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SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 1 SGSO PARA PROVEDORES DE SERVIÇOS DE AVIAÇÃO CIVIL (PSAC) MÓDULO 10 REGULAÇÃO DO SGSO SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 2 Regulação do SGSO 1 Objetivos Ao final deste Módulo, você será capaz de: • Reconhecer a regulação internacional sobre o gerenciamento da segurança operacional. • Reconhecer a regulação nacional sobre o gerenciamento da segurança operacional. • Identificar os demais documentos que norteiam a implantação de um SGSO pelos provedores de serviços de aviação civil (PSAC) no Estado Brasileiro, no âmbito da ANAC. Agora que já conhecemos os conceitos fundamentais de segurança operacional, a estrutura do SGSO, os conceitos básicos de gerenciamento de riscos e da garantia da segurança operacional, e estudamos sobre um sistema de relatos e sobre a promoção da segurança operacional, partiremos para o último módulo do curso, abordando questões sobre a Regulação do SGSO. Estudaremos sobre os principais documentos que deram origem a implantação do SGSO pelos provedores, tanto no âmbito internacional como no âmbito do Estado Brasileiro. Iniciaremos falando sobre a Convenção de Aviação Civil Internacional, em seguida, comentaremos sobre o Doc. 9859 da ICAO e o Global Aviation Safety Plan (GASP) e por fim, sobre o Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR) e o Programa Específico de Segurança Operacional da ANAC (PSOE-ANAC). Citaremos ainda outros documentos que norteiam a implantação do SGSO, tais como os Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil (RBAC) e as Instruções Suplementares (IS) relativas ao sistema. A principal referência utilizada nesse módulo é o Safety Management Manual (Doc. 9859) da ICAO, quarta edição (ICAO, 2018). Porém, outras referências também foram utilizadas, e serão indicadas ao longo do texto. Como já sabemos, existem dois tipos de documentos utilizados para a implantação do SGSO, vamos conhecer primeiro os documentos em âmbito internacional. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 3 2 Âmbito internacional 2.1 Anexo 19 à Convenção Internacional da Aviação Civil A Convenção de Chicago (Brasil, 1946), em seu Artigo 37, trata da adoção de normas e processos internacionais por parte dos Estados Contratantes da Convenção. Essas normas e práticas recomendadas (em inglês, Standards and Recommended Practices – SARPs) tomam a forma de Anexos à Convenção Internacional da Aviação Civil. O anexo mais recente é o Anexo 19, que trata do gerenciamento da segurança operacional. 2.1.1 Primeira edição A primeira edição do Anexo 19 (ICAO, 2013) à Convenção Internacional da Aviação Civil contém todos os processos de gerenciamento da segurança operacional sob a responsabilidade direta dos Estados, fundamentais para a manutenção da segurança da aviação civil. Dada a crescente complexidade do sistema de transporte aéreo global e suas atividades de aviação inter-relacionadas necessárias para assegurar a operação segura das aeronaves, este Anexo apoia a evolução contínua de uma estratégia proativa para melhorar o desempenho da segurança operacional. O fundamento desta estratégia de segurança proativa baseia-se na implementação de um Programa de Segurança Operacional (PSO) do Estado, que aborde sistematicamente como realizar a gestão dos riscos à segurança operacional. O Anexo 19 consolida as SARPs que anteriormente apareciam em outros seis Anexos à Convenção, assim como apresenta outros tópicos relacionados, como o tratamento de informações de segurança operacional e as atividades de supervisão da segurança operacional por parte de cada Estado. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 4 As principais seções do Anexo 19 são: • Responsabilidades do Estado relativas ao gerenciamento da segurança operacional: trata das responsabilidades de gerenciamento da segurança operacional pelo Estado, por meio do cumprimento das SARPs, do monitoramento do desempenho de suas atividades de gerenciamento da segurança operacional e da vigilância dos SGSO implementados pelos provedores de serviços de aviação civil (PSAC). • Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO): trata do SGSO dos PSACs, definindo a estruturação mínima e apontando o Doc. 9859 como material de orientação para a implementação do sistema. • Tratamento dos dados de segurança operacional: detalha os aspectos de coleta, análise e intercâmbio dos dados de segurança operacional no âmbito do Programa de Segurança Operacional do Estado, incluindo o sistema de relatos voluntários de incidentes, o caráter não punitivo e a proteção das fontes. 