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Carolina Marqueze Ferrari – TXIV Medicina Faceres Parto Pré-Termo É o parto a termo o ocorrido antes de 37 semanas (ou 259 dias), segunda a OMS. O parto pré-termo é problema magno de saúde pública, a OMS estima que 10% dos partos no mundo são pré-termo. O parto pré-termo é a causa principal de mortalidade e morbidade perinatal e um dos principais responsáveis pela mortalidade infantil. Houve um aumento de partos pré-termo em consequência de gestações induzida pelas técnicas de reprodução assistida. O parto pré-termo faz aumentar a morbidade e mortalidade pelas seguintes doenças: · Sindrome da angústia respiratória (SAR). · Enterocolite necrotizante. · Hemorragia intraventricular. · Doença pulmonar crônica. · Paralisia cervical. O recém-nascido de baixo peso é aquele que nasce com peso inferior a 2500g. São sequelas do parto pré-termo: · 1/5 das crianças apresentam retardamento mental. · 1/3 com deficiência visual. · Metade das crianças evoluem com paralisia cerebral. O prognostico tardio de bebês aumenta o risco de doenças cardiovasculares (infarto, hipertensão), diabetes tipo 2 e câncer. As mulheres que tiveram parto pré-termo podem repetir nas gestações seguintes. O parto pré-termo divide-se em: · Prematuridade extrema < de 28 semanas. · Prematuridade grave: entre 28 e 30 semanas. · Prematuridade moderada: entre 31 e 33 semanas. · Prematuridade quase termo: entre 34 e 36 semanas. Outras classificações: · Pré-termo tardio: entre 34 a 36 semanas. · Pré-termo precoce: 37 a 38 semanas. O pré-termo (< 37 semanas) divide-se em subgrupos: · Muito pré-termo (< 32 semanas). · Pré-termo moderado (32 a 33 semanas). · Pré-termo tardio (34 a 36) semanas. Os bebês de gestantes pré-termo têm baixo peso: · Baixo peso (< 2500g). · Muito baixo peso (< 1500g). · Extremo baixo peso (< 1000g). Os bebês a termo que são baixo peso são chamados de pequenos para a idade gestacional (PIG) abaixo do percentil 10. Os bebês pré-termo PIG tem pior prognostico se tiver in útero, crescimento uterino restrito (CIR). Um bebê com CIR pode apresentar: morte perinatal, sofrimento fetal, sindrome de aspiração de mecônio, hipoglicemia, policitemia, hiperviscosidade e hipotermia. A ruptura prematura das membranas no pré-termo geralmente é desconhecida, mas pode ser por infeção intrauterina assintomática (causa frequente). Etiologia do parto pré-termo é multifatorial (muitas variáveis). Fatores de Risco para o Parto Prematuro: · História reprodutiva de parto pré-termo e de reprodução assistida. · Hemorragia ante parto, ruptura prematura de membranas fetais, anomalias uterinas; miomas e conização do colo uterino. · Fatores fetais intrauterinos: gravidez gemelar, anomalias fetais, polihidrâmnio. · Infecções (corioaminiotite, bacteriúria, vaginose bacteriana). · Fatores demográficos (baixo nível socioeconômico) e educacional, etnidade em países desenvolvidos, idade materna 35). · Hábitos de vida (tabagismo, uso de drogas ilícitas, abuso físico). · Assistência pré-natal deficiente, baixo peso pré gravídico e ganho de peso inadequado na gravidez. Mulheres obesas apresentam maior tendência de bebês com defeito do tubo neural, pré-eclâmpsia e diabetes. Parto pré-termo anteriores aumenta em 2,5x a recorrência. Outros fatores que levam ao parto pré-termo: colo curto, vaginose bacteriana. As desordens como hipertensão, hemorragias e sofrimento fetal agudo e crônico estão sempre associados ao parto pré-termo. Complicações da Gravidez: processos patológicos implicados no parto prematuro. · Sobredistensão uterina (malformações uterinas, polihidrâmnio, gravidez