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Faculdade de Direito da Escola Superior do Ministério Público - FMP Direito do Trabalho II – Professor José Antônio Reich Trabalho de Reforço – G1 Paola Brambatti da Rosa - 17100197 Instruções: 1. As respostas deverão observar os enunciados das questões, sendo necessário mencionar a fonte de pesquisa utilizada. 2. A atividade poderá ser realizada de forma individual ou em grupo (máximo de três alunos). 3. Os julgados colacionados, além da transcrição do trecho pertinente, deverão ser identificados com o número do processo, o Tribunal de origem, o Desembargador- Relator e a data do julgamento. 4. O trabalho deverá ser entregue de forma virtual (enviado ao “e-mail” do professor - jreich@uol.com.br, com a identificação do(s) aluno(s) e da Turma, com prazo fixado até às 24h do dia 21/09), impreterivelmente. 5. Cada questão será valorada em até 0,6. Questões: 1 - João foi contratado em 23.05.16, pela empresa XL Ltda., tendo sido despedido sem justa causa, em 30.09.19. Durante o período contratual, o empregado não compareceu ao serviço em dois dias no mês de agosto/16, tendo trazido atestado médico emitido pelo INSS; dois dias no mês de setembro/16, em virtude do falecimento de seu avô paterno, e quatro dias no mês de outubro/16, em decorrência de acidente de trabalho devidamente atestado pelo INSS. Analise o direito do empregado em relação às férias integrais e proporcionais porventura devidas, sabendo que o empregado nunca gozou férias ao longo da contratualidade. R: João trabalhou por 3 anos, 4 meses e 7 dias na empresa e nunca gozou de férias. Faltou 2 dias em agosto, mas teve atestado; 2 dias em setembro em virtude de falecimento do seu avô e 4 dias em outubro em decorrência de acidente de trabalho. Esses três períodos de faltas são hipóteses justificadas, previstas no art. 473 da CLT e, por isso, não pode ser descontado tempo de férias. Toda vez que o empregador não observar o prazo concessivo do art. 134, ou seja, conceder férias, em um período, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito, o empregador deverá pagar o dobro como indenização. No caso em tela, João completou 3 períodos aquisitivos, configurando o direito adquirido de gozar de 3 períodos de férias que deveriam ter sido concedidos. Como não foram, João deve receber o valor correspondente em dobro, conforme o art. 137 da CLT, bem como o valor proporcional correspondente aos 4 meses e 7 dias, que já integram um novo período aquisitivo, ressaltando que este último deverá ser pago de forma simples, uma vez que ele teria até o final do quarto ano para tirar. Vale ressaltar que, uma vez que o empregado trabalhou 4 meses e 7 dias, então deverá ser considerada a fração 4/12. 2 - O Programa Revista TST (“link” abaixo) traz reportagem sobre o pagamento das férias. Assista ao programa e responda: O que acontece quando o trabalhador entra em férias sem receber o valor referente à remuneração de férias, conforme o prazo previsto no art. 145 da CLT? Qual a orientação jurisprudencial adotada pela 6ª Turma do TST no julgamento referido na reportagem? https://www.youtube.com/watch?v=GRf73vcc_V0&list=PLSAyE9HVlBfK2iiF6sD UB9bYSlhK4juR1&index=13 R: A Constituição Federal, em seu art. 7º, XVII, traz expresso que é direito do trabalhador usufruir de férias anuais, remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal. Esse direito também está previsto no art. 143 e 145 da CLT. O pagamento em dobro das férias é sempre devido pelo empregador se for realizado após o prazo prescrito em lei - ou seja, até dois dias antes de o trabalhador começar a usufruí-las. A decisão dos ministros da 6ª Turma do TST foi tomada com base na OJ 386 - SDI-1), que diz que é devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, se houver atraso no pagamento pelo empregador, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, mesmo que o empregado goze as férias na época correta. O Ministro Cláudio Brandão lembra que o trabalhador tem o direito de denunciar o atraso do pagamento ao órgão fiscalizador e, em último caso, recorrer à Justiça. 