Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LAUDO TÉCNICO DO DIMENSIONAMENTO - MEDIÇÃO DE VOLUME DE CONDENSADO FORMADO PARA DIFERENTES TEMPERATURAS NO TROCADOR DE CALOR EGR Thiago Gomes ÍNDICE 2. OBJETIVO .................................................................................................................................................. 3 2.1 RESPONSÁVEIS TÉCNICOS ................................................................................................................... 3 3. DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS ....................................................................................................................... 3 3.1 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS .................................................................................................................... 3 3.1.1 LEGISLAÇÃO ............................................................................................................ 3 4. DESCRIÇÃO DO SISTEMA .......................................................................................................................... 9 5. PREMISSAS DE REGIME PERMANENTE ..................................................................................................... 9 5.1 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CICLO TEÓRICO E REAL: ........................................................... 11 6. EFICIÊNCIA DO MOTOR........................................................................................................................... 12 7. PRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 13 8. EQUACIONAMENTO ............................................................................................................................... 15 8.2 Perda por atrito: ................................................................................................................................... 16 8.3 Perdas de pressão:................................................................................................................................ 17 8.3 Transferência de calor: ......................................................................................................................... 17 8.4 Simulação: ............................................................................................................................................ 18 8.5 Material: ............................................................................................................................................... 19 8.6 Resultados: ........................................................................................................................................... 21 2. OBJETIVO Avaliar as consequências do aumento de volume de condensado no sistema de Recirculação dos Gases de Exaustão EGR sobre as emissões. 2.1 RESPONSÁVEIS TÉCNICOS Filipe Andrade de Lima – RGM: 17809665 Letícia Maria Costa Aranha – RGM: 17315077 Lilian Aguiar – RGM: 18365418 Rafaela Nair D’ A. R. Barcelo – RGM: 17411416 Vicente Pereira Da Silva Neto – RGM: 17994969 3. DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS 3.1 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 3.1.1 LEGISLAÇÃO PROCONVE Com o objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica e a emissão de ruído por fontes móveis (veículos automotores) o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA criou os Programas de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores: PROCONVE (automóveis, caminhões, ônibus e máquinas rodoviárias e agrícolas). Esta baseou-se na experiência internacional para adequar os índices à realidade brasileira e tem como principal meta a redução da contaminação atmosférica das fontes móveis, tais como veículos automotores, por meio da fixação dos limites máximos de emissão, induzindo o desenvolvimento tecnológico dos fabricantes e estabelecendo exigências tecnológicas para veículos, cuja comprovação é feita a partir de ensaios padronizados. A certificação de protótipo/projeto e o acompanhamento estatístico em veículos de produção também fazem parte