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Apostila Ortodontia

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ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
Diagnóstico ortodôntico 
– análise facial 
 O diagnóstico ortodôntico come-
ça pela análise facial do paciente. A ava-
liação facial é muito importante e pode-
mos observar as diferenças de antes e 
depois do tratamento. 
o O que é análise ortodôntica faci-
al? 
É o método utilizado pelos clíni-
cos para avaliar e julgar a face do paci-
ente. 
A análise nos permite definir as 
proporções, volumes, aparência, simetria 
e deformidades visuais da face. 
Através da análise do perfil mole 
da face, suas linhas e ângulos determi-
narmos proporções ideais para um me-
lhor equilíbrio facial. 
MÉTODOS DE ANÁLISE FACIAL 
o Exame direto; 
o Fotografias clínicas; 
o Métodos de imagem 3D (radia-
ção free); 
o Radiografias (2D) e tomografias 
(3D). 
As análises nos ajudam a ter um 
diagnóstico preciso. 
o Os parâmetros das AFC (análises 
faciais clínicas) são padrões? 
Não são padrões. Eles variam de 
acordo com raça, etnia, diferenças cultu-
rais, sexo, preferências pessoais, filoso-
fia do clínico. 
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FACIAL 
o Diagnosticar e classificar as de-
formidades, especialmente para 
casos limítrofes; 
o Elaborar o plano de tratamento 
que aborda principalmente as 
preocupações e reclamações do 
paciente; 
o Prever os resultados do trata-
mento, estabilidade e prognósti-
co. 
Diagnosticarelaborarprever 
 
 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
POSICIONAMENTO CORRETO DO PACI-
ENTE 
o Posição natural da cabeça: o pa-
ciente é instruído para ficar em 
posição ereta, olhando para fren-
te na linha do horizonte (plano de 
Camper paralelo ao solo); 
o Relação cêntrica x MIH (observar 
se há uma discrepância muito 
grande entre as duas relações, 
pois, se houver, devemos buscar 
a RC); 
o Lábios em repouso. 
O posicionamento inapropriado 
da cabeça, da mandíbula, e da postura 
labial pode levar a um diagnóstico im-
preciso. 
A avaliação da estética facial é 
subjetiva, pois o equilíbrio e a harmonia 
dos componentes faciais necessaria-
mente não significam uma face total-
mente simétrica e uma oclusão perfeita. 
VISTAS A SEREM AVALIADAS 
o Análise frontal; 
o Análise de perfil; 
o Análise em 45 graus. 
Análise em vista frontal 
o Análise vertical: tipo facial, sime-
tria e proporção; 
o Padrão facial; 
o Altura facial; 
o Avaliação labial. 
Numa vista frontal, a face deve 
ser examinada para a avaliação da sime-
tria bilateral, da proporcionalidade verti-
cal (terços) e da postura labial em re-
pouso e durante o sorriso. 
SIMETRIA FACIAL 
 Traçar uma linha vertical que 
divide a face em duas partes. Observar 
se há semelhança entre as duas partes 
ou se existem diferenças significativas. 
ANÁLISE VERTICAL 
Avaliação do equilíbrio dos terços 
superior, médio e inferior, que são apro-
ximadamente iguais. 
o Terço superior: linha do cabelo à 
linha das sobrancelhas (glabela); 
o Terço médio: linha da sobrance-
lha (glabela) à linha subnasal; 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
o Terço inferior: linha subnasal ao 
mento. Ele é dividido em duas 
partes. 
» Subnasal até a borda in-
ferior do vermelhão do 
lábio superior: 1/3; 
» Borda superior do verme-
lhão do lábio inferior até 
base do mento: 2/3. 
OBS: a visão em perfil também é boa 
para avaliar os terços da face. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO LABIAL 
Avaliar os lábios quanto à morfo-
logia, posição, selamento (em repouso), 
atividade (sorriso e fala), espaço interla-
bial e linha do sorriso. 
Em repouso o lábio superior deve 
tocar o lábio inferior suavemente. Duran-
te o sorriso, o ideal é mostrar de ¾ da 
coroa dos incisivos superiores até 2 mm 
de gengiva. 
» Comprimento do lábio superior: 
O comprimento do lábio superior 
é medido do subnasal até o ponto mais 
inferior do lábio superior. Sua medida 
normal é de 19 a 22 mm. Esta medida é 
mais longa no sexo masculino do que no 
feminino. 
» Comprimento do lábio inferior: 
O comprimento do lábio inferior é 
medido do ponto mais superior do lábio 
inferior até o tecido mole do mento e, 
normalmente, as medidas ficam entre 38 
a 44 mm. 
SORRISO 
o Análise do sorriso: arco do sorri-
so, linha do sorriso, comprimento 
do sorriso, exposição gengival, 
exposição dos incisivos, espon-
tâneo x cinematográfico. 
ARCO DO SORRISO 
 O arco dentário superior deve 
acompanhar a curvatura do lábio inferior 
para ter-se um sorriso harmônico. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
 
LINHA DO SORRISO 
 Altura do lábio superior em rela-
ção às margens gengivais. 
o Linha de sorriso alta: quando ex-
põe muito a gengiva; 
o Linha de sorriso adequada: mos-
tra somente as papilas; 
o Linha de sorriso baixa: esconde 
uma parte dos incisivos superio-
res. 
 
COMPRIMENTO DO SORRISO 
o Corredor bucal. 
É necessário que tenha um certo 
espaço entre a vestibular dos molares 
superiores e a mucosa jugal. 
 
 
EXPOSIÇÃO GENGIVAL 
 Com o passar da idade, expõe-se 
menos os dentes superiores. 
 Mostrar um certo grau de tecido 
gengival traz uma jovialidade (no máxi-
mo em torno de 2mm). 
EXPOSIÇÃO DOS INCISIVOS 
 Observar com os lábios em re-
pouso o quanto os centrais são expostos. 
O ideal é que fique exposto entre 1 a 
3mm. 
 Quando não há nenhum grau de 
exposição, é um sinal de que quando a 
pessoa sorrir, ela não irá expor todos os 
elementos superiores (linha de sorriso 
baixa). 
SORRISO ESPONTÂNEO X CINEMATO-
GRÁFICO 
O sorriso espontâneo é aquele 
carregado de emoções e o cinematográ-
fico é o forçado (fazendo pose). Deve-
mos buscar o sorriso espontâneo para 
tratar o paciente. 
 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
OUTROS FATORES DENTÁRIOS 
o Overbite: a mordida profunda po-
de alterar a estética do sorriso, 
pois as margens gengivais dos 
incisivos centrais podem estar 
mais baixas que as dos laterais; 
o Plano oclusal: o plano oclusal 
assimétrico pode afetar a estéti-
ca do sorriso, pois um dente po-
de estar mais baixo ou mais alto 
que seu homólogo; 
o Linha média dentária: a linha 
média dos ICS deve coincidir 
com a linha média dos ICI. 
o Linha média dentária x linha mé-
dia da face: devem coincidir. 
Análise em perfil 
o Análise de perfil de tecido mole; 
o Terços faciais; 
o Análise da maxila; 
o Análise da mandíbula; 
o Avaliação labial. 
Na análise de perfil alguns ângu-
los e linhas devem ser observados. 
 
 
ÂNGULO NASOLABIAL 
 É o ângulo formado da ponta do 
nariz até o subnasal e do subnasal até a 
parte mais anterior do lábio. 
o Adulto: 90º a 110º; 
o Criança: 89º a 117º. 
ÂNGULO LABIOMENTUAL 
 Formado pelo pogônio mole até a 
parte mais reta posterior do sulco labio-
mentual e a ponta do vermelhão do lá-
bio. 
Normalmente, em adultos, este 
ângulo é em média 120º. 
OBS: em indivíduos classe III o ângulo é 
mais aberto (>120) e em classe II é mais 
fechado (<120). 
ÂNGULO NASOFACIAL 
Construído da glabela ao pogônio 
mole e uma linha tangente ao dorso do 
nariz. 
o Adultos: 30º a 35º; 
o Criança: 34º a 43º. 
OBS: em indivíduos classe II é maior que 
35 graus e em classe III é menor. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
ÂNGULO NASOMENTAL 
Construído de uma linha traçada 
no dorso do nariz e outra linha desenha-
da da ponta do nariz ao pogônio mole 
(Linha E). 
o Adulto: 120º a 132º; 
o Criança: 120º a 135º. 
ÂNGULO MENTOCERVICAL 
Construído por uma tangente à 
linha submental e pela linha E. 
o Adulto: 110º a 120º; 
o Criança: 97º a 118º. 
ÂNGULO SUBMENTAL PESCOÇO 
 É construído por uma tangente à 
linha submental e uma tangente ao pes-
coço. 
o Homens: 126º; 
o Mulheres: 121º. 
ÂNGULO DO CONTORNO FACIAL 
Este ângulo é formado unindo-se 
a glabela, o ponto subnasal e o pogônio. 
o Classe I: entre 165º e 175º; 
o Classe II: menor que 165°; 
o Classe III: maior que 175°. 
ÂNGULO DA CONVEXIDADE FACIAL 
O ângulo de convexidade ajuda a 
definir o padrão facial (classe I, II ou III). 
Este ânguloé formado unindo-se 
a glabela, o ponto subnasal e o pogônio. 
Ele é suplementar ao angulo do contorno 
facial, ou seja, a soma destes dois ângu-
los deve ser igual a 180°. 
o Classe I: 8° a 16°; 
o Classe II: maior que 16º; 
o Classe III: menor que 8º. 
LINHA PESCOÇO-QUEIXO 
A distância da junção pescoço 
região submandibular até o mento deve 
ser observada. O comprimento desta 
linha deve ser aproximadamente 40mm. 
LINHA DE HOLDAWAY (linha H) 
Conecta o pogônio ao ponto mais 
proeminente do lábio superior. 
LINHA DE STEINER (linha S) 
Sai do pogônio e deve ir ao ponto 
médio da base do nariz, tocando os lá-
bios superior e inferior. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
 
