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Soluc¸a˜o Primeira Prova de Microeconomia 1 Departamento de Economia, Universidade de Bras´ılia Bras´ılia, 14 de maio de 2015 Durac¸a˜o da prova: 120 minutos Questa˜o 1 (25 pontos): Responda Verdadeiro ou Falso (justifique sucintamente): a) A demanda Hicksiana e´ obtida ao maximizarmos a renda do consumidor, dado o n´ıvel de utilidade que esse consumidor deseja alcanc¸ar. S: Falso. A demanda Hicksiana e´ obtida do problema de minimizac¸a˜o do dispeˆndio do consumidor, dado que ele deseja alcanc¸ar um determinado n´ıvel de utilidade. b) O n´ıvel de utilidade de um consumidor na˜o varia ao longo da sua curva de demanda Mar- shalliana. S: Falso. A curva de demanda mostra a relac¸a˜o entre o prec¸o de um bem e a sua demanda. Usualmente, maior o prec¸o, menor a demanda do bem. Menor a demanda, menor a utilidade obtida. Isso pode ser visto claramente na curva de prec¸o-consumo de um bem, que mostra a mudanc¸a na cesta o´tima com a mudanc¸a no prec¸o de um bem. Portanto, a utilidade do consumidor varia ao longo da curva de demanda. c) E´ imposs´ıvel que para um mesmo consumidor as elasticidades prec¸o e renda da demanda de um determinado bem sejam ambas positivas. S: Verdadeiro. Se a elasticidade renda da demanda de um bem e´ positiva, enta˜o o bem e´ normal. Portanto, a equac¸a˜o de Slutsky mostra que esse bem na˜o pode ser de Giffen, ou seja, sua elasticidade prec¸o e´ necessariamente negativa (ou igual a zero). d) Para um bem normal, a demanda Marshalliana e´ mais inclinada do que a demanda Hick- siana. Entretanto, para um bem inferior, a demanda Hicksiana e´ mais inclinada do que a demanda Marshalliana. S: Este item pode ser justificado tanto como Verdadeiro ou Falso. Se assumirmos que um bem normal e´ tal que ∂x/∂m > 0, enta˜o o efeito renda e´ negativo no caso de um bem normal. A equac¸a˜o de Slutsky diz que: ∂xMi (p,m) ∂pi = ∂xhi (p, u ∗) ∂pi − xMi (p,m) ∂xMi (p,m) ∂m Se o bem e´ normal (∂x/∂m > 0), enta˜o: ∂xMi (p,m) ∂pi = ∂xhi (p, u ∗) ∂pi −xMi (p,m) ∂xMi (p,m) ∂m︸ ︷︷ ︸ <0 < ∂xhi (p, u ∗) ∂pi Se o bem e´ inferior, enta˜o: ∂xMi (p,m) ∂pi = ∂xhi (p, u ∗) ∂pi −xMi (p,m) ∂xMi (p,m) ∂m︸ ︷︷ ︸ >0 > ∂xhi (p, u ∗) ∂pi Logo, a demanda Marshalliana e´ mais inclinada do que a demanda Hicksiana no caso de um bem normal e menos inclinada no caso de um bem inferior (lembrem-se que essas derivadas sa˜o negativas). Pore´m, se assumirmos que um bem normal e´ tal que ∂x/∂m ≥ 0, enta˜o o efeito renda pode ser igual a zero. No caso de demandas geradas por uma utilidade quase- linear, para o bem que entra de modo na˜o-linear na utilidade e soluc¸a˜o interior, sabemos que as demandas marshalliana e hicksiana para este bem sera˜o iguais e que o efeito renda e´ nulo. Logo, as duas demandas tera˜o a mesma inclinac¸a˜o, o que justifica a resposta Falso. 