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Encapsulamento - Método da cápsula

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10 www.rxonline.com.brRevista Rx - Nº5 - Setembro/Outubro - 2007
técnicas
Introdução
O termo cápsula é derivado do latim capsula, que significa invólucro 
pequeno1, e pode ser empregado para designar diferentes formas e objetos, 
como estruturas florais ou até mesmo veículos de transporte espacial. No 
âmbito farmacêutico, o termo cápsula é utilizado para descrever um recep-
táculo oco comestível, produzido geralmente de gelatina, destinado a con-
ter e veicular, principalmente pela via oral, uma dose medicamentosa1-6.
As cápsulas podem ser duras, quando o invólucro é apenas constituído 
de gelatina, e moles ou elásticas, quando emolientes são acrescidos à gela-
tina na composição do invólucro1-6.
Atualmente, as cápsulas duras são consideradas uma das melhores for-
mas farmacêuticas para acondicionar substâncias medicamentosas, pois1-5: 
a) protegem os fármacos contra a ação da luz (quando coloridas), do ar 
e da umidade; 
b) mascaram sabor desagradável dos fármacos;
c) tem precisão de dosagem (± 1%);
d) possibilitam a associação de substâncias; 
e) tem apresentação atraente e são facilmente administradas.
Os invólucros para cápsulas duras são fabricados com diversas capacida-
des volumétricas (mL), designadas por números1-4,7 (Tabela 1). Entretan-
to, as prescrições médicas definem as doses dos fármacos em unidade de 
massa (g, mg, μg). Para atender e manipular corretamente uma prescrição 
médica sob a forma de cápsulas, há que se relacionar se a quantidade de 
fármaco prescrita, acrescida de diluente e adjuvantes (em unidade de mas-
sa), pode ser acondicionada nas dimensões (em unidade de volume) do 
invólucro gelatinoso. 
O conceito que relaciona unidades de massa e de volume é a densidade 
aparente2,4-9.
Dap = m/V , onde:
• D
ap
 = densidade aparente (em g/mL);
• m = massa da amostra de pó (em g);
• V = volume do recipiente que foi ocupado por m (em mL).
Inicialmente, para a determinação da D
ap
 de pós, o manipulador par-
te do dado da massa de fármaco (prescrita no receituário médico) a ser 
encapsulada. Se essa massa for transferida para um recipiente cilíndrico 
Método da Cápsula para 
Determinação da Densidade 
Aparente de Pós na Manipulação 
Magistral de Cápsulas
Kátia Solange Cardoso R. dos Santos
Doutora em Química Farmacêutica pela 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da 
Universidade de São Paulo
Micheli Aparecida Pessim
Farmacêutica
Resumo
A cápsula, por ser a mais versátil de todas 
as formas farmacêuticas, apresenta elevada 
aceitação e constitui hoje a forma de admi-
nistração sólida oral de maior consumo e 
produção nas farmácias magistrais. Entretan-
to, para manipulá-las, há de se relacionar a 
quantidade de fármaco prescrita (em unidade 
de massa) com a capacidade volumétrica dos 
diferentes tamanhos do invólucro gelatinoso. 
Essa relação é dada pela medida da densi-
dade aparente de pós. O método volumétrico 
mais comumente empregado em farmácias 
magistrais para determinação da densidade 
aparente de pós é o método da proveta, cuja 
principal desvantagem é a dificuldade de 
reprodutibilidade das medidas. O método da 
cápsula, proposto neste trabalho, emprega 
a própria cápsula em substituição à proveta 
como recipiente de medida volumétrica e de-
monstrou as vantagens de ser reprodutível, de 
fácil execução e econômico, por gerar perdas 
mínimas de matéria-prima na execução das 
medidas de volume aparente.
Descritores: 
Densidade aparente, enchimento, cápsulas.
11Revista Rx - Nº5 - Setembro/Outubro - 2007www.rxonline.com.br
técnicas
12 www.rxonline.com.brRevista Rx - Nº5 - Setembro/Outubro - 2007
técnicas
www.rxonline.com.br
graduado, é possível realizar a leitura do seu volume e de-
cidir sobre o tamanho de cápsula que tenha capacidade 
suficiente para acondicionar esse volume de fármaco e se 
restará espaço a ser completado com o diluente (acrescido 
ou não de adjuvantes). 
Esse método volumétrico2,4,6 ficou conhecido como mé-
todo da proveta. Entretanto, há de se considerar a porosi-
dade inerente aos pós em virtude do ar acomodado entre 
as partículas2,6. Sendo assim, a leitura do volume aparente 
depende do empacotamento das partículas e do grau de 
compactação da amostra do pó8. Para expulsar parte do ar 
contido entre as partículas do pó e considerando, ainda, 
que a superfície livre do pó na proveta (ou seja, a leitura 
do menisco) raras vezes é plana, há necessidade de bater 
o recipiente sobre uma superfície rígida, como a oferecida 
por uma mesa, normalizando o número, a intensidade e a 
freqüência dos batimentos, a fim de tornar os resultados 
reprodutíveis2,6. É claro que este modo de proceder pode 
falsear as leituras, uma vez que é muito difícil garantir que 
o manipulador tenha reprodutibilidade na intensidade 
com que repete as batidas da proveta, somado ao fato da 
intensidade das batidas variar de manipulador para ma-
nipulador.
