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1 DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO RESUMO AV1 1. CONCEITO É um ramo do direito público interno, que tem como objetivo a busca pelo bem da coletividade e pelo interesse público. Vale ressaltar que reúne princípios e leis que regem órgãos, agentes e atividades públicas, estando presente nas três esferas de poder (executivo, judiciário e legislativo). 2. 1° SETOR Trabalha a administração pública direta (União, estados, municípios e Distrito Federal) e indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, etc) na forma do decreto-lei 200/67, especialmente o art. 4° e 5°. 3. 2° SETOR É uma parceria com a iniciativa privada com fins lucrativos. O particular pode ser dividido em: a) Execução Direta: a.1) Administração Pública a.1.1) Direta: a.1.2) Indireta: a.1.2.1) Concessão: 2 a.1.2.1.1) comum: prevista na Lei 8.987/95, e pode ser uma concessão simples (art. 2°, II) ou antecedida de obra (art. 2°, III); a.1.2.1.2) qualificada: prevista na Lei 11.079/04, conhecida como PPP (Parceria Público-Privada) e se divide entre as modalidades patrocinada (art. 2°, §1° c/c art. 10, §3°) e administrativa (art. 2°, §2°). O Poder Judiciário não pode realizar PPP’s (art. 1°, §1° c/c art. 15) a.1.2.2) Formas de extinção da concessão: a.1.2.2.1) advento do tempo contratual (art. 9° da Lei 11.079/04). A PPP prevalece por no máximo 35 anos (art. 5°, I); a.1.2.2.2) encapação: retomada do serviço pelo poder concedente (ex.: concessão de ônibus); a.1.2.2.3) caducidade: inexecução contratual total ou parcial pela empresa concessionária, que gera a caducidade (sanção aplicada pelo poder público); a.1.2.2.4) rescisão: pode ser rescindindo por iniciativa da concessionária no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente (art. 39 da Lei 8987). a.1.2.2.5) anulação: ocorre quando há um erro contratual a.1.2.2.6) falência da agência concessionária. a.1.2.2 Permissão: prevista na Lei 8987/97, art. 40, será formalizada por meio de um contrato de adesão e tem sua principal característica a precariedade. 3 4. 3° SETOR É uma parceria com a sociedade civil sem fins lucrativos. 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA SOCIEDADE CIVIL a) São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos; b) São mantidas por transferências voluntarias, ou seja, fomentada pelo poder público (renúncia de receita), assim como política de subsídios. c) Não possuem obrigação de fazer concurso público ou realizar licitação. 4.2 SISTEMA S: Senai, etc. 4.3 SISTEMA OS (Organizações Sociais) (Lei (9.637/98): são geridas por um complexo contrato de gestão fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (art. 71 da CF). Podem ser realizados através de convênios, consórcios, contratos de gestão, termos de parceria, termos de colaboração, termos de fomento, acordo substitutivo, contrato de rateio, protocolo de intenções. Todos os contratados pelo Sistema OS possuem vínculo de emprego privado. 4.4 SISTEMA OSC (Organizações Sociais Civis) (Lei 13.019/14) 4.5 SISTEMA OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) (Lei 9.790/99) 5. GOVERNO É uma atividade política, discricionária, que representa uma conduta independente do administrador. 6. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 4 É uma atividade de execução com autonomia funcional, que depende da competência de órgãos e seus agentes, que deve ocorrer no âmbito federal, estadual e municipal. Como objetivo, uma ideia de comando, orientação, direção e chefia, ao lado do jurisdicionado ou administrado. 7. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO a) Lei b) Doutrina c) Jurisprudência d) Costume e) Princípios gerais do direito 8. PRINCÍPIOS a) Legalidade b) Legitimidade c) Imperatividade d) Norteador e) Devido processo legal f) Publicidade g) Impessoalidade h) Adequação (Lei 8.987/95, art. 6°) a. Regularidade b. Continuidade c. Eficiência 5 d. Segurança e. Atualidade f. Generalidade g. Cortesia na sua prestação h. Modicidade das tarifas 9. SERVIÇOS PÚBLICOS É uma atividade material prestada pelo Estado, que podem ser classificados de duas formas: a) Quanto a finalidade: a.1) Administrativo: são aquele direcionados a atividade interna da administração, com