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BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB anestésicos locais ELETIVA- PROFESSORA NARA • A anestesia local refere-se à perda de sensação em uma região limitada do corpo • • Capaz de inibir a percepção das sensações (sobretudo a dor) e de prevenir o movimento • É obtida pela interrupção do fluxo neural aferente por meio da inibição da geração ou propagação de impulsos o Esse bloqueio pode produzir outras alterações fisiológicas, como paralisia muscular e supressão dos reflexos somáticos ou viscerais, e esses efeitos podem ser desejáveis ou indesejáveis, dependendo das circunstâncias específicas o Na maioria dos casos, o principal objetivo é a perda de sensação ou, pelo menos, a obtenção de analgesia localizada. • inibem reversivelmente os processos de excitação e condução do impulso nervoso ao longo das fibras nervosas • não produzem inconsciência • administrados na região das fibras nervosas que devem ser bloqueadas • Os anestésicos locais ligam-se reversivelmente a um receptor específico existente no poro dos canais de Na+ dos nervos e bloqueiam o transporte dos íons por essa abertura → impedem propagação do potencial de ação dos neurônios o impedem a transmissão da informação para o sistema nervoso central (SNC) e a partir dele • Quando aplicados localmente nos tecidos nervosos em concentrações adequadas → podem atuar em qualquer parte do sistema nervoso e em qualquer tipo de fibra nervosa → bloqueando de maneira reversível os potenciais de ação responsáveis pela condução nervosa • Em contato com um tronco nervoso, podem causar paralisia sensorial e motora na área inervada • Em concentrações clinicamente significativas tem efeitos reversíveis com recuperação da função nervosa e nenhuma evidência de lesão das fibras ou das células nervosas • Embora os anestésicos locais com frequência sejam usados como analgésicos, a sua característica diferencial consiste na capacidade de produzir uma perda completa de todas as modalidades sensoriais • na anestesia local, o fármaco é administrado diretamente no órgão-alvo, e a circulação sistêmica serve apenas para diminuir ou interromper o seu efeito. Analgesia Anestesia Analgésicos são inibidores específicos da via da dor AL são inibidores inespecíficos das vias sensoriais periféricas(incluindo dor), motoras e autônomas Os analgésicos possuem ações em receptores específicos nos nociceptores primários e no SNC Inibem a condução de potenciais de ação em todas as fibras nervosas aferentes e eferentes Ex: opióides - a sensação de dor não é transmitida tão efetivamente ao cérebro A dor e outras modalidades sensoriais não são transmitidas efetivamente ao cérebro A transmissão de outras sensações e da informação motora não é afetada Os impulsos motores tampouco são transmitidos efetivamente aos músculos na periferia UTILIZAÇÃO TERAPÊUTICA • Aplicação tópica para queimaduras e pequenos cortes • Injeções durante tratamento dentário • Bloqueio epidural e intratecal (“espinal”) durante procedimentos obstétricos e cirurgia de grande porte • Representantes: o Lidocaína o Bupivacaína o Procaína o Tetracaína o Ropivacaína NOCICEPÇÃO • refere-se à ativação das fibras nervosas sensoriais primárias (nociceptores) por estímulos nocivos, isto é, que potencialmente provocam lesão tecidual; • são temperaturas elevadas, perturbações mecânicas intensas e substâncias químicas adstringentes • Nociceptores → apresentam terminações nervosas livres localizadas na pele, em tecidos profundos e nas vísceras o transmitem impulsos da periferia para o corno dorsal da medula espinal, onde a informação é subsequentemente processada por meio de um circuito sináptico e transmitida a diversas partes do cérebro o são os primeiros na cadeia de neurônios responsáveis pela percepção da dor. BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Neurônios aferentes • Um estímulo nocivo acarreta a ativação dos nociceptores e a geração de potenciais de ação ↓ A lesão simultânea das células adjacentes causa sensibilização dos nociceptores • Os axônios transmitem a informação ao longo do neurônio a partir do corpo celular ou das terminações nervosas livres para os dendritos, que fazem sinapse com outros neurônios. • Dependendo do diâmetro dos axônios e de seu estado de mielinização, são classificados em fibras A, fibras B ou fibras C. o Fibras A e B → mielinizadas