Confirmando essa dificuldade em se reproduzir a inten-
sidade das batidas e com o intuito de minimizar essa va-
riação, Van Ooteghem divulga, em 1966, um método para 
tornar os resultados reprodutíveis: coloca-se uma massa 
conhecida de determinado pó num recipiente graduado; 
deixa-se cair cuidadosamente o recipiente de uma altura 
de 2 a 3 cm sobre mesa de madeira; repete-se a operação 
por duas vezes, com intervalos de 2 a 3 segundos; lê-se o 
volume do pó2.
Para auxiliar o manipulador no enchimento de cápsulas, 
além do método da proveta, existem tabelas de preenchi-
mento, denominadas nomogramas (Figura 1), que, confor-
me o volume de pó a ser distribuído e o número de cáp-
sulas a preencher, determinam o tamanho dos invólucros 
a serem utilizados e o volume total que deve ocupar o pó 
após adição do diluente2,5,7. Entretanto, este método acaba 
por somar a dificuldade de operação do método da proveta 
na medida em que se faz necessário medir previamente o 
volume de pó do fármaco a ser encapsulado.
Apresentação da técnica
Em virtude da dificuldade evidenciada na reprodução da 
determinação da densidade aparente pelos métodos volu-
métricos descritos na literatura e supra relatados, este tra-
balho propõe a execução de novo método volumétrico, que 
fora denominado método da cápsula. A grande novidade 
reside no fato de se empregar a própria cápsula como reci-
piente de medida volumétrica, uma vez que a capacidade 
máxima dos invólucros é conhecida e padronizada (Tabela 
1) e, ainda, por possibilitar a realização de medida em tri-
plicata numa única operação. A técnica esta apresentada 
em detalhes no quadro 1.
Discussão
Conforme já fora mencionado no método da proveta, a 
determinação aparente de pós não é tarefa fácil, uma vez 
que cada manipulador aplica intensidades diferentes nas 
batidas para promover a acomodação do pó e remoção do 
ar entre as partículas. Essa observação pode ser a principal 
causa de variação entre replicatas das medidas. 
No método por leitura de nomograma, para que o ma-
nipulador possa utilizar o gráfico, deve pesar a massa de 
fármaco necessária para a manipulação das cápsulas e me-
dir o volume em proveta, pois a escolha do tamanho da 
cápsula está vinculada ao volume e não à massa de fármaco. 
Isso torna o método trabalhoso e incorre no mesmo pro-
blema do método da proveta: aplicação de intensidades di-
ferentes nas batidas para promover a acomodação do pó e 
remoção do ar entre as partículas.
No método da cápsula, a intensidade empregada para 
acomodar o pó na cápsula durante a medida de densidade 
aparente na própria cápsula é a mesma oferecida na mani-
pulação das formulações. Por esse motivo, o resultado se 
aproxima tanto do real e demonstra grande grau de repro-
dutibilidade entre as triplicatas.
Além disso, o método da cápsula minimiza o desperdí-
cio de matéria-prima, uma vez que a amostra de fármaco 
empregada para a determinação da densidade aparente,mesmo que em triplicata, é mínima, ou seja, o suficiente 
para encher o corpo de 3 cápsulas, cujo volume varia de 
0,21 mL (no. 04) a 0,95 mL (no. 00). No método da proveta, 
o volume de fármaco necessário para uma leitura confiável 
do menisco é muito maior, variando de 5 a 10 mL. Há de 
se ressaltar, ainda, que a variação decorrente da leitura do 
menisco no método da proveta é outra fonte de erro elimi-
nada com o emprego da própria cápsula como recipiente 
volumétrico.