1 e) A variac¸a˜o compensadora e´ sempre maior do que a variac¸a˜o equivalente. S: Falso. Um contraexemplo e´ o caso de utilidade quase-linear: a VC e a VE sera˜o iguais para mudanc¸as de prec¸os no bem que entra de modo na˜o-linear na utilidade, considerando soluc¸o˜es interiores. Outro contraexemplo e´ o caso de bens normais: a variac¸a˜o equivalente e´ menor do que ou igual a` variac¸a˜o compensadora. Questa˜o 2 (25 pontos): A utilidade de Carlos e´ dada por u(x1, x2) = x1 + x2. A renda de Carlos e´ R$ 20, e os prec¸os dos bens 1 e 2 sa˜o R$ 1 e R$ 2, respectivamente. Suponha que o prec¸o do bem 1 aumentou para R$ 3. (a) Determine o efeito total desse aumento na demanda de Carlos pelo bem 1. S: Esta utilidade representa bens substitutos perfeitos. Sabemos que as demandas dos dois bens sa˜o: xM1 (p1, p2,m) = { m/p1, se p1 < p2 0, se p1 > p2 Similarmente, xM2 (p1, p2,m) = { 0, se p1 < p2 m/p2, se p1 > p2 No caso em que p1 = p2, enta˜o qualquer cesta (x1, x2) tal que p1x1 + p2x2 = m e´ soluc¸a˜o do problema do consumidor. Enta˜o, temos que xM1 (p1 = 1, p2 = 2,m = 20) = 20 e x M 1 (p1 = 3, p2 = 2,m = 20) = 0. Quando o prec¸o do bem 1 aumenta de R$ 1,00 para R$ 3,00, e o prec¸o do bem 2 se mante´m em R$ 2,00, o consumidor deixa de consumir o bem 1 e passa a consumir apenas o bem 2. Portanto, o efeito total dessa mudanc¸a do prec¸o do bem 1 sobre a sua demanda e´ de menos 20 unidades (∆x1 = −20). (b) Decomponha o efeito total em efeito substituic¸a˜o Hicksiano e efeito renda. Interprete intu- itivamente o seu resultado. S: Vamos ilustrar a decomposic¸a˜o graficamente. O efeito substituic¸a˜o mante´m o n´ıvel de utilidade original constante. Para manter a utilidade original de Carlos, dada a mudanc¸a de prec¸os entre os bens, precisamos compensa´-lo em R$ 20,00: deste modo, sua renda aumenta para R$ 40,00 e ele comprara´ 20 unidades do bem 2, o que lhe da´ a mesma utilidade de antes. O efeito substituic¸a˜o hicksiano para o bem 1, dado o seu aumento de prec¸o, compo˜e todo o efeito total. Logo, o efeito renda sobre a demanda do bem 1 e´ nulo. A figura abaixo ilustra essa situac¸a˜o. 6 - x2 x1 u0 uF @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@sE sE ′ sE ′′ @ @ @ @ @ @ @@ 10 20 20 Mudanc¸a de E para E′′: Efeito Total Mudanc¸a de E para E′: Efeito Substituic¸a˜o hicksiano Mudanc¸a de E′ para E′′: Efeito Renda (hicksiano) HHHHHHHHHHHHHHHH J J J J J J J J J J J J J J JJ J J J J J J J J 2 Note que podemos usar a demanda hicksiana para calcular o efeito substituic¸a˜o dessa mu- danc¸a de prec¸os sobre a demanda do bem 1. A demanda hicksiana do