OBS: se os lábios estiverem a frente 
dessa linha, pode ser uma biprotrusão 
labial, que pode ter sido causada por 
uma biprotrusão dentária. Pode também 
ser da morfologia do próprio lábio. 
LINHA DE BURSTONE (linha Sn-Pog) 
Linha imaginária que une o ponto 
subnasal e pogônio. 
o Lábio superior: 3mm à frente da 
linha; 
o Lábio inferior: 2mm à frente. 
PLANO ESTÉTICO DE RICKETTS (linha E) 
Sai do pogônio e vai até a ponta 
do nariz. 
o Lábio superior: 4mm atrás; 
o Lábio inferior: 2mm atrás. 
 
AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO DA MAXILA E 
MANDÍBULA 
Para analisarmos a posição da 
maxila e mandíbula, tomamos como 
referência o ponto násio perpendicular. 
Linha que passa pelo plano de 
Frankfurt (pório até o infra-orbitário) e 
encontra perpendicularmente a uma 
linha que passa pelo násio de tecido 
mole. 
o Posição ideal da maxila: Sn a 
frente da linha (6 +/- 3mm). 
o Posição ideal da mandíbula: Pog 
tocando a linha (0 +/- 4 mm). 
Em homens, pogônio deve estar 
de 0 a 2mm atrás e em mulheres 0 a 
4mm atrás. 
Na dentição mista, o pogônio es-
tá 6 a 8mm atrás. 
OBS: se o pogônio estiver muito atrás 
dessa linha, é classe II. Se estiver próxi-
mo a ela, classe I. Se estiver mais a fren-
te, classe III. 
 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
Desenvolvimento da 
oclusão 
1. Período pré-dental; 
2. Fase de dentadura decídua; 
3. Fase de dentadura mista; 
4. Fase de dentadura permanente. 
OBS: existem três dentaduras (decídua, 
mista e permanente) e duas dentições 
(decídua e permanente). A dentadura se 
diz respeito ao estágio de desenvolvi-
mento dentário. 
EMBRIOLOGIA DENTAL 
Nas primeiras semanas de vida em-
brionária inicia a odontogênese. Nela, os 
dentes passam por diversas fases. 
1. Iniciação ou fase de botão; 
2. Proliferação ou fase de capuz; 
3. Morfodiferenciação ou fase de 
campânula; 
4. Fase de coroa; 
5. Formação de raiz. 
OBS: um dente que foi um botão não 
necessariamente terá formação da coroa 
ou raiz, pois algum distúrbio pode acon-
tecer durante sua formação. 
OBS: dentes supranumerários são for-
mados por excesso de atividade da lâmi-
na dentária durante a odontogênese, 
aproximadamente entre a 6ª e 8ª sema-
na de vida intrauterina. 
PERÍODO PRÉ-DENTAL 
Uma criança no período pré-
dental deveria ter três características: 
1. Rebordo só deveria tocar na regi-
ão posterior: presença do espaço 
mesial-anterior – para amamen-
tação; 
2. No rodete gengival é possível ob-
servar onde estarão os dentes 
decíduos; 
3. Arco dental com formato de U. 
Estágios do desenvolvi-
mento oclusal 
1. Irrupção dos dentes decíduos; 
2. Dentadura decídua completa; 
3. Irrupção dos primeiros molares 
permanentes; 
4. Irrupção dos incisivos permanen-
tes; 
5. Irrupção de caninos inferiores e 
pré-molares; 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
6. Irrupção de segundos pré-
molares; 
7. Irrupção de caninos superiores e 
segundos molares permanentes; 
8. Dentição permanente madura. 
ESTÁGIO 1 – IRRUPÇÃO DOS DENTES 
DECÍDUOS 
Este estágio, por sua vez, é divi-
dido em quatro fases. 
1ª fase da biogênese (por volta dos 12 
meses de idade) – quatro incisivos: 
o Falta de sentido de oclusão (não 
tem DVO, pois não tem dente 
posterior); 
o Mordida profunda; 
o Sem definição da ATM (côndilo 
não tem formato definido e a ca-
vidade glenóide ainda é plana). 
2ª fase da biogênese (12-18 meses) – 
primeiros molares decíduos: 
o Primeiro ganho de DVO: a defini-
ção da DVO será conseguida pelo 
equilíbrio muscular; 
o Diminui o trespasse vertical; 
o Inicia o sentido de oclusão; 
o Inicia a definição da ATM: quem 
define a anatomia da ATM é a 
anatomia das cúspides e fossas 
dos molares. 
3ª fase da biogênese (18-24 meses) – 
caninos decíduos: 
o É ele que marca o padrão ântero-
posterior do paciente; 
o Estabelecimento dos diastemas 
primatas. 
4ª fase da biogênese (24-30 meses) – 
segundos molares decíduos: 
o Consolidação do primeiro ganho 
de DVO; 
o Diastemas inter-molares: os mo-
lares decíduos não tem ponto de 
contato. 
OBS: a arcada dentária vai diminuindo no 
sentido anteroposterior e cresce trans-
versalmente. 
ESTÁGIO 2 – DENTADURA DECÍDUA 
COMPLETA 
 Após a irrupção de todos os den-
tes decíduos. Esse estágio se estende 
dos 3 aos 6 anos, em média. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
Aspectos de normalidade deste 
estágio: 
o Espaçamento entre os incisivos: 
tipo I e II de Baume; 
o Relação de caninos: referência 
para a relação sagital; 
o Diastema primata: fonte de es-
paço para compensar a diferença 
do tamanho do dente decíduo pa-
ra o permanente. O espaço pri-
mata pode estar presente tanto 
no tipo I quanto no tipo II de 
Baume; 
o Overbite (sobremordida) e over-
jet (sobressaliência) – grande va-
riação: 
» Overbite: 0-3mm; 
» Overjet: 0-2mm; 
o Espaçamento entre os molares: 
com o passar do tempo há perda 
de comprimento do arco, os es-
paços vão desaparecendo; 
o Curvas de Wilson (curva latero-
lateral, dada pela inclinação ves-
tibulolingual dos dentes posteri-
ores) e Spee (curva ântero-
posterior dada pelo desnivela-
mento entre os dentes posterio-
res e anteriores): curvas ausen-
tes, por causa do tipo da implan-
tação do dente. 
Na radiografia panorâmica deve-se ob-
servar: número de dentes, padrão de 
simetria e formação de coroa/raiz. 
ESTÁGIO 3 – IRRUPÇÃO DOS PRIMEI-
ROS MOLARES PERMANENTES 
 Depois de aproximadamente 3 
anos da implantação da dentadura decí-
dua, há a irrupção dos primeiros dentes 
permanentes. Normalmente são os pri-
meiros molares (aos 6 anos). 
o O primeiro molar permanente se-
gue superfície distal do segundo 
molar decíduo; 
o Segundo ganho de DVO; 
o Aspectos normais: 
» Relação de molar em to-
po ou Classe I; 
» Caninos em “classe I” 
(normo-oclusão); 
» Overbite 0-3mm; 
» Overjet 0-2mm. 
É necessário ficar atento quanto 
à angulação dos primeiros molares, o 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
inferior deve estar voltado para a mesial 
e o superior para a distal. 
ESTÁGIO 4 – IRRUPÇÃO DOS INCISIVOS 
PERMANTENTES 
o Primeiro período transicional; 
o Dentadura mista inicial; 
o Aspectos normais: 
» Dura 2 anos (6-8 anos de 
idade); 
» Variabilidade é a regra: 
cronologia e posição – 
nem sempre a cronologia 
é a mesma. Se houver di-
ferença na irrupção de 
dentes homólogos, pode-
se esperar 6 meses. 
OBS: incisivo lateral não pode vir antes 
do central, senão ele fecha o espaço do 
central. 
Por volta dos 8 aos 10 anos não 
há troca dentária, sendo chamado de 
período inter transicional. 
 
