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ALTERAÇÕES BENIGNAS E MALIGNAS DA MAMA (CANCERES DE MAMA)

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Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP
 
Alterações benignas e malignas da mama 
S14P1: “O toque que faz diferença” 
 
OBJETIVOS 
 
1. Relembrar a anatomia e fisiologia da mama 
2. Conhecer as principais alterações benignas e 
malignas da mama 
3. Compreender o diagnóstico das alterações 
benignas e malignas da mama bem como seus 
fatores de risco 
4. Entender a relação da mastalgia com o pós-
parto 
5. Listar as medidas preventivas para alterações 
malignas e benignas na mama. 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA 
 
As mamas são estruturas anexas à pele 
especializadas na produção de leite. Existem em 
ambos os sexos mas são bem rudimentares no 
sexo masculino. No sexo feminino elas se 
desenvolvem e se diferenciam na puberdade, 
atingindo o seu maior pico de desenvolvimento 
durante a gestação e o processo de lactação. 
As mamas são compostas pelas células produtoras 
de leite, estas que representam 63% do total da 
massa mamária. Parte restante da composição 
mamária e formada pelo tecido glandular que se 
localiza a cerca de 3 cm da base do mamilo. Em 
relação a histologia a mama é composta por 
tecido adiposo subcutâneo, tecido intraglandular 
,tecido glandular (retro-mamário) ,tecido 
mioepitelial, tecido conjuntivo interlobular e 
músculo peitoral. 
Anatomicamente as mamas estão situadas entre 
as camadas superficial e profunda da pele, as 
mamas estendem-se entre a segunda e a sexta 
costelas e do esterno à linha axilar média.As 
mamas se constituem como um anexo 
reprodutor anatomicamente complexo como é 
demonstrado na figura 1. 
 
 
 
 
 
 
Na puberdade, a elevação dos níveis séricos de 
estrogênio é o processo responsável pela indução 
da proliferação celular que resulta no 
desenvolvimento de estruturas pequenas 
denominadas túbulo-alveolares que se localizam 
nas extremidades dos ductos mamários o que 
condiciona um aumento progressivo do tamanho 
das mamas, enquanto simultaneamente os canais 
galactóforos se ramificam e alongam. 
O início do desenvolvimento mamário pode ser 
assimétrico e acontecer meses antes numa mama 
em relação à outra. As diferenças de tamanho 
observáveis ficam a dever-se a variações na 
quantidade de tecido adiposo e não de tecido 
glandular. As mulheres com mamas pequenas 
podem amamentar sem problemas. Todos os 
mamíferos são absolutamente dependentes da 
mãe, quem mediante a secreção conhecida como 
leite entrega à cria um produto nutricionalmente 
balanceado que garante a vida do neonato. Na 
ausência desta, o recém-nascido não sobreviveria 
depois do parto. 
A fisiologia da lactação está relacionada 
com a fisiologia dos processos reprodutivos. 
A maior parte do desenvolvimento estrutural da 
glândula mamária ocorre durante a gestação. 
Neste período, a fisiologia da gestação 
desenvolve duas tarefas independentes mas 
sinérgicas que garantem a sobrevivência da 
espécie: de uma parte, o sistema materno 
fornece ambiente estéril, proteção, umidade, 
calor, nutrientes, intercâmbio gasoso, realiza 
funções metabólico-sensoriais; de outro lado, 
provê, mediante o desenvolvimento da 
glândula, a possibilidade de fornecer alimento 
(água, minerais, vitaminas, proteína e energia) 
ao recém-nascido que garantem sua 
sobrevivência e desenvolvimento, uma vez que 
no momento do parto ocorrem dramáticas 
transformações metabólicas e fisiológicas. 
Alguns hormônios envolvidos na gestação são 
também responsáveis pelo crescimento e 
desenvolvimento da glândula mamária, em 
uma relação estreita entre crescimento fetal e 
desenvolvimento mamário (mamogênese). 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
Próximo do parto e intimamente ligado aos 
eventos fisiológicos que causam a expulsão do 
feto, é iniciada a função secretora por parte 
da glândula (lactogênese). A mamogênese se 
refere ao processo de formação e crescimento 
das mamas é caracterizada pela ação de 
hormônios gonadais, hipofisários, 
corticoadrenais, tireoidianos, placentários e 
pancreáticos. Eles atuam promovendo 
alterações metabólicas, endócrinas e fisiológicas 
resultando assim no crescimento da mama e 
em alterações na sensibilidade do mamilo assim 
como na coloração da aureola. 
Após o processo de gestação, inicia-se a 
lactogenese , processo que é responsável pela 
produção do leite. A lactogenese se encontra 
intrinsecamenterelacionada aos processos 
reprodutivos e adaptativos como a gestação, 
parto, pós parto e puerpério além da sucção 
constante do RN na mama. Na lactogênese , a 
glândula mamária que já se encontra 
previamente preparada para a produção do 
leite vai depender fundamentalmente da 
prolactina, um hormônio hipofisário que tem 
sua síntese aumentada após o parto onde é 
expulsada a placenta e diminuído os níveis de 
estrogênio. A prolactina alcança as células dos 
alvéolos mamários, via sanguínea, estimulando 
a produção láctea. O colostro, primeiro leite 
secretado após o parto pela glândula 
mamária, é constituído de proteínas,gordura, 
açúcar, sais minerais e água. Em relação ao 
leite maduro, contém mais proteína e menos 
açúcar e gordura, logo, é menos calórico. É 
rico em anticorpos e vitaminas, como 
imunoglobulina A. 
 