o Fibras C → desmielinizadas • As fibras mais importantes para a percepção da dor são os axônios dos nociceptores aferentes, incluindo as fibras classificadas de maneira anatômica como fibras Aδ e fibras C • Os nociceptores compreendem o aferentes térmicos ▪ ativados normalmente em temperaturas acima de 45°C (calor nocivo, fibras C) ▪ abaixo de 5°C (frio nocivo, fibras Aδ), o nociceptores mecânicos de alto limiar, que transmitem exclusivamente informações indicando força lesiva sobre a pele (fibras Aδ e algumas fibras Aβ) o nociceptores polimodais, ativados por estímulos térmicos, químicos e mecânicos (fibras C). • As fibras Aδ mielinizadas transmitem impulsos com velocidade muito maior do que as fibras C desmielinizadas • As fibras Aδ transmitem a denominada primeira dor o transmitida rapidamente o percebida como altamente localizada no corpo • Os nociceptores das fibras C são frequentemente polimodais, o que significa que uma única fibra pode ser ativada por estímulos térmicos, químicos e mecânicos nocivos o segunda dor o aparecimento é mais lento, porém a duração é maior; é indistinta, latejante ou em forma de queimação • Os impulsos produzidos na pele pela ativação dos nociceptores são conduzidos até o corno dorsal da medula espinal ↓ formam sinapses com interneurônios e com neurônios de segunda ordem ↓ Tálamo – composto por células que se projetam para o córtex somatossensorial do lobo parietal e para outras áreas do córtex HISTÓRIA DO USO DOS AL QUÍMICA • são constituídos, em sua maioria, por um grupo lipofílico ligado por uma cadeia intermediária, por meio de um éster ou de uma amida, a um grupo ionizável (p. ex., uma amina terciária) o 3 domínios: um grupo aromático, um grupo amina e uma ligação éster ou amida unindo esses dois grupos • As configurações estereoquímicas específicas estão associadas a diferenças na potência dos estereoisômeros ↓ As ligações éster têm mais tendência a sofrer hidrólise do que as ligações amida BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB ↓ Os ésteres apresentam habitualmente uma duração de ação mais curta • a estrutura do grupo aromático influencia a hidrofobicidade do fármaco o Membranas → interior hidrofóbico (bicamada lipídica) o A hidrofobicidade de um AL afeta a facilidade com que o fármaco atravessa as membranas das células nervosas para alcançar seu alvo, que se encontra no lado citoplasmático do canal de sódio regulado por voltagem o Moléculas com ↓ hidrofobicidade → distribuem-se de maneira muito precária na membrana Moléculas com ↑ hidrofobicidade → concentração na membrana e a permeabilidade correlacionada dos fármacos através da membrana celular também aumentam • a natureza do grupo amina influencia a velocidade de início e a potência do fármaco o O grupo amina de uma molécula de anestésico local pode existir na forma protônica (com carga positiva) ou na forma não protônica (neutra) ou base. o As formas neutras dos AL atravessam as membranas com mais facilidade do que as formas com cargas positivas o Cargas positivas → se ligam com afinidade mais alta ao sítio-alvo (localizado no poro do canal de sódio regulado por voltagem) de ligação dos fármacos • a estrutura do grupo amida ou éster influencia a duração de ação e os efeitos colaterais do fármaco • • • BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB• MECANISMO DE AÇÃO • Bloqueio dos canais de Na ↓ Bloqueio a propagação dos potenciais de ação ↓ A sensação não pode ser transmitida desde a fonte do estímulo até o cérebro • Bloqueiam a condução reduzindo ou impedindo o grande aumento transitório da permeabilidade das membranas excitáveis ao NA+, que normalmente é produzido pela despolarização suave da membrana • Essa ação é decorrente de sua interação direta com os canais de Na+ regulados por voltagem. • A medida que a ação anestésica desenvolve-se progressivamente no nervo, o limiar da excitabilidade elétrica aumenta gradativamente, a velocidade de elevação do potencial de ação declina, a condução dos impulsos fica mais lenta e o fator de segurança da condução diminui. • Essas alterações reduzem as chances de propagação do potencial de ação e, por fim, a condução nervosa é impedida. • O canal de sódio é composto de uma cadeia polipeptídica com quatro unidades repetitivas. • Uma região, conhecida como região S4, contém muitos aminoácidos de carga positiva (lisina e arginina). Esses resíduos conferem ao