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Fundamentos Psicológicos da Educação - Livro texto (1)

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1 
 
 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
UFPBVIRTUAL 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE 
LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA 
INGLESA 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 
Márcia Maria de Medeiros Travassos Saeger 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
Palavras da professora pesquisadora .......................................................... 03 
UNIDADE I: CONHECENDO SOBRE A PSICOLOGIA 04 
1. Construção histórica da Psicologia ........................................................... 04 
2. As escolas da Psicologia e sua relação com a identidade da área .......... 11 
3. Psicologia: conceito e aplicações ............................................................. 15 
UNIDADE II: PSICOLOGIA EDUCACIONAL 21 
1. O processo de construção social do indivíduo ......................................... 21 
2. Psicologia da Educação: história, conceito, objetivo e correntes teóricas 26 
3. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem ................................ 33 
UNIDADE III: O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 38 
1. O processamento da informação .............................................................. 38 
2. Tecnologias e educação ........................................................................... 42 
3. Psicologia e educação: propostas futuras ................................................ 47 
Referências .............................................................................................................. 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Palavras da professora pesquisadora 
 
 
Caro(a) discente, 
 
É com alegria que saúdo a você e 
apresento a disciplina Fundamentos 
Psicológicos da Educação. 
O processo de ensino-
aprendizagem é uma relação entre todos 
nós, que formamos a Educação à 
Distância, portanto, sua participação é 
fundamental para que tenhamos um 
ambiente de completa interação. 
Nesta disciplina, iremos trabalhar com temáticas que nos auxiliem no 
entendimento sobre as contribuições da Psicologia para a Educação. O 
ambiente proposto para nossas discussões será enriquecido com a sua 
contribuição. 
Lembre-se de que a rede de conhecimentos que pretendemos construir 
só poderá existir, de fato, numa esfera de colaboração entre todos, num 
processo de compartilhamento de saberes e contribuindo para o crescimento 
individual e profissional de cada um de nós. 
Boa caminhada! 
 
 
Profª MSc. Márcia Maria de Medeiros Travassos Saeger 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE I 
CONHECENDO SOBRE A PSICOLOGIA 
 
CAPÍTULO 1: CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA 
 
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre a Psicologia Educacional nos 
tempos atuais, é importante conhecermos os fundamentos históricos e como se 
deu o processo de construção da Psicologia, a fim de nos situarmos quanto à 
temática. 
A história da Psicologia é marcada por 
diversas correntes de pensamento, tendo seu 
fundamento científico determinado por Wilhem 
Wundt, em meados do Século XIX. Para Wundt, 
a Psicologia é uma ciência empírica, tendo como 
objeto de estudo a experiência imediata, 
entendendo-se por experiência imediata os 
aspectos subjetivos da experiência, residindo no 
mundo interno dos sujeitos. 
Wundt entendia que a Psicologia constituía-se uma ciência 
independente de teorias metafísicas1, o que o fez recusar as concepções 
metafísicas sobre o objeto da Psicologia, determinando assim seu objeto de 
estudo, objetivos e métodos de pesquisa. Seu trabalho provocou diversos 
estudos em Psicologia, acatando ou atacando a psicologia wundtiana. 
 
1 O estudo do ser ou da realidade, e se destina a buscar respostas para perguntas complexas 
como: O que é realidade? O que é a vida? O que é natural? O que é sobrenatural? O que nos 
faz essencialmente humanos? (INFOESCOLA, 2015). 
5 
 
Exemplo destes estudos reside na Teoria Behaviorista, de John 
Watson, em fins do Século XIX, que afirmava ser possível uma ciência do 
comportamento, que seria a Psicologia, indo de encontro à perspectiva de 
Wundt. Contudo, muitos estudiosos da área discordam de que o 
comportamento é o objeto de estudo da Psicologia, ainda que a vejam como 
ciência. Por esta razão, a ciência do comportamento é hoje conhecida como 
análise comportamental. 
Ainda citando as correntes do pensamento da Psicologia, William James 
e John Dewey propuseram, nos Estados Unidos, em fins do Século XIX e 
começo do Século XX o Funcionalismo, que buscava, nas funções de 
adaptação, a síntese entre o seu organismo e o ambiente, ou seja, a mente dos 
sujeitos poderia ser estudada por meio de seus comportamentos, e estes 
deveriam se adaptar às condições ambientais para que pudessem sobreviver. 
No que diz respeito ao campo da educação, Dewey 
trouxe importantes contribuições, por considerar que o ensino, 
ao ser orientado para o aluno, ao invés do assunto, poderia 
formar o ser humano, a partir de sua adaptação ao contexto 
social através da educação. 
Outra teoria de bastante importância para os estudos da Psicologia é a 
Teoria da Gestalt, proposta por Max Wetheimer, Kurt Koffka e Wolfgan Koller, 
na segunda década do século XX, período marcado por mudanças 
significativas na filosofia e nas ciências. 
Acatando e tomando como ponto de partida a experiência imediata, 
proposta por Wundt, a Teoria da Gestalt, surgida na Alemanha, repensou 
funções psíquicas como a percepção, a memória e a aprendizagem, 
representando assim os primeiros modelos sistêmicos em Psicologia, numa 
abordagem mais centrada nas pessoas. 
A partir da recusa da relação 
estímulo-resposta defendida pelo 
comportamentalismo de John 
Watson, a gestaltismo defendia que 
o todo se opunha à soma das 
6 
 
partes na investigação sobre a 
mente. 
Considerando que a Gestalt enfatizava as percepções dos sujeitos, e 
sendo estas baseadas na experiência imediata e nas relações com o mundo 
onde ele vive, não se pode afirmar que uma percepção sobre algo é 
“totalmente errada”, pois cada sujeito cognoscente possui a sua gestalt. 
O princípio da Teoria da Gestalt, com base nos diferentes entendimentos 
sobre um mesmo fenômeno, contribuiu para a construção das bases 
epistemológicas de outras ciências, sobretudo as que trabalham com a 
informação como foco de pesquisa, uma vez que as interpretações e 
apreensões da informação e os processos de construção do conhecimento não 
são padronizados, posto que acontecem com base nas significações 
individuais. 
A Psicologia Cognitiva, notadamente interessada nos elementos 
essenciais da consciência, buscava explicar as percepções do indivíduo sobre 
o mundo e como ele se utiliza do conhecimento que possui para desenvolver 
funções cognitivas, tais como falar, raciocinar, memorizar, ou mesmo buscar 
soluções para problemas. 
Estas estruturas cognitivas impulsionaram os 
estudos de Jean Piaget, sobre o desenvolvimento infantil, 
trazendo importantes contribuições para o campo da 
educação. 
A teoria da Epistemologia Genética, proposta por Piaget, partia da 
relação lógica entre a Psicologia e a Biologia, buscando uma explicação 
científica para o processo de construção do conhecimento do homem. Para 
tanto, Piaget desenvolveu um conjunto de métodos qualitativos de 
investigação, composto por três etapas, a saber: observação do 
comportamento espontâneo dos sujeitos; observação do comportamento a 
partir de uma situação experimental provocada; diálogo estabelecido entre o 
pesquisador e o indivíduo. Salientamos que Piaget propôs que a investigaçãofosse realizada com crianças. 
Os princípios da teoria de Piaget permitiram explicar os processos de 
ensino-aprendizagem por meio da aprendizagem por descoberta, consideração 
7 
 
das diferenças entre os indivíduos, relação do indivíduo com o ambiente, 
facilidade de aprendizagem e avaliação contínua. 
 
