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Procedimentos Jurisdição Voluntária

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
A jurisdição voluntária ocorre nas situações em que o Estado, através do Poder Judiciário, exerce atos de administração de interesses particulares.
Embora não haja lide, aquele que devidamente citado, não se manifestar, estará sujeito aos efeitos da revelia.
O Ministério Público será intimado para manifestar-se, quando a ação não for de sua iniciativa, e tratar-se de interesse público ou social; interesse de incapaz ou litígios coletivos pela posse de terra urbana ou rural.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
A Defensoria Pública também poderá tomar a iniciativa de propor a ação, em especial em defesa dos direitos humanos.
A Fazenda Pública também se manifestará em casos necessários.
Da sentença caberá apelação.
O Juiz poderá adotar em cada caso, a solução mais oportuna; não precisando seguir a legalidade estrita.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 719.  Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes desta Seção.
Art. 720.  O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 721.  Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 722.  A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse. 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 723.  O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único.  O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
Art. 724.  Da sentença caberá apelação.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 725.  Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:
I - emancipação;
II - sub-rogação;
III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos;
IV - alienação, locação e administração da coisa comum;
V - alienação de quinhão em coisa comum;
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória;
VII - expedição de alvará judicial;
VIII- homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor.
Parágrafo único.  As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos procedimentos regulados nas seções seguintes.
NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES
De medidas cautelares, tornaram-se procedimentos especiais.
O protesto ainda se utiliza desta forma de procedimento.
Notificações têm a finalidade de estipular prazo ou pena à outrem, para que este faça ou deixe de fazer algo.
Interpelações têm finalidade de constituir o credor em mora.
NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES
A petição inicial é simplificada e é dirigida ao Juiz do domicílio do notificado/interpelado. 
A sentença tem natureza de comunicado e após a conclusão do procedimento, os autos serão entregues em carga ao requerente.
Em que pese a usual falta de contraditório nestes institutos, a nova redação do Código de Processo Civil introduziu a oitiva do Requerido se houver suspeita da utilização do procedimento para fins ilícitos ou se houver requerimento de averbação da notificação em registro público.
NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES
Art. 726.  Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre assunto juridicamente relevante poderá notificar pessoas participantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito.
§ 1o Se a pretensão for a de dar conhecimento geral ao público, mediante edital, o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária ao resguardo de direito.
§ 2o Aplica-se o disposto nesta Seção, no que couber, ao protesto judicial.
Art. 727.  Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726, para que faça ou deixe de fazer o que o requerente entenda ser de seu direito.
NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES
Art. 728.  O requerido será previamente ouvido antes do deferimento da notificação ou do respectivo edital:
I - se houver suspeita de que o requerente, por meio da notificação ou do edital, pretende alcançar fim ilícito;
II - se tiver sido requerida a averbação da notificação em registro público.
Art. 729.  Deferida e realizada a notificação ou interpelação, os autos serão entregues ao requerente
ALIENAÇÃO JUDICIAL
Utilizada em três hipóteses:
a) para solução de questões, onde as partes não se entendam quanto à alienação de bens comuns, o que será efetivado através de leilões;
b) como cautela, nas hipóteses em que bens constritos judicialmente estejam em risco de deterioração ou cuja guarda seja dispendiosa;
c) como meio de resguardar interesses de incapazes ou de mentalmente enfermos.
ALIENAÇÃO JUDICIAL
Art. 730.  Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará aliená-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no que couber, o disposto nos arts. 879 a 903.
ALIENAÇÃO JUDICIAL
Art. 879.  A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Art. 903.  Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
O procedimento do divórcio foi equiparado ao da extinção da União Estável.
Na petição, assinada pelos cônjuges deverão constar, além do pedido de homologação do divórcio; disposições sobre guarda e visita de filhos, alimentos entre cônjuges e partilha de bens.
A partilha poderá ser efetuada posteriormente; homologando-se as demais condições.
Em caso de ausência de filhos menores ou mentalmente e enfermos, o procedimento pode ser efetuado através de escritura pública.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
Art. 731.  A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
Parágrafo único.  Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
Art. 732.  As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
Art. 733.  O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
§ 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos poradvogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
Quanto à alteração de regime de matrimônio, trata-se de procedimento simplificado, com a obrigatoriedade de intervenção do Ministério Público e resguardo dos direitos de terceiros, com divulgação preferencialmente por edital.