da estratégia de controle. O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) foi criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) como uma forma de controle da qualidade do ar nos centros urbanos. Ele é uma adaptação das metodologias internacionais às necessidades brasileiras, como o Euro V, que já está em vigor na Europa e representa a quinta etapa de diminuição progressiva de emissão de gases. I - Estratégia A - Homologação de Protótipo É a comprovação de que os fabricantes/importadores aplicam conceitos de projeto que asseguram um baixo potencial poluidor aos veículos novos e uma baixa taxa de deterioração das emissões ao longo da sua vida útil. Tal comprovação se dá por meio da análise técnica das especificações de engenharia e dos resultados de ensaio. B- Controle de Produção/Importação É o acompanhamento estatístico das linhas de produção/importação, com vistas a assegurar uma baixa dispersão dos índices de emissão atmosférica dos veículos C- Responsabilidade do Fabricante/Importador O fabricante/importador se responsabiliza pela fabricação/importação e comercialização de veículos, rigorosamente de acordo com as especificações por ele apresentadas e homologadas pelo IBAMA, re-homologando os projetos modificados. D - Requisitos de Manutenção O fabricante/importador deve recomendar ao usuário e ao serviço de assistência técnica todas as ações e procedimentos de manutenção e regulagem necessários ao atendimento e à conservação dos limites máximos de emissão atmosférica de poluentes fixados pelo PROCONVE/PROMOT, bem como deve prover o fornecimento de peças de reposição. E - Controle Pós-Venda É um mecanismo que permite a intervenção do órgão ambiental na comercialização e no uso de veículos de forma a pressionar os fabricantes e usuários a seguirem rigorosamente as medidas necessárias ao controle de poluição nos veículos. O PROCONVE baseia-se nos dados de homologação para, posteriormente e de forma descentralizada, fiscalizar o estado de manutenção de veículos em uso. O CONAMA estabeleceu as diretrizes gerais, após concluído o 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários em 2011, para os órgãos ambientais dos Estados e do Distrito Federal elaborarem, aprovarem e publicarem os Planos de Controle de Poluição Veicular (PCPV). F - Programas de Inspeção e Manutenção – I/M Desde a Resolução CONAMA 18/86, o PROCONVE prevê o desenvolvimento de Programas de Inspeção anual dos veículos para assegurar que a população os mantenha em conformidade com as suas especificações originais e coíba as adulterações e modificações de projeto dos sistemas que interfiram nas emissões de poluentes. Estes programas também tem o objetivo de verificar se as características homologadas pelos fabricantes se mantêm por toda a vida útil dos veículos mediante o plano de manutenção preventiva por eles recomendados, bem como levantar informações estatísticas da frota circulante para dar "feed-back" ao IBAMA quanto à eficiência do PROCONVE e eventuais aprimoramentos. II - Caracterização O controle é executado a partir da classificação de veículos automotores: • Veículo Leve de Passageiros (Automóveis); • Veículo Leve Comercial (Utilitários); • Veículo Pesado (Ônibus e Caminhão); • Veículo de Duas Rodas e Assemelhados (Motocicletas e Ciclomotores); • Máquinas Agrícolas e Rodoviárias Novas. Veículo Pesado (Ônibus e Caminhão) É o veículo automotor para o transporte de passageiros e/ou carga, com massa total máxima maior que 3.856 kg ou massa do veículo em ordem de marcha maior que 2.720 kg, projetado parao transporte de passageiros e/ou carga. O controle de fumaça ou, indiretamente de materia partculado, teve seu início em 1987 com o estabelecimento do limite de opacidade “k > 2,5” ao longo de toda a curva de máximo toque dos motores a diesel. O controle das emissões gasosas pelo escapamento de veículos pesados teve seu início 1993, com a introdução gradativa dos limites da Fase P-3, em 1994, da Fase P-4, em 1998, da Fase P-5, em 2004, da Fase P-6, adiada para a Fase P7, prevista em 2012. Em 1994, deu-se o controle de ruído. III - Resultados Desde a