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Débora Gabryella Ivo da Silva
 CONBRACAS- Comportamento Alimentar, Alimentação e Saúde
Ortorexia Nervosa
Vivemos em um cenário de alimentação saudável que nós como nutricionista sabemos que contempla os âmbitos, biopsicossocioculturais, de acordo com o guia alimentar da população brasileira, que evidencia que o comer adequadamente não tem haver apenas com a manutenção da saúde, mas também com um comportamento socialmente aceitável, flexibilização e satisfação, além das considerações culturais, ambientais e etc.
Quando olhamos para os determinantes de escolha alimentares, não somente as condições biológicas, o valor nutricional que influencia, existem vários outros determinantes.
Determinantes da escolha alimentar
Relacionados ao alimento: Sabor, aparência, valor nutricional, qualidade e higiene, cheiro, textura, variedade, preço, origem, familiaridade. 
Relacionados ao ambiente: 
Físicos: odor, iluminação, conforto, limpeza, localização, opções disponíveis, presença de pessoas conhecidas e distrações com o ambiente
Socioculturais: Família, pares, mídia e cultura local. 
Relacionados ao comedor: 
Biológicos: fisiológicos, patológicos, genéticos, preferências alimentares, idade, sexo e estado nutricional. 
Socioeconômicos: Renda familiar, escolaridade.
Antropológicos e psicológicos: Crenças, emoções, expectativas, experiencias positivas ou negativas. 
Termo Nutricionismo: Fusão das palavras “nutrição” e “reducionismo”.
“olhar com o foco restrito ao nutriente, muitas vezes ao nutriente único, ignorando a interação entre nutrientes, ignorando a qualidade do alimento em si e também a combinação entre os alimentos que formam um padrão alimentar.”
Logo, temos um cenário propício para o comportamento ortorexo. 
Ortorexia nervosa é a preocupação exagerada com a qualidade da alimentação com a pureza dos alimentos e com o uso exclusivo de “alimentos politicamente corretos e saudáveis”, acarretando a restrições alimentares e reflexos no convívio social. 
Neologismo do termo orto (correto) e orexis (apetite)= apetite correto.
Cunhada pelo médico Steven Bratman em 1997, onde o termo surgiu a partir da sua própria experiencia e de pessoas ao seu redor, quando adepto da medicina alternativa adotou ideologias em relação a alimentação que exigiam normas como forma de cozinhar, composição e até utensílios, influenciadas pela macrobiótica. 
Vem ganhando cada vez mais espaço dentro da pesquisa e literatura cientifica. 
Não é classificada como um transtorno alimentar, pode ser chamado hoje de “comer transtornado”.
Uma vez classificada como um transtorno ainda não se sabe se vai ser um transtorno destinto ou se vai entrar dentro dos transtornos que já conhecemos, como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e os próprios transtornos alimentares (TA).
É importante destacar que nem toda preocupação com alimentação com o comer é patológica ou inadequada.
A linha é tênue do que é saudável e do que é patológico, e muitas vezes o comportamento ortoréxico vai de encontro com o que é preconizado, e é exatamente por isso que o comportamento pode ser ignorado ou até endossado, visto que estamos em contexto atual onde a saúde é um valor não apenas físico, mas carregado de significados, como promoção do autocontrole na promoção da saúde.
Muitas vezes o comportamento ortoréxico pode ser negligenciado.
Propostas de “Critérios Diagnósticos”
Critério A: Caracterização do comportamento
Tem foco obsessivo em alimentação saudável, conforme a teoria alimentar do individuo ou conjunto de crenças, cujos detalhes específicos podem variar, marcado por angustia emocional exagerada em relação as escolhas alimentares percebidas como não saudáveis; perda de peso pode ocorrer como resultado das escolhas alimentares, mas não é o objetivo primário, evidenciado por: 
1. Comportamento obsessivo e/ou preocupação mental com as práticas alimentares
2. Violação das regras alimentares auto impostas causa medo exagerado de doença, senso de impureza pessoal e/ou sensações físicas negativas acompanhadas por ansiedade e vergonha.
3. Progressão das restrições alimentares ao longo do tempo. Esse agravamento comumente leva a perda de peso, mas o desejo de perder peso está ausente, escondido ou subordinado a ideação acerca de alimentação saudável.
Critério B: Prejuízos que esse foco obsessivo em alimentação saudável pode trazer.
1. Desnutrição, perda de peso grave ou outras complicações médicas de uma dieta restritiva. 
2. Angustia intrapessoal ou comprometimento das funções sociais, acadêmicas ou vocacionais. 
3. Imagem corporal positiva, autoestima, identidade e/ou satisfação excessivamente dependente da conformidade com o comportamento alimentar “saudável” autodefinido.