gemelar) levam a ruptura das membranas e consequentemente o parto pré-termo. · Gravidez gemelar é responsável por cerca de 15 a 20% do parto pré-termos. · Sangramento vaginal: placenta previa, descolamento prematuro da placenta. · Insuficiência uteroplacentária, lesões vasculares, vasculopatia decidual trombose das artérias espiraladas (comum na pré-eclâmpsia e CIR). · Cirurgias materna abdominal principalmente no 2° e 3° trimestres (estimulam as contrações uterinas). · Doenças da tireoide, asma, diabetes, hipertensão. · Desordens cervicais: insuficiência cervical congênita ou por cirurgias ou trauma. · Incompetência istmo cervical (amadurecimento cervical precoce). · História de perdas fetais no 2° trimestre repetidas. A USG é importante no diagnóstico da incompetência cervical e colo curto a partir de 16 a 20 semanas. A função do colo é permanecer fechado e reter a gravidez. O colo cria uma barreira contra infecções: · Muco cervical é rico em proteínas antibacterianas. · Tabagismo e drogas ilícitas aumentam a incidência de parto pré-termo alteram o muco cervical. Infecção intrauterina é a causa mais provável de parto prematuro. Os microrganismos alcançam a decídua e membranas corioamnióticas, onde determinam a produção de citocinas pro inflamatórias que produzem prostaglandinas e elevam a ruptura das membranas e consequentemente ao parto pré-termo. Qualquer tipo de bactéria pode ser encontrado na cavidade amniótica, mas o mais comum é o Micoplasma hominis. Gardnerela vaginalis altera o pH > que 4,5. Exames de Avaliação da Maturidade Fetal: · Teste de Clements - consiste em misturar o líquido amniótico (que contêm lecitina) com etanol (concentração de 1:2) produz bolhas após agitação. · Relação lecitina/ esfingomielina (fosfolipídios). · Fosfatidilglicerol (maturidade pulmonar). A lecitina tem propriedade surfactante e o fosfatilglicerol é um potencializador da ação surfactante da lecitina. Prognóstico: quanto menor a idade gestacional pior são as consequências (morbidade/mortalidade). Parto pré-termo anterior pode repetir em 20% nas gestações seguintes. Marcadores do Parto Pré-Termo: Vaginose bacteriana: deve ser rasteada na gestação de 16 semanas. USG transvaginal: · Colo uterino < 2,5 cm aumenta o risco de parto pré-termo. · Colo com 3 a 4 cm risco menor. · Fibronectina fetal importante marcador bioquímico de pré-termo quando aumentada (glicoproteína presente no muco cervical) - bom prognostico e valor preditivo negativo. Diagnóstico do Parto Pré-Termo: · USG colo < 2,5cm. · Contrações uterinas. · Apagamento do colo > 80%. · Dilatação 2cm ou mais. · Amniorrexe prematura. · Perda do tampão mucoso. · Antecedente de parto pré-termo. Circlagem: indicado quando há risco de parto pré-termo com interrupções sucessivas. A técnica consiste em amarrar o colo uterino de modo a fechá-lo. É realizada entre 12° e 14° semanas quando a mulher já teve uma ou mais perdas fetais antes de 24 semanas. Quando o USG mostrar o colo com 2,5 cm, deve-se realizar circlagem de emergência colo já dilatado com 4 cm. Técnica · Circlagem transvaginal McDonald. · Circlagem transvaginal alta Shirodkar - mobiliza a bexiga. · Circlagem transabdominal. Riscos: trauma cervical, ruptura das membranas e sangramento. Determinismos do Parto Pré-Termo: É o mesmo do parto a termo (exceto pela idade gestacional). Aumento da contratilidade uterina. Amadurecimento do colo (dilatação e apagamento). Geralmente, existe uma ativação idiopática (semelhante ao parto normal) também pode ser por influência por processos inflamatórios, infecção, hemorragia etc.
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