3 – Colacione julgados que tratem dos períodos de intervalos especiais previstos na legislação trabalhista aplicáveis aos seguintes trabalhadores: a) Mineradores; TRABALHADOR EM MINA DE SUBSOLO. INTERVALOS DO ART. 298 DA CLT. CUMULAÇÃO COM O INTERVALO INTRAJORNADA DO ART. 71 DA CLT. POSSIBILIDADE. O intervalo estipulado pelo art. 298/CLT tem natureza diversa e não se confunde nem pode ser substituído por aquele preconizado pelo art. 71/CLT. Trata o primeiro de pausas necessárias para descanso em decorrência da atividade nociva à saúde do trabalhador (minas de subsolo). Aliás, a pausa do art. 298/CLT é computada na duração do trabalho, ao contrário do intervalo do art. 71/CLT (conforme consta em seu § 2º). Assim, inexiste qualquer incompatibilidade entre esses dois intervalos. Por conseguinte, o labor no subsolo em cumprimento de jornada superior a 06 horas diárias, ainda que concedida a pausa de 15 minutos a cada 03 horas trabalhadas, computada na duração normal do trabalho (art. 298/CLT), ao trabalhador deve ser também concedido o intervalo intrajornada de, no mínimo, uma hora previsto no caput do art. 71/CLT. São distintos os fatos geradores e as normas que os estipulam, devendo, portanto, ser concedidos cumulativamente. (TRT-3 – RO: 00152201506403000 0000152-22.2015.5.03.0064, Relator: Paula Oliveira Cantelli, Quarta Turma, Data de Publicação: 01/04/2016) b) Digitadores; INTERVALOS DE DIGITADOR. O item 17.6.4.d da NR 17 da Portaria 3.214/78 do MTE tem aplicação às atividades de entradas de dados sujeitas a movimentos ou esforços repetitivos dos membros superiores e coluna vertebral, como aqueles executados pelo digitador ou próprias dos serviços de mecanografia, ainda que sua aplicação não esteja restrita aos serviços de digitação. Demonstrado que a reclamante realizava atividades de entrada de dados de forma repetitiva, tem incidência a norma pretendida. (TRT da 4ª Região, 5ª Turma, 0020392- 51.2017.5.04.0026 ROT, em 25/09/2019, Desembargador Manuel Cid Jardon) ACORDAM os Magistrados integrantes da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região: por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA RECLAMADA. Por unanimidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DA RECLAMANTE para condenar a reclamada ao pagamento de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, como extras, com acréscimo do adicional de 50% por desrespeito aos intervalos previstos na NR 17 e nas Convenções Coletivas de Trabalho, com integrações, pela média física, em repousos semanais remunerados (inclusive feriados), férias acrescidas de 1/3, 13º salários e aviso prévio em substituição à condenação de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados, como extras, com acréscimo do adicional de 50% por desrespeito aos intervalos do artigo 72 da CLT deferida em Sentença. Valor da condenação acrescido em 2.000, 00. Custas adicionais no valor de R$ 40,00. c) Trabalhadores em frigoríficos; INTERVALOS DO ART. 253 DA CLT. Pela regra do art. 253 da CLT, os empregados que trabalham dentro de câmaras frigoríficas e os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, têm direito a vinte minutos de repouso, computado o intervalo como de trabalho efetivo. Hipótese em que o conjunto probatório demonstra que o autor fruía referido intervalo no curso do contrato de trabalho, não sendo devido o pagamento postulado. (TRT da 4ª Região, 3ª Turma, 0020000-21.2019.5.04.0292 ROT, em 16/10/2019, Juiz Convocado Luis Carlos Pinto Gastal) d) Telefonistas. OPERADORA DE TELEATENDIMENTO OU TELEMARKETING. JORNADA DE TRABALHO. Caso em que as tarefas desenvolvidas pela reclamante se equiparam às de teleatendimento ou de telemarketing, sendo aplicável a jornada de trabalho reduzida de 6 (seis) horasprevista no art. 227 da CLT. Reconhecimento de que a atividade contínua de teleatendimento submete