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Resenha sobre o mercador de veneza

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Resenha sobre o Filme “O Mercador de Veneza”
O filme possibilita a quem está o assistindo a análise de seu conteúdo de uma forma mais aprofundada no que diz respeito a relação dele com a teoria Contratual do Direito. Na história, como se sabe, celebra-se um contrato no qual um judeu, conhecido como Shylock, cede a um veneziano, chamado Antônio, 3 mil ducados, com a condição de que, caso Antônio não conseguisse retornar a quantia no tempo estabelecido, Shylock teria o direito de arrancar do corpo de seu devedor 1 quilo de carne de qualquer parte do corpo de Antônio. No momento do julgamento, entretanto, Pórcia, disfarçada de um juiz, consegue persuadir o doge de Veneza e Shylock, além de não conseguir o pedaço de carne que tanto desejava, ainda perde suas posses e deve escolher entre se tornar cristão ou ser condenado à morte. Tudo aparenta que tenha sido uma decisão justa sobre o caso.
Quando se fala em pena de morte, é impossível deixar de lado a obra de Norberto Bobbio, “A Era dos Direitos”, que apresenta uma defesa muito bem fundamentada contra a pena de morte. Porém o assunto principal é a relação com o Direito Civil, a relação contratual, e a pena de morte é assunto para o Direito Penal.
Apesar de retrógrado, o contrato firmado entre Shylock e Antônio é algo que chama atenção dos juristas e, principalmente, o pessoal da área contratual. De longe, lembra o contrato com promessa de compra e venda, por conta das promessas e condições impostas a Antônio por Shylock. Para a formalização do contrato é necessário a manifestação de duas vontades. Esta vontade decorre da autonomia privada que se patenteia, a cada instante, no ambiente do contrato, que nascem sob a influência direta. É a vontade, que, ao manifestar-se retrata o interesse da pessoa física ou jurídica, no meio social. Admitindo-se genericamente que o entendimento do contrato como acordo de vontades e que a distinção entre fatos e efeitos vieram a constituir a matriz do pensamento civilista moderno, já não é tão freqüente ver realçado na regulação dos diversos tipos contratuais e que em nada foi afetada pela introdução oitocentista daquele enquadramento teórico.
A ideia da liberalidade do contrato, em que as partes negociam ou não espontaneamente, corresponde à imagem do contrato transmitida pela cena do filme onde António e Shylock concordam com as condições contratuais. A liberdade contratual é um dos princípios ideológicos fundamentais afirmados em sede de contrato pela ciência jurídica.

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