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ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” Contexto: A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo que 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto. Enquanto cerca de 1,2 milhões é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo, sendo que no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. Além disso, estudos apontam que o uso tabaco está relacionado como causa de quase 50 doenças diferentes e a dependência está associada a 90% dos casos de câncer de pulmão... ♥ Compreender a fisiopatologia do câncer de pulmão. ♥ Entender os fatores de risco do câncer de pulmão com ênfase no tabagismo. ♥ Descrever a epidemiologia do câncer de pulmão. ♥ Discutir a dependência do tabagismo. O câncer de pulmão é raro com idade inferior a 40 anos, com taxas que aumentam até idade de 80 anos, após a taxa diminui gradualmente. A probabilidade esperada de desenvolver câncer de pulmão durante a vida é estimada em cerca de 8% nos homens e em cerca de 6% entre as mulheres. A incidência de câncer de pulmão varia por grupo por grupo racial e étnico, com maior taxa de incidência ajustada para idade entre os negros. As taxas de incidência e mortalidade entre os hispânicos e os norte-americanos indígenas e asiáticos são de aproximadamente 40 a 50 % das dos brancos. Nessa perspectiva, no triênio 2020-2022, são previstos para o Brasil 30.200 novos casos de câncer de pulmão para cada ano, sendo o terceiro mais incidente entre os homens e o quarto entre as mulheres. Neoplasias Objetivos Epidemiologia ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” Os tabagistas apresentam um aumento de 10 vezes ou mais no risco de desenvolver câncer de pulmão em comparação com aqueles que não fumaram. Foi constatado que o câncer de pulmão aumenta o risco de todos os principais tipos de câncer de pulmão. A fumaça de tabaco (FTA) ou fumo também é uma causa comprovada de câncer de pulmão. O risco de FTA é inferior ao do tabagismo ativo, com aumento de 20 a 30% no câncer de pulmão observado entre os que nunca fumaram, mas que residem por muitos anos com tabagistas, em comparação com o aumento de 2.000% entre tabagistas ativos contínuos. Vários outros fatores de risco foram identificados, incluindo exposições ocupacionais a amianto, arsênico, bis-cloro-metil-éter, cromo hexavalente, gás mostarda, níquel (como em determinados processos de refinamento de níquel) e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Estudos demostraram que a incidência de câncer de pulmão foi maior entre os tabagistas com suplementação. A radiação ionizante é também carcinógeno pulmonar estabelecido, demonstrada a partir de estudos que mostram taxas aumentadas de câncer de pulmão entre os sobreviventes das bombas anatômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki e a incidência de elevada de trabalhadores expostos a radiação alfa do radônio na mineração subterrânea de urânio. Doenças pulmonares como bronquite crônica, enfisema e tuberculose, foram associadas ao aumento do fator de risco de câncer de pulmão. Predisposição hereditária ao câncer de pulmão A exposição a carcinógenos ambientais, induz ou facilita a transformação de células broncoepiteliais em fenótipo maligno. Determinados polimorfismos genéticos do sistema da enzima P450 especificamente CYP1A1, e fragilidade cromossômica estão associadas ao desenvolvimento do câncer de pulmão. ♥ Parentes de 1º grau de portadores de câncer têm 2 a 3 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão e outros cânceres. Indivíduos com mutações hereditárias nos genes RB (pacientes com retinoblastoma que vivem ate idade adulta) e p35 (síndrome de Li- Fraumeni) podem desenvolver câncer de pulmão. Variantes gênicas comuns envolvidas no câncer de pulmão foram recentemente identificadas por estudos de associação genômica ampla. Eles identificaram 3 loci separados que são associados ao câncer de pulmão (5p15, 6p21 e 15q25) e incluem genes que regulam a produção de receptores nicóticos de acetilcolina e telomerase. ♥ Uma rara mutação germinativa (T790M) envolvendo o receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR) talvez