sua instituição, os resultados alcançados até então mostram que a estratégia para a implantação no Brasil de um programa de controle de emissão de poluentes por veículos automotores foi montada acertadamente. O êxito do programa se deve a um cronograma bem elaborado, com etapas cada vez mais restritivas, e sempre em sintonia com a realidade brasileira. Alguns dos resultados mais expressivos alcançados pelo PROCONVE são: 1. modernização do parque industrial automotivo brasileiro; 2. adoção, atualização e desenvolvimento de novas tecnologias; 3. melhoria da qualidade dos combustíveis automotivos; • formação de mão de obra técnica altamente especializada; • aporte no Brasil de novos investimentos, de novas indústrias, de laboratórios de emissão; 4. geração de empregos; 5. diversificação do parque industrial; 6. redução, na fonte, de até 97% da emissão de poluentes. Antes do programa, a emissão média de monóxido de carbono de um veículo era de 54 g/km, hoje essa emissão é 0,375 g/km. Mesmo com o significativo aumento da frota brasileira de veículos automotores, esses resultados fizeram com que se tivesse condições de exercer um melhor controle sobre a poluição atmosférica, garantindo a qualidade do ar nas grandes cidades brasileiras. IV - PROCONVE 7 A nova etapa Proconve P7 estabelece limites de emissões mais rígidos para veículos pesados a diesel. Para ser atendida, a fase exige veículos com novas tecnologias e diesel com teor reduzido de enxofre. A nova fase do Proconve P7 entrou em vigor em janeiro de 2012. É uma legislação similar à europeia Euro 5. Para serem atendidos, os novos limites de emissões da P7 exigem, além de modificações nos motores, novos sistemas de pós- tratamento dos gases de escapamento e diesel com reduzido teor de enxofre. A nova legislação P7 traz redução de 60% de óxido de nitrogênio (NOx) e de 80% das emissões de material particulado (MP) em relação à fase atual (P5, equivalente à Euro 3, válida para veículos produzidos até dezembro de 2011). Se comparada com o início do Proconve, em 1986, a redução de material particulado da nova fase é de 96,3% e a de NOx, de 87,3%. V - PROVONVE 8 Em 16 de novembro de 2018, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabeleceu a norma PROCONVE P-8 de emissões para veículos automotores pesados novos de uso rodoviário no Brasil. A norma aplica-se a todos os veículos novos de passageiros e de carga equipados com motores de ignição por compressão ou por centelha e com peso mínimo de 3,856 toneladas. A norma P-8 vai entrar em vigor para as homologações de novos modelos de veículos em 1º de janeiro de 2022 e para todas as vendas de novos veículos e registros em 1º de janeiro de 2023, sendo facultada a certificação voluntária antecipada. A norma P-8 especifica limites máximos de emissão para gases de escapamento, partículas e ruído, bem como requisitos de durabilidade, sistemas de diagnóstico de bordo (OBD) e testes em uso, entre outras disposições. Ela equivale à norma Euro VI e vai alinhar a regulamentação para veículos pesados do Brasil à da União Europeia. Após a implementação de cada uma dessas normas, entre 2020 e 2023, estima-se que 70% dos novos veículos pesados a diesel em todo o mundo atenderão a padrões equivalentes aos da Euro VI, em comparação com 40% dos novos veículos pesados em 2018. A norma adotada atualmente no Brasil, PROCONVE P-7, é equivalente à Euro V e está em vigor desde 2012. A introdução da P-8 vai fortalecer significativamente o programa regulatório do país. É de especial importância o enrijecimento dos limites de emissão em massa de material particulado (MP) e o estabelecimento de um limite de número de partículas (NP) para os veículos pesados com motores de ignição por compressão (a diesel). Como se observou com a introdução de disposições equivalentes na Europa, espera-se que esses limites levem à aplicação universal de filtros de particulados de diesel (DPF), que reduzem as emissões de MP em 90% em comparação com a norma P-7 e em 99% em comparação com níveis não controlados. A introdução da norma P-8 no Brasil vai trazer extensos benefícios para o controle