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HIPERTENSÃO ARTERIAL PROFª Me Adriana Lopes CIRCULAÇÃO ARTERIAL A função mais importante da circulação arterial é a manutenção e o controle da pressão arterial (PA), que é a força, ou pressão, que o sangue exerce sobre a parede da artéria. A PA depende do débito cardíaco (DC) O DC é dependente da freqüência cardíaca (FC) e do volume de sangue ejetado (VE) pelo coração a cada sístole. A FC é o número de batimentos por minuto (75 batimentos por minuto em um indivíduo adulto normal em repouso) e o volume ejetado é de aproximadamente 70 ml (também em um indivíduo adulto normal em repouso). Para que o sangue possa circular pelo corpo é necessário que uma bomba (o coração) faça força (pressão) para empurrar este sangue por dentro das artérias. Ao passar dentro das artérias o sangue encontra uma resistência (pressão), provocada pelo atrito. Quanto mais estreita é a artéria, maior a resistência (pressão) à passagem do sangue. CIRCULAÇÃO ARTERIAL A força do coração para bombear o sangue é chamada de pressão máxima ou sistólica. A resistência que a artéria oferece à passagem do sangue é chamada de pressão mínima, ou diastólica. Desta forma, quando o médico diz que sua pressão é 12 por 8, ele está informando que a pressão (força) exercida pelo seu coração para empurrar o sangue pelas artérias é igual a 12 milímetros de mercúrio (mmHg) e que a pressão (resistência) que suas artérias estão oferecendo à passagem do sangue é de 8 mmHg. PRESSÃO ARTERIAL A pressão máxima tem que ser sempre maior do que a mínima, para que o sangue possa circular. Não existe pressão de 8 por 12, nem 6 por 10, porque se a mínima for maior do que a máxima, o sangue não circula. PRESSÃO ARTERIAL DilatadaContraída PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial depende da largura (calibre) da artéria. Artérias com calibre normal permitem que as pressões máxima e mínima sejam também normais. Se o calibre da artéria se estreitar, aumenta o atrito do sangue e a pressão mínima; o coração terá que fazer mais força para empurrar o sangue dentro da artéria aumentando a pressão máxima. Artéria estreitada Artéria Normal Pressão Aumentada Pressão Normal Artéria com calibre normal. O sangue passa sem dificuldade. Pressão arterial normal, tipo 12 x 7. PRESSÃO ARTERIAL Neste caso, a força que o coração faz pressão máxima - está normal, porque a artéria tem calibre adequado e não faz grande resistência à passagem do sangue (pressão mínima normal). Artéria com calibre reduzido. O sangue passa com dificuldade. Pressão arterial alterada, tipo 18 x 10. Quando o calibre da artéria fica reduzido aumenta a resistência à passagem do sangue e, conseqüentemente, se a pressão mínima. Quando a pressão mínima se , o coração tem que fazer muito mais força para empurrar o sangue, e, conseqüentemente, se eleva também a pressão máxima. PRESSÃO ARTERIAL A hipertensão arterial tem sua origem no estreitamento do calibre das artérias (e conseqüente aumento de pressão), o que obriga o coração a também aumentar sua pressão para poder empurrar o sangue por dentro destas artérias estreitadas. PRESSÃO ARTERIAL Não se conhece, até hoje, o motivo pelo qual as artérias ficam mais finas. Enquanto não se descobrir este motivo, não haverá cura para a pressão alta. PRESSÃO ARTERIAL MECANISMOS QUE AFETAM A PA MECANISMOS NEURONAIS vasoconstrição /vasodilatação MECANISMOS HORMONAIS SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA Quando ha queda da PA → o fluxo sanguíneo → estimula a produção de renina pelos rins → estimula a conversão da angiotensina → funções: Vasoconstrição Liberação da aldosterona: reabsorção de sódio ADH A queda do volume sanguíne liberação de ADH (hipotálamo e neurohipófise) que promove vasoconstrição e aumento da reabsorção de água o que aumenta a volemia. PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (PNA) É um hormônio produzido pelos átrios se houver aumento da PA → promove aumento da natriurese (eliminação de sódio na urina). MECANISMOS QUE AFETAM A PA DEFINIÇÃO • “É uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.” MINISTÉRIO DA SAÚDE DEFINIÇÃO Hipertensão ou pressão alta é definida como nível da pressão sanguínea sistólica ou