Pode ser justificada, por exemplo, pela preservação do patrimônio, caso um dos cônjuges queira ingressar em uma sociedade empresária.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
A inicial deverá conter a assinatura de ambos os cônjuges, as razões que justifiquem a alteração requerida (sem necessidade de muito detalhamento que possa prejudicar a vida íntima do casal); e de forma facultativa, meios alternativos de divulgação do requerimento, para não prejudicar interesses de terceiros.
Após oitiva do Ministério Público, e trinta dias depois da publicação do edital de divulgação, o Juiz decidirá.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
Art. 734.  A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1o Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital.
DIVÓRCIO, EXTINÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE MATRIMÔNIO
§ 2o Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
TESTAMENTO E CODICILO
A capacidade para testar está diretamente relacionada à capacidade geral para os atos da vida civil:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei (CC).
TESTAMENTO E CODICILO
Enquanto a sucessão legítima decorre de uma vontade presumida do de cujus, a sucessão testamentária decorre da vontade expressa do testador.
No Brasil, não é permitido o pacto sucessório, isto é, a herança da pessoa viva; mas nada impede a partilha em vida, desde que respeitados os quinhões dos herdeiros necessários
TESTAMENTO E CODICILO
Por exceção, os maiores de dezesseis anos, ainda que relativamente incapazes poderão testar sem assistência de seus representantes legais, uma vez que a regra especial do Parágrafo único do artigo 1860 do Código Civil prevalece sobre a regra geral das capacidades; e além disto o testamento é ato personalíssimo e revogável.
O pleno discernimento descrito pelo artigo 1860 do Código Civil, envolve a total capacidade mental para testar: assim mesmo que o testador não seja interditado, se provar-se que à ocasião não tinha capacidade mental para testar, o testamento será inválido.
Por outro lado, se perdeu a capacidade posteriormente a sua realização, ainda assim poderá ser considerado válido o testamento.
TESTAMENTO E CODICILO
O testamento cerrado, secreto ou místico é a forma de testamento escrita pelo próprio testador ou a seu rogo, em que se mantém em sigilo as determinações do testador (inclusive eventual deserdação ou perdão do indigno).
Tal forma de testamento é complementada e só terá eficácia após ser autenticada ou aprovada pelo tabelião (que conhecerá ou não o que nele está contido), na presença de duas testemunhas.
TESTAMENTO E CODICILO
O testamento cerrado é composto da cédula testamentária, que deverá ser escrita manual ou mecanicamente pelo testador ou a seu rogo por alguém que não tenha interesse ou benefício no testamento (inclusive o tabelião), em língua nacional ou estrangeira (será vertido para a língua nacional por tradutor juramentado quando da abertura da sucessão); e do auto de aprovação ou autenticação lavrado em língua nacional pelo tabelião.
A entrega do testamento cerrado ao tabelião é ato personalíssimo do testador e uma vez efetuado na presença de duas testemunhas, o tabelião fará o cerramento do documento (a cédula é dobrada, costurada em cinco pontos, sobre os quais lançam-se pingos de lacre).
TESTAMENTO E CODICILO
O rompimento do lacre (que presume-se efetuado pelo próprio testador, até prova em contrário) será considerado como revogação do testamento; 
A ausência dos requisitos legais levará à nulidade do testamento cerrado.
Há ainda o risco de que tal documento se extravie, motivo pelo qual o testamento público em geral é mais vantajoso.
TESTAMENTO E CODICILO
O testamento público é o testamento efetuado pelo tabelião ou se substituto legal em livro de notas e em língua nacional, à partir da declaração oral do testador (que poderá se valer de minuta escrita por advogado), em presença de duas testemunhas que acompanharão integralmente o ato, inclusive ouvindo a leitura em voz alta efetuada pelo tabelião, ao mesmo tempo que o testador.
TESTAMENTO E CODICILO
Algumas pessoas, como o cego e o analfabeto (cuja assinatura será feita a rogo por uma das testemunhas instrumentárias) deverão obrigatoriamente fazer o testamento público.
Inclusive, a segurança do testamento público está justamente no fato de que o tabelião pode identificar o testador e verificar se ele tem capacidade para testar.