de emissões prejudiciais por veículos pesados e a redução dos impactos associados na qualidade do ar e na saúde pública. Figura 1. Cronograma de implementação das normas do PROCONVE para veículos pesados. A - Requisitos de durabilidade Os requisitos de durabilidade da P-8 são equivalentes aos da Euro VI. Os fabricantes ou importadores de veículos devem demonstrar conformidade com os limites de emissão até uma quilometragem ou duração de operação mínimas, o que ocorrer primeiro. Esses requisitos são diferenciados por uso do veículo (de passageiro ou de carga) e peso bruto total em toneladas: • 160.000 km ou cinco anos para veículos de passageiro com menos de 5 toneladas; • 300.000 km ou seis anos para veículos de carga entre 3,856 toneladas e 16 toneladas e para veículos de passageiro entre 5 toneladas e 7,5 toneladas; • 700.000 km ou sete anos para veículos de carga com mais de 16 toneladas e para veículos de passageiro acima de 7,5 toneladas. B - Disposições de conformidade A norma P-8 adota a mesma definição de estratégia auxiliar de controle de emissões (auxiliary emission strategy, AES) estabelecida na Euro VI. Todos os parâmetros que modificam a estratégia de controle de emissões devem ser revisados e aprovados pelo IBAMA antes da certificação. Esses parâmetros devem ser subsequentemente disponibilizados para rastreamento durante o funcionamento do veículo em qualquer condição. C - Impactos da regulação A introdução da norma P-8 no Brasil vai trazer extensos benefícios para o controle de emissões prejudiciais por veículos pesados e a redução dos impactos associados na qualidade do ar e na saúde pública. Em uma análise publicada em 2016 sobre os custos e benefícios da P-8 no Brasil, constatamos que a introdução dessa norma renderia 11 dólares americanos em benefícios à saúde para cada dólar investido em tecnologias mais avançadas de controle de emissões veiculares.17 Após 30 anos da implementação da P-8, as emissões acumuladas de veículos pesados podem ser reduzidas em 130.000 toneladas de MP2,5, 110.000 toneladas de carbono negro, 12 milhões de toneladas de NOx, 2,7 milhões de toneladas de monóxido de carbono e 24.000 toneladas de hidrocarbonetos. 4. DESCRIÇÃO DO SISTEMA Com a nova política de redução de emissões poluentes geradas por motores de ciclo diesel, relacionadas no Proconve 7 no Brasil, fazem com que os fabricantes incluam e desenvolvam novas tecnologias ao motor e aos dispositivos de pós tratamento. A recirculação dos gases de escape EGR para o coletor de admissão é uma tecnologia muito utilizada entre as estratégias de redução de produção de Nox, apresenta ainda significativo potencial de aplicação, apesar de, via de regra, aumentar as emissões de MP (material particulado) e, devido à formação excessiva de condensado no sistema, acelerar a degradação dos componentes do motor. O sistema consiste em reutilizar parte dos gases de escape que são redirecionados para serem readmitidos juntamente com o ar de admissão. Os gases de descarga são inertes e ajudam a reduzir a temperatura da combustão diminuindo as emissões deNox. 5. PREMISSAS DE REGIME PERMANENTE Uma característica dos gases de escape dos motores Diesel são os altos índices alcançados pela temperatura do fluído e pela pressão na câmara de combustão, as transformações Termodinâmicas, podem ser representadas segundo os seguintes diagramas PV e TS, a seguir (Brunetti, 1992): Figura 2. Diagrama Pressão x Volume deslocado para o ciclo Diesel. Figura 3. Diagrama Temperatura x Entropia para o ciclo Diesel Ponto 4 ao Ponto 1: Aspiração do Ar - O pistão desloca do PMS ao PMI aspirando o ar; Ponto 1 ao Ponto 2: Compressão adiabática - Sem troca de calor com o meio ambiente. O pistão se desloca do PMI descrevendo a área (v1-1-2-v2), equivalente o trabalho absorvido; Ponto 2 ao Ponto 3: Fornecimento gradual de calor a pressão constante - O pistão ao passar do ponto 2 a 3, variando o volume do fluido produzirá trabalho equivalente à área (v2-2-3-v3), que também é equivalente à área (s1-2-3-s2) no diagrama TS. Ponto 3 ao Ponto 4: Expansão adiabática - O pistão se desloca retornando ao PMI descrevendo a área (v1-4-3-v3), equivalente à mais um trabalho realizado. Isto ocorre sem troca de calor com o meio ambiente. Ponto 4 ao Ponto 1: Rejeição instantânea de calor a volume constante - É representado pela área (s1-1-4-s2), equivalente à mais uma parcela de calor absorvido. O trabalho útil realizado pelo sistema é igual à diferença entre o trabalho fornecido pelo sistema e o trabalho absorvido. Este trabalho é equivalente a área (1 - 2 - 3 - 4). 