 
 
Em relação aos hormônios envolvidos no processo 
de mamogenese e lactogenese se destacam a 
prolactina, a ocitonicina e o lactogenio 
placentário. A prolactina Possui um peso 
molecular de 32 kDa, com estrutura similar ao 
hormônio do crescimento (GH). É um hormônio 
protéico, com receptor na membrana. É produzido 
nos lactotropos (células acidófilas) da hipófise 
anterior, cujo número aumenta dramaticamente 
durante a fase final da gestação. A PRL está 
envolvida na iniciação e manutenção da lactação. 
A PRL desempenha um importante papel neste 
processo, liberando-se quando o mamilo é 
manipulado, seja pelo neonato (sucção) ou 
mediante estimulação mecânica ou manual 
(ordenha). Ela tem um papel importante na 
diferenciação das células da glândula mamária 
e controla os passos bioquímicos envolvidos na 
síntese do leite. Induz a acumulação de mRNA 
da caseína, estimulando a expressão de genes 
desta proteína e provavelmente de outros 
genes. Os receptores para prolactina na 
glândula mamária aumentam paralelamente 
como aumento da secreção de PRL no período 
do peri-parto. A PRL não atua sozinha, mas de 
forma sinérgica com outros hormônios. 
O lactogênio placentário (LP) começa a ser 
secretado desde poucos dias após a 
fecundação até metade da gestação. Possui 
atividade luteotrópica e lactogênica, embora 
esta última não suficientemente elucidada. Os 
efeitos metabólicos são similares aos ocasionados 
pelo hormônio do crescimento (GH). Os níveis 
circulantes de lactogênio placentário caem à 
medida que o partose aproxima. Contudo, no 
primeiro estágio da lactação ainda persistem 
alguns níveis tão baixos (de forma prática 
indetectáveis), que há dúvida que por si só 
possam ter atividade lactogênica. A ação do LPé 
mediada através do receptor da PRL. Por si só o 
lactogênio bloqueia o receptor ocupando seu sítio 
de ativação, mas esta ação é de maior nível se 
existe progesterona em circulação. Acredita-se 
que os LP têm maior ação no processo de 
mamogênese que no de lactogênese, o que 
explica sua ação similar ao hormôniodo 
crescimento. 
A ocitocina se sintetiza no hipotálamo e se 
armazena na hipófise posterior, sendo similar 
quanto a sua composição química ao hormônio 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
antidiurético (ADH). Sua meia-vida é curta (2-
4 minutos), possui ação sobre o músculo liso e 
sobre as células mioepiteliais na glândula 
mamária. A ocitocina se considera o hormônio da 
ejeção do leite, requisito básico para a 
lactogênese. Além disso, é considerado como 
hormônio galactopoiético. Encontram-se maiores 
valores basais de OXT no início da lactação 
do que no final. A secreção de ocitocina é 
inibida pela adrenalina.Outros hormônios 
também desempenhampapel no processo de 
lactação entre eles o estrogênio, a 
progesterona, o hormônio do crescimento e 
os hormônios tireodianos. 
 