2.1.2 Segunda edição A segunda edição do Anexo 19 (ICAO, 2016), emitida em julho de 2016, se tornou efetiva em 06/11/2019 e revogou as edições anteriores do Anexo. Trata-se da primeira emenda ao Anexo 19, trazendo inovações importantes. Em sua nova edição, o Anexo 19 promove a integração do Programa de Segurança Operacional do Estado com o Programa de Supervisão da Segurança Operacional e seus oito Elementos Críticos, destacando o papel de grande importância do sistema de supervisão da segurança operacional no desenvolvimento do PSO. A nova edição também amplia o escopo do SGSO para os fabricantes de produtos aeronáuticos, passando a aplicá-lo também para fabricantes de motores e hélices. Adicionalmente, a nova edição atualiza as provisões para a parte de tratamento dos dados de segurança operacional. 2.2 Safety Management Manual (Doc. 9859) O Doc. 9859 (ICAO, 2018) é um guia para os Estados implementarem um Programa de Segurança Operacional (PSO) dentro das provisões das SARPs sobre o SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 5 tema. Também traz orientações a respeito do SGSO dos provedores de serviços de aviação civil (PSAC). Para tanto, o manual apresenta uma visão geral dos conceitos envolvidos no gerenciamento da segurança operacional, como desenvolver e implementar o PSO (nível de Estado), e como desenvolver, implementar e manter um SGSO (nível do provedor). Assim, para as organizações, mais especificamente no que tange à elaboração de um SGSO, este documento fornece uma visão geral dos fundamentos de gerenciamento da segurança, bem como orientação para o desenvolvimento, implementação e manutenção de um sistema de gerenciamento de segurança (SGSO). Atualmente, o Doc. 9859 se encontra na quarta edição. No entanto, a leitura da segunda edição (ICAO, 2009) é valiosa notadamente na parte de fundamentos da segurança operacional (capítulos 2 e 3). 2.3 GASP O Doc. 10004 (ICAO, 2016) é uma publicação intitulada Global Aviation Safety Plan (GASP). É um documento de alto nível sobre política estratégica, no qual são definidos meios e metas que permitem à OACI, aos Estados e as demais partes interessadas da aviação, traçar medidas estratégicas para melhorar o nível da segurança operacional. A última edição do GASP cobre o triênio 2020-2022 (mais informações em https://www.icao.int/safety/GASP/Pages/Goals-and-Targets.aspx). Em linhas gerais, o objetivo principal do GASP é harmonizar o planejamento da segurança operacional em níveis regionais e de Estado. Para tanto, o GASP apresenta as prioridades globais de segurança operacional, fornecendo cronogramas para os objetivos traçados, material de orientação e estratégias para o alcance das metas de segurança operacional destinadas tanto aos operadores aéreos quanto aos parceiros da indústria. O GASP promove a coordenação de iniciativas internacionais, regionais e nacionais destinadas a oferecer um sistema de aviaçãocivil internacional harmonizado, seguro e eficiente. Os objetivos do GASP exigem que os Estados estabeleçam sistemas de supervisão de segurança robustos e sustentáveis e evolua progressivamente para meios mais sofisticados de gerenciamento de segurança. Esses objetivos se alinham com os requisitos da ICAO para a implementação de programas de segurança do https://www.icao.int/safety/GASP/Pages/Goals-and-Targets.aspx SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 6 Estado (que, no caso do Brasil, trata-se do PSO-BR e do PSOE-ANAC, no âmbito da ANAC) e de sistemas de gerenciamento de segurança operacional (SGSO) pelos PSACs. 3 Âmbito nacional 3.1 PSO-BR De acordo com o Anexo 19 da OACI, cada Estado signatário deve estabelecer seu Programa de Segurança Operacional (PSO), o qual consiste em um sistema de gerenciamento voltado ao aprimoramento da capacidade de atuação regulatória e administrativa do Estado sobre a segurança operacional, cujo foco é o tratamento sistemático dos riscos inerentes à atuação do Estado sobre a indústria de aviação civil por ele regulada e fiscalizada. O PSO está voltado para o alcance de um nível aceitável de desempenho da segurança operacional. O PSO-BR (Brasil, 2017) é o documento que apresenta o processo brasileiro para o gerenciamento da segurança operacional da aviação civil, incluindo o Programa de Segurança Operacional Específico da Agência Nacional de Aviação Civil (PSOE–ANAC) e o