 
Dentre as correntes clássicas da Psicologia, cita-se 
ainda a Psicanálise, criada pelo neurologista Sigmund Freud, 
por sua proposta de definir o inconsciente do indivíduo como 
objeto de estudo. 
Freud, que incialmente buscou tratar distúrbios psíquicos, contribuiu 
para o conhecimento do comportamento humano através da organização da 
mente dos indivíduos. Os resultados de seus estudos fizeram surgir a 
Psicologia Clínica e contribuíram para o entendimento de problemas 
comportamentais provocados por distúrbios mentais e sentimentos ou desejos 
reprimidos, estabelecendo assim forte relação entre o inconsciente e o 
consciente humano. 
Ao longo da história da Psicologia, para além das correntes clássicas 
apresentadas, sinalizando um movimento de avanço em relação aos estudos 
sobre o indivíduo, surgiram outras abordagens, dentre elas as abordagens da 
psicologia dos grupos. Ressalte-se aqui a contribuição do alemão Kurt Lewin, 
através das dinâmicas de grupo, que, trabalhando com egressos da Segunda 
Guerra Mundial, identificou que o todo (ou seja, o grupo) é maior que a soma 
de suas partes (relação com a Teoria Sistêmica, trabalhada na Administração e 
outras ciências), enfatizando ainda que havendo a modificação de uma das 
partes, a estrutura do todo também é modificada. 
Surgida no fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, a Psicologia 
Humanista foi de encontro às perspectivas do Behaviorismo (análise 
comportamental) e Psicanálise (inconsciente como objeto de estudo), 
consideradas por muitos humanistas como dominantes no campo da 
 Para discussão no Moodle! 
A teoria de Jean Piaget: um dos princípios da teoria de Piaget era a 
consideração das entre os indivíduos. Por que elas influenciam na aprendizagem? 
8 
 
Psicologia. Com forte influência da Psicologia da Gestalt e contribuições de 
Abraham Maslow, a corrente humanista era centrada no conhecimento do 
indivíduo, considerado ponto de partida dos processos de reflexão, tendo 
consciência do mundo em que está inserido, dos fenômenos e da sua própria 
experiência consciente. 
As revoluções surgidas em meio a rebeliões estudantis em várias partes 
do mundo, marcadas por uma juventude que ia de encontro à dominação de 
um segmento da sociedade e a servidão de outro, iconizadas pelo movimento 
de Maio de 1968, em Paris, afetou hospitais e escolas, aliando assim a 
Psicologia, Psiquiatria, Sociologia e Educação. Como crítica à centralização e 
rigorosa hierarquia em hospitais psiquiátricos e escolas fez surgir a 
Psicoterapia Institucional, em 1950, e a Pedagogia Institucional, em 1962. 
A contemporaneidade é marcada pela revolução tecnológica e por novos 
modos de produção de conhecimento e interação social, fortemente 
assinalados pelo uso das tecnologias. Acompanhando estas inovações, 
surgem problemáticas sociais novas, uma vez que os indivíduos estão imersos 
em um contexto de interação social cada vez mais forte. 
Neste contexto, surge na Psicologia um processo de ruptura com a 
psicologia científica, em face à necessidade de se considerar a subjetividade. 
Isto porque o estudo da mente dos indivíduos deve levar em consideração a 
construção e as influências do contexto social no qual ele está imerso. 
Nos estudos sobre a subjetividade, aponta-se como principal referência 
a obra de Lev Vygotsky2, psicólogo russo que, juntamente com pensadores de 
outras áreas do conhecimento, abrem um caminho interdisciplinar para a 
Psicologia. 
No Brasil, especificamente, a Psicologia foi impulsionada, ao final do 
Século XIX, pela ligação com a medicina e com a educação. Na medicina, o 
trabalho da Psicologia foi desenvolvido com fins de controle social, buscando 
identificar anormalidades relacionadas às chamadas “raças inferiores”, por se 
acreditar que eles poderiam prejudicar a ordem social da época. Sendo assim, 
 
2
 Lev Vygotsky foi o responsável pela teoria da Psicologia sócio-histórica, que defendia a 
construção social do conhecimento e ressaltava que o processo de ensino e aprendizagem 
deveria ser mediado pela escola e pelo professor. Foi graças a esta teoria que a Psicologia 
pôde avançar no entendimento da mente humana a partir das relações entre individual e social. 
9 
 
nas instituições psiquiátricas, o trabalho suplantava o tratamento das 
perturbações mentais, pois, em função da discriminação racial, os negros e 
mestiços eram vistos como vulneráveis a enfermidades, por sua natureza 
indolente. 
Na área da educação, a Psicologia contribuiu por se tratar da fonte de 
conhecimento sobre os indivíduos, seu desenvolvimento mental, sentimentos e 
construção do comportamento, num período em que o país estava em 
desenvolvimento e o analfabetismo da população era um dado preocupante. A 
expansão da escola pública no país fez aumentar a necessidade de 
educadores que conhecessem os processos de desenvolvimento do indivíduo. 
Como consequência da expansão da educação, as estatísticas sobre o 
rendimento do ensino público mostraram elevados índices de reprovação e 
evasão da escola pública, provocando assim a necessidade de se entender a 
fundo as causas daqueles fatos. A Psicologia auxiliou também fornecendo o 
conhecimento científico que embasaria esta investigação, considerando que as 
dificuldades dos alunos eram provenientes da organização familiar e das 
relações socioculturais estabelecidas, pois teriam influência direta em seu 
comportamento. 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 1 
 
 
1) Com base nas correntes teóricas apresentadas nesta primeira aula, que 
marcam a construção histórica da Psicologia, elabore um esquema que 
apresente a sequência destas correntes e sua principal característica. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
10 
 
2) O que podemos apontar como principal agente de mudanças tanto na 
perspectiva da Psicologia, quanto nas demais ciências, nos tempos atuais? 
Explique sua resposta. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Como se deu o início da Psicologia no Brasil? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Lembre-se que a leitura do texto e a resolução da 
atividade proposta irão auxiliá-lo para a compreensão da 
construção da Psicologia, enquanto ciência. Esta primeira 
noção é fundamental para que você possa entender como 
a Psicologia contribui para a compreensão de nosso 
comportamento. 
 
Bons estudos! 
11 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE I 
CONHECENDO SOBRE A PSICOLOGIA 
 
CAPÍTULO 2: AS ESCOLAS DA PSICOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM A 
IDENTIDADE DA ÁREA 
 
A discussão que pretendemos trazer neste capítulo gira em torno da 
identidade teórica, ou paradigmática no campo daPsicologia. Na verdade, esta 
busca por identidade, afirmação de um objeto de estudo e de um conjunto de 
metodologias próprias não é vista apenas na Psicologia, mas na maioria das 
ciências, sejam elas humano-sociais ou sociais aplicadas. 
A discussão sobre paradigmas tomou força com a 
publicação do livro “A estrutura das revoluções 
científicas”, de Thomas Kuhn. A visão kuhniana sobre os 
paradigmas e o estágio de maturidade da ciência, ao 
poder constituir um paradigma, uma vez que ele vai 
fornecer os fundamentos sobre os quais a comunidade 
científica desenvolve suas atividades, influenciou bastante 
a discussão desta questão na Psicologia. 
A presença das chamadas “escolas de pensamento” nas ciências marca 
um estágio conhecido como pré-paradigmático, pois estas escolas refletem um 
conjunto de discussões de autores que discordam total ou parcialmente uns 
dos outros. O estágio paradigmático de uma ciência é atingido quando estas 
discordâncias se encerram e a ciência ganha um núcleo duro, um objeto de 
estudo bem definido e abarca um conjunto de teorias, ou paradigma, que dá 
sustentação à ciência como um todo, sem quebras. 
Desta forma, com base no que apresentamos no capítulo anterior sobre 
as escolas de pensamento da Psicologia, tendo início na visão de Wudnt, que 
12 
 
entendia que a Psicologia era uma ciência empírica, cujo objeto residia nas 
experiências imediatas, passando por escolas que se apoiaram nesta ideia, 
como a Psicologia da Gestalt, e outras que se opunham à ideia das 
experiências imediatas, como o Behaviorismo, como podemos entender a 
situação paradigmática no campo da Psicologia? Será que podemos afirmar 
que a Psicologia é uma ciência que já alcançou o estágio paradigmático? 
É certo que as respostas para estes questionamentos não são absolutas 
e não seremos nós, mais um grupo de estudiosos sobre o tema, que as 
acharemos de forma tão simples, uma vez que a análise destas questões 
requer um grande aprofundamento na literatura. Mas, com base nas poucas 
inferências que apresentamos na primeira aula, que tal buscarmos responder, 
ainda que de forma objetiva, a estes questionamentos? Vamos lá! 
O primeiro questionamento foi: como podemos entender a situação 
paradigmática no campo da Psicologia? É certo que para buscar respostas a 
estas perguntas, vamos adotar uma linha para sustentar nosso argumento, 
qual seja a visão kuhniana sobre conhecimento e paradigmas nas ciências em 
geral, e não apenas na Psicologia. Para Kuhn, os problemas de difícil solução 
podem marcar a “substituição” de um paradigma por outro, que apresente novo 
conjunto de proposições que dê conta de solucionar os problemas da ciência. 
Esta noção de quebra paradigmática ou substituição de um paradigma 
por outro deve ser entendida aqui não como o abandono das ideias do 
paradigma anterior, mas a sua substituição por um conjunto de noções 
aperfeiçoadas, complementares, que vão tornar mais completo o discurso 
científico do campo. Em resumo, os paradigmas vão, ao longo das discussões 
dos autores com diferentes visões ou em busca de soluções para problemas 
que não se esgotam, sendo aperfeiçoados. Mas, ainda que trabalhemos com a 
ideia de que os paradigmas novos apresentam meios mais eficientes de 
continuar buscando soluções para a problemática alvo da ciência, eles não 
deixam de ser algo inovador, diferente. 
Voltamos então, para responder nosso questionamento, à noção pré-
paradigmática kuhniana, existente enquanto as escolas de pensamento 
diferentes forem se lançando no campo científico, uma complementando a 
outra, apresentando visões concordantes ou discordantes sob o nome de uma 
13 
 
