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Objetivos 1. Sobre o Câncer de Pulmão: a) Epidemiologia; b) Fisiopatologia (Tipos histológicos); c) Fatores de risco; d) Sinais e Sintomas; e) Exames diagnósticos (MINTI); f) Rastreamento e Prevenção; g) Estadiamento (metástase); h) Tratamento (cuidados paliativos); i) Prognóstico; 2. Explique sobre a Síndrome da veia cava superior; 3. Descreva sobre o Tumor de Pancoast; 4. Discorra sobre a nódulo solitário; Respostas 1. Sobre o Câncer de Pulmão: a) Epidemiologia; O câncer de pulmão é o primeiro câncer mais comum em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Assim, cerca de 13% de todos os casos novos são de câncer de pulmão. Em 2012, as estimativas mundiais apontavam para uma incidência de 1,8 milhões de casos novos de CA de pulmão, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. No entanto, essa taxa de incidência vem diminuindo por conta da cessação do tabagismo em diferentes sexos, uma vez que 85% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados se associam ao consumo de derivados de tabaco. Em geral, 15% de todos os canceres de pulmão são de pequenas células e 85% são de não pequenas células. Assim, o INCA estima que em 2020-2022, sejam diagnosticados 30.200 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio, sendo 17.760 em homens e 12.440 em mulheres. Com isso, o câncer de pulmão se torna a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres. Então, nota-se que anualmente morrem mais pessoas de câncer de pulmão do que de câncer colorretal, câncer de mama e câncer de próstata juntos. A taxa de sobrevida em 5 anos para o câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). No entanto, apenas 16% dos canceres são diagnosticados em estágio inicial, para o qual a taxa de sobrevida de 5 anos é de 56%. REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de- pulmao/6439/196/ b) Fisiopatologia (Tipos histológicos); O câncer de pulmão é uma neoplasia maligna proliferativa de origem no epitélio respiratório primário, sendo dividido em câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) e câncer de pulmão de pequenas células (CPPC). Câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) O CPNPC compreende ao adenocarcinoma, o carcinoma de células escamosas e o carcinoma de grandes células. Carcinoma espinocelular/células escamosas Esse tipo de carcinoma origina-se nos brônquios centrais em proliferação intraluminal, disseminando-se centralmente aos brônquios primários e aos linfonodos hilares. Em estágios avançados, se espalham para fora do tórax. Esse tipo de carcinoma é comum em pacientes com história significativa de tabagismo. Junto ao histórico de tabagismo, os indivíduos com carcinoma de células escamosas tendem a portar aberrações genéticas, como as deleções cromossômicas envolvendo os loci supressores de tumor, como o 3p, 9p e 17p. Sendo assim, o carcinoma de células escamosas mostra uma alta frequência de mutações TP53, sendo um marcador inicial de mutações a superexpressão da proteína p53. A perda de expressão do gene supressor de tumor retinoblastoma (RB) também é identificada, bem como a inativação do gene inibidor de cinase dependente de ciclina (CDKN2A). Recentemente, foi reconhecido que muitos carcinomas de células escamosas possuem amplificação do FGFR1, um gene decodificador do receptor tirosina- cinase do fator de crescimento de fibroblastos. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de-pulmao/6439/196/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de-pulmao/6439/196/ O carcinoma de células escamosas frequentemente é precedido de metaplasia escamosa ou displasia do epitélio brônquico, o que evolui para carcinoma in situ com células atípicas. Assim, o tumor pode: • Crescer de forma exofítica dentro da luz brônquica, com obstrução dos brônquios, causando atelectasia distal e infecções; • Penetrar a parede dos brônquios e infiltrar o tecido peribrônquico, atingindo a carina ou o mediastino; • Crescer para frente como uma massa intraparenquimatosa em forma de couve-flor, empurrando a substância pulmonar a sua frente. Carcinoma de células grandes O carcinoma de células grandes caracteriza-se por células poligonais volumosas, constituindo um grupo de neoplasias altamente anaplásicas, o que ocorre na periferia dos pulmões, invadindo os brônquios segmentares e as vias respiratórias mais calibrosas. Esse tipo é caracterizado por um elevado índice mitótico e de necrose, sendo muito agressivo e com baixas taxas de sobrevida por conta de sua forte associação com o tabagismo. Nesse caso, as células se apresentam com núcleos grandes, nucléolos proeminentes e uma quantidade moderada de citoplasma. Adenocarcinoma O adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer de pulmão em indivíduos que nunca fumaram. Ele se origina dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão, localizando-se mais perifericamente. Assim, apresenta uma mais predileção para a metástase a distância. O adenocarcinoma é marcado por mutações com ganho de função oncogênicas envolvendo a via de sinalização dos receptores tirosina-cinase do fator de crescimento, como o EGFR, ALK, ROS, MET e RET. Esse tumor é do tipo epitelial maligno invasivo com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais. Os tumores < 3cm com componente invasivo pequeno associado a cicatrizes são chamados de adenocarcinomas microinvasivos. Já os adenocarcinomas mucinosos tendem a se espalhar pelos espaços aéreos, formando tumores satélites. Comentado [BMN1]: RECEPTOR DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉRMICO Comentado [BMN2]: CODIFICA O RECEPTOR TIROSINA- CINASE TRANSMEMBRANA Cânceres pulmonares de pequenas células Os CPPC se caracterizam por células redondas ou ovais pequenas, com dimensões semelhantes a um linfócito. Esse tipo de câncer é altamente maligno, com a tendencia de causar infiltrados difusos, com disseminação em estágios precoces de evolução e são raramente operáveis. Assim, as metástases cerebrais são comuns. O CPPC está fortemente associado ao tabagismo, onde é detectado por uma grande quantidade de tecido necrótico e elevado grau de mitose. Além da associação com o tabagismo, pode ocorrer em pessoas com aberrações genéticas, como a perda de função do TP53, RB e deleções no cromossomo 3p, além de amplificação nos genes da família MYC. Esse tipo de câncer surge nos brônquios principais ou na periferia do pulmão, composto por células pequenas com citoplasma escasso, bordas celulares pouco definidas, cromatina nuclear granular e nucléolos ausentes. Patologia molecular Oncogenes No adenocarcinoma de pulmão, a maioria dos pacientes apresentam uma mutação oncogênica, como no KRAS, EGFR, BRAF, HER2 e PIK3CA, além de rearranjos nos genes envolvendo ALK, RET e ROS1. Mutações KRAS nos códons 12, 13 e 61, resultando em substituições de aminoácidos que causam uma atividade prejudicada da GTPase e ativação da sinalização RAS estão presentes em cerca de 25% dos pacientes com adenocarcinoma. As mutações no EGFR ocorrem por deleção no éxon 19 e mutação pontual no éxon 21, localizados no domínio de ligação do receptor tirosina-cinase, resultando na ativação da via de sinalização que conduz a proliferação, evasão da apoptose e angiogênese. O rearranjo no ALK resulta da inversão ou translocação de porções do echinoderm microtubule-associated protein-4 (EML4) com o gene ALK, o que conduz a ativação de sinais a jusante. Genes supressores de tumor No câncer de pulmão, a função dos genes supressores de tumor é perdida, incluindo o p53, Rb, LKB e uma série de genes encontrados no braço curto do cromossomo 3 (3p). A proteína Rb também não é expressa em 90% dos CPPC por conta de mutações ou deleções. NoCPNPC, a Rb é expressa normalmente, porém quando fosforilada, provoca uma divisão celular descontrolada. Epigenética As modificações epigenéticas são comuns no câncer de pulmão e incluem a hipometilação, desregulação da DNA metiltransferase I e hipermetilação. No CPNPC, os genes metilados são o p16, RARB, RASSFIA, MGMT e a proteína cinase associada a morte (ADP-kinase). Essa hipermetilação pode silenciar os genes supressores de tumor, provocando o crescimento celular desregulado. REFERÊNCIAS: Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. GROSSMAN. Porth - Fisiopatologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2015. V Kumar. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016. c) Fatores de risco; O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão é o uso de tabaco. O tabaco apresenta uma mistura de mais de 4.700 substâncias tóxicas, das quais pelo menos 50 são cancerígenas. Nesse caso, cerca de 85% dos pacientes com câncer de pulmão apresentam história de tabagismo e aproximadamente 50% são ex-fumantes. Esse fator de risco se relaciona diretamente com a carga tabágica, onde pacientes com história de pelo menos 20/30 maços/ano apresentam um risco elevado para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Além disso, a exposição passiva ao fumo contribui para o aumento nos casos de câncer. A exposição às infecções pulmonares de repetição, suplementação de altas doses de vitamina A, DPOC, fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também favorecem seu aparecimento. Pacientes com história familiar de câncer de pulmão precoce (<60 anos) tem risco duas vezes maior para o desenvolvimento da doença. Outros fatores incluem a exposição ao fumo passivo, amianto, certos metais (cromo, cadmio e arsênico), alguns produtos orgânicos, radiação, poluição do ar e escape de diesel. O risco também aumenta em pessoas com história de tuberculose e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Ainda, a susceptibilidade genética é um importante fator de risco, uma vez que esses indivíduos são mais propensos a abrigar alterações genéticas no tumor, como mutações no gene que codifica o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o rearranjo do gene que codifica a quinase do linfoma anaplásico (ALK). REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de- pulmao/profissional-de-saude Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. d) Sinais e Sintomas; Inicialmente, o câncer pulmonar se manifesta como nódulos pulmonares, definidos radiologicamente como uma opacidade arredondada, bem ou mal definida, medindo até 3cm de diâmetro. Atualmente, apenas 15% dos pacientes com câncer de pulmão são assintomáticos, onde seu diagnóstico é realizado incidentalmente em radiografias torácicas. No entanto, a maioria dos pacientes apresentam sinais e sintomas que são (1) causados pela lesão pulmonar em si, como o local do tumor, invasão e obstrução; (2) disseminação tumoral intratorácica regional para os nódulos linfáticos e estruturas adjacentes; (3) disseminação extratorácica distante da doença; ou (4) síndromes paraneoplásicas. Sendo assim, os sintomas mais comuns de câncer de pulmão incluem tosse, dispneia, dor, hemoptises e perda de peso. Ainda, podemos encontrar anorexia, fadiga, anemia e febre. Os sintomas também podem resultar da invasão local ou metástase do tumor, como cefaleias, dor óssea, obstrução das vias respiratórias, tosse e hemoptise. As síndromes paraneoplásicas encontradas incluem a síndrome de secreção do hormônio antidiurético inapropriado, hipercalcemia, osteoartropatia, hipertrofia pulmonar, síndrome miastênica de Eaton-Lambert e síndrome de Cushing. REFERÊNCIA: Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. e) Exames diagnósticos (MINTI); Exames radiológicos O diagnóstico de câncer de pulmão, na maioria das vezes, é feito pela radiografia de tórax, embora tenha sensibilidade de apenas 70% e especificidade entre 89% e 99%. Assim, é utilizado em pacientes assintomáticos sob o risco de câncer de pulmão ou com sintomas precoces sugestivos, como emagrecimento e tosse persistente. A tomografia computadorizada de tórax também é utilizada pois é útil na definição do estadiamento e possui alta sensibilidade e especificidade. Assim, a tomografia de tórax e abdome é indicada para determinar a localização do tumor primário, envolvimento dos gânglios linfáticos do mediastino e disseminação para outros locais anatômicos. Comentado [BMN3]: FRAQUEZA MUSCULAR CAUSADA POR AUTOANTICORPOS DIRIGIDOS PARA O CANAL DE CÁLCIO NEURONAL. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude Como o câncer de pulmão tende a causar várias metástases, principalmente no pulmão contralateral, fígado, glândula suprarrenal, osso e cérebro, tanto a ressonância magnética quando a tomografia com contraste pode ser utilizada para avaliar a metástase cerebral. Ainda, a RM detecta a possível invasão cancerosa nas estruturas circundantes, como o plexo braquial. A PET com fluorodesoxiglicose (GDF-PET) é incluída como um diagnóstico a fim de realizar o estadiamento dos pacientes com câncer de pulmão localizado. Procedimentos diagnósticos invasivos O diagnóstico também pode ser feito pela broncoscopia, a qual possibilita a realização da biopsia em conjunto. Junto a isso, a punção aspirativa transbrônquica permite o estadiamento do mediastino, a qual é mais sensível para linfonodos grandes e clinicamente positivos. A ultrassonografia endoscópica esofágica (USE) permite a amostragem do ligamento pulmonar inferior e dos linfonodos periesofágicos e cadeias subcarinais 9, 8 e 7. A mediastinoscopia envolve a avaliação cirúrgica dos gânglios linfáticos do mediastino para a determinação do envolvimento tumoral. Esse procedimento é o padrão e permite a amostragem ou a remoção das cadeias de linfonodos 2, 4, 7 e 10. Nesse caso, a mediastinoscopia é realizada através de uma incisão no segundo ou terceiro espaço intercostal esquerdo ou através da excisão da segunda cartilagem costal. MINTI Atualmente, a pesquisa de diagnóstico de câncer de pulmão se inicia com a obtenção de imagens radiológicas convencionais, detectando-se anormalidades do parênquima pulmonar, bem como: padrão septal, cístico, nodular, em vidro fosco, consolidação e reticular. Nódulos O nódulo pulmonar é uma lesão arredondada e ovalada, de limites precisos com menos de 3cm de diâmetro. Podem ser classificados em pequenos (<1cm) e grandes (entre 1 e 3cm). Um nódulo solitário, em geral, é maligno. Assim, eles devem ser avaliados quanto ao tamanho, forma e contorno, densidade e existência de calcificação ou escavação. Os critérios de benignidade são: • 2 anos sem crescimento; • Presença de gordura; • Calcificações puntiformes centrais, em alvo concêntricas, em casca na periferia do nódulo, difusa ou em forma de pipoca. Nesse caso, quando um nódulo tem mais de 2,5cm de diâmetro, não tem cálcio e tem contorno espiculado, é suspeito de malignidade. No pulmão, os tumores benignos (hamartoma) são mais raros que os malignos. Os grandes nódulos múltiplos são característicos de metástases hematogênicas, mais comumente encontrados nas bases e periferia dos pulmões. Massas As massas são lesões com as mesmas características nodulares, porém com mais de 3cm de diâmetro. Uma massa parenquimatosa com mais de 4cm de diâmetro é sugestiva de malignidade. Escavação As cavidades ocorrem quando uma área de necrose se comunica com uma via respiratória pérvia, proporcionando sua drenagem. Assim, deve-se analisarsua localização, limites, espessura da parede, conteúdo e lesões satélites. Calcificações As calcificações no parênquima pulmonar indicam benignidade, decorrentes de doenças granulomatosas, como a tuberculose ou tumores benignos (hamartoma). REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de- pulmao/profissional-de-saude Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. MINTI f) Rastreamento e Prevenção; O rastreamento de câncer de pulmão na população em geral não é recomendado. No entanto, alguns estudos mostram a possibilidade da realização de tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (mais de um maço por dia durante 30 anos), em pacientes