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REVISÃO prov� (05/05) TRABALHO CARREIRA E GESTÃO TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO (10/03) Teoria das Relações Humanas ● Elton Mayo ● O aparecimento da Teoria das Relações Humanas deve-se aos seguintes fatos: ● A necessidade de humanizar e democratizar a Administração. ● O desenvolvimento das ciências humanas ● As ideias da filosofia pragmática ● As conclusões da experiência de Hawthorne A experiência de Hawthorne ● 1927 ● Conselho Nacional de Pesquisas ● Fábrica da Western Electric Company ● Bairro de Hawthorne, em Chicago ● Correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção. ● Coordenada por Elton Mayo ● Estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. ● Mostrou a necessidade humanizar e democratizas as organizações ● 1 Fase: Efeito da Iluminação sobre o rendimento ● 2 Fase: Redução dos horários de Trabalho ● 3 Fase: Trabalho dos operários x Grupo Experimento ● 4 Fase: O grupo informal influenciava o grupo formal A experiência de Hawthorne permitiu o delineamento dos princípios básicos da Escola das Relações Humanas. Considerações ● Nível de produção é resultante da integração social: - não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. - É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não a sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. ➔ Comportamento social dos empregados: - O comportamento do indivíduo se apoia totalmente no seu grupo social. - Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. - Cada indivíduo não se sentia livre para estabelecer por si mesmo a sua quota de produção, pois esta era estabelecida e imposta pelo grupo. - A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina proposto pela Teoria Clássica com base em uma concepção atomística do homem. ➔ Recompensas e sanções sociais: - os operários que produziam acima ou abaixo da norma socialmente imposta pelo grupo perderam o respeito e consideração dos colegas. - Os operários preferiram produzir menos – e ganhar menos – do que pôr em risco suas relações amistosas com os colegas do grupo. - O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais do grupo. ➔ Grupos informais: Autores clássicos: - aspectos formais da organização (como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais, departamentalização etc.) Autores humanistas: - aspectos informais da organização (como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc.). ● A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa, ou seja, com os propósitos definidos pela empresa. ● definem suas regras de comportamento, recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas, que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento. Relações humanas: - os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm-se em uma constante interação social. - para explicar o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interação social. - são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. - cada pessoa influi no comportamento e nas atitudes das outras com quem mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. - cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos, pretendendo ser compreendida, aceita e participar, no sentido de atender aos seus interesses e aspirações. Importância do conteúdo do cargo: - a especialização (fragmentação das tarefas) do trabalho não é a forma mais eficiente de divisão do trabalho. - Mayo e seus colaboradores verificaram que a especialização defendida pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente. - Observaram que os operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a política da empresa. ➔ as trocas informais provocavam efeitos negativos na produção, mas elevavam o moral do grupo. - O conteúdo e a natureza do trabalho têm forte influência sobre o moral do trabalhador. - Trabalhos simples e repetitivos: ● monótonos e maçantes ● afeta negativamente a atitude do trabalhador ● reduzindo a sua satisfação e eficiência. ● Ênfase nos aspectos emocionais: - os elementos emocionais, não planejados e mesmo irracionais do comportamento humano passam a merecer atenção especial da Teoria das Relações Humanas.. A Teoria das Relações Humanas preocupou-se com o esmagamento do homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada. Problema ● Civilização Industrializada e o Homem ● Os métodos de trabalho visam a eficiência e não a cooperação ● A colaboração na sociedade industrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos. ● A cooperação