5.1 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CICLO TEÓRICO E REAL: • Perdas por bombeamento: No ciclo teórico, a sucção e a exaustão são realizadas com pressão constante, mas isso não acontece no ciclo real; • Perdas pela combustão incompleta: No ciclo teórico, o calor é introduzido imediatamente e a pressão é constante, o que não é o caso no real; • Perdas pela dissociação do combustível: No ciclo teórico, não há dissociação do combustível, mas no ciclo real ele se dissocia em elementos como CO2, H2, O, CO e outros compostos, absorvendo calor; • Perdas devido à abertura antecipada da válvula de descarga: Na teoria a abertura da válvula de descarga é considerada instantânea, enquanto que no real ela se abre antes do pistão atingir o PMI; • Perdas de calor: Em teoria a perda de calor é nula devido à necessidade de resfriar o cilindro, mas na realidade é muito sensível; • Perdas devido à variação dos calores específicos do fluido: Os calores específicos, a pressão constante, Cp, e a volume constante, Cv, de um gás ideal aumentam com a temperatura, mas a sua diferença é sempre constante, isto é, CpCv=R., Porém a relação K=Cp/Cv diminui com o aumento da temperatura. Portanto o valor da pressão e temperatura máxima obtida no ciclo é inferior à obtida quando os calores específicos são constantes com a variação da temperatura. 6. EFICIÊNCIA DO MOTOR Os motores a diesel produzem em sua combustão partículas que poluem o meio ambiente, sendo elas algumas delas mais expressivas como o Óxido de Nitrogênio (NOx), Monóxido de Carbono (CO), Dióxido de Carbono (CO2) e material particulado dos motores a diesel (MP). O sistema EGR vem para suprir a necessidade de um equipamento que atue na redução de particulados produzidos pelo motor. (Squaiella,2010) Devido a reintrodução de gases, o processo de admissão do motor tem uma perda da quantidade de massa de oxigênio no cilindro, que vai impactar no processo de combustão. Com menos oxigênio disponível para queima, o processo tem um atraso em seu ciclo, que vai afetar diretamente redução da temperatura de chama, que proporcionalmente irá produzir menos NOx durante o processo. (Hawley e Mellow,1998 e 1999) Em uma pesquisa demonstrada por Zhao (2000), é possível visualizar uma relação entre a temperatura e produção de NOx, quando reduzido o percentual de oxigênio e acréscimo de gases não reagentes na admissão. Figura 4. Diagrama Máx. Temperatura de Combustão x Massa de O2 Devido a reintrodução de gases de exaustão, há um aumento na temperatura do ar de admissão causada pelos gases. Tendo como consequência além da redução de massa de oxigênio, a criação de ilhas de calor no cilindro, que faz com que o ponto de autoignição do combustível seja antecipado, piorando o rendimento do motor. Uma solução é a utilização de um resfriador de gases, antes da readmissão no motor, que irá suprir a perda de rendimento no sistema. 7. PRODUÇÃO Para atender as normas de regularização de motores de combustão diesel e normas ambientais, várias empresas estão se adequando a instalação de componentes controladores de emissão de poluentes. Um exemplo é o MAN D-08 EGR, que equipa os veículos automotores pesados da Volkswagen. (Souza,2018) O MAN D08 EGR é um motor que possuí duas versões, sendo a primeira de 04 cilindros, e a segunda de 06 cilindros. Na figura 05 e 06 podemos ver como o EGR é acoplado no motor, em ambas versões. Figura 5. Desenho técnico MAN D08 EGR – 4 Cilindros Figura 6. Desenho técnico MAN D08 EGR – 6 Cilindros Ao contrário do SCR (Redução Catalítica Seletiva), que consiste em injetar solução aquosa à base de ureia (Arla 32) no sistema de exaustão do véiculo