 
ESTÁGIO 5 – IRRUPÇÃO DOS CANINOS 
INFERIORES E PRIMEIROS PRÉ-
MOLARES 
o Início do segundo período transi-
cional; 
o Normalmente aos 10 anos de 
idade; 
o Fase do patinho feio; 
o Sequência de irrupção é impor-
tante: 
» Caninos inferiores devem 
vir antes dos primeiros 
pré-molares – se o pré-
molar irrompe antes, há 
uma perda de espaço pa-
ra o canino; 
» Trajeto dos caninos supe-
riores precisa ser monito-
rado nessa fase – os ca-
ninos superiores tendem 
a ir para cima do lateral e 
fazem com que eles fi-
quem separados. Eles 
podem também reabsor-
ver a raiz do incisivo late-
ral. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
ESTÁGIO6 – IRRUPÇÃO DOS SEGUN-
DOS PRÉ-MOLARES 
o Talvez seja o estágio mais crítico 
da biogênese; 
o Dentadura mista final; 
o Padrão-ouro para interceptação; 
o Época ideal para observar o es-
paço E: o espaço E deve ser man-
tido caso o paciente estiver com 
falta de espaço (usa-se a barra 
lingual). 
OBS: o segundo pré-molar é muito me-
nor que o segundo molar decíduo. 
1. O que é espaço livre? Onde ele 
está? 
O espaço livre é a diferença de tamanho 
entre o segundo molar decíduo e o se-
gundo pré-molar (que é menor). 
Segundo Nance: é a diferença entre a 
soma do diâmetro M-D de canino, se-
gundo e primeiro molares decíduos para 
o canino permanente, primeiro e segun-
do pré-molares. 
Segundo Gianelly: é a diferença do ta-
manho do segundo molar decíduo para 
segundo pré-molar. 
Medida do espaço E: em torno de 2mm 
de cada lado na mandíbula e 1mm de 
cada lado na maxila. 
ESTÁGIO 7 – IRRUPÇÃO DE CANINOS 
SUPERIORES E SEGUNDOS MOLARES 
PERMANENTES 
o Estágio final da dentadura mista; 
o Alto índice de impactação dentá-
ria; 
o Normalmente por volta dos 12 
anos de idade. 
ESTÁGIO 8 – DENTADURA PERMANENTE 
MADURA 
As seis chaves da oclusão nor-
mal: 
1. Relação de molares: cúspide MV 
do 1º molar superior oclui no sul-
co MV do 1º molar inferior e a 
vertente distal da cúspide disto-
vestibular do 1º molar superior 
toca na vertente mesial da cús-
pide mesiovestibular do 2º molar 
inferior. 
 
 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
99654-2337 
 
 
 
 
 
 
2. Angulação dos dentes: angula-
ção mesiodistal; 
 
3. Torque dos dentes: inclinação 
vestíbulo-lingual; 
4. Rotação: ausência de rotações 
dentais; 
 
5. Espaçamentos: ausência de es-
paçamentos. Todos os dentes de-
vem ter contatos interproximais; 
6. Curva de Spee: ela deve ser plana 
ou suave, pois quando ela é mui-
to acentuada durante os movi-
mentos bordejantes haverá inter-
ferência. 
Análise e gestão de es-
paço 
 O arco dentário pode ser medido 
em três parâmetros: 
1. Comprimento do arco: distância 
entre uma linha imaginária que 
tangencia a distal de 2º molares 
decíduos (ou a mesial de 1º mo-
lar permanente ou distal de 2º 
pré-molar) até o ponto interinci-
sivos. 
2. Largura do arco: distância entre 
caninos/pré-molares/molares até 
seu dente homólogo do lado 
oposto. 
3. Perímetro do arco: distância da 
linha que tangencia a distal de 2º 
molares decíduos que passa pe-
las fossas passa por cima das 
fossas centrais dos molares de-
cíduos/pré- molares, caninos e 
incisivos até o outro lado. 
ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
Michele 
Carvalho 
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OBS: o comprimento do arco diminui 
conforme o passar do tempo. Dente não 
anda para trás! 
MUDANÇAS DIMENSIONAIS FISIOLÓGI-
CAS 
 O perímetro e comprimento di-
minuem cerca de 5mm durante a fase de 
dentadura mista, pois o 2º molar decí-
duo é maior que o 2º pré-molar. Então, 
quando o 2º pré-molar irrupciona, ele 
ocupa um espaço mais anterior e o 1º 
molar permanente mesializa. 
 O comprimento do arco inferior é 
maior aos 5 anos do que aos 18 anos de 
idade. 
 Mas, apesar disso, o arco aumen-
ta em largura. Há o aumento da distân-
cia intercaninos: 
o Na maxila há o aumento quando 
irrompem os incisivos centrais (11 
e 21); 
o Na mandíbula há o aumento 
quando irrompem os incisivos la-
terais (32 e 42). 
Os incisivos “empurram” os cani-
nos para o espaço primata  ocupação 
do espaço primata  aumento da largu-
ra. 
OBS: uma criança que já tem todos os 
incisivos permanentes em boca (+/- 9 
anos) e ainda tem dentes apinhados, a 
tendência é só piorar a falta de espaço, 
pois não terá mais aumento em largura e 
o comprimento apenas diminui. 
 A largura dos arcos tende a dimi-
nuir com o passar dos anos, pois o com-
primento também diminui e a largura é 
menor na região anterior. 
DISCREPÂNCIAS DENTOALVEOLARES 
 A discrepância de espaço pode 
ser positiva (sobra de espaço) ou negati-
va (falta de espaço). 
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Michele 
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 Para fazer a análise, deve-se sa-
ber em qual dentadura o paciente está: 
decídua, mista ou permanente. 
ANÁLISE DE DENTADURA DECÍDUA 
 A dentadura decídua raramente 
apresenta problemas de espaço. 
 A circunferência do 2º molar 
decíduo corresponde a um triângulo 
equilátero. A base do triângulo deve to-
car na linha que tangencia a distal do 2º 
molar decíduo e seu ápice toca entre os 
incisivos. Sua bissetriz deve tocar entre 
o canino e o 1º molar decíduo. 
OBS: analisar a simetria do arco. 
ANÁLISE DE DENTADURA MISTA 
Saber antecipar qual é o tamanho 
dos dentes permanentes a partir de pou-
cos dentes permanentes em boca. 
 Diferença de tamanho dos dentes 
permanentes. 
ANÁLISE DE MOYERS 
o Análise probabilística; 
o Baseada na dimensão dos incisi-
vos inferiores permanentes; 
o Indica qual a dimensão de cani-
nos e pré-molares baseando-se 
em médias populacionais. 
OBS: uma criança de 8 anos com os 4 
incisivos inferiores, sem troca dos den-
tes posteriores e os incisivos desalinha-
dos. Usar a análise de Moyers para saber 
se vai ter espaço – medir o tamanho dos 
4 incisivos inferiores e consultar em uma 
tabela a probabilidade de haver espaço e 
o tamanho do espaço. 
DISCREPÂNCIAS NEGATIVAS DE ESPA-
ÇO 
Quando tem falta de espaço, 
existem quatro possibilidades: manuten-
ção de espaço, recuperação de espaço, 
criação de espaço e eliminação de espa-
ço. 
1. MANUTENÇÃO DE ESPAÇO 
Evitar a migração após a perda ou 
extração dentária (evitar a diminuição do 
perímetro do arco) – uso de mantedores 
de espaço. 
 