“nova” escola de pensamento. Se a construção da Psicologia foi marcada por 
várias escolas de pensamento, conforme mostramos na aula anterior, e ainda 
hoje não se tem clara a noção de que uma nova escola não poderá surgir, uma 
vez que as novas descobertas marcam novas abordagens paradigmáticas, 
podemos considerar que a situação paradigmática no campo da Psicologia é a 
mesma que a grande maioria das ciências humano-sociais: vivemos ainda no 
estágio pré-paradigmático. 
Aliás, esta consideração, que passa longe de se propor como uma 
conclusão impassível de discursões, seja para a área da Psicologia ou outras 
ciências, foi fundamentada com base, apenas, na evolução do pensamento da 
Psicologia e na noção kuhniana sobre paradigmas. 
Ainda assim, tomando como base nossas simples considerações, que 
mais servem de subsídio para alimentar a discussão em grupo sobre a 
temática, o segundo questionamento também fica respondido, de forma 
implícita, com a primeira resposta, acreditando-se que ainda é cedo para 
afirmar que a Psicologia já atingiu seu estágio de maturidade paradigmática. 
Contudo, não podemos deixar de ressaltar que a discussão sobre os 
paradigmas de uma ciência, em nosso caso específico da Psicologia, não pode 
se confundir com a clara noção de seu conceito e suas aplicações, já que os 
construtos teóricos buscam, com as devidas diferenças, resolver um mesmo 
problema, relacionado ao objeto de estudo da ciência. 
Por isso, nossa próxima etapa é apresentar o conceito e as aplicações 
da Psicologia, para que, após estas noções gerais sobre o campo, possamos 
adentrar, especificamente, na Psicologia da Educação. 
 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 2 
 
1) Com base na leitura deste texto, o que você entende por paradigma? 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
14 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Discuta sobre a relação entre as escolas da Psicologia e a identidade da 
área, considerando a visão paradigmática da ciência. 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Nossa proposta, neste capítulo, foi fomentar a discussão 
sobre a identidade das ciências, especialmente a Psicologia, 
com base na visão paradigmática que oferece “maturidade” 
ao campo. A Psicologia, assim como a grande maioria das 
ciências humano-sociais, vive um processo de constantes 
descobertas sobre seu objeto de estudo, já que nosso 
comportamento não é padronizado e sofre influências do meio 
em que vivemos. 
 
Bons estudos! 
15 
 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE I 
CONHECENDO SOBRE A PSICOLOGIA 
 
CAPÍTULO 3: PSICOLOGIA – CONCEITO E APLICAÇÕES 
 
A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos 
mentais, entendendo-se as ações dos indivíduos, seus pensamentos, 
sentimentos, percepções, formas de raciocínio, memória e as atividades 
biológicas que fazem com que o corpo funcione. 
Deste modo, a tarefa do Psicólogo reside na descrição, explicação e até 
mesmo na prevenção do comportamento e dos processos mentais humanos, 
valendo-se de métodos científicos como meio de validar as respostas 
encontradas, em lugar dos resultados provenientes da especulação. 
Considerados mais confiáveis, estes métodos científicos são resultantes das 
várias pesquisas e contribuições teóricas das correntes do pensamento da 
Psicologia, ao longo de sua evolução. 
O trabalho do Psicólogo irá contribuir não apenas para a solução de 
conflitos mentais, mas também para a melhoria da qualidade de vida dos 
indivíduos. 
Veja, no quadro a seguir, uma pequena atividade proposta para testar 
nossos conhecimentossobre a Psicologia, baseada na ideia de Robert 
Feldman (2015). 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
Analise cada uma das afirmações a seguir, assinalando se são verdadeiras ou falsas. 
 
1) Os bebês amam suas mães, principalmente porque elas atendem suas 
necessidades biológicas básicas, como o fornecimento de alimentos ______. 
2) Os gênios geralmente têm uma adaptação social pobre _______. 
3) A melhor maneira de garantir que um comportamento desejado irá continuar depois 
de concluído um treinamento é recompensar este comportamento toda vez que ele 
ocorre durante o treinamento, em vez de recompensá-lo apenas periodicamente 
_______. 
4) Os pais devem fazer tudo o que puderem para garantir que seus filhos tenham alta 
autoestima e tenham a forte sensação de que são competentes ______. 
5) O QI das crianças tem pouco a ver com seu desempenho na escola _______. 
6) Quando as pessoas chegam à velhice, suas atividades de lazer mudam 
radicalmente _______. 
7) A maioria das pessoas se recusaria a aplicar choques elétricos dolorosos em 
outras pessoas _______. 
8) As pessoas que falam sobre suicídio são pouco propensas a tentar realmente se 
matar _______. 
 
 
 
A evolução do pensamento sobre a Psicologia e seu objeto de estudo, 
mencionada anteriormente, resultou no surgimento de várias subáreas. 
Ressalta-se que, mesmo que nem todas estas subáreas tenham interações 
diretas entre si, elas estão relacionadas em função do objeto de estudo comum 
a todas, qual seja a compreensão do comportamento dos indivíduos. Por esta 
razão, indica-se que a proximidade entre estas subáreas reside nas questões 
que tratam deste objeto de estudo. 
 
a) Psicologia experimental � ramo da Psicologia que estuda os sentidos, 
visões de mundo e percepções dos indivíduos. Mesmo que um Psicólogo 
possua outra especialização, ele irá utilizar técnicas experimentais; 
b) Psicologia cognitiva � considerada uma subespecialidade da 
Psicologia experimental, a Psicologia cognitiva inclui o pensamento, as 
formas de raciocínio, a busca pela solução de problemas, a linguagem e a 
memória do indivíduo; 
c) Psicologia do desenvolvimento � estuda, como o próprio nome sugere, 
o desenvolvimento do indivíduo, desde seu nascimento até a morte; 
17 
 
d) Psicologia da personalidade � trata do comportamento do indivíduo ao 
longo do tempo e como se dá sua uniformidade, identificando também o 
que marca as diferenças entre os indivíduos; 
e) Psicologia da saúde � analisa a relação entre fatores psicológicos e 
problemas de saúde ou de ordem física, tratando de temas como 
depressão e estresse; 
f) Psicologia clínica � este ramo da Psicologia busca estudar, 
diagnosticar e tratar transtornos psicológicos, como crises vivenciadas no 
dia a dia, até depressões profundas. 
 
Se observarmos bem, podemos estabelecer relações entre estas 
subáreas, a partir do foco do objeto de estudo, conforme ilustrado na figura 
abaixo. 
 
Figura 1 – Subáreas da Psicologia e as relações por foco do objeto 
 
Fonte: Elaboração própria (2015) 
 
18 
 
Considerando que a Psicologia tem por objetivo fundamental o estudo 
do comportamento do indivíduo, com aplicações diretas a partir de suas 
subáreas, trazemos mais uma vez à tona as discussões sobre a influência das 
tecnologias no comportamento dos indivíduos, em suas relações e interações 
com o meio no qual eles estão inseridos. 
As redes sociais configuram espaços que propiciam a interação de 
pessoas de todo o mundo, a qualquer tempo, reduzindo as noções 
espaciotemporais, graças à internet. Assim, o comportamento dos indivíduos 
passa também a sofrer influências do meio social virtual, trazendo duas 
subáreas da Psicologia com aplicações contemporâneas: a Psicologia social e 
a Psicologia transcultural. 
A Psicologia social se propõe a estudar como pensamentos, sentimentos 
e ações dos indivíduos podem ser afetados por outros, abarcando temas como 
amor ou agressão. Estudos revelam que a Psicologia social e a Psicologia da 
saúde estão diretamente relacionadas, pois, muitos dos fatores sociais que 
afetam o comportamento dos indivíduos podem trazer danos à sua saúde. 
Observe alguns destes fatores, dispostos na figura a seguir. 
 
