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Teoria da Prova

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Teoria Geral das Provas 
 
CONCEITO 
 
Provar significa demonstrar a veracidade de um enunciado 
sobre um fato tido por ocorrido no mundo real. 
 
 Prova como atividade probatória: conjunto de 
atividades de verificação e demonstração, 
mediante as quais se procura chegar à verdade dos 
fatos relevantes para o julgamento. (Direito à 
prova = desdobramento do direito de ação) 
 
 Prova como resultado: Formação da convicção do 
órgão julgador no curso do processo quanto à 
existência (ou não) de determinada situação fática. 
 
 Prova como meio: forma como se levará o 
processo. 
PRINCIPIOS 
 
Proporcionalidade: 
Autorresponsabilidade das partes: as partes assumem as 
consequências de sua inatividade, erro ou negligência, em 
relação à prova de suas alegações. Exemplificando, na 
hipótese de processo penal por crime de ação penal 
pública, caso o Ministério Público não comprove a prática 
do fato delituoso, a consequência será a absolvição do 
acusado. 
Oralidade: deve ser dada preponderância à palavra falada 
sobre a escrita, sem que esta seja excluída. 
 princípio da concentração: Toda a colheita da 
prova e o julgamento devem ocorrer em uma 
única audiência (audiência de instrução e 
julgamento), ou ao menos no menor número de 
audiências (é possível cindir a referida audiência – 
arts. 400, §1º e 411, §2º, CPP). 
 princípio do imediatismo: O magistrado deve ter 
contato direto (e imediato) com a prova 
produzida, formando mais facilmente sua 
convicção. 
 princípio da irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias: deve-se trabalhar com a regra da 
irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Isso, 
no entanto, não significa dizer que decisões 
arbitrárias não possam ser impugnadas. Haverá 
sempre a possibilidade de a matéria ser discutida 
em preliminar de futura apelação, seja por 
cerceamento à acusação, seja por cerceamento à 
defesa, sem prejuízo, obviamente, dos remédios 
constitucionais do mandado de segurança e do 
habeas corpus; 
 princípio da identidade física do juiz: Consiste no 
fato de que o juiz que preside a instrução do 
processo, colhendo as provas, deve ser aquele que 
julgará o feito, vinculando-se à causa (art. 399, 
§2º, CPP). 
Liberdade probatória: adota-se, no âmbito processual 
penal, a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao 
momento ou tema da prova, seja quanto aos meios de 
prova que podem ser utilizados. 
Liberdade probatória quanto ao momento da prova: 
As provas podem ser produzidas a qualquer momento, 
salvo exceções - art 231. 
Exceções: o rol de testemunhas deve ser apresentado 
na própria peça acusatória - art. 41. Quanto à defesa, o 
momento é o da apresentação da resposta à acusação, nos 
exatos termos do art. 396-A. 
 Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição 
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir 
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, 
oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário. 
Ainda, durante o julgamento no júri não será permitida 
a leitura de documento ou a exibição de objeto que não 
tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 
3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. 
Compreende-se na proibição desse artigo a leitura de 
jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de 
vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros. 
 Art. 479. Durante o julgamento não será permitida 
a leitura de documento ou a exibição de objeto que não 
tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima 
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte 
Princípio do favor rei: decorre do princípio da presunção de 
inocência. Baseia-se na predominância do direito de 
liberdade do acusado quando colocado em confronto com 
o direito de punir do Estado, ou seja, na dúvida, sempre 
prevalece o interesse do réu. 
Contraditório: prova, tecnicamente é aquela colhida sob o 
crivo do contraditório, com a atuação das partes; 
Imediatidade do juiz: a prova deve ser colhida perante o 
juiz e, como regra, esse juiz irá julgar (identidade física do 
juiz); 
Comunhão das provas: Uma vez produzida, a prova 
pertence ao juízo e pode ser utilizada por qualquer das 
partes e pelo juiz, ajudando na busca pela verdade real, 
mesmo que tenha sido requerida por apenas uma das 
partes. 
FATOS QUE DISPENSAM PROVAS 
Fatos axiomáticos: É o fato óbvio. Ex: Pessoa decapitada, 
não precisa provar que ela está morta. 
Fatos públicos e notórios. são os de conhecimento geral 
em determinado meio. Ex 1: Não precisa provar que Lula foi 
presidente do Brasil. Ex 2: Mata uma mulher em razão do 
gênero feminino. Não precisa provar a condição de mulher. 
Fatos irrelevantes. Tudo aquilo que é irrelevante, para o 
processo. Ex: Alguém é acusado de homicídio, não precisa 
provar no processo qual é a cor da arma. 
Presunções legais: verdades que a lei estabelece. Podem 
ser absolutas (juris et de iure), que não admitem prova em 
contrário, ou relativas (juris tantum), que admite prova em 
contrário. Exemplo: menor de 18 anos é inimputável. 
Não é preciso provar o Direito, pois, se seu conhecimento é 
presumido por todos, principalmente do juiz, aplicador da 
Lei. Como exceção à regra, será necessário provar: 
 leis estaduais e municipais. Ex.: Seu cliente 
teria praticado fraude de IPTU. Só que você 
alega que ele aderiu ao refis, parcelando o 
débito. Refis é matéria municipal. Tem que 
juntar a lei municipal. 
 leis estrangeiras; 
 normas administrativas; 
 costumes. 
 