que promove uma reação química no catalisador, o EGR possuí um sensor no Turbo primário, que é chamado de lambda, controla eletrônicamente e mecânicamente no motor, para garantir que está dentro das normas de emissão. O sensor lambda manda um sinal para a unidade eletrônica do motor, que controla a válvula EGR, que possuí uma borboleta que permite ou não a passagem dos gases para o motor, tendo uma capacidade máxima de reintrodução 30%. Sensor não permite que seja readmitido os gases na temperatura de saída da câmara de combustão, tendo que passar por um sistema de resfriamento dos gases. Nas figuras 07 e 08 podemos visualizar o gráfico de Torque e potência das duas versões. Figura 7. Gráfico Torque/rpm e Potência/rpm MAN D08 EGR – 4 Cilindros A primeira versão de 4 cilindros possuí 225 CV (cavalos de potência) a 2.400 RPM (rotações por minuto), com torque de 850Nm a 1.100 – 1.600 RPM. Figura 8. Gráfico Torque/rpm e Potência/rpm MAN D08 EGR – 6 Cilindros A segunda versão possuí 06 cilindros, com 275 CV a 2.300 RPM e torque de 1050Nm de torque a 1.100 – 1.800 RPM. Em ambos os gráficos visualizamos que as duas versões do motor MAN D08 EGR, possuem uma faixa plana de torque, que gera mais eficiência e economia, isso ocorre por ser um motor Biturbo, possuindo uma turbina de baixa rotação e outra de alta rotação, que evita um trabalho em excesso dos componentes para suprir a falta de força do motor em certas ocasioes, gerando menos emissão de gases nocivos. Com a substituição do P-7 pelo P-8, incluindo o EGR, houve algumas alterações de instrumentos já solicitados por norma, que podem ser desconsiderados, se incluso o EGR. 8. EQUACIONAMENTO 8.1 Trocador de calor EGR A função principal do resfriador EGR é reduzir a temperatura dos gases de escape que estão sendo direcionados para a admissão. Figura 9: Esquema de resfriador EGR A efetividade do resfriador EGR é medida pela relação entre a transferência de calor real em todo o refrigerador pela transferência de calor máxima que seria potencialmente possível. Considerando a temperatura dos gases de escape e do liquido de arrefecimento, ou seja, quando a temperatura do gás de saída torna-se igual a temperatura de entrada do refrigerador. Onde: TEGR, e: temperatura de entrada dos gases de escape no resfriador EGR. TEGR, s: temperatura de saída dos gases de escape no resfriador EGR. TL, e: temperatura de entrada do liquido de arrefecimento no resfriador EGR. 8.2 Perda por atrito:Perdas nos tubos devido a atritos ao longo das paredes são calculadas tendo em conta o número de Reynolds e a rugosidade da superfície das paredes. Quando a superfície da parede é espessa e o fluxo não é laminar, o valor do coeficiente de atrito é o maior entre o coeficiente descrito e o calculado usando a equação de Nikuradse. Onde: ReD: número de Reynolds baseado no diâmetro do tubo: D: diâmetro do tubo H: altura da rugosidade 8.3 Perdas de pressão: O coeficiente de perda de pressão pode ser definido como: Onde: P2: pressão total na entrada P1: pressão total na saída : Densidade V1: velocidade na entrada 8.3 Transferência de calor: Usando o coeficiente de transferência de calor em cada estágio de tempo da velocidade do fluido, propriedades termo física e acabamento da superfície da parede, é possível calcular a transferência de calor do fluido no tubo. O coeficiente de transferência de calor no tubo liso é calculado usando o método de analogia de Colburn. Onde: Cf: coeficiente de fricção no tubo liso : Densidade Ueff: velocidade efetiva fora da camada limite Cp: calor específico Pr: número de Prandtl 8.4 Simulação: O método de pesquisa e avaliação será a simulação de fluídos devido ao custo de análise de motores em bancadas, também a interação por software é mais rápida e qualquer alteração, por menor que seja, pode ser detectada. As peças foram desenhadas em modelo 3D no software SolidWorks versão 2020, e passaram por testes no software ANSYS Workbench na versão de 2019 R2. Para calcular e emular os resultados foi utilizado um computador com as seguintes configurações: processador Ryzen 3 3200g 3.60Ghz, com 16 GB de memória RAM