Programa de Segurança Operacional Específico do Comando da Aeronáutica (PSOE–COMAER), alinhados com os compromissos assumidos pelo País em acordos internacionais, notadamente o Anexo 19 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago). O PSO-BR é um documento de alto nível, assinado em 8/1/2009 pela Autoridade de Aviação Civil (Diretor-Presidente da ANAC) e pela Autoridade Aeronáutica (Comandante da Aeronáutica), atualizado em dezembro de 2017. SAIBA + Vale a pena ler o documento na íntegra. Acesse o link http://www.anac.gov.br/ass untos/legislacao/legislacao -1/planos-e- programas/pso- br/@@display- file/arquivo_norma/PSO_BR .PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/pso-br/@@display-file/arquivo_norma/PSO_BR.PDF SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 7 De forma resumida o PSO-BR estabelece: • Os requisitos para a elaboração do PSOE-ANAC e do PSOE-COMAER; • As diretrizes relacionadas ao SGSO dos provedores de serviços de aviação civil (PSAC), regulados por cada autoridade de aviação (ANAC ou COMAER); • A necessidade de existência de mecanismos que permitam o relato voluntário no âmbito do SGSO dos PSACs; • A importância da formação e da capacitação dos quadros funcionais da ANAC e do COMAER para o gerenciamento da segurança operacional da aviação civil. 3.2 PSOE-ANAC e PSOE-COMAER Em decorrência da situação particular do Brasil em termos de configuração de autoridades que regulam o setor da aviação civil, o PSO-BR inclui um programa específico relativo à Autoridade de Aviação Civil (PSOE-ANAC) e outro programa específico relativo à Autoridade Aeronáutica (PSOE-COMAER). O PSOE-ANAC foi aprovado inicialmente em 11/05/2009 e reeditado em 18/02/2015. O documento estabelece a política e as diretrizes de segurança operacional da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), orientando o planejamento e a execução de suas atribuições na área de segurança operacional. Além disso, o PSOE-ANAC também estabelece as diretrizes para a indústria da aviação civil brasileira, no que se refere à segurança operacional. O PSOE-ANAC dispõe sobre os seguintes assuntos: SAIBA + Vale a pena ler o documento na íntegra. Acesse o link http://www.anac.gov.br/assun tos/legislacao/legislacao- 1/planos-e-programas/psoe- anac/@@display- file/arquivo_norma/PSOE- ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/planos-e-programas/psoe-anac/@@display-file/arquivo_norma/PSOE-ANAC.pdf SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 8 • Responsabilidades da ANAC na supervisão da segurança operacional da aviação civil brasileira; • Diretrizes, objetivos e metas de desempenho da segurança operacional para a indústria da aviação civil brasileira; • Supervisão da segurança operacional; • Política de tratamento de violações; • Investigação de acidente e incidente; • Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO); • Gerenciamento de riscos à segurança operacional pela ANAC; • Garantia da segurança operacional; • Promoção da segurança operacional. Já o PSOE-COMAER é o Programa de Segurança Operacional Específico do Comando da Aeronáutica, aprovado inicialmente em 8/06/2010 e atualizado em 2018, que traz requisitos tanto para o COMAER como órgão regulador, como para os provedores de serviços de navegação aérea. Ele é parte integrante do PSO-BR e é composto pelo "Programa de Vigilância da Segurança Operacional do Serviço de Navegação Aérea" (ICA 63-22) e pelo "Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Aviação Civil Brasileira" (ICA 3-2), que visam contribuir para aumentar continuamente a segurança operacional na aviação civil. Em síntese, o PSOE-COMAER contém as orientações da Autoridade Aeronáutica relacionadas ao "Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro" (SISCEAB) e ao "Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos" (SIPAER). Assim, cabe ao "Departamento de Controle do Espaço Aéreo" (DECEA), regular e fiscalizar a prestação dos serviços de navegação aérea; cabe à "Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo" (ASOCEA), prover a vigilância da segurança operacional sobre as atividades relativas aos serviços de navegação aérea; e cabe ao CENIPA, o gerenciamento da investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 9 3.3 RBAC 90 O RBAC 90 traz na Subparte K os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida aos operadores especiais no âmbito das Unidades Aéreas Públicas (UAP). Abaixo, segue o conteúdo da subparte: Subparte K – Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) 90.131 Requisitos gerais. 