Outra grande vantagem do método da cápsula é que a 
Tabela 1: Capacidades volumétricas de acordo com o tamanho 
(N°) da cápsulas2
Tamanho da cápsula (No.) Volume (mL)
000 1,37
00 0,95
0 0,68
1 0,50
2 0,37
3 0,30
4 0,21
5 0,13
13Revista Rx - Nº5 - Setembro/Outubro - 2007www.rxonline.com.br
 
técnicas
Quadro 1: Descrição detalhada e ilustrada da técnica 
1
Usando-se balança calibrada, pesar uma cápsula vazia n° 2, anotando o peso (m0) registrado pela 
balança;
2
Colocar o corpo da cápsula vazia na posição 1 da placa encapsuladeira, reservando a respectiva tam-
pa sob um vidro de relógio identificado com o número da cápsula (1);
3
Como a determinação da densidade aparente, por este método, é realizada em triplicata, repetir as 
operações 1 e 2 com outras 2 cápsulas, tomando o cuidado para não misturar os corpos e as tampas 
das 3 cápsulas entre si, pois existe variação entre os invólucros, mesmo que pequena;
4
Com o auxílio de uma espátula de aço inox, colocar na superfície da placa encapsuladeira pequena 
quantidade do pó a ser determinado o valor da densidade aparente;
5
Com o auxílio de espátula de PVC, distribuir o pó uniformemente sobre todas as cápsulas, de forma 
que todas fiquem completas e preenchidas até a borda;
6
Com o auxílio da espátula de PVC, remover o excesso de pó sob os orifício das cápsulas, levando-o 
para o canto da placa encapsuladeira e, em seguida, bata a placa sob a bancada. É importante pa-
dronizar o número e a intensidade das batidas;
7
Com o auxílio de espátula de PVC, distribuir o pó uniformemente sobre todas as cápsulas, de forma 
a completá-las com pó novamente até a borda (ou seja, repetir as etapas 5 e 6 até completar 4 ci-
clos);
8
Tampar a cápsula da posição 1 com a tampa reservada sob o vidro de relógio identificado com 1;
9
Tampar a cápsula da posição 2 com a tampa 2 e a 3, com a tampa 3. Isso porque as cápsulas apre-
sentam uma pequena variação de massa de um invólucro para outro. Sem trocar as tampas, essa 
pequena diferença não entra no cálculo da densidade aparente, aumentando a precisão do método;
10
Pesar, individualmente, as cápsulas cheias, anotando o peso (mf) registrado pela balança para cada 
uma delas, respectivamente.
11 Dap = m / V
Etapa de cálculo
• Dap = densidade aparente (g/mL);
• mf = peso da cápsula cheia (g);
• m0 = peso da cápsula vazia (g); 
• V = volume da cápsula (mL).
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técnicas
 
medida é realizada em triplicata, numa única operação, 
consumindo o mesmo tempo que seria gasto na confecção 
de uma única medida (o tempo gasto para proceder ao en-
chimento de 3 cápsulas não varia tanto do que seria gasto 
para encher 1 cápsula). No método da proveta, a realização 
da medida em triplicata não poderia ser realizada ao mes-
mo tempo, sendo que o tempo gasto para a realização da 
triplicata seria o triplo do tempo gasto para a realização 
de uma única medida, sem contar o tempo envolvido na 
lavagem e secagem do material, quando se fizer necessário 
utilizar o mesmo recipiente para todas as medidas.
Conclusão
O método da cápsula, recém-desenvolvido e, até então, 
não descrito na literatura, pode ser empregado em subs-
tituição ao método da proveta com as vantagens de ser: (a) 
reprodutível, (b) de fácil execução - pois as batidas para 
acomodação do pó seguirão o Procedimento Operacional 
Padrão (POP) já estabelecido para enchimento de cápsulas 
- e (c) econômico, por gerar perdas mínimas de matéria-
prima na execução das medidas de volume aparente.
Referências Bibliográficas
1. Jones B. Cápsulas duras de gelatina, In: Aulton ME. Deline-
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2005, pp 453-465. 
2. Prista NL, Alves AC, Morgado R. Tecnologia Farmacêutica. 6 
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3. Allen Jr LV, Popovich NG, Ansel HC. Formas Farmacêuticas e 
Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Artmed Editora, São 
Paulo, 2007. Cap. 7: Cápsulas.
4. Gennaro AR. Remington: A Ciência e a Prática da Farmácia. 
20 ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.
5. Le Hir A. Noções de Farmácia Galênica. 6 ed. Andrei Editora, 
São Paulo, 1997. Cap. 4: Formas Farmacêuticas.
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Indústria Farmacêutica. v. II. Fundação Caloustre Gulbenkian, 
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8. Staniforth J. Fluxo de Pós, In: Aulton ME. Delineamento de 
Formas Farmacêuticas. Artmed Editora, São Paulo, 2005, pp 
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9. Allen Jr LV, Popovich NG, Ansel HC. Formas Farmacêuticas e 
Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Artmed Editora, São 
Paulo, 2007. Cap. 6: Pós e Grânulos.
10. Pessim MA. Novo Método da Cápsula para Determinação da 
Densidade Aparente de Pós na Manipulação Magistral de Cáp-
sulas Duras [Trabalho de Conclusão de Curso]. Várzea Grande: 
Curso de Farmácia do UNIVAG – Centro Universitário; 2007.
Número de Cápsulas
N
úm
ero de C
ápsulas
Volume de Pó
N
úm
er
o 
da
 C
áp
su
la
Figura 1: Nomograma para enchimento de cápsulas
Abstract
Once the capsule is the most versatile of all pharmaceutical 
dosage forms, it presents high acceptance degree and nowa-
days it constitutes the solid oral dosage form of higher patient 
consumption and production by compounding pharmacies. 
However, to compounding capsules it must link the amount 
of prescribed drug (mass) with the volumetric capacity of the 
different sizes of the gelatinous pack. This relationship is given 
by apparent density of powders. The volumetric method that is 
usually used to determine apparent density of powders is the 
graduated cylinder method, which the main disadvantage is 
the lack of reproducibility. The capsule method proposed at this 
article employs the own capsule as volumetric recipient in subs-
titution to graduated cylinder. It has shown as advantages the 
reproducibility, easy execution and saves raw material.
Key Words
Apparent density, filling, capsules.

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