esteja ligada à suscetibilidade ao câncer de pulmão em quem nunca fumou. ♥ Um locus de suscetibilidade no cromossomo 6q aumenta significantemente o risco de câncer de pulmão entre tabagistas leves e não tabagistas. Fatores de risco ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o câncer de pulmão como tumores que surgem do epitélio respiratório (brônquios, bronquíolos e alvéolos). O sistema de classificação da OMS divide os cânceres de pulmão epiteliais em quatro tipos principais de células: câncer de pulmão de pequenas células (CPPC), adenocarcinoma, carcinoma escamoso e carcinoma de grandes células; os três últimos são coletivamente conhecidos como carcinomas de pulmão de não pequenas células (CPNPCs). Cânceres de Pequenas Células Consistem em células pequenas com citoplasma escasso, bordas celulares mal definidas, cromatina nuclear finamente granular, nucléolos ausentes ou imperceptíveis e uma contagem mitótica alta. Apresenta tamanho semelhante ao de um linfócito. O CPPC pode ser distinguido do CPNPC pela presença de marcadores neuroendócrinos, que incluem CD56, molécula de adesão celular neural (MACN), sinaptofisina e cromogranina. As células proliferam em grupos que não demonstram organização glandular ou escamosa. Exames de microscopia eletrônica revelam existência de grânulos neurosecretórios em algumas células de tumor. Esses grânulos sugerem a possibilidade de alguns tumores secretam hormônios polipeptídicos. Marcadores neuroendócrinos, como enolase semelhante ao paratormônio, sugerem que esses tumores podem ter origem nas células neuroendócrinas do epitélio brônquico. Esse tipo de célula está associado ao tabagismo. Em casos raros é observado em indivíduos que nunca fumaram. Os CPPC são altamente malignos, tendem a causar infiltrados difusos, disseminam em estágios precoce de sua evolução. Metástases cerebrais são comuns e podem ser as primeiras manifestações do tumor. Esse tipo de câncer pulmonar está associado a várias síndromes paraneoplásicas (síndrome inadequada de hormônio antidiurético e síndrome de Eaton-Lambert->distúrbio neuromuscular). Cânceres de Células não Pequenas Os CPCNP incluem carcinomas espinocelulares, adenocarcinomas e carcinomas de grandes células. Carcinoma espinocelular: é mais comum nos homens, está relacionado coma história de tabagismo. Origina-se nos brônquios centrais, com uma proliferação intraluminar, e por isso pode diagnosticado mais precocemente com exame de escarro. Busca disseminar-se centralmente aos brônquios primários e aos linfonodos hilares e, nos estágios mais avançados espalha-se para fora do tórax. Associado às síndromes paraneocelulares. Fisiopatologia ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” Figura- Carcinoma de pequenas células. A. Tumor central, que infiltra as estruturas hilares. B. Células neoplásicas pequenas e uniformes, com pouco citoplasma (PORTH). Adenocarcinoma: possuem diferenciação glandular ou produção de mucina e podem apresentar características acinares, papilares, lepídicas ou sólidas ou uma mistura desses padrões. A associação desse tipo de câncer ao tabagismo é menos evidente que a do carcinoma espinocelular. É mais comum nas mulheres e em não fumantes. Os adenocarcinomas podemoriginar-se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão. Esses tumores tendem a se localizar mais perifericamente que os carcinomas espinocelulares e, em alguns casos, estão associados a áreas de retração fibrótica. Essas áreas podem ser ocasionadas por infartos antigos, corpos estranhos metálicos, feridas e infecções granulomatosas, inclusive tuberculose. Carcinoma de células grandes: Caracteriza-se por células poligonais volumosas. Esses tumores constituem um grupo de neoplasias altamente anaplásicas e difíceis de classificar como carcinomas espinocelulares ou adenocarcinomas. Tendem a ocorrer na periferia dos pulmões e invadir brônquios segmentares e vias respiratórias mais calibrosas. Os tumores desse tipo têm prognóstico desfavorável, em razão de sua tendência a produzir focos metastásticos distantes em estágios iniciais de sua evolução. Tumores escamosos apresentam ceratinização e/ou pontes intercelulares que se formam no epitélio brônquico. O tumor tende a consistir em lâminas de células, e não em grupos tridimensionais de células típicas de adenocarcinomas. Os carcinomas de grandes células perfazem menos de 10% dos carcinomas de pulmão. Esses tumores não possuem características citológicas e de arquitetura de carcinoma de pequenas células e diferenciação glandular ou escamosa. Juntos, esses quatro tipos histológicos são responsáveis por aproximadamente 90% de todos os cânceres de pulmão epiteliais. ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” Imuno-Histoquímica O diagnóstico de câncer de pulmão baseia- se mais frequentemente nas características morfológicas ou citológicas correlacionadas com achados clínicos e radiográficos. A imuno- histoquímica pode ser usada para verificar diferenciação neuroendócrina dentro do tumor, com marcadores como enolase neurônio-específica (ENE), CD56 ou NCAM, sinaptofisina, cromogranina e Leu7. A imuno-histoquímica também é útil na diferenciação de adenocarcinomas primários e metastáticos; o fator de transcrição da tireoide 1 (TTF-1, de thyroid transcription factor-1), identificado em tumores de origem tireóidea e pulmonar, é positivo em mais de 70% dos adenocarcinomas pulmonares e é um indicador confiável de câncer primário de pulmão, desde que um primário da tireoide tenha sido excluído. Um TTF-1 negativo, no entanto, não exclui a possibilidade de um primário do pulmão. O TTF-1 também é positivo em tumores neuroendócrinos de origem pulmonar e extrapulmonar. A napsina A (Nap-A) é uma protease aspártica que desempenha um papel importante na maturação de surfactante B7 e é expressa no citoplasma de pneumócitos tipo II. O p63 é um marcador útil para a detecção de CPNPC com diferenciação escamosa quando usado nas amostras de citologia pulmonar. O câncer é uma doença que envolve alterações dinâmicas no genoma. Praticamente todas as células cancerosas adquirem seis capacidades marcantes: autossuficiência em sinais de crescimento, insensibilidade aos sinais de anticrescimento, evasão de apoptose, potencial replicativo ilimitado, angiogênese sustentada e invasão tecidual e metástase. Entretanto, para o adenocarcinoma de pulmão, as evidências sugerem que células epiteliais de tipo II (ou células epiteliais alveolares) têm a capacidade de produzir tumores. Para o CPPC, as células de origem neuroendócrina foram implicadas como precursoras. As células de câncer de pulmão abrigam várias anormalidades cromossômicas, incluindo mutações, amplificações, inserções, deleções e translocações. Um dos primeiros grupos de oncogenes verificados como aberrantes foi o da família MYC de fatores de transcrição (MYC, MYCN e MYCL). O gene MYC é mais frequentemente ativado pela amplificação gênica ou pela desregulação transcricional tanto no CPPC como no CPNPC. Recentemente, foram identificados outros subgrupos de adenocarcinoma de pulmão, definidos pela presença de rearranjos cromossômicos específicos, que resultam na ativação aberrante das tirosinas-cinase ALK, ROS1, NTRK e RET. Foi também identificado um grande número de genes supressores de tumor, que são inativados durante a patogênese do câncer de pulmão. Estes incluem TP53, RB1, RASSF1A, CDKN2A/B, LKB1 (STK11) e FHIT. Quase 90% dos CPPCs abrigam mutações em TP53 e RB1. Vários genes supressores de tumor codificados no cromossomo 3p parecem estar envolvidos em quase todos os cânceres de pulmão. A perda de alelos nessa região ocorre muito cedo na patogênese do câncer de pulmão, inclusive no epitélio pulmonar histologicamente normal não lesionado pelo cigarro. Patologia Molecular ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” ♥ Tosse ♥ Perda de peso ♥ Dispneia ♥ Dor torácica ♥ Hemoptise ♥ Dor óssea ♥ Baqueteamento digital ♥ Febre ♥ Fraqueza ♥ Obstrução da veia cava superior ♥ Disfagia ♥ Sibilo e estridor Achados clínicos sugestivos da doença: Sintomas descobertos na anamnese: ♥ Constitucionais: perda de peso > 4,5 kg ♥ Musculoesqueléticos: dor ♥ Neurológicos: cefaleias, síncope, convulsões, fraqueza de extremidade, alteração recente do estado mental Sinais encontrados no exame