TESTAMENTO E CODICILO
O testamento particular ou hológrafo é o testamento escrito pelo testador de próprio punho (ou mecanicamente), por ele assinado e lido na presença de três testemunhas, que o subscreverão.
Embora seja mais cômodo que o testamento público, é mais arriscado porque além de poder ser extraviado, ainda corre-se o risco de que as testemunhas venham a faltar, prejudicando as disposições de última vontade do testador.
TESTAMENTO E CODICILO
Há entendimentos jurisprudenciais que têm admitido que o testamento particular seja ditado pelo testador para que outra pessoa o escreva, desde que tal ditado seja feito na presença de testemunhas.
Pode ainda ser escrito em língua estrangeira, desde que as testemunhas a compreendam;
A publicação e confirmação do testamento particular se darão em juízo, na presença dos sucessores legítimos e desde que pelo menos uma testemunha confirme seus termos; além do Juiz não verificar nenhum vício em sua confecção.
TESTAMENTO E CODICILO
Em situações excepcionais poderá ser lavrado testamento particular pelo testador, sem a presença de testemunhas; mas sua validade ficará à critério do Juiz.
Por falta de determinação legal específica, podem ser testemunhas todas as pessoas que não sejam vedadas pelos artigos I à III do artigo 228 do Código Civil:
TESTAMENTO E CODICILO
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
II- aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil;
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam;(CC).
TESTAMENTO E CODICILO
Art. 735.  Recebendo testamento cerrado, o juiz, se não achar vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade, o abrirá e mandará que o escrivão o leia em presença do apresentante.
§ 1o Do termo de abertura constarão o nome do apresentante e como ele obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento do testador, com as respectivas provas, e qualquer circunstância digna de nota.
§ 2o Depois de ouvido o Ministério Público, não havendo dúvidas a serem esclarecidas, o juiz mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento.
§ 3o Feitoo registro, será intimado o testamenteiro para assinar o termo da testamentária.
TESTAMENTO E CODICILO
§ 4o Se não houver testamenteiro nomeado ou se ele estiver ausente ou não aceitar o encargo, o juiz nomeará testamenteiro dativo, observando-se a preferência legal.
§ 5o O testamenteiro deverá cumprir as disposições testamentárias e prestar contas em juízo do que recebeu e despendeu, observando-se o disposto em lei.
Art. 736.  Qualquer interessado, exibindo o traslado ou a certidão de testamento público, poderá requerer ao juiz que ordene o seu cumprimento, observando-se, no que couber, o disposto nos parágrafos do art. 735.
TESTAMENTO E CODICILO
Art. 737.  A publicação do testamento particular poderá ser requerida, depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatário ou pelo testamenteiro, bem como pelo terceiro detentor do testamento, se impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros legitimados para requerê-la.
§ 1o Serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a publicação do testamento.
§ 2o Verificando a presença dos requisitos da lei, ouvido o Ministério Público, o juiz confirmará o testamento.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao codicilo e aos testamentos marítimo, aeronáutico, militar e nuncupativo.
§ 4o Observar-se-á, no cumprimento do testamento, o disposto nos parágrafos do art. 735.
HERANÇA JACENTE
É a herança decorrente de alguém que falece sem deixar testamento ou herdeiros.
O procedimento tem por objetivo arrecadar os bens do de cujus, os quais ficarão sob a guarda de um Curador até que seja entregue a eventual herdeiro ou seja declarada sua vacância.
Haverá fiscalização por parte do Ministério Público
HERANÇA JACENTE
A alienação de quaisquer bens depende de autorização judicial; e em geral se dará por conta do perecimento do bem ou pagamento de dívidas.
Não haverá alienação de bens imóveis, se a Fazenda ou o habilitando adiantarem as despesas de eventuais dívidas.
Bens de afeição só serão alienados após a declaração de vacância da herança.
HERANÇA JACENTE
A arrecadação de bens se fará por oficial de Justiça ou pelas autoridades policiais, acompanhados do curador (se houver) ou de duas testemunhas. Será lavrado auto circunstanciado.
Na ocasião serão indagados vizinhos e conhecidos sobre a existência de novos bens, inclusive em outras Comarcas (para as quais serão expedidas cartas precatórias para a arrecadação).