o trabalhador ao desgaste físico e psíquico similar do que aquelas expressamente previstas no dispositivo legal em questão, a autorizar a sua aplicação analógica. Cancelamento da OJ 273 da SDI-1 do TST que sinaliza a mudança do entendimento jurisprudencial nela consagrado. Recurso da reclamante provido no aspecto. (TRT da 4ª Região, 7ª Turma, 0021928-31.2016.5.04.0221 ROT, em 25/10/2019, Desembargador Wilson Carvalho Dias) 4 – Diferencie conceitualmente os institutos da “prontidão” e do “sobreaviso”. Colacione uma jurisprudência referente a cada instituto, a fim de ilustrar casos concretos. R: O tempo de sobreaviso é aquele no qual o empregado permanece em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço (art. 244, § 2º, CLT). Por sua vez, o tempo de prontidão é aquele no qual o empregado fica nas dependências da empresa, aguardando ordens (art. 244, § 3º, CLT). RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. HORAS DE SOBREAVISO. REGIME DE PRONTIDÃO. No caso dos autos, a permanência em regime de prontidão foi devidamente comprovada. É inequívoca a existência e a necessidade do "sobreaviso", em que as horas em "plantão" não se tratam de sobreaviso, e sim de horas de prontidão, por adoção analógica do §3º do art. 244 da CLT, já que era necessário que permanecesse em ambiente distante da residência com o único objetivo de ficar à disposição do empregador na necessidade de trabalho e com intuito de ser chamado a qualquer momento a prestar o efetivo labor. Consoante item II da Súmula 428 do TST: Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso, o que não ocorria no caso dos autos, já que comprovada a permanência do autor em alojamento de propriedade da reclamada. A sistemática em que se desenvolve a permanência dos empregados da reclamada em regime de prontidão, no contexto da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica - CGTEE, é de conhecimento público em razão do elevado número de demandas com objeto idêntico já examinadas por este Colegiado. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. Os juros e a correção monetária incidem por força de lei e são consectários dos créditos principais reconhecidos ao demandante. Dessa forma, não merece reparos a decisão de origem que remete à fase de liquidação a definição dos critérios de aplicação dos juros e correção monetária, de acordo com as normas vigentes à época. Ocorre que essa fase processual é o momento adequado para a determinação de tais critérios. Nego provimento. (TRT da 4ª Região, 4ª Turma, 0021207- 18.2017.5.04.0812 ROT, em 11/12/2019, Desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse) REGIME DE SOBREAVISO. CARACTERIZAÇÃO. Nos termos do art. 244, §2º, da CLT e do item II do verbete da Súmula 428 do C.TST, considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. (TRT da 4ª Região, 6ª Turma, 0020401-09.2018.5.04.0016 ROT, em 27/08/2020, Desembargador Raul Zoratto Sanvicente) 5 – Regime compensatório – Escala 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. https://www.youtube.com/watch?v=s9fEykG3cf0 De acordo com o vídeo acima: 1) Cite duas atividades que utilizam a escala 12h x 36h. 2) Conforme a legislação vigente, a escala 12h x 36h pode ser adotada por meio de acordo individual entre empregado e empregador? Fundamente sua resposta. 1) Atividades relacionadas à saúde como, por exemplo, hospitais e bombeiros civis. 2) Com a Reforma Trabalhista, no seu art. 59-A, ela não só previu a possibilidade de validade da escala 12 X 36, como também previu a possibilidade que a escala fosse ajustada mediante acordo individual entre empregado e empregador e também admitindo mediante convenção coletiva ou acordo coletivo. Na súmula 444 o TST só admitia a escala prevista em lei ou em convenção coletiva. Já com Reforma Trabalhista foi permitido que essa escala fosse instituída mediante acordo individual, ou seja, a empresa pode negociar com o seu empregado.
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