objetivo de satisfazerem suas próprias finalidades (Ex.: Diário Oficial, Centros de Pesquisa, etc) a.2) Utilidade Pública: são atividades destinadas aos indivíduos (Ex.: gás encanado, atendimento médico, energia elétrica, etc). b) Quanto ao critério de realização: b.1) Critérios sociais: são aqueles que o Estado executa para atender a sociedade, possuem características assistenciais, protetivas, deficitárias etc. Ex.: assistência à criança e ao adolescente, assistência educacional e médica aos mais necessitados etc. b.2) Critérios econômicos: são aqueles que o Estado realiza para atender a sociedade sob o aspecto financeiro. Ex.: gás canalizado, transporte público, energia elétrica etc. b.3) Critério da delegabilidade: pode ser divido em três subespécies: c.1) que podem ser delegados: são aqueles de utilidade pública que podem ser delegados e realizados tanto pelo Estado como pelo particular (Ex.: serviço de água, esgoto, transporte, telefonia, eletricidade pública); 6 c.2) delegação obrigatória: o Estado não poderá ser detentor (art. 176 e 223, CF) da rádio e televisão; c.3) indelegáveis: são aqueles vitais para a sobrevivência da comunidade. (Ex.: defesa nacional, segurança pública, institucional, administração da justiça, educação pública, serviços diplomáticos, previdência). 9.1 SERVIÇOS COLETIVOS E SINGULARES a) Coletivos: são aqueles os quais a prestação você não consegue identificar (Ex.: segurança pública, diplomacia, etc), são remunerados através de impostos e contribuições de melhoria. b) Singulares: são aqueles que podem ser identificado para quem foi prestado (Ex.: energia elétrica), são remunerados através de taxa ou tarifa. 10. CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO PÚBLICO a) Imediato b) Fiscalizado pelo Estado c) Contínuo d) Público 10.1 SERVIÇOS CENTRALIZADOS: são aqueles realizados pelo Estado através de suas próprias repartições, sob sua responsabilidade direta e exclusiva. Os serviços centralizados podem ser concentrados (aquele que a prestação do serviço se dá por apenas um único órgão) ou desconcentrados (aquele realizado por vários órgãos da mesma entidade). 11. FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 7 O Estado intervém na propriedade para sua função social e para adequar a sociedade, de duas formas: a) Supressiva: desapropriação (decreto-lei 3.365/41), que pode ser dividida em 4 formas: a.1) Desapropriação comum ou ordinária: art. 5°, XXIV, CF, realizada por necessidade, utilidade pública (art. 5°, decreto-lei 3.365/41) ou interesse social (art. 2° da Lei 4.132/62). Deverá ser feita mediante justa e prévia indenização em dinheiro. a.2) Desapropriação urbana: art. 182, §4°, CF, exercida do município, essa forma de desapropriação visa a adequação da propriedade no plano diretor (ex.: descumprimento da função social da propriedade). A indenização será paga em título da dívida pública (TDP). a.3) Desapropriação rural: art. 184 a 187, CF, exercida pela União, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária (TDA) nos casos de a propriedade não estar cumprindo com a sua função social. a.4) Desapropriação confisco: art. 243, CF, ocorre nos casos em que são localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo, serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Obs.: emitido o decreto de desapropriação, o poder públicotem um prazo para utilizar aquele terreno. Se for interesse social e necessidade pública, o prazo é de 2 anos (Lei 3.365/41), se for por utilidade pública, 5 anos (Lei 4.132/62). Obs.2: art. 35 da Lei 3.365/41, os bens expropriados, uma vez incorporados a Fazenda Pública, não podem ser objetos de reinvindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de 8 desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. Obs.3: Os atos administrativos se dividem em cinco elementos: objetivo, motivo, forma, finalidade (subdivida em finalidade genérica – ligada ao interesse pública e específica – objetivo de cada ato. Predestinação: dar destino diverso ao bem desapropriado, é legal quando mantém o interesse público. Quando for ilegal, os desapropriados podem entrar com uma ação de retrocessão (art. 319, CC)) e competência. b) Restritiva: b.1) tombamento: é a intervenção do Estado na propriedade