 
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FUNÇÃO DOS MANTEDORES DE ESPAÇO 
o Perda precoce de dentes decí-
duos: prevenir movimentos den-
tários indesejáveis após a perda 
prematura de dente decíduo; 
o Permitir função mastigatória: 
avaliar corretamente a indicação; 
o Prevenir sobreirrupção (extrusão) 
do antagonista: preferencialmen-
te aparelhos removíveis; 
o Melhorar a estética: diferenciar 
função mantedora de função es-
tética; 
o Auxiliar na fala; 
o Auxiliar na prevenção de maus 
hábitos. 
Perda prematura de dentes anteriores: 
o Incisivos decíduos: não há perda 
de espaço se perda aconteceu 
após a irrupção dos caninos, en-
tão não necessita de mantedor 
de espaço. Se a perda ocorrer an-
tes a criança ficará com proble-
mas de espaço; 
o Caninos decíduos: perda comum 
devido à irrupção ectópica de in-
cisivos laterais. Na mandíbula 
essa situação é preocupante (en-
caminhar – mantedor de espaço). 
Na maxila geralmente não é ne-
cessário ação interceptora. 
OBS: quando ocorre a perda precoce dos 
caninos decíduos ocorre encurtamento 
da arcada por retroinclinação dos incisi-
vos. 
Perda prematura de dentes posteriores: 
Avaliação mais complexa e di-
nâmica. Determinar se o mantedor de 
espaço é necessário para: 
o 1º molar decíduo; 
o 2º molar decíduo; 
o Perdas múltiplas. 
Os mantedores de espaço têm 
como grande uso a preservação do es-
paço E: 
o Gerenciamento de apinhamento 
dos incisivos; 
o Interceptação de relação classe II 
dentária e bloqueio da irrupção 
de caninos superiores; 
o Reserva de espaço para eventual 
necessidade de melhorar overjet 
nas más oclusões classe III leves. 
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2. RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO 
Recuperar espaço após a redu-
ção da largura e comprimento do arco. 
 Considerações: 
o Houve perda de perímetro do ar-
co ou apenas do espaço para a ir-
rupção do dente permanente? 
Muitas vezes os dentes inclinam, 
mas se o segundo molar decíduo 
ainda está presente não houve 
perda de espaço; 
o Perda de um ou mais dentes de-
cíduos? Perda de apenas um 
dente é mais fácil de recuperar; 
o Análise da dentadura mista favo-
rável se o espaço perdido for re-
cuperado; 
o Recuperação mais difícil na 
mandíbula. 
3. CRIAÇÃO DE ESPAÇO 
Gerar espaço quando não houver 
perda. 
É indicado para resolução de api-
nhamentos leves a moderados (<6mm): 
o Irrupção bloqueada;o Irrupção fora do rebordo. 
É conseguida por expansão do 
arco, projeção de incisivos e distalização 
de molares. 
Deve ser feita avaliação crítica de 
estabilidade (recessão gengival, perda 
óssea...) e da estética dentofacial. 
4. ELIMINAÇÃO DE ESPAÇO 
o Perder espaço após a exodontia 
de dentes permanentes por fina-
lidade ortodôntica; 
o Utilizada na resolução da protru-
são dentária; 
o Padrão de crescimento facial ver-
tical; 
o Indicada em discrepâncias gra-
ves >7-8mm. 
Classificação das más 
oclusões 
 A má-oclusão é uma oclusão 
anormal caracterizada por uma relação 
incorreta entre os arcos dentários em 
qualquer plano do espaço ou por anoma-
lias na posição dentária. 
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OBS: é analisada em todos os planos – 
plano vertical (overbite), plano transver-
so (mordida cruzada) e plano sagital 
(classe I, II, III e overjet). 
 As más-oclusões frequentemente 
estão associadas com outras deformida-
des dentofaciais, podendo apresentar 
riscos para o bem estar do paciente. 
 Porque classificar? 
o Facilita a identificação da condi-
ção clínica; 
o Ordena a avaliação de possíveis 
fatores etiológicos; 
o Melhora a comunicação entre 
profissionais; 
o Possibilita a comparação de ca-
sos clínicos com aspectos seme-
lhantes ou mesmo distintos. 
Mas, toda classificação tem uma 
limitação: simplificação  falsa ideia de 
facilidade  protocolos “receitas de 
bolo”. 
Dentro dos diversos grupos de 
cada classificação, o profissional deverá 
individualizar e escolher o plano de tra-
tamento que será o melhor para aquele 
paciente. 
Classificar o problema  individualizar 
o planejamento 
 Para isso, devemos: 
1. Saber a etiologia da má-oclusão; 
2. Saber o grau de severidade (leve, 
moderada ou severa); 
3. Saber as possibilidades de tra-
tamento; 
4. Custo-benefício de cada uma das 
possibilidades (biológico e finan-
ceiro). 
CLASSIFICAÇÃO 
Oclusão normal  normalidade 
Má-oclusão  desvios 
 As más-oclusões podem ter ori-
gem por desarmonias: 
1. Dentárias; 
2. Esqueléticas: deve ser tratado 
idealmente enquanto o paciente 
está em crescimento; 
3. Dentárias + esqueléticas. 
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Por isso devemos sempre come-
çar a classificar a má-oclusão através da 
análise facial. 
ANÁLISE FACIAL 
 É feita em três vistas: 
o Frontal; 
o Frontal com vista do sorriso; 
o Lateral – sagital (perfil). 
Na vista frontal devemos obser-
var a simetria da face e a proporção dos 
terços. Na vista sagital devemos obser-
var se o perfil é reto, côncavo ou conve-
xo. 
Durante a análise facial devemos 
responder três perguntas: a face é simé-
trica? Os terços são proporcionais? O 
perfil é reto, côncavo ou convexo? 
 Depois da análise facial, a oclu-
são estática será classificada no plano 
sagital  Classificação de Angle. 
Classificação de Angle 
 A posição considerada estável no 
crânio é a do primeiro molar superior, ele 
é o ponto de referência. A partir daí, re-
laciona-se o 1º molar inferior com o su-
perior. As desarmonias, segundo ele, 
decorrem de alterações ântero-
posteriores da arcada inferior em relação 
ao 1ºM superior. 
1. Classe I (chave de molar); 
2. Classe II; 
3. Classe III. 
Em uma oclusão normal tem-se a 
chave de molar e todo o resto também 
está normal. Porém, nem sempre quem 
tem a chave de molar tem a oclusão 
normal, pois a pessoa pode ter outros 
problemas. 
Ex: tem a chave de molar, porém 
possui mordida aberta anterior – nesse 
caso a pessoa tem uma má-oclusão de 
classe I. 
MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE I 
Há relação ântero-posterior nor-
mal entre os arcos superior e inferior, 
evidenciada pela chave de molar. 
A cúspide MV do 1ºMS oclui no 
sulco MV do 1ºMI. 
 
 
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MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE II 
 O 1º molar permanente inferior 
encontra-se distalmente ao 1ºM superior 
(distoclusão). 
 O sulco MV do 1ºMI encontra-se 
distalizado em relação à cúspide MV do 
1ºMS. 
 
 
 
 
o Classe II 1ª divisão: tem overjet 
aumentado. 
o Classe II 2ª divisão: não tem 
overjet aumentado. 
o Subdivisão direita: o problema é 
só do lado direito. 
o Subdivisão esquerda: o problema 
é só do lado esquerdo. 
OBS: overjet normal – trespasse horizon-
tal de 1 a 1,5mm entre o incisivo superior 
e inferior no plano sagital. 
 
 
CLASSE II 
 
 
 
 
 
O que é encontrado em um paciente 
classe II de Angle, segunda divisão, sub-
divisão direita? O sulco mesiovestibular 
do primeiro molar inferior está distaliza-
do em relação à cúspide mesiovestibular 
do primeiro molar superior apenas do 
lado direito e o paciente apresenta um 
overjet normal. 
MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE III 
 O 1ºM inferior encontra-se mesi-
almente ao 1ºM superior (mesio-
oclusão). 
O sulco MV do 1ºMI encontra-se 
mesializado em relação à cúspide MV do 
1º MS. 
 
 
1ª DIVISÃO 2ª DIVISÃO 
Subdivisão 
esquerda ou 
direita 
Subdivisão 
esquerda ou 
direita 
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LIMITAÇÕES DA CLASSIFICAÇÃO DE 
ANGLE 
o Não considera a dimensão trans-
versa; 
o Não considera a dimensão verti-
cal; 
o Não considera a oclusão funcio-
nal. 
Precisa-se, então, complementar 
a classificação de Angle com a avaliação 
das outras duas dimensões (transversa e 
vertical). 
AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO TRANSVER-
SA 
1. Existe mordida cruzada posteri-
or? As cúspides dos superiores 
tocam nas fossas dos inferiores – 
metade dos dentes superiores 
devem ficar para fora dos inferio-
res. 
2. É unilateral ou bilateral? 
3. Se for unilateral: com ou sem 
desvio funcional? 
OBS: quando é unilateral deve-se fazer a 
manipulação do paciente em RC para ver 
se tem desvio funcional. 
AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO VERTICAL 
 O trespasse vertical entre os in-
cisivos superiores e inferiores está ade-
quado? 
o Overbite normal: o paciente es-
tando em oclusão cêntrica, os in-
cisivos superiores deveriam re-
cobrir 1/3 da coroa clínica dos in-
cisivos inferiores. 
o Overbite aumentado: mordida 
profunda. 
o Overbite diminuído/negativo: 
mordida aberta. 
Classificação de Lisher 
 Classificação do mau posiciona-
mento dentário de forma individualizada 
 olha dente por dente para ver se ele 
está na posição correta. 
OBS: a classificação de Lisher é uma 
avaliação interarcos, dentro do arco. A 
classificação de Angle é intra-arcos, ou 
seja, entre os dois arcos. 
1. Mesioversão: dente mesializado 
em relação à posição normal; 
2. Vestibuloversão ou labioversão: 
dente vestibularizado; 
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3. Linguoversão: dente lingualizado; 
4. Infraversão: dente com sua face 
oclusal/incisal aquém do plano 
oclusal; 
OBS: dente decíduo em infraversão nor-
malmente está anquilosado. Dente an-
quilosado é igual ao implante osseointe-
grado – o osso alveolar em volta de um 
dente decíduo anquilosado não cresce! 
5. Supraversão: dente com sua face 
olcusal/incisal além do plano 
oclusal; 
6. Giroversão: rotação do dente em 
torno do seu longo eixo; 
7. Axiversão: alteração da inclina-
ção do longo eixo dental; 
8. Transversão/transposição: troca 
de posicionamento com outro 
elemento dental; 
9. Perversão: impactação do dente, 
geralmente por falta de espaço. 
Etiologia das más oclu-
sões 
Etiologia  estudo das causas. 
o Más-oclusões adquiridas: fatores 
ambientais; 
o Más-oclusões hereditárias: fato-
res herdados, hereditários. 
EQUAÇÃO ORTODÔNTICA DE DOCKRELL 
(1952) 
Causas  épocas  tecido  resulta-
do 
 Uma causa que atua em cima de 
algum tecido em um determinado tempo 
que leva a um resultado. 
OBS: resultado – má oclusão, displasia 
óssea, disfunções... 
CAUSA 
o Hereditariedade; 
o Traumatismo; 
o Enfermidades; 
o Doenças congênitas; 
o Má nutrição; 
o Agentes físicos (queimaduras, 
língua, dedo, chupeta...); 
o Hábitos. 
ÉPOCAS 
o Pré-natal; 
o Pós-natal; 
o De maneira contínua; 
o De maneira intermitente.ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 
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OBS: a agenesia ocorre no período pré-
natal de forma intermitente. A sucção 
digital ocorre no período pós-natal de 
forma contínua. 
TECIDO 
o Ossos craniofaciais; 
o Sistema neuromuscular; 
o Dentes; 
o Tecidos moles. 
RESULTADO 
o Displasia óssea (mau posiciona-
mento esquelético); 
o Disfunção; 
o Alteração dentária (má-oclusão); 
o Combinação. 
Como classificar fatores 
etiológicos 
CLASSIFICAÇÃO DE GRABER 
1. Fatores extrínsecos ou gerais: 
tudo o que não faz parte da pes-
soa; 
2. Fatores intrínsecos ou locais: tu-
do o que faz parte da pessoa. 
A causa pode ser hereditária ou 
ambiental e pode ter acontecido no perí-
odo pré ou pós-natal. 
FATORES ETIOLÓGICOS HEREDITÁRIOS 
 Não são possíveis de controlar. 
1. Influência racial hereditária: po-
pulação pura x miscigenação; 
2. Tipologia facial hereditária: pes-
soas que nasceram na mesma 
região e época, mas têm tipos 
faciais diferentes. Os tipos faci-
ais têm a ver com predisposição 
à má-oclusão – pessoas braqui-
cefálicas têm tendência a mordi-
da profunda; pessoas dolicocefá-
licas têm tendência a mordida 
aberta e pessoas mesocefálicas 
têm tendência a mordida normal; 
3. Influência hereditária no padrão 
de crescimento facial e dentário: 
» O dente pode irromper 
antes do desenvolvimen-
to da face; 
» Se os pais são classe II, 
os filhos serão classe II (o 
mesmo para classe III); 
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» Hipodontia (quando falta 
entre 1 e 6 dentes), oligo-
dontia (quando falta mais 
de 6 dentes), anodontia 
total (quando faltam to-
dos os dentes) e anodon-
tia parcial (quando faltam 
praticamente todos); 
» Supranumerários; 
» Macro e microdontia; 
» Cúspide em garra; 
OBS: o terceiro molar não entra na clas-
sificação de hipodontia. 
4. Síndromes genéticas: complexo 
de Robin, síndrome de Treacher 
Collins, síndrome de Gorlin, os-
teogênese imperfeita e micros-
somia hemifacial; 
5. Alterações ou deformidades con-
gênitas: disostose cleidocrania-
na, displasia ectodérmica, fissu-
ras lábio-palatais, amelogênese 
imperfeita, dentinogênese imper-
feita, odontogênese imperfeita, 
embriopatica com hipoplasia 
mandibular; 
Pacientes com amelogênese ou 
dentinogênese imperfeita, devido ao 
esmalte e a dentina não serem normais, 
não mordem com os dentes posteriores 
porque dói, dessa forma, a deglutição 
não é estabilizada pela força da muscu-
latura e sim pela língua (deglutição atí-
pica). Isso causa mordida aberta anteri-
or. 
As más oclusões mais prevalen-
tes relacionados à hereditariedade são: 
o Mordida aberta esquelética: não 
tocam os dentes anteriores, pois 
a face é muito longa; 
o Biprotrusão: dentes projetados 
para a vestibular; 
o Discrepâncias dento-alveolares; 
o Discrepâncias sagitais: classe II 
e III. 
FATORES ETIOLÓGICOS AMBIENTAIS 
 Podem atuar no período pré-natal 
ou pós-natal. 
PRÉ-NATAIS 
o Má posição intrauterina do feto; 
o Uso de drogas durante a gravi-
dez; 
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o Dieta e metabolismo materno; 
o Doenças durante a gravidez; 
o Fibroma intrauterino; 
o Traumatismos pré-natais ou du-
rante o parto; 
o Radiação. 
PÓS-NATAIS 
o Natureza do alimento: toda vez 
que há a mastigação, existe um 
componente de forças para hori-
zontal e vertical, isso faz com 
que haja migração dentária para 
a região anterior. O apinhamento 
anterior ocorre por crescimento 
mandibular tardio e por compo-
nentes de força; 
o Hábitos funcionais: contrações 
musculares aprendidas e de na-
tureza complexa, fundamentais 
para o bom crescimento e desen-
volvimento; 
o Hábitos nocivos: podem causar 
alterações ao correto crescimen-
to e desenvolvimento. Depende 
principalmente de 4 fatores - in-
tensidade, duração, frequência e 
predisposição genética. 
4 funções vitais do sistema estomatog-
nático: respiração, sucção, mastigação e 
deglutição. 
o Hábitos de sucção não nutritiva: 
dedos, chupeta, mamadeira, lá-
bios, objetos; 
o Respiração oral; 
o Deglutição atípica; 
o Mastigação: unilateral, bruxismo. 
RESPIRAÇÃO ORAL 
Como a respiração oral causa má-
oclusão: a língua é forçada para baixo e 
para frente, portanto não existe estímulo 
para crescimento lateral da maxila, en-
tão a maxila fica atrésica, gerando mor-
dida cruzada posterior e, dependendo da 
posição da língua, pode levar para uma 
classe II ou III. Como a língua fica na 
região anterior, há também uma mordida 
aberta anterior. 
Adaptação funcional  desequilíbrio 
muscular. 
o Pressão atípica do músculo bu-
cinador: pressão do bucinador de 
fora para dentro; 
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o Não há estímulo para crescimen-
to lateral da maxila: mordida cru-
zada; 
o Língua em posição inadequada: 
para baixo e para frente; 
o Uso reduzido das narinas: palato 
se torna profundo; 
Diante disso, são esperados pro-
blemas transversais (mordida cruzada), 
verticais (mordida aberta anterior) e sa-
gitais (classe II ou III – depende da pre-
disposição do paciente). 
É importante diagnosticar a respi-
ração oral enquanto ainda criança, pois a 
sutura palatina mediana ainda não está 
fusionada e permite as alterações ós-
seas. Se isso for diagnosticado quando 
criança, é possível evitar esses proble-
mas. 
OBS: a respiração oral é mais severa em 
indivíduos dolicocefálicos. 
OUTROS FATORES AMBIENTAIS 
o Traumatismos na ATM; 
o Traumas dentários; 
o Traumas nos maxilares; 
o Queimaduras e cicatrizes. 
Cefalometria básica 
É um exame importante para ava-
liar o paciente antes, durante e ao final 
do tratamento ortodôntico. Então, pelo 
menos três análises cefalométricas de-
vem ser feitas. 
CEFALOMETRIA: são medidas ou estudo 
das proporções da cabeça e face, espe-
cialmente durante o desenvolvimento e 
crescimento (possibilidade de avaliar 
crescimento, desenvolvimento, relações 
entre maxila e mandíbula entre si e com 
a base craniana, relação dos dentes com 
as bases maxilares e com o tecido mole). 
 Em ortodontia, refere-se a certa 
combinação de medidas angulares e 
lineares desenvolvidas para o traçado em 
radiografias laterais e frontais do com-
plexo craniofacial. 
OBJETIVOS 
1. Reduzir a quantidade de infor-
mações no filme para um nível 
utilizável – fazer um problema 
biológico se tornar matemático, 
palpável; 
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2. Comparar o paciente a um grupo 
de referências normais; 
3. Para que as diferenças entre as 
relações dentofaciais atuais do 
paciente e aquelas esperadas pa-
ra o seu grupo racial ou étnico 
sejam reveladas; 
A popularização da cefalometria 
se deu através da análise de Downs: 
proporções faciais e esqueléticas de 25 
pacientes caucasianos não tratados 
(oclusão normal). A média desses 25 
pacientes foi feita. 
UTILIDADES 
1. Pesquisar os padrões de cresci-
mento do complexo craniofacial: 
saber se a face está crescendo 
de maneira correta; 
2. Avaliar os relacionamentos dos 
principais componentes da face 
em relação a base do crânio: ma-
xila, mandíbula e dentes; 
OBS: a base craniana sempre é a refe-
rência, pois é a primeira estrutura a 
completar seu crescimento, por volta 
dos 6 anos de idade. 
3. Reconhecimento e avaliação das 
mudanças ocorridas pelo trata-
mento ortodôntico e/ou cresci-
mento; 
4. Predizer mudanças que podem 
ocorrer no futuro para o paciente. 
FORMAS UTILIZADAS PARA A AVALIA-
ÇÃO CEFALOMÉTRICA 
1. Medidas angulares e lineares; 
2. Representar os dados normais 
graficamente e comparar a forma 
dentofacial do paciente direta-
mente com a referência gráfica 
(template) – sobrepor as imagens 
do paciente e os dados normais. 
COMO O PACIENTE DEVE SER POSICIO-
NADO 
 O paciente deve ser posicionado 
de forma correta para a realização da 
telerradiografia. 
o Posição natural da cabeça: é 
uma orientação padronizada e 
reprodutível da cabeça no espaço 
quando se foca em um ponto dis-
tante ao níveldos olhos – olhan-
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do para o horizonte, com o plano 
de Camper paralelo ao solo. 
PRINCIPAIS PONTOS ANATÔMICOS DE 
REFERÊNCIA 
OSSO FRONTAL 
o Glabela: ponto mais frontal da 
curvatura do osso subjacente ao 
seio frontal. 
OSSO NASAL 
o Násio: ponto mais anterior da su-
tura frontonasal no plano medial. 
OSSO ESFENÓIDE 
o Sela: ponto médio da sela túrci-
ca. 
OSSO ZIGOMÁTICO 
o Orbitale: ponto mais inferior da 
margem inferior da órbita. 
Um plano muito importante pas-
sa por esse ponto, o plano de Frankfurt. 
OBS: planos de referência horizontal – 
Frankfurt (pório-orbitale) e sela-násio. 
 