HERANÇA JACENTE
Objetos pessoais e cartas serão arquivados pelo Juiz para entrega a eventuais herdeiros (ou incineração, se não forem encontrados).
Na falta de curador, os bens serão entregues a um depositário; e se aparecerem herdeiros, cessará a arrecadação.
HERANÇA JACENTE
Haverá após a arrecadação, publicação na imprensa local por 3 (três) vezes, com intervalo de 1(um) mês; caso não seja possível publicar na plataforma do CNJ, onde deverá permanecer por três meses; para que os herdeiros venham se habilitar em seis meses, contados da primeira publicação.
HERANÇA JACENTE
Verificada a existência de herdeiros ou testamenteiros serão citados apesar do edital; 
Sendo estrangeiro o de cujus será emitido aviso à autoridade consular.
Surgindo herdeiros, será julgada a habilitação e se considerada procedente, a arrecadação será convertida em inventário.
HERANÇA JACENTE
Credores poderão habilitar-se ou propor ação de cobrança.
Um ano após publicado o edital, a herança será considerada vacante e eventuais herdeiros que venham a surgir depois do trânsito em julgado desta decisão, deverão ingressar com ação direta.
HERANÇA JACENTE
Art. 738.  Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.
Art. 739.  A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância.
HERANÇA JACENTE
§ 1o Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2o Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161.
HERANÇA JACENTE
Art. 159.  A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.
Art. 160.  Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução.
Parágrafo único.  O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do administrador.
HERANÇA JACENTE
Art. 161.  O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
Parágrafo único.  O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça.
HERANÇA JACENTE
Art. 740.  O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1o Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
HERANÇA JACENTE
§ 2o Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado.
§ 3o Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informação.
HERANÇA JACENTE
§ 4o O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5o Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
HERANÇA JACENTE
§ 6o Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.
HERANÇA JACENTE
Art. 741.  Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
§ 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
HERANÇA JACENTE
§ 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular.
§ 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4o Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança.
HERANÇA JACENTE
Art. 742.  O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bensmóveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
HERANÇA JACENTE
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
§ 1o Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2o Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da herança.
HERANÇA JACENTE
Art. 743.  Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante.
§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2o Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.
BENS DE AUSENTES
Arrecadação dos bens: do mesmo modo que na herança jacente
Fase de Curadoria: publicados editais de dois em dois meses por um ano
BENS DE AUSENTES
Sucessão provisória: após um ano do prazo do edital (ou três se tiver procurador), é aberta a sucessão provisória
 Ocorre a citação dos herdeiros e após o trânsito em julgado da decisão que fizer a abertura da sucessão provisória, é aberto o testamento (se houver) e iniciado o inventário e a partilha
Cento e oitenta dias após a publicação, são entregues os bens provisoriamente aos herdeiros, mediante caução, salvo se descendentes, ascendentes ou cônjuges.
BENS DE AUSENTES
Sucessão definitiva: quando houver certeza da morte do ausente; a requerimento dos interessados, dez (10) anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória, com o levantamento das cauções prestadas; ou provando- se que o ausente conta 80 (oitenta) anos de nascido, e que de 5 (cinco) datam as últimas notícias suas.
BENS DE AUSENTES
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
BENS DE AUSENTES
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador
BENS DE AUSENTES
§ 1o Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória, observando-se o disposto em lei.
§ 2o O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provisória, pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes e do curador e, por editais, a dos ausentes para requererem habilitação, na forma dos arts. 689 a 692.
§ 3o Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da sucessão provisória em definitiva.
§ 4o Regressando o ausente ou algum de seus descendentes ou ascendentes para requerer ao juiz a entrega de bens, serão citados para contestar o pedido os sucessores provisórios ou definitivos, o Ministério Público e o representante da Fazenda Pública, seguindo-se o procedimento comum.
BENS DE AUSENTES
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV -os credores de obrigações vencidas e não pagas.
BENS DE AUSENTES
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
BENS DE AUSENTES
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
BENS DE AUSENTES
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
BENS DE AUSENTES
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
BENS DE AUSENTES
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
BENS DE AUSENTES
Art. 37. Dez anos depoisde passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
BENS DE AUSENTES
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
BENS DE AUSENTES
Art. 744.  Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
Art. 745.  Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 (um) ano, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois) em 2 (dois) meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens.