Figura 2 – Fatores do contexto social que podem afetar a saúde 
 
Fonte: Fernandes; Santos; Techio (2015) 
19 
 
 
Já a Psicologia transcultural estuda como o comportamento dos 
indivíduos pode se diferenciar com base nos sistemas culturais em que eles 
estão imersos. 
Por último, mas não menos importante, já que constitui o tema 
fundamental de nossa disciplina, aponta-se a Psicologia Educacional, que 
trabalha com um conjunto de conhecimentos sobre as bases do 
desenvolvimento e da aprendizagem de indivíduos de todas as idades e em 
diferentes tipos de instituições. 
É importante diferenciarmos a Psicologia Educacional da Psicologia 
Escolar. Enquanto a primeira, que pode ser desenvolvida por profissionais de 
outras áreas ligadas à educação, busca solucionar problemas relacionados à 
aprendizagem dos indivíduos, a segunda se propõe a compreender as razões 
do insucesso de crianças na escola, sendo uma especialização da Psicologia. 
Diferenciamos ainda a Psicologia Educacional da Psicologia Escolar quanto à 
abrangência de atuação, pois a Psicologia Escolar é própria da área de 
Psicologia, ao passo que a Psicologia Educacional está imersa nas áreas de 
Educação (Pedagogia) e Psicologia. 
Assim, em um ambiente escolar, o acompanhamento relativo às causas 
do baixo rendimento de crianças deve ser feito por um Psicólogo Escolar, 
enquanto que o estudo das influências que o comportamento destas crianças 
tem em seu processo de aprendizagem pode ser feito por um Pedagogo ou 
mesmo por um Psicólogo, ou ainda pelos professores da escola. A questão é 
que estes estudos da Psicologia Educacional buscarão, nos fundamentos da 
Psicologia, as bases para investigação. 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 3 
 
 
1) Explique o que você entende por Psicologia. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
20 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Quais as principais subáreas da Psicologia e como estas áreas podem ser 
relacionadas? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Relacione as subáreas da Psicologia com as proposições abaixo: 
 
a) Psicologia experimental 1. Em que idade as crianças começam, 
geralmente, a desenvolver apego emocional a 
seus pais? 
b) Psicologia cognitiva 2. Acredita-se que filmes que retratam violência 
contra a mulher podem estimular um 
comportamento agressivo em alguns homens. 
c) Psicologia do desenvolvimento 3. Luís é único em seu modo de reagir a 
situações de crise, com um temperamento calmo 
e uma visão positiva. 
d) Psicologia da personalidade 4. Quais métodos pedagógicos motivam mais os 
alunos do ensino fundamental a realizar as 
tarefas com êxito? 
e) Psicologia da saúde 5. O emprego de Janete é exigente e estressante 
e ela se pergunta se seu estilo de vida está 
tornando-a mais propensa a doenças. 
f) Psicologia clínica 6. Um psicólogo está intrigado com o fato de que 
algumas pessoas são muito mais sensíveis a 
estímulos dolorosos do que outras. 
g) Psicologia social 7. Um medo intenso de multidões leva um homem 
a buscar tratamento para seu problema. 
h) Psicologia educacional 8. Que estratégias mentais estão envolvidas na 
resolução de problemas complexos?Caro(a) aluno(a), 
 
Dando continuidade aos estudos sobre a Psicologia, aqui 
aprendemos que, apesar da construção constante de sua 
identidade paradigmática, a área possui um objeto bem 
definido e para que possa estudá-lo a fundo, se divide em 
várias subáreas, com contribuições específicas para o 
entendimento de nosso comportamento e nossas mentes. 
 
Bons estudos! 
21 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE II 
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 
 
CAPÍTULO 1: O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO SOCIAL DO INDIVÍDUO 
 
Desde pequenos, no ambiente escolar, seja estudando as 
características dos seres humanos ou dos seres vivos em geral, identificamos, 
resguardando as devidas proporções, um processo de desenvolvimento 
progressivo. 
Esta noção progressiva se apresenta para nós quando aprendemos que 
“o ser vivo nasce, cresce, reproduz-se e morre”. Nas ciências biológicas 
aprendemos que este é o argumento básico para diferenciarmos seres vivos de 
seres não vivos. Mas, na medida em que vamos crescendo e aprofundando os 
estudos, percebemos que entre o processo de nascer e morrer há muito mais 
estágios do que crescer e reproduzir-se. 
Aprendemos desde que nascemos. Nosso desenvolvimento se dá, de 
forma inicial, com nossos familiares e com as pessoas com as quais 
interagimos. Nesta fase inicial, não apenas as pessoas, mas o ambiente, os 
objetos, tudo contribui para o aprendizado inicial. A chegada da escola possui 
influência essencial em nosso processo de aprendizagem, já que a construção 
do conhecimento será especialmente fomentada no ambiente escolar. A partir 
daí, nossos caminhos ficam abertos para diversas possibilidades, sobretudo 
quanto às escolhas relativas ao campo profissional. Mas, o que não podemos 
deixar de lembrar, em nenhum momento, é que sempre estamos imersos em 
um meio social, que, em todas estas fases citadas, terá influências diretas. 
Este meio social é que vai promover nosso desenvolvimento, pois é a 
partir da interação com a sociedade que iremos buscar a satisfação de nossas 
necessidades, sejam elas de ordem primária ou secundária, como classificou 
22 
 
Maslow3 e pode ser ilustrado na figura 3, ou ainda aquelas de ordem física 
(alimento, abrigo, segurança) e necessidades de ordem psicológica (afeto, 
estima, reconhecimento). 
 
Figura 3 – Pirâmide das necessidades de Maslow 
 
Fonte: Gestão interativa (2015). 
 
Maslow, que era Psicólogo, construiu a hierarquia das necessidades 
humanas com base na observação dos desejos de seus pacientes. Os anseios 
por eles demonstrados representam uma manifestação consciente das suas 
necessidades, constituindo assim o caminho para atingir os fins desejados. 
Tendo garantido as necessidades básicas à sua sobrevivência, o indivíduo vai 
em busca de atingir as necessidades de realização pessoal, a depender de sua 
motivação para tanto. 
É no convívio e na interação com a sociedade que o indivíduo irá 
desenvolver suas habilidades e adquirir conhecimento, sobretudo com o 
 
3
 Abraham Maslow, um dos expoentes da Psicologia Humanista e também muito referenciado 
na Escola das Relações Humanas, na Administração, dividiu as necessidades humanas em 
cinco categorias, dispostas em uma pirâmide, estando na base as necessidades primárias e 
em direção ao topo as necessidades secundárias. 
23 
 
aprendizado no ambiente de trabalho. Aliás, o trabalho permite que o indivíduo 
possa alcançar certos fins, utilizando assim o conhecimento já existente e 
criando novos conhecimentos. 
 
Nesta esfera, sabendo que o indivíduo se desenvolve a partir da 
interação no meio social, o papel da Psicologia é investigar que mudanças 
podem ocorrer nos processos, sejam eles cognitivos, afetivos, emocionais, 
ligados à relação indivíduo-sociedade. Para tanto, a Psicologia busca a 
interação com outros campos do saber, como a Biologia, Antropologia, 
Pedagogia, Sociologia, Medicina. 
Esta interação entre os diferentes campos do saber 
se faz necessária em função do próprio contexto social, 
que, por abarcar indivíduos com características físicas e 
cognitivas diferentes, e por pertencerem a culturas e 
contextos econômico-sociais diferentes, apresentarão 
comportamentos distintos em face a um mesmo objeto de 
estudo, ou diante de um mesmo evento. 
Exemplos disto estão nas salas de aula, formadas por indivíduos de 
idades diferentes, provenientes de ambientes familiares e realidades 
econômico-culturais diferentes e com motivações também diferentes. Estes 
indivíduos são postos em um mesmo ambiente, sendo conduzidos por um 
único profissional e, certamente, apresentarão comportamentos distintos tanto 
em relação ao ambiente escolar, quanto em relação à construção do 
conhecimento. 
Além disso, a influência que as tecnologias têm neste processo também 
não pode ser esquecida, uma vez que, as diferenças entre as pessoas muitas 
vezes são acentuadas em função do acesso ou não às tecnologias. Exemplos 
disso são percebidos no ambiente escolar e em indivíduos cada vez mais 
 Para discussão no Moodle! 
As necessidades humanas: como podemos relacionar o desenvolvimento 
das necessidades humanas ao papel da escola? 
24 
 
jovens. Aqueles que não possuem smartphones ou tablets, com acesso à 
internet e ligados em um tempo cada vez maior nas redes sociais, ficam, de 
certa forma, marginalizados, por não se incluírem no “contexto moderno”. 
Por isto, é de fundamental importância que o professor desenvolva a 
habilidade de lidar com as diferenças de comportamento de seus alunos, desde 
pequenos. Não se pode esperar que o ritmo de acompanhamento da disciplina 
seja o mesmo para todos, ou que as crianças reajam da mesma forma diante 
de uma atividade ou avaliação. Apresentamos comportamentos diferentes em 
nosso dia a dia e na escola não ocorre diferente. 
No que diz respeito à educação, a Psicologia fornece importantes 
contribuições, por meio da Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, 
cujos conceitos serão trabalhados nos próximos capítulos. 
O entendimento de que os indivíduos irão apresentar comportamentos 
diferentes no ambiente escolar, em função de se desenvolverem em um 
contexto social que irá influenciar em seu comportamento é fundamental para 
que os profissionais da educação possam lidar de forma eficiente com as 
diferenças entre os alunos. 
 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 1 
 
 
1) Explique por que falamos que as características do indivíduo estão 
relacionadas ao meio social. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Como você entende o papel da Psicologia? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
25 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Vimos que a Psicologia interage com outros campos disciplinares. Quais são 
eles? Como estas áreas podem contribuir com a Psicologia? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Conhecemos aqui o papel da Psicologia diante da difícil 
tarefa de analisar nossos comportamentos e reações, 
sabendo que a construçãode nosso comportamento se dá 
com base nas interações sociais que realizamos 
diariamente. A noção de nossas diferenças é fundamental 
para o bom desempenho do professor, que deve buscar, nos 
recursos que a Psicologia oferece, meios para planejar suas 
ações considerando o todo. E você, que está caminhando 
para o exercício docente, se sente preparado para lidar com 
seus futuros alunos em sala de aula? 
 