humana não é o resultado de determinações legais ou da lógica organizacional. Mayo ● O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: - o nível de produção é influenciado mais pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e materiais de produção.. - O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo socia - A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar - A pessoa humana é motivada pela necessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida” - A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos primários da sociedade - As relações humanas e a cooperação constituem a chave para evitar o conflito social. - Mayo não vê possibilidade de solução construtiva e positiva do conflito social. ● o conflito social é o germe da destruição da própria sociedade. ● “O conflito é uma chaga social enquanto a cooperação é o bem-estar social." ● Funções básicas da organização industrial ● Roethlisberger e Dickson, dois relatores da pesquisa, concebem a fábrica como um sistema social. A organização industrial tem duas funções principais: - produzir bens ou serviços (função econômica que busca o equilíbrio externo) - distribuir satisfações entre os seus participantes (função social que busca o equilíbrio interno da organização), antecipando-se às atuais preocupações com a responsabilidade social das organizações. - A organização industrial deve buscar simultaneamente essas duas formas de equilíbrio. - A colaboração humana: ○ determinada mais pela organização informal do que pela organização formal. ○ um fenômeno social, não lógico ○ baseado em códigos sociais, convenções, tradições, expectativas e modos de reagir às situações. ○ Não é questão de lógica, mas de psicologia. ○ a Teoria das Relações Humanas trouxe novas dimensões e variáveis para a Teoria Geral da Administração (TGA). ○ As conclusões de Hawthorne somente tiveram um impacto decisivo na teoria administrativa a partir da década de 1950, com o aparecimento da Teoria Comportamental ○ O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. ○ O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. ○ A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo diferente, pois o conceito de homo economicus cede o lugar para o de homem social. ○ Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segunda Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático da Administração. ○ ênfase nas tarefas e na estrutura é totalmente substituída pela ênfase nas pessoas. Nova a concepção sobre a natureza do homem: ● Os trabalhadores são criaturas sociais complexas: dotados de sentimentos, desejos etemores. ● O comportamento no trabalho – como em qualquer lugar – é consequência de vários fatores motivacionais. ● As pessoas são motivadas por necessidades humanas: e alcançam satisfações por meio dos grupos sociais com quem interagem. ● Dificuldades em participar e se relacionar com o grupo provocam elevação da rotatividade de pessoal (turnover), abaixamento do moral, fadiga psicológica, redução do nível de desempenho etc. ● O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança: - o supervisor eficaz é aquele que possui habilidade para influenciar seus subordinados - obtendo lealdade, padrões elevados de desempenho e compromisso com os objetivos da organização. ● As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos membros: - os níveis de produção são controlados informalmente pelas normas do grupo. - controle social adota tanto sanções positivas (estímulos, aceitação social etc.) como negativas (gozações, esfriamento por parte do grupo, sanções simbólicas etc.). ● Influência da Motivação Humana ● Teoria de Campo de Lewin - O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes. - é molar e não molecular. - Esses fatos coexistentes apresentam o caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras partes. - O comportamento humano não depende somente do passado ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente. - campo dinâmico: o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico Liderança ● é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. ● é essencial em todas as funções da Administração: - o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, saber liderar. ● A liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos: - Liderança como um fenômeno de influência interpessoal - Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo - Liderança como relação funcional entre líder e subordinados - Liderança como um processo de lidar com as variáveis da