ALTERAÇÕES BENIGNAS DA MAMA 
 
As doenças benignas da mama compreendem um 
espectro de lesões que frequentemente são 
diagnosticadas no exame físico, exames 
radiológicos de rotina ou relacionados à 
mastalgia. 
Os tipos de patologias benignas da mama podem 
ser classificadas em: 
 
 
Fibroadenoma 
Neoplasia benigna constituída por proliferação 
dos tecidos epitelial e estromal da mama. 
Corresponde e 25% de todos os nódulos 
mamários benignos, sendo mais prevalente entre 
20 e 30 anos de idade. 
São tumores firmes e elásticos que se apresentam 
como: um nódulo móvel, bem delimitado, oval ou 
lobulado. De crescimento lento e autolimitado, 
costumam ter de 1 até 2-3cm. Nas lesões com mais 
de 5 cm desconfia-se de tumor filoides, 
fibroadenoma gigante ou fibroadenona juvenil. 
Costumam ser indolores, não provocam alterações 
em pele ou linfonodomegalia reacional e podem 
ser múltiplos em até 15% das pacientes. 
 
 
Tumor Filóides 
Apresentam similaridade morfológica com os 
fibroadenomas e correspondem a menos de 1% 
dos tumores primários da mama. A incidência é 
maior nas mulheres entre 40 e 50 anos. 
Apresenta-se como tumor único, em geral 
volumoso e unilateral. Tem crescimento rápido e 
progressivo, apresentando superfície bocelada. 
Não invade a pele, porém, pelo grande volume, 
pode gerar estase venosa na pele. A 
linfonodopatia axilar é comum pois 
frequentemente o tumor pode sofrer necrose 
central e processo inflamatório secundário 
gerando uma adenomegalia reacional. 
O diagnóstico é feito com ultrassonografia 
mamária (tumor volumoso sólido, entremeado por 
áreas císticas em seu interior), a mamografia é 
muitas vezes dificultada. 
Segundo a OMS o Tumor Filóides apresenta 3 
classificações histológica: Benigno, borderline e 
maligno. 
 
 
Lipoma 
É um tumor constituído de células adiposas 
maduras e pode ocorrer em qualquer faixa 
etária. Apresenta-se como um nódulo móvel, 
indolor, amolecido e compressível. Em exames de 
imagem como à mamografia apresenta-se nódulo 
radiotransparentes circundado por fina cápsula 
radiodensa. Na ultrassonografia pode 
apresentar-se como nódulo oval, circunscrito, 
isoecogênico e relação à gordura adjacente. 
 
Ectasia Ductal 
Caracterizada pela dilatação dos ductos 
principais da região subareolar. Ocorre mais 
comumente na peri e pós-menoapusa. O cigarro é 
um fator de risco associado. Apresenta-se como 
massa retroareolar palpável, associado a 
sensibilidade dolorosa durante a palpação, 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
podendo provocar inversão do mamilo e fluxo 
papilar. 
 
Necrose Gordurosa ou Esteatonecrose 
Condição benigna associada à trauma ou 
cirurgias prévias e até radioterapia. Apresentam 
exames radiológicos preocupantes, pois podem 
apresentar imagens densas e espiculadas, 
retração da pele, equimose, eritema e pele 
grossa. 
 
Hamartoma 
Conhecido como fibroadenolipoma, trata-se de 
uma lesão pseudotumoral bem circunscrita, 
composta por lóbulos e ductos normais, separados 
por tecido adiposo e fibroso. A maioria das 
pacientes é assintomática, mas podem apresentar 
nódulo móvel, amolecido ou fibroelástico, de 
dimensões variadas, podendo atingir grandes 
volumes e causar assimetria mamária. 
 
Descarga Papilar 
Saída de secreção pela papila fora do ciclo 
gravídico puerperal ou da lactação. É queixa 
frequente das pacientes e que gera grande 
preocupação para elas. Mais prevalente durante 
a menacme e em cerca de 95% tem origem 
benigna. 
 
