senhorio (landlord port), segundo Bichou e Gray (2005), a autoridade portuária pública mantém a propriedade e aluga os terminais portuários a operadoresprivados. Segundo os autores, a conservação da infraestrutura portuária básica, como acesso rodoviário, canais de navegação, sinalização marítima e cais, é de obrigação da autoridade portuária, enquanto os operadores privados adquirem e instalam seu próprio equipamento, bem como podem ser encarregados pela infraestrutura operacional. O ponto forte do modelo de porto do senhorio (landlord port), segundo Bichou e Gray (2005), é que a organização que possui e mantém o equipamento é a mesma que opera o equipamento, o que facilita o planejamento e a adaptação às condições do mercado. No entanto, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), tentativas de expansão de mais de um operador privado podem gerar excesso de capacidade. Além disso, pode haver uma duplicação de esforços para promover o porto entre os operadores do terminal e a autoridade portuária, e são necessários esforços para coordenar as ações de marketing e planejamento. O modelo porto de serviço privado (private service port), segundo Bichou e Gray (2005), é aquele em que o setor público está ausente das atividades portuárias e o setor privado é responsável pelo gerenciamento e operações portuárias. Segundo o autor, esse modelo de gestão corresponde exclusivamente ao modelo de propriedade privada. O ponto forte desse modelo, segundo Bichou e Gray (2005). É sua orientação para o mercado, enquanto que a sua principal fraqueza está associada ao risco de comportamento monopolista, principalmente se não houver concorrência interportuária significativa. O Quadro 2 resume as principais características dos modelos de gerenciamento de portos de acordo com os seguintes elementos: i) propriedade de ativos, infraestrutura e superestrutura: pública ou privada; ii) administração portuária: pública ou privada; iii) operações portuárias: públicas ou privadas; iv) o grau de competição intraportuária: ausente, baixa, média ou alta e v) dificuldades na coordenação das atividades portuárias: baixa, média ou alta. 18 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA QUADRO 2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS DE GERENCIAMENTO DE PORTOS FONTE: Vieira e Kliemann Neto (2016, p. 23) Elementos Service port Tool port Landlord port Private service port Ativo – infraestrutura Pública Pública Pública Privado Ativo – superestrutura Pública Pública Privado Privado Administração portuária Pública Pública Pública Privado Operações portuárias Pública Pública e privado Privado Privado Competição intraportuária Inexistente Baixo Alto Inexistente Dificuldades na coordenação das atividades portuárias Baixo Médio Alto Baixo 2.3 INCLUSÃO DE UM PORTO NAS REDES GLOBAIS DE TRANSPORTE MARÍTIMO Desde o início dos anos 1990, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), as principais organizações de transporte marítimo ativas no transporte de carga em contêineres por linhas regulares começaram a aumentar o tamanho do navio e a concentrar as rotas. Segundo o autor, essa estratégia está associada à ideia, cujo objetivo principal é aumentar as economias de escala operando navios maiores, reduzindo assim os custos unitários por contêiner transportado, mantendo a flexibilidade local dos raios. Segundo Bichou e Gray (2005), ao concentrar os destinos em alguns portos e diminuir o número de paradas, um navio passa mais tempo no mar e menos tempo no porto para carga e descarga, o que aumenta a receita e melhora a diluição de custos fixos. Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), para facilitar esse modo de operação, o porto do concentrador selecionada deve manipular eficientemente grandes volumes de contêineres para atender às expectativas do cliente. Além disso, segundo o autor, a conexão com os raios é essencial, pois gera receita e gerando movimento de carga. As principais rotas de navegação, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), estão concentradas ao longo do eixo Leste-Oeste (veja na Figura 3). Segundo o autor, as rotas conectam os mercados da Europa, Ásia e América do Norte, com ênfase na rota transpacífica na direção do Extremo Oriente para a América do Norte (transpacífica para o leste) e da América do Norte para o Extremo Oriente (transpacífico para o oeste) e no Extremo Oriente rotas para a Europa. Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), esse acordo reflete a posição da China como principal fornecedor global e o potencial de consumo dos mercados norte-americano e europeu. Essas rotas primárias (serviços principais) estão conectadas às rotas secundárias (serviços de alimentação) nas direções sul-norte e norte-sul. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 19 FIGURA 3 – ROTAS PRINCIPAIS DE CONTÊINERES MARÍTIMOS FONTE: Vieira e Kliemann Neto (2015, p. 25) Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), a concentração do transporte de carga ao longo do eixo Leste-Oeste também é sugerida pelo ranking dos maiores portos, de acordo com o número de TEUs. Os portos com maior movimento de contêineres estão posicionados ao longo deste eixo, particularmente os portos asiáticos e, sobretudo, os chineses. Entre os dez maiores portos do mundo em TEUs movimentados em 2018, sete são chineses, veja o Quadro 3. QUADRO 3 – RANKING DOS 10 MAIORES PORTOS DO MUNDO FONTE: Adaptado de <https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/porto-mar/noticia/2019/08/02/ porto-de-santos-e-o-39o-no-mundo-e-1o-do-hemisferio-sul-em-ranking-internacional.ghtml>. Acesso em: 25 abr. 2020. Ranking 1 – Xangai (China) – 42.010.200 2 – Cingapura (Cingapura) – 36.599.300 3 – Ningbo-Zhoushan (China) – 26.351.000 4 – Shenzhen (China) – 25.740.000 5 – Guangzhou (China) – 21.922.100 6 – Busan (Coreia do Sul) – 21.663.000 7 – Hong Kong (China) – 19.596.000 8 – Qingdao (China) – 19.315.400 9 – Tianjin China – 15.972.000 10 - Dubai (Emirados Árabes Unidos) – 14.954.000 Com relação à frota mercante mundial e à concentração na indústria, segundo dados da Alphaliner (2011), o percentual da frota operada pelas dez maiores transportadoras de contêineres marítimos dobrou nos últimos anos, enquanto a capacidade (em TEUs) da frota operada por essas organizações mais do que triplicou no mesmo período. 20 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Devido ao uso generalizado do sistema de hub e porta-voz, segundo Bichou e Gray (2005), atenção substancial foi concentrada no que caracteriza um porto de hub e nas condições necessárias para configurar esse tipo de porta. Segundo o autor, a ideia do hub foi inicialmente estabelecida por Taaffe, Morrill e Gould (1963), que identificaram o processo pelo qual muitos portos pequenos do mundo inteiro formam uma rede com um ou dois portos globais principais e numerosos portos menores para criar um sistema de transporte integrado. Segundo Campbell (1994), os hubs são instalações de transbordo e atuam como elos entre múltiplas origens e destinos. Hub port – consiste em um porto concentrador de cargas e de linhas de navegação. O termo decorre das estratégias de aumentar o tamanho dos navios, concentrar rotas e reduzir o número de escalas adotadas pelas principais companhias marítimas, notadamente a partir dos anos 1990. FONTE: <https://portogente.com.br/portopedia/73181-hub-port-porto-concentrador>. Acesso em: 25 ago. 2020. NOTA Segundo Bichou e Gray (2005), aspectos como localização geográfica, volumes de carga, redes intermodais, redes de serviços de alimentação, infraestrutura e taxas são frequentemente considerados os fatores mais importantes para um porto adquirir status de hub. Segundo o autor, podem-se identificar os principais critérios para a seleção de portos sob a perspectiva dos transportadores oceânicos e dos exportadores, importadores e transitários. Do ponto de vista das transportadoras, segundo Bichou e Gray (2005), os critérios importantes são o potencial de geração de carga do porto, a localização e a distância das principais rotas marítimas (principais serviços), a capacidade de acomodar navios de grande porte (principalmente no que se refere ao tamanho do casco), a eficiência nas operaçõesde carga e descarga, os tempos de espera e as taxas de ancoragem. Segundo Bichou e Gray (2005), do ponto de vista dos exportadores, importadores e transitários, os fatores importantes incluem custos portuários, conexões de frete terrestre ao porto ou do porto até o destino, o número e a cobertura de serviços de linha regular, frete marítimo, a frequência do navio e tempos de trânsito marítimo e de porto em porto. Todos esses critérios estão associados às ideias de “Hinterland”, “Vorland” e “Umland”. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 21 Conceitos de Umland; Hinterland e Vorland Umland: trata do ambiente físico portuário. Remete as instalações, tarifas e qualidade dos serviços que presta. Referente aos custos variáveis para o armador, os principais são combustíveis e despesas portuárias. Portanto, um porto com boas operações de embarque e desembarque no menor tempo possível e com tarifas atraentes garante que haja um grande volume de capacidade ocupada. Hinterland: depende do potencial de desenvolvimento da região onde o porto está localizado ou presta serviços e dos custos de transportes terrestres e dos serviços feeder (serviço portuário de alimentação e distribuição das cargas). Vorland: significa uma maior ou menor distância entre o porto e as principais rotas de navegação ou sua área de abrangência marítima. Esse aspecto se faz importante pois os custos dos armadores aumentam ao tratar de longas distâncias com muitas escalas. O ideal seria aumentar a quantidade de viagens e um melhor índice de capacidade ocupada do navio. FONTE: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/103885>. Acesso em: 28 ago. 2020. NOTA 2.4 TIPOS DE PORTOS Considerando uma variedade de fatores como localização, profundidade, objetivo e tamanho dos navios, segundo Dasgupta (2019), os portos são classificados em vários tipos como: • Portos interiores. • Portos de pesca. • Portos de água quente. • Portos secos. • Portos marítimos. Portos interiores Portos interiores, segundo Dasgupta (2019), são portos construídos em massas de água comparativamente menores, como em rios ou lagos, podendo ser construídos para fins de carga ou para passageiros ou mesmo para ambos. Segundo o autor, convencionalmente, os portos interiores são portos construídos ou mantidos naturalmente na costa de pequenas hidrovias como lago, rio ou estuários e raramente vistos também nas costas do mar. A Figura 4 apresenta exemplo de porto interior. 22 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA FIGURA 4 – PORTO INTERIOR, PORTO MANAUS FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Porto_de_Manaus_2012.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2020. Em alguns casos, segundo Bichou e Gray (2005), os portos interiores podem ter acesso ao mar com a ajuda de um sistema de canais. Tendo em vista que esses portos são construídos em vias navegáveis interiores, eles normalmente se comportam como portos marítimos normais, porém, importante ressaltar que não são capazes de permitir o tráfego profundo de navios. Alguns dos portos do interior, segundo Dasgupta (2019), podem ser feitos exclusivamente para fins recreativos, permitindo apenas embarcações de pequeno porte ou mesmo podem ser usados especialmente para transportar pessoas e atividades de pesca. Os portos interiores, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), são mantidos convencionalmente para atender às escassezes de estocagem e expedição de carga, porém, esporadicamente também são abertos aos passageiros. Segundo o autor, os portos interiores são mais rasos que os portos marítimos, de modo que não permitem atracação profunda, mas apenas a atracação em balsas é autorizada nos portos do interior. Os serviços de transporte terrestre, segundo Dasgupta (2019), são usados para conectar esses portos interiores (geralmente chamados de terminal ferroviário ou rodoviário) por meio de terminais marítimos. Os navios intermodais de transporte e navios-tanque, segundo Dasgupta (2019), estão no auge no mercado internacional por causa do desenvolvimento de portos interiores, também chamados de portos de distribuição de mercadorias, que são um centro para o comércio de vias navegáveis interiores, principalmente devido à disponibilidade de espaço livre de congestionamento e capacidade adequada. Segundo o autor o terminal terrestre é o importante conector para expedições comerciais entre duas regiões, tanto para o tráfego de entrada, quanto para servir o tráfego de saída. Segundo Dasgupta (2019), esse porto também precisa lidar com várias atividades de logística envolvidas. As funções importantes dos portos interiores, segundo o autor, estão resumidas a seguir: TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 23 • deve haver centros de distribuição bem estabelecidos para distribuição de frete; • devem ser providenciados depósitos no porto interior para garantir o armazenamento correto de cascos e contêineres, que poderão ser utilizados posteriormente em diferentes viagens; • deve haver um departamento de logística bem constituído para lidar com as mais diversas atividades de logística, assim como para manter registros de estoque; • deve haver um armazém adequado para alojar peças sobressalentes de carga e outras máquinas envolvidas no carregamento da carga. Portos de pesca Os portos de pesca, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), estão especialmente relacionados a ambiente comercial, pois participam da pesca, ressalta-se que as atividades de pesca também podem ser tratadas como um modo de recreação. Segundo o autor, a presença de um porto de pesca depende totalmente da disponibilidade de peixes nessa região do oceano, sendo que um porto de pesca pode ser um porto interior ou um porto marítimo. A Figura 5 apresenta porto de pesca de Essaouira, Marrocos. FIGURA 5 – PORTO DE PESCA DE ESSAOUIRA, MARROCOS FONTE: <https://www.viajecomigo.com/wp-content/uploads/2015/08/Porto-de-pesca-Essaoui- ra-%C2%A9-Viaje-Comigo111.