físico: ♥ Linfadenopatia (> 1 cm) ♥ Rouquidão, síndrome da veia cava superior ♥ Sensibilidade óssea ♥ Hepatomegalia (faixa de > 13 cm) ♥ Sinais neurológicos focais, papiledema ♥ Massas em tecido mole Exames laboratoriais de rotina: ♥ Hematócrito, < 40% em homens; < 35% em mulheres ♥ Níveis elevados de fosfatase alcalina, GGT, TGO e cálcio A maioria dos pacientes apresenta sinais, sintomas ou anormalidades laboratoriais, que podem ser atribuídos a lesão primária, crescimento local do tumor, invasão ou obstrução de estruturas adjacentes, crescimento em locais metastáticos distantes ou síndrome paraneoplásicas. O paciente com câncer de pulmão típico é tabagista atual ou ex-tabagista de qualquer sexo, geralmente na sétima década de vida. Sinais e Sintomas ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” Ocorrem manifestações hematológicas, como coagulopatia, trombose ou outras, em 1 a 8% dos pacientes e incluem tromboflebite venosa migratória (síndrome de Trousseau), endocardite trombótica não bacteriana (marântica) com êmbolos arteriais e coagulação intravascular disseminada com hemorragia, anemia, granulocitose e leucoeritroblastose. Doença trombótica como complicação de câncer costuma ser um mau prognóstico. Manifestações cutâneas, como dermatomiosite e acantose nigricans, são incomuns (1%), bem como manifestações renais de síndrome nefrótica e glomerulonefrite (1% ou menos). Em pacientes com suspeita de doença metastática, prefere-se uma biópsia de um local distante da doença para confirmação tecidual. Devido à maior ênfase colocada em testes moleculares para pacientes com CPNPC, uma biópsia com agulha grossa é preferida para assegurar tecido adequado para análise. O tecido tumoral pode ser obtido por técnicas minimamente invasivas, como a biópsia brônquica ou transbrônquica durante broncoscopia por fibra óptica, por aspiração por agulha fina (AAF) ou biópsia percutânea com orientação por imagem, ou por biópsia guiada por ultrassonografia endobrônquica (USEB). Dependendo da localização, a amostra de linfonodo pode ocorrer por biópsia guiada por ultrassonografia endoscópica (USE) transesofágica, USEB ou às cegas. Em pacientes com doença clinicamente palpável, como metástase de linfonodo ou cutânea, uma biópsia pode ser obtida. As amostras broncoscópicas incluem escovado brônquico, lavado brônquico, lavado bronquioloalveolar, AAF transbrônquica e biópsia com agulha grossa. A citologia do escarro apresenta baixo custo e não é invasiva,mas tem um rendimento abaixo dos outros tipos de amostras, devido à preservação precária das células e à maior variabilidade em adquirir uma amostra de boa qualidade. O rendimento para citologia do escarro é maior para tumores localizados maiores e com localização central, como a histologia do carcinoma escamoso e do carcinoma de pequenas células. Consequentemente, recomenda-se a análise de pelo menos três amostras de escarro. O estadiamento preciso de pacientes com CPNPC é essencial para determinar o tratamento adequado em pacientes com doença ressecável e evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários em pacientes com doença avançada (Fig. 74-3). Todos os pacientes com CPNPC devem ser submetidos a imagem radiográfica inicial com TC, tomografia por emissão de pósitrons (PET, de positron emission tomography) ou, de preferência, PET-TC. O exame PET visa a identificar os locais de malignidade com base no metabolismo da glicose pela medição da absorção de 18F-fluorodesoxiglicose (FDG). Células de divisão rápida, presumivelmente nos tumores de pulmão, em geral irão captar 18F-FDG e aparecer como uma “zona quente”. Até o momento, a PET tem sido usada principalmente para estadiamento e detecção de metástases no câncer de pulmão e na detecção de nódulos > 15 mm de diâmetro. Demonstrou-se que a imagem combinada de 18F-FDG e PET-TC melhora a precisão do estadiamento no CPNPC em comparação com Manifestações Clínicas Diagnóstico Estadiamento ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” a correlação visual entre PET e TC ou com cada estudo isoladamente. Assim, a PET nunca deve ser utilizada isoladamente para diagnosticar câncer de