COISAS VAGAS
São coisas perdidas, sendo que o descobridor terá direito a uma recompensa de até cinco por cento do seu valor (dependendo do esforço na localização do dono), e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa; se o dono não preferir abandoná-la. 
Responderá, porém, pelos danos causados, se agiu com dolo.
COISAS VAGAS
Caso não localize o dono, entregará o bem às autoridades, que farão publicar um edital e se em sessenta dias após a publicação, não aparecer o proprietário, o bem será vendido em hasta pública, e descontada a recompensa e despesas do edital, o valor será atribuído ao Município onde o bem foi localizado; salvo se de valor diminuto, quando o bem será entregue ao descobridor antes de tais providências.
COISAS VAGAS
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
COISAS VAGAS
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valor os comportar.
COISAS VAGAS
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem a achou.
COISAS VAGAS
Art. 746.  Recebendo do descobridor coisa alheia perdida, o juiz mandará lavrar o respectivo auto, do qual constará a descrição do bem e as declarações do descobridor.
§ 1o Recebida a coisa por autoridade policial, esta a remeterá em seguida ao juízo competente.
COISAS VAGAS
§ 2o  Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, para que o dono ou o legítimo possuidor a reclame, salvo se se tratar de coisa de pequeno valor e não for possível a publicação no sítio do tribunal, caso em que o edital será apenas afixado no átrio do edifício do fórum.
§ 3o Observar-se-á, quanto ao mais, o disposto em lei.
INTERDIÇÃO
Sua utilidade tem sido muito discutida ante o instituto da tomada de decisão apoiada, através da qual o portador de deficiência mental poderá por si só indicar duas pessoas que apoiarão suas decisões, constando do pedido os limites e compromisso dos apoiadores no respeito à vontade do requerente.
Todavia só pode ser aplicada quando a pessoa ainda consegue realizar alguns atos da vida civil; o que mantém a necessidade da interdição para as pessoas que já não podem tomar nenhuma decisão.
INTERDIÇÃO
Foi introduzido pelo Estatuto do Deficiente (Lei 13.146/2015) e alterou o Código Civil: 
Art. 1.783-A.  A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) 
INTERDIÇÃO
§ 1 o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)    (Vigência) 
§ 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)     (Vigência) 
INTERDIÇÃO
§ 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)    (Vigência) 
§ 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)    (Vigência) 
§ 5 o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)     (Vigência) 
INTERDIÇÃO
6 o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)     (Vigência) 
§ 7 o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)     (Vigência) 
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação deapoio.     (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
INTERDIÇÃO
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.     (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
§ 10.  O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.     (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
§ 11.  Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.      (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (CC).
INTERDIÇÃO
A interdição é considerada procedimento de jurisdição voluntária, uma vez que trata do interesse de uma única parte, o interditando.
Pode ser proposta pelo cônjuge, companheiro, parentes, tutores, representantes de entidades que o interditando se encontra abrigado; e na falta ou incapacidade destes, pelo Ministério Público.
INTERDIÇÃO
Na inicial será demonstrada detalhadamente a necessidade da medida, inclusive com a juntada do laudo e pedido de nomeação de curador provisório, se for o caso.
O interditando será entrevistado e poderá impugnar o pedido (no prazo de quinze dias após a entrevista); havendo depois a produção de prova pericial.
INTERDIÇÃO
Se julgado procedente o pedido (que pode ser parcial), na sentença será designado o curador que melhor atenda os interesses do interdito e a interdição será inscrita no registro de pessoas naturais.
Haverá ainda publicação na imprensa local, 1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias; caso não seja possível publicar na plataforma do CNJ, onde deverá permanecer por seis meses.
INTERDIÇÃO
O curador tratará dos interesses do interdito e buscará promover seu tratamento e sua autonomia.
Cessada a causa da interdição, o interdito ou o Ministério Público requererão o levantamento (ainda que parcial) da medida, o que poderá ser deferida após parecer da equipe disciplinar.
Transitada em julgado a decisão haverá averbação no registro das pessoas naturais (após publicação por três vezes no órgão oficial, com intervalo de dez dias; não sendo possível ser publicado na plataforma do CNJ, onde deverá permanecer por seis meses).