canal sua dependência de voltagem. • Em repouso→ poro encontra-se fechado • Membrana despolarizada → resíduos com carga movem-se em resposta à mudança no campo elétrico. • Mudanças na conformação (estados fechados intermediários) → ABERTURA DO CANAL • Depois de cerca de 1ms (tempo de abertura do canal), a “região de ligação” de 3 a 4 aminoácidos tampa o canal aberto, produzindo conformação inativa. o Esta só retorna ao estado de repouso quando a membrana é repolarizada o Tal mudança de conformação envolve o retorno da regiãoS4àsuaposiçãooriginal e a expulsão da região de ligação • Período refratário → tempo necessário para o canal retornar do estado inativado ao estado de repouso → canal de sódio é incapaz de ser ativado. • Impedem a abertura • Bloqueiam o canal • Prolongam a inativaçaõ • A ligação de um anestésico local (AL) altera as propriedades das formas intermediárias assumidas pelos canais de sódio. • Estes, em qualquer uma das conformações (em repouso, fechada, aberta ou inativa), podem ligar-se a moléculas de anestésicos locais, embora o estado em repouso tenha baixa afinidade pelo AL, enquanto os outros três estados, alta. • O AL pode dissociar-se do complexo canal-AL em qualquer estado de conformação, ou o canal pode sofrer mudanças de conformação enquanto associado à molécula de AL. BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Por fim, o complexo canal-AL deve dissociar-se, e o canal de sódio, retornar ao estado de repouso para se tornar ativado. • A ligação do anestésico local estende o período refratário, incluindo o tempo necessário para a dissociação da molécula de AL do canal de sódio e para o retorno do canal ao estado de repouso. MECANISMO DE AÇÃO- POTENCIAL DE MEMBRANA • O principal mecanismo de ação dos anestésicos locais consiste em bloqueio dos canais de sódio regulados por voltagem • A membrana excitável dos axônios nervosos possui um potencial transmembrana em repouso de -90 a -60 mV • Durante a excitação, ocorre abertura dos canais de sódio, e uma rápida corrente de sódio internamente dirigida despolariza com rapidez a membrana para o potencial de equilíbrio do sódio (+40 mV). • Em consequência desse processo de despolarização, ocorre fechamento dos canais de sódio (inativação), enquanto os canais de potássio se abrem. • O fluxo de potássio para fora repolariza a membrana para o potencial de equilíbrio do potássio (cerca de -95 mV); o a repolarização faz os canais de sódio retornarem ao estado de repouso, com um tempo de recuperação característico que determina o período refratário. • Os gradientes iônicos transmembrana são mantidos pela bomba de sódio MECANISMO DE AÇÃO- BLOQUEIO DOS CANAIS • Quando são aplicadas concentrações progressivamente crescentes de determinado anestésico local a uma fibra nervosa, o limiar de excitação aumenta, a condução de impulsos torna- -se mais lenta, a taxa de elevação do potencial de ação declina, a amplitude do potencial de ação diminui e, por fim, a capacidade de geração de um potencial de ação é totalmente abolida • Esses efeitos progressivos resultam da ligação do anestésico local a um número cada vez maior de canais de sódio. • O bloqueio dos canais de sódio pela maioria dos anestésicos locais depende tanto da voltagem como do tempo FATORES QUE INFLUENCIAM SUA AÇÃO HIDROFOBICIDADE • A hidrofobicidade aumenta a potência e a duração da ação dos ALs • A combinação do fármaco com os locais hidrofóbicos amplia a partição do AL aos seus locais de ação • Reduz a taxa de metabolismo pelas esterases plasmáticas e enzimas hepáticas • A afinidade dos agentes anestésicos por seus receptores é maior com os compostos mais hidrofóbicos • A hidrofobicidade também aumenta os efeitos tóxicos • Os anestésicos locais (AL) são injetados ou aplicados fora do epineuro do nervo periférico (a bainha mais externa de tecido conectivo contendo vasos sanguíneos, tecido adiposo, fibroblastos e mastócitos). • As moléculas de AL devem atravessar o epineuro para alcançar o perineuro, outra membrana epitelial, que organiza as fibras nervosas em fascículos. o O perineuro é a camada mais difícil para penetração dos anestésicos locais, devido à presença de junções firmes entre suas células • Em seguida, os AL penetram no endoneuro, que envolve as fibras mielinizadas e não mielinizadas, as células de Schwann e os capilares. o Apenas os AL que atravessaram essas três bainhas podem