bem 1 e´ dada por xh1(p1, p2, u0) = u0, se p1 < p2 e x h 1(p1, p2, u0) = 0, se p1 > p2 (o caso p1 = p2 na˜o e´ relevante aqui). Logo, ES = ∆xh1 = x h 1(p1 = 3, p2 = 2, u0 = 20)− xh1(p1 = 1, p2 = 2, u0 = 20) = 0− 20 = −20 (c) Decomponha o efeito total em efeito substituic¸a˜o de Slutsky e efeito renda. Interprete intuitivamente o seu resultado. S: O efeito subsitutic¸a˜o de Slutsky mante´m o poder de compra de Carlos inalterado. Para que ele compre a mesma cesta de antes, (x1, x2) = (20, 0), temos de compensa´-lo em R$ 40,00 (a figura abaixo ilustra essa situac¸a˜o): para comprar a cesta original, (x∗1, x ∗ 2) = (20, 0) o consumidor, aos novos prec¸os, precisa gastar p′1 × x∗1 + p2 × x∗2 = 3 × 20 + 2 × 0 = 60. Como a renda do indiv´ıduo e´ R$ 20, o valor da compensac¸a˜o de Slutsky e´ R$ 40,00. Com esta compensac¸a˜o, Carlos, ao substituir o consumo do bem 1 pelo bem 2, obte´m um n´ıvel de utilidade mais alto. O efeito substituic¸a˜o de Slutsky continua sendo igual ao efeito total, ja´ que, dados os novos prec¸os, Carlos preferira´ consumir apenas o bem 2 e na˜o ira´ mais consumir o bem 1. Podemos usar a demanda de Slutsky para calcular o efeito substituic¸a˜o de Slutsky dessa mudanc¸a de prec¸os sobre a demanda do bem 1. A demanda de Slutsky do bem 1 e´ dada por xS1 (p1 = 1, p2 = 2, (x ∗ 1 = 20, x ∗ 2 = 0) = x M 1 (p1 = 1, p2 = 2,m = p1x ∗ 1 + p2x ∗ 2 = 20) = 20 e x S 1 (p1 = 3, p2 = 2, (x ∗ 1 = 20, x ∗ 2 = 0) = x M 1 (p1 = 3, p2 = 2,m = p1x ∗ 1 + p2x ∗ 2 = 60) = 0. Logo, ESSlutsky = ∆x S 1 = x S 1 (p1 = 3, p2 = 2, (x ∗ 1, x ∗ 2))− xS1 (p1 = 1, p2 = 2, (x∗1, x∗2)) = 0− 20 = −20 6 - x2 x1 @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@sE u0 uF J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J sE ′ sE ′′ @ @ @ @ @ @ @@ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ 10 20 30 20 Mudanc¸a de E para E′′: Efeito Total Mudanc¸a de E para E′: Efeito Substituic¸a˜o de Slustky Mudanc¸a de E′ para E′′: Efeito Renda (de Slutsky) HHHHHHHHHHHHHHHH 3 d) Qual o valor da variac¸a˜o compensadora para esta mudanc¸a de prec¸os do bem 1? S: A variac¸a˜o compensadora e´ o valor moneta´rio que permite o consumidor alcanc¸ar o mesmo n´ıvel de utilidade original, antesda mudanc¸a de prec¸os. Na situac¸a˜o original, o indiv´ıduo comprava 20 unidades do bem 1. Quando o prec¸o do bem 1 aumenta para 3, o indiv´ıduo passa a consumir apenas o bem 2, 10 unidades do bem 2. Logo, para ele alcanc¸ar o n´ıvel de utilidade original, ele tera´ que consumir 20 unidades do bem 2, ou seja, a sua renda tera´ que aumentar em R$ 20. Portanto, a VC em valor absoluto e´ igual a R$ 20. Questa˜o 3 (25 pontos): Suponha dois bens com prec¸os positivos (p1 > 0 e p2 > 0). A renda do consumidor