 
OSSO TEMPORAL 
o Pório: ponto superior do meato 
acústico externo. 
MAXILA 
o Ponto A: ponto mais posterior da 
concavidade entre a espinha na-
sal anterior e o próstion (parte 
mais subjacente ao osso alveo-
lar); 
o Espinha nasal anterior (ENA); 
o Espinha nasal posterior (ENP): 
parte mais posterior do palato; 
OBS: o plano palatino forma-se com o 
encontro de ENA com ENP. 
MANDÍBULA 
o Articulare: interseção entre a 
borda posterior do processo con-
dilar e a borda inferior da parte 
basilar do osso occipital; 
o Ponto B: ponto mais posterior da 
concavidade entre o pogônio e a 
região infradental da sínfise; 
o Gnátio: ponto mais anterior do 
processo alveolar, entre o pogô-
nio e o mento – importante para 
traçar o plano mandibular; 
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o Gônio: ponto construído entre a 
interseção do plano do ramo 
mandibular e o plano da base da 
mandíbula; 
OBS: a junção do gônio e o gnático nos 
dá o plano mandibular. Ele também pode 
ser ligado ao mento. 
o Mento: ponto mais inferior da 
sínfise mandibular; 
o Pogônio: ponto mais anterior do 
mento. 
PONTOS EM TECIDO MOLE 
o Mento mole: parte mais inferior; 
o Pogônio mole: parte mais anteri-
or; 
o Sulco labial inferior; 
o Sulco labial superior: é como se 
fosse o ponto A de tecido duro; 
o Estômio inferior: parte mais su-
perior do lábio inferior; 
o Estômio superior: parte mais in-
ferior do lábio superior; 
o Subnasal: encontro do filtro com 
a base do nariz; 
o Pronasal: ponto mais proeminen-
te do nariz; 
o Násio mole; 
o Glabela. 
Para a análise cefalométrica é 
necessário escolher uma linha de refe-
rência horizontal: 
1. Plano de Frankfurt: linha de refe-
rência que liga o Pório ao Orbita-
le; 
2. Plano Sela-Násio; 
OUTROS PLANOS 
o Linha facial: une o násio ao 
pogônio; 
o Plano oclusal: linha entre os pon-
tos que representam a metade do 
overbit e a interseção entre as 
cúspides dos 1º molares superio-
res e inferiores; 
o Plano palatino: une a ENA e ENP; 
o Plano mandibular: entre o gônio 
e o gnátio ou gônio e mento. 
OBS: quanto mais divergentes são esses 
planos, maior é o crescimento vertical da 
face. Quanto mais convergentes, menor 
é o crescimento vertical (braquicefálico). 
o Linha E (linha de Ricketts): tan-
gente entre a ponta do nariz e o 
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ponto mais anterior do mento 
mole; 
» Lábio inferior: 2mm atrás; 
» Lábio superior: 4mm 
atrás. 
o Linha S (Steinet): une o pogônio 
mole e o ponto médio entre a 
ponta do nariz e o subnasal; 
» Deve tocar os lábios su-
perior e inferior. 
ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS 
1. Traçar o perfil do tecido mole; 
2. Traçar o násio; 
3. Traçar a maxila e incisivo superi-
or; 
4. Traçar molares, sínfise e incisivo 
inferior; 
5. Traçar borda inferior da mandíbu-
la e ramo ascendente; 
6. Processo clinóide anterior e teto 
da órbita; 
7. Linha crivosa do etmoide e platô 
do osso esfenoide; 
8. Processo clinóide posterior, cli-
vus e asa maior do esfenoide; 
9. Contorno da órbita; 
10. Fossa pterigomaxilar; 
11. Processo odontóide e forame 
magno. 
AVALIAÇÃO SAGITAL 
1. SNA: une S (sela), N (násio) e 
ponto A – 82º (+/- 2º); 
2. SNB: une S (sela), N (násio) e 
ponto B – 80º (+/- 2º); 
O SNA mede o posicionamento 
ântero-posterior da maxila – quanto mais 
protrusa a maxila for, maior o ângulo. O 
SNB mede o posicionamento da mandí-
bula.. 
3. ANB: une A (subespinhal), násio 
e ponto B – 2º (+/- 2º). 
O ANB mede a discrepância sagi-
tal entre maxila e mandíbula, compara-
se uma com a outra. 
OBS: a mandíbula é o último osso da 
face a terminar seu crescimento. 
AVALIAÇÃO VERTICAL E PADRÃO DE 
CRESCIMENTO 
1. Ângulo SN-Gn: násio-sela-gnátio 
– 67º; 
2. Ângulo SN-GoGn: sela-násio-
plano mandibular – 32º; 
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3. FMA: Frankfurt-plano mandibular 
– 25º. 
OBS: se for maior – face longa (dolicoce-
fálico), se for menor – face curta (bra-
quicefálico). 
AVALIAÇÃO DOS INCISIVOS 
A celafometria também dá a ava-
liação dos elementos dentários através 
de medidas lineares e angulares que vão 
dar a posição do dente. 
SUPERIORES (ângulo I.NA e distância I-
NA) 
O ideal é que o incisivo superior 
tenha 22° em relação a linha que passa 
do násio ao ponto A com a linha que 
passa da incisal até o ápice da raiz. 
A distância linear será dada pelo 
ponto mais anterior do incisivo e a linha 
NA e idealmente deverá ter 4mm. Com 
essas medidas será possível saber se o 
incisivo como um todo está protruído ou 
se está vestibularizado. 
INFERIORES 
O ideal é que o incisivo superior 
tenha 25° em relação a linha que passa 
do násio ao ponto B. A distância linear 
será dada pelo ponto mais anterior do 
incisivo e a linha NB e idealmente deverá 
ter 4mm. 
o I.NS: 103º; 
o IMPA: ângulo formado entre oo 
gônio-gnátio e linha que passa no 
longo eixo do dente – 90º. 
OBS: se tem mais de 90° - dente vestí-
bulovertido, se tem menos de 90° - den-
tes inclinados para a lingual. 
ÂNGULO INTERINCISIVO 
 Deve ser 130º. 
o Linha que passa da incisal ao 
ápice de ambos os incisivos; 
o Quanto maior esse ângulo, mais 
retroinclinado estão os incisivos. 
Quanto menor o ângulo maior é a 
biprotrusão. 
OBS: sobreposição ou template – obser-
var as mudanças que houveram durante 
o tratamento. 
 
 
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Pacientes portadores de 
fissuras labiopalatinas: do 
conhecimento básico à re-
abilitação total 
 A fissura labiopalatina é uma 
anomalia congênita (acontece durante o 
desenvolvimento do bebê no primeiro 
trimestre de gravidez), devido a não fu-
são das estruturas naturais do corpo que 
se formam antes do nascimento. 
FISSURAS FACIAIS 
 Também podem afetar outras 
partes da face, como olhos, ouvidos, 
nariz, bochechas e testas. 
 Em 1976, Paul Tessier descreveu 
15 linhas de fissuras. A maioria dessas 
fissuras craniofaciais é ainda mais rara e 
é frequentemente descrita como fissura 
de Tessier, usando o localizador numéri-
co desenvolvido por ele. 
FISSURAS LABIOPALATINAS 
 A fissura labiopalatina representa 
as anomalias congênitas oromaxilofaci-
ais mais comuns e afeta um em cada 
500 a 1000 recém-nascidos em todo o 
mundo. 
CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS LABIO-
PALATINAS 
1. Deve ser fácil entender e docu-
mentar; 
2. Deve transcender as barreiras 
linguísticas; 
3. Deve ser aplicável à análise de 
dados do computador. 
CLASSIFICAÇÃO DE SPINA 
 Toma como referência o forame 
incisivo. 
1. Fissura labial; 
2. Fissura palatina; 
3. Fissura transforame unilateral; 
4. Fissura transforame bilateral. 
 
