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Geriatria Júlia Araújo Medicina 
TONTURA 
→ DEFINIÇÃO: termo inespecífico utilizado para descrever 
sintomas que podem abordar desde alterações do equilíbrio 
(vertigem, pré síncope, desequilíbrios ou sensações inespecíficas) 
até sintomas como plenitude auditiva, zumbido e sintomas 
digestivos 
- Cursa com aumento do risco de quedas, perda funcional, 
institucionalização e até mesmo morte 
- Trata-se de uma experiência subjetiva e raramente descrita de 
modo claro, exigindo grande habilidade na anamnese para o 
diagnóstico correto 
→ INVESTIGAÇÃO 
- Ansiedade, sintomas depressivos, IAM prévio, hipotensão 
ortostática, uso de mais de cinco medicamentos (polifarmácia) 
e baixa acuidade auditiva são comuns em idosos e fatores 
independentes associados à queixa de tontura 
- Inicialmente, deve-se estimular o autorrelato do paciente e 
tentar classificá-lo dentro das opções, sendo que pode haver 
concomitância 
1- Vertigem -> sensação de movimento inexistente, não 
necessariamente rotatório 
2- Desequilíbrio -> sensação de balançar, como um barco 
3- Pré-síncope -> sensação de desfalecimento, escurecimento 
visual 
4- Atordoamento -> sensação de atordoamento, cabeça vazia 
- Outros fatores importantes 
 . Tempo -> agudo, recorrente ou crônico 
 . Desencadeadores -> postura, valsalva, mudança de postura 
 . Fatores agravantes -> movimento da cabeça 
 . Sinais e sintomas associados -> nistagmo, instabilidade 
postural, perda da audição, ataxia, fraqueza, alteração da voz 
ou visão 
→ DESEQUILÍBRIO 
- Sensação de instabilidade ao caminhar, que pode ser causada 
por distúrbio neurológicos, diminuição de acuidade visual ou 
alterações musculoesqueléticas 
- Principal causa em idosos consiste em deficiência sensorial 
múltipla -> alterações combinadas dos sistemas visual, 
proprioceptivo e vestibular não compensadas adequadamente, 
frequentemente associados à fraqueza de MMII e uso de 
medicações 
- Avaliação 
 . Marcha 
 . Acuidade visual 
 . Coordenação de movimentos 
 . Exclusão do diagnóstico de parkinsonismo 
- Tratamento -> terapêutica das causas de base, correção de 
déficits sensoriais, fortalecimento muscular e treinamento de 
equilíbrio e de marcha com fisioterapia, adequação de 
medicações e orientações quanto ao risco de queda 
→ VERTIGEM 
- Sintoma de assimetria aguda do sistema vestibular, descrito 
como uma sensação de movimento próprio ou do ambiente, na 
maioria das vezes em rotação 
- Causas periféricas -> são mais comuns, geralmente associadas 
a náuseas, vômitos e sintomas auditivos 
- Causas centrais -> tem potencial mais grave e estão 
geralmente associadas a alterações no equilíbrio 
- Sintoma duram algumas semanas (sintomas agudos 
recorrentes), mesmo quando há lesão permanente, visto que o 
SN se adapta 
- Exame Clínico -> avaliação minuciosa da motricidade ocular, 
nistagmo, alterações da coordenação motora e déficits focais 
 . Manobra de Dix-Hallpike -> se positiva oferece o diagnóstico 
de vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) 
 
 . Manobra de Epley -> 
procedimento de 
reposição canalicular 
*Considerada 
tratamento de primeira 
linha para a vertigem 
posicional paroxística 
benigna 
*Contraindicações: 
estenose de carótida, 
doença arterial 
coronariana 
sintomática ou limitação 
importante da 
movimentação cervical 
- Tratamento -> uso de 
antivertiginosos 
(Meclizina ou Dimenidrinato) por curto período em vigência de 
crises e reabilitação vestibular 
 