alcançar as membranas neuronais onde residem os canais de sódio regulados por voltagem. o Clinicamente, é preciso aplicar uma alta concentração de anestésico local, visto que apenas uma fração das moléculas alcançará o sítio-alvo TAMANHO MOLECULAR • influencia a taxa de dissociação desses anestésicos de seus locais receptores • As moléculas menores podem desprender-se mais facilmente dos seus receptores → TEMPO DE AÇÃO REDUZIDO BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB PH • Os anestésicos locais são bases fracas que, em geral, estão clinicamente disponíveis na forma de sais para aumentar a solubilidade e a estabilidade. • No organismo, ocorrem como base sem carga ou como cátion • As proporções relativas dessas duas formas são determinadas por sua pKa e pelo pH dos líquidos corporais, de acordo com a equação de Henderson- Hasselbalch • Se as concentrações de base e de ácido conjugado forem iguais, a segunda parte do lado direito da equação é eliminada, visto que log 1 = 0, aparecendo da seguinte maneira: o • Por conseguinte, a pKa pode ser vista como uma maneira efetiva de considerar a tendência dos compostos a existir em uma forma com carga ou sem carga o quanto menor for a pKa, maior a porcentagem de bases fracas sem carga em determinado pH. o Como a pKa da maioria dos anestésicos locais encontra-se na faixa de 7,5 a 9, a forma catiônica com carga constitui a maior porcentagem presente em pH fisiológico o Exceção benzocaína • Forma catiônica → mais ativa no receptor • Obs: forma sem carga é importante para a penetração na célula • • • O pKa é o pH em que as concentrações de uma base e seu ácido conjugado são iguais. o AL → bases fracas o À medida que o valor de pKa de um fármaco aumenta, uma fração maior de moléculas na solução encontra-se na forma protônica em pH fisiológico • Anestésicos locais são bases fracas o valores de pKa principalmente na faixa entre 8 e 9 o são ionizadas em pH fisiológico o Influencia sobre a capacidade de penetração na bainha do nervo e na membrana do axônio o Influência sobre o tempo de latência • Inflamação → Acidificação do meio o Efeitos do pH do tecido → ↓efetividade quando injetado em tecidos infectados • Anestésicoslocais são bases fracas • Exercem sua ação na forma catiônica (ionizada) • Mas devem alcançar o local de ação na forma não ionizada • pH<pKa o formas protonadas predominam • pH > pKa o formas não protonadas predominam • 1 - O AL neutro sofre adsorção sobre o lado extracelular da membrana celular neuronal BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • 2- o AL difunde- se através da membrana celular para o lado citoplasmático • 3- o AL difunde-se e liga-se a seu sítio de ligação sobre o canal de sódio regulado por voltagem • 4- o AL pode passar de sua forma neutra para a protonada através de ligação e liberação de prótons • Em pH fisiológico, uma fração significativa das moléculas de base fraca encontra-se na forma neutra; em virtude de sua hidrofobicidade moderada, essas moléculas podem atravessar rapidamente as membranas para penetrar nas células nervosas o Uma vez no interior da célula, o fármaco então é capaz de adquirir rapidamente um próton, assumir uma carga positiva e ligar-se ao canal de sódio. • a principal via pela qual os prótons alcançam os anestésicos locais é o poro do canal de Na + . • À medida que o pH extracelular torna-se mais ácido, existe maior probabilidade de que o fármaco assuma a forma protônica no seu sítio de ligação no canal. o Uma vez nessa forma, o fármaco dissocia-se muito mais lentamente do canal. USO DE VASOCONSTRITOR • A duração da ação do AL é proporcional ao tempo de contato com o nervo • Uso de vasoconstritor • Ex: epinefrina • Redução da taxa de absorção • retém o anestésico no local desejado • reduz efeitos tóxicos sistêmicos • Contraindicado nas extremidades • Vários benefícios podem ser obtidos com a adição de um vasoconstritor a um anestésico local. • ocorre aumento localizado da captação neuronal, devido às concentrações teciduais locais mais altas e sustentadas, que podem corresponder, clinicamente, a um bloqueio de maior duração. o Isso possibilita uma anestesia adequada para procedimentos mais prolongados, maior duração do controle pós-operatório da dor e menor necessidade total de anestésico. • Em segundo lugar, os níveis sanguíneos máximos estarão reduzidos, visto que a ab sorção relaciona-se de modo mais