 
LESÕES MAMÁRIAS NÃO PROLIFERATIVAS 
 
Cistos Mamários 
Os cistos simples são benignos e incidem em cerca 
de 7 a 10% da população feminina, sendo mais 
comum entre 35-50 anos. Não tem risco de 
malignização. 
O cisto de conteúdo espesso ou cisto complicado 
apresenta risco de 0,3% de malignidade, 
enquanto os cistos complexos podem apresentar 
taxa de malignidade de 23-31%. 
Clinicamente, manifestam-se como nódulos 
palpáveis, de aparecimento súbito, contorno 
regular, móveis e dolorosos. Podem ser únicos ou 
múltiplos, unilaterais ou bilaterais. Muitas mulheres 
descobrem a existência de cistos mamários devido 
aos exames ultrassonográficos realizados de 
rotina. 
Os cistos simples são bem circunscritos, de 
conteúdo anecóico, sem componente sólido e 
apresentam sombra acústica posterior. Cistos 
complexos são definidos por tumorações com 
conteúdo sólido (ecogênico) e cístico (anecóico) 
com paredes e septos espessos, ausência de 
sombra acústica posterior com achados 
intracísticos. 
Se confirmado cisto simples ou microcistos simples 
agrupados a rotina é a realização de seguimento 
da paciente, especialmente se esta for 
assintomática. Caso apresente dor e lesão 
palpável, pode-se realizar a punção aspirativa 
por agulha fina (PAAF) do cisto. A punção pode 
ser diagnóstica e terapêutica. 
O aspecto do líquido aspirado deve ser claro, 
amarronzado ou esverdeado. Caso observemos 
um líquido hemático deve-se encaminhar o 
material à citologia e a exérese da lesão é 
recomendada. 
A recorrência é vista em 40% dos casos, sendo 
mais comum em pacientes com cistos múltiplos e 
bilaterais. 
 
LESÕES PROLIFERATIVAS SEM ATIPIAS 
 
Hiperplasia Ductal 
A hiperplasia ductal simples é uma lesão benigna 
da mama, onde há uma proliferação 
desordenada no número de células no espaço 
ductal central, mas que mantem as características 
citológicas de células benignas. 
É a lesão mamária proliferativa mais comum e 
frequentemente diagnosticada como achado 
incidental em biopsias ou mamografias. 
Classificada em leve, moderada ou florida, de 
acordo com a intensidade da proliferação celular 
intraductal. 
 
Adenose Esclerosante 
É um processo proliferativo benigno que afeta a 
unidade lobular, caracterizada pelo aumento no 
número ou no tamanho dos componentes 
glandulares. Possui como subtipos mais 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
importantes: adenose simples, esclerosante, 
apócrina, de ductos cegos e microglandular. 
A maioria não está associada a um risco 
aumentado para o câncer de mama, mas nos 
subtipos apócrino e microglandular recomendam-
se biópsia excisional e estudo anátomopatológico 
dessas lesões para diferenciá-las dos carcinomas. 
 
Cicatriz Radial ou Lesão Esclerosante Complexa 
A cicatriz radial/lesão esclerosante complexa é 
uma doença benigna da mama, que pode ser 
confundida com neoplasia invasora da mama. 
São precursores do desenvolvimento de 
hiperplasia ductal atípica, hiperplasia lobular 
atípica e carcinoma ductal ou lobular invasivos. 
A avaliação das lesões por ressonância magnética 
é bastante útil para delimitar componentes 
benignos e malignos das cicatrizes radiais. 
 
Papiloma Intraductal 
Papilomas são lesões epiteliaishiperplásicas do 
sistema ductal. Histologicamente eles são 
compostos de papilas múltiplas e ramificadas, 
dispostas em torno do núcleo fibromuscular e 
crescem a partir da parede em direção ao seu 
lúmen. Podem ocorrer como lesões centrais 
(solitárias) ou periféricas (múltiplas). 
Apresenta-se mais como uma descarga papilar 
espontânea (serosa ou sanguinolenta) e menos 
comumente como massa palpável. Apresenta 
lesão de imagem típica de massa retroareolar 
circunscrita em um ducto dilatado. 
 
LESÕES PROLIFERATIVAS COM ATIPIAS 
 
Hiperplasia Atípica 
As hiperplasias ductais atípicas são lesões 
proliferativas constituídas em parte por células 
neoplásicas semelhantes às dos carcinomas ductais 
in situ de baixo grau. É diagnosticada mais 
comumente como um achado incidental após core 
biopse de microcalcificações visualizadas na 
mamografia. Este achado têm aumentado devido 
aos programas de rastreamento e a associação 
desta lesão com microcalcificações. Confere um 
aumento substancial no risco de câncer de mama 
bilateralmente. 
Paciente com hiperplasia ductal atípica 
diagnosticadas pela core biopsy necessitam 
realizar uma biopsia excisional (15-50% evoluem 
para carcinoma ductal in situ). 
Paciente com hiperplasia lobular atípica tem um 
risco 4,3 vezes maior de câncer de mama e é 3 
vezes mais provável de surgir na mama afetada 
do que o contralateral. 
 