maiores de 55 anos. Basicamente, a prevenção do câncer de pulmão consiste na cessação do tabagismo, evitar o tabagismo passivo e evitar a exposição a agentes químicos (arsênico, asbesto, berílio, cromo, radômio, urânio, níquel, cadmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes nos ambientes de trabalho. REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de- pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao g) Estadiamento (metástase); O estadiamento é feito com base no sistema TNM: T – Tumor primário • TX: Tumor primário não individualizado • T0: Sem evidência de tumor • Tis: Carcinoma in situ • T1: Tumor < 3cm de diâmetro, circundado por pulmão e pleura visceral o T1a – Tumor < 2cm o T1b – Tumor > 2cm e < 3cm • T2: tumor > 2cm e < 7cm com envolvimento do brônquio principal a mais de 2cm da carina principal, invasão da pleura visceral, associação com atelectasia ou pneumonia obstrutiva sem envolvimento de todo o pulmão. o T2a – tumor >3cm e <5cm o T2b – tumor >5cm e <7cm • T3: tumor >7cm ou que invade a parede torácica, diafragma, nervo frênico, pleura mediastinal, pericárdio. • T4: tumor de qualquer tamanho que invade mediastino coração, grandes vasos, nervo laríngeo, esôfago, corpo vertebral e carina principal. N – Linfonodos • NX: linfonodo regional sem avaliação • N0: sem metástase de linfonodo regional • N1: metástase em linfonodo peribrônquico ipsilateral e/ou hilar ipsilateral e intrapulmonares. • N2: metástase em linfonodo mediastinal ipsilateral e/ou subcarinal • N3: metástase em linfonodo mediastinal contralateral, hilar contralateral, escalênico ipsilateral M – Metástase a distância • M0: sem metástase a distância • M1: metástase a distância o M1a: nódulos tumorais em lobo contralateral, tumor com nódulo pleural ou derrame pleural ou pericárdico maligno. o M1b: metástase fora do tórax https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao As metástases eventualmente provocam sintomas que variam de acordo com a localização. Metástases podem se disseminar para: • Fígado, causando dor, saciedade precoce, náuseas e, essencialmente, insuficiência hepática • Cérebro, causando mudanças comportamentais, confusão mental, afasia, convulsões, paresia ou paralisia, náuseas e vômitos e, por fim, coma e morte • Ossos, causando dor intensa e fraturas patológicas • Glândulas adrenais, raramente causando insuficiência adrenal REFERÊNCIAS: Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar h) Tratamento (cuidados paliativos); O tratamento de câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estadiamento. Para pacientes com doença localizada, sem linfonodo aumentado no mediastino, o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de radioterapia ou quimioterapia. Em pacientes com metástases a distância, o tratamento é feito com quimioterapia ou terapia-alvo. Cirurgia A cirurgia consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. Cerca de 20% dos casos são passíveis de tratamento cirúrgico, e 80-90% dos casos não podem realizar a cirurgia devido a extensão da doença. As cirurgias de tratamento de câncer de pulmão podem ser: • Segmentectomia e ressecção em cunha: retirada de uma pequena parte do pulmão (apenas o segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar • Lobectomia: retirada de todo o lobo pulmonar o qual o tumor está situado. • Pneumectomia: retirada do pulmão inteiro. Quimioterapia A quimioterapia visa destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Radioterapia Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas, podendo desencadear pneumonite por radiação em doses elevadas até 3 meses após o tratamento. CPPC O CPPC costuma ser responsivo ao tratamento inicial, porém suas respostas são de curta duração. Assim, é administrada a quimioterapia para prolongar a sobrevida do paciente e melhorar sua qualidade de vida. Aqui, o tratamento cirúrgico não exerce benefícios. Em geral, é empregada a quimioterapia com etoposide e composto de