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1 UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO Andressa Aparecida de Melo Escobar RGM 1980432-6 Gilmara Cavalcante de Souza RGM 1787037-2 Guiomar Aparecida de Souza Faria RGM 1886597-6 Tatiana de Souza Marques Pereira RGM 1952537-1 Maria de Fatima de Barros RGM 1950053-0 TRABALHO DE CONSTITUCIONAL Direitos Políticos São Paulo 2022 2 Andressa Aparecida de Melo Escobar RGM 1980432-6 Gilmara Cavalcante de Souza RGM 1787037-2 Guiomar Aparecida de Souza Faria RGM 1886597-6 Tatiana de Souza Marques Pereira RGM 1952537-1 Maria de Fatima de Barros RGM 1950053-0 Trabalho de constitucional: Direitos Políticos Trabalho apresentado à Universidade Cidade de São Paulo do curso de graduação de Direito. Professor: Danilo Junior de Oliveira. São Paulo 2022 3 SUMÁRIO 1. CONCEITO ........................................................................................................................ 4 2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 3. DIREITOS POLÍTICOS ...................................................................................................... 6 3.1 DIREITO DE SUFRÁGIO ............................................................................................. 6 4. VOTO DIRETO E SECRETO ............................................................................................. 9 5. PLEBISCITO ................................................................................................................... 12 6. REFERENDOS ................................................................................................................ 13 7. INICIATIVAS POPULARES ............................................................................................ 14 8. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 15 9. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 16 4 CONCEITO Este trabalho refere se aos direitos políticos, discorre sobre: a democracia representativa, onde os Estados que buscam manter o regime democrático estão prevendo, em suas legislações, mecanismos de participação popular como um complemento ao sistema de democracia representativa, o que permite aos cidadãos, em certas ocasiões, deliberar sobre assuntos políticos de forma direta. O Brasil adotou, no art. 14, I, II e III, da CF/88, o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular como mecanismos de participação direta. No entanto, a utilização desses institutos ainda não é uma prática cotidiana em nosso país, situação que se torna ainda mais difícil pelo fato de a legislação infraconstitucional relacionada a tais institutos (Lei 9.709/98) ser lacunosa e não solucionar questões cruciais que permitiriam a viabilidade prática da participação popular. O sufrágio universal consiste no pleno direito ao voto de todos os cidadãos adultos, independentemente de alfabetização, classe, renda, etnia ou sexo, salvo exceções menores. Em sua forma original, usada no século XIX por reformistas políticos, sufrágio universal era entendido como apenas o sufrágio masculino. Temos a votação que é um processo de decisão no qual os votantes expressam a sua opinião por meio de um voto de maneira predeterminada. Os votos são processados e a decisão é tomada segundo alguma regra particular. Além de secreto, deve ser universal, ou seja, todos os brasileiros, natos ou naturalizados têm a oportunidade de se alistar e votar, a menos que se encaixem em certos casos previstos no artigo 14 da Carta Magna. Deve este voto ser ainda periódico, ou seja, o cidadão deve ter a oportunidade de votar de tempos 5 INTRODUÇÃO Os direitos políticos estão previstos, basicamente, nos artigos 14, 15 e 16 da Constituição da República. São direitos fundamentais que caracterizam o regime democrático, destacando a participação popular na formação da vontade do Estado, conferindo ao cidadão a capacidade de votar (direito político ativo) e de ser votado (direito político passivo). O Estado Democrático de Direito tem por objetivo o respeito às liberdades civis e aos diretos fundamentais da pessoa humana, fundado no princípio da soberania popular, segundo o qual todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente. De modo geral podemos classificar os regimes democráticos em três espécies: Democracia direta: O povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes. Democracia representativa: A qual o povo soberano, elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para o povo, governem o país. Democracia semidireta ou participativa: O “sistema Híbrido”, a junção da democracia direta e da representativa. 6 DIREITOS POLÍTICOS Direitos políticos são os direitos destinados a assegurar a soberania popular, dando ensejo à possibilidade de se interferir nas decisões políticas do Estado, direta ou indiretamente. Os Direitos Políticos conferidos à população brasileira, de acordo com a Constituição Federal, no Capítulo IV, são: O sufrágio universal, o voto direto e secreto e a participação em plebiscitos, referendos ou iniciativas populares. Sufrágio é o direito de votar e ser votado. Voto é o ato por meio do qual se exercita o sufrágio, ou seja, o direito de votar e ser votado. DIREITO DE SUFRÁGIO Como núcleo dos direitos políticos tem-se o direito de sufrágio, que se caracteriza tanto pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade) como pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade). O exercício do sufrágio ativo dá-se pelo voto, que pressupõe: a- Alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral); b- Nacionalidade brasileira (não podem alistar-se como eleitores, os estrangeiros – art. 14, § 2º); c- Idade mínima de 16 anos (art. 14, § 1º, inc. II, “c”; d- Não ser conscrito1 durante o serviço militar obrigatório. O Alistamento eleitoral e o voto são, de acordo com o art. 14, § 1º, I e II, obrigatórios para os maiores dezoito anos e facultativos para os analfabetos, maiores de 70 anos e os maiores de 16 anos e menores de dezoito. O voto é direto, secreto, universal, periódico, livre, personalíssimo e com valor igual para todos. • Direto, o cidadão vota diretamente no candidato, sem intermediário; 7 • Secreto, na medida em que não se dá publicidade da opção do leitor, mantendo-a em sigilo absoluto; • Universal, visto que o seu exercício não está ligado a nenhuma condição discriminatória, como aquelas de ordem econômica (ter ou não certa renda), intelectual (ser ou não alfabetizado); • Periódico, já que a democracia representativa prevê e exige mandatos por prazo determinado; • Livre, pois o eleitor pode escolher o seu candidato, anular o voto ou depositar a cédula em branco na urna. A obrigatoriedade está em comparecer às urnas, depositar a cédula ou, atualmente, votar na urna eletrônica e assinar a folha de votação; Com valor igual para todos, decorrente do princípio one man one vote — “um homem um voto”, o voto deve ter valor igual para todos, independentemente da cor, sexo, situação econômica, social, intelectual etc. (voto igualitário). Segue julgado que diz respeito à garantia de acessibilidade de pessoas com necessidades especiais a prédios públicos ou particulares destinados à coleta de votos.Processual civil. Agravo interno no recurso especial. Enunciado administrativo 3/stj. Direito das pessoas portadoras de necessidades especiais. Prédios das seções eleitorais. Acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais. Competência da justiça federal. Agravo interno não provido. ______________________________________ 8 1- No caso dos autos, conforme se extrai do acórdão recorrido, cuida-se de ação civil pública, proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL em face da UNIÃO, do ESTADO DE SERGIPE e do MUNICÍPIO DE AREIA BRANCA, objetivando que os demandados fossem compelidos a resolver problemas de acessibilidade plena nos locais de votação. Julgada parcialmente procedente a demanda, o Tribunal de origem deu provimento ao apelo da UNIÃO e julgou prejudicada a apelação do ESTADO DE SERGIPE, reconhecendo a incompetência da Justiça Federal e a competência da Justiça Eleitoral na escolha e designação dos locais de votação. 2- As alegações de perda do objeto e de falta de interesse de agir não comportam conhecimento, uma vez que se tratam de inovação recursal, pois não foram suscitadas oportunamente pela parte nas contrarrazões ao recurso especial. Ademais, a causa da suposta perda de objeto, ocorrência das eleições de 2016, foi anterior ao julgamento da apelação, em janeiro de 2019, pela Corte de origem, que sobre o assunto nada manifestou. Precedente: AgRg no AREsp 737.899/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/09/2015, DJe 14/09/2015. 3- À Justiça Eleitoral, reservam-se matérias relacionadas diretamente ao processo eleitoral, abrangendo a inscrição dos eleitores, o registro dos candidatos, eleição, apuração e diplomação, nos termos do artigo 14 da Constituição e da legislação específica (CC 113.433/AL, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe 19/12/2011). 4- No caso dos autos, por outro lado, a discussão transborda o campo do direito eleitoral, pois diz respeito à garantia de acessibilidade de pessoas com necessidades especiais a prédios públicos ou particulares destinados à coleta de votos. 5- Assim, não há falar em competência da Justiça Eleitoral, uma vez que na ação civil pública em apreço não se discutem direitos políticos, inelegibilidade, sufrágio, partidos políticos, nem infração às normas eleitorais e respectivas regulamentações, ou seja, não diz respeito ao próprio processo eleitoral. Precedente: AgInt no REsp 1563459/SE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2017, DJe 14/08/2017. 6- Nesse sentido, manifestou-se o Ministério Público Federal em seu parecer, in verbis: "De fato, é cediço que a competência da Justiça Eleitoral se restringe à escolha dos locais das seções eleitorais, sendo da Justiça Comum (Estadual ou Federal) a competência para julgar demandas em que se discute a necessidade de obras de acessibilidade em prédios públicos, visando a tutelar os direitos de pessoas portadoras de necessidades especiais" (e-STJ, fl. 854). 7- Destaque-se que a existência eventual de pleitos relativos à designação efetiva dos locais de votação, competência do Juiz Eleitoral, nos termos do artigo 35, XIII, do Código Eleitoral, não impede o julgamento pela Justiça Federal das demais pretensões do parquet, concernentes à garantia de acessibilidade dos prédios públicos que possam vir a ser indicados como locais de votação, através das necessárias obras e reformas. 8- Destarte, deve ser reconhecida a competência da Justiça Federal para processar e julgar o presente processo e os autos devem retornar ao Tribunal de origem para que sejam analisadas as apelações da UNIÃO e do ESTADO DE SERGIPE, afastada a preliminar de incompetência da Justiça Federal. 9- Agravo interno não provido. (AgInt no REsp 1884298/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 29/03/2021, DJe 07/04/2021) 9 VOTO DIRETO E SECRETO A Constituição Federal de 1988 garante que o voto será direto e secreto, com valor igual para todos. (Art. 14, caput). O voto é direto quando o eleitor escolhe por livre e espontânea vontade o candidato que quiser, ou seja, poderá votar em branco ou até mesmo anular seu voto. O voto secreto assegura ao eleitor o direito de escolher seu candidato, sendo lhe assegurado o sigilo de sua escolha, e sendo facultativa a sua declaração. Para compreender melhor os direitos políticos são considerados ativos e passivos, sendo assim, o voto o direito político ativo refere-se ao poder que o eleitor tem de votar, já o direito político passivo refere-se ao poder de ser votado. O voto secreto é uma garantia fundamental, que por meio dele fica assegurada a livre manifestação de vontade do eleitor, que não deve sofrer qualquer constrangimento. Sendo assim, o eleitor não deve sofrer qualquer interferência alheia, pois seu sigilo garante a lisura do processo eleitoral e a consagração da democracia, gozando de igualdade entre os demais eleitores. O voto dá-se pelo exercício do sufrágio, que pressupõe: O alistamento eleitoral e o voto, sendo facultativos para os analfabetos, maiores de setenta anos e maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. E obrigatórios para os maiores de dezoito anos. Com relação ao título de eleitor o art. 91-A da Lei n. 9.504/97, estabeleceu que no momento da votação, além de apresentar o título, o eleitor deveria apresentar documento de identificação com fotografia. A matéria foi questionada no STF por meio da ADI 4.467, e por maioria, entendeu que a apresentação de dois documentos de identificação, se tornaria inviável a votação, além de, violar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Nessa perspectiva, o STF entendeu que seria o suficiente o documento oficial com foto, para que fosse exercido a capacidade eleitoral ativa. O julgado abaixo mostra o entendimento do STF, acerca do título de eleitor, com apresentação do documento oficial: 10 Ementa ação direta de inconstitucionalidade. Direito constitucional eleitoral. Identificação do eleitor no dia da votação. Art. 91-a da lei nº 9.504/1997. Redação Dada pela lei nº 12.034/2009. Art. 47, § 1º, da res.-tse nº 23.218/2010. Exigência de apresentação concomitante do título eleitoral e de documento oficial com foto. Desproporcionalidade da medida. Interferência no Direito ao voto. Suficiência do documento oficial com fotografia. Advento da biometria. Esvaziamento da Discussão. Interpretação conforme. Procedência da Ação. 1- A inovação legislativa trazida pelo art. 91-a da lei nº 9.504/1997, com redação dada pela lei nº 12.034/2009, a partir da qual exigida a apresentação concomitante do título eleitoral e de documento oficial com foto para identificação do eleitor no dia da votação, embora pensada para combater a fraude no processo eleitoral, instituiu óbice desnecessário ao exercício do voto pelo eleitor. 2- Questão equacionada sob o viés do princípio da proporcionalidade, ante a suficiência de documento oficial com foto para identificação do eleitor, Revelando-se medida adequada e necessária para garantir a autenticidade do voto. 3- Com a imposição da apresentação dos dois documentos, alguns eleitores, regularmente alistados, seriam alijados de participar do processo eleitoral caso não estivessem portando o título eleitoral no dia da votação, com eventuais reflexos na soberania popular (cf, art. 14) e no processo democrático. 4- O título representa a manifestação documental da qualidade de eleitor e tem sua utilidade, no momento da votação, direcionada à identificação da seção em que Inscrito o eleitor, bem como à sua identificação pela mesa receptora (código eleitoral, art. 46, § 5º). Sua ausência, a teor do art. 146, vi, do código eleitoral, em absoluto prejudica o exercício pleno dos direitos políticos do eleitorado.5- Com o advento da biometria, a discussão quanto à inconstitucionalidade do art. 91-a da lei nº 9.504/1997 perdeu força, mas não de todo esvaziada, uma vez mantida, alternativamente, a identificação pelo método tradicional, mediante apresentação de documento com foto, (i) para os ainda não cadastrados biometricamente – a meta para a totalidade dos eleitores foi estabelecida pela justiça eleitoral para 2022 –; (ii) para aqueles aos quais inviabilizada a biometria no dia da votação, por indisponibilidade momentânea ou ocasional do sistema ou impossibilidade de leitura das informações datiloscópicas do eleitor (impressão digital); e (iii) para o eleitorado geral, em situações excepcionais, como, v.g., nas eleições Municipais de 2020, ante o cenário deflagrado pela pandemia da covid- 19. 6- A análise da constitucionalidade do art. 91-a da lei nº 9.504/1997 há de levar em consideração o aprimoramento dos Mecanismos de garantia da segurança do voto, já conquistada pela sociedade sua autenticidade, mediante a identificação do eleitor pela biometria, bem assim, de forma secundária, por documento com fotografia, a afastar qualquer entendimento segundo o qual a ausência do título eleitoral, no momento da votação, impede o exercício do voto. 7- Ação julgada procedente, confirmada a medida cautelar, para atribuir 11 interpretação conforme à constituição aos arts. 91-a da lei nº 9.504/1997 e 47, § 1º, da res.-tse nº 23.218/2010, no sentido de que a ausência do título de eleitor no momento da votação não constitui, por si só, óbice ao exercício do sufrágio. O voto é considerado direto, secreto, universal, periódico, livre, personalíssimo e de igual valor para todos. Nesse diapasão segue o seguinte entendimento: (LENZA, 2020, pág.1.415) VOTO DIRETO: O cidadão vota de forma direta, sem intermediação. Excepcionalmente, existe uma única hipótese de eleição indireta, quando estiver vago os cargos de Presidente e Vice- Presidente da República. Nessa situação, a eleição será realizada pelo Congresso Nacional, na forma da lei. VOTO SECRETO: O voto secreto, não tem publicidade, ou seja, é mantido em sigilo absoluto VOTO UNIVERSAL: O voto no Brasil, não é restrito, isto quer dizer que, o seu exercício não tem discriminação, sendo igual para todos os cidadãos. VOTO PERIÓDICO: O voto é considerado periódico, pois, a democracia prevê a exigibilidade de mandatos por prazo determinado. VOTO LIVRE: O eleitor pode escolher por livre e espontânea vontade o candidato de sua preferência, podendo anular ou votar em branco, conforme sua vontade. A sua obrigatoriedade está somente em comparecer no dia da votação, para votar na urna eletrônica e assinar a folha de votação. VOTO PERSONALÍSSIMO: O voto é exercido diretamente pelo eleitor, sendo vedada a votação por procurador. Visando essa garantia de ser o voto personalíssimo, foi implantado no Brasil o procedimento do recadastramento biométrico. VOTO COM VALOR IGUAL PARA TODOS: O voto deve ter valor igual para todos, independentemente de cor, sexo, situação econômica, social, intelectual e etc. 12 PLEBISCITO Plebiscito – a origem da palavra vem do latim Plebiscitum, de plebi, do povo, genitivo de plebs, o povo e scitum, decreto, de scitum, neutro de scitus, particípio passivo sciscere, decretar, aprovar. Tivemos o primeiro Plebiscito no Brasil com data inicial prevista em 7 de setembro 1993, nos termos do art.2.º do ADCT, antecipada para 21 de abril 1993 pela EC n. 2/92. A manutenção da república constitucional e do sistema presidencialista de governo A democracia participativa ou semidireta assimilada pela CF/88(arts. 1.º, parágrafo único, e 14) caracteriza-se, como a base para que se possa falar em Participação Popular no poder por intermédio de um processo de exercício da Soberania, que se instrumentaliza por meio do Plebiscito, Referendo, Iniciativa popular. A semelhança entre ambos reside no fato de serem formas de consulta ao povo para deliberação sobre matérias de natureza constitucional, legislativa. Plebiscito: ocorre quando uma ideia deve ser analisada ou uma decisão tomada pelo conjunto de eleitores. Isto é: os eleitores deverão se manifestar sobre uma ideia, sendo que esta virá por meio de uma pergunta que deve, posteriormente, tornar-se, obrigatoriamente, lei, quando os eleitores forem a favor de tal. Em regra, o plebiscito é convocado pelo legislativo (se nacional: no mínimo 1/3 de assinaturas de deputados ou senadores). Mas, a CF/88 prevê casos nos quais este é obrigatório, como no que tange a separação ou fusão de território. Referendo: ocorre quando já existe um projeto de lei aprovado pelo legislativo, ou seja: está apto a se tornar lei. Porém, só entrará em vigência se os eleitores o aprovarem. Para ser proposto, faz-se necessária a assinatura de no mínimo 1/3 de deputados ou senadores. Iniciativa Popular: os eleitores interferem diretamente na produção da lei, ao passo que um deles ou um grupo confecciona o texto de um projeto de lei ordinária ou complementar que gostaria que se tornasse de fato lei. É exclusividade do Congresso Nacional autorizar Referendo e convocar Plebiscito O resultado do plebiscito ou referendo diz respeito à manifestação de vontade 13 popular (que é soberana), tanto a lei como a emenda constitucional seriam manifestadamente inconstitucionais. Isto porque, conforme ensinamentos de Pedro Lenza "uma vez manifestada a vontade popular, esta passa a ser vinculante, não podendo ser desrespeitada. Referidos dispositivos seriam inconstitucionais por violarem os art. 14, I ou II, c/c art. 1º, parágrafo único, qual seja o princípio da soberania popular". Vale ressaltar que a vontade popular não é fato inexorável, existe uma única maneira de modificá-la, sendo: mediante nova consulta ao povo, que para ocorrer precisa ser convocada ou autorizada por decreto legislativo do Congresso Nacional, nos termos do art. 49, XV. REFERENDOS O referendo deve ser convocado no prazo de trinta dias, a contar da promulgação da lei ou da adoção de medida administrativa sobre a qual se mostra conveniente a manifestação popular direta. O plebiscito: é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem ou demostram sua posição sobre determinadas questões. A convocação de Plebiscitos é de competência exclusiva do Congresso Nacional quando a questão for de interesse nacional. Relembramos que a CF permite a criação de Territórios Federais (hoje inexistentes) e até prevê, no art. 12. Do ADCT (ato das Disposições Constitucionais Transitórias), a formação de uma comissão para analisar a questão, sobretudo em relação a Amazônia Legal. Para a criação de um território, entre os primeiros passos está a aprovação da proposta pela população diretamente interessada, mediante plebiscito art 18 § 3º, da CF. Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o plebiscito e o referendo são convocados em conformidade, respectivamente com a CE e a com a lei orgânica. A iniciativa da proposta do referendo ou plebiscito deve partir de 1\3 dos Deputados Federais ou de 1\3 dos Senadores. A aprovação da proposta é manifestada (exteriorizada) por decreto legislativo que exige o voto favorável da maioria simples dos Deputados Federais e dos Senadores (voto favorável de mais da metade dos presentes a sessão, observando -se que para a votação ser iniciada exige-se a presença de mais da metade de todos os parlamentares da casa. 14 INICIATIVAS POPULARES Iniciativa popular podendo ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles art. 61, § 2º. No dia 23 de outubro de 2005, o povo brasileiro foiconsultado sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munições no país. A alteração no art. 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) tornava proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º do estatuto. Como o novo texto causaria impacto sobre a indústria de armas do país e sobre a sociedade brasileira, o povo deveria concordar ou não com ele. Os brasileiros rejeitaram a alteração na lei. 15 CONCLUSÃO Os direitos políticos positivos referem-se ao conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais. A Constituição Federal, em seu artigo 14, assim estabelece: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante”; Plebiscito, referendo, iniciativa popular além dos direitos elencados no artigo acima, a doutrina também inclui os direitos políticos atinentes à propositura de ação popular e à organização de partidos políticos. O direito ao sufrágio representa a essência dos direitos políticos, configurando- se na capacidade de votar e de ser votado. 16 BIBLIOGRAFIA: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado: Coleção Esquematizado. 24ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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