INTERDIÇÃO
Art. 747. A interdição pode ser promovida:
I - pelo cônjuge ou companheiro;
II - pelos parentes ou tutores;
III - pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
IV - pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a petição inicial.
INTERDIÇÃO
Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença mental grave:
I - se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existirem ou não promoverem a interdição;
II - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I e II do art. 747 . 
INTERDIÇÃO
Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fatos que demonstram a incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se for o caso, para praticar atos da vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou.
Parágrafo único. Justificada a urgência, o juiz pode nomear curador provisório ao interditando para a prática de determinados atos.
INTERDIÇÃO
Art. 750. O requerente deverá juntar laudo médico para fazer prova de suas alegações ou informar a impossibilidade de fazê-lo.
 Art. 751. O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o entrevistará minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências e laços familiares e afetivos e sobre o que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto à sua capacidade para praticar atos da vida civil, devendo ser reduzidas a termo as perguntas e respostas.
§ 1º Não podendo o interditando deslocar-se, o juiz o ouvirá no local onde estiver.
INTERDIÇÃO
§ 2º A entrevista poderá ser acompanhada por especialista.
§ 3º Durante a entrevista, é assegurado o emprego de recursos tecnológicos capazes de permitir ou de auxiliar o interditando a expressar suas vontades e preferências e a responder às perguntas formuladas.
§ 4º A critério do juiz, poderá ser requisitada a oitiva de parentes e de pessoas próximas.
INTERDIÇÃO
Art. 752. Dentro do prazo de 15 (quinze) dias contado da entrevista, o interditando poderá impugnar o pedido. 
§ 1º O Ministério Público intervirá como fiscal da ordem jurídica. 
§ 2º O interditando poderá constituir advogado, e, caso não o faça, deverá ser nomeado curador especial. 
§ 3º Caso o interditando não constitua advogado, o seu cônjuge, companheiro ou qualquer parente sucessível poderá intervir como assistente. 
INTERDIÇÃO
Art. 753. Decorrido o prazo previsto no art. 752 , o juiz determinará a produção de prova pericial para avaliação da capacidade do interditando para praticar atos da vida civil. 
§ 1º A perícia pode ser realizada por equipe composta por expertos com formação multidisciplinar. 
§ 2º O laudo pericial indicará especificadamente, se for o caso, os atos para os quais haverá necessidade de curatela. 
Art. 754. Apresentado o laudo, produzidas as demais provas e ouvidos os interessados, o juiz proferirá sentença. 
INTERDIÇÃO
Art. 755. Na sentença que decretar a interdição, o juiz: 
I - nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdição, e fixará os limites da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do interdito; 
II - considerará as características pessoais do interdito, observando suas potencialidades, habilidades, vontades e preferências. 
§ 1º A curatela deve ser atribuída a quem melhor possa atender aos interesses do curatelado. 
INTERDIÇÃO
§ 2º Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guarda e a responsabilidade do interdito, o juiz atribuirá a curatela a quem melhor puder atender aos interesses do interdito e do incapaz. 
§ 3º A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas naturais e imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente. 
INTERDIÇÃO
Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou. 
§ 1º O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo curador ou pelo Ministério Público e será apensado aos autos da interdição. 
§ 2º O juiz nomeará perito ou equipe multidisciplinar para proceder ao exame do interdito e designará audiência de instrução e julgamento após a apresentação do laudo. 
INTERDIÇÃO
§ 3º Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição e determinará a publicação da sentença, após o trânsito em julgado, na forma do art. 755, § 3º , ou, não sendo possível, na imprensa local e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, seguindo-se a averbação no registro de pessoas naturais. 
§ 4º A interdição poderá ser levantada parcialmente quando demonstrada a capacidade do interdito para praticar alguns atos da vida civil. 
INTERDIÇÃO
Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais conveniente aos interesses do incapaz. 
Art. 758. O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito. 
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Tutor: responsável por administrar bens de crianças e adolescentes.
Curador: responsável por administrar os atos da vida civil do interdito.
Ambos seguemdisposições comuns, como a de prestar compromisso no prazo de cinco dias da nomeação (ou do despacho que determinar o cumprimento do testamento ou do instrumento público que o houver instruído).