Instrumentos de avaliação
Orto-15: instrumento italiano, que tem tradução e adaptação no contexto brasileiro, para avaliar a ortorexima nervosa; EHQ; Skala-DOS; Scale-TOS; ONI; Ton-17.
Ressalvas do Orto-15: instrumento mais utilizado até aquin inclusive no contexto brasileiro. Traduções também para o turco,inglês, húngaro, polonês,espanhol.
Porem pouco específico, pontuava qualquer preocupação com alimentação como patologia, carece de bons parâmetros psicométricos (ex: pagar mais caro por alimentos saudáveis, se preocupar com calorias).
Propostas de diferentes pontos de corte (comumente utilizados 40 e 35). Frequências muito discrepantes: de 0,3% a 90% com porto de corte 40 e 13 a 49% com ponto de corte 35.
Não mede o comprometimento clínico causado por uma preocupação excessiva com alimentação saudável, como perda extrema de peso, comprometimento social e comprometimento ocupacional, o que pode explicar porque as taxas de prevalência detectadas para ON são tão altas.
Escala de Ortorexia de Teruel
	Ortorexia Saudável
	Ortorexia Nervosa
	Eu não me importo de gastar mais dinheiro com um alimento saudável; 
Eu como principalmente alimentos que considero saudáveis; 
O meu interesse por alimentação saudável é uma parte importante do meu jeito de ser, de entender o mundo;
Eu considero que minha alimentação é mais saudável do que de outras pessoas
	Os meus pensamentos sobre alimentação saudável não me deixam concentrar em outras tarefas;
Evito comer com pessoas que não compartilham minhas ideias sobre alimentação saudável; 
As minhas relações sociais já foram afetadas negativamente por causa da minha preocupação em comer alimentos saudáveis;
Eu me sinto angustiado ou triste quando como alimentos que não considero saudáveis. 
 
Ortorexia, transtornos alimentares (TA) e transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
	Diferenças entre Ortorexia nervosa e
Transtornos alimentares
	Ortorexia nervosa
	Transtornos alimentares
	Medo de ganhar peso ausente;
Foco na qualidade dos alimentos;
Regras alimentares racionalizadas e aparentes;
Distúrbios de imagem corporal ausentes: 
Sem diferença entre sexos.
	Medo de ganhar peso;
Foco na quantidade dos alimentos;
Regras alimentares são escondidas;
Distúrbios de imagem corporal;
Mais prevalentes em mulheres.
	Semelhanças
	A preocupação excessiva com comida e comer domina a vida da pessoa;
Adaptação dos comportamentos e estilos de vida à alimentação;
A alimentação se confunde com identidade e autoestima;
Consequências: isolamento social, problemas somáticos, desnutrição;
Etiologia biopsicossocial;
Traços de personalidade obsessivos compulsivos (rigidez, perfeccionismo);
Egossintônico.
ON X TA
Meta análise apresentou associação positiva entre ON e TA, podendo indicar que são relacionados, mas distintos. 
Os estudos não chegaram a um consenso sobre a “direcionalidade” dessa relação, se a ON precede as TA (preocupações vão ficando mais e mais restrintivas) ou vem depois dos TA (como uma “evolução” dos TA, nas fases de remissão e recuperação, já que seria uma forma socialmente aceita de expressar os sintomas de NA). Mais estudos prospectivos são necessários para verificar. 
São necessários estudos que avaliem ON e Imagem Corporal negativa, já que esse é um ponto em comum avaliado entre ON e TA. A inclusão de itens que acessem a preocupação com IC pode ser relevante naavaliação de ON, como o desenvolvimento de um novo instrumento.
ON X TOC
	Diferenças
	Ortorexia nervosa
	TOC
	Sintomas relacionados a alimentação
	Sintomas não específicos 
	Semelhanças
	Rigidez, perfeccionismo;
Consequencias: ansiedade, depressão, isolamento social;
Prejutizo nas funções sociais.
Meta analise apresentou associação fraca entre ON TOC.
Profissionais de Saúde como grupos de riscos
· Mais conhecimento sobre saúde e nutrição;
· Mais atentos aos efeitos de uma alimentação saudável na prevenção de doenças;
· Desejo de servir como um modelo de alimentação;
· E também a preocupação com alimentação pode ser anterior a escolha da profissão.
Vegetarianismo como grupo de riscos
· Vários estudos encontraram vegetarianismos e veganismo associados a maior risco para ON;
· Podem ser mais propensos a se preocuparem com a saúde;
· Indivíduos que estão envolvidos em restrições dietéticas, por isso mais propensos do que aqueles que não seguem nenhuma regra alimentar.

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