pulmão, envolvimento mediastinal ou metástases. É necessária a confirmação com biópsia. Para metástases cerebrais, a ressonância magnética (RM) é o método mais eficaz. A RM também pode ser útil em determinadas circunstâncias, como tumores de sulco superior, para descartar o envolvimento do plexo braquial, mas, em geral, não desempenha um papel importante no estadiamento de CPNPC. Em pacientes com CPNPC, as contraindicações para ressecção potencialmente curativa são: metástases extratorácicas, síndrome da veia cava superior, paralisia das pregas vocais e, na maioria dos casos, paralisia do nervo frênico, derrame pleural maligno, tamponamento cardíaco, tumor de 2 cm da carina (potencialmente curável com combinação de quimiorradioterapia), metástases no pulmão contralateral, metástase para linfonodos supraclaviculares, metástase para linfonodo ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” mediastinal contralateral (potencialmente curável com quimiorradioterapia combinada) e envolvimento da artéria pulmonar principal. O melhor preditor de doença metastática continua sendo anamnese cuidadosa e exame físico. Se os sinais, os sintomas ou os achados de exame físico sugerem a presença de malignidade, em seguida deve-se realizar imagens sequenciais começando com o estudo mais adequado. Se os resultados da avaliação clínica forem negativos, então estudos de imagem além de PET-TC são desnecessários, e a pesquisa para a doença metastática é concluída. Recomenda-se avaliar os pacientes com doença conhecida em estágio III. Como esses pacientes são mais propensos a ter doença metastática oculta assintomática, as diretrizes atuais recomendam uma avaliação mais ampla da imagem, incluindo imagens do cérebro com TC ou RM. Em pacientes nos quais a doença metastática a distância tenha sido descartada, a situação dos linfonodos deve ser avaliada por uma combinação de imagens radiográficas e/ou técnicas minimamente invasivas, como as mencionadas anteriormente, e/ou técnicas invasivas, como mediastinoscopia, mediastinotomia, toracoscopia ou toracotomia. Cerca de um quarto até metade dos pacientes diagnosticados com CPNPC terão metástase de linfonodo mediastinal no momento do diagnóstico. Uma amostra de linfonodos é recomendada em todos os pacientes com linfonodos aumentados detectados por TC ou PET e em pacientes com tumores grandes ou tumores que ocupam o terço interno do pulmão. A extensão do envolvimento ganglionar mediastinal é importante na determinação da estratégia de tratamento apropriada: ressecção cirúrgica seguida de quimioterapia adjuvante versus quimiorradioterapia isolada. FIGURA-Estações linfonodais a serem pesquisadas no estadiamento do câncer de pulmão de não pequenas células. Mapa de linfonodos da International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), que inclui o agrupamento proposto de estações linfonodais em “zonas” para fins de análises prognósticas. a., artéria; Ao, aorta; Ligt. pulm. inf., ligamento pulmonar inferior; N., nervo; AP, artéria pulmonar; v., veia; E., esquerda (Harrison). Em pacientes com CPPC, as recomendações atuais de estadiamento incluem PET-TC e RM do cérebro (positiva em 10% dos pacientes assintomáticos). Biópsias de medula óssea e aspirações raramente são realizadas, dada a baixa incidência de metástases isoladas da medula óssea. Pode-se conseguir confirmação de doença metastática, nódulos pulmonares ipsilaterais ou contralaterais ou metástases além do mediastino por meio das mesmas modalidades recomendadas anteriormente para pacientes com CPNPC. ITPAC-CZS Alícia Landazuri APG-SOI 07.04.22 S11P1: “SOFRIMENTO” FIGURA - Algoritmo para o tratamento de câncer de pulmão de pequenas células. RM, ressonância magnética; PET, tomografia por emissão de pósitrons. JAMESON, JL.; FAUCI, António S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. Rio Grande do Sul: Grupo A, 2019. 9788580556346. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/bo oks/9788580556346/. Acesso em: 24 abr. 2022. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/bo oks/9788527737876/. Acesso em: 24 abr. 2022. Referências
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