platina, associado a outros fármacos. Quando o CPPC está confinado ao hemitórax, a radioterapia exerce melhora no prognostico. O uso de radiação craniana profilática também pode ser utilizado, além da quimioterapia empregada para micrometástases cerebrais, uma vez que os fármacos atravessam a barreira hematoencefálica. Em estágio avançado, o tratamento é feito com quimioterapia, associada a radioterapia cerebral profilática em certos casos. CPNPC Para CPNPC em estágios I e II, realiza-se a cirurgia, com lobectomia ou pneumonectomia, em combinação com a dissecção completa dos linfonodos mediastinais. Na doença em estágio III, é empregada a quimioterapia, radioterapia e cirurgia, porém sua sobrevida permanece baixa (10-14 meses). Em estágio IV, é empregado o tratamento paliativo a fim de prolongar a sobrevida e melhorar os sintomas do paciente. Pode-se utilizar quimioterapia, fármacos direcionados e radioterapia. No entanto, a sobrevida média desses pacientes é de 9 meses. Outros tratamentos paliativos nesse caso incluem toracocentese e pleurodese por derrames recorrentes, colocação de cateteres de demora para drenagem pleural, fulguração broncoscópica de tumores de traqueia e brônquio principal, implantes de endopróteses e estabilização da medula espinal. REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar i) Prognóstico; Para o CPPC, o prognóstico é ruim, com um tempo médio de sobrevida de 20 meses. Assim, apresenta uma taxa de sobrevida em 5 anos de 20%. Pacientes com CPPC em estágio avançado tem um prognóstico muito pior, com índice de sobrevida em 5 anos <1%. Já para o CPNPC em estágio I, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 60-70%. Conforme os estágios progridem, essa taxa diminui, chegando a <1% em pacientes em estágio IV. Em média, pacientes com CPNPC metastático não tratados sobrevivem 6 meses, onde pacientes tratados sobrevivem em média 9 meses. REFERÊNCIAS: https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos- pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar http://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-cancer-de-pulmao/6446/197/ 2. Explique sobre a Síndrome da veia cava superior; A Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS) consiste na obstrução do fluxo sanguíneo a nível de veia cava superior, causando o acúmulo de sangue drenado da cabeça, pescoço, MMSS e tórax superior. A partir desse momento, inicia-se o processo de circulação colateral, como o sistema venoso ázigo. Esse acúmulo sanguíneo aumenta a pressão hidrostática dos vasos, levando ao edema de pescoço e membros inferiores. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar http://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-cancer-de-pulmao/6446/197/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-cancer-de-pulmao/6446/197/ Atualmente, a principal causa da SVCS são neoplasias, causando uma obstrução extrínseca da mesma. Dentro das neoplasias, o câncer de pulmão é a principal causa de SVCS, tanto de pequenas células quanto de células não pequenas. Normalmente, seus sintomas incluem dispneia, tosse, cianose, estridor e disfagia. Por isso os pacientes costumam apresentar pletora fácil, edema de pescoço e de membros superiores. Caso o paciente desenvolva um edema cerebral, ele pode ocasionar cefaleia, confusão mental e coma. Em casos de SVCS desenvolvidos por neoplasia maligna, o paciente pode apresentar paralisia de cordas vocais e síndrome de Horner, causadas pela compressão do nervo laríngeo e da cadeia simpática cervical. Comentado [BMN4]: DEVIDO AO EDEMA DE LARINGE Comentado [BMN5]: PTOSE, MIOSE, ANIDROSE E RUBOR FACIAL DO LADO AFETADO REFERÊNCIA: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882861/sindrome-da- veia-cava-superior.pdf 3. Descreva sobre o Tumor de Pancoast; O tumor de Pancoast consiste no câncer de pulmão de não pequenas células (epidermoide/espinocelular/escamoso) que envolve o ápice pulmonar. Para ser considerado tumor de