ALTERAÇÕES MALIGNAS DA MAMA 
 
Carcinoma Lobular in situ: 
Este não é tradicionalmente visto como percussor 
do câncer de mama, mas sim como um marcador 
de risco aumentado (cerca de 1%/ano). Por ter 
como característica multifocal e bilateral, sua 
excisão torna-se difícil e por isso não costuma ser 
realizada, sendo as opções de tratamento o 
reforço na vigilância, quimioprevenção. 
 
 
 
Carcinoma Ductal in situ: 
Nesta patologia, as células cancerosas preenchem 
o sistema de ductos mamários sem invadir locais 
além da membrana basal destes, essas células 
acumulam diversas alterações de DNA comuns ao 
câncer de mama invasivo essas não conseguem 
sobreviver fora dos ductos. O carcinoma ductal in 
situ é considerado câncer de mama estádio 0. Na 
maior parte das vezes é diagnosticado por 
mamografia de rastreamento e frequentemente 
está associado a calcificações pleomórficas, 
lineares ou ramificadas. 
Quando não tratado, este carcinoma pode 
recidivar localmente e, em 50% dos casos, as 
recorrências estão associadas ao carcinoma 
invasivo. O tratamento principal do carcinoma 
ductal in situ é a excisão da lesão com margem 
negativa, sendo em alguns casos de maior 
extensão é recomendada a mastectomia total. 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
DIAGNÓSTICO DAS LESÕES BENIGNAS E 
MALIGNAS 
 
O diagnóstico das lesões mamárias benignas 
ocorre muitas vezes por queixas das pacientes de 
alteração no exame físico com a percepção de um 
nódulo palpável, inflamação, mastalgia ou mesmo 
uma descarga mamilar. 
Devido ao aumento das políticas de rastreamento 
do câncer de mama, atualmente muitas mulheres 
são assintomáticas e descobrem a presença 
dessas lesões benignas em exames de ultrassom e 
mamografia. 
Existe uma padronização internacional para 
clasificar as imagens mamárias de ultrassom, 
mamografia e ressonância magnética chamada 
BIRADS ( Breast Imaging Reporting and Data 
System). Essa classificação vai do zero ao 6 de 
acordo com a tabela abaixo: 
 
 
Nos cânceres de mama, para além das formas de 
avaliação da mama já citadas (teste triplo = 
exame clínico+ radiológico+ biópsia), o padrão 
molecular do tumor de mama também é possível 
ser avaliado como forma de prever a resposta a 
terapias específicas, bem como o prognóstico da 
doença. Neste caso, pode ser realizada imuno-
histoquímica para quantificar receptores de 
estrogênio (RE) e progesterona (RP) e o receptor 
do fator de crescimento epidérmico humano tipo 
2 (HER2). Além disso, dois genes de 
suscetibilidade ao câncer de mama estão 
envolvidos na estabilidade do DNA foram 
identificados com mutações que podem levar 
tanto ao CA de mama, como ao de ovário que são 
os genes BRCA1 e BRCA2. Vale ressaltar que, 
somente 10% dos casos de CA de mama são 
atribuídos a fatores hereditários correlacionados 
aos genes BRCA1 e 2. 
Diante da confirmação do CA de mama, é 
fundamental realizar o estadiamento do mesmo 
para planejamento do tratamento, previsão de 
resultados e comparação dos efeitos dos 
tratamentos. Cada paciente é classificado quanto 
seu estádio clínico e patológico, sendo o estádio 
clínico baseado nas informações clínicas e 
radiológicas, enquanto que o estádio patológico 
é realizado com base nas medidas do tumor e 
avaliação dos linfonodos. O estadiamento 
cirúrgico é realizado com base no TNM (T: tumor, 
N: linfonodos, M: metástase). 
 
 
 
MASTALGIA 
Costuma acometer mais de 40% das mulheres em 
alguma fase da vida, chegando aos 65% entre os 
40 e 50 anos. Pode ser classificada verdadeira, 
quando tem origem no tecido mamário, sendo 
cíclica ou acíclica. Também pode ter origem na da 
parede torácica, sendo assim extra-mamária, não 
tendo relação com o ciclo menstrual. Pode ter 
inúmeros fatores e estar relacionada a esforço 
local, infarto, tendinites, fasciíte, neurite 
intercostal, fibromialgia. É menos comum que as 
demais e necessita tratamento específico. 
A mastalgia não tem relação com o câncer de 
mama. 
O diagnóstico é feito com uma história clínica, 
exame físico e de imagens. 
 