diastólica. Pressão sistólica é a pressão na qual o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para a aorta. Pressão diastólica é a resistência do vaso a pressão sistólica. Classificação Diagnóstica Adultos (maiores de 18 anos) PAD (mm Hg) PAS (mm Hg) CLASSIFICAÇÃO <80 < 85 85 – 89 90 – 99 100 - 109 110 < 90 <80 < 85 85 – 89 90 – 99 100 - 109 110 < 90 <120 < 130 130 – 139 140 - 159 160 - 179 180 140 <120 < 130 130 – 139 140 - 159 160 - 179 180 140 Ótima Normal Limítrofe Hipert. - estágio 1 Hipert. Moderada - estágio2 Hipert. grave - estágio 3 Hipertensão Sistólica Isolada IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. 2002 TIPOS Primaria, idiopática ou essencial Quando não se consegue determinar uma causa especifica. Secundária É causada por fatores definidos, tais como, doença renal, hiperaldosteronismo. 95% primária (???) 5% secundária ETIOLOGIA Fatores Congênitos: hereditariedade – fator genético Idade – a pressão diastólica com a idade. Eleva-se até os 50 anos para o homem e após os 60 para as mulheres; Raçamais freqüente em negros Sexomulheres acima dos 50-60 anos apresentam > prevalência. Fatores ambientais obesidade apresentam > prevalência Álcool stress. Sedentarismo Hábitos alimentares (sal, principalmente) Dislipidemias, aterosclerose TABAGISMO x 1,6 x 4,5 X 16 x 6 COLESTEROL 280 x 4 x 9 PAS 195 mmHg x 3 FATORES DE RISCO ESTUDO DE FRAMINGHAM, 1969 CONSEQÜÊNCIAS Os níveis elevados de pressão comprometem todo os sistema arterial atingindo secundariamente os órgãos. As manifestações são mais evidentes nos chamados órgãos alvos: cérebro e rins. COMPLICAÇÕES VASCULARES Hipertensivas Fase “maligna” AVC hemorrágico Ins.Cardíaca Nefrosclerose Dissecção aórtica Ateroscleróticas Doença Coronária AVC isquêmico Doença vascular periférica Alteração do relaxamento ventricular DISFUNÇÃO DIASTÓLICA Aumento da massa do ventrículo esquerdo HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA Aumento do diâmetro ventricular esquerdo INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COMPLICAÇÕES VASCULARES SOBRECARGA HEMODINÂMICA IAM MORTE SÚBITAICC ARRITMIA VENTRICULAR CONTRATILIDADE PREJUDICADA ENCHIMENTO VENTRICULAR PREJUDICADO ISQUEMIA MIOCÁRDICA Prevalência da Hipertensão Arterial Estudos Brasileiros Pe rc en ta ge m 5 Porto Alegre 1978 Volta Redonda 1985 Araraquara 1990 Porto Alegre 1992 Porto Alegre 1994 Pelotas 1992 Ilha do Governador 1992 15 10 20 25 30 35 11,8 10,1 25,5 12,9 19,8 24,9 12,6 0 Ministério da Saúde ASSOCIAÇÃO ENTRE HA, DIABETES E MORTE CARDIOVASCULAR 25 < 120 120-139 140-159 160-179 180-199 200 75 50 100 125 150 175 200 225 250 Não Diabéticos Diabéticos 0 M o rt al id ad e C ar d io va sc u la r/ 10 .0 00 p es so a s/ a n o Pressão arterial sistólica mmHg Conscientização, tratamento e controle da Hipertensão Arterial em adultos: Estados Unidos, 1976 - 1994* NHANES II (1976 - 80) Conscientização 51% 73% 68,4% 31% 55% 53,6% 10% 29% 27,4% Tratamento Controle † NHANES III (fase 1) (1988 - 91) NHANES III (fase 2) (1991 - 94) * Dados de adultos de 18 a 74 anos de idade com PAS de 140 mmHg ou mais, ou em uso de medicação anti-hipertensiva. † PAS abaixo de 140 mmHg e PAD abaixo de 90 mmHg. Fonte: Burt et al.1 e NHANES III, fase 2, não publicado. Dados fornecidos pelo Centers forDisease Control and Prevention, National Center for Health Statistics.2 VI Joint National Committee - 1997. Prevalência de fatoresde risco - São Paulo 0 10 20 30 40 50 60 70 Alcoolismo Diabetes Obesidade Hipertensão Tabagismo Sedentarismo % 7,7 9,7 18 22,3 37,9 69,3 Rego et al. Public Health Journal, 1990 Prevalência de Diabetes x Hipertensão Diabetes e hipertensão arterial em adultos e idosos da ARS 2 – Lapa, Pinheiros, Butantã. Município de São Paulo, 1999. Fatores predisponentes à Síndrome Metabólica Hipertensiva Absorção excessiva de calorias Obesidade Defeito genético hereditário Resistência à insulina Hiperinsulinemia Hipertensão Aterosclerose Hipertrigliceridemia Hipercolesterolemia Redução do HDL -C Diabetes tipo 2 Síndrome Metabólica Hipertensiva Hipertensão Arterial Dislipidemia Obesidade central Resistência à insulina/ hiperinsulinemia Tolerância à glicose diminuída Hipertrofia e alterações da função diastólica do ventrículo esquerdo Aumento da atividade dos fatores de coagulação Adaptado de Weber M.A., Am J Cardiol. 