situação. Teorias sobre Liderança ● Teoria de traços de personalidade ● Teorias sobre estilos de liderança ● Teorias situacionais de liderança Traços de Personalidade: ● Traços físicos: - Energia - aparência pessoal - estatura. ● Traços intelectuais: - Adaptabilidade - Agressividade - Entusiasmo - autoconfiança. ● Traços sociais: - Cooperação - habilidades interpessoais - habilidade administrativa. ● Traços relacionados com a tarefa: - impulso de realização - Persistência - Empreendedorismo - iniciativa. Estilos de liderança: Teorias Situacionais de Liderança As teorias situacionais são mais atrativas ao administrador, pois aumentam as opções e possibilidades de mudar a situação para adequá-las a um modelo de liderança ou, então, mudar o modelo de liderança para adequá-lo à situação. Comunicação Para a Teoria das Relações Humanas, comunicação é a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social. Organização Informal O conjunto de interações e relacionamentos que se estabelecem entre as pessoas denomina-se organização informal, em contraposição à organização formal, que é constituída pela estrutura organizacional composta de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos etc. O comportamento dos grupos sociais está simultaneamente condicionado a dois tipos de organização: a organização formal ou racional e a organização informal ou natural. Clínicas do trabalho (18/03) ● Origem ● Passam a considerar em primeiro lugar, as demandas do trabalhador ● saúde coletiva ● mobilização da subjetividade ● Foram sendo desenvolvidas algumas formas para se trabalhar com uma vertente mais voltada às Ciências Humanas e Sociais. ● adotar uma conduta mais reflexiva sobre o papel do homem no processo produtivo e sobre o significado do trabalho para o sujeito e para o coletivo. A prática do psicólogo no contexto do trabalho está dividida, hoje, em três vertentes: ● comportamento organizacional ● gestão de recursos humanos ● relações de trabalho Comportamento Organizacional ● Estuda-se como o indivíduo, o grupo ou a própria estrutura organizacional interfere no comportamento dentro desse ambiente. Objetivo: promover o aumento da eficácia da produção. Gestão de Recursos Humanos Objetivo: alinhar as práticas e a política do gerenciamento de pessoas às estratégias organizacionais. Atuação do psicólogo dentro da organização: ● Recrutamento & seleção ● Treinamento e Desenvolvimento Profissional ● Desenvolvimento de atividades relacionadas à administração de recursos humanos ● Avaliação de desempenho Relações de trabalho ● motivação, inter-relacionamentos, socialização, comunicação, bem-estar e assédio. ● perspectiva de intervenção ou análise, ● dentro ou fora do ambiente de trabalho, ● visando promover uma interface com a sociedade. ● baseada na Psicologia Social voltada para o estudo de fenômenos como identidade, interação social, subjetividade. ● amadurecimento da Psicologia do Trabalho O Psicólogo do trabalho como promotor da saúde ● Conferidor de identidade, da vida psíquica, social, cultural, política e econômica do indivíduo. ● rompe os “muros” das organizações e adentra seus níveis estratégicos. ● Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT): Surge no Brasil, fim da década de 1990. SBPOT (Sociedade – ou Associação – Brasileira de Psicologia Organizacional e do trabalho). ● 2001 ● fortalecer politicamente a POT no cenário nacional ● Reconhecimento frente ao CFP (Conselho Federal de Psicologia) ● Organizacional e do Trabalho: ● estão agrupadas dentro da mesma perspectiva da POT ● se pautam mais pelo caráter tecnicista ● as clínicas do trabalho defendem a centralidade psíquica e social do trabalho ● Atividade material e simbólica Clínicas do Trabalho: ● Pautado na relação homem/trabalho e na transformação dessa relação e do meio em que está. ● Foco de estudo: a relação entre trabalho e subjetividade. ● Articulação entre o mundo social e o mundo psíquico. ● Aumento do poder de ação dos sujeitos a partir de metodologias qualitativas. ● É relevante não apenas a manifestação do sofrimento, como também os esforços da vida no palco cotidiano, local onde o homem é constantemente colocado à prova. ● Processos emancipatórios do trabalhador em vez do desempenho produtivo. ● “Clínico social”: transformação efetiva do trabalho, pautando-se pela diminuição do sofrimento humano e por melhoras nas condições de trabalho. ● Envolvimento do psicólogo, atuando como ativo na transformação dos processos organizacionais. Psicossociologia do trabalho (24/03) ● Década de 1930 ● Desenvolvida na França ● Pós-guerra, em um contexto intelectual marcado pelo marxismo e pela psicanálise. Objetivo: ● Estuda as interações entre diversos atores do mundo do trabalho ● Estuda de que forma é que as características desses atores (individualmente ou em grupo) influenciam a organização e de que modo são influenciados por ela. ● Sistemas mediadores entre indivíduo e sociedade: ● essencialmente o grupo ● organização ● instituição. ● Trabalhos contemporâneos a respeito dos coletivos de trabalho, dos processos organizacionais, das formas de institucionalização do trabalho e da intervenção em ambientes laborais teriam muito a ganhar se usassem tais antecedentes como referência. ● remete a um campo de escuta, implicação e mudança. Pressupostos Teóricos: ● psicossociologia social clínica ● pelas ciências do trabalho ● psicologia ● psicopatologia ● sociologia do trabalho ● ergonomia da atividade. Psicossociologia: Antropologia Psicologia social Sociologia Ergonomia Desenvolvimento: ➔ Marx: ● análises do trabalho humano, da práxis como trabalho vivo. ● "o que é animal se torna humano, o que é humano se torna animal" ● o trabalho é aomesmo tempo ato criador e instrumento de alienação, vetor de humanização e de sujeição. ➔ Freud: ● evidencia o grande valor que este assume na economia da libido ● "a grande maioria dos homens só trabalha sob a pressão da necessidade, e desta aversão natural pelo trabalho nascem os mais árduos problemas sociais. ➔ Mauss: ● tradição antropológica ● a partir do ciclo do dom e do contradom, outro modo de construção do laço social – embora pouco visível – distinto da relação mercantil onipresente no trabalho. ● trabalhar sempre é também dar e receber. ● aquele que não tem trabalho, o desempregado, o "inútil", não tem mais nada para trocar, para dar de volta pelo que ainda recebe; ele está infringindo o princípio da reversibilidade simbólica Escola de Chicago: ● Interacionismo simbólico: interação como desenvolvimento da ação coletiva, como a maneira pela qual as pessoas agem juntas no intuito de criar uma atividade para a qual cada um contribua. ● Conjunto do sistema de atividades e de empreendimentos humanos: ● divisão do trabalho; ● produção de normas e convenções que regulamentam o trabalho; ● diversas formas de resistência operária às organizações prescritas; ● construção das profissões, das trajetórias profissionais, de suas reviravoltas e rupturas; ● instituições consideradas como empreendimentos coletivos; ● "instituições bastardas", como a prostituição, o crime organizado, o mercado negro. Sociologia do Trabalho: ➔ Georges Friedmann: ● um dos fundadores da sociologia do trabalho ● exigência da pluridisciplinaridade ● Análise do trabalho em torno de três dimensões: ● Técnica ● Psicológica ● Sociológica INDIVÍDUO + COLETIVIDADE Psicopatologia do trabalho: ➔ Corrente encabeçada por Paul Sivadon: ● trabalha com uma clínica de distúrbios individuais do sujeito, considerando sua tarefa e suas características individuais como "capacidades de adaptação“. ➔ Louis Le Guillant: ● privilegia o peso das condições concretas de existência e as incidências psicopatológicas das condições de trabalho. ➔ Claude Veil: ● abre uma terceira via ● leva em consideração a história do sujeito nos momentos em que ele adoece ● as normas de trabalho em determinado ambiente. ● manter juntos o sujeito, em sua dinâmica psíquica, e suas inscrições sociais contextualizadas e normatizadas. O sentido do trabalho não se prescreve, não se decreta, não se dá. Ele é sempre co-construído em um duplo movimento de investimento de desejos inconscientes e de validações sociais. Desdobramentos: ● a sublimação só pode se realizar quando a dedicação laboriosa do sujeito for objeto de reconhecimento social. ● reconhecimento não pode se limitar à esfera das atividades de trabalho assalariado, sob o prisma do julgamento dos prescritores e dos pares, julgamento de utilidade e de beleza ● nem as regras do ofício, nem o tipo de ofício e nem mesmo as regras e os valores do coletivo de trabalho podem limitar a questão do sentido do trabalho e de seu reconhecimento. ● a divisão do trabalho também é uma divisão moral e psicológica ● fabricação baseada em processos de delegação e no fato de serem jogadas na invisibilidade as atividades desinvestidas e desvalorizadas. ● diferencia profissões prestigiadas de outras desconhecidas ou estigmatizadas O que dá valor à sua atividade não é a simples satisfação de seus desejos pessoais, tampouco a simples conformidade a modelos genéricos de profissão, mas sim sua ligação a controvérsias axiológicas, algo que vai além de cada um dos segmentos da divisão técnica, social, moral e psicológica do trabalho. ● contribuem para o trabalho de cultura, um trabalho de civilização do real e de humanização: controvérsias axiológicas trans-atividades, trans-profissões, trans-organizações Intervenção Psicossociológica: ● concebe a mudança (individual e coletiva) de forma sistêmica ● coloca em questão as estruturas coletivas e os jogos de poder nas organizações ● É reforçada a necessidade de analisar os cenários de acordo com a perspectiva clínica da complexidade, incluindo ingredientes como: ➢ historicidade ➢ narrativas de vida ➢ emoções genuínas (inclusive as consideradas ameaçadoras) ➢ angústias Tratar de fato os conflitos, a partir da psicossociologia, implica sair do paradigma do imediatismo e assumir que para mudar é preciso abandonar posições maniqueístas e metodologias prescritivas. ● representam alternativas profícuas no trabalho de exploração das relações entre os conflitos vividos no espaço laboral e as contradições das organizações. ● favorece o fluxo das palavras e o acesso do trabalhador a esse papel de quem tem algo a dizer e que, portanto, fala (e, para isso, é imprescindível que ali esteja o outro a desempenhar a função de sujeito enunciatário, receptor, exercendo a escuta sensível). ● possibilita o compartilhamento de informações e a circulação dos conflitos, de modo que favorece a constituição de novas estruturas de comunicação e a noção de implicação social por parte dos sujeitos. ➔ Dubost: ● psicossociólogo ● se posiciona como um facilitador (ou catalisador) que também se insere no grupo, como parte de todo o processo, participando da construção de conhecimento à medida que acompanha o movimento das pessoas, suas descobertas e suas resistências. ➔ Escuta psicossociológica: ● abre a possibilidade de refletir, no espaço de trabalho, sobre a dimensão existencial das relações sociais. ● nas organizações, quando realizamos acompanhamentos individuais com os trabalhadores. ● "espaços de orientação": onde cada pessoa pode expressar seus sentimentos e desejos ligados ao trabalho, como também questões pessoais. ● oferecemos um espaço aberto para o contato consigo mesmo. Acolhimento : ● o primeiro momento dos encontros ● cuidado com a confidencialidade ● o interventor deve preservar o conteúdo que o trabalhador traz para o encontro a qualquer custo, uma vez que essa questão é basilar para a construção do respeito e confiança na relação estabelecida. ● tentativa de integrar as questões do trabalho com a vida pessoal ● dar maior visibilidade para o trabalhador em suas questões internas, apreendendo como isso repercute na sua vivência. ● quanto mais confiante e conhecedor de si (e dos outros), maiores são as possibilidades de desenvolvimento no espaço do trabalho. Observação: ● embora possa propiciar reflexões importantes, pautadas na implicação e orientação à mudança, e inclusive, por vezes possa ter ‘efeitos terapêuticos’, a abordagem adotada não se assenta na oferta terapêutica. ● ou seja, é um trabalho de co-construção cuja finalidade é conduzir o indivíduo a se questionar sobre: ● suas vivências ● escolhas e seus projetos futuros ● confrontando-os com seus ideais e sua implicação, no registro existencial. Intervenção Psicossociologica: ● direcionada à atividade produtiva de cada trabalhador. ● é preciso buscar novas formas de se sobressair e de se realizar no trabalho, para poder ser reconhecido pela sua competência e pela credibilidade conquistada. ● buscar as referências no passado e integrá-las com o presente ● o desejo de progredir se revela na expressão, nas ações e na expectativa concreta de cada trabalhador. FOCO NO TRABALHO ➔ Escuta psicossociologica: ● permite a superação de modelos ideais, prescritivos, combate à culpabilização pelo fracasso da perseguição de ideais impossíveis de serem realizados e pavimenta um caminho para a construção de identidades e narrativas profissionais concretas, as quais passam pela construção de sentido no trabalho realizado. ➔ Trabalho de escuta: ● implica auxiliar as pessoas, no tempo que for possível, até quando tiverem disponibilidade interna e externa, para tornarem-se mais seguras e terem a possibilidade de se desenvolver enquanto sujeitos. ● implica o olhar, o cuidado. Considerações: ➔ O sentido: ● se trata de um trabalho que possibilita a organização de um sistema sócio-organizacional de maneira diferente. ● não se busca um ideal final a ser atingido ● a mudança se dá deforma integrada e processual. ● a compreensão dos conflitos assume outras roupagens, mediante a articulação de diversos impasses (sociais, políticos, econômicos, culturais e pessoais) ● a partir do protagonismo de trabalhadores implicados no desenvolvimento de suas potencialidades enquanto atores sociais. ➔ Ingredientes fundamentais dessas intervenções: ● empatia ● sensibilidade ● reconhecimento do outro e de suas diferenças ● superação de modelos ideais e cristalizados ● implicação na realização de um trabalho efetivo que abra espaço para interrogações críticas. Psicodinâmica do trabalho (30/03) Os pressupostos da psicodinâmica do trabalho - O interesse pela ação no trabalho; - O entendimento sobre o trabalho; - A defesa de uma teoria do sujeito; - A preocupação com o sujeito e o coletivo em situações de vulnerabilidade no trabalho. → A Psicodinâmica do Trabalho possibilita uma compreensão contemporânea sobre a subjetividade no trabalho. → Um novo olhar nas ciências do trabalho com a criação de espaços de discussão onde os trabalhadores puderam expressar sua voz, seus sentimentos e as contradições do contexto do trabalho. Christophe Dejours: - desenvolveu na França na década de 1980 - médico francês - formação em Psicanálise e Psicossomática. - Pesquisador da vida psíquica no trabalho a mais de 30 anos - Foco: ▪ sofrimento psíquico ▪ estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores para a superação e transformação do trabalho em fonte de prazer. - o inicio da história da psicodinâmica do trabalho é nos anos 1970 do século XX, na França, muito próxima na época da psicopatologia do trabalho. - Em meados dos anos 1990, o foco de preocupação agora é problematizar o sofrimento gerado na relação homem‐trabalho. → Análise do sofrimento psíquico resultante do confronto dos homens com a organização do trabalho. → O sofrimento passa a ser o centro da análise que, articulada às exigências da organização do trabalho, revela o olhar para o trabalhador como sujeito da classe trabalhadora. → Finalmente o trabalho ganha voz no mundo trabalho. Premissas da Psicodinâmica do Trabalho - A primeira se refere ao sujeito em busca de auto realização. - A segunda é a da existência de um hiato entre o que é prescrito e o trabalho real. - A terceira premissa trata da construção da identidade no trabalho que se apoia sobre o necessário olhar do outro que pode ser tanto um coletivo de trabalho ou uma comunidade de pertença.” "A Psicodinâmica do Trabalho é considerada como uma clínica, que se desdobra para um trabalho de campo radicalmente diferente do lugar da cura” - Visa intervir em situações concretas de trabalho, compreender os processos psíquicos envolvidos e formular avanços teóricos e metodológicos reproduzíveis a outros contextos. ◊ Segundo Dejours, o sujeito do inconsciente psicanalítico tem origem antes do encontro com o trabalho e ao se confrontar com o real, choca-se e resiste ao que sua história singular mobiliza, singulariza e potencializa. A Psicodinâmica do Trabalho na atualidade - Dejours: “o conflito entre a organização do trabalho e o funcionamento psíquico, vai além do modelo “causalista-funcionalista”. - Vê o trabalho não como enlouquecedor, mas como algo que pode levar o homem ao sofrimento psíquico, dependendo do ambiente de trabalho em que ele se encontra. A visão de Dejours: homem & trabalho ● Passividade: - Dejours percebe em suas pesquisas que os trabalhadores não se apresentam mais na posição de passividade diante do adoecimento no ambiente de trabalho. ● Protagonismo: - O trabalhador assume o protagonismo de sua relação com o trabalho: ao perceber o adoecimento passa a preocupar-se com sua saúde mental. - Sai do foco de buscar doenças mentais geradas pelo trabalho ● Autodefesa: - Demonstram-se capazes de se protegerem dos efeitos negativos e patológicos do ambiente de trabalho à sua saúde mental. - O objeto de estudo passa a ser sobre o sofrimento e as defesas contra esse sofrimento (por exemplo, a sublimação). A Psicodinâmica do Trabalho no Brasil - O início da Psicodinâmica do Trabalho no Brasil deu-se com o lançamento do livro "A loucura do trabalho", de Christophe Dejours, em 1987. - Até então nos curso de administração, psicologia organizacional e engenharia de produção ensinavam e pesquisavam sob a ótica praticamente exclusivista do capital e o trabalhador tinha que adaptar aos novos modelos que foram surgindo desde a primeira revolução industrial em 1760 na Inglaterra → O Brasil contava em 2012 