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2020. Normalmente, segundo Dasgupta (2019), os portos de pesca são portos comercializáveis, comumente usados para fins recreativos ou estéticos, sendo portos que permitem a pesca controlada e disciplinada para seus clientes, sendo ainda o tipo de porto com maior geração de receita quando adequadamente operacionais. Segundo o autor, diferente de outros tipos de portos, o porto de pesca possui uma brecha operacional, ou seja, ele é operacional quando existem peixes disponíveis na área ou localidade portuária, mas, na escassez de peixes nas proximidades, esses portos se tornam antieconômicos. 24 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Os portos de pesca, segundo Bichou e Gray (2005), exigem mais trabalhos de manutenção quando comparados com outros portos, muitos estão prestes a fechar, estes são os portos com menor profundidade devido ao calado do navio de pesca ser limitado a uma profundidade curta. Segundo Dasgupta (2019), um porto de pesca compreende: • Cabides: são as áreas especiais empregadas para a preservação de bens e produtos. Além disso, abriga a produção, bem como uma área de armazenamento que produz e armazena os alimentos necessários ou outros itens para o peixe. • Posto de abastecimento: esta é uma parte importante de um porto de pesca e é responsável por saciar as necessidades de combustível e a demanda de água doce do navio. • Edifício de Operação e Administração: este é o prédio principal no qual são feitos planos para a viagem, a pesca e o gerenciamento de todos os problemas legais e de saúde. • Instalações: é o edifício que abriga os negócios de peixe que é compra ou venda de peixe. Portos de água quente Portos de água quente, segundo Dasgupta (2019), são os portos em que a água é mantida em temperatura mais quente. Segundo o autor, a maior vantagem em relação a um porto de água quente é que a água não congela durante os invernos gelados, consequentemente, é livre para operar durante todo o ano sem um desligamento temporário durante otempo de congelamento, ajudando a impulsionar a economia da nação. A Figura 6 apresenta um exemplo de porto de água quente. FIGURA 6 – PORTO DE ÁGUA QUENTE FONTE: <https://www.ripleybelieves.com/img/world-facts-2018/russia-s-warm-water-port.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2020. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 25 Cidade de Novorossiysk como um porto de água quente Novorossiysk tem muitos benefícios de ser um porto de águas quentes na costa do Mar Negro. Enquanto Murmansk tem um porto livre de gelo, Novorossiysk tem um porto livre de gelo localizado em águas significativamente mais quentes. O porto livre de gelo de Murmansk está localizado em meio a um oceano ártico cheio de gelo. A Rota do Mar do Norte, mesmo com níveis decrescentes de gelo marinho, ainda é apenas navegável durante parte do ano. Novorossiysk é um porto de águas quentes no Mar Negro, muito mais quente. Todo o gelo que se forma no Mar Negro é muitas vezes limitado às margens norte e noroeste do Mar Negro, com o resto do Mar Negro permanecendo livre de gelo durante todo o ano. Isso é especialmente importante porque o Estreito de Bósforo conecta o Mar Negro ao Mar Mediterrâneo. Esta via marítima é o caminho percorrido para chegar a lugares como o Egito e a Turquia. FONTE: <https://pt.ripleybelieves.com/russia-s-warm-water-port-3816#:~:text=O%20principal %20por-to%20de%20%C3%A1guas,melhores%20ba%C3%ADas%20do%20Mar%20Negro>. Acesso em: 25 ago. 2020. INTERESSA NTE Esses portos, segundo Dasgupta (2019), têm um papel significativo no crescimento econômico da região onde estão localizados, sendo que dois desses principais portos geradores de receita são o porto de Valdez, no Alasca, e o porto de Vostochny, na Rússia. Segundo o autor, os principais motivos pelos quais os portos de água quente são considerados importantes é devido a importantes países desenvolvidos do mundo, que buscam estabelecer e adquirir mais portos de água quente. São os seguintes: • Permite o comércio ao longo do ano, tendo em vista que no inverno gelado, quando outros portos negam seus serviços, o porto de água quente ainda está operacional e atinge a demanda de importação e exportação do país. • Esses portos de água quente tornaram possível o comércio por vias