pública ou privada, móvel ou imóvel, para preservação histórica, artística, cultural, paisagística, etc. O tombamento é realizado inicialmente pelo registro no Livro de Tombo (decreto-lei 25/37). Natureza jurídica: imposição do direito real. Obrigações: conservar o bem, não modificar as características do bem, não pode sair do Brasil sem autorização, tolerar fiscalização. O dono do bem pode vender (o ente federativo somente terá preferência no caso de leilão), alugar, doar, dar em garantia. Ex.: a receita e preparo do acarajé, livros (somente 1° exemplar). b.2) ocupação temporária: é a intervenção do Estado na propriedade privada imóvel para atender o interesse público (obra e serviços). Fundamentos: supremacia do interesse público, função social da propriedade e indenização (ao final, se for necessária – Ex.: danos a uma escola particular usada nas eleições) (art. 36 da Lei 3.365/41) b.3) requisição administrativa: art. 5°, XXV, CF, é a utilização da propriedade privada em caso de perigo público iminente, pela administração pública. Caberá indenização posterior, se tiver dano ao bem. Ex.: requisição de um terreno para a construção de alojamentos em casos de alagamento (Sobradinho); um policial pegar um carro para 9 perseguição policial; utilizar hospitais particulares para prestação de serviço médico público urgente. b.4) servidão administrativa: é a utilização de um bem privado para a prestação de um serviço público ou para atender ao interesse público ou atividade. A servidão administrativa muitas vezes gera uma desapropriação indireta (art. 40 da Lei 3.365/41), pode ser judicial ou por acordo. Formas de extinção: quando não há mais interesse público, desaparecimento do bem, quando o próprio ente público faz desaparecer o interesse o bem. Ex.: casas com o nome da rua em seu muro, torres de energia elétrica (pede desapropriação indireta) b.5) limitação administrativa: é uma intervenção do Estado na propriedade privada imóvel de forma geral, para a propriedade atender ao interesse da coletividade (função social). Ex.: gabarito da cidade, que proíbe por exemplo a construção de prédios altos na orla da praia e próximos a aeroportos. 12. FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (Art. 170 a 192 da CF) 12.1 PRINCÍPIOS a) Soberania nacional b) Propriedade privada c) Função social da propriedade d) Livre concorrência e) Defesa do consumidor f) Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação 10 g) Redução das desigualdades regionais e sociais h) Busca do pleno emprego i) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração do país 12.2 FUNDAMENTOS a) Livre iniciativa b) Valorização do trabalho humano 12.3 FORMAS DE ATUAÇÃO DO ESTADO a) Ele regula o sistema econômico b) Cria leis para trabalhar em cima da iniciativa privada (cria distorções econômicas prejudiciais, conhecidas como abuso do poder econômico) 12.4 FORMAS DE ABUSO DO PODER ECONÔMICO a) Dominação do mercado b) Eliminação da concorrência c) Aumento arbitrário dos lucros d) Trust: forma de abuso do poder econômico pela qual uma grande empresa domina o mercado e afasta seus concorrentes ou os obriga a seguirem uma estratégia de mercado e) Cartel: é a conjugação de interesses de grandes empresas com o mesmo objetivo, ou seja, eliminar a concorrência e aumentar os lucros f) Dumping: é quando uma empresa recebe subsídio oficial de seu país de modo a baratear excessivamente o custo do produto. Assim, as empresas que arcam com seus próprios custos não têm como competir. 12.5 EXEMPLOS DE LEIS QUE COMBATEM OS CRIMES E AUXILIAM A REGULAÇÃO a) Lei 8.137/90: crimes contra a ordem tributária 11 b) Lei 8.078/90: Código de Defesa do Consumidor c) Lei 12.529/11: Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) 12.6 FORMAS DE REGULAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA (lei delegada 04/62) a) Controle de abastecimento b) Tabelamento de preço 12.7 ESTADO REGULADOR: O Estado regulador é aquele que através de um regime interativo se incumbe de estabelecer as regras disciplinadoras da ordem econômica, com o objetivo de ajustá-la aos ditames da justiça social (art. 174, CF), exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento.
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