e´ denotada por m > 0 e a sua utilidade e´: u(x1, x2) = max{x1, x2} , onde a func¸a˜o ma´ximo e´ tal que: max{x1, x2} = { x1 , se x1 ≥ x2 x2 , se x2 > x1 a) Ilustre graficamente o mapa de indiferenc¸a gerado por essa func¸a˜o de utilidade. S: Esse e´ um exemplo de prefereˆncias “coˆncavas”, em que o consumidor prefere extremos a me´dias. A figura abaixo ilustra o mapa de indiferenc¸a gerado por essa utilidade. Para encontrar o formato de uma determinada curva de indiferenc¸a, associe um valor qualquer ao n´ıvel de utilidade associado a` curva de indiferenc¸a. Por exemplo, max{x1, x2} = 10. Note que se a cesta (x1, x2) e´ tal que x1 > 10 ou x2 > 10, enta˜o o n´ıvel de utilidade e´ maior do que 10 e se e´ tal que x1 < 10 e x2 < 10, enta˜o o n´ıvel de utilidade e´ menor do que 10. Logo, devemos ter que as cestas (x1, x2) que geram o n´ıvel de utilidade 10 sa˜o as cestas tais que ou x1 = 10 e x2 ≤ 10 ou x1 ≤ 10 e x2 = 10. O racic´ıonio continua va´lido para qualquer n´ıvel de utilidade que considerarmos. 6 - x1 x2 � ��� � ��� � ��� 4 b) Determine as demandas Marshallianas e a func¸a˜o de utilidade indireta. Podemos ter uma soluc¸a˜o interior para o problema do consumidor neste caso? S: O problema do consumidor e´: max x1,x2 max{x1, x2} s.a p1x1 + p2x2 = m A func¸a˜o de utilidade na˜o e´ diferencia´vel, logo na˜o podemos usar nem o me´todo de Lagrange nem o de Kuhn-Tucker para resolver esse problema. As curvas de indiferenc¸a acima e o formato da utilidade mostram que o consumidor ira´ consumir apenas o bem que for mais barato, ja´ que neste caso uma maior quantidade dele pode ser comprada se nada for comprado do outro bem e o n´ıvel de utilidade obtido sera´ ma´ximo: se p1 < p2 enta˜o m/p1 > m/p2 e max{m/p1, 0} > max{x1, x2} para qualquer outra cesta (x1, x2) tal que a restric¸a˜o orc¸amenta´ria seja satisfeita (p1x1 + p2x2 ≤ m). Portanto, as func¸o˜es de demanda dos dois bens sa˜o: xM1 (p1, p2,m) = { m/p1, se p1 < p2 0, se p1 > p2 e xM2 (p1, p2,m) = { 0, se p1 < p2 m/p2, se p1 > p2 No caso em que p1 = p2, as duas cestas (m/p1, 0) e (0,m/p2) maximizam o bem-estar do consumidor (ver figura abaixo). Logo, a soluc¸a˜o do problema do consumidor sera´ sempre de canto (isto e´, apenas um dos bens sera´ consumido). A func¸a˜o de utilidade indireta sera´ enta˜o: v(p1, p2,m) = m/p1 , se p1 < p2 m/p2 , se p1 > p2 m/p1 = m/p2 , se p1 = p2 Podemos enta˜o escrever a func¸a˜o de utilidade indireta de modo mais simples como: v(p1, p2,m) = m min{p1, p2} 6 - x1 x2 @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@ rE rE ′ m p2 m p1 No caso p1 = p2: duas soluc¸o˜es: E e E ′ 5 c) Mostre que as demandas encontradas no item anterior satisfazem a Lei de Walras e que a demanda do bem 