navegáveis interiores em países como a Etiópia. • Esta é a principal razão da expansão de um império em todo o mundo. Alguns exemplos notáveis, segundo Dasgupta (2019), podem incluir Porto de Odessa da Ucrânia, Porto Vostochny da Rússia, Porto de Murmansk da Rússia, Porto Kushiro do Japão e Porto Valdez do Alasca. Portos secos Os portos secos, segundo Dasgupta (2019), são definidos como terminais terrestres que podem ser interconectados a um porto marítimo, por meio de instalações de transporte rodoviário ou ferroviário, e, normalmente, atuam como centros de logística multimodal. Segundo o autor, um porto seco se revela 26 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA importante no comércio de importação e exportação de carga e pode ajudar a diminuir o constante congestionamento em um porto próximo. Figura 7 apresenta exemplo de porto seco. FIGURA 7 – PORTO SECO FONTE: <https://static.wixstatic.com/media/bd59e0_d9cbfde45348465dba5e434085f- d995b~mv2.jpg/v1/fill/w_1110,h_489,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01/bd59e0_d9cbfde- 45348465dba5e434085fd995b~mv2.webp>. Acesso em: 25 ago. 2020. Suas atribuições, segundo Bichou e Gray (2005) são bastante semelhantes às de um porto marítimo, com a única diferença que não está situada perto da costa. Segundo o autor, estes são usados nomeadamente para o transbordo de carga para destinos do interior, sendo um porto de transbordo conectado a um porto marítimo e gerencia operações intermitentes, como cobrança e gerenciamento de coordenação entre importador e exportador. Fazendo uma analogia dos portos secos com nosso corpo, esses portos, segundo Dasgupta (2019), têm o mesmo objetivo que as veias de nosso corpo, tendo em vista que são usados para conectar importadores e exportadores de áreas remotas que não podem acessar portos marítimos para comércio ou outros fins. Segundo o autor, um porto seco compõe-se em todo o maquinário necessário para lidar com a liberação constante da remessa, como instrumentação de carga adequada, tapumes de trilhos, depósitos e até pátios de contêineres. Portos marítimos Os portos marítimos, segundo Bichou e Gray (2005), são os tipos mais comuns de portos do mundo que são usados para atividades de transporte comercial. Segundo o autor, normalmente estes portos são construídos em uma localização marítima e permitem a acomodação de embarcações pequenas e grandes. Diversos portos marítimos, segundo Dasgupta (2019), estão situados ao longo da costa e operam ativamente com as transações de carga em andamento. Segundo o autor, um porto marítimo pode ser mais categorizado como porto de carga ou porto de cruzeiros, alguns dos portos marítimos mais antigos ainda são usados para fins recreativos e de pesca. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 27 Segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), armazéns especiais são confeccionados para armazenar a remessa e manter o estoque regular. Segundo o autor, instalações adicionais, como hotéis, restaurantes, instalações portuárias de recepção, banheiros e lanchonetes também podem ser ofertados para instigar o interesse das pessoas que visitam o porto, sendo que os portos marítimos formam alguns dos maiores e mais movimentados portos do mundo. Os portos marítimos, segundo Dasgupta (2019), são o tipo mais tradicional de portos e a maior parte do transporte aquaviário. Segundo o autor, os portos marítimos ainda são classificados em três categorias, a saber: i) Porto de Cruzeiros. ii) Porto de escala. iii) Porto de carga. Passamos a descrever cada uma destas classificações. Porto de cruzeiros Este tipo de porto, segundo Dasgupta (2019), é especializado em lidar com as atividades de navios de cruzeiro, fornecendo plataforma para os passageiros entrarem e desembarcarem dos cruzeiros no início e no final das viagens, respectivamente. Segundo o autor, um porto de cruzeiros também é capaz de fornecer as disposições essenciais necessárias para uma viagem de cruzeiro de luxo, sendo que os fornecimentos são dos mais diversos podendo variar de recursos de combustível a água potável, vinhos, alimentos etc. Figura 8 apresenta exemplo de porto cruzeiro. FIGURA 8 – PORTO CRUZEIRO FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-IM0Vw8LzX8E/UZLYQzkKY1I/AAAAAAAAA6I/4PTyQ5nt3tU/ s1600/porto.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2020. 