estreito com o metabolismo e com a eliminação, e ocorre uma redução no risco de efeitos tóxicos sistêmicos • a epinefrina também dilata os vasos sanguíneos da musculatura esquelética por ações nos receptores - adrenérgicos e, desse modo, pode aumentar os efeitos tóxicos sistêmicos do anestésico depositado nos tecidos musculares • O uso dos vasoconstritores nas preparações de anestésicos locais em regiões anatômicas com pouca circulação colateral poderia causar lesão hipoxêmica irreversível, necrose tecidual e gangrena e, por esta razão, está contraindicado. SENSIBILIDADE DIFERENCIADA DAS FIBRAS • O tratamento com AL causa primariamente a supressão da sensação dolorosa ↓ Perda de sensibilidade à temperatura ↓ Ao toque ↓ À pressão profunda ↓ Função motora é suprimida • os AL bloqueiam preferencialmente as fibras de menor diâmetro em primeiro lugar • Entretanto, uma proporção variável de fibras grandes é bloqueada antes do desaparecimento do componente do PA composto nas fibras pequenas • Os nervos mielinizados tendem a ser bloqueados antes dos nervos não mielinizados do mesmo diâmetro BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB DEPENDÊNCIA DA FREQUÊNCIA E VOLTAGEM • O grau de bloqueio produzido por determinada concentração do anestésico local depende da forma como o nervo tenha sido estimulado e do seu potencial de membrana em repouso • o nervo em repouso é muito menos sensível a um AL do que um que está sendo estimulado repetidamente • as moléculas de ALs em sua forma polar têm acesso ao seu local de ligação apenas quando o canal de Na+ está aberto e se ligam mais firmemente e estabilizam o canal de Na+ em seu estado inativado • Alcançam sítios ligantes do canal o Atravessando a membrana o Atravessando o canal aberto ↓ Quanto mais canais abertos, maior o bloqueio ↓ Dependência de uso • VIA HIDROFÍLICA (DEPENDENTE DE USO o Derivados quaternários (amplamente ionizados) → Bloqueio se desenvolve apenas quando os canais estão abertos • VIA HIDROFÓBICA (SEM DEPENDÊNCIA DE USO) o Anestésicos locais terciários (pouco ionizados) → Bloqueio se desenvolve mesmo com canais não abertos (atravessam a membrana) • FARMACOCINÉTICA ABSORÇÃO • Determinada por fatores como: o dose o local de injeção o ligação do fármaco aos tecidos o fluxo sanguíneo local o uso de vasoconstritor o propriedades físico-químicos do fármaco • ↑ maior lipossolubilidade o maior potência, maior duração de ação, início de ação mais lenta (levam mais tempo para produzir seus efeitos clínicos) • ↑ maior ligação às proteínas plasmáticas o maior duração de ação • A aplicação de um anestésico local a uma área altamente vascularizada, resulta em absorção mais rápida e, portanto, em níveis sanguíneos mais elevados o Se o anestésico local fosse injetado em um tecido de pouca perfusão, como a gordura subcutânea, resultaria em absorção mais lentificada • Quando se utilizam vasoconstritores com anestésicos locais, a consequente redução do fluxo sanguíneo serve para reduzir a taxa de redução sistêmica e, portanto, diminuir os níveis séricos máximos DISTRIBUIÇÃO • Localizada o Como os anestésicos locais são, em geral, injetados diretamente no local do órgão-alvo, a sua distribuição dentro desse compartimento desempenha uma importante função na obtenção do efeito clínico o Pode ser determinada pelas características do fármaco, do paciente, da técnica usada • Sistêmica BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB o rápida distribuição no sangue e órgãos ricamente difundidos (cérebro, fígado, coração, rins o distribuição mais lenta do fármaco em tecidos de menor perfusão (p. ex. músculo, intestino) METABOLISMO • AL tipo éster o Hidrolisados pela butilcolinesterase presente no plasma em metabólitos inativos • AL tipo amida o Os anestésicos locais do tipo amida são convertidos em metabólitos mais hidrossolúveis no fígado (tipo amida) o Metabolismo hepático (citocromo P450) → Risco de toxicidade em portadores de doença hepática o Prilocaína (mais rápida) > lidocaína> mepivacaína> ropivacaína≈ bupivacaína e levobupivacaína (mais lenta) • Excretados na urina • Como os anestésicos locais em sua forma inalterada sofrem rápida difusão pelas membranas lipídicas, ocorre pouca ou nenhuma excreção urinária da forma neutra • A acidificação da urina promove a ionização da base amina terciária à forma com carga mais hidrossolúvel, resultando em eliminação mais rápida