Buscar

A Evolução do Conceito de Modernidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

modernidade – Este é um “conceito de contraste”. Extrai seu significado tanto do que nega quanto do que afirma. Daí a apalavra poder aparecer em diferentes épocas com significados amplamente diversoso, dependendo do que está sendo negado e, em contraste, do que está sendo afirmado. Para Santo Agostinho, no século V d. C., a palavra latina tardia modernus expressava a rejeição do paganismo e a inauguração da nova era cristã. Os pensadores do Renascimento, recuperando o humanismo clássico, fundiram-na com cristandade para fazer a distinção entre estados e sociedades “antigos” [pagãos] e “modernos”. O Iluminismo do século XVIII não apenas interpôs “medieval” entre “antigo” e “moderno’ como fez a identificação crucial do moderno com o aqui e o agora. Daí em diante a sociedade moderna era a nossa sociedade, o tipo de sociedades em que vivíamos, fosse no século XVIII ou no século XX. A sociedade ocidental, como fortemente contrastante com sociedades anteriores ou outras sociedades – as duas coisas passaram a ser sinônimas –, tornou-se o emblema da modernidade. [...] Modernizar era ocidentalizar.
A socieadade moderna, portanto, carrega os marcos da sociedade ocidental desde o século XVIII. Foi industrial e foi científica. Sua forma política foi o estado-nação, legitimado por algumas espécies de soberania popular. Atribuiu um papel sem precedentes à economia e ao crewscimento econômico. Suas filosofias de trabalho eram o racionalismo e o utilitarismo. Em todas essas formas, ela rejeitava não apenas o seu próprio passado, mas todas as outras culturas que não se mostravam à altura de sua autocompreensão. [...] é verdade que a modernidade sente que o passado não tem lições para ela; seu impulso é constantemente em direção ao futuro. Ao contrário de outras sociedades, a sociedade moderna recebe bem e promove a novidade. É possível dizer que ela inventou a “tradição do novo” .
A modernidade – a moderna SOCIEDADE INDUSTRIAL [flusser: idade moderna] – recebeu uma análise abrangente dos principais teóricos socias do século XIX: Hegel, Marx, Tocqueville, Weber, Simmel e Durklheim. Suas análises permanecem relevantes em muitos aspectos para as sociedades dos dias atuais [...]. Mas o crescimento de certos aspectos em nosso tempo – a globalização da economia, odeclínio do estado-nação, as grandes migrações populacionais – levaram alguns pensadores a postular o fim da modernidade tal como esta sempre foi em geral compreendida. [...] Nenhuma dessas alegações transmite convicção. É possível demonstrar que quase todas as evoluções escolhidas têm suas raízes firmemente cravadas na modernidade clássica. Isso é particularmente válido para a renovada ênfase na transitoriedade, na fragmentação e na perda de um senso de significado do processo histórico. Pensadores como Baudelaire, Nietzsche e Burckhardt já haviam observado essas tendências em sua época. O “último homem” de Nietzsche já vivenciava as dificuldades e dilemas do homem “pós-moderno”. [...]
[grifos meus!]
————————————————-
Nos manuais de história, encontramos “era moderna”, “idade moderna”, “época moderna” para o período do século XV ao XVIII. A raiz está no uso renascetista.
Outras vezes, há “idade moderna” (ou outros) para o processo que começa no século XVIII. Outras vezes, só o século XIX.

Continue navegando