1 satisfaz a propriedade de homogeneidade. S: Lei de Walras: p1x ∗ 1 + p2x ∗ 2 = p1 × (m/p1) + p2 × 0, se p1 < p2 p1 × 0 + p2 × (m/p2), se p1 > p2 p1 × (m/p1) + p2 × 0 = p1 × 0 + p2 × (m/p2), se p1 = p2 = m, quaisquer que sejam os valores de p1 e p2. Logo, as demandas Marshallianas exaurem a renda do consumidor (p1x ∗ 1 + p2x ∗ 2 = m), qualquer que seja a relac¸a˜o de prec¸os considerada, conforme a lei de Walras prediz. Vamos verificar a validade da propriedade de homogeneidade (de grau zero nos prec¸os e na renda) da demanda do bem 1. Para todo t > 0 temos que: xM1 (tp1, tp2, tm) = tm/tp1, se tp1 < tp2 0, se tp1 > tp2 0 ou tm/tp1, se tp1 = tp2 = m/p1, se p1 < p2 0, se p1 > p2 0 ou m/p1, se p1 = p2 = xM1 (p1, p2,m) o que demonstra que a demanda Marshalliana do bem 1 e´ de fato homogeˆnea de grau zero nos prec¸os e na renda. d) Determine a func¸a˜o dispeˆndio e as demandas hicksianas. S: Vamos usar a relac¸a˜o de dualidade entre a func¸a˜o de utilidade indireta e a func¸a˜o dispeˆndio, dada por v(p1, p2, e(p1, p2, u0)) = u0. Considerando a func¸a˜o de utilidade in- direta encontrada no item b) acima, obtemos: e(p1, p2, u0) min{p1, p2} = u0 ⇒ e(p1, p2, u0) = min{p1, p2}u0 Note que neste caso na˜o podemos utilizar o Lema de Shephard para encontrar as demandas hicksianas, ja´ que a func¸a˜o dispeˆndio na˜o e´ diferencia´vel. Pore´m, podemos usar a relac¸a˜o de dualidade entre demanda hicksiana e demanda marshalianna, dada por xhi (p1, p2, u0) = xMi (p1, p2, e(p1, p2, u0)), i = 1, 2. Neste caso, obtemos que: xhi (p1, p2, u0) = { min{p1, p2}u0/p1 = u0, se p1 < p2 0, se p1 > p2 xM2 (p1, p2,m) = { 0, se p1 < p2 min{p1, p2}u0/p2 = u0, se p1 > p2 ou seja, xhi (p1, p2, u0) = { u0, se p1 < p2 0, se p1 > p2 e xM2 (p1, p2,m) = { 0, se p1 < p2 u0, se p1 > p2 No caso em que p1 = p2, existem duas cestas o´timas: (u0, 0) e (0, u0). Observe que as demandas hicksianas e a func¸a˜o dispeˆndio podem ser derivadas resolvendo-se diretamente o problema de minimizac¸a˜o de dispeˆndio. e) Suponha que m = 200, p2 = 3 e que o prec¸o do bem 1 aumentou de 1 para 2 (ou seja, p1 = 1 e mudou para p ′ 1 = 2). Calcule a variac¸a˜o no excedente do consumidor, a variac¸a˜o compensadora e a variac¸a˜o equivalente associadas a essa mudanc¸a no prec¸o do bem 1 (caso necessa´rio, use a aproximac¸a˜o ln(2) ≈ 0, 7). 