 
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No mundo, utiliza-se outra classificação: 
1. Fenda incompleta do palato se-
cundário; 
2. Fenda completa do palato se-
cundário; 
3. Fissura labial: completa ou in-
completa; 
4. Fissura unilateral completa de 
lábio e palato (fissura labiopala-
tina); 
5. Fissura bilateral completa de lá-
bio e palato. 
ETIOLOGIA 
Falha de fusão dos processos maxila-
res com o processo frontonasal. Não 
falta nenhuma parte das estruturas, so-
mente não há a fusão dos processos. 
o Mais comum em asiáticos e em 
certos grupos de índios america-
nos; 
o Ocorre com menosfrequência 
em afro-americanos; 
o Até 13% dos casos apresentam 
outro problemas congênitos as-
sociados; 
o Ocorre mais no sexo masculino; 
FATORES AMBIENTAIS 
1. Medicamentos: anticonvulsivan-
tes, benzodiazepínicos, esterói-
des, anfetaminas, talidomida; 
2. Epilepsia; 
3. Diabetes; 
4. Deficiência nutricional (princi-
palmente vitamina A); 
5. Estresse emocional; 
6. Tabaco e álcool; 
7. Infecções virais (citomegalovírus, 
sarampo, rubéola); 
8. Ácido retinóico (roacutan). 
OBS: aspirina, cigarro, valium (diaze-
pam), ácido retinóico. 
ASSOCIAÇÃO COM SÍNDROMES 
o A fissura labiopalatina faz parte 
de mais de 400 síndromes, inclu-
indo as síndromes Waardenburg, 
Pierre Robin e Down; 
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o 30% das deformidades da fissura 
estão associadas a uma síndro-
me (recomenda-se avaliação ge-
nética). 
COMO É DIAGNOSTICADA UMA FENDA? 
A fissura labiopalatina pode ser 
facilmente diagnosticada através do 
ultrassom no segundo semestre de gra-
videz, porém a fissura palatina é difícil 
diagnosticar. 
TRATAMENTO 
O tratamento é sempre interdis-
ciplinar. A equipe deve levar em conside-
ração as diversas características associ-
adas à gravidade das deformidades dos 
lábios e fendas palatinas. 
EQUIPE INTERDISCIPLINAR 
o Cirurgião plástico; 
o Ortodontista; 
o Fonoaudiólogo; 
o Otorrinolaringologista; 
o Cirurgião maxilofacial; 
o Dentista pediátrico; 
o Protesista; 
o Geneticista; 
o Enfermeira; 
o Pediatra. 
OBS: tríade cirurgia plástica + orto + fo-
noaudiologia. 
PROTOCOLO DE TRATAMENTO 
Queiloplastia 3 meses 
Palatoplastia 12-18 meses 
Fase 1 ortodontia 7-8 anos 
Enxerto ósseo 9 anos 
Fase 2 ortodontia Dentadura per-
manente 
Cirurgia ortogná-
tica 
Após crescimento 
Rinoplastia Após os 15 anos 
ou após cirurgia 
ortognática 
 
OBS: a fase 1 da ortodontia visa preparar 
o paciente para a primeira cirurgia visan-
do a parte óssea (enxerto ósseo), que 
deve ser feito quando o canino perma-
nente está com 2/3 da raiz formada – 
momento ideal. 
CIRURGIA PLÁSTICA 
Regra dos 10: a criança precisa atingir 
essa regra para passar pela primeira ci-
rurgia – queiloplastia. 
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OBS: as tensões cicatriciais levam a um 
déficit no crescimento sagital do terço 
médio da face. 
Palatoplastia: quanto maior o gap entre 
as duas partes, mais difícil é a união 
entre elas. 
FONOAUDIOLOGIA 
 Por causa da fissura, há uma 
dificuldade em criar o selamento entre a 
boca do bebê e o mamilo  o leite tem 
dificuldade para sair. 
 A fonoaudióloga entra também 
para auxiliar na fala. 
OTORRINOLARINGOLOGIA 
o Um tubo de timpanostomia é 
frequentemente inserido no tím-
pano para arejar o ouvido médio; 
o É benéfico para a capacidade au-
ditiva da criança; 
o Alguns problemas de fala resul-
tam diretamente de diferenças 
anatômicas, como inadequação 
velofaríngea. 
 
 
ORTODONTIA 
Com a realização das cirurgias de 
lábio e palato na primeira infância, as 
forças musculares e cicatriciais são ca-
pazes de alterar o crescimento da maxila 
e imprimir formas atrésicas ao arco den-
tário superior. 
Discrepâncias sagitais: perfil 
côncavo, deficiência da face médica, 
classe III esquelética, com mordida cru-
zada anterior e posterior. 
A CULPA É SÓ DAS CIRURGIAS? 
o Fatores intrínsecos associados à 
própria fissura; 
o Fatores genéticos; 
o Para que o correto desenvolvi-
mento do fissurado ocorra, qual-
quer reparo cirúrgico da fissura, 
idealmente, deveria ser adiado 
até que o crescimento estivesse 
completo; 
o Entretanto, a nutrição, a fala, a 
deglutição, a estética e o bem-
estar psicológico do paciente 
dependem dessas cirurgias; 
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PRINCIPAIS MOMENTOS DE INTERVE-
ÇÃO 
1. Enxerto ósseo: reestruturar a di-
mensão transversa da maxila; 
2. Correção da má-oclusão: orto-
dontia corretiva; 
3. Correção de deformidade esque-
lética: tratamento orto-cirúrgico. 
A ortodontia em pacientes 
adultos 
Quais os cuidados que devemos ter para se 
tratar de um paciente adulto? 
O diagnóstico e planejamento dos pacientes 
adultos são diferentes? 
O que devemos levar em consideração na esco-
lha do tratamento do paciente adulto? 
Tratamento conservador x não conservador? 
TRATAMENTO CONSERVADOR 
O tratamento conservador para 
adultos é, por definição, o movimento 
dentário realizado para facilitar outros 
procedimentos odontológicos necessá-
rios para controlar a doença (ex: doença 
periodontal), restaurar função que foi 
perdida e/ou melhorar a aparência e es-
tética. 
OBJETIVO: produzir a melhor combinação 
de oclusão dental, aparência dental e 
facial, e estabilidade do resultado para 
aumentar o benefício do paciente. 
O QUE ENVOLVE UM TRATAMENTO 
CONSERVADOR 
o Reposicionamento dentário para 
a instalação de próteses; 
o Alinhamento dos dentes anterio-
res para estabilização dos dentes 
e/ou melhora da estética; 
o Correção de mordidas cruzadas; 
o Tracionamento ortodôntico para 
aumento de coroa clínica; 
DOCUMENTAÇÃO ORTODÔNTICA 
o Set fotográfico completo; 
o Modelos de estudo; 
o Panorâmica; 
o Periapicais: para ver o estado pe-
riodontal; 
o Radiografia cefalométria. 
Modelos montados em articula-
dor podem ser necessários, pois eles 
facilitam o planejamento de procedimen-
tos restauradores associados ao trata-
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mento ortodôntico: pacientes podem ter 
alterações de MIH e RC. 
 Uma vez que todos os problemas 
tenham sido identificados e categoriza-
dos  a oclusão pode ser reestabeleci-
da com a posição existente ou alguns 
dentes deverão ser deslocados para 
atingir resultados satisfatórios, estáveis 
e ideais? Há necessidade de extrações? 
É possível resolver o problema somente 
com aparelho ou é necessária a cirurgia 
ortognática? 
OBS: adultos não têm mais crescimento 
ósseo. 
OBJETIVOS DA ORTODONTIA CONSER-
VADORA 
1. Melhorar a saúde periodontal, 
eliminando áreas de acúmulo de 
placa bacteriana e melhorando o 
contorno da tábua óssea adja-
cente aos dentes; 
2. Estabelecer proporções favorá-
veis entre coroa-raiz e posicionar 
os dentes de modo que as forças 
oclusais sejam distribuídas ao 
longo do eixo do dente; 
3. Facilitar o tratamento restaurador 
posicionando corretamente os 
dentes. 
TRATAMENTO NÃO CONSEVADOR 
 Para indivíduos cujo objetivo é 
melhorar a qualidade de vida, buscam 
melhora da aparência dentária e facial 
para alcançar vantagens sociais. 
 O tratamento não conservador é 
muito indicado para a estética facial e 
para distúrbios do sono (síndrome da 
apneia obstrutiva). 
Riscos associados ao tra-
tamento ortodôntico 
1. Não identificar os desvios de 
normalidade na época correta: 
O clínico geral e o odontopedia-
tra deveriam saber identificar os proble-
mas que estão acontecendo durante o 
desenvolvimento da criança. 
Um clínico geral deveria, neces-
sariamente, pedir uma radiografia pano-
râmica da criança que está atendendo 
 contar os dentes e ver se existe al-
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guma assimetria no desenvolvimento e 
erupção dos dentes permanentes. 
2. Padrão de crescimento geneti-
camente desfavorável: 
Saber identificar se a má-oclusão 
tem origem esquelética, dentária ou am-
bas. 
Toda vez que estivermos frente a 
uma má-oclusão de origem esquelética 
temos que saber que o problema é de 
formação óssea. Há um limite até onde é 
possível atuar. É impossível controlar o 
crescimento crânio-facial. 
Não é possível prever o cresci-
mento da maxila e da mandíbula quando 
a má-oclusão for de origem esquelética. 
3. Problemas relacionados à má hi-
giene bucal: 
Cárie, doença periodontal, gengi-
vite, entre outros. O aparelho é um nicho 
para retenção de biofilme e deve ser 
higienizado corretamente. 
4. Uso inadequado de aparelhos or-
todônticos; 
5. Reabsorção radicular: 
Quanto mais tempo de uso de 
aparelho,maior é a chance de reabsor-
ção radicular. A reabsorção pode ser de 
maior ou menor gravidade e pode levar 
até a perda do dente. 
Ancoragem esquelética 
na ortodontia 
Movimento dentário ortodôntico  es-
tímulo mecânico  estímulo biológico. 
O estímulo mecânico é aplicado 
na coroa do dente. A força deve ser 
transduzida em estímulo biológico  a 
força é transmitida da coroa para a raiz e 
da raiz para o ligamento periodontal e 
osso alveolar. 
De um lado, o LP e o osso alveo-
lar serão pressionados e, do lado contrá-
rio da força, essas estruturas são tensio-
nados. 
 Na área de pressão, o organismo 
produz osteoclastos  reabsorção ós-
sea. 
 Na área de tensão, o organismo 
produz osteoblastos  neoformação 
óssea. 
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 Esse processo de perda e ganho 
de osso é chamado de remodelação ós-
sea. É esse processo que permite que o 
dente mude de lugar. 
Terceira lei de Newton - para toda força 
de ação existe uma reação igual e con-
trária. Isso é um problema, pois em cer-
tas situações apenas um dente precisa 
ser movido, mas para isso outros tam-
bém vão mudar de posição. 
Isso faz com que a ortodontia se-
ja um tratamento longo e demorado, pois 
é um processo biológico. O corpo tem 
que reagir a partir do estímulo mecânico, 
isso demora no mínimo 4 semanas. 
OBS: para aplicar a força em algum de-
terminado dente, outro deve servir de 
ancoragem. 
FORÇAS RECÍPROCAS 
o O movimento dentário cria forças 
recíprocas; 
o Ancoragem pode ser obtida a 
partir de dentes, mucosa, osso, 
implantes ou extra-oralmente. 
 