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Poderão eximir-se do encargo em cinco dias da intimação (antes de assumir); ou após assumir do encargo, também em cinco dias, agora contados do dia em que sobrevier o motivo da recusa; sob pena de ser considerada a renúncia a tal direito.
Se o juiz não aceitar a recusa, continuarão com o encargo até que sejam dispensados por sentença transitada em julgado.
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Poderão ser removidos, a pedido do Ministério Público, ocasião em que serão citados para contestar no prazo de cinco dias, após o que o feito seguirá pelo procedimento comum; e sendo o caso de extrema gravidade, poderá ser nomeado um substituto interino até que tudo se resolva.
Cessada a função do tutor ou curador, pelo decurso de prazo, poderá requerer exoneração em dez dias, sob pena de ser reconduzido ao cargo.
De qualquer modo, terão que prestar contas, de acordo com a lei civil.
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Art. 759. O tutor ou o curador será intimado a prestar compromisso no prazo de 5 (cinco) dias contado da: 
I - nomeação feita em conformidade com a lei; 
II - intimação do despacho que mandar cumprir o testamento ou o instrumento público que o houver instituído. 
§ 1º O tutor ou o curador prestará o compromisso por termo em livro rubricado pelo juiz. 
§ 2º Prestado o compromisso, o tutor ou o curador assume a administração dos bens do tutelado ou do interditado. 
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Art. 760. O tutor ou o curador poderá eximir-se do encargo apresentando escusa ao juiz no prazo de 5 (cinco) dias contado: 
I - antes de aceitar o encargo, da intimação para prestar compromisso; 
II - depois de entrar em exercício, do dia em que sobrevier o motivo da escusa. 
§ 1º Não sendo requerida a escusa no prazo estabelecido neste artigo, considerar-se-á renunciado o direito de alegá-la. 
§ 2º O juiz decidirá de plano o pedido de escusa, e, não o admitindo, exercerá o nomeado a tutela ou a curatela enquanto não for dispensado por sentença transitada em julgado. 
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Art. 761. Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legítimo interesse requerer, nos casos previstos em lei, a remoção do tutor ou do curador. 
Parágrafo único. O tutor ou o curador será citado para contestar a arguição no prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual observar-se-á o procedimento comum. 
Art. 762. Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender o tutor ou o curador do exercício de suas funções, nomeando substituto interino. 
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E CURATELA
Art. 763. Cessando as funções do tutor ou do curador pelo decurso do prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito requerer a exoneração do encargo. 
§ 1º Caso o tutor ou o curador não requeira a exoneração do encargo dentro dos 10 (dez) dias seguintes à expiração do termo, entender-se-á reconduzido, salvo se o juiz o dispensar. 
§ 2º Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de contas pelo tutor ou pelo curador, na forma da lei civil. 
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
Fundação: é composta de dois elementos fundamentais: o patrimônio (essencial)e o fim (não lucrativo e externo, estabelecido por seu instituidor). Pode ser pública (patrimônio público com destinação especial e seguindo regras do Direito Administrativo) ou privada. O parágrafo único do artigo 62 tem um rol exemplificativo de fins, restringindo-se apenas o caráter lucrativo.
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
Constituição da fundação: tem quatro fases.
1) dotação : a reserva ou destinação de bens livres por escritura pública ou testamento; sendo ambos os atos revogáveis (até o registro da fundação, ou até a morte do dotador).
2) elaboração do estatuto: direta (pelo instituidor) ou fiduciária (por pessoa por ele designada). Caso o instituidor não elabore o estatuto, nem indica quem o fará, caberá ao Ministério Público fazê-lo.
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
3) aprovação do estatuto: o Ministério Público estadual local é a autoridade competente para verificar a regularização da fundação como um todo, em especial do estatuto, cabendo ao Juiz suprir a aprovação, inclusive com alterações que entenda necessárias, e mesmo quando for elaborado pelo próprio Ministério Público. Terceiros interessados também podem requer o suprimento.
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
4) registro do estatuto: no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Com o registro se inicia a existência legal da fundação. A extinção da fundação ocorrerá se tornar-se ilícita, impossível (problemas financeiros) ou inútil (quando o fim foi alcançado. Ex: doença a cuja cura a fundação de dedica, foi erradicada; ou se vencer o prazo de sua existência (fixado pelo instituidor). 