PROVA E ELEMENTOS INFORMATIVOS 
 
 Art. 155, CPP: O juiz formará sua convicção pela livre 
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, 
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
 
Elementos informativos é toda a matéria probatória 
colhida extraprocessualmente. 
 
Prova é toda matéria probatória colhida em juízo perante 
contraditório e ampla defesa. 
O juiz, na sentença, só pode condenar o réu com base em 
prova (matéria probatória colhida mediante contraditório e 
ampla defesa) porém, os elementos informativos podem 
servir para complementar os meios de prova colhidos no 
processo. Os elementos informativos não podem servir 
exclusivamente para a condenação (por isso que o IP não 
serve de prova, pois não há contraditório e ampla defesa). 
O fundamento para declarar a nulidade de uma sentença 
por falta de prova é o artigo 155 do CPP. 
Se não existirem provas o réu deverá ser obrigatoriamente 
absolvido com fundamento no princípio constitucional da 
presunção de inocência. 
PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS 
Provas cautelares: - São aquelas em que há um risco de 
desaparecimento do objeto da prova por decurso do 
tempo. São produzidas na fase policial, porém, sob a 
presidência de um juiz, ou seja, sob o crivo do contraditório 
e da ampla defesa. Dependem de autorização judicial, mas 
tem seu contraditório postergado/diferido. Ex: 
interceptaçãos telefônica. 
Provas perecíveis / não repetíveis: São aquelas que 
quando produzidas não tem como serem produzidas 
novamente, não dependem de autorização judicial e seu 
contraditório também é diferido. Ex: Lesão cicatrizada, 
testemunha que faleceu, objeto que para periciar precisa 
ser destruído. Nesse caso, o juiz precisa garantir o 
contraditório postergado ou diferido. Ele vai pegar a prova 
já produzida e vai dar oportunidade as partes de se 
manifestarem sobre ela. Ex: Tem um laudo de uma prova 
que não pode ser repetida. Aí, o juiz, na posse do laudo, vai 
intimar as partes para se manifestarem sobre o laudo. 
Provas antecipadas: possuem contraditório real, exemploclássico da testemunha que está hospital em fase terminal, 
nesse caso, depende de autorização judicial. Sua colheita é 
feita em momento processual distinto daquele legalmente 
previsto, por isso a classificação. 
TERMINOLOGIA DA PROVA 
Prova: é todo elemento pelo qual se procura mostrar a 
existência e a veracidade de um fato. 
Finalidade da prova: é influenciar no convencimento do 
julgador. 
Sujeitos da prova: é a pessoa ou coisa de quem ou de onde 
dimana a prova; a pessoa ou coisa que afirma ou atesta a 
existência do fato provando. Prova pessoal é toda 
afirmação pessoal consciente, destinada a fazer fé dos fatos 
afirmados, como a testemunha que narra o fato que 
presenciou. Prova real de um fato consiste na atestação 
inconsciente, feita por uma coisa, das modalidades que o 
fato provando lhe imprimiu. Reais, por exemplo, são o 
lugar, a arma, o cadáver, a ferida etc. 
Forma da prova: Quanto à forma da prova, ou seja, a 
maneira pela qual a prova se apresenta em juízo, a prova 
pode ser: 
 Documental: a afirmação escrita ou gravada. 
 Testemunhal: afirmação pessoal oral, 
compreendendo as produzidas por 
testemunhas, declarações da vítima e do réu. 
 Material: é aquela que resulta da verificação 
existencial de determinado fato, que 
demonstra a sua materialização, ( o corpo de 
delito, os exames periciais, os instrumentos do 
crime.) 
Fonte de prova: pessoas ou coisas das quais possa se 
conseguir a prova 
 Fontes pessoais: ofendido, peritos, acusado, 
testemunhas 
 Fontes reais: documentos, em sentido amplo
 
Elemento de prova: todos os fatos ou circunstâncias em 
que reside a convicção do juiz. Ex. depoimento de 
testemunha; resultado de perícia; conteúdo de documento. 
Meio de prova (arts. 158 a 250 do CPP) instrumentos ou 
atividades pelos quais os elementos de prova são 
introduzidos no processo Ex. testemunha, documento, 
perícia. 
 Podem ser lícitos (admitidos no processo ) ou 
ilícitos (são inadmissíveis as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais, devendo ser 
desentranhadas dos autos do processo) 
Fonte de prova: pessoas ou coisas das quais possa se 
conseguir a prova. Ex. denúncia. 
Meio de investigação/obtenção da prova: procedimentos 
(em regra, extraprocessuais) regulados por lei, com o 
objetivo de conseguir provas materiais, e que podem ser 
realizados por outros funcionários que não o juiz. Ex. busca 
e apreensão; 
 Ordinários: pode ser utilizado para qualquer delito 
(busca domiciliar) 
 Extraordinários: (técnicas especiais de 
investigação) = utilizado para crimes mais graves. 
Caracterizam-se pela surpresa e pela dissimulação 
(LeI12.850/13). 
Objeto de prova: fatos principais ou secundários que 
reclamem uma apreciação judicial e exijam uma 
comprovação 
Destinatário da prova: 
× 1ª corrente: A teoria majoritária adotada no Brasil 
entende que o destinatário da prova é o juiz. 
× 2ª corrente (Afrânio da Silva Jardim/ Ada Pellegrini 
Grinover): Existe uma corrente divergente que diz 
que os destinatários da prova são o juiz e as partes 
do processo (defesa e acusação) 
3ª corrente (Auri, Renato Brasileiro): O destinatário direto 
seria o juiz, os intermediários as partes. 
 Importante: diferenciar FONTE X MEIOS DE 
PROVA X MEIOS DE OBTENÇÃO 
 
Fontes: 
Derivam do fato delituoso em 
si, sendo introduzidas no processo 
através dos meios de prova. 
Meios de prova: 
Instrumento através do 
qual as fontes de prova são 
introduzidas no processo. 
É uma atividade 
endoprocessual, ou seja, é 
produzido no interior do 
processo com a participação 
do juiz e das partes. 
Consagra-se, assim, o 
contraditório e a ampla 
defesa. 
Meios de 
obtenção de 
prova: 
Procedimento extrajudicial 
que possui como objetivo 
localizar fontes de prova. 
Em regra, realizado na fase 
investigatória. 
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 
 Prova direta x indireta 
Prova direta: prova direta é aquela que permite conhecer o 
fato por meio de uma única operação inferencial. Cita-se, 
como exemplo, o homicídio realizado na frente de outra 
pessoa. 
Prova indireta: se parte de um fato ou circunstância 
conhecida ou provada, e por dedução se chega aquilo que 
se pretende provar. Assim p chegar à determinada 
conclusão o juiz é obrigado a realizar pelo menos duas 
operações inferenciais. Por exemplo, gato e rato em uma 
caixa fechada, só sai o gato, testemunha só vê o gato 
saindo. Prova-se que saiu apenas o gato de lá, mas não se 
tem a prova direta que ele comeu o rato, é uma prova 
indireta, pois o rato não está em nenhum lugar. A prova 
indireta também é conhecida como sinônimo de indícios 
(art. 239) 
 É possível condenar alguém com base em indícios 
(usado como sinônimo de prova indireta)? Sim, 
desde que se trate de indícios plurais, coerentes e 
coesos, e não de um único indício isolado. 
 
Prova semiplena : possui menor valor persuasivo, não 
autoriza um juízo de certeza, mas de mera probabilidade. 
É considerada relevante quando houver decretação de 
medidas cautelares. 
 Indaga-se: é possível condenar alguém com base 
em uma prova semiplena? Não. 
 
 CPP, art. 312 - A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou 
para assegurar a aplicação da lei penal, quando 
houver prova (juízo de certeza) da existência do crime 
e indício (prova semiplena) suficiente de autoria. 
 
 Prova emprestada 
 
Consiste na utilização em um processo de prova que foi 
produzida em outro, sendo que esse transporte da prova é 
feito por meio de certidão extraída daquele Pode ter 
origem em processo criminal, administrativo ou civil. 
 Súmula 591 – STJ: permitida a prova emprestada 
no processo administrativo, disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e 
respeitados o contraditório e a ampla defesa 
 
A maioria entende que é cabível, desde que tenha sido 
produzida em seu processo originário com contraditório e 
ampla defesa. 
 
O STJ possui julgados em que afirma que é possível a 
prova emprestada proveniente de ação penal que não 
participaram as partes. Renato Brasileiro salienta que este 
entendimento é equivocado, não há como chamar de 
prova emprestada a prova produzida sem a participação 
da parte. Seria, em verdade, prova documental 
 
Forma: Deve ser feita através de documentos. 
Valor probatório: terá o mesmo valor que possuía no 
processo de origem 
Requisitos: O contraditório deverá ter sido observado 
quanto às mesmas partes no processo de origem. 
Do contrário, é considerada uma prova documental, não 
tendo o valor de prova emprestada. 
 
 Prova nominada x inominada 
Prova nominada: É a prova prevista em lei. Ex.: exame de 
corpo e delito (art. 158 e seguintes) 
Prova inominada: É a prova que não possui previsão legal. 
De acordo com o princípio da liberdade quanto aos meios 
de prova. Assim, ainda que o meio de prova não tenha 
previsão legal, será admitido, desde que não seja uma 
prova ilícita, imoral e antiética. Ex.: reconhecimento 
fotográfico por e-mail (comum nos casos de estupro) 
 
 Prova típica x prova atípica 
Prova típica: É prova que possui seu procedimento 
probatório previsto em lei. Ex.: reconhecimento de 
pessoas (art. 226 do CPP). 
 Obs.: o reconhecimento é uma prova 
nominada (previsto em lei) e típica 
(procedimento probatório previsto em lei). 
Prova atípica: É a prova que não possui seu 
procedimento previsto em lei. Ex.: reconstituição do 
crime e interceptação ambiental. 
 Obs.: é prova nominada (prevista em lei) e 
atípica (procedimento não está previsto m lei 
 
 PROVA ANÔMALA x PROVA IRRITUAL 
Prova anômala: Foi prevista na lei para ser utilizada 
de determinada maneira, mas o juiz ou as partes 
estão utilizando para outra finalidade .Ou seja, é 
aquela prova típica produzida sem a observância de 
seu procedimento probatório. É prova obtida por 
meios ilegítimos, podendo caracterizar uma nulidade 
absoluta ou relativa,a depender do caso concreto. 
Ex.: a testemunha - seu conhecimento deve vir aos 
autos através de um depoimento prestado em juízo, e 
não através de uma mera certidão juntada aos autos, 
sob pena de violação aos princípios do contraditório e 
da ampla defesa 
Prova irrtual: É aquela produzida sem a observância o 
modelo típico previsto em lei. É prova ilegítima. 
Ex.: reconhecimento em juízo que não segue o 
procedimento descrito no art. 226 do CPP. 
Obs.: a jurisprudência dá pouca importância para o 
procedimento do reconhecimento, admitindo-o, ainda 
que não seja feito com as formalidades do art. 226 
CRITÉRIOS DE DECISÃO (STANDARDS PROBATÓRIOS) 
O juiz, no Processo Penal, é chamado a proferir várias 
decisões em momentos diversos. Contudo, o seu grau 
de convencimento não precisa ser o mesmo. Por 
exemplo, o juízo de certeza na sentença condenatória 
não é o mesmo ao se decretar uma interceptação 
telefônica. Em suma: é o grau de convencimento que 
se exige do magistrado para a prolação de uma 
decisão, que irá variar de acordo com a decisão 
proferida. 
ÔNUS DA PROVA 
É a quem compete produzir a prova. O Código diz que 
quem alega o fato tem o ônus de prova-lo. 
Doutrinariamente isso se desdobra: 
A) Cabe a acusação provar: a materialidade e a 
autoria, ou seja, a tipicidade. Não é o réu que tem que 
provar a inocência, mas sim a acusação que tem que 
provar a culpa. Provada a autoria e a materialidade, 
ou seja, a tipicidade, ocorre a inversão do ônus da 
prova. 
B) Cabe a defesa provar: compete a defesa, uma vez 
provada a materialidade e a autoria, provar 
excludentes de antijuridicidade, de culpabilidade, de 
punibilidade. Ex: Tem um cliente acusado de 
homicídio. A defesa diz que o homicídio foi culposo. 
Quem tem que provar o dolo é a acusação. 
O juiz pode produzir provas de ofício? 
 
Toda produção probatória no Brasil é gerida pelo 
princípio da verdade real. Pelo princípio da verdade 
real, no processo penal, o juiz pode, de ofício, ir em 
busca das proas, com a finalidade de reconstituir o 
fato conforme foi praticado. 
O CPP diz que é uma faculdade do juiz produzir provas 
de ofício . Finalidade de dirimir dúvidas. Sempre que 
ele tiver uma dúvida sobre o fato ele pode, do curso 
da instrução até a sentença, produzir provas de ofício. 
É o que a doutrina chama de prova complementar / 
derivada / subsidiária. 
Pode produzir prova de ofício, ainda que antes do 
processo, quando para proteger provas cautelares e 
perecíveis (as chamadas provas emergenciais). 
- Todas as regras do artigo 156 são regras facultativas 
- Existem casos em que o juiz é obrigado a fazer a 
prova de ofício: Citação por edital, quando o réu não é 
encontrado. 
Em regra, ao juiz é facultado produzir prova de ofício, 
(art. 156 do CPP). Excepcionalmente, ele será 
obrigado quando a lei expressamente definir a 
obrigatoriedade. Ex: citação por edital quando o réu 
não é localizado. 
SISTEMA DE AVALIAÇÃO (VALORAÇÃO) DA PROVA 
É a forma no qual o julgador, o Estado juiz, aprecia a 
prova. 
 Sistema tarifado/ sistema da prova tarifada 
(sistema francês) 
Pelo critério do sistema tarifado a lei estabelece o 
meio para provar o fato. A lei determina o meio para 
provar o fato. Ex: A lei diz que a única forma de provar 
um estuporo é através da perícia; a única forma de 
provar um arrombamento é a prova pericial técnica. É 
necessário ter a prova certa para o fato determinado. 
 Sistema da intima convicção (é o que 
prevalece nos países que adotam o common 
law) 
Por esse critério, que é o oposto dos anteriores, o juiz 
pode decidir livremente. Ou seja, a lei não estabelece 
para ele o meio de prova específico. Ex: Pode provar a 
morte de alguém com um documento, com uma 
filmagem, com uma perícia, da forma que o juiz 
quiser. 
 
 Sistema do livre convencimento motivado 
(aplicado nos países que adotam o civil law) 
É igual ao anterior, mas tem que motivar o porquê da 
utilização da prova. Toda decisão precisa ser 
fundamentada, todo juízo de valor precisa ser 
fundamentado. 
 O Brasil adota todos os sistemas. Adota o 
sistema tarifado quando diz que só pode 
provar um homicídio através do exame do 
corpo de delito. No júri, os jurados (que são 
juízes populares) não precisam fundamentar 
sua decisão. No júri é utilizado o sistema da 
intima convicção. No mais, adotamos o 
sistema do livre convencimento motivado. 
Prevalece o sistema do livre convencimento 
motivado. 
Efeitos da adoção do Sistema do Convencimento 
Motivado pelo ordenamento brasileiro: 
 Não existe prova de valor absoluto (ausência 
de hierarquia). 
 Ausência de limitação quanto aos meios de 
prova provas inominadas. 
 O juiz deve valorar todas as provas produzidas 
no processo, mesmo que para afastálas 
(exemplo: mesmo que o juiz não acolha, se 
ele a afastar, deverá declarar por motivo não 
é crível). Assim, não basta o direito a produzir 
a prova, surge o direito de que a prova seja 
apreciada pelo juiz contraditório. 
 Somente são válidas as provas constantes do 
processo, conhecimentos privados do juiz não 
tem validade. 
 
DA PROVA ILEGAL 
157 do CP: Trata do instituto da prova ilícita. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
 
 Prova ilícita: É aquela que viola uma norma de 
direito material ou de direito constitucional. Ex: prova 
baseada no depoimento de uma testemunha em que o 
depoimento foi colhido sob tortura. Ex2 : Escuta 
telefônica feita sem autorização judicial. Ex3: Busca e 
apreensão sem mandado em imóvel. Ex4: violar 
correspondência. Ex 5: Sigilo entre advogado e cliente. 
 
 Prova ilegítima: É aquela que viola direito 
processual. Ela viola regra da norma processual. Ex:1 
Laudo não oficial realizado por apenas um perito (tem 
que ser dois). Ex 2: testemunha de defesa que é ouvida 
antes da testemunha de acusação. Ex 3: Interrogatório 
do réu que é o primeiro ato da instrução. 
 
 Prova irregular: é uma criação do doutrinador 
Paulo Rangel. É uma prova que regula procedimento 
de validade de uma prova. Ex 1: A ausência da 
assinatura de um perito no laudo. Ex 2: A testemunha 
que não rubricou todas as páginas de seu depoimento. 
Prova irregular é uma modalidade de prova ilegítima. 
 
!!!!! ATENÇÃO !!!!!! pois o artigo 157 trata das provas 
ilícitas, não trata das provas ilegítimas nem das provas 
irregulares. A prova ilícita é retirada do processo, 
desentranhada dos autos. Aplica o artigo 157 do CPP. 
Essa regra não se aplica as provas ilegítimas e 
irregulares. Essas provas geram nulidade, do processo 
ou do ato. Aplica a teoria das nulidades. As provas 
irregulares geram nulidades sanáveis. As provas 
ilegítimas geram nulidades insanáveis. 
 
TEORIA DA PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO 
Art. 157 §1º 
 Teoria dos frutos da árvore envenenada 
Para essa teoria, toda prova que deriva de uma prova 
ilícita também será ilícita. Ex: produzida uma prova A, 
dessa prova A chega-se a uma prova B. A prova A é 
declarada ilícita, a prova B é considerada ilícita por 
derivação. Dessa forma, tanto a prova A quanto a 
prova B serão desentranhadas do processo. 
A prova ilícita por derivação é uma aplicação da teoria 
americana da árvore dos frutos envenenados, cuja 
imagem traduz com bastante propriedade a ideia da 
prova ilícita: se a árvore é envenenada, seus frutos 
serão contaminados. 
Exemplo de aplicação: Testemunha A presta 
depoimento perante o juiz esclarecendo fatos do 
crime. Posteriormente, descobre-se que essa 
testemunha foi encontrada apenas em decorrência de 
uma interceptação telefônica ilegal. Logo, seu 
testemunho é contaminado e considerado ilícito. 
Exceções: 
1. Hipótese da prova absolutamente independente: É 
uma situação óbvia. Tem uma prova A que gera uma 
prova B. Tem uma prova C que gera uma prova D. Se a 
prova A for ilícita ela não vai contaminar a prova D, 
vez que não há nexo causal entre elas. 
2. Princípio da descoberta inevitável: Temuma prova 
A que gera uma prova B. Tem uma prova C que 
também gerou uma prova B. A prova A é uma prova 
ilícita, ela será extirpada do processo. A prova B não 
será extirpada do processo, pois ela foi purificada pela 
prova C. Chegar a B seria inevitável, pois ela também 
derivou da prova B. 
3. Princípio da proporcionalidade 
Por esse princípio ou essa teoria uma prova ilícita 
seria validada se a intenção for proteger um bem 
jurídico mais relevante. Ex: Tortura seria admitida 
para impedir um ataque terrorista. 
4. Teoria da excludente da licitude da prova 
Toda prova ilícita amparada por uma das excludentes 
do art. 23 do CP se tornaria lícita (estado de 
necessidade). 
OBS: Essa teoria só se aplica em favor da defesa; o 
bem jurídico violado pela prova tem que ser menor 
que o bem jurídico liberdade. 
LIMITAÇÕES À TEORIA DA PROVA ILÍCITA POR 
DERIVAÇÃO 
Com o passar dos anos, a Suprema Corte Americana 
entendeu que a Teoria da Prova Ilícita por Derivação 
não poderia ser aplicada de forma ilimitada. Diante 
disso, surgiram teorias que visam a licitude da prova, 
Algumas dessas teorias já vem sendo aplicadas no 
ordenamento jurídico Brasileiro. 
 Teoria da fonte independente 
Trata-se da prova obtida de forma independente, não 
sendo contaminada pelo veneno da prova ilícita (de 
um lado ela tem relação com a ilícita, mas por outro 
lado tem uma fonte independente que a torna lícita). 
A Teoria da Fonte Independente já era adotada pelo 
STF (RHC 90.376, HC 83921), vindo a ser inserida no 
art. 157, §1º: 
 Art. 157, § 1º São também inadmissíveis as 
provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre 
umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma FONTE 
INDEPENDENTE das primeiras. 
 
 Teoria da descoberta inevitável 
Se restar demonstrado que a prova derivada da ilícita 
seria produzida de qualquer modo, 
independentemente da prova ilícita originária, tal 
prova deve ser considerada válida. 
O STJ (HC 52.995) foi o primeiro Tribunal Superior a 
adotar a Limitação da Descoberta Inevitável. O STF 
possui alguns precedentes (HC 91.867) adotando a 
referida teoria 
 Teoria da limitação da mancha purgada 
Ocorre quando um ato posterior, totalmente 
independente, afasta a ilicitude originária. O vício da 
ilicitude originária é atenuado em virtude do espaço 
temporal decorrido entre a prova primária e a 
secundária, ou por conta de circunstâncias 
supervenientes na cadeia probatória ou da vontade 
de um dos envolvidos em colaborar com a persecução 
criminal. 
Há precedente do Superior Tribunal de Justiça 
adotando essa limitação. 
 
 Teoria da boa-fé 
Quando a prova for produzida com total pureza de 
intenção, com a crença de se estar agindo dentro dos 
termos legais, pode ela ser aceita, ainda que ilícita. 
não há registros de sua aplicação na jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 A teoria do risco 
Se busca dar fundamento à validade da prova obtida 
mediante violação ao direito à intimidade, com a 
utilização de escutas telefônicas, filmagens e 
fotografias clandestinas.

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