1993;72:3H-9H. HA - AVALIAÇÃO LABORATORIAL Exame de urina: bioquímica e sedimento Creatinina Potássio Glicemia Colesterol Total e frações Triglicérides Ácido úrico Proteinúria de 24 horas Hematócrito e hemoglobina Cálcio e TSH ECG IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. 2002 A abordagem do hipertenso assintomático não deve ser considerado tratamento, mas sim, medicina preventiva. “The care of the symptomless hypertensive person is preventive medicine, not therapeutics. (G.Rose, 1981) TRATAMENTO Meta: normalizar a PA (<140/90mmHg) TRATAMENTO O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. 2002 TRATAMENTO - OBJETIVOS Confirmar a elevação da pressão arterial. Identificar as causas da pressão sangüínea elevada. Avaliar a presença ou ausência de danos aos órgãos-alvo e DCV*, extensão da doença e resposta ao tratamento. Identificar outros fatores de risco ou distúrbios que possam orientar o tratamento. Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002 VI Joint National Committee - 1997. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Diuréticos – eliminação do excesso de líquido corporal hidroclorotiazida Betabloqueadores – reduz os batimentos cardíacos e a contração dos vasos sanguíneos - propanolol Inibidores da enzima conversora da angiotensina - ECA – vasodilatação - captopril Antagonistas do receptor da angiotensina – vasodilatação – losartan Controle da HAS, em geral com 2 a 3 fármacos Tratamento Não-Medicamentoso MODIFICAÇÕES DO ESTILO DE VIDA Redução do peso corporal Redução da ingestão de sódio Maior ingestão de alimentos ricos em potássio Redução do consumo de bebidas alcoólicas Exercícios físicos regulares Parar de fumar SOBREPESO, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL Prevalência HA : %IMC : Kg/m2 35,330,0–34,9 23,925,0–29,9 17,518,5–24,9 (normal) NIDDK. INT. Statistics related to overweight and obesity- http://www.niddk.nih/gov/health/nutrit/pubs/statobes.htm Consumo máximo diário de álcool / etanol 30 ml - homens 15 ml - mulheres 720 ml cerveja 240 ml vinho 60 ml bebidas destiladas Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002 Consumo máximo diário de álcool / etanol DIETOTERAPIA Redução do sódio: saudável ingestão de 6g de sal (100 mEq de Na) equivalente a 2g intrínseco e 4g de adição. Na fase aguda reduz-se para 2 ou até 1g (se edema) de sal de adição. Cuidado com os produtos industrializados Maior ingestão de potássio: 2 a 4g de potássio. (sal light) Redução de bebidas alcoólicas (1 dose para mulheres e 2 doses para o homem/dia – eventualmente) CARACTERÍSTICAS: Consistência Geral VCT: normal ou hipocalórica se perda de peso HC: normoglicídica Ptn: normolipídica Lip: normo a hipolipídica se perda de peso. Conferir se há dislipidemia. DIETOTERAPIA Líquidos: Normal ou diminuído em caso de edema. Numero de refeições: 5 a 6 por dia. Volume: pequeno. Acompanhamento da Evolução Nutricional: atendimento secundário; o paciente deve ser acompanhado rotineiramente em ambulatório para verificação da aceitação alimentar, redução de peso e reeducação alimentar. Esta dieta permanecera pelo tempo necessário ao tratamento, que na maioria das vezes é prolongado. DIETOTERAPIA Abordagem Multiprofissional • Médicos • Enfermeiros • Auxiliares de enfermagem • Assistentes sociais • Nutricionistas • Médicos • Enfermeiros • Auxiliares de enfermagem • Assistentes sociais • Nutricionistas • Professores de educação física • Psicólogos • Farmacêuticos • Administrativos • Agentes comunitários • Professores de educação física • Psicólogos • Farmacêuticos • Administrativos • Agentes comunitários IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. 2002 Hipertensão e consumo de sal Prevalência de acordo com faixas etárias em populações com alto consumo de sal % H A S 0 Faixas Etárias 18-29 30-39 40-49 50-59 +8060-69 70-79 20 10 30 40 50 60 70 4 11 21 44 54 64 66 ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO Atum ou sardinha enlatada Bacalhau Bacon, mortadela, presunto, salame Batatas fritas, bolachas salgadas Carne seca, charque, linguiças Picles, pizzas, salsichas, queijos
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