ANCORAGEM 
o Maximimar os movimentos dese-
jados; 
o Minimizar os movimentos indese-
jados; 
o Gerenciar o espaço no tratamen-
to ortodôntico, evitando perda de 
ancoragem; 
o Para obter o efeito desejado, a 
ancoragem deve ser considerada 
no plano horizontal, vertical e sa-
gital. 
o O movimento dentário aumenta 
com o aumento da força até um 
ponto em que diminui; 
o Após esse ponto, aumentar a for-
ça simplesmente tensionará as 
unidades de ancoragem com 
efeito negativo nos dentes da an-
coragem. 
FORÇA IDEAL 
Os níveis de força gerados de-
pendem: 
o Das propriedades do aparelho; 
o Do material do fio; 
o Da deflexão; 
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o Do comprimento e a espessura 
afetando o controle da força; 
Uma força suave contínua é mais 
eficaz para garantir a movimentação 
dentária pretendida, ocorrendo cerca de 
14 dias após a compressão do ligamento 
periodontal. 
OBS: movimento de corpo e verticaliza-
ção requerem maior força, pois uma 
maior superfície dentária deve ser mo-
vimentada. 
A necessidade de tratamento or-
todôntico que exija a adesão mínima do 
paciente incentivou a pesquisa sobre o 
uso de implantes como ferramentas de 
ancoragem. 
IMPLANTES E MINI-IMPLANTES 
 Os implantes dentários também 
são utilizados na prática ortodôntica para 
ancoragem  implante não movimenta. 
 Com isso, surgiram os mini-
implantes (Temporary Anchorage Device 
– TAD). Foram introduzidos como dispo-
sitivos de ancoragem esquelética tempo-
rária. 
Diferenças: 
1. Os implantes protéticos conven-
cionais necessitam da osseoin-
tegração. Eles só são carregados 
após essa osseointegração e de-
vem ser permanentes; 
2. A força no mini-implantes pode 
ser aplicada na mesma hora da 
colocação e são removidos em 
pouco tempo; 
3. Os implantes convencionais es-
tão sujeitos a altas forças inter-
mitentes de mastigação, mas as 
forças que atuam nos TADs são 
leves e contínuas; 
4. A direção do carregamento e o 
tamanho dos implantes variam 
entre os dois sistemas. 
Inicialmente, os implantes en-
dósseos (localizados nas regiões edêntu-
la, palatina ou retromolar) foram introdu-
zidos na ortodontia para melhorar a an-
coragem. Devido ao seu tamanho, esses 
implantes requerem tamanho de osso 
suficiente. 
Para ampliar as aplicações clíni-
cas em ortodontia e diminuir o trauma 
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cirúrgico, foram desenvolvidos dispositi-
vos menores que podem ser colocados 
em vários locais próximos à arcada den-
tária. 
Alguns estudos sugerem que pe-
ríodos de cicatrização desses implantes 
menores podem ser reduzidos ou mesmo 
evitados, em comparação com implantes 
dentários, palatais ou retromolares. 
Atualmente, 2 tipos de TADs são 
utilizados na ortodontia: 
1. Mini-implantes de parafuso; 
2. Mini-placas ósseas. 
APLICAÇÕES CLÍNICAS 
 Minimizar a preocupação com a 
cooperação do paciente  retração dos 
dentes anteriores, ortodontia lingual, 
ortopedia e expansão. 
 Procedimentos que não podem 
ou dificilmente podem ser alcançados 
com ortodontia convencional  retra-
ção de toda a dentição, distalização e 
mesialização de molares, intrusão de 
dentes posteriores/anteriores. 
 Quando o movimento de um úni-
co dente é difícil de ser realizado  
ancoragem dentária insuficiente, doença 
periodontal, verticalização e desimpac-
tação. 
OBS: miniplacas e implantes extra-
alveolares são passíveis de maior aplica-
ção de força do que os mini-implantes. 
 Os mini-implantes e mini-placas 
reduzem os efeitos colaterais nos outros 
dentes, pois eles estão ancorados no 
osso e não no dente. 
Interceptação das mor-
didas cruzadas posterio-
res 
Mordidas cruzadas na região pos-
terior e anterior não podem permanecer, 
elas sempre devem ser interceptadas  
saber diagnosticar e saber o momento 
certo de tratar. 
A mordida cruzada é a relação 
anormal no sentido vestíbulo-lingual, de 
um ou mais dentes da maxila e mandíbu-
la, quando os arcos dentários se encon-
tram em uma relação cêntrica. 
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OBS: em ortodontia, o canino é conside-
rado um dente posterior. Então, de cani-
no para trás, a mordida cruzada é poste-
rior. 
 Devemos sempre manipular o 
paciente, pois em MIH pode-se ter uma 
condição diferente da RC. 
 A mordida cruzada pode ser mar-
cada por um cruzamento lingual  o 
dente maxilar está por dentro do dente 
mandibular. 
 
 Ela pode ser também marcada 
por um cruzamento vestivular (relação 
Brodie)  o dente maxilar está comple-
tamente para fora do dente mandibular. 
 
A cúspide P do superior não oclui 
na fossa central do inferior, nesse caso 
de cruzamento vestibular, ela toca na 
cúspide V do inferior (pior condição de 
tratamento). 
OBS: a mordida cruzada posterior não 
tem autocorreção, ela piora com o tem-
po. Então, o quanto antes tratar, melhor. 
Prevalência  5 a 18%, dependendo do 
lugar. 
 Os grandes responsáveis pelo 
aparecimento e desenvolvimento da 
mordida cruzada são os problemas respi-
ratórios  poluição. 
CLASSIFICAÇÃO 
1. Quanto à área comprometida: 
a. Basal (esquelética): base 
maxilar menor que o ta-
manho da mandíbula  
atresia palatina; 
b. Dentária (alveolar): den-
tes inclinados para dentro 
 a base maxilar man-
tém sua dimensão, porém 
os dentes estão inclina-
dos. 
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O tratamento da mordida cruzada 
dentária é mais fácil. Para mordida cru-
zada basal, é necessário um aparelho 
fixo para expandir a base da maxila. 
2. Quanto ao desvio funcional: 
a. Com desvio: interferência 
oclusal que leva a um 
desvio (linha média não 
coincide); 
b. Sem desvio: tratamento 
muito mais simples. 
3. Quanto ao número de lados afe-
tados: 
a. Unilateral (assimétrica): 
arco não parabólico; 
b. Bilateral (simétrica): arco 
parabólico. 
OBS: quando faz expansão, a cúspide 
palatina fica mais baixa do que antes  
sequela vertical. Pode gerar mordida 
aberta anterior ou piorar a que já existe. 
CAUSAS DA MORDIDA CRUZADA 
1. Genética; 
2. Fatores ambientais: 
o Desequilíbrio muscular: 
sucção não nutritiva e 
respiração oral; 
o Interposição lingual; 
o Alimentação (alimenta-
ção pastosa e macia não 
gera estímulo para o 
crescimento maxilar); 
o Morfologia dentária (den-
te em formato ou posição 
que não é o ideal) - irrup-
çãoectópica; 
o Traumatismo; 
o Causas idiopáticas. 
MOTIVOS PARA TRATAMENTO PRECOCE 
1. Aproveitar a bio-elasticidade ós-
sea (osso mais plástico e macio 
quando é criança); 
2. Redirecionar o germe do dente 
permanente ao expandir a arcada 
de uma criança muito nova; 
3. Proporcionar um melhor relacio-
namento esquelético; 
4. Eliminar posições inadequadas 
da ATM; 
5. Contribuir com a autoestima do 
paciente. 
FORMAS DE TRATAMENTO 
o Ortodontia (quando envolve ape-
nas movimento dentário); 
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o Ortopedia (quando envolve ex-
pansão da base óssea); 
o Cirurgia. 
Expansão lenta, feita com apare-
lhos removíveis ou fixos  objetivo de 
movimentar alvéolo (para casos de mor-
dida cruzada dentária). 
Expansão rápida, com aparelhos 
fixos  objetivo de romper a sutura do 
palato - disjunção palatina (para casos 
de mordida cruzada esquelética). 
A força para disjunção deve ser 
pesada e em curto espaço de tempo. 
Duas ativações por dia durante duas 
semanas são capazes de romper a sutu-
ra.

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