EFEITOS ADVERSOS TOXICIDADE • efeitos sistêmicos após injeção intravascular inadvertida → absorção do AL de seu local de administração • neurotoxicidade em consequência dos efeitos locais produzidos pelo contato direto com elementos neurais SNC • Todos os anestésicos locais têm a capacidade de produzir sedação, tontura, distúrbios visuais e auditivos e inquietação quando a ocorrência de concentrações plasmáticas elevadas resulta de sua rápida absorção ou de sua administração intravascular inadvertida • Dormência perioral, lingual, gosto metálico o Sintomas precoces de toxicidade • ↑ Concentrações séricas o Nistagmo, contrações musculares, Convulsões CORAÇÃO • Efeitos cardiovasculares adversos são observados apenas com as concentrações sistêmicas altas e quando também há efeitos no SNC • Miocárdio o ↓ redução da excitabilidade elétrica, da velocidade de condução e da força de contração • Taquicardia e fibrilação ventricular são raras → exceto com bupivacaína MUSCULATURA LISA • Deprimem as contrações do intestino intacto e dos segmentos intestinais isolados• Relaxam a musculatura lisa dos brônquios e dos vasos sanguíneos • As anestesias espinal e epidural podem causar paralisia do SNS e aumentar o tônus da musculatura gastrintestinal HIPERSENSIBILIDADE • Evidenciada por dermatite alérgica ou uma crise típica de asma • AL associados com vasoconstritor → sulfito usado pode ser alergênico • Frequência maior com os AL do tipo éster e geralmente também ocorre com os compostos com estruturas químicas semelhantes → PABA LIDOCAÍNA BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Aminoetilamida → protótipo dos anestésicos locais amídicos • ligação amida de hidrofobicidade moderada. • Apresenta rápido início e duração média de ação (cerca de 1 a 2 h), com potência moderada. • Produz anestesia mais rápida, intensa, prolongada e ampla do que as concentrações equivalentes da procaína • Formas de administração o preparações injetáveis o uso tópico o uso oftálmico o uso nas mucosas o transdérmico • Anestesia local de duração intermediária • Efeitos adversos o sonolência, vertigem, tremores; o ↑ doses: convulsões, coma, depressão respiratória • Embora seja eficaz quando usada sem vasoconstritor, a epinefrina reduz a taxa de absorção e isto geralmente permite diminuir os efeitos tóxicos e prolongar a duração da ação anestésica. • Esse agente apresenta um valor relativamente baixo de pKa , e uma grande fração do fármaco encontra-se presente na forma neutra em pH fisiológico. • Essa propriedade possibilita sua rápida difusão através das membranas e um rápido bloqueio. • A duração de ação da lidocaína baseia-se em dois fatores: sua hidrofobicidade moderada e sua ligação amida. o A ligação amida impede a degradação do fármaco pelas esterases o a hidrofobicidade possibilita-lhe permanecer próximo à área de administração (i. e., no tecido local) por muito tempo ▪ orna possível a ligação mais firme da lidocaína, em comparação à procaína, ao sítio de ligação do AL no canal de sódio, aumentando sua potência • A lidocaína é usada em anestesia infiltrativa, bloqueio de nervos periféricos e anestesia epidural, espinal e tópica. o Também administrada como antiarrítmico de classe I. ▪ bloqueio dos canais de sódio nos miócitos cardíacos. BUPIVACAÍNA • anestésico local amídico amplamente utilizado e sua estrutura é semelhante à da lidocaína, exceto que o grupo contendo amina é uma butilpiperidina • AL com ligação amida de longa duração de ação • altamente hidrofóbica • Fármaco potente capaz de produzir anestesia prolongada + produzir mais bloqueio sensorial do que motor o Usado para analgesia durante o trabalho de parto ou pós-operatório • Mais cardiotóxica do que a lidocaína em doses equivalentes eficazes o Dissocia-se muito mais lentamente que a lidocaína durante a diástole • Podem ocorrer o Arritmias ventriculares e depressão miocárdica graves depois da administração intravascular acidental TETRACAÍNA • aminoéster de ação prolongada • Seu período prolongado de ação resulta de sua alta hidrofobicidade – a tetracaína apresenta um grupo butila ligado a seu grupo aromático –, o que possibilita a permanência do fármaco no tecido que circunda um nervo por longo período de tempo. • A hidrofobicidade da tetracaína também promove interação prolongada com seu sítio de ligação no canal de sódio, determinando maior potência do que a da lidocaína e a da procaