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Cefaleias: Sinais de Alarme e Tratamentos

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Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
Cefaleias 
Sinais de alarme: 
• Idade maior ou igual a 50 anos 
• Fatores de piora como exercício ou postura 
• Mudança de padrão da dor 
• Alterações neurológicas 
• Início súbito e muito intenso, “pior dor da vida” 
Investigação 
Fazer uma boa anamnese, especificando a dor de 
cabeça do paciente e caracterizando minimamente, se 
a instalação foi súbita ou gradual, a localização, uni ou 
bilateral, qual o tipo da dor (pulsátil, pressão, 
pontada, aperto), intensidade, duração e frequência, 
procurar por fatores desencadeantes e fatores de 
melhora ou piora, presença de aura, sintomas 
associados – náuseas, vômitos, fotofobia e sintomas 
associados. 
OBS: Aura são sintomas que precedem a dor minutos 
ou segundos ou concomitantemente, pode ser do tipo 
visual (escotomas, cintilações, imagens em 
ziguezague) e neurológicas (parestesia ou plegia das 
mãos, formigamento etc) podendo durar de 5 a 60 
minutos. 
PRIMÁRIAS 
CEFALEIA TENSIONAL 
• Mais comum das cefaleias, predominando em 
mulheres, pico de prevalência aos 40 anos 
• Pode ser: 
o Episódica infrequente: <1dia/mês 
o Episódica frequente: 1-14 dias no mês 
o Crônica >14 dias no mês 
• DOR EM PRESSÃO, BILATERAL + fotofobia ou 
fonofobia ou náusea leve (não são 
obrigatórios) 
• Intensidade leve a moderada que não 
interfere na vida diária e não piora com 
atividade física 
• Pode ser frontal, occipital ou holocraniana 
• Duração: horas ou dias 
• Desencadeado principalmente por stress 
(físico, muscular ou emocional) 
• Pode haver hiperestesia ou hipertonia da 
musculatura pericraniana 
Tratamento para crise aguda: AINEs (ibuprofeno 400-
800mg de 6/6h), dipirona 500-1000mg de 6/6h ou 
paracetamol 750mg 6/6 h 
Profilaxia: Amitriptilina 10 mg ao deitar, Mirtazapina 
30mg, Venlafaxina 150mg 
ENXAQUECA 
Mínimo 5 episódios de dor com duração de 4-72hrs, 
com 2 ou mais dos seguintes: DOR 
PULSÁTIL/LATEJANTE + UNILATERAL (pode mudar de 
lado) + INTENSIDADE MODERADA A GRAVE + PIORA 
COM ATIVIDADE FÍSICA ou 1 ou mais dos seguintes: 
NAUSEA E/OU VÔMITO + FOTO E/OU FONOFOBIA 
• Orientar ao paciente fazer o diário da cefaleia 
para descobrir o que pode desencadear 
Pode ser classificada em: SEM AURA (mais comum das 
enxaquecas, história familiar + mulheres 25/45 anos) e 
COM AURA (clássica) 
• A aura típica é um distúrbio visual constituído 
por pontos fosfenos, perda ou distorção de um 
dos hemicampos visuais ou parte deles. Às 
vezes associam-se parestesia unilateral e/ou 
disfasia. 
Tratamento crise aguda: analgésico, AINES, triptanos 
(sumatriptana, naratriptana, rizatriptana) – 
medicamentos específicos para enxaqueca associado a 
anti-eméticos (se enjoo) 
• Em uma unidade de urgência: Começa com 
administração de analgésico simples e reavalia 
após 1 hora, se não houver melhora, 
administrar sumatriptano 6mg subcutâneo, 
repetindo dose em 2 horas se necessário. 
• Cefalin (dipirona + cafeína + plasil) 
• O paciente que tem enxaqueca com aura, não 
deve usar triptanos (porque o triptano faz 
vasoconstrição e a aura já tem a 
vasoconstrição, então pode fazer isquemia); o 
triptano pode aumentar a pressão – evitar em 
pacientes hipertensos. E, não pode em 
pacientes com DAC ou que já tiveram AVC 
o Mulheres com aura, se tomar 
anticoncepcional, recomenda-se a 
suspensão 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
Profilaxia: Divalproato 250-500mg 12/12 h ou 
Topiramato 25-200mg (1ºescolha), Propanolol 40-
120mg 12/12h, Amitriptilina 10-150mg por dia ou 
Venlafaxina até 150mg/dia. 
• A profilaxia é indicada nos casos de recorrência 
semanal (>1 crise por semana) e crise única 
incapacitante 
• O ácido valproico é extremamente 
teratogênico – síndrome do valproato fetal, 
mal formação física, intelectual → NÃO utilizar 
em mulher em idade fértil. 
• Propanolol é BB, não indicado para pacientes 
com asma e idosos 
COMPLICAÇÕES: 
Estado migranoso: cefaleia intensa que dura mais que 
72 horas, com intervalos livres inferiores a 12 horas, à 
qual associam-se náuseas e vômitos por horas 
seguidas, levando a desidratação e as suas 
consequências, como a necessidade de internação. 
✓ Jejum e acesso venoso para reposição de 
fluidos se necessário. Infundir soro 
fisiológico a 0,9% 500ml 
✓ Tratamento da crise aguda + 
dexametasona 10 mg IV lento. 
✓ Se não melhorar com dexametasona: UBS 
→ UPA: clorpromazina 0,1-0,25mg/kg IM 
(ampola 25 mg/5 ml); manter infusão de 
soro fisiológico a 0,9%; 
o Se em 1 hora o paciente mantiver 
a dor, repetir clorpromazina por 
até três vezes, no máximo 
o Atentar-se a sintomas 
extrapiramidais e hipotensão 
arterial, e nestes casos NÃO 
REPETIR A DOSE. 
Infarto migranoso: Sintomas da aura persistem por 
mais de 60 minutos e são associados a um infarto 
demonstrado no exame de neuroimagem 
Migrânea crônica: Aumento da frequência das crises 
até tornarem-se diárias ou quase diárias (>15 dias por 
mês com dor por mais de 3 meses). São fatores de 
risco para cronificação: fatores emocionais, estresse, 
doenças psiquiátricas e abuso de analgésicos. 
CEFALEIA EM SALVAS 
• Predomina no sexo masculino, em indivíduos 
entre 30-50 anos 
• Surtos de um a três meses de duração (salvas) 
• Crises têm duração limitada, de 15 a 180 
minutos, 8x ao dia 
• Dor acorda o paciente 
• Associada ao etilismo 
• “PIOR DOR DA VIDA” + UNILATERAL + 
RINORREIA/LACRIMEJAMENTO/EDEMA 
ORBITARIO/MIOSE/PTOSE PALPEBRAL 
Tratamento crise aguda: Administrar oxigênio a 100%, 
em máscara sem recirculação, com fluxo de 10- 12 
l/min durante 20 minutos, ou sumatriptano 6mg por 
via subcutânea se disponível 
• Evitar sumatriptano, se o paciente utilizar 
medicamento vasoconstrictor. 
Profilaxia: Verapamil, valproato ou carbonato de lítio 
• Analgésicos comuns e opioides são ineficazes e 
não devem ser utilizados. 
HEMICRANIANA PAROXÍSTICA CRÔNICA 
• Mais comum em mulheres, semelhante a “em 
salvas” do homem 
• UNILATERAL, FRONTO ORBITÁRIA, DOR 
INTENSA QUE ACORDA O PACIENTE + 
RINORREIA/LACRIMEJAMENTO/EDEMA 
ORBITARIO/MIOSE/PTOSE PALPEBRAL 
• Duração: 2 a 30 minutos, crises diárias e 
continuas com 1-6 exacerbações 
• O tratamento mais eficaz é a prevenção: 
Indometacina 75-225 mg/dia 
• A hemicraniana responde bem a analgésicos 
 
 
 
 
 
 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
SECUNDÁRIAS 
Para que seja considerada secundaria, é necessário: 
a) Que a condição seja sabidamente capaz de 
causar cefaleia 
b) Que a cefaleia se desenvolveu em relação 
temporal com a condição subjacente 
 
DIAGNÓSTICO ETIOLOGICO: 
COM FEBRE: 
• Secundária a infecções sistêmicas: resfriado 
comum, dengue, gripe, sinusite. 
• Secundária a infecções do sistema nervoso 
central: meningite, encefalite, abscesso 
cerebral, empiema. 
Conduta: Tratamento sintomático e/ou antibiótico de 
acordo com provável diagnostico e retorno caso piora 
dos sintomas. 
• Febre + sinais de alerta: Regular para um 
hospital terciário. O paciente deve ser 
acomodado em leito de observação e 
recomendam se jejum, reposição de fluidos e 
antitérmicos. 
SEM FEBRE: 
• Cefaleia súbita, “a pior da vida”, associada a 
sinais de alerta: hemorragia subaracnóidea 
aguda (HSA), hemorragia intraparenquimatosa 
(HIP), acidente vascular cerebral isquêmico 
(AVCi), hidrocefalia aguda, trombose venosa 
cerebra 
Conduta: Hospital terciário + medidas de suporte: 
jejum, proteger vias aéreas, oxigênio e se necessário 
disponibilizar acesso venoso periférico. 
ARTERITE DE CELULAS GIGANTES/TEMPORAL: 
• Acomete mulheres acima dos 50 anos 
• CEFALEIA TEMPORAL + SINTOMAS 
CONSTITUICIONAIS (febre, perda ponderal, 
mal-estar, anorexia, claudicação de mandíbula, 
dor e rigidez de cintura escapular e pélvica, 
perda visual súbita) 
• Exames laboratoriais pode vim o PCR e VHS 
elevados – marcadores inflamatórios. 
• Arterite de células gigantes está muito 
associado a polimialgia reumática. 
• Os critérios diagnósticossão 3 ou mais desses 
critérios: cefaleia nova, maior ou igual a 50 
anos, mulher, dor ou redução de pulso da 
artéria temporal, biopsia alterada, VHS maior 
ou igual a 50mm/h. 
• USG de artéria temporal pode mostrar sinal do 
halo. 
• Tratamento: Predinisona via oral ou 
metilpredinisolona endovenosa se o paciente 
possui sinais mais graves como 
comprometimento visual. 
PSEUDOTUMOR CEREBRAL/HIC IDIOPÁTICA 
• Mulheres 20-40 anos, tabagista, obesa. 
• DOR CONSTANTE + PIORA AO DECÚBITO + 
DIMINUIÇÃO DA ACUIDADE VISUAL + 
PAPILEDEMA 
• Sempre fazer o exame de fundo de olho – 
papiledema bilateral, é mandatório fazer o 
exame de imagem para servir principalmente 
causas secundarias, mas pode ter achados 
característicos do pseudotumor 
• Liquor, normal e raquimanometria >20-
25mmHg 
• Sempre fazer uma avaliação oftalmológica e 
campimetria visual, porque essas pacientes 
vão perdendo os campos visuais periféricos, 
examinar tanto para acompanhar a gravidade 
da doença quanto para averiguar o 
tratamento. 
• Tratamento: Na maioria dos casos some em 6 
meses com MEV (perda de peso e cessar 
tabagismo), caso não aconteça usa-se a 
Acetazolamida, punção lombar de alivio (se 
não funcionar medicação) ou cirúrgico 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
(derivação ventriculoperitoneal ou 
fenestração do nervo optico)

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