Cíclica 
A mastalgia cíclica é a causa mais comum de dor 
mamária, também chamada de mastodínea. É 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
uma dor bilateral, difusa e em peso; relacionada 
ao processo fisiológico e tem relação com o 
período pré-menstrual. 
Ocorre mais comumente nas mulheres entre 30 e 
50 anos. 
Os níveis hormonais parecem ter influência na 
mastalgia cíclica, com altos níveis de prolactina e 
de estradiol no período pré-menstrual. 
A anticoncepção hormonal parece diminuir a 
queixa da dor mamária. Enquanto a terapia 
hormonal promove aumento da densidade 
hormonal mamária levando ao processo doloroso 
mamário. 
O estresse também está associado com o 
agravamento dos sintomas, pois a tensão 
emocional estimula a liberação central de 
opióides. E ainda alterações relacionadas com o 
metabolismo dos ácidos graxos saturados que, em 
níveis elevados, ampliam a resposta hormonal da 
prolactina no tecido mamário, resultado em dor e 
incômodo. 
Tratamento 
Diante de um sintoma tão prevalente e 
considerando não haver associação com aumento 
do risco de câncer de mama, deve-se evitar 
medicamentos. 
A orientação verbal de benignidade é suficiente 
para o alívio dos sintomas na maioria das 
pacientes. O uso de sutiã adequado, firme, a 
diminuição de ingestão de gorduras, prática de 
atividade física, chegam a melhorar em até 80% 
dos sintomas. 
Para mulheres ainda com dor, mesmo após as 
orientações, pode-se associar alguns 
medicamentos como: 
- anti-inflamatórios tópicos como o diclofenaco gel 
ou o piroxicam. 
- ácido gamalinoleico (Óleo de Prímula). 
- agentes antigonadotropinas – Danazol. 
- análogos do GnRH. 
- moduladores seletivos do receptor de estrógeno 
(SERM) – Tamoxifeno. 
 
Acíclica 
A mastalgia acíclica costuma ser unilateral e não 
tem relação com o ciclo menstrual. 
É bem menos comum e pode ter relação com 
cirurgias anteriores, traumas, cistos, infecções e 
inflamações na mama. 
 
CÂNCER DE MAMA 
 
Dos cânceres que afetam as mamas, 97% são 
primários e 3% são metástases de outros sítios, 
sendo o carcinoma ductal invasivo o mais comum 
(80%) seguido do carcinoma lobular invasivo 
(15%). Esta é a neoplasia maligna mais incidentes 
em mulheres no mundo sendo queno Brasil, em 
2019, foram 59.700 novos casos o que 
representa 29,5% dos cânceres em brasileiras, 
excetuando o câncer de pele não melanoma. 
Em 2016, foram 16.069 mortes de mulheres 
secundário ao CA de mama apesar das 
estimativas de sobrevida em cinco anos estarem 
aumentando, fatores relacionados ao 
conhecimento da doença, acesso aos métodos 
diagnósticos e tratamentos resultam na chegada 
de mulheres aos serviços de saúde em estágios 
mais avançados, piorando o prognóstico. 
 
SE LIGA: Aproximadamente 50% dos cânceres de 
mama acontece em mulheres entre 50-64 anos, 
30% naquelas acima dos 70 anos e menos de 1% 
nas mulheres com idade inferior a 25 anos. 
 
Com isso, é possível elencar alguns fatores de risco 
e proteção para esse tipo de câncer que vem 
sendo apresentados em diversos estudos: 
 
 
 Letícia Teixeira Santos APG – 4º Período Medicina – FAHESP/ IESVAP 
Algumas estratégias de prevenção têm sido 
estimuladas como forma de atuar precocemente 
nos fatores de risco, bem como alertando a 
população, sobretudo, a população feminina 
quanto aos sinais que devem servir de alerta para 
buscar um médico. Além disso, através da 
Campanha Anual do “Outubro Rosa”, tem se 
gerado uma conscientização e entendimento da 
população acerca do câncer de mama. Dentro da 
dinâmica do “Outubro Rosa” está a investigação 
oportuna de lesões suspeitas e o rastreamento 
através de MMG. O Ministério da Saúde 
recomenda oferta de MMG para mulheres 50- 69 
anos a cada 2 anos 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
MARTINS-COSTA, Sérgio H. et al. Rotinas em 
obstetrícia. Artmed Editora, 2017. 
DA SILVA, Juliana Alves Martins; DE CARVALHO 
COUTINHO, Cristiane. LESÕES BENIGNAS DA 
MAMA. 2021. 
Manual de Ginecologia da Sociedade de 
Ginecologia e Obstetrícia de Brasília, Brasília: 
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