6 S: Como o prec¸o do bem 1, mesmo apo´s o seu aumento, continua menor do que o prec¸o o bem 2, enta˜o o indiv´ıduo continua consumido o bem 1. Logo, a variac¸a˜o no excedente do consumidor e´ dada por: ∆EC = ∫ p1 p′1 xM(p1)dp1 = − ∫ 2 1 200 p1 dp1 = −200 [ln(2)− ln(1)] ≈ −140 Podemos calcular a V C e a V E de dois modos, ou usando diretamente a definic¸a˜o ou calculando a integral da demanda hicksiana apropriada. No segundo caso, basta observar que antes do aumento do prec¸o, o consumidor obtinha um n´ıvel de utilidade u0 = 200 e depois do aumento do prec¸o ele obte´m um n´ıvel de utilidade u1 = 100. Portanto, V C = ∫ p1 p′1 xh(p1, u 0)dp1 = − ∫ 2 1 u0 dp = −200 [2− 1] = −200 V E = ∫ p1 p′1 xh(p1, u 1)dp1 = − ∫ 2 2 u1 dp = −100 [2− 1] = −100. Logo, V C < ∆EC < V E, o que indica um bem normal. Se usarmos diretamente as definic¸o˜es de V C e V E, basta utilizarmos a utilidade indireta obtida no item b) acima: V C : v(p1, p2,m) = v(p ′ 1, p2,m− V C) ⇒ 200 1 = 200− V C 2 ⇒ V C = −200 V E : v(p1, p2,m+ V E) = v(p ′ 1, p2,m) ⇒ 200 + V E 1 = 200 2 ⇒ V E = −100 Questa˜o 4 (25 pontos): A func¸a˜o dispeˆndio de Carlos e´ dada por: e(p1, p2, u0) = ( p1p2 p1 + p2 ) u0 a) Encontre a func¸a˜o de utilidade indireta de Carlos. S: Para encontrar a func¸a˜o de utilidade indireta v, usamos a relac¸a˜o de dualidade entre e e v, dada por e(p1, p2, v(p1, p2,m)) = m:( p1p2 p1 + p2 ) v(p1, p2,m) = m ⇒ v(p1, p2,m) = ( p1 + p2 p1p2 ) m b) Encontre as demandas Hicksianas de Carlos. S: As demandas Hicksianas podem ser obtidas usando o Lema de Shephard: ∂e(p1, p2, u0) ∂pi = xhi (p1, p2, u0), i = 1, 2 Fazendo a derivac¸a˜o, encontramos: xh1(p1, p2, u0) = ( p2 p1 + p2 )2 u0 e x h 2(p1, p2, u0) = ( p1 p1 + p2 )2 u0 c) Encontre as demandas Marshallianas de Carlos. S: As demandas Marshallianas podem ser obtidas usando a identidade de Roy ou a relac¸a˜o de dualidade entre demanda Hicksiana e demanda Marshalianna, dada por xMi (p1, p2,m) = xhi (p1, p2, v(p1, p2,m)), i = 1, 2. Usando a identidade deRoy, dada por: xi(p1, p2,m) = −∂v(p1, p2,m)/∂pi ∂v(p1, p2,m)/∂m , i = 1, 2 , 7 encontramos: x1(p1, p2,m) = ( p2 p1(p1 + p2) ) m e x2(p1, p2,m) = ( p1 p2(p1 + p2) ) m d) Calcule as elasticidades-prec¸o e renda dos bens 1 e 2. Se a renda aumentar em 10%, o que voceˆ pode dizer que acontecera´ com o consumo de cada um dos dois bens? S: As elasticidades-prec¸o das duas demandas sa˜o: �11 = p1 x1 × ∂x1 ∂p1 = ( p31 + p 2 1p2 p2m ) × ( (2p1 + p2)p2m (p21 + p1p2) 2 ) = 2p41 + 3p 3 1p2 + p 2 1p 2 2 p41 + 2p 3 1p2 + p 2 1p 2 2 = 2p21 + 3p1p2 + p 2 2 p21 + 2p1p2 + p 2 2 �22 = p2 x2 × ∂x2 ∂p2 = ( p32 + p1p2 p2m ) × ( (2p1 + p2)p2m (p21 + p1p2) 2 ) = 2p41 + 3p1p 3 2 + p 2 1p 2 2 p42 + 2p1p 3 2 + p 2 1p 2 2 = 2p22 + 3p1p2 + p 2 1 p21 + 2p1p2 + p 2 1 As elasticidades-renda sa˜o: η1 = m x1 × ∂x1 ∂m = ( p21 + p1p2 p2 ) × ( p2 p21 + p1p2 ) = 1 η2 = m x2 × ∂x2 ∂m = ( p22 + p1p2 p1 ) × ( p1 p22 + p1p2 ) = 1 Como as elasticidades renda dos dois bens sa˜o unita´rias, enta˜o se a renda aumentar em 10%, o consumo de cada um dos bens aumentara´ tambe´m em 10%. 8
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