Pancoast, deve invadir a pleura parietal em nível apical, com sinais de dor e/ou disfunção neurológica. Além dos sinais gerais de câncer, como mal-estar, febre, perda de peso e fadiga, o tumor de Pancoast pode se espalhar para os tecidos próximos, como as costelas e vertebras, as corroendo e enfraquecendo. À medida que cresce, o tumor pode comprimir a veia braquiocefálica, artéria subclávia, nervo frênico, nervo laríngeo recorrente, nervo vago ou gânglio estrelado, resultando na síndrome de Horner (miose + anidrose + ptose + enoftalmia). Em casos graves, o plexo braquial pode ser acometido, causando dor e fraqueza nos músculos do braço e da mão. Ainda, pode comprimir o nervo laríngeo recorrente causando uma voz rouca e tosse “bovina”. O tumor de Pancoast é diagnosticado devido a avaliação dos sintomas clínicos e de imagens, como a radiografia de tórax e a tomografia computadorizada. Nesse caso, seu tratamento consiste em cirurgia devido a sua posição e proximidade com as estruturas vitais. Em alguns casos avançados, o paciente pode necessitar de radioterapia ou quimioterapia antes da cirurgia. A cirurgia então consiste na remoção do lobo superior do pulmão, junto com a artéria subclávia, veia, ramos do plexo braquial, costelas e corpos vertebrais, bem como os linfonodos mediastinais. REFERÊNCIAS: file:///C:/Users/bianc/Downloads/1853-Texto%20do%20artigo- 13581-1-10-20210405.pdf https://www.abc.med.br/p/cancer/1337718/tumor+de+pancoast+causas+quadro +clinico+diagnostico+tratamento+e+complicacoes+possiveis.htm 4. Discorra sobre a nódulo solitário; Um nódulo pulmonar solitário consiste em uma lesão discreta com menos de 3cm de diâmetro, completamente circundada por parênquima pulmonar. Ou seja, não toca o hilo, mediastino ou pleura. Esses nódulos são normalmente detectados de modo acidental com a realização da TC ou radiografia de tórax por outras razões. Seus fatores de risco incluem: • Tabagismo atual ou antigo • História de câncer ou doença autoimune • Fatores de risco ocupacionais https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882861/sindrome-da-veia-cava-superior.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882861/sindrome-da-veia-cava-superior.pdf file:///C:/Users/bianc/Downloads/1853-Texto%20do%20artigo-13581-1-10-20210405.pdf file:///C:/Users/bianc/Downloads/1853-Texto%20do%20artigo-13581-1-10-20210405.pdf https://www.abc.med.br/p/cancer/1337718/tumor+de+pancoast+causas+quadro+clinico+diagnostico+tratamento+e+complicacoes+possiveis.htm https://www.abc.med.br/p/cancer/1337718/tumor+de+pancoast+causas+quadro+clinico+diagnostico+tratamento+e+complicacoes+possiveis.htm • Viajar ou morar em áreas com micose endêmica ou alta prevalência de tuberculose • Fatores de risco para infecções oportunistas (HIV) Para estimar o potencial da neoplasia do nódulo solitário, é necessária a realização da radiografia de tórax e, em seguida, da tomografia computadorizada. Isso define: • Taxa de crescimento: uma lesão sem aumento em 2 anos sugere etiologia benigna, enquanto que tumores que duplicam o tumor em 21 a 400 dias tem potencial maligno. Pequenos nódulos (<1cm) devem ser monitorados a cada 3 meses, 6 meses e 2 anos, respectivamente. • Calcificação: sugere benignidade, principalmente se for central, concêntrica ou com configuração em pipoca (hamartoma). • Margens: margens espiculadas ou irregulares são indicativas de malignidade. • Diâmetro: nódulos < 1,5cm sugerem etiologia benigna; diâmetro > 5,3cm sugere fortemente o câncer. Caso essa lesão seja pequena e a suspeita de câncer for baixa, o paciente fica em acompanhamento com a TC. Quando o câncer tem um risco maior, os pacientes são submetidos a ressecção. REFERÊNCIA: https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sintomas-de-doen%C3%A7as- pulmonares/n%C3%B3dulo-pulmonar-solit%C3%A1rio#v911677_pt Cabide: Neutropenia febril A neutropenia é uma manifestação desencadeada por defeitos na medula óssea, associadas a redução de eritrócitos