28 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA Um porto de cruzeiros típico, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), está sempre congestionado e cheio de pessoas que embarcam ou saem dos cruzeiros, sendo esse é o tipo de porto mais movimentada devido ao embarque contínuo de passageiros. Além disso, segundo o autor, todas as formalidades e disposições para uma viagem segura através de cruzeiros são pré-planejadas e executadas pela autoridade portuária do porto. Segundo Bichou e Gray (2005), no sul da Flórida, os portos de Miami são considerados a capital mundial dos cruzeiros. Além disso, Port Everglades e San Juan, na Flórida e Porto Rico, respectivamente, também são considerados significativos para os cruzeiros de férias de destino. Porto de escala O porto escala, ou também é conhecido como porto intermediário, segundo Dasgupta (2019), está em algum ponto do plano de viagem do navio para aceitar o suprimento de combustível e estocar ou descarregar carga. Segundo o autor, este tipo de porto recebe uma breve visita de um navio na viagem, assim como também é utilizado para a realização de trabalhos de reparo fundamentais, também é comum os passageiros podem deixar o navio em um porto de escala, servindo como um porto de escala, entre os portos de origem de um navio em particular. Portos de carga Como o nome sugere, segundo Dasgupta (2019), esses portos agem de acordo com a carga que gerencia e as comodidadesdisponíveis diferem de um porto para o outro, sendo portos específicos para lidar apenas com carga. Segundo o autor, esses portos também são conhecidos como “portos em massa”, “quebrar portos em massa” ou “portos de contêiner”. Os portos de carga, segundo Bichou e Gray (2005), circundam muitas técnicas mecânicas para carregar ou descarregar a remessa, podendo ser projetado para lidar com tipos únicos e múltiplos de produtos. Segundo o autor, itens como combustíveis líquidos, produtos químicos, grãos de alimentos, madeira, máquinas e automóveis, são transportados para vários lugares, empregando a capacidade de um porto de carga. Segundo Dasgupta (2019), os portos de águas profundas às vezes são usados com os portos de carga que não têm profundidade suficiente para permitir grandes navios. Segundo o autor, cargas como madeira, produtos químicos líquidos ou combustível, grãos de alimentos, automóveis etc. são manuseadas por portos a granel, enquanto cargas em contêineres ou em contêineres são manuseadas pelos portos de contêineres. Segundo Bichou e Gray (2005), às vezes, uma terceira categoria também é adicionada a esta série, que é um porto multifuncional, esse tipo de porto não apenas manipula cargas específicas, mas também pode gerenciar todos os tipos de cargas em um único porto. TÓPICO 2 — CLASSIFICAÇÃO DOS PORTOS 29 Numerosos terminais operacionais, segundo Dasgupta (2019), se ramificam a partir de portos individuais a granel e são designados para manter os vários tipos de embarques. Segundo o autor, os estivadores são as organizações que atuam como operadores de terminais e presidem as ações dos diversos terminais operacionais. Diferença entre portos e terminais Os portos, segundo Vieira e Kliemann Neto (2016), são localizações geográficas estratégicas situadas à beira do oceano, mares, rios ou lagos, estes locais são então desenvolvidos para revelar instalações para carga e descarga de navios de carga. Segundo o autor, as instalações fornecidas para um porto dependem da finalidade para a qual o porto está sendo usado. FIGURA 9 – TERMINAL PORTUÁRIO FONTE: <https://cdn-pen.nuneshost.com/images/180531-porto-de-santos-conteiner.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2020. Considerando que um terminal, segundo Dasgupta (2019), é referido como o conjunto de instalações em um porto onde ocorrem o carregamento e descarregamento de carga / contêiner. Segundo o autor, os terminais são nomeados com base no tipo de carga que pode ser manuseada por eles, sendo que alguns dos tipos mais comuns de terminais são terminais de contêineres, terminal de carga a granel etc. 30 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • As abordagens mais difundidas de classificação de portos são: i) o grau de desenvolvimento de um porto ou a geração à qual um porto pertence, ii) o modelo de propriedade e gerenciamento de um porto e iii) a inclusão de um porto nas redes globais de transporte marítimo. • Primeira geração de portos está limitada ao desenvolvimento de atividades portuárias tradicionais, ou seja, são basicamente interfaces entre a terra e o mar. • Os portos de segunda geração são caracterizados como centros de serviços de apoio e suporte para transporte, indústria e comércio que proveem determinados serviços de carga de valor agregado. • Os portos de terceira geração são links dinâmicos nas redes de comércio internacional e agentes ativos que projetam e executam ações estratégicas