→ PRÉ-SÍNCOPE 
- Sintoma de perda iminente da consciência, com duração de 
segundos a minutos, podendo estar associado a palidez cutânea 
Geriatria Júlia Araújo Medicina 
- Ocasionada por redução de fluxo sanguíneo cerebral, como 
em casos de hipotensão postural, cardiopatias e episódios 
vasovagais 
- Avaliação de hipotensão postural, exame cardiovascular 
completo, exames complementares conforme achados da 
anamnese e do exame clínico 
- Tratamento -> visa a correção de causas de base e nos casos 
de hipotensão postural favorece-se a abordagem com medidas 
não farmacológicas (uso de meias elásticas, hidratação e 
manobras para mudança de decúbito em três tempos) 
→ ATORDOAMENTO 
- Atenção para causas psiquiátricas (depressão, ansiedade e 
etilismo), hiperventilação, hipoglicemia, medicações 
(antidepressivos, anticolinérgicos ou com efeito de retirada 
abrupta) ou para casos leves de vertigem ou pré-síncope 
- Pode decorrer do medo de cair ou de apresentar novo quadro 
vertiginoso (vertigem fóbica) 
- Avaliação clínica e exclusão de causas auxiliam a minimização 
de possíveis etiologias e indicação de tratamento específico 
INSÔNIA 
→ DEFINIÇÃO: dificuldade de iniciar e/ou manter o sono, 
promovendo um comprometimento da qualidade e/ou da 
quantidade de sono e um prejuízo das atividades do dia a dia 
- Prevalência de até 20% na população acima de 80 anos 
- Relacionada com o aumento de risco de doenças 
cardiovasculares, depressão, infecções e morte 
→ FISIOPATOLOGIA 
- Com o envelhecimento há prejuízo no sistema de 
neurotransmissores e substâncias que coordenam o ciclo sono-
vigília, podendo causar redução de horas de sono (cerca de 6h 
por noite), redução das fases mais profundas e restauradoras do 
sono (fases 3 e 4) e aumento do período de latência para atingir 
as fases mais profundas 
 
→ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
→ CAUSAS 
- Pode ser primária ou causada por outras comorbidades (dor 
crônica, depressão, IC, problemas sociais e psicológicos, 
medicações) 
- Depressão X Insônia -> depressão acarreta alterações de sono 
e a insônia pode piorar os sintomas depressivos 
 
→ ANAMNESE 
- Horário que se deita 
- Tempo até iniciar o sono 
- Hora que se levanta 
- Cochilos durante o dia 
- Número e duração de despertares durante a noite 
- Sintomas durante o dia (sonolência/ cansaço) 
- Ambiente (onde dorme, iluminação, ruídos) 
- Diário do sono -> registro dessas informações por 1 a 2 semanas 
com ênfase em horários, problemas do sono e avaliação 
subjetiva da qualidade do sono 
 . Importante para monitorar o tratamento 
- Questionar outros sinais e sintomas como roncos, movimentos 
durante o sono ou desconforto de MMII 
→ DIAGNÓSTICO 
- Diagnósticos Diferenciais 
Sono curto Constitucional, menor necessidade de sono e 
não gera prejuízo no dia a dia 
Distúrbio do ritmo 
circadiano 
Desperta durante a madrugada por deita-se 
muito cedo (avanço da fase do sono) 
Restrição crônica de 
sono 
Predomínio de prejuízo no dia a dia, dorme 
quando tem oportunidade 
Distúrbios ambientais 
do sono 
Prejuízo em virtude de um ambiente 
desfavorável para dormir 
Síndrome das pernas 
inquietas 
Desconforto intenso nos MMII, relatado pelo 
paciente na hora de dormir 
Movimento periódico 
dos MMII 
Parassonia, acompanhante refere 
movimentos dos MMII durante o sono 
Síndrome da apneia 
obstrutiva do sono 
Microdespertares durante o sono causados 
por hipoxemia em virtude de 
apneia/hipopneia 
Distúrbio 
comportamental – 
sono REM 
Ausência de atonia durante o sono REM, 
resultando em movimentos do corpo durante 
o sonho 
→ TRATAMENTO 
- Envolve atuar nas possíveis causas, revisar os medicamentos em 
uso e orientar medidas de higiene do sono em associação à TCC 
para insônia ou à terapia farmacológica (agonistas 
benzodiazepínicos/ antidepressivos) 
Geriatria Júlia Araújo Medicina 
- Para casos refratários é indicada a associação de ambas e 
encaminhamento para um especialista de sono 
- Tratamento farmacológico 
 . Evitar tratamento farmacológico devido ao risco de efeitos 
adversos, como sedação excessiva, agitação, confusão mental, 
distúrbios do equilíbrio com o aumento do risco de quedas e 
fraturas 
 . Quando indicada a terapia farmacológica, a escolha do 
medicamento depende do tipo e da duração da insônia 
Insônia inicial Medicamentos de curta duração 
(lorazepam,zolpidem, 
melatonina) 
Insônia de manutenção Medicamentos de longa 
duração (zolpidem) 
 . Duração: 6 a 8 semanas 
 