Bons estudos! 
26 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE II 
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 
 
CAPÍTULO 2: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO – HISTÓRIA, CONCEITO, 
OBJETIVO E CORRENTES TEÓRICAS 
 
O processo educacional é composto por aspectos que vão desde a 
história da educação até as políticas que norteiam a educação no país. Assim, 
as várias questões formuladas para buscar soluções aos problemas 
educacionais recebem contribuições de campos do saber variados, conforme a 
figura 4. 
 
Figura 4 – Áreas que contribuem para a Educação 
 
Fonte: Mello (2014). 
 
Dentre as áreas que contribuem para a Educação, encontra-se a 
Psicologia da Educação, subárea da Psicologia que é dedicada à compreensão 
do ensino e aprendizagem em ambientes educacionais. A Psicologia 
Educacional auxilia ao professor no entendimento de como se dá o 
desenvolvimento dos alunos no ambiente escolar e no contexto em que vivem, 
27 
 
além de proporcionar formas de compreensão sobre o processo de construção 
do conhecimento. 
Os primeiros estudos sobre Psicologia Educacional 
datam do final do Século XIX, com importantes contribuições 
de William James, John Dewey e E. L. Thordike. William 
James discutiu a Psicologia Educacional voltada para a 
educação de crianças, defendendo a observação como meio 
de compreender a maneira ideal de ensinar crianças. 
Para James, os professores deveriam aprofundar as aulas em níveis 
superiores em relação ao conhecimento e compreensão das crianças, 
contribuindo para a expansão de suas mentes. 
Em 1894, John Dewey fundou, na Universidade de 
Chicago, nos Estados Unidos, o primeiro laboratório de 
psicologia educacional. De seus estudos, resultaram ideias 
importantes para a Psicologia Educacional, como o 
entendimento de que a criança é um aprendiz ativo, e que a 
educação deve proporcionar meios para que a criança 
aprenda como pensar e também se adaptar ao mundo 
externo à escola. 
Dewey também contribuiu por defender a unicidade no modo de fornecer 
a educação para as crianças, sendo este um processo baseado na 
competência, independente do contexto socioeconômico no qual elas estão 
inseridas. 
 
 
 
 
 
Por fim, E. L. Thorndike defendia que a Psicologia 
Educacional deveria ter alicerce científico, com foco na 
mediação. Com isso, Thorndike enfatizou que um dos papéis 
mais importantes da escola é desenvolver as habilidades de 
raciocínio das crianças. 
 Para discussão no Moodle! 
Os estudos de John Dewey datam do fim do século XIX. Será que nos 
tempos atuais conseguimos atingir o modelo de ensino defendido por ele? 
28 
 
Esta contribuição da base científica de Thorndike é presente até os dias 
de hoje na Psicologia Educacional, uma vez que a prática educacional deve 
partir de um método científico, aliado ao poder de improviso do educador, uma 
vez que as situações e os sujeitos não são iguais. 
A Psicologia Educacional objetiva oferecer conhecimento de pesquisa de 
modo que ele seja aplicado ao processo de ensino de forma eficiente. Este 
conhecimento de pesquisa é resultante não apenas da base científica, mas 
também das experiências vivenciadas e da noção fortemente presente no 
campo educacional de que a aprendizagem será significativa a partir da 
adaptação pedagógico-didática aos alunos. 
Conforme já mencionamos, ao diferenciar a Psicologia Educacional da 
Psicologia Escolar, todos os profissionais que trabalham com a educação, 
sejam psicólogos, pedagogos ou professores, necessitam do embasamento da 
Psicologia Educacional para exercer seu trabalho de modo a propiciar o 
desenvolvimento do aluno. 
Este embasamento científico é reconhecido através de estudos sobre: a) 
relação professor-aluno; b) motivação para a aprendizagem; c) fatores que 
contribuem para a aprendizagem humana; e, d) dimensões do processo de 
aprendizagem. 
 
a) Relação professor-aluno 
 
Trabalhar com a relação professor-aluno necessita de um olhar para o 
contexto onde esta relação é estabelecida, uma vez que, conforme já 
discutimos, o ambiente e as pessoas ao nosso redor influenciam em nosso 
comportamento, e consequentemente, nas formas e construção do 
conhecimento e aprendizagem. 
A relação professor-aluno se estabelece com base em um processo de 
comunicação, onde, o professor prepara conteúdos, extrai seus entendimentos 
e busca a melhor forma de compartilhá-los com os alunos. Existe todo um 
processo de construção do conhecimento, através das aulas expositivas, dos 
materiais impressos, das anotações em quadro, fichamentos, pesquisas e 
todos os recursos utilizados neste processo. 
29 
 
Contudo, pela própria relação entre informação e conhecimento, nem 
sempre todas as informações que o professor disponibiliza ao aluno terão a 
apreensão desejada, uma vez que cada sujeito cognoscente vai “importar” 
aquelas informações e modificar seu estoque de conhecimentos de formas 
particulares. Para que haja conhecimento, a informação deverá ser 
suficientemente entendida pelo sujeito, que passará a conhecer mais, após a 
apreensão daquela informação. 
Exemplificando tal premissa para a realidade da sala de aula, quando 
disponibilizamos ao aluno um conteúdo, seja verbalmente ou por escrito, 
buscamos direcionar os caminhos pelos quais ele irá entender aquele 
conteúdo. Mas, somos incapazes de mensurar em que medida o aluno 
apreendeu aquele conteúdo, pois esta é uma relação íntima de cada aluno. As 
interações entre aquilo que ele já conhecia e o novo conteúdo que 
apresentamos serão diferentes. Por isso, percebemos na turma, no decorrer 
das aulas, que alguns alunos captam a mensagem que buscamos transmitir de 
forma rápida e acrescentam novas informações, ao passo que outros não 
compreendem a ideia de imediato. 
Esta diferenciação de comportamentos, em um mesmo ambiente e 
diante de um mesmo fenômeno (aquele conteúdo que apresentamos ao aluno) 
deverá ser considerada na relação professor-aluno, levando o professor à 
necessidade de buscar novas formas de transmitir o conteúdo, a fim de que 
seja criado um espaço para a construção do conhecimento. 
 
b) Motivação para a aprendizagem 
 
Quando falamos sobre as necessidades humanas, vimos que a 
motivação leva o indivíduo a buscar atingir suas necessidades de forma cada 
vez mais rápida. Os vários estudos sobre motivação revelam que ela está 
diretamente ligada aos interesses e necessidades de cada um. 
Destarte, para que o aluno possa se sentir motivado para a 
aprendizagem, os educadores deverão conhecer, inicialmente, quais os seus 
interesses, o que estimula este aluno e desperta sua atenção. É certo que não 
podemos estabelecer aqui uma relação mecanicista de causa e efeito, posto 
30 
 
que nem sempre os indivíduos irão reagir da mesma forma. Além disso, o 
processo de aprendizagem não pode ser construído unicamente em cima de 
uma relação de dependência destes estímulos. 
Contudo, o que buscamos ressaltar aqui é que os incentivos à 
aprendizagem, através da motivação do aluno, terão, certamente, efeitos 
positivos no que diz respeito a despertar seu interesse por conhecer mais. O 
sucesso desta premissa está diretamente atrelado às novas metodologias de 
ensino que o educador passe a empregar com os alunos. 
Nos tempos de hoje, percebemos os esforços empregados nas escolas 
para retirar o aluno exclusivamente da sala de aula e oferecer outros recursosexpositivos e didáticos. Exemplificamos com as aulas de campo, aulas em 
laboratório, o incentivo às pesquisas em fontes diferentes do material didático, 
além do uso de recursos tecnológicos, acompanhando a inserção das 
tecnologias na educação. 
 