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
Art. 764.  O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e de suas alterações sempre que o requeira o interessado, quando:
I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem exigidas modificações com as quais o interessado não concorde;
II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público.
§ 1o O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 2o Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a fim de adaptá-lo ao objetivo do instituidor.
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
A extinção da fundação ocorrerá de acordo com o artigo 69 do Código Civil:
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante (CC).
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
No caso de extinção da fundação, o patrimônio será destinado ao fim determinado pelo instituidor, ou na falta desta determinação será destinada a outra fundação de finalidade semelhante.
 Na falta destas hipóteses, a doutrina entende que deva ser tratado o patrimônio como se fosse herança vacante.
DA ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
Art. 765.  Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando:
I - se tornar ilícito o seu objeto;
II - for impossível a sua manutenção;
III - vencer o prazo de sua existência.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
O protesto marítimo é o relato do capitão do navio, efetuado no Diário de Navegação, para comprovar sinistros, avarias ou quaisquer perdas sofridas pelo navio ou sua carga, ou ambos, e que tem por fim eximir o capitão pelos casos fortuitos ou de força maior; sendo testemunhado e assinado pelas pessoas a bordo.
Também pode ocorrer a transcrição da ata de deliberação tomada pelos oficiais que autorização o capitão (que tem voto de qualidade) a tomar determinadas providências.
 Precisam ser ratificados judicialmente para que tenham validade.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
Assim, nas vinte e quatro horas que se seguirem à chegada da embarcação ao porto, será distribuída petição acompanhada de cópias das páginas do Diário de Navegação que deverão ser ratificadas, qualificação do comandante e testemunhas, rol de tripulantes, registro da embarcação, manifesto das cargas sinistradas e qualificação de seu consignatários(se o caso); traduzidos de forma livre para o português.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
No mesmo dia o Juiz ouvirá o comandante etestemunhas (de duas a quatro), com o acompanhamento do tradutor, se o caso. Será nomeado curador para os consignatários da carga.
Convencido o Juiz da veracidade dos termos lançados no Diário de Navegação, ratificará por sentença o protesto ou processo testemunhável, dispensado o relatório; e independentemente do trânsito em julgado, determinará a entrega dos autos ao advogado, mediante traslado.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
Art. 766.  Todos os protestos e os processos testemunháveis formados a bordo e lançados no livro Diário da Navegação deverão ser apresentados pelo comandante ao juiz de direito do primeiro porto, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas de chegada da embarcação, para sua ratificação judicial.
Art. 767.  A petição inicial conterá a transcrição dos termos lançados no livro Diário da Navegação e deverá ser instruída com cópias das páginas que contenham os termos que serão ratificados, dos documentos de identificação do comandante e das testemunhas arroladas, do rol de tripulantes, do documento de registro da embarcação e, quando for o caso, do manifesto das cargas sinistradas e a qualificação de seus consignatários, traduzidos, quando for o caso, de forma livre para o português.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
Art. 768.  A petição inicial deverá ser distribuída com urgência e encaminhada ao juiz, que ouvirá, sob compromisso a ser prestado no mesmo dia, o comandante e as testemunhas em número mínimo de 2 (duas) e máximo de 4 (quatro), que deverão comparecer ao ato independentemente de intimação.
§ 1o Tratando-se de estrangeiros que não dominem a língua portuguesa, o autor deverá fazer-se acompanhar por tradutor, que prestará compromisso em audiência.
§ 2o Caso o autor não se faça acompanhar por tradutor, o juiz deverá nomear outro que preste compromisso em audiência.
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo
Art. 769.  Aberta a audiência, o juiz mandará apregoar os consignatários das cargas indicados na petição inicial e outros eventuais interessados, nomeando para os ausentes curador para o ato.
Art. 770.  Inquiridos o comandante e as testemunhas, o juiz, convencido da veracidade dos termos lançados no Diário da Navegação, em audiência, ratificará por sentença o protesto ou o processo testemunhável lavrado a bordo, dispensado o relatório. 
Parágrafo único.  Independentemente do trânsito em julgado, o juiz determinará a entrega dos autos ao autor ou ao seu advogado, mediante a apresentação de traslado.

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