com uma equipe restrita de pesquisadores em psicodinâmica e clínica do trabalho, sendo: ▪ 11 pesquisadores no Distrito Federal/Brasília ▪ 05 pesquisadores em Goiás ▪ 05 pesquisadores no Rio Grande do Sul ▪ 03 pesquisadores em São Paulo ▪ 01 pesquisador por estado: Santa Catarina, Maranhão, Amazonas e Minas Gerais Política Nacional de Saúde do Trabalhador no Brasil (31/03) Introdução ● Forrester: - 1997 - o trabalho se transformou em um dos fatores organizadores da sociedade ocidental. - na atualidade, observamos o surgimento de novas modalidades de trabalho alterando a saúde do trabalhador, tais como: ▪ o autônomo ▪ Parcial ▪ Temporário ▪ Domiciliar - desemprego estrutural - formas de trabalho precárias - crescimento da terceirização - aumento de trabalhadores informais - acréscimo de um conjunto de mudanças no capitalismo de especulação e serviços, em perpétuo movimento. - Para pensarmos em saúde do trabalhador, estamos partindo da perspectiva das racionalidades de saúde, e os modos de gestão do cuidado estão articulados à subjetividade e aos processos de singularização, ou seja, uma saúde como performance do andar da vida. - as práticas cotidianas seriam pautadas na integralidade. - Merhy, Franco e Magalhães: a integralidade se dá no exercício da clínica como atos de fala e escuta. - a integralidade começa pela reorganização dos processos de trabalho na atenção básica dos serviços, numa nova lógica de produção do cuidado. ◊ De que forma as políticas públicas de saúde no Brasil apresentam uma atenção integral à saúde do trabalhador? Se a integralidade começa pela atenção básica, há algum direcionamento na rede básica de saúde no Brasil para a questão do sofrimento/ adoecimento no trabalho? ● Construindo → Minayo-Gomes e Thedim-Costa: - preocupação com a saúde no trabalho começa a se desenvolver no que virá a ser a Medicina do Trabalho, colocando tal campo de análise centrado na figura do médico e nas teorias de causalidade entre doença – agente etiológico. Isso ocorre em decorrência da proliferação de doenças infectocontagiosas, mutilações e mortes nas fábricas. A figura do médico se insere no campo de trabalho como aquele que irá isolar riscos específicos, medicalizando os trabalhadores. Desenvolvimento da medicalização da fábrica em prol da lucratividade e controle dos corpos, caracterizando uma tecnologia biopolítica das relações de trabalho. A própria postura dos governos acerca do problema ficou pautada na compreensão das relações de causalidade, legitimada pela Medicina do Trabalho. Nesse processo surge a Saúde Ocupacional que, com base na Higiene Industrial, buscava relacionar o ambiente com o corpo do trabalhador, analisando a multicausalidade do adoecimento/lesão a partir de um olhar clínico e de indicadores de exposição e seus efeitos. O olhar da Saúde Ocupacional anula uma visão ampla do problema, desconsiderando todos os aspectos biopsicossociais e culturais. Ela apresenta como base o paradigma da causalidade, já presente em documentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à saúde no trabalho. Assim, privilegia-se uma visão organicista de saúde, dando pouco espaço para a subjetividade do trabalhador ● Apontamentos A Saúde do Trabalhador compreende “práticas teóricas interdisciplinares – técnicas, sociais, humanas – e interinstitucionais”, ou seja, é um campo que exige uma intensa articulação entre diferentes disciplinas, visto a complexidade do fenômeno. Isso parte da confluênciade diversos setores dos trabalhadores e de movimentos sociais como os técnicos, profissionais de serviços, pesquisadores, entre outros. O entrelaçamento dos diversos saberes e práticas permitem a construção de um olhar abrangente em prol do bem-estar e respeito ao trabalhador. .Medicina do Trabalho, com o olhar centrado no diagnóstico e medicalização dos trabalhadores, numa linha de cuidado médico-centrada. Saúde Ocupacional, pautada na epidemiologia, com foco em procedimentos, diagnósticos e prevenção em torno do discurso de risco no trabalho, numa linha de cuidado ligada ao foco administrativo medicalizante. Saúde do Trabalhador, com olhar interdisciplinar, em uma perspectiva articulada às diversas esferas do campo de trabalho, ao possibilitar a emergência das vozes dos trabalhadores, numa linha de cuidado mais articulada com os modos de ser no trabalho e com a integralidade. O conflito entre o trabalho como risco (trabalho-risco) e o trabalho como produção de subjetividade (trabalho-subjetividade).
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