para o desenvolvimento completo de áreas importantes de um porto. • Quarta geração de portos agem em um mercado dinâmico, onde os portos precisam adotar uma nova abordagem logística: agilidade, é o que caracteriza os portos de quarta geração. • Na classificação do banco mundial, os portos são classificados como: i) porto de serviço (service port); ii) porto de ferramentas (tool port); iii) porto senhorio (landlord port) e; iv) porto de serviço privado (private service port). • Os portos podem ser classificados quanto ao envolvimento dos setores público e privado como: porto público; porto público / privado com um setor público dominante; porto público / privado com um setor privado dominante e; porto privado. 31 1 Quais são as abordagens mais difundidas de classificação de portos? 2 Descreva as quatro gerações das classificações de portos. 3 Os portos podem ser classificados quanto ao envolvimento dos setores público e privado. Quais são essas classificações? 4 A classificação amplamente conhecida é a definida pelo Banco Mundial, que descreve quatro modelos de gerenciamento de portos de acordo com a especialidade de um porto. Quais são as quatro classificações de portos? AUTOATIVIDADE 32 33 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 ESTALEIROS INDUSTRIAIS NAVAIS 1 INTRODUÇÃO Por várias décadas, países asiáticos como Coreia, Japão e China lideram o setor de construção naval desde o declínio na Europa e na América. No entanto, vários países em desenvolvimento, como Índia, Brasil etc., farão uma entrada na indústria de construção naval. Esses países em desenvolvimento estão encontrando parceiros técnicos ou provedores de informação porque estão em situação de poucas experiências e tecnologias. Agora, as empresas de engenharia de construção naval dos países avançados da construção naval estão tendo a chance de negociar com os países em desenvolvimento. Para a realização do projeto de layout do estaleiro são necessários quatro tipos de peças de engenharia. São engenharia civil, engenharia de construção, engenharia de serviços públicos e engenharia de layout de produção. Entre essas peças, a engenharia do layout de produção é mais importante, pois o resultado é a base das outras peças de engenharia e determina a capacidade do estaleiro durante o ciclo de vida da operação do estaleiro. Neste tópico abordaremos o processo de construção naval; tipos de métodos de lançamento de navios; tecnologias da construção naval; equipamento avançado na construção naval; equipamentos avançados em estaleiros; e principais vantagens do equipamento avançado para construção naval. 2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO NAVAL Para analisar o processo de construção naval começamos a entender como um navio é dividido em blocos, como mostra a Figura 10. 34 UNIDADE 1 — CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO PORTUÁRIA FIGURA 10 – DIVISÃO DE UM NAVIO GRANELEIRO EM BLOCOS FONTE: <https://www.marineinsight.com/wp-content/uploads/2016/07/construction1.png>. Acesso em: 8 set. 2020. A Figura 10, segundo Chakraborty (2020), mostra a divisão de um navio graneleiro em blocos, sendo importante compreender que um bloco pode não ter a largura total do navio, e o tamanho de um bloco depende da capacidade e das instalações do estaleiro. Durante o processo de construção naval, segundo Chakraborty (2020), cada bloco de navio é levado para a doca do edifício, onde são montados com guindastes, conforme a sequência de soldagem, onde após cada montagem, a soldagem é realizada nas juntas dos blocos. Segundo o autor, o alinhamento de blocos é um fator muito importante para determinar a produtividade do estaleiro, sendo que são tomadas medidas de garantia de qualidade bem como o alinhamento adequado. Segundo Kumar (2020), melhorias no alinhamento foram feitas com o uso de gabaritos adequados para painéis de carcaça curva, técnicas de soldagem adequadas com menor entrada de calor e o uso de ferramentas de alinhamento a laser. Um ancoradouro de construção naval, segundo Chakraborty (2019b), é uma estrutura semelhante a uma doca com nível de piso abaixo do nível médio do mar, onde quando todos os blocos são erguidos e soldados, a doca é inundada e o navio é levado para o píer. No entanto, segundo o autor, muitos estaleiros em que o nível de piso na doca do edifício está acima do nível médio do mar, o navio é transportado pela água usando técnicas especializadas de lançamento de navios. TÓPICO 3 — ESTALEIROS INDUSTRIAIS NAVAIS 35 Em alguns estaleiros, segundo Chakraborty (2019c), a montagem de blocos,
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