DDR4, uma placa de vídeo RX 5500 XT 8GB e um SSD. Ao considerar a capacidade de realização de cálculos e simulação dos resultados as peças serão analisadas individualmente para garantir maior precisão. Considerando que para mapear o comportamento do fluído dentro das peças selecionadas para teste, o tipo de simulação é o Fluid Flow (CFX), que de acordo com Silva (2019) o CFX tem como capacidade de empregar modelos de análises como escoamentos, transferências de calor, flutuações, combustões e reações químicas e particle tracking. Após selecionada a peça, o processo seguinte é o de geração das malhas ao redor do objeto escolhido, o que dependendo do formato pode aumentar ou reduzir o tempo de criação das malhas, para o projeto será definido o formato de tetraedros, que por ter uma geometria maior vai reduzir o tempo de cálculo e o poder computacional necessário para realizar a operação sem que demande altas horas de trabalho. A próxima etapa é a configuração das condições de contorno a serem introduzidas na análise, no qual foi inserido as opções de entrada e saída do fluído, e as temperaturas de 1800K, 2100K e 2500K, a pressão de trabalho será constante, foi definido que o fluído é combustível com as opções de resíduos de combustão selecionadas na simulação. Com o processo de configuração concluído a análise vai para a parte de cálculo pelo software, que irá demonstrar em forma de conjunções de dados gráficos. O último item é a demonstração desses dados através de projeção gráfica. 8.5 Material: O material escolhido para confecção do trocador de calor em sua fase de testes por simulação foi o AISI 304L no qual possuí uma densidade de 8 g/cm³. As dimensões escolhidas para o projeto foram: 1. Corpo trocador de calor: I. Comprimento: 110m II. Altura: 110m III. Largura: 500mm 2. Tubos interno do trocador de calor: IV. Raio Externo: 9mm V. Raio Interno: 8mm 3. Tubos externos do trocador de calor VI. Raio Externo: 32mm VII. Raio Interno: 30mm O corpo do material possuí espessura por todo o corpo de 3mm, no qual a intenção primordial é realizar os testes de troca de calor entre o fluído refrigerante e o fluído de trabalho. Abaixo segue imagens do trocador de calor montado e também com vistas que excluem as paredes laterais para melhor visualização. 8.6 Resultados: Para simulação foi utilizado os seguintes parâmetros, pressão de entrada do fluído refrigerante foi de 101 kPa (Pressão atmosférica de entrada do fluído Ar frio no sistema), com a temperatura ambiente de 298,15K (Kelvin) que é a temperatura de entrada do ar no motor. Fluído de trabalho, foi considerado uma temperatura bem alta, que é a temperatura de produção do NOx, 1.900K, para análise do comportamento interno. A pressão do sistema é de 250 KPa, que é a pressão de entrada no sistema, nas opções foi considerado a opção de turbulência dos fluídos, nas imagens a seguir consta os resultados da simulação. Ambos os gases possuem turbulência na entrada, onde tem o impacto da velocidade em combinação com a pressão de entrada, possuindo a velocidade média em alguns pontos de 2,8 ms¹, tendo uma queda ao longo do comprimento do trocador para 2,7ms¹. Ao analisar ambas imagens a abaixo, temos o fluxo de calor do trocador de calor e como se comporta internamente, podemos visualizar que a maior temperatura se concentra no centro da estrutura, com temperatura máxima de 1.900K nos tubos que sofrem a troca de calor, na imagem seguinte vemos que o volume do ar em vários pontos sofreu uma queda de temperatura, na qual nas extremidades tem o valor de 298k. Após a simulação podemos tirar a conclusão durante a troca de calor entre os fluídos, há um acumulo de gases de escape nas extremidades da peça que também pela perde de velocidade na trajetória e por conta da geometria que colabora, gera um acúmulo. Ao considerar que temos gotículas de água na composição do fluído de trabalho, e que se resfriado poderá prejudicar e criar pontos de falha na estrutura por conta da ferrugem que pode se desenvolver ao longo do tempo, além de que pode ser reintroduzida no motor e prejudicar seu pleno funcionamento.
Compartilhar