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Brasília-DF. SiStema de Gerenciamento da SeGurança – SmS e SiStema de GeStão de SeGurança operacional – SGSo Elaboração Thiago de Souza Beté Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA ................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1 PRIMÓRDIO DO SAFETY .......................................................................................................... 11 CAPÍTULO 2 GASP ..................................................................................................................................... 17 UNIDADE II PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL ............................. 21 CAPÍTULO 1 PSO-BR .................................................................................................................................. 21 CAPÍTULO 2 PSOE-ANAC E PSOE-COMAER ................................................................................................ 28 UNIDADE III APLICABILIDADE DO SGSO .................................................................................................................. 55 CAPÍTULO 1 SGSO .................................................................................................................................... 55 CAPÍTULO 2 CULTURA DO SAFETY............................................................................................................... 65 UNIDADE IV SEGURANÇA AÉREA – SAFETY .............................................................................................................. 70 CAPÍTULO 1 CULTURA E GESTÃO NA AVIAÇÃO ........................................................................................... 70 CAPÍTULO 2 SMS E QMS .......................................................................................................................... 112 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 124 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Em plena Segunda Guerra Mundial, em 1944, foi realizada a Convenção sobre Aviação Civil Internacional, com participação de 54 nações, sendo conhecida hoje como a Convenção de Chicago, onde se estabeleceram os princípios fundamentais que permitem o transporte internacional por via aérea, levando à criação da agência especializada, Organização Internacional da Aviação Civil (OACI). Desde então, até os dias atuais a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) adotou normas internacionais e práticas recomendadas no âmbito da aviação civil internacional, designados como Anexos à Convenção – em especial o Anexo 19 (Safety Management), que será a linha do nosso estudo. A aplicação da norma deve ser uniforme e se torna necessária à segurança e à regularidade da navegação aérea internacional, tendo o seu cumprimento obrigatório, sob a justificativa de harmonizar os requisitos de gerenciamento de segurança operacional (SGSO). No Brasil, segundo a Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986, que dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), consta no art. 1o, que “[o] Direito Aeronáutico é regulado pelos Tratados, Convenções e Atos Internacionais de que o Brasil seja parte, por este Código e pela legislação complementar” (BRASIL, 1986). O Brasil subscreve essa iniciativa almejando aumentar, continuamente, a segurança das operações da aviação civil por meio de um gerenciamento proativo e com uso de técnicas preditivas, complementado por procedimentos focados em técnicas reativas, utilizando-se de programas como: » Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR). » Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC). » Programa de Segurança Operacional Específico do COMAER (PSOE-COMAER). O PSO-BR é o documento que apresenta o processo brasileiro para o gerenciamento da segurança operacional da aviação civil, incluindo os Programas de Segurança 8 Operacional Específicos (PSOE), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Comando da Aeronáutica (COMAER), alinhados com os compromissos assumidos pelo país em acordos internacionais. Dentro dos programas de segurança, é exigido o cumprimento dos requisitos do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO), que devem ser adotados pelos provedores de serviço da aviação civil (PSAC) e por pequenos provedores de serviço da aviação civil (P-PSAC). O Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) é um conjunto de ferramentas gerenciais e métodos organizados para apoiar as decisõesa serem tomadas por um provedor de serviço da aviação civil em relação ao risco de suas atividades diárias. As principais ferramentas do SGSO são: divulgação das informações, informatização, manuais, checklists, relatos, relatórios e o Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional (MGSO). O Anexo 19 da OACI – Safety Management ou Gerenciamento de Segurança – tornou-se aplicável em 14 de novembro de 2013. Objetiva um Safety Management System (SMS) ou Sistema de Gerenciamento de Segurança (SMS), que é uma abordagem sistemática para gerenciar a segurança, incluindo estruturas organizacionais, responsabilidades, políticas e procedimentos necessários. De acordo com os requisitos da ICAO, os prestadores de serviços são responsáveis por estabelecer um SMS, que é aceito e supervisionado por seu Estado. De acordo com os requisitos, o provedor de serviços deve implementar um SMS aceito pelo seu Estado, que, como mínimo, identifica riscos de segurança, assegura que as medidas corretivas necessárias para manter um nível aceitável de segurança sejam implementadas, fornece monitoramento contínuo e avaliação periódica do nível de segurança alcançado e tem como objetivo melhorar de maneira contínua o nível geral de segurança. A estrutura do SMS da ICAO consiste em quatro componentes, e sua implementação deve ser proporcional ao tamanho da organização e à complexidade dos serviços prestados. Paralelamente aos requisitos da ICAO, os requisitos de SMS foram incorporados à Auditoria de Segurança Operacional da International Air Transport Association (IATA) (IOSA) – que será visto na disciplina de Auditoria Interna de Qualidade deste curso. 9 A indústria vem implementando os elementos da estrutura do Sistema de Gerenciamento de Segurança (SMS) há vários anos. Conforme demonstrado pelos resultados da auditoria IOSA, existem vários graus de implementação até a data. Reconhecendo a necessidade de progredir na implementação de SMS pela Indústria, a IATA introduziu a estratégia de SMS da IOSA. No primeiro capítulo da Unidade I, abordaremos os primórdios da segurança aérea e da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), a construção do manual Safety Management Manual (SMM) e o Anexo 19 (Safety Management). No capítulo 2 da Unidade I, apresentaremos a Global Aviation Safety Plan (GASP), a Regional Aviation Safety Group – Pan America (RASG-PA), a Safety Management Internacional Collaboration Group (SM-ICG) e os Grupos Brasileiros de Segurança Operacional (BAST). Para fins de conhecimento e compreensão da disciplina, além de ser base para a construção de um SGSO nas empresas, os capítulos 1 e 2 das unidades II e III serão um resumo fiel dos seguintes programas: Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR), Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC), Programa de Segurança Operacional Específico do COMAER (PSOE-COMAER) e Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional para os Pequenos Provedores de Serviço de Aviação Civil (SGSO P-PSAC). No capítulo 1 da Unidade III, retrataremos o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional de forma organizacional, padronizado na aviação mundial. Nos capítulos 7 e 8, tocaremos a segurança na aviação e sua cultura na organização. A Unidade IV será o fechamento do curso, apresentando o cenário atual da segurança na aviação e sua cultura de segurança. Objetivos » Promover aos alunos o conhecimento dos conceitos, dos padrões e das práticas recomendadas no gerenciamento da segurança operacional, contidos nos anexos da OACI, em especial o Anexo 19 (Safety Management) e nos documentos de orientação relacionados da mesma organização, bem como nos documentos brasileiros sobre o assunto. 10 » Desenvolver o conhecimento dos alunos sobre os requisitos da ANAC para certificar e supervisionar a implantação do SGSO de um provedor de serviços da aviação civil (PSAC) e de um pequeno provedor de serviços da aviação civil (P-PSAC), bem como sobre os principais aspectos relacionados com os programas de segurança operacional – PSO-BR, PSOE-ANAC e PSOE-COMAER – no Brasil. » Desenvolver a percepção de um P-PSAC sobre como elaborar e implantar os componentes-chave de um SGSO, em conformidade com a legislação brasileira. 11 UNIDADE IINTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA CAPÍTULO 1 Primórdio do SAFETY Origem da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI) na Convenção de Chicago Em 1944, houve um encontro de 54 nações para a realização da Convenção sobre Aviação Civil Internacional (CACI), especialmente redigida para promover a cooperação, criar e preservar a amizade e o entendimento entre os países (ICAO, 2017). A convenção ficou mais conhecida como a Convenção de Chicago, que sediou um dos principais fatos da história da aviação, que foi a criação da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI). Nesses tempos, os Estados Unidos da América estavam com sua participação ativa na Segunda Guerra Mundial e, com o advento da evolução aeronáutica que ocorrera na Guerra, haveria a necessidade de uma regulação para a aviação após a Guerra, os acordos de paz e a divisão do território aéreo entre as nações. Cada nação enviou um representante à cidade de Chicago para a Convenção, com um grande risco pessoal, pois muitos países estavam ocupados na Guerra. Das 55 nações convidadas, participaram 54 na Conferência de Chicago, sendo que 52 países assinaram, em 7 de dezembro de 1944, a nova Convenção sobre Aviação Civil Internacional (ICAO, 2017). 12 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA Figura 1. Acordos assinados no final da Conferência de Chicago. Da esquerda para a direita: Kia-Ngau, China; Lord Swinton, Reino Unido; Adolf A. Berle Jr., Subsecretário de Estado, U.S.; H.J. Symington, Canadá; e Max Hymans, França. Fonte: <https://www.icao.int/secretariat/PostalHistory/1944_the_chicago_convention.htm>. O acordo da Convenção de Chicago estabeleceu as bases para os padrões e os procedimentos para a navegação aérea, além de desenvolver a aviação civil internacional (ICAO, 2017). De maneira segura e ordenada, foram estabelecidos os serviços de transporte aéreo com base na igualdade de oportunidades operacionais, econômicas, seguras e de paz. Desde 1944 até 1947, a OACI era um acordo provisório que previa a criação da organização. Nessa época, foram realizados assembleias e acordos entre as nações para servir como órgão consultivo e temporário. Em 4 de abril de 1947, na cidade de Montreal, no Canadá, foi oficializada a Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), que criou a uniformidade nos regulamentos, normas, procedimentos, organizações e segurança na aviação civil. De seu início até os dias atuais, foram criados 19 anexos para a aviação civil internacional, de modo que existem mais de 12 mil padrões internacionais e práticas recomendadas por mais de 192 países membros da OACI (existe um lista dos países e representantes da indústria e de profissionais da aviação no site da OACI). Todas as recomendações ou padrões receberam contribuições de empresas fabricantes e operadoras do transporte aéreo, que reconheceram os setores desenvolvidos pela aviação, como a tecnologia e a economia (ICAO, 2017). 13 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA │ UNIDADE I Padrões e práticas da OACI Na Conferência de Chicago de 1944, os rascunhos de doze anexos técnicos foram completados para servir de guia até a entrada em vigor da organização permanente em abril de 1947. O status dos padrões sofreu grandes mudanças, mas foi aprovado e submetido às nações. À medida que os padrões foram desenvolvidos, os anexos foram divididos, substituídos ou recriados, conforme mostra a tabela 1 (PELSSER, 2017). Tabela 1. Anexos da Convenção de Chicago até a década de 1970. Anexo Título 1 Licenciamento de pessoal 2 Regras do ar 3 Serviço Meteorológico para Navegação Aérea Internacional 4 Gráficos aeronáuticos 5 Unidadesde medida a serem usadas em operações aéreas e terrestres 6 Operação de aeronave 7 Marcas de nacionalidade e registro de aeronaves 8 Aeronavegabilidade da aeronave 9 Facilitação 10 Telecomunicações aeronáuticas 11 Serviços de tráfego aéreo 12 Busca e resgate 13 Acidente de aeronaves e investigação de incidentes 14 Aeródromos 15 Serviços de informação aeronáutica Fonte: <https://www.icao.int/secretariat/PostalHistory/standards_and_recommended_practices.htm>. Além disso, foi criado um material ainda não concluído para inclusão em anexos: uma série de publicações intituladas Procedimentos para Serviços de Navegação Aérea (PANS), que foi aprovada pelo Conselho para aplicação do estados (PELSSER, 2017). Especificações peculiares a algumas áreas do mundo, conhecidas como Procedimentos Regionais Suplementares (SUPPS), foram desenvolvidas a partir da década de 1960; elas têm status semelhante ao PANS, na medida em que são aprovados pelo Conselho, mas apenas para aplicação em suas respectivas regiões. A OACI, preocupada com a crescente ameaça de violência contra a aviação civil internacional e suas instalações, incluindo a apreensão ilegal de aeronaves, abriu uma Sessão Extraordinária da Assembleia em Montreal, em junho de 1970. Posteriormente, em 1974, o Conselho aprovou recomendações no Anexo 17 sobre Segurança: Salvaguarda da Aviação Civil Internacional contra Atos de Interferência Ilícita. 14 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA Na década de 70, a OACI abordou o problema do surgimento da aviação como um dos principais modos de comércio, ou seja, a crescente ameaça para os passageiros, as tripulações e o público que representa o transporte de mercadorias perigosas. Em 1976, estimava-se que mais de metade dos materiais transportados por todos os modos de transporte eram potencialmente perigosos. Para garantir que a carga perigosa pudesse ser transportada com segurança por via aérea, a OACI adotou, em 1981, o Anexo 18, que versa sobre o Transporte Seguro de Mercadorias Perigosas por Ar, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1984 (PELSSER, 2017). Esse anexo é um tanto peculiar, pois reflete esforços coordenados com os Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), garantindo total compatibilidade com suas instruções técnicas. Assim, a OACI introduziu mais quatro anexos até os dias atuais, conforme a tabela 2. Tabela 2. Quatro novos anexos adotados após 1970. Anexo Título 16 Proteção ambiental 17 Segurança – Proteção da Aviação Civil Internacional contra Atos de Interferência Ilícita 18 O transporte seguro de mercadorias perigosas por via aérea 19 Gestão da segurança Fonte: <https://www.icao.int/secretariat/PostalHistory/standards_and_recommended_practices.htm>. Como já mencionado acima, são 19 anexos publicados pela OACI, e podemos perceber que, apesar de termos o Anexo 19 dedicado à gestão da segurança operacional, cada um dos anexos possui, em seu arcabouço de padrões e recomendações, o objetivo de promover a eficiência, a ordenação e a segurança da aviação civil. Isso significa que a segurança operacional complementa cada um dos anexos. A segurança operacional na indústria do transporte aéreo, conhecida também como segurança de voo ou segurança da aviação, teve relevante evolução ao longo dos últimos 100 anos, impulsionados pelo desenvolvimento da Engenharia Aeronáutica. Tão importante quanto a evolução da engenharia, houve grande contribuição advinda dos avanços normativos e regulatórios para a consolidação de um sistema ultrasseguro. Os anexos publicados pela OACI têm a finalidade de promover um alto grau de uniformidade técnica, para possibilitar que a aviação se desenvolva de maneira eficiente, ordenada e segura. 15 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA │ UNIDADE I Anexo 19 – Safety Management A Comissão de Navegação Aérea da OACI, em 8 de maio de 2012, considerou propostas desenvolvidas pelo Painel de Gerenciamento de Segurança (SMP) para transferir as disposições sobre responsabilidades e processos de gerenciamento de segurança dos anexos existentes para consolidação no novo Anexo 19 – Gestão da Segurança (PELSSER, 2017). O novo anexo fortalece a segurança da OACI, que exige: » uma padronização aprimorada; » maior colaboração entre as partes interessadas da aviação; » novas iniciativas de compartilhamento de informações; » priorização de investimentos em recursos técnicos e humanos necessários para assegurar operações seguras. O Padrão Internacional de Gestão de Segurança da OACI e Práticas Recomendadas fornecem os requisitos de alto nível que os Estados devem implementar para cumprir suas responsabilidades de gerenciamento de segurança. O Anexo 19 tornou-se aplicável em 14 de novembro de 2013 (PELSSER, 2017). Safety Management Manual (SMM) – (DOC 9859) Em 2013, a OACI disponibilizou a terceira edição do Safety Management Manual (SMM) (DOC 9859), substituindo a segunda edição de 2009 e a última edição do Accident Prevention Manual (DOC 9422), que já se encontrava defasada. O manual tem o foco de fornecer aos Estados participantes da OACI informações sobre o desenvolvimento e a implementação de um State Safety Programme (SSP) ou Programa de Segurança do Estado, de acordo com as Normas Internacionais e Práticas Recomendadas nos seguintes anexos: » Anexo 1 – Licenciamento de Pessoal; » Anexo 6 – Operação de Aeronaves; » Anexo 8 – Aeronavegabilidade da Aeronave; » Anexo 11 – Serviços de Trânsito Aéreo; » Anexo 13 – Acidente de Aeronaves e Investigação de Incidentes; » Anexo 14 – Aeródromos, Volume I – Projeto e Operações de Aeródromo. 16 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA O Anexo 19, Gestão da Segurança, ainda estava em desenvolvimento no momento em que o DOC-9859 foi publicado, mas também foi incorporado. O Safety Management Manual (SMM) também fornece material de orientação para o estabelecimento de requisitos do sistema de gerenciamento de segurança (SMS) pelos Estados, bem como para o desenvolvimento e a implementação de SMS por provedores de produtos e serviços afetados. No âmbito da gestão de segurança, o termo “prestador de serviços” ou “fornecedor de produtos e serviços” refere-se a qualquer organização que ofereça produtos e/ou serviços de aviação. O termo engloba, assim, as organizações de treinamento aprovadas que estão expostas a riscos de segurança durante a prestação de seus serviços, operadores de aeronave, organizações de manutenção, de projeto de tipo e/ou fabricação de aeronaves, provedores de serviços de tráfego aéreo e aeródromos certificados (DOC 9859). Objetivos e estrutura O objetivo do DOC 9859 é fornecer aos Estados e aos provedores de produtos e serviços: » uma visão geral dos fundamentos de gerenciamento de segurança; » um resumo das recomendações de gestão da segurança da OACI contidas nos anexos 1, 6, 8, 11, 13 e 14; » orientar sobre como desenvolver e implementar um SSP em conformidade com as recomendações relevantes da OACI, incluindo um quadro regulamentar harmonizado para a supervisão dos SMS dos fornecedores de produtos e serviços; » orientação sobre desenvolvimento, implementação e manutenção de SMS. A sua estrutura apresenta uma visão geral do manual, discute os conceitos e os processos básicos de gerenciamento de segurança, além de fornecer uma compilação das recomendações de gestão de segurança da OACI contidas nos anexos 1, 6, 8, 11, 13 e 14. 17 CAPÍTULO 2 GASP Global Aviation Safety Plan (GASP) Em 1997, a OACI criou a Global Aviation Safety Plan (GASP), com o intuito de criar recomendações variadas para a Comissão de Navegação Aérea (ANC) e a indústria aeronáutica, com o foco de orientação e priorização de programas de trabalho técnico com atualização garantida regularmente para a sua relevância contínua (CREAMER, 2016). Em 2005, ocorreu outro encontro com a OACI e organizações industriais, que identificaram a real necessidade de ampliação do GASP para aplicação de um padrão comumde referência. O plano abordaria uma ideia mais proativa da segurança da aviação e colaboraria com a coordenação, a orientação de iniciativas de segurança e as políticas da aviação global, reduzindo os riscos de acidentes na aviação comercial. A indústria e os seus representantes criaram o Grupo de Estratégia de Segurança da Indústria (ISSG) para participarem em união com a OACI, tendo como foco principal o tema da segurança da aviação. Em 2007, foi editado o esqueleto do GASP com o trabalho desenvolvido pelo ISSG e a OACI. Em 2006, foi realizada a Conferência de Diretores Gerais da Aviação Civil sobre uma estratégia com teor mundial de segurança da aviação (DGCA/2006). E, por fim, a OACI desenvolveu uma abordagem de segurança integrada. Em 2013, a Assembleia instou a OACI a completar o desenvolvimento de um roteiro mundial de segurança da aviação em apoio do GASP. Em 2015, ocorreu a Segunda Conferência de Segurança de Alto Nível (HLSC). Foi de comum acordo que havia necessidade de a OACI desenvolver a segurança da aviação com a união dos Estados, GASP e dos grupos regionais de segurança da aviação (RASGs). No mesmo ano, a OACI determinou que o Grupo de Roteiro do Plano de Segurança da Aviação Global (GASPRG) realizasse as ações para auxiliar a atualização do GASP. A edição de 2014 a 2016 foi publicada um ano antes, em 2013, e incluiu os focos do GASP para que os Estados realizassem, por meio de operação, um sistema efetivo de supervisão da segurança, um programa de segurança do Estado (SSP) e também a capacidade de segurança para apoiar os futuros sistemas (CREAMER, 2016). 18 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA A edição 2017 a 2019 do GASP foi desenvolvida por meio de um grupo de especialistas, denominando Roadmap Group, que teve um grupo de estudo em união com OACI e a ISSG. Objetivos do GASP A curto prazo, o foco a ser alcançado era até 2017, considerando o nível atual de operação de sistemas de supervisão de segurança a nível regional e nacional (CREAMER, 2016). Dentro dos objetivos do GASP, tem-se iniciativas para aproximar as prioridades de uma segurança global como eventos de segurança de pista, seja quais forem, perda de controle de acidentes no voo ou com acidentes CFIT. As iniciativas no GASP destinam-se a estados individuais, entidades regionais, como RASGs, e incluem colaboração com a indústria (CREAMER, 2016). Figura 2. Objetivos do GASP. •Supervisão da Segurança Operacional Curto prazo 2017 • Implementar o State Safety Programme – SSP Médio prazo 2022 •Modelagem preditiva de gerenciamento de risco Longo prazo 2027 Fonte: <http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/gerenciamento-da-seguranca-operacional/safety-management- summit-sms-brazil/palestra-2-sms-brazil-versao-asipaer-spo-22nov-pba-final.pptx>. Regional Aviation Safety Group – Pan America (RASG-PA) Missão: Reduzir o risco de fatalidades na aviação comercial, através da priorização, coordenação e implementação de iniciativas de safety baseadas em dados (data-driven) com o envolvimento de todos os stakeholders da região Pan Americana (JÚNIOR, 2016, p. 28). 19 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA │ UNIDADE I Visão: “[e]star à frente de quaisquer riscos associados à aviação comercial, buscando atingir o mais alto nível de safety na Região Pan Americana” (JÚNIOR, 2016, p. 28). Objetivo: “[u]tilizando 2010 como referência, reduzir o risco de fatalidades para operações 121 ou equivalentes em 50% até o ano 2020 (A. Latina e Caribe)” (JÚNIOR, 2016, p. 28). Situação atual (2016): O objetivo esperado hoje apresenta um risco de fatalidades reduzido em 61% com relação a 2010. A garantia da manutenção deste resultado depende da implementação das iniciativas de safety pelos Estados da Região. No Brasil, este trabalho é feito pelo BCAST (JÚNIOR, 2016, p. 29). A ANAC faz parte do grupo desde sua fundação e é copresidente do grupo responsável por desenvolver as iniciativas de mitigação, nas áreas de loss of control in flight, runway excursion, controlled flight into terrain e mid-air collision. A ANAC também coordena o subgrupo de trabalho de mid-air collision. Safety Management International Collaboration Group (SM-ICG) “Em 2009, foi criado o SM-ICG, com o foco de ser um fórum de colaboração entre as autoridades reguladoras, para a promoção de um entendimento comum, aos princípios e requisitos do Sistema de Gestão de Segurança (SMS) e Segurança do Estado (SSP)” (JÚNIOR, 2016, p. 32). Atualmente, o Brasil faz parte do núcleo gestor do grupo (Steering Committee) que reúne, ainda, Austrália (CASA), Canadá (TCCA), Estados Unidos (FAA), EASA, Japão (JCAB) e Nova Zelândia (CAA-NZ). Ao todo, são 11 autoridades-membro e 3 observadores. Grupos Brasileiros de Segurança Operacional (BAST) O Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC) aprecia as orientações e as instruções para inserção e progresso dos Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO). O programa estabelece, em seu art. 75, que “[a] ANAC deve desenvolver iniciativas, em colaboração com a indústria da aviação civil, para o compartilhamento de dados e informações de segurança operacional”, devendo estas iniciativas terem “[...] por objetivo o aprimoramento dos processos da garantia da segurança operacional”. (ANAC, 20 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À SEGURANÇA AÉREA 2016).Dessa forma, surgiram os Grupos Brasileiros de Segurança Operacional (BAST), cujo foco principal é operacionar em união com os Provedores de Serviço da Aviação Civil (PSAC) e a comunidade de aviação civil. A estrutura de organização do BAST é definida na Resolução no 399, de 12 de dezembro de 2016, e pode ser encontrada no site da ANAC. São quatros grupos de comitês com profissionais dedicados e integrados à melhoria da segurança operacional da aviação civil brasileira, sem caráter jurídico, divididos em: (BCAST) Grupo Brasileiro de Segurança Operacional da Aviação Comercial Estudos de segurança para aeronaves de transporte aéreo público que realizam operações domésticas, de bandeira ou suplementares. (BHEST) Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Helicópteros Estudos de segurança para aeronaves de asas rotativas. (BGAST) Grupo Brasileiro de Segurança Operacional da Aviação Geral Estudo de segurança para aeronaves de asas fixas da aviação geral e/ou aeronaves que realizam operações por demanda ou complementar. (BAIST) Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Infraestrutura Aeroportuária Estudo de segurança sobre à infraestrutura aeroportuária brasileira. Figura 3. Criação de grupos colaborativos de compartilhamento de informações. BAST BCAST BHEST BGAST BAIST Fonte: <http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/gerenciamento-da-seguranca-operacional/safety-management- summit-sms-brazil/palestra-2-sms-brazil-versao-asipaer-spo-22nov-pba-final.pptx>. 21 UNIDADE II PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL CAPÍTULO 1 PSO-BR Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR) Finalidade e escopo O PSO-BR tem o foco de orientar a elaboração dos Programas de Segurança Operacional Específicos (PSOE) da ANAC e do COMAER que, alinhados, somam os compromissos assumidos pelo Brasil em acordos Internacionais da aviação (PSO-BR, 2006). O PSO-BR inclui os PSOEs desenvolvidos, implantados e controlados pela ANAC e pelo COMAER, de acordo com as normas. Os PSOEs, editados pela ANAC e pelo COMAER, regulam os provedores de serviços da aviação civil e os provedores de serviços de navegação aérea, respectivamente, para que introduzam nas operações de seus respectivos SGSO (PSO-BR, 2006). O PSO-BR e os PSOEs precisam ser atualizados sempre que houver necessidade de modo a ficarem alinhados com a Política Nacional de Aviação Civil (PNAC) e com a evolução dos conceitos de segurança operacional. Em compatibilidade com as leis, a ANAC e o COMAER precisam considerar todas as normas e os tratadosinternacionais que o Brasil é correspondente, para elaborarem e aprovarem seus PSOE. Neste, devem constar os requisitos deles como órgão regulador 22 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL e para as organizações que serão reguladas visando relacionar o Gerenciamento da Segurança Operacional (GSO) para contribuir no aumento da segurança da aviação brasileira. Objetivos e diretrizes de segurança operacional A ANAC e o COMAER devem observar o PSO-BR para elaborar seus PSOEs. A legislação brasileira para o GSO no Brasil é constituída das leis e dos decretos presentes na tabela a seguir, mas não se limita a elas. Tabela 3. Leis e decretos que compõem os objetivos e as diretrizes. Lei no Decreto no De Dispõe 97 9/6/1999 Normas Gerais das Forças Armadas 7.565 19/12/1986 Código Brasileiro de Aeronáutica 11.182 27/9/2005 Agência Nacional de Aviação Civil 87.249 7/6/1982 Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. 6.834 2009 Estrutura e Funcionamento do Comando da Aeronáutica 5.731 20/3/2006 Estrutura e Funcionamento da ANAC. 8.978 2017 Estrutura e Funcionamento do Ministério da Defesa. 3.564 17/8/2000 Estrutura e Funcionamento do Conselho de Aviação Civil Fonte: baseado em PSO-BR (2006). As instruções de responsabilidades relativas ao GSO da aviação civil a serem estipuladas nos PSOE devem observar os princípios da impessoalidade, moralidade, legalidade, publicidade e eficiência (PSO-BR, 2006). Os PSOEs a serem introduzidos pela ANAC e pelo COMAER devem apreciar a elaboração, o envio para conhecimento do Conselho de Aviação Civil (CONAC) e a publicação de Planos de Supervisão da Segurança Operacional (PSSO), periódicos em intervalos estabelecidos de forma clara e harmoniosa. Nesses planos, devem ser definidas as prioridades regulatórias e de supervisão a serem observadas pela ANAC e pelo COMAER, descrevendo os sistemas de gerenciamento dos riscos, mas avaliando os resultados alcançados com a execução do plano anterior, as análises e as justificativas para a adoção das prioridades incluídas no novo plano (PSO-BR, 2006). O indicador adotado para avaliação do PSO-BR é a taxa anual de acidentes aeronáuticos, que, por si só, envolve as mortes de passageiros em operações por 100.000 decolagens com aeronaves de asa fixa, mas com peso máximo de decolagem certificada igual ou superior a 2.250 Kg, excluindo-se os acidentes com relação a atos de interferência ilícita. 23 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II A ANAC e o COMAER vão estabelecer de forma harmoniosa e em seus respectivos PSOEs as metas e os indicadores para o GSO em suas áreas de operação (PSO-BR, 2006). Os PSOEs estabelecem mecanismos que revisam periodicamente as suas disposições, a fim de assegurar que continuem sendo relevantes e certamente apropriados aos interesses dos órgãos reguladores – o país, o estado e os operadores da aviação civil brasileiro. Nessas revisões periódicas, precisam ser consideradas as relações de alteração e inovação que forem introduzidas para a segurança operacional, devido principalmente pelos acordos internacionais dos quais o país é correspondente (PSO-BR, 2006). Independentemente de cada PSOE, este deve conter todas as instruções e as orientações para que possam garantir a todos os trabalhadores profissionais que sejam alertados sobre as responsabilidades em grupo ou individuais sobre a segurança operacional. Ambas ANAC e COMAER devem promover harmonia entres seus respectivos PSOEs, devendo acrescentar todos os componentes, as instruções, as regras, as orientações e os procedimentos. Também vale ressaltar que os sistemas de registro e processamentos de dados utilizados por ambas organizações devem apresentar apoio às documentações e às atividades do PSO-BR, visando à total identificação, proteção, legibilidade, armazenamento e recuperação de dados em caso de destruição ou paralização. Esses sistemas permitem um acordo entre as partes com um intercâmbio de informações de interesses em comum, para contribuírem com o processo e a avaliação da operação e sua segurança, dentro e sempre da competência nacional. Para a manutenção do PSO-BR, as estruturas dos respectivos PSOEs da ANAC e do COMAER devem partir de orientações de seus órgãos diretivos que permitam planejar, organizar, controlar, desenvolver, estimular e aprimorar de forma contínua, com a segurança operacional (PSO-BR, 2006). Os órgãos diretivos devem estabelecer as necessidades e a disponibilidade dos recursos financeiros e humanos para a implementar a manutenção do PSOE. Cada um dos PSOEs deve deixar definido um responsável por sua implementação, supervisão e operação no quesito de cada organização, deixando inclusive os recursos financeiros e humanos para sua adequada execução. Assim, as organizações executivas 24 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL dos PSOEs tanto da ANAC como do COMAER precisam definir e documentar todas as responsabilidades de seus funcionários com relação à segurança. Os encarregados das operações e das supervisões dos PSOEs devem seguir as descrições dos cargos e também atender às responsabilidades. Todos os funcionários dessas organizações devem entender objetivamente sua autoridade, obrigações e responsabilidades de prestarem contas ao PSO-BR e todos os processos, ações e decisões de gerenciamento da segurança (PSO-BR, 2006). Os PSOEs precisam considerar, na sua elaboração, uma existência de estrutura com processos para conduzir investigações de acidentes e incidentes, com o objetivo de apoiar o gerenciamento operacional da segurança. Assim, ao adotar o PSOE, o setor da aviação tem ficado muito mais regulado, com as suas próprias normas e ações, com seu uso de poder de polícia, além de todos os mecanismos que colaborem com as demais organizações que liderarem casos de policiamento sobre temas como desvios e infrações com menor grau ofensivo em conformidade com o SGSO. Agora, o uso de poder de polícia também deve ser utilizado em casos de grandes ou enormes desvios, como também nas infrações de maior grau ofensivo em relação à segurança operacional, sempre tendo com base o processo transparente para o setor da aviação. Gerenciamento de risco à segurança operacional Tanto a ANAC quanto o COMAER precisam deixar claros e explícitos em seus PSOEs o controle e a regulamentação. A ANAC e o COMAER devem estabelecer, em seus PSOEs, os controles regulatórios e desenvolver o correspondente material de orientação aos seus entes regulados sobre como os perigos operacionais devem ser identificados e os riscos à segurança operacional devem ser gerenciados e consolidados em seus respectivos Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO). Os PSOEs devem incluir regras e diretrizes para a sua operacionalização, visando à implementação do SGSO pelos provedores de serviço. A regulamentação sobre as operações desses provedores de serviços deve ser revisada periodicamente, de modo que permaneça relevante e apropriada. 25 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II A ANAC e o COMAER devem definir em seus PSOEs os critérios de avaliação, valoração e tolerabilidade dos riscos à segurança operacional a serem adotados na análise dos SGSOs de seus provedores de serviço (PSO-BR, 2006). Considera-se risco a percepção das consequências em termos de severidade e probabilidade da exposição a perigo que possa implicar a perda ou redução de capacidade ou produtividade ou, ainda, lesões físicas ou danos materiais (PSO-BR, 2006). Considera-se gerenciamento de risco o processo de identificação dos perigos, suas consequências, avaliação de suas implicações (riscos), decidindo por um curso de ação e a avaliação dos resultados. Considera-se tolerabilidade ao risco o limiar de aceitação por determinada pessoa, naturalou jurídica, da expectativa de perdas ou redução de capacidade ou produtividade ou, ainda, lesões físicas ou danos materiais em determinado período de exposição a perigo identificado. Os PSOEs devem contemplar mecanismos que considerem as informações sobre perigos, obtidas a partir das recomendações decorrentes de investigações de incidentes acidentes aeronáuticos. A ANAC e o COMAER devem estipular, nas estratégias de gerenciamento de risco estabelecidas em seus respectivos PSOEs, respostas a ocorrências e deficiências documentadas em seus entes regulados, incluindo as ações mitigadoras acordadas com os respectivos reguladores. A valoração da eficácia das medidas corretivas e preventivas deve ser realizada em processo formal de avaliação. As estratégias de gestão de risco adotadas para as ações corretivas e preventivas devem ser documentadas, incluindo cronograma para suas implantações. Os relatos voluntários de deficiências em segurança operacional, perigos ou ocorrências devem ser incentivados, sendo assegurados o sigilo da fonte e a sua proteção contra sanções disciplinares e/ou administrativas, no âmbito da ANAC e do COMAER, bem como de seus entes regulados. Cabe à ANAC e ao COMAER estabelecerem em seus PSOEs os procedimentos para aceitação dos níveis de segurança operacional a serem praticados pelos respectivos entes regulados. Os níveis de segurança operacional devem ser compatíveis com a complexidade do contexto operacional do prestador de serviço que o proponha (PSO-BR, 2006). Os processos de aceitação dos níveis de segurança operacional devem considerar os recursos dos provedores de serviço para fazer frente a seus riscos à segurança operacional, sem prejuízos das garantias mínimas. Os níveis de segurança operacional devem ser expressos por meio de indicadores e metas. 26 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL A ANAC e o COMAER devem revisar periodicamente os níveis aceitáveis de segurança operacional acordados com os seus entes regulados, visando garantir que permaneçam relevantes e apropriados. Garantias da segurança operacional Os PSOEs devem estabelecer mecanismos para que os processos de identificação dos perigos operacionais e de gerenciamento dos riscos à segurança operacional contidos nos SGSO dos provedores de serviço estejam compatíveis com os controles regulatórios estabelecidos (PSO-BR, 2006). Os PSOEs da ANAC e do COMAER devem estabelecer mecanismos que permitam suas revisões periódicas sobre o desempenho da segurança operacional da aviação civil, que sejam compatíveis com suas responsabilidades e aquelas dos seus entes regulados que também devem estabelecer mecanismos que assegurem a coleta, a armazenagem, a análise e o uso oportuno dos dados em benefício da segurança operacional. A ANAC e o COMAER devem promover o intercâmbio de informação com os seus entes regulados e com outros estados. Os PSOEs devem orientar procedimentos para que a ANAC e o COMAER priorizem a vigilância da segurança operacional a partir da análise das informações geradas pelos mecanismos de identificação dos perigos e de gerenciamento dos riscos à segurança operacional de seus entes regulados e com órgãos e entidades reguladoras de outros estados (PSO-BR, 2006). Promoções da segurança operacional A ANAC e o COMAER devem estabelecer em seus PSOEs como deve ser propiciado treinamento aos seus servidores, quais os meios de comunicação adotados para aumentar a percepção de segurança operacional, viabilizando um ambiente adequado que permita promover o desenvolvimento efetivo e eficaz desses PSOEs. As organizações nomeadas devem estabelecer um processo para a disseminação, interna à sua estrutura, de informações sobre segurança operacional, incluindo um meio de monitorar a eficácia desse processo, que seja compatível com o tamanho e o escopo de sua atuação. 27 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II A ANAC e o COMAER devem estabelecer, em seus PSOEs, os mecanismos estabelecidos para apoiar a implantação dos SGSOs em seus respectivos provedores de serviços. Esses mecanismos devem contemplar os requisitos para o treinamento dos empregados desses provedores, os meios de comunicação a serem adotados para aumentar a percepção de segurança operacional, os meios de divulgação de melhores práticas operacionais e de viabilização de um ambiente adequado à promoção do desenvolvimento efetivo e eficaz dos SGSO (PSO-BR, 2006). Os processos de comunicação social dos provedores de serviço devem promover, nacional e internacionalmente, o PSO-BR e os respectivos PSOEs. 28 CAPÍTULO 2 PSOE-ANAC e PSOE-COMAER Programa de segurança operacional específico da Agência Nacional de Aviação Civil O desenvolvimento econômico e social de diversos países e regiões ao redor do mundo teve seu impulsionamento devido à indústria da aviação civil, pois ela apresenta números expressivos e com forte tendência de crescimento no que se refere à sua participação com os produtos internos brutos, à quantidade de empregos gerados e ao total de passageiros e de carga paga transportados anualmente em escala mundial (PSOE ANAC, 2015). O crescimento das atividades de transporte aéreo nacional e internacional traz consigo a necessidade de que os países, bem como as suas indústrias, respondam de forma proativa aos atuais e emergentes riscos à segurança operacional advindos desse crescimento. A capacidade de resposta traduz-se no desenvolvimento de regulação e de infraestrutura capazes de orientar e garantir o crescimento sustentável da indústria da aviação civil, com equilíbrio entre a gestão financeiro e a gestão de segurança operacional. A melhoria da segurança operacional e o avanço da modernização da navegação aérea em nível mundial dependem de planejamento. Nesse contexto, torna-se imperativa a atuação contínua dos países com a análise crítica e tratamento de suas prioridades para a segurança operacional, que, em paralelo, promovem e monitoram o crescimento da indústria da aviação civil. Um planejamento torna transparente para a sociedade e demais partes interessadas quais são os resultados desejados, as responsabilidades e a capacidade de atuação dos diversos setores da indústria da aviação civil na prestação de seus serviços, bem como das autoridades responsáveis pela regulação e fiscalização desses setores (PSOE ANAC, 2015). Em 2006, Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) publicou um anexo à Convenção de Aviação Civil Internacional contendo as normas e as práticas recomendadas para o gerenciamento da segurança operacional no âmbito dos estados signatários da convenção e de seus respectivos Provedores de Serviços da Aviação Civil (PSAC). 29 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II O anexo proverá suporte e evolução contínua de estratégias proativas voltadas à melhoria da segurança operacional. O conjunto dessas estratégias foi então denominado State Safety Programme (SSP), ou, em português, Programa de Segurança Operacional (PSO), cujo foco é o tratamento dos riscos inerentes à atuação do Estado sobre a indústria da aviação civil por ele regulada e fiscalizada (PSOE ANAC, 2015). O documento que consolida as normas e as práticas recomendadas pela OACI foi identificado como Anexo 19, intitulado Safety Management. O PSO consiste em um sistema de gerenciamento voltado ao aprimoramento da capacidade de atuação regulatória e administrativa do Estado sobre a segurança operacional. A capacidade é preexistente nos estados que já possuem estrutura organizacional, processos e responsabilidades formalmente definidos e satisfatoriamente implementados para exercício da regulação e fiscalização sobre a indústria da aviação civil, tal como estabelecido pela OACI, de acordo com o State’s Safety Oversight System, no DOC 9734. O PSOE ANAC apresenta os elementos-chave para estruturação do Estado,a fim de que ele possa desenvolver satisfatoriamente suas funções de supervisão da segurança operacional. Esses elementos receberam a denominação de Oito Elementos Críticos da Supervisão da Segurança Operacional (8EC). No âmbito da ANAC, tal sistema é denominado de Sistema de Supervisão da Segurança Operacional (SSSO). A operacionalização do Sistema de Supervisão da Segurança Operacional é planejada e controlada pelo Plano de Supervisão da Segurança Operacional da ANAC (PSSO-ANAC). No plano, são especificados os procedimentos e os recursos associados que devem ser aplicados, por quem e quando, necessários à execução das atividades da ANAC de normatização, fiscalização, certificação e registro. O Anexo 19 informa que cada estado signatário deve estabelecer seu PSO, compatível com o porte e a complexidade das atividades de aviação civil desenvolvidas sob sua regulação e fiscalização e alcançar um nível aceitável de desempenho da segurança operacional. O PSO direciona as autoridades de aviação civil a realizarem o monitoramento e a mensuração dos resultados alcançados para a segurança operacional com a implementação do SSSO. 30 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL Cada estado deve requerer dos PSACs sob sua fiscalização a implementação do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO), cujo foco é a eficácia na identificação e resolução das deficiências sistêmicas dessas organizações que afetam a segurança operacional que é requerida para suas atividades. O estado, por sua vez, deve prover suporte à implementação do SGSO na indústria da aviação civil (PSOE ANAC, 2015). O PSO deve ser implementado levando-se em conta o porte e a complexidade do sistema de aviação civil de cada Estado, e deve possuir objetivos específicos relacionados ao alcance do maior nível praticável de segurança operacional para as atividades de transporte aéreo, conforme estabelecido na política de estado. Assim, o PSO auxilia o estado a realizar o monitoramento e a mensuração dos resultados alcançados para a segurança operacional com a implementação do SSSO. Finalidade e escopo O Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC), que é parte integrante do Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR), estabelece a política e as diretrizes de segurança operacional da Agência, orientando o planejamento e a execução de suas atribuições na área de segurança operacional, conforme definidas em lei. O PSOE-ANAC deve orientar a atuação da ANAC sobre a segurança operacional da aviação civil sob sua jurisdição, no âmbito de suas competências, no sentido de: » assegurar que o Estado brasileiro possua um sistema de supervisão da segurança operacional adequado ao contexto da indústria da aviação civil brasileira, observadas as competências da Agência; » apoiar a atuação coordenada entre a ANAC e a COMAER, em suas respectivas funções de gerenciamento de riscos e de melhoria contínua da segurança operacional da aviação civil; » incorporar à regulamentação da indústria da aviação civil requisitos que permitam a avaliação do desempenho da segurança operacional; » desenvolver, implantar e executar o monitoramento e a mensuração do desempenho de segurança operacional da indústria da aviação civil brasileira; » apoiar o desenvolvimento, a operacionalização e a melhoria contínua dos Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO), dos 31 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Provedores de Serviço de Aviação Civil (PSAC), bem como assegurar sua interação com os sistemas da Agência; » orientar a atuação dos colaboradores da ANAC no que tange ao planejamento, desenvolvimento, operacionalização, manutenção, monitoramento, revisão e melhoria contínua do PSOE-ANAC nos seus aspectos internos e interfaces com os SGSO implementados nos PSAC. O PSOE-ANAC também estabelece as diretrizes para a indústria da aviação civil brasileira, no que se refere à segurança operacional, estando em consonância com o PNAC. Com o intuito de garantir o exercício adequado de suas funções no que tange à segurança operacional, a ANAC deve dispor de: » estrutura organizacional apropriada para o exercício da supervisão e gerenciamento da segurança operacional da aviação civil, na qual são claramente estabelecidas funções e responsabilidades específicas; » recursos, incluindo-se os financeiros, humanos, tecnológicos e de infraestrutura; » instrumentos normativos que suportem o exercício de suas funções. A política e as diretrizes estabelecidas no PSOE-ANAC abrangem as estruturas legais, normativas, organizacionais, técnicas, financeiras e processuais da ANAC, requeridas para o pleno exercício das atividades de normatização, certificação e fiscalização da segurança operacional da indústria da aviação civil brasileira, no âmbito de suas competências. A ANAC deve realizar o monitoramento e a avaliação contínua da conformidade dessas estruturas com as normas e as práticas recomendadas da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), em particular aquelas expressas nos anexos 1, 6, 8, 14 e 19, conforme aplicável. Ela deve aprimorar esse programa continuamente, bem como mantê-lo atualizado em relação ao contexto da indústria da aviação civil brasileira, revisando-o conforme necessário. A ANAC deve manter um plano de gerenciamento de crise que contemple a coordenação de suas atividades em casos de circunstâncias excepcionais que possam impactar de modo adverso à segurança operacional da aviação civil. 32 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL Responsabilidades da ANAC na supervisão do SGSO A legislação para supervisão do gerenciamento da segurança operacional de responsabilidade da ANAC se compõe, mas não se limita às leis e aos decretos da tabela a seguir. Tabela 4. Leis e decretos para legislação de supervisão de segurança. Lei no Decreto no De Dispõe 7.565 19/12/1986 Código Brasileiro de Aeronáutica 11.182 27/9/2005 Agência Nacional de Aviação Civil 21.713 27/8/1946 Convenção de Aviação Civil Internacional 6.780 18/2/2009 Política Nacional de Aviação Civil 110 15/9/2009 Regimento interno da ANAC Fonte: baseado em PSOE ANAC (2015). O PSOE-ANAC é complementado pelos requisitos constantes nos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC) ou equivalentes, bem como pelos métodos aceitáveis de cumprimento desses requisitos presentes nas Instruções Suplementares (IS) ou equivalentes (PSOE ANAC, 2015). A ANAC, nos termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo e no exercício de suas competências, observa e implementa as políticas e as diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e pelo Conselho de Aviação Civil (CONAC). O Diretor Presidente é responsável pelas atividades da ANAC em relação à supervisão e ao gerenciamento da segurança operacional, incluindo a responsabilidade primária por: » planejar, desenvolver, operacionalizar, manter, monitorar, revisar, analisar criticamente e melhorar continuamente o PSOE-ANAC; » assegurar a existência e a alocação de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e de infraestrutura necessários à efetiva operacionalização do PSOE-ANAC; » fomentar ações voltadas à divulgação do PSOE-ANAC e iniciativas de promoção da segurança operacional correlatas. 33 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II A Diretoria Colegiada da ANAC é responsável por: » assegurar que os objetivos do PSOE sejam alcançados; » acompanhar a operacionalização do PSOE-ANAC, visando a sua melhoria contínua; » aprovar a regulação das atividades da aviação civil, tendo em vista o interesse da segurança operacional, considerando as diretrizes expostas nesse programa e os acordos internacionais relacionados celebrados pelo Brasil; » estabelecere monitorar o Nível Aceitável de Desempenho da Segurança Operacional (NADSO); » orientar os setores pertinentes da ANAC para que planejem, organizem, desenvolvam, controlem, promovam, aprimorem e estimulem continuamente a segurança operacional, com suporte dos órgãos de assistência direta e imediata da Diretoria. As superintendências, como órgãos executivos, são responsáveis por coordenar o desenvolvimento, a operacionalização, a manutenção e a melhoria contínua do PSOE-ANAC em suas áreas de atuação. Respeitadas as suas áreas de atuação, os superintendentes são responsáveis por: » implementar as ações necessárias de forma a atingir os objetivos e as metas estabelecidas por esse PSOE-ANAC e em demais instrumentos normativos relacionados; » assegurar a disponibilidade de um quadro de colaboradores, devidamente capacitados, para o exercício das atividades de supervisão e gerenciamento da segurança operacional; » assegurar que seja incluída nos processos de certificação e vigilância continuada dos PSAC a verificação do desenvolvimento, da operacionalização, da manutenção e da melhoria contínua do SGSO, conforme aplicável; » supervisionar a segurança operacional dos PSAC, incluindo a verificação do desempenho da segurança operacional estabelecido em seus respectivos SGSOs; » avaliar a implementação dos processos de gerenciamento de risco por parte dos PSACs; 34 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL » assegurar a efetiva implementação dos processos internos de gerenciamento de risco; » assegurar a análise e a incorporação, onde couber, das recomendações de segurança operacional emitidas pelo órgão investigador de acidentes aeronáuticos aos regulamentos, processos, procedimentos e demais atividades sob sua responsabilidade; » estabelecer programas de eventos para a promoção da segurança operacional, visando à divulgação do PSOE-ANAC e de assuntos e informações de segurança operacional relevantes para o desempenho das atividades da ANAC. A implementação do PSOE-ANAC, bem como as mudanças ao referido programa, deve ocorrer de forma coordenada e harmonizada entre os diversos setores da ANAC que desenvolvam e operacionalizem processos e atividades a ele relacionados. Diretrizes, objetivos e metas de desempenho do SGSO para a indústria da aviação civil brasileira São diretrizes da ANAC, no âmbito da segurança operacional da aviação civil brasileira: » garantir que a ANAC possua o arcabouço regulatório requerido para o exercício da regulação e fiscalização da segurança operacional; » assegurar que a aviação civil, no escopo de atuação da ANAC, alcance e mantenha um nível aceitável de desempenho da segurança operacional, observando os requisitos estabelecidos pela regulamentação nacional e em referências internacionais; » atuar em colaboração com a indústria da aviação civil e com o COMAER, promovendo a harmonização entre as organizações no que diz respeito às suas funções e às responsabilidades relativas ao gerenciamento de riscos à segurança operacional; » realizar o monitoramento e a mensuração do desempenho da segurança operacional alcançado pela indústria da aviação civil brasileira; » priorizar a alocação de recursos e esforços da Agência em função dos resultados da avaliação dos riscos à segurança operacional por ela identificados; 35 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II » coordenar e melhorar continuamente suas funções no que tange à supervisão e ao gerenciamento da segurança operacional; » executar as atividades de sua competência de forma a viabilizar a implementação dos respectivos SGSO dos PSAC; » promover a interação entre os setores que compõem a indústria da aviação civil brasileira. Objetivos e metas de desempenho da segurança operacional têm como fator determinante para o desempenho do gerenciamento da segurança operacional exercido pela ANAC a Diretoria da Agência, que deve estabelecer e comunicar: » os objetivos e as metas de desempenho da segurança operacional para a indústria da aviação civil brasileira, orientados pelas diretrizes estabelecidas nesse programa; » o planejamento para a supervisão da segurança operacional que considere os objetivos e as metas de desempenho da segurança operacional e determine os recursos e os processos operacionais necessários ao alcance de tais objetivos e metas; » os parâmetros para análise crítica dos resultados alcançados pela supervisão da segurança operacional, com relação aos objetivos e às metas de desempenho estipulados. O planejamento deve estar em consonância com o Planejamento Estratégico da ANAC, que deve subsidiar a elaboração do Plano de Supervisão da Segurança Operacional (PSSO-ANAC), no que diz respeito à definição das ações estratégicas da Agência que visam ao alcance dos objetivos da segurança operacional (PSOE ANAC, 2015). A ANAC deve realizar a análise crítica dos resultados alcançados pela supervisão da segurança operacional por meio de um conjunto de indicadores que seja capaz de representar: » o nível de desempenho da segurança operacional alcançado pelos entes regulados, em função da eficácia das abordagens de gerenciamento de riscos operacionais por eles adotadas; » a efetividade das ações da Agência para mitigar e controlar os riscos por ela identificados em seu contexto interno e no ambiente operacional por ela regulado e fiscalizado. 36 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL Compete à Diretoria da ANAC e às superintendências: » analisar criticamente os resultados alcançados pela supervisão da segurança operacional; » definir, de forma coordenada e harmonizada com os demais setores pertinentes da Agência, os parâmetros e os indicadores para a análise crítica dos resultados. O conjunto de indicadores deve ser utilizado pela ANAC para mensuração e monitoramento do Nível Aceitável de Desempenho da Segurança Operacional (NADSO). A ANAC deve analisar criticamente os resultados das ações adotadas para o alcance dos objetivos e das metas de desempenho da segurança operacional, além de rever essas ações caso os indicadores evidenciem tendências desfavoráveis ao cumprimento dos objetivos e das metas estipuladas (PSOE ANAC, 2015). O estabelecimento dos limites mensuráveis para os indicadores e prazos para o alcance dos objetivos constituem as metas de desempenho da segurança operacional a serem monitoradas pela ANAC. O NADSO deve ser formalizado em instrumento normativo apropriado especificamente elaborado para esse fim, aprovado pela Diretoria da ANAC. Supervisão da segurança operacional A ANAC deve manter o Sistema de Supervisão da Segurança Operacional (SSSO) com o objetivo de: » assegurar a aplicação efetiva das normas e práticas recomendadas contidas nos Anexos da Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago) relacionados à segurança operacional, assim como de suas diretrizes associadas constantes dos documentos relacionados, conforme avaliação de aplicabilidade da Agência; » assegurar que a indústria da aviação civil brasileira seja capaz de prover um nível de segurança operacional igual ou melhor do que aquele definido pelas normas e práticas recomendadas da OACI. O Sistema de Supervisão da Segurança Operacional da ANAC, com base nos oito elementos críticos da supervisão da segurança operacional da OACI, deve garantir: » a efetiva participação da ANAC no processo de elaboração da legislação básica de aviação, visando contribuir para o estabelecimento do 37 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II amparo legal necessário para o exercício das funções de supervisão da segurança operacional; » a elaboração e a revisão de regulamentos de forma a estabelecer requisitos de segurança operacional, suportados pela legislação básica, que assegurem a existência de normas e procedimentos paraas atividades aeronáuticas relacionadas com a operação, os produtos, os serviços, os equipamentos e a infraestrutura; » a provisão de recursos humanos e financeiros necessários e suficientes ao cumprimento de suas funções em relação à supervisão da segurança operacional; » o estabelecimento de requisitos de competência e experiência para o pessoal técnico da agência que desempenhe funções de supervisão de segurança operacional, assim como a provisão do treinamento apropriado para manter e aprimorar sua competência em nível adequado, incluindo treinamento inicial e recorrente; » a provisão de material de orientação técnica, ferramentas e informações críticas de segurança operacional ao pessoal técnico, conforme aplicável, de forma a permitir que estes desempenhem suas funções de supervisão de acordo com os requisitos estabelecidos e de forma padronizada. Essa provisão inclui: › orientação técnica pela ANAC para a indústria na adoção e no cumprimento dos requisitos previstos nos regulamentos; › instruções e/ou outros instrumentos normativos aplicáveis. » o estabelecimento e a implementação de processos e procedimentos para assegurar que o pessoal e as organizações que desempenhem atividades na aviação civil atendam aos requisitos estabelecidos antes que recebam consentimento para exercer os privilégios de uma licença, certificado, registro, autorização e/ou aprovação para conduzir a atividade em questão; » o estabelecimento e a implementação de processos e procedimentos para garantir que sejam executadas as atividades de vigilância continuada, incluindo inspeções e auditorias, para proativamente assegurar que os detentores de licenças, certificados, autorizações e/ou aprovações atendam continuamente aos requisitos estabelecidos e operem com os 38 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL níveis adequados de competência e segurança operacional requeridos para o desempenho da atividade para a qual tenham sido licenciados, certificados, autorizados e/ou aprovados. Esses processos e procedimentos devem incluir a supervisão do pessoal credenciado que desempenha atividades em nome da ANAC; » o estabelecimento e a implementação de processos e procedimentos para assegurar que sejam resolvidas deficiências identificadas pela ANAC ou outra autoridade competente que impactem na segurança operacional da aviação civil brasileira. Esses processos e procedimentos devem incluir, sem se limitar: › o tratamento de recomendações recebidas; › a resolução de conflitos identificados; › a adoção de medidas coercitivas apropriadas. A supervisão de segurança operacional exercida pela ANAC deve levar em consideração elementos prescritivos e de desempenho na avaliação do atendimento aos requisitos de segurança operacional por parte dos entes regulados (PSOE ANAC, 2015). Ela também deve ser capaz de identificar a degradação das condições técnicas e financeiras, conforme aplicável, requeridas para garantir a segurança operacional nas atividades realizadas pelos entes regulados (PSOE ANAC, 2015). O planejamento para a revisão e a melhoria do Sistema de Supervisão da Segurança Operacional deve ser formalizado no Plano de Supervisão da Segurança Operacional (PSSO-ANAC). Política de tratamento de violações Os setores da ANAC responsáveis pela regulação e fiscalização da aviação civil brasileira devem definir ementários que permitam a intepretação dos requisitos para fins coercitivos, identificando o enquadramento das condições verificadas e os casos em que eles se aplicam. A ANAC deve estabelecer mecanismos que permitam aos PSACs lidar e resolver internamente deficiências em relação ao cumprimento dos regulamentos, no âmbito de seus respectivos SGSO, desde que comprovem à Agência a efetividade das ações corretivas aplicadas. 39 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II A ANAC deve requerer que os entes regulados forneçam evidências de que conseguem identificar deficiências em relação ao cumprimento aos requisitos de segurança operacional e ocorrência de infrações ao Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), bem como propor ações corretivas eficazes que visem à mitigação dos riscos que elas representam para a segurança operacional em suas atividades (PSOE ANAC, 2015). A ANAC, em resposta aos riscos identificados no ambiente operacional por ela regulado e fiscalizado, deve: » tomar ações coercitivas com respeito àqueles entes regulados que reiterada e deliberadamente infringirem a legislação; » realizar ações de promoção da segurança operacional ou acompanhar aqueles que demonstrarem comprometimento com a solução das deficiências; » estabelecer parâmetros para a distinção entre violações e erros, bem como estabelecer e executar as ações administrativas pertinentes em cada caso. Investigação de acidente e incidente O PSOE-ANAC assume como premissa a existência de estruturas e processos, independentes da ANAC, para conduzir as investigações de acidentes e de incidentes aeronáuticos por parte do Estado brasileiro (PSOE ANAC, 2015). As análises técnico-científicas da investigação de ocorrências aeronáuticas devem ser utilizadas pela ANAC como fonte de dados e informações para o processo de gerenciamento do risco à segurança operacional da aviação civil. Assim, a ANAC deve: » estabelecer e documentar procedimentos específicos descrevendo o modo como serão tratadas internamente à Agência as recomendações emitidas pelos processos de investigação de acidentes, de forma a garantir que todas as ações pertinentes sejam efetivamente implementadas; » solicitar ao órgão investigador a participação na comissão de investigação nos acidentes e incidentes aeronáuticos, sempre que for de interesse da Agência, de forma a identificar eventuais lacunas e oportunidades de melhorias nas áreas de atuação da ANAC que possam estar associadas aos eventos em questão e adotar as ações corretivas pertinentes; 40 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL » consolidar informações, dados, pareceres e análises de risco elaboradas pelos setores internos responsáveis pela vigilância operacional e de mercado, e/ou fornecidas por entes externos, concernentes a acidentes ou outros eventos de segurança operacional. Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) Objetivos da implementação do SGSO Como parte do gerenciamento da segurança operacional da aviação civil brasileira, a ANAC deve requerer a implementação e a manutenção de um Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) nos PSACs. A implementação do SGSO nos PSACs tem por objetivo a incorporação de princípios e ferramentas de gestão organizacional às atividades por eles desenvolvidas, de acordo com os regulamentos de segurança operacional aplicáveis. A aplicação desses princípios e ferramentas de gestão organizacional deve produzir como resultado mensurável a mitigação e o controle eficaz dos riscos operacionais dos PSACs, condição requerida para obtenção e revalidação de suas certificações ou autorizações, conforme aplicável (PSOE ANAC, 2015). O SGSO requerido pela ANAC deve: » estabelecer a política e os objetivos da organização para a segurança operacional; » estabelecer as metas e os indicadores de desempenho da segurança operacional que permitam avaliar o alcance dos objetivos da segurança operacional; » estabelecer a estrutura organizacional e os responsáveis pela implementação, manutenção e melhoria contínua do sistema; » identificar os perigos e avaliar os riscos operacionais a eles associados; » aplicar ações corretivas e preventivas desenvolvidas a partir dos riscos operacionais avaliados, bem como avaliar a efetividade dessas ações; » executar supervisão permanente das atividades da organização, de modo a garantir a segurança operacional requerida; 41 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃOCIVIL │ UNIDADE II » planejar e realizar periodicamente avaliações internas ou auditorias do SGSO, visando a sua adequação ao contexto operacional da organização e à melhoria contínua dos níveis de desempenho da segurança operacional; » assegurar que as pessoas envolvidas com atividades sensíveis para a segurança operacional possuam as competências necessárias e estejam cientes de suas responsabilidades; » comunicar os resultados relativos ao desempenho da segurança operacional, bem como disseminar informações que aprimorem a cultura da segurança operacional da organização; » gerar e organizar documentos e registros que forneçam evidências do desenvolvimento, operacionalização, manutenção e melhoria contínua do SGSO; » atender a quaisquer outros requisitos específicos de SGSO estabelecidos em instrumentos normativos aplicáveis aos PSAC. As superintendências devem estabelecer, de forma coordenada e harmonizada entre si, os critérios para a elaboração de métodos aceitáveis de cumprimento com os requisitos de SGSO, conforme as particularidades de cada categoria de PSAC (PSOE ANAC, 2015). Os critérios mencionados devem ser definidos em instrumento normativo aplicável, levando em consideração o porte organizacional e a complexidade das atividades exercidas pelos PSACs, o nível dos riscos associados às suas atividades, bem como as responsabilidades da ANAC em relação aos usuários dos serviços por eles prestados (PSOE ANAC, 2015). A ANAC deve definir, em instrumento normativo aplicável, o método de aceitação dos Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional dos Provedores de Serviço da Aviação Civil (PSAC) por ela regulados, levando em conta o porte desses provedores e a complexidade das atividades por eles exercidas (PSOE ANAC, 2015). Estruturação do SGSO A estruturação do SGSO deve possuir, no mínimo, os seguintes componentes e elementos: 42 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL Tabela 5. Componentes e elementos de uma estrutura do SGSO. Componente Política e objetivos da segurança operacional 1 Elemento 1.1 Responsabilidade e comprometimento da alta direção 1.2 Responsabilidade da segurança operacional 1.3 Pessoal de segurança operacional 1.4 Coordenações do Plano de Resposta à Emergência (PRE) 1.5 Documentos do SGSO Componente Gerenciamento de riscos à segurança operacional 2 Elemento 2.1 Identificação de perigos 2.2 Avaliação e controle de riscos Componente Garantia da segurança operacional 3 Elemento 3.1 Monitoramento e medição do desempenho da segurança operacional 3.2 Gerenciamento de mudanças 3.3 Melhoria contínua do SGSO Componente Promoção da segurança operacional 4 Elemento 4.1 Treinamento e qualificação 4.2 Difusão do SGSO e da comunicação da segurança operacional Fonte: baseado em PSOE ANAC (2015). Aplicabilidade e escalabilidade do SGSO Como faz parte do PSOE-ANAC, a execução do SGSO é requerida dos seguintes PSACs: Tabela 6. PSACs cadastrados na ANAC. PSAC RBHA RBAC Escolas de aviação 141 142 Centros de treinamento Operadores aéreos 121 135 119 Operadores agrícolas 137 Organizações de manutenção de produtos aeronáuticos 145 Organizações de projetos, desenhos e fabricação aeronáutica 21 Operadores de aeródromos 139 Outros PSACs com SGSO a ser definida Fonte: baseado em PSOE ANAC (2015). Quando os serviços de manutenção forem executados pelos próprios PSACs, conforme o limite autorizado em suas Especificações Operativas, ou por outras organizações não passíveis de certificação segundo o RBAC 145, a contratação, o acompanhamento, a avaliação e a aceitação desses serviços devem fazer parte do escopo do SGSO desses PSACs. 43 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Com o propósito de promover a implementação do SGSO nos PSACs de modo compatível com seus diferentes contextos operacionais, serão definidos pela ANAC critérios de escalabilidade do SGSO, com base no porte dessas organizações e complexidade das suas atividades. Cabe às superintendências estabelecer, de forma coordenada e harmonizada entre si, os critérios mencionados, a serem incorporados nos regulamentos ou instruções suplementares, conforme aplicável. Independentemente da escalabilidade do SGSO, seu escopo deve abranger todas as atividades do PSAC aprovadas ou autorizadas pela ANAC. Quaisquer modificações nas atividades devem desencadear a revisão do escopo do SGSO, e sua adequação, conforme necessário. Para fins de harmonização da operação e manutenção do SGSO por parte da ANAC, os PSACs descritos são agrupados nos seguintes segmentos: Tabela 7. Segmentação de classificação das operações do SGSO. Segmento Tráfego aéreo RBAC Classificação Operações I Regular 121 Operação de impacto direto na segurança Operadores de aeródromos Provedores de serviço de manutenção Centros de treinamento II 135 Organizações de projetos aeronáuticos Fabricantes de aeronaves III Não regular 121 e 135 Alta complexibilidade na segurança Provedores de serviço de manutenção IV 135 Média complexibilidade na segurança Centros de treinamento Organizações de projetos aeronáuticos V Pequena complexibilidade na segurança Fabricantes de aeronaves VI Agrícola 137 Segurança total Provedores de serviço de manutenção Organizações de projetos aeronáuticos VII Aviação Geral RBHA 140 e 141 Fabricantes de aeronaves Fonte: baseado em PSOE ANAC (2015). O SGSO a ser implementado pelos PSACs que compõem cada um dos segmentos apresentados deve permitir e favorecer a comunicação eficaz entre seus sistemas, visando ao intercâmbio de dados, informações, experiências e soluções de problemas inerentes às suas interações para a prestação de serviços (PSOE ANAC, 2015). 44 UNIDADE II │ PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL As superintendências deverão estabelecer em instrumento normativo específico quais estratégias de gerenciamento da segurança operacional serão utilizadas para a regulação e a fiscalização dos entes regulados. Gerenciamento de riscos à segurança operacional pela ANAC A ANAC deve estabelecer uma abordagem sistemática de gerenciamento de riscos à segurança operacional para identificar, avaliar e mitigar os riscos inerentes ao ambiente operacional por ela regulado e fiscalizado, e ao seu próprio ambiente organizacional (PSOE ANAC, 2015). O impacto gerado pela adoção da abordagem sistemática utilizada pela ANAC para o gerenciamento de riscos deve ser o aprimoramento de sua capacidade de regulação e fiscalização da segurança operacional sobre a aviação civil brasileira, considerando o porte e a complexidade das operações aéreas. A abordagem sistemática de gerenciamento de riscos é constituída de: » diretrizes para o gerenciamento de riscos estabelecidos pela ANAC e os resultados desse processo; » responsabilidades dos gestores e demais colaboradores da ANAC com relação ao gerenciamento de riscos; » estrutura organizacional da ANAC compatível com a atuação direcionada pelo gerenciamento de riscos; » processos documentados de avaliação e tratamento dos riscos característicos do ambiente operacional regulado e fiscalizado pela ANAC, bem como do ambiente organizacional da ANAC. Entre as diretrizes e os resultados para o gerenciamento de riscos, encontram-se: » estabelecer os requisitos relacionados ao processo de gerenciamento de riscos a serem adotados pelos PSAC para os quais seja requerida a implementação do SGSO; » realizar o acompanhamento das metas de desempenho da segurança operacional estabelecidas pelos PSACs para os quais seja requerida a implementação do SGSO; 45 PROGRAMAS BRASILEIROS PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL │ UNIDADE II » realizar a avaliação e a atuação direta ou indireta sobre os riscos inerentes às atividades de PSAC e entes regulados, independentemente da implementação do SGSO; » priorizar a atuação
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