e plaquetas. Nesse caso, a neutropenia consiste na contagem de neutrófilos < 500cél/microL junto com uma única medida de temperatura >38,3ºC ou > 38ºC por 1 hora. Isso ocorre, pois, pacientes com câncer que recebem a terapia antineoplásico citotóxica é capaz de afetar a hematopoese e a integridade do desenvolvimento da mucosa gastrintestinal, facilitando o risco de infecções por bactérias e/ou fungos. Como a magnitude da atividade dos neutrófilos na resposta inflamatória pode ser silenciada nesses pacientes, a febre pode ser o único sinal de infecção. Com isso, deve-se iniciar a terapia antibacteriana sistêmica de amplo espectro empírica imediatamente, a fim de evitar a sepse. Atualmente, as bactérias mais encontradas são os Staphylococcus coagulase- negativos. No Brasil existe uma tendência ao predomínio de infecções por Gram- negativos (E.coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Pseudomonas aeruginose, entre outras). Na neutropenia prolongada (>7 dias), o risco de infecções fúngicas aumenta, inicialmente por “leveduras” da microbiota intestinal, como Cândida sp., e posteriormente “bolores” inalados, como Aspergillus e Fusarium. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sintomas-de-doen%C3%A7as-pulmonares/n%C3%B3dulo-pulmonar-solit%C3%A1rio#v911677_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sintomas-de-doen%C3%A7as-pulmonares/n%C3%B3dulo-pulmonar-solit%C3%A1rio#v911677_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sintomas-de-doen%C3%A7as-pulmonares/n%C3%B3dulo-pulmonar-solit%C3%A1rio#v911677_ptDevemos lembrar as causas não infecciosas da NF: tromboflebite, medicamentos, febre tumoral, mucosite sem infecção, entre outras. REFERÊNCIAS: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881620/neutropenia- febril.pdf https://www.sanarmed.com/neutropenia-febril Cabide: Síndrome de Lise Tumoral A Síndrome da Lise Tumoral caracteriza-se por manifestações clínicas resultantes da destruição maciça de células malignas por terapia com agentes quimioterápicos citotóxicos. Isso ocorre quando as células neoplásicas são destruídas e seu conteúdo celular é liberado na circulação sanguínea, como o potássio, fósforo e ácidos nucleicos em quantidades tão grande que o organismo não consegue os excretar adequadamente. Tal sobrecarga de excreção pode gerar uma lesão renal aguda, aumentando a morbimortalidade nesses pacientes por conta de arritmias cardíacas e morte súbita. A probabilidade de desenvolver SLT está diretamente ligada aos seguintes fatores: agressividade da doença, volume tumoral, efetividade do tratamento citotóxico e a adoção de medidas profiláticas. A SLT é mais frequentemente observada em pacientes com doenças hematológicas malignas, como os portadores de leucemia linfoblástica aguda e linfoma de Burkitt. Pode, contudo, estar presente em outros tumores sólidos como o de mama ou de pulmão. A lesão renal aguda pode se desenvolver, sendo o mecanismo mais comum, pela formação de cristais de ácido úrico nos túbulos renais, subsequente à hiperuricemia. Outra causa pode ser a deposição de fosfatos de cálcio relacionada à hiperfosfatemia. Esses dois cristais são responsáveis pela obstrução tubular renal, e, considerando-se que a lesão renal aguda leva a novo aumento nos metabólitos, inicia-se um círculo vicioso de mais lesão renal. A SLT caracteriza-se clinicamente por hiperfosfatemia, hipocalcemia, hiperuricemia, hipercalemia e insuficiência renal aguda, frequentemente oligúrica. As manifestações são mais frequentes entre 48 a 72 horas após o início do tratamento da neoplasia. REFERÊNCIA: http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2236 https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881620/neutropenia-febril.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881620/neutropenia-febril.pdf https://www.sanarmed.com/neutropenia-febril http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2236
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