c) Fatores que contribuem para a aprendizagem humana 
 
Carl Rogers, psicólogo norte-americano, propôs a teoria da 
aprendizagem humana, na qual os fatores que contribuem para que a 
aprendizagem ocorra estão relacionados ao fator humano. 
Sua teoria, proposta com base na observação realizada em seu 
consultório, partia da consideração do indivíduo como um todo, quebrando 
assim as relações formais e criando um relacionamento interpessoal. Este tipo 
de relacionando foi pensado também para a educação, contribuindo para uma 
aprendizagem significativa. 
Segundo a teoria rogeriana, além dos conteúdos expressos, a postura e 
a empatia do professor irão influenciar diretamente na aprendizagem. O aluno 
estabelece relações com o professor, a partir do contato entre ambos e estas 
relações poderão contribuir para o sucesso (ou não) da aprendizagem. 
Desta forma, o educador deverá reconhecer, com o auxílio dos recursos 
teóricos da Psicologia, que as condições e pessoas do ambiente irão 
influenciar no comportamento e na aprendizagem dos alunos e que ele faz 
31 
 
parte dos sujeitos que povoam este ambiente. Sua postura diante dos alunos e 
sua forma de se expressar terão influências no processo de aprendizagem. 
 
d) Dimensões do processo de aprendizagem 
 
O processo de aprendizagem, como já discutido, compreende todo um 
contexto. Fazem parte dele diferentes atores, com papéis diretos, e outros 
atuam de forma indireta. Na escola, os educadores têm relação direta com a 
aprendizagem. Como todo processo, a aprendizagem envolve fases, mas, 
nunca vistas de forma isolada. Ao contrário, o processo de aprendizagem é 
composto por dimensões interligadas e indissociáveis. 
 
Figura 5 – Dimensões do processo de aprendizagem 
 
Fonte: Adaptado de Illeris (2015). 
 
A figura 5 traz as três dimensões do processo de aprendizagem, 
mostrando a relação triangular entre elas. O conteúdo corresponde a tudo 
aquilo que foi aprendido pelo indivíduo, contribuindo para o aumento de seu 
conhecimento. O incentivo diz respeito ao processo de impulsionamento do 
indivíduo para o aprendizado, contendo os aspectos motivacionais. Os 
conteúdos e os incentivos para a aprendizagem serão diretamente 
influenciados pelas interações que este indivíduo irá manter com o ambiente. 
 
32 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 2 
 
 
1) Como você pode definir a Psicologia Educacional e o que ela objetiva? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Certo professor acredita que todas as crianças devem receber educação de 
forma igualitária e que a educação deve enfocar a criança como um todo. De 
que ícone da Psicologia Educacional esta visão é resultante? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Quais as principais ideias dos pensadores que deram corpo à Psicologia 
Educacional? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
4) Discorra sobre as dimensões do processo de aprendizagem. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Após discutirmos sobre a Psicologia, seus fundamentos, 
conceito e objetivos, aprendemos sobre algumas de suas 
subáreas e agora, estamos tratando de nosso foco principal: 
a Psicologia da Educação. Esta área específica da 
Psicologia busca oferecer, através do conhecimento 
produzido por estudos científicos, mecanismos para que o 
processo de aprendizagem seja mais eficiente. 
 
Bons estudos! 
33 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE II 
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 
 
CAPÍTULO 3: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA 
APRENDIZAGEM 
 
Vimos ao longo de nossa disciplina que a Psicologia estuda o 
comportamento do indivíduo. No campo da educação, a Psicologia busca 
oferecer o conhecimento necessário para ser aplicado ao processo de ensino e 
aprendizagem. 
Contudo, é errôneo pensarmos que a aprendizagem tem início com a 
vida escolar, uma vez que, enquanto membros de uma família e inseridos em 
um contexto social, temos contato com nossos familiares, amigos, vizinhos e 
com o corpo social em geral, seja este contato estabelecido de forma pessoal 
ou mesmo através dos meios de comunicação. 
Desta forma, antes de iniciarmos nossa vida escolar, já aprendemos 
com aqueles com quem mantemos nossas relações, diretas ou indiretas. O que 
percebemos é o aperfeiçoamento das primeiras noções que recebemos na vida 
a partir da escola. Assim, a escola, através das disciplinas, vai aprofundar 
aquela visão que já construímos do mundo e de temas específicos, como a 
linguagem, a escrita, a matemática e todas as disciplinas que formam nosso 
conhecimento. 
Então, pode surgir o seguinte questionamento: qual o papel da escola, 
se já começamos a aprender antes de chegarmos lá? De fato, aprendemos 
sobre diversos temas antes da escola com aqueles que nos cercam, mas este 
não é um processo organizado. Assim, o papel da escola é de sistematizar o 
processo de educação, seja da criança, do adolescente ou mesmo de adultos. 
 
34 
 
Desta forma, na escola, ao invés de um processo 
espontâneo de aprendizado, temos uma organização da 
forma como o raciocínio deverá ser estimulado, facilitando 
assim a produção de novos conhecimentos. 
E agora você deve estar se perguntando novamente: e neste processo, 
como a Psicologia pode contribuir? Se vimos no capítulo anterior que a 
Psicologia Educacional é a subárea da Psicologia dedicada à compreensão do 
ensino e aprendizagem em ambientes educacionais, então podemos entender 
que o processo de aprendizagem será mais eficiente a partir do momento em 
que o professor conheça as bases do desenvolvimento e da aprendizagem, 
fundamentando-se nos conhecimentos oferecidos pela Psicologia. 
 
 
Em resumo, as características psíquicas que o homem apresenta 
quando adulto, são reflexos de seu desenvolvimento desde criança, e esta 
identificação é uma das grandes contribuições da Psicologia do 
Desenvolvimento. As funções psicológicas da criança, traduzidas em suas 
reações motoras, emocionais, sociais e intelectuais são descritas pela 
Psicologia do Desenvolvimento. 
Os estudos da Psicologia do Desenvolvimento se baseiam nos métodos 
da observação e experimentação, como boa parte das correntes psicológicas, 
mas também se apoiam no método transversal, estudando a criança imersa em 
um grupo, e no método sequencial, realizando um compêndio de informações 
sobre o desenvolvimento psicológico do indivíduo ao longo do tempo. Por isso, 
 Desenvolvimento corresponde ao processo de construção ativa das 
características do indivíduo, a partir das relações que ele estabelece com o 
ambiente e com o meio social, relação esta que irá promover a formação 
de suas habilidades. Considerando que o homem, diferente de outras 
espécies, não herda suas características, mas as forma ao longo de seuprocesso de desenvolvimento, a Psicologia do Desenvolvimento busca 
estudar como as funções psicológicas que diferenciam o homem de outras 
espécies nascem e se desenvolvem. 
35 
 
no processo de educação, é tão importante o conhecimento sobre o 
desenvolvimento infantil e sua eficiente condução, a fim de que os reflexos no 
adulto sejam identificados e associados às características de sua 
personalidade desde a infância. 
 
 
A Psicologia da Aprendizagem estuda a apropriação do conhecimento 
existente na sociedade pela criança, considerando que este é um processo 
construído a partir da interação social, sendo um processo pessoal e 
construído ao longo do tempo. 
São apontados como principais pensadores da Psicologia do 
Desenvolvimento e da Aprendizagem: Henri Wallon, Jean Piaget, Lev Vygotsky 
e Sigmund Freud. As ideias difundidas por cada um destes pensadores são 
dispostas no quadro a seguir. 
 
Pensador Henri Wallon Jean Piaget Lev Vygotsky Sigmund Freud 
Teoria Desenvolvimento físico e psíquico Estruturas cognitivas 
Teoria sócio-
interacionista Psicanálise 
 
 
 
 
 
 
Principais 
ideias 
- O desenvolvimento 
humano é 
influenciado social e 
psicologicamente; 
- Não existe uma 
única verdade sobre 
o processo de 
aprendizagem; 
- A emoção influencia 
no desenvolvimento 
humano. 
- A inteligência evolui, 
na medida em que as 
estruturas cognitivas 
se aperfeiçoam; 
- O conhecimento 
será resultante das 
interações entre o 
indivíduo e o 
ambiente; 
- O desenvolvimento 
se dará a partir das 
construções internas 
de cada um; 
- Educação orientada 
para a autonomia do 
indivíduo. 
- O conhecimento é 
construído a partir 
da interação entre o 
indivíduo e a 
sociedade; 
- Desenvolvimento 
e aprendizagem 
são indissociáveis; 
- A apreensão do 
ambiente social e 
físico para a criança 
ocorre através da 
fala; 
- O 
desenvolvimento é 
um processo 
mediado. 
- Contribuiu com a 
educação por 
viabilizar o estudo 
do desenvolvimento 
humano, da mente 
e das estruturas 
mentais; 
- O 
desenvolvimento 
psicológico e sexual 
das crianças refletiu 
no campo da 
educação, por 
permitir 
compreender o 
comportamento das 
crianças. 
 
Aprendizagem é a apropriação dos conteúdos que o indivíduo 
percebe ao interagir no meio em que está inserido, estimulada sobretudo 
pelo uso da linguagem. A significação de tudo o que está à volta do 
indivíduo vai influenciar na aprendizagem sobre aquele objeto ou conceito. 
Assim, quanto mais características forem conhecidas, maior será a 
aprendizagem, cada vez mais rica de significados e representações. 
36 
 
Percebemos, como defendeu Vygotsky, que o desenvolvimento e a 
aprendizagem são processos interligados e dependentes. O processo de 
ensino-aprendizagem encontra relação direta com a Psicologia do 
Desenvolvimento e da Aprendizagem por constituírem correntes de 
pensamento que irão contribuir com subsídios para as ações do professor, a 
fim de que ele possa planejá-las conhecendo as situações que podem 
influenciar no comportamento dos alunos em meio ao contexto em que estão 
inseridos e como eles poderão construir sua rede de conhecimentos. 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 3 
 
 
1) Como se dá o processo de aprendizagem na vida do indivíduo? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Como a escola tem papel diferenciado na aprendizagem da criança? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Vimos que a Psicologia Educacional tem relação direta com o processo de 
ensino-aprendizagem. Explique esta relação. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
37 
 
 
4) Jean Piaget e Lev Vygotsky, dois expoentes da Psicologia do 
Desenvolvimento e da Aprendizagem, propuseram, respectivamente, a teoria 
das estruturas cognitivas e a teoria sócio interacionista. Que aspecto podemos 
apontar como sendo comum a estas duas correntes de pensamento? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Lembre-se que o processo de aprendizagem deve ser 
pensado antes da escola, já que aprendemos com as 
pessoas com quem convivemos desde o nosso nascimento. 
Assim, não podemos esquecer que a criança, ao iniciar sua 
vida escolar, já possui um pequeno leque de conhecimentos, 
obtidos de forma pouco organizada, com base forte em suas 
percepções. Na escola, este conhecimento será 
sistematizado e a Psicologia, através do conhecimento sobre 
o comportamento humano e como se dá nosso 
desenvolvimento cognitivo e social, irá contribuir de maneira 
fundamental para que este processo ocorra com eficiência, 
por meio da condução dos educadores. 
 
Bons estudos! 
38 
 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE III 
O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 
 
CAPÍTULO 1: PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO 
 
O processo de aprendizagem tem base na 
informação, item fundamental para que o aluno possa 
construir uma teia de conhecimentos, a partir das 
significações que percebe ao seu redor. A informação 
pode estar em tudo à sua volta, seja de forma 
registrada (escrita, em desenhos, símbolos, imagens), 
comunicada de forma oral ou mesmo expressa em 
movimentos ou até na ausência deles. 
Perceba que falamos o tempo todo em informação e conhecimento e, 
para muitos, estes são conceitos similares. Contudo, alertamos que informação 
e conhecimento representam conceitos diferentes, apesar de sua conexão 
direta. A informação corresponde a uma representação de algo, mas só será 
transformada em conhecimento se for compreendida pelo indivíduo. 
É a partir da apreensão da informação que o estoque de conhecimentos 
aumentará. Sem a ocorrência desta apreensão, a informação deixa de ter um 
significado e passa a ser considerada apenas um dado. A aprendizagem 
ocorrerá com a construção de uma rede de conhecimentos, adquiridos nas 
interações do indivíduo com a sociedade. 
Desta forma, as abordagens contemporâneas que tratam da 
aprendizagem têm dirigido considerável atenção à relação entre o material 
utilizado para a aprendizagem e os processos psicológicos que se fazem 
necessários para que a aprendizagem possa ocorrer de fato. Para isto, tem 
39 
 
sido necessário estudar o processamento da informação pelo aprendiz, 
identificando onde e como a informação é obtida, selecionada, interpretada e 
transformada. 
Se a aprendizagem corresponde à apropriação dos conteúdos que o 
indivíduo percebe ao interagir no meio em que está inserido, deve ser baseada 
em um eficiente processamento de informação, sendo este, por sua vez, 
estimulado ao longo da trajetória educacional do aprendiz. 
Mas, se estamos falando em processamento de informação, como se dá 
o armazenamento da informação em nossas mentes? Através da memória, 
que, segundo omodelo proposto por Atkinson e Shiffrin, em 1968, se divide em 
dois sistemas que permitem o armazenamento da informação: a memória de 
curto prazo, ou memória sensorial e de trabalho; e, memória de longo prazo, 
que apresenta duração e capacidade infinitas e armazena todas as 
informações que temos e não estamos utilizando. 
O modelo de duplo armazenamento de memória é conhecido por Teoria 
do processamento da informação. A aprendizagem busca a interação destes 
dois “tipos” de memória (de curto e de longo prazo), uma vez que é dependente 
das transferências relevantes para a memória de longo prazo e de sua 
recuperação quando necessário. A figura 3 resume a proposta da Teoria do 
processamento da informação. 
 
Figura 6 – Etapas da Teoria do processamento da informação 
 
Fonte: Adaptado de Atkinson e Shiffrin (1968). 
 
40 
 
As etapas ilustradas na figura acima mostram que as informações 
provenientes do meio entram na memória de longo prazo através da memória 
de curto prazo ou memória de trabalho. Por isto, se faz necessário um eficiente 
mecanismo de organização da informação na memória de curto prazo, para 
que ela permaneça por mais tempo retida. 
Este caminho percorrido pela informação, da memória de curto prazo 
para a memória de longo prazo, corresponde ao processamento da informação 
(coleta, seleção, interpretação e transformação). 
Assim, as estratégias de aprendizagem devem auxiliar o aprendiz a 
controlar este processamento da informação, a fim de que ele possa 
armazenar e recuperar a informação na memória de longo prazo de forma 
eficiente. 
A partir deste controle, será possível ao aluno desenvolver estratégias 
de aprendizado, por meio da condução do professor, de modo a compreender 
os conceitos e estimular o raciocínio de forma rápida, superando obstáculos na 
solução de problemas e desenvolvendo a criatividade. 
O estímulo ao controle no processamento de informação deve ser 
priorizado pelos professores desde o início da educação da criança, motivando-
a para aprender, por meio de desafios, e contribuindo para que ela desenvolva 
seu raciocínio de forma mais rápida. 
 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 1 
 
 
1) Com base nas leituras realizadas, como você consegue estabelecer a 
relação entre informação e conhecimento? 
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
41 
 
2) O processamento da informação é dividido em algumas etapas. Quais são 
elas e como você pode relacioná-las? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3) Descreva a Teoria do Processamento da Informação. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
4) Vimos que o processamento da informação é fundamental para que o 
indivíduo possa se desenvolver de maneira eficiente. Como você pode explicar 
a relação com o processamento da informação e o desenvolvimento cognitivo 
do indivíduo, desde criança? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Nossa aprendizagem se dá por meio do processamento das 
informações. Um dos papéis do educador é utilizar 
mecanismos, com base nos recursos oferecidos também 
pela Psicologia, para estimular o desenvolvimento de nossa 
mente, de modo a realizarmos o processamento da 
informação de maneira cada vez mais rápida. O estímulo à 
criatividade e à capacidade pela rápida solução de 
problemas é essencial para nosso desenvolvimento. Quanto 
mais cedo este processo tiver início, melhor. Lembre-se 
disso! 
 
Bons estudos! 
42 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
UNIDADE III 
O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 
 
CAPÍTULO 2: TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO 
 
A contemporaneidade é marcada pela presença da tecnologia e da 
internet no cotidiano das pessoas. Atualmente, tão logo nascemos, entramos 
em contato com recursos eletrônicos variados e na medida em que vamos 
crescendo, o uso destes recursos aumenta. 
Com a internet, a comunicação entre pessoas de todo o mundo se 
tornou um processo que supera os limites de espaço e tempo, e o acesso à 
informação e às tecnologias vem sendo cada dia mais fácil, seja no próprio 
espaço de casa, na escola ou mesmo por meio de programas governamentais, 
para possibilitar o contato com as tecnologias para aqueles que não possuem 
tais condições. 
No campo da educação não ocorre 
diferente, uma vez que a tecnologia está 
inserida em todos os aspectos, seja nas 
atividades cotidianas, seja no uso de recursos 
tecnológicos para o desenvolvimento de 
projetos e facilitação nas disciplinas ou 
mesmo para a condução de todo um processo 
de ensino, como ocorre em nosso curso, 
através da modalidade de ensino à distância. 
Percebemos, com isto, que nossa vida escolar, seja na escola 
fundamental ou no ensino superior, é marcada, nos tempos atuais, pelo 
imperativo tecnológico. 
43 
 
O que fazer, então? A presença da tecnologia em nosso dia a dia é fato 
que não necessita mais de argumentação ou questionamentos. A questão 
agora em discussão é voltada para identificar como a escola pode utilizá-la 
como um recurso a mais para contribuir para a aprendizagem dos estudantes. 
Observe a figura 7 e os aspectos que marcam a presença da tecnologia 
na educação. Percebemos que, desde a revolução tecnológica e a internet, 
vários foram os focos de discussão, mas, a preocupação atual reside 
justamente na inserção da tecnologia na escola. 
 
Figura 7 – Aspectos da tecnologia na educação 
 
FONTE: SANTROCK (2015). 
 
Esta preocupação remete a um problema ainda sem solução para o 
Brasil: a situação desigual do ensino. Encontramos, por todo o país, realidades 
opostas quanto às possibilidades que a escola oferece, sobretudo quando 
confrontamos a escola pública com a rede de ensino particular. A preocupação 
atual reside no imperativo tecnológico e nos usos da tecnologia na educação, 
mas, ainda encontramos locais em que o problema é de ordem básica: falta 
uma estrutura mínima para que a escola funcione. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
As iniciativas governamentais, de empresas privadas e de organizações 
sem fins lucrativos para minimizar os efeitos da desigualdade no ensino e da 
ausência da tecnologia na escola, com o desenvolvimento de projetos de 
inclusão digital, demanda que os educadores conheçam e insiram em seu 
planejamento o uso de recursos tecnológicos, incluindo-os no currículo escolar, 
de modo a potencializar o processo de aprendizagem. 
Além disso, a utilização da tecnologia dirigida a partir do planejamento 
escolar irá contribuir para o uso racional da mesma, a fim de que possamos 
crescer sabendo utilizar da melhor maneira possível as ferramentas que nos 
são disponibilizadas. 
Sendo assim, como podemos verificar o uso das tecnologias de modo a 
direcionar o processo de aprendizagem para caminhos mais eficientes? É 
necessário que sejam identificados os conteúdos que podem ser ministradosatravés de aplicativos educativos, incentivando assim a reflexão, as fontes de 
informação e pesquisa, a construção de redes colaborativas de informação e, 
sobretudo, que a internet e os recursos tecnológicos sejam utilizados como 
fontes de disseminação do conhecimento construído. 
 
 
Ademais, o uso das tecnologias na educação deve passar por um 
contínuo processo de avaliação, tanto no que diz respeito aos reflexos na 
aprendizagem dos alunos, quanto em relação às trocas de conhecimento que 
oferecem entre alunos e professores. Esta avaliação contínua se faz 
necessária para que a escola fuja de uma postura altamente dependente da 
tecnologia. 
Enfatizamos aqui a importância da adoção de recursos tecnológicos e 
reconhecemos, com base em inúmeras pesquisas já publicadas, como a 
tecnologia pode auxiliar no processo de aprendizagem, mas, não podemos 
 Para discussão no Moodle! 
Como vivenciamos, nos tempos de hoje, o uso das tecnologias na escola? 
45 
 
pensar a tecnologia como o único recurso que viabilize este processo, e sim, 
mais um meio para a aprendizagem. 
Mas, onde está a contribuição da Psicologia Educacional neste 
contexto? Em toda parte, é a resposta mais simples e ao mesmo tempo, a mais 
completa! 
Isto porque, se a Psicologia Educacional busca contribuir com o 
processo de aprendizagem com seus conhecimentos científicos sobre a 
construção de nossa mente e nosso comportamento, irá, por consequência, 
subsidiar as ações que usem a mediação tecnológica para a construção de 
conhecimentos. Se nosso comportamento é influenciado pelo contexto social 
em que vivemos e com base nas relações sociais que estabelecemos, e a 
contemporaneidade é marcada por um contexto altamente tecnológico, então 
nosso comportamento terá influências desta forte marca que a tecnologia deixa 
em nosso dia a dia. 
 
ATIVIDADES DO CAPÍTULO 2 
 
 
1) Disserte sobre a presença da tecnologia em nossas vidas, no cotidiano. Use, 
como base, sua experiência pessoal, ao longo de sua vida acadêmica. 
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2) Como a tecnologia pode ser utilizada na escola, de modo a contribuir com o 
processo de aprendizagem do estudante? 
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_______________________________________________________________ 
 
3) Relacione, com base na visão adquirida ao longo da disciplina, a Psicologia, 
a educação e a tecnologia. 
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Em vias de finalizar nossa disciplina, nada mais apropriado 
que uma das temáticas mais discutidas no campo da 
educação: a tecnologia. Ela está presente em todos os 
aspectos de nosso dia a dia, irá influenciar em nosso 
comportamento, já que estamos inseridos numa sociedade 
que vem vivenciando a revolução tecnológica e terá, 
certamente, impactos em nossa aprendizagem. Enquanto 
educadores, deveremos saber como utilizá-la de forma a 
contribuir com o processo de aprendizagem, buscando 
auxílio no entendimento da construção cognitiva e 
comportamental de cada aluno, por meio da Psicologia 
Educacional. Lembre-se disso! 
 
Bons estudos! 
47 
 
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III 
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 
 
 
UNIDADE III 
O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 
 
CAPÍTULO 3: PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO – PROPOSTAS FUTURAS 
 
Vimos, ao longo das discussões da disciplina, o processo de construção 
da Psicologia Educacional, as teorias nas quais ela se apoia e as relações que 
mantém com outros campos do saber. 
Discutimos a necessidade de entender o contexto social no qual 
estamos imersos, de fazer uso eficiente dos recursos que tempos disponíveis 
para o ensino, de modo a permitir um eficiente processo de construção do 
conhecimento. Aliás, vimos também que o conhecimento é construído com 
base nas interações sociais, a partir dos significados que damos às 
informações que recebemos. 
Fazemos parte de um contexto socioeconômico marcado por diferenças 
em ordens diversas, onde reside o imperativo tecnológico e uma constante 
necessidade de adaptação ao que se apresenta como inovação. As 
comunicações acontecem a uma velocidade cada vez maior, em função das 
tecnologias, assim como o acesso à informação. É certo que todos estes 
fatores terão influências no processo de aprendizagem da criança, uma vez 
que eles marcam o contexto onde elas estão inseridas. 
Neste sentido, considerando todos os argumentos até agora expostos, 
os estudos sobre a Psicologia Educacional não mais se limitam a informar o 
que ela significa, quais são seus objetivos ou campos de atuação. Muitos 
destes estudos vêm apresentando propostas inovadoras no que diz respeito 
aos novos caminhos que a escola deve traçar, objetivando a construção do 
conhecimento e o desenvolvimento de uma consciência crítica dos cidadãos. 
48 
 
Tais propostas residem em: novas estruturas para a formação de 
professores, análise do histórico de vida dos alunos e na construção de um 
novo cenário escolar. 
 
a) Novas estruturas para a formação de professores 
 
A formação docente vem sendo praticada com base em um processo de 
geração de resultados, baseada em indicadores e na visão do professor como 
uma mercadoria. Sua autonomia enquanto profissional é cada vez menor e o 
docente está ligado a uma estrutura burocrática e norteada pelo capitalismo. 
Se o ambiente vai influenciar no comportamento das pessoas, não 
podemos pensar que este será um processo relativo apenas aos alunos. O 
professor também será influenciado e suas ações, a partir de um contexto 
limitante, serão, por consequência, limitadas. 
Desta forma, se faz necessário um novo contexto para a formação e 
atuação do docente, onde sejam considerados: o real espaço de trabalho do 
docente; identificação dos obstáculos à atividade docente no ambiente escolar; 
fomento de um processo de construção, a partir do diálogo entre os docentes; 
repensar o verdadeiro papel do docente na escola e na sociedade como um 
todo. 
É com base nesta nova estruturação para a formação docente que o 
planejamento escolar deverá ser traçado, uma vez que a equipe terá real 
conhecimento das oportunidades e ameaças existentes no ambiente. A visão 
real do contexto escolar permitirá ao professor atuar de maneira mais proativa 
no processo de aprendizagem do aluno. 
 
b) Análise do histórico de vida dos alunos 
 
As proposituras de um novo cenário para a educação também devem se 
fundamentar na investigação do histórico de vida dos alunos. Se aprendemos 
que nosso conhecimento é construído desde as primeiras relações sociais que 
estabelecemos, conhecer a respeito destas relações que norteiam a vida do 
aluno é fundamental para a atividade do educador.

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