- Terapia cognitivo comportamental 
Restrição de 
sono 
Aumentar o tempo de sono e estabilizar o ciclo 
circadiano 
Controle de 
estímulo 
Reduzir estímulos no ambiente e promover a 
associação da cama com o sono 
Terapia 
cognitiva 
Reorganizar as crenças e as consequências da insônia 
Relaxamento Diminuir estímulos físicos e psicológicos próximo ao 
horário de dormir 
Higiene do 
sono 
Minimizar comportamentos que interferem no ciclo 
circadiano 
FADIGA 
→ DEFINIÇÃO: sensação sustentada de exaustão durante ou 
após as atividades habituais e de capacidade diminuída para 
realização de esforço físico e mental, comumente relatada pelo 
paciente como cansaço exagerado 
- Fadiga crônica -> duração maior que 6 meses 
- O quadro marca uma redução importante na funcionalidade 
do indivíduo, a qual contrasta com o esperado na senescência, 
uma vez que a redução da reserva funcional estimada no 
envelhecimento normal, com as devidas adaptações, não traz 
prejuízo para a funcionalidade do indivíduo 
→ ETIOLOGIA 
- Multifatorial 
- Em cerca de dois terços dos casos, pode-se identificar um 
diagnóstico clínico ou uma doença psiquiátrica que justifique os 
sintomas, com destaque para a síndrome de fragilidade do 
idoso, multimorbidades, depressão e insônia 
- Quadros idiopáticos -> síndrome de fadiga crônica 
→ ANAMNESE 
- Distinguir as causas secundárias de fadiga ou identificar os 
quadros idiopáticos, demandando habilidades para extrair as 
informações do paciente e validando os sintomas, o que 
promove uma maior adesão ao tratamento 
- Paciente deve descrever com as próprias palavras e excluir 
outros sintomas parecidos, como dispneia, sonolência ou 
fraqueza 
- Determinar impacto na vida diária e na funcionalidade, além 
de avaliar perda ponderal, sudorese noturna, medicações em 
uso, história psiquiátrica, qualidade de sono e avaliação social, 
incluindo sinais de violência doméstica 
- Exames complementares -> realização deve ser guiada pelas 
hipóteses diagnósticas formadas a partir da anamnese e do 
exame clínico 
Exames laboratoriais iniciais 
Hemograma 
VHS (velocidade de hemossedimentação) 
Função renal e eletrólitos (Na, K, Ca, P e Mg) 
Glicemia 
TSH 
Proteínas totais e frações 
Enzimas hepáticas e canaliculares 
CPK -> se houver fraqueza muscular associada 
Sorologias para HIV e hepatites 
Urina tipo I 
→ PRINCIPAIS CAUSAS 
 
→ TRATAMENTO 
- Terapia específica para a doença de base 
- Casos idiopáticos -> focado no manejo dos sintomas, TCC e 
aumento gradual dos exercícios físicos 
Geriatria Júlia Araújo Medicina 
- TCC -> envolve sessões de 1hr, nas quais se discutem conceitos 
e comportamentos do indivíduo relacionados à doença, além 
de orientações visando à melhora do quadro 
- Associação com sintomas depressivos que não fechem critérios 
para depressão ou outra etiologia -> autorizada a tentativa de 
tratamento por curto intervalo de tempo com antidepressivos 
ISRS 
- Outras medidas -> orientações de higiene do sono, informações 
quanto ao quadro clínico, grupo terapêuticos e correção de 
deficiências de ferro em pacientes não anêmicos podem 
melhorar o quadro

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