90.133 Estrutura. 90.135 Componente 1 – Política e objetivos desegurança operacional; 90.137 Componente 2 – Gerenciamento de riscos à segurança operacional; 90.139 Componente 3 – Garantia da segurança operacional; 90.141 Componente 4 – Promoção da segurança operacional. 3.4 RBAC 121 O RBAC 121 traz na Subparte BB os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida para os operadores domésticos, de bandeira e suplementares de um detentor de Certificado de Empresa de Transporte Aéreo (Certificado ETA) emitido segundo o RBAC 119. Abaixo, segue o conteúdo da subparte: Subparte BB – Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) 121.1205 Definições e conceitos. 121.1221 Requisitos gerais. 121.1223 [Reservado] 121.1225 Componente “política e objetivos de segurança operacional”; 121.1227 Componente “gerenciamento de riscos à segurança operacional”; 121.1229 Componente “garantia da segurança operacional”; 121.1231 Componente “promoção da segurança operacional”. Adicionalmente, a Instrução Suplementar Nº 119-002 D, apresenta um guia para a elaboração de SGSO de empresa aérea certificada de acordo com o RBAC 119. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 10 3.5 RBAC 135 O RBAC 135, em seu Apêndice H, traz os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida para os operadores complementares ou por demanda de um solicitante ou detentor de um Certificado de Empresa de Transporte Aéreo (Certificado ETA) segundo o RBAC 119. 3.6 RBAC 137 O RBAC 137 na Subparte E (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional) e na Subparte F (Documentação) apresenta os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida para os detentores de Certificado de Operações Aeroagrícolas (COA). Abaixo, seguem os conteúdos das subpartes: Subparte E – Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) 137.401 Requisitos gerais. 137.403 Processo de planejamento de implantação do SGSO. Subparte F - Documentação 137.501 Requisitos gerais. 137.503 Requisitos adicionais para detentores de COA. 137.505 Elaboração do MGSO. 137.507 Envio e processo de aceitação inicial do MGSO. 137.509 Vigência do MGSO. 137.511 Atualização do MGSO. 137.513 Divulgação do MGSO. 137.515 Elaboração do PRE. 137.517 Registros e relatórios. 137.519 Comunicação de acidentes aeronáuticos. 137.521 Diário de bordo. 3.7 RBAC 141 O RBAC 141 no item 141.27 apresenta os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida aos SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 11 CIACs tipo 2 ou 3. Já a Instrução Suplementar (IS) Nº 141-005, em sua Revisão A, trata da implementação e manutenção do SGSO em Centros de Instrução de Aviação Civil certificados conforme o RBAC 141. 3.8 RBAC 142 O RBAC 142 na Subparte E apresenta os requisitos referentes ao Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) cuja implantação é exigida para os Centros de Treinamento de Aviação Civil que possuem curso prático de voo. Abaixo, segue o conteúdo da subparte: Subparte E – Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) 142.111 Requisitos gerais. 142.113 Processo de planejamento de implantação do SGSO. 142.115 Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional (MGSO). 142.117 Envio e processo de aceitação inicial do MGSO. 142.119 Vigência do MGSO. 142.121 Atualização do MGSO. 142.123 Divulgação do MGSO. 142.125 Elaboração do PRE. 3.9 RBAC 145 O Regulamento Brasileiro da Aviação (RBAC) 145 (Brasil, 2014) estabelece os requisitos destinados às organizações de manutenção, abrangendo as normas e procedimentos recomendados pela Organização da Aviação Civil Internacional no tema. O requisito que está diretamente ligado ao gerenciamento da segurança operacional das organizações de manutenção (OM) é o RBAC 145.214-I, abaixo reproduzido: 145.214-I Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) (a) Cada organização de manutenção certificada deve submeter à aceitação da ANAC um plano de implementação de um Sistema de Gerenciamento da Segurança SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 12 Operacional (SGSO), adequado ao seu porte e à complexidade de suas operações. (Redação dada pela Resolução nº 308, de 06.03.14) (b) Cada organização de manutenção certificada deve, até 8 de março de 2019: (1) estabelecer, implementar e manter o SGSO, conforme requerido e aceito pela ANAC; (2) definir e documentar uma política de segurança operacional e os objetivos estratégicos de segurança operacional; (3) definir e documentar as responsabilidades primárias (accountability) e atribuições de todo o seu pessoal relacionado à implantação e manutenção do SGSO, em todos os níveis da organização; (4) ter um plano de resposta a emergências, como parte integrante do seu SGSO, conforme requeiram suas atividades; e (5) garantir o controle de todos os documentos e registros relacionados ao SGSO. (c) O SGSO de cada organização de manutenção certificada deve conter, no mínimo, processos sistemáticos e procedimentos documentados que permitam: (1) identificar perigos relacionados à segurança operacional e avaliar os riscos associados, em termos da severidade de suas consequências e da probabilidade de ocorrência; (2) assegurar que sejam adotadas todas as medidas necessárias para a manutenção do nível aceitável de segurança operacional, incluindo o gerenciamento dos riscos associados aos perigos identificados; (3) manter a supervisão permanente de suas atividades de modo a assegurar a percepção das condições da segurança operacional, permitindo ações preventivas ou corretivas eficazes; (4) avaliar continuamente, por meio de um sistema de indicadores, o nível de desempenho de segurança operacional alcançado e o próprio sistema; (5) gerenciar mudanças significativas em suas atividades, avaliando seus impactos para a segurança operacional (processo de gerenciamento de mudanças); (6) avaliações periódicas dos processos e do SGSO, bem como a sua melhoria contínua; SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 13 (7) estimular e facilitar relatos voluntários (inclusive anônimos) por parte de funcionários e demais pessoas que tenham contato com a organização ou seus serviços, de situações ou ocorrências que possam comprometer a segurança operacional; e (8) realizar os treinamentos necessários ao funcionamento efetivo do SGSO, e uma ampla disseminação das informações relevantes sobre o sistema e a segurança operacional na organização. Você percebeu que, o requisito acima é a expressão do que as OM precisam implementar em termos de gerenciamento da segurança operacional, se constituindo em obrigação para obter e manter o seu Certificado de Organização de Manutenção. 3.10 IS nº 145.214-001 Revisão B A Instrução Suplementar nº 145.214-001 Revisão B visa esclarecer, detalhar e orientar a aplicação do requisito RBAC 145.214-I, se constituindo em método aceitável de cumprimento de referência para o referido requisito. Em outras palavras, a IS traz o que é necessário para o estabelecimento, implementação e manutenção do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) das Organizações de Manutenção de Produto Aeronáutico que sejam detentoras de certificados emitidos segundo o referido regulamento ou que venham a solicitar à ANAC essa certificação. Vamos entender abaixo, como a IS 145.214-001 Revisão B está organizada: ✓ Fundamentos • Meio aceitável de cumprimento • A segurança operacional no âmbito do Estado • A segurançaoperacional no âmbito do PSAC ✓ Definições ✓ Desenvolvimento do assunto • Aplicabilidade • Critério para classificação das OM em função do porte e complexidade de suas operações • Plano de implementação do SGSO • Fases de implementação do SGSO SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 14 • Descrição, função e escopo dos componentes e elementos do SGSO • Abordagem organizacional para fatores humanos na manutenção aeronáutica • Critérios para a análise e aceitação do SGSO pela ANAC • SGSO de organizações detentoras de múltipla certificação • Sistema de gestão integrado • Apêndices Os apêndices da IS são um material extensivo sobre o gerenciamento da segurança operacional, sendo muito recomendável a sua leitura. 3.11 Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR Este Guia (Brasil, 2015) foi criado com o intuito específico de orientar o setor regulado sobre o PSOE-ANAC e o SGSO. Ele não pode ser utilizado como material para fundamentar posicionamentos, mas deve ser utilizado como orientação que dá noções do Programa de Segurança Operacional e do SGSO. O Guia apresenta os conceitos básicos do PSO e do SGSO, a estruturação do sistema apresentada de maneira a evidenciar as semelhanças e diferenças entre o PSO e o SGSO, como o PSO e o SGSO são relacionados, a cultura justa, o conceito de accountability e sua diferença em relação à responsabilidade, considerações sobre os requisitos, os fundamentos para a implementação, o gerenciamento de risco, a garantia da segurança operacional, desempenho e indicadores, integração entre o SGSO e outros sistemas, a manutenção do sistema, o Gap Analysis, utilização de ferramentas de TI, auditorias e desempenho e indicadores. 3.12 RBAC 153 A Subparte C do RBAC nº 153, Emd. 02 trata do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) para aeródromos. Na Subparte B também poderão ser encontrados requisitos relativos ao operador de aeródromo, detalhando por exemplo as responsabilidades dos responsáveis pelas áreas operacionais, além de orientações quanto ao treinamento e qualificação exigidos. Importante destacar que o Apêndice A do RBAC nº 153 traz a Tabela de Requisitos Segundo a Classe do Aeródromo, indicando os requisitos das Subpartes A e C que são de cumprimento obrigatório para cada classe de aeródromo. A Tabela 1 apresenta a SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 15 seção do apêndice que mostra a aplicabilidade dos requisitos estabelecidos na Subparte C: Desta forma, a aplicabilidade dos requisitos vai variar em função da quantidade de passageiros processados por um determinado aeródromo, ou seja, vai depender da sua classe, conforme definição constante do item 153.7 do RBAC: 153.7 Classificação do aeródromo (a) Todo aeródromo civil público brasileiro, compartilhado ou não, é classificado com vistas a definir os requisitos deste Regulamento que lhe são obrigatórios. (b) A classe do aeródromo é definida em função do número de passageiros processados, considerando a média aritmética de passageiros processados no período de referência (vide seção 153.1) e o tipo de voo que o aeródromo processa no ano corrente. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 16 (1) Quanto ao número de passageiros processados: (i) Classe I: aeródromo em que o número de passageiros processados seja inferior a 200.000 (duzentos mil); (ii) Classe II: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 200.000 (duzentos mil) e inferior a 1.000.000 (um milhão); (iii) Classe III: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 1.000.000 (um milhão) e inferior a 5.000.000 (cinco milhões); e (iv) Classe IV: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 5.000.000 (cinco milhões). (2) Quanto ao tipo de voo que o aeródromo processa no ano corrente: (i) para os aeródromos enquadrados na classe I, conforme critério constante em parágrafo 153.7(b)(1), considera-se: (A) Aeródromo Classe I-A aquele aeródromo que não processa voo regular; e (B) Aeródromo Classe I-B aquele aeródromo que processa voo regular; (ii) para os aeródromos enquadrados nas classes II, III e IV, conforme critério constante no parágrafo 153.7(b)(1), não há divisão quanto ao tipo de voo processado no aeródromo. 3.13 Resolução nº 106 A Resolução Nº 106, em seu anexo, traz os requisitos referentes a implantação de um Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) voltado para os pequenos provedores de aviação civil (PPSAC). Hoje a resolução é aplicável apenas aos operadores de serviços aéreos especializados, tendo em vista que esses regulados ainda não possuem um RBAC específico contendo requisitos de SGSO. 3.14 Outras publicações A ANAC tem desenvolvido iniciativas com o intuito de auxiliar os seus regulados na implantação do SGSO. Assim, além dos RBACs e Instruções Suplementares pertinentes existe uma série de outras publicações que falam sobre o tema. Para ter acesso a esse material, basta acessar o site da Agência e em seguida, consultar a página temática “Segurança Operacional”. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 17 4 Considerações Finais O conceito de Gerenciamento da Segurança Operacional foi adotado pelo Brasil como Estado Contratante da Convenção de Aviação Civil Internacional, atendendo a diretriz da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) para que todos os signatários estabelecessem um Programa de Segurança Operacional, voltado para o alcance de níveis aceitáveis de segurança operacional nas atividades de aviação civil. Nesse contexto, surge o SGSO, um sistema baseado em princípios de gestão da qualidade e métodos científicos para o gerenciamento da segurança operacional, promovendo a adoção de práticas mais proativas e menos reativas. Tais práticas se baseiam no gerenciamento de riscos, o qual consiste em identificar perigos e mitigar os riscos associados as operações da organização. Trata-se de uma ferramenta de gestão exigida em regulamento para nortear as ações de gerenciamento da segurança operacional dos provedores de serviços de aviação civil (PSAC) no cumprimento dos padrões e procedimentos operacionais, com base em níveis de desempenho acordados com a ANAC. O Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) está consolidado como um padrão em toda aviação mundial, estendendo, inclusive, a gestão da segurança para além do ambiente da aviação. Sistemas semelhantes são usados na gestão de áreas críticas nas organizações que utilizam sistemas complexos nas suas atividades cotidianas, requerendo um alto nível de qualidade em áreas que envolvem segurança, saúde ocupacional, meio ambiente, etc. O SGSO contribui para a formação de uma cultura positiva de segurança operacional e enfatiza o gerenciamento da segurança como um processo de negócio fundamental a ser considerado de forma equivalente a outros aspectos da gestão empresarial. Com relação à responsabilidade e imputabilidade, convém ressaltar que todos os membros de uma organização são individualmente responsáveis por suas ações referentes ao desempenho da segurança operacional, ou seja, segurança operacional não é responsabilidade apenas de quem manda na organização mais de todos os envolvidos nas operações cotidianas, incluindo desde a equipe de alta gestão até o pessoal operacional. E assim chegamos ao fim do curso de SGSO para provedores de serviços de aviação civil (PSAC) abordando inúmeros aspectos sobre gerenciamento de risco sem esgotar o assunto nos módulos do curso. Assim, esteja à vontade para buscar mais SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO18 informações sobre o tema e complementar o conhecimento aqui adquirido ou aperfeiçoado. Vale mencionar ainda que o curso foi concebido para lhe fornecer um conjunto de informações e conhecimentos que auxiliem sua atuação profissional na área de segurança operacional, sendo importante que você, comprometido como esteve com o curso que lhe foi proposto, tenha atingido os objetivos de aprendizagem. Por fim, esperamos que as informações disponibilizadas aqui sirvam de instrumento de crescimento pessoal e profissional e possam auxiliá-lo no trato das questões afetas à segurança operacional no dia a dia de sua organização. Até o próximo curso. Atividade Chegamos ao fim de nosso treinamento. Vamos agora fixar o que aprendemos sobre a Regulação do SGSO. Para tanto, retorne à página inicial do curso e realize o exercício, respondendo corretamente as questões. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 19 5 Referências BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 145.214- 001, Revisão B. Brasília: ANAC, 2018. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). PSOE-ANAC – Programa de Segurança Operacional Específico da Agência Nacional de Aviação Civil. Brasília: ANAC, 2015. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 121. Emenda nº 05. Brasília: ANAC, 2018. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 135. Emenda nº 00. Brasília: ANAC, 2010. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 137. Emenda nº 00. Brasília: ANAC, 2012. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 142. Emenda nº 01. Brasília: ANAC, 2018. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 145. Emenda nº 01. Brasília: ANAC, 2014. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC nº 153. Emenda nº 02. Brasília: ANAC, 2018. BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Resolução Nº 106. Brasília: ANAC, 2009. BRASIL. Ministério da Defesa. Portaria Conjunta nº 764/GC5, de 14 de agosto de 2009. Aprova o Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil. Publicada no Diário Oficial da União, nº 156, S/1, p. 27, de 17 de agosto de 2009. ICAO (International Civil Aviation Organization). 2017-2019 Global Aviation Safety Plan: Doc. 10004. 2nd ed. Montreal: ICAO, 2016. ICAO (International Civil Aviation Organization). Annex 19 to the Convention on International Civil Aviation: Safety Management. 1st ed. Montreal: ICAO, 2013. ICAO (International Civil Aviation Organization). Annex 19 to the Convention on International Civil Aviation: Safety Management. 2nd ed. Montreal: ICAO, 2016. ICAO (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): Doc. 9859 AN/474. 2nd ed. Montreal: ICAO, 2009. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 20 ICAO (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): Doc. 9859 AN/474. 3rd ed. Montreal: ICAO, 2013. ICAO (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): Doc. 9859 AN/474. 4th ed. Montreal: ICAO, 2018. SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) Módulo 10 – Regulação do SGSO 21