Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dermatologia Introdução Neoplasia mais comum. Áreas fotoexpostas. Idade maior que 40 anos, sendo raro em crianças e negros. Alta taxa de cura se diagnóstico precoce. Carcinoma Basocelular (CBC) Trata-se de um tumor constituído por células morfologicamente semelhantes às células basais da epiderme. Apresenta crescimento lento, com capacidade invasiva localizada, porém destrutiva, geralmente não dá metástases. É o tumor maligno de pele mais frequente, representando mais de 70% dos casos de neoplasias malignas cutâneas. Histologicamente a maioria dos CBC parece originar-se da epiderme (camada basal) e dos folículos pilosos. O fator mais importante envolvido na sua patogênese é a radiação UV. O local mais comumente acometido são as áreas fotoexpostas. . A Radiação UVB (290 a 320 nm) é a principal responsável pela mutação no gene de supressão tumoral p53 e do gene PTCH para os pacientes com xeroderma pigmentoso e CBC. É mais frequente após os 40 anos de idade em pacientes de pele clara, cabelos loiros ou ruivos, efélides, elastose e imunossupressão. Pacientes portadores da Síndrome de Gorlin (AD, CBC, Cistos odontogênicos de mandíbula, pittings palmares, calcificação da foice cerebral, hipertelorismo ocular e malformação das costelas). Manifestações Clínicas A lesão mais característica é a lesão perlácea (pápula translúcida e brilhante) com a presença de telangectasias. Localização preferencial nos dois terços superiores da face, acima da linha passando pelos lóbulos da orelha e comissuras labiais. Não ocorre nas palmas, plantas e nas mucosas. Com a evolução pode provocar invasão e destruição do músculo, cartilagem, ossos e outras estruturas. Classificação 1- Pápulonodular ou nódulo ulcerativo: é a forma mais frequente, pápula perlácea com telangectasias, podendo ter ulceração central, pode ocorrer ainda a variante com pigmentação melânica. 2- Superficial ou Pagetoide: é o segundo tipo mais comum, apresenta-se com lesão ertitemato-escamosa, essa forma é mais comum no tronco. 3- Esclerodermiforme: apresenta-se geralmente como placa infiltrada, às vezes de tonalidade amarelo marfínico, limites mal definidos, é o mais agressivo. Outros tipos menos frequentes: 4- Cístico: quando localizado na pálpebra diagnostico diferencial com hidrocistoma. 5- Fibroepitelioma de Pinkus: lesão nodular papulosa ou nodular séssil ou pedunculada que se localiza preferencialmente no tronco ou extremidades. Hidrocitoma Fibroepitelioma de Pinkus Dermatoscopia Histopatologia As múltiplas variantes do CBC apresentam aspectos histológicos comuns, como lóbulos, colunas e cordões de células basalóides, com citoplasma escasso e característica paliçada periférica, associada a estroma fibromucinoso, frequentemente se observa uma retração (espaço entre o tumor e o estroma). CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Superifical Nodular (sólido) Micronodular Infiltrativo Esclorermiforme (esclorosante) Basoescamoso (metatípico) Queratótico Fibroepitelial (Pinkus) Diferenciação anexial Arranjo em paliçada Áreas de risco (zona H da face) Tratamento Curetagem e eletrocoagulação Cirurgia excisional Cirurgia micrográfica de Mohs 5-Fluoracil Terapia fotodinâmica Criocirurgia Radioterapia Imiquimod Vismodegib Carcinoma Espinocelular (CEC) CEC é o 2º tumor maligno mais frequente na pele, podendo originar metástases. Esse tumor origina-se da proliferação atípica de células da camada espinhosa da epiderme. Mais frequente em pessoas de pele clara, com mais de 50 anos de idade, em áreas expostas ao sol. Acomete ambos os sexos, sendo mais frequente no sexo ♂. É o tumor mais frequente em pacientes transplantados, observando-se inversão comparado com o CBC. Na etiopatogênese o fator mais importante é a radiação ultravioleta (UVB). Tem como lesão prévia mais frequente a ceratose actínica, mas também pode evoluir de lesões pré-malignas como: doença de Bowen, leucoplasia, radiodermite crônica, doença de Queyrat, úlceras crônicas (úlcera de Marjolin) e cicatrizes de queimaduras. Doenças genéticas como: xeroderma pigmentoso, epidermodisplasia verruciforme, albinismo e epidermólise bolhosa distrófica podem evoluir com CEC. O CEC oral relaciona-se ao hábito de fumar e a etilismo. Na área genital o CEC relaciona-se as infecções crônicas pelo HPV principalmente subtipos 5, 7, 8, 16, 18, 31, 33, 35 e 58. Manifestações clínicas Pode manifestar-se como pápula queratósica, nódulo, nódulo ulceroso e lesões em placas vegetantes. Dermatoscopia Vasos polimórficos com predomínio de áreas esbranquiçadas, pode-se evidenciar sinais de queratinização importante com presença de áreas branco-amareladas com presença de pontos hemorrágicos. Histopatologia Consiste em ninhos, cordões ou blocos de células epiteliais escamosas que originam da epiderme, invadindo a derme e estruturas mais profundas. Há queratinização variável central e formação de pérolas córneas dependendo da diferenciação tumoral. O grau de anaplasia tumoral vai conferir ao tumor sua classificação como bem, moderado ou pouco diferenciado, implicando em menor ou maior gravidade. Nos tumores bem diferenciados há tendência a formação das pérolas córneas, pleomorfismo celular pouco acentuado. Nos tumores pouco diferenciados desaparecem as pérolas córneas e o pleomorfismo celular é mais intenso. Pérola Córnea Se origina da camada espinhosa da epiderme Tratamento Cirurgia Cirirurgia micrográfica de Mohs (patologista junto na sala faz o congelamento da lâmina e, assim, se determina melhor qual as bordas mais acometidas e a margem de segurança) Criocirurgia em lesões de baixo risco ou pacientes com contraindicações cirúrgicas. Radioterapia Melanoma Tumor maligno devido à transformação do melanócito localizado principalmente na junção epidérmica em melanócito atípico. Representa aproximadamente 3 a 4% dos tumores cutâneos malignos, sendo o câncer da pele de maior morbidade e mortalidade, embora a prevenção e o diagnóstico precoce tenham auxiliado no controle da doença. Epidemiologia Mais frequente em adultos brancos. Pode aparecer em qualquer área do corpo, na pele ou mucosas. Fatores de risco Tanto fatores ambientais quanto fatores genéticos Principal fator ambiental: exposição solar Principal fator genético: mutações nos genes CDKN 2A, CDK 4 ocorre em 30% dos pacientes com história familiar. E mutação no gene BRAF (quando associado à exposição intermitente à luz ultravioleta). Manifestações Clínicas O melanoma pode surgir como o aparecimento de uma lesão nova pigmentada (de novo), ou de um nevo pré-existente. Lesão pigmentada de bordas irregulares, alteração de coloração, aumento de diâmetro e sintomas como prurido e descamação. Regra ABCD: A (assimetria), B (bordas irregulares), C (cor variada) e D (diâmetro acima de 6 mm), valoriza-se também o E (evolução) Classificação dos melanomas cutâneos primários 1. Melanoma Extensivo Superficial É o tipo mais comum de melanoma, sendo mais frequente entre 30 a 60 anos de idade, corresponde a 70% dos melanomas. Lesões pigmentadas discretamente elevadas de coloração variável (negra acastanhada, rósea e esbranquiçada), tronco em ♂ e pernas nas ♀. Inicia com crescimento radial em nível de epiderme e depois para crescimento vertical. 2. Melanoma Nodular É o segundo tipo de melanoma mais frequente, corresponde a aprox. 15% dos casos, geralmente por volta dos 55 anos de idade. Clinicamente é uma pápula ou nódulo pigmentado de grande variabilidade clínica. Apresenta somente fase de crescimento vertical. 3. Melanoma Acrolentiginoso Mais comum em indivíduos da raça negra e amarela.Costuma aparecer por volta dos 60 anos de idade, as lesões são pigmentares com crescimento radiais, sendo que as lesões subungueais podem ser de difícil diagnóstico. 4. Lentigo Maligno e Lentigo Maligno Melanoma Apresenta evolução lenta de vários anos e localiza-se principalmente em áreas fotoexpostas cronicamente expostas à luz solar, como face, pescoço e membros superiores. A idade média dos pacientes é de 65 anos. As características são de mácula hipercrômica acastanhada de bordas irregulares, de crescimento periférico radial. 5. Melanoma Amelanótico Melanoma com a falta clínica de pigmento, tornando o diagnóstico clínico e até histológico mais difícil. Dermatocospia Seta azul: véu cinza azulado Seta vermelha: círculos dentro de círculos Seta preta: aberturas foliculares com borrões Diagnóstico Biópsia excisional quando retiramos toda a lesão com margem mínima de até 2 mm, excisão longitudinal nos membros e preferencialmente seguindo sentido da drenagem linfática nas lesões do tórax. Biópsia incisional quando removemos parcialmente a lesão. Anátomo patológico: deve-se avaliar espessura do tumor (índice de Breslow), índice mitótico por mm², presença ou ausência de ulcerações, margens, subtipo histológico, fase de crescimento (radial x vertical), regressão, resposta inflamatória linfocítica e neurotropismo. Anátomopatológico Score de Breslow (indicativo histopatológico de tamanho do tumor) e de Clark. (avalia a profundidade da lesão e quanto foi a invasão tumoral). Se for Clark in situ = epiderme. O mais importarte é o Breslow, pois ele fornece a sobrevida do paciente.. Clark 0- sem melanoma 1- In situ (epiderme) 2- Toda epiderme até derme papilar 3- Toda epiderme, derme papilar e chega na derme reticular 4- Até hipoderme (subcutâneo) Estadiamento Estadios I e II: melanoma localizado, sem meta regional ou sistêmica. Estadios III: metástases regionais (linfonodais e/ou satelitose ou meta em trânsito). Estadios IV: metástases à distância. Principais focos de metástases Pele, partes moles e linfonodo Pulmões Fígado TGI Cérebro Osso Pesquisa de Linfonodo sentinela Melanoma primário com espessura igual ou maior a 1,0 mm. Melanoma primário com espessura menor que 1,0 mm no subgrupo com Breslow ≥ 0,8 mm e < 1 mm se associado a ulceração ou índice mitótico maior ou igual a 1 mm². Em casos de Breslow < 0,8 mm em pacientes jovens com tumor de crescimento vertical. Tratamento Tratamento cirúrgico: Margens de 0,5 a 1 cm: in situ Margens de 1 cm: Breslow ≤ 1 mm Margens de 1 a 2 cm: Breslow > 1 mm e < 2mm Margens de 2 cm: Breslow ≥ 2mm Medicamentoso: Drogas Alvo Específicas, em caso de metástase a distância ou estádio IV Inibidor da quinase, local de ação (BRAFV600E): Vemurafenibe, Dabrafenibe, Trametinibe . Anti CTLA 4, local de ação (CD80 e CD86): Ipilimumabe . Anti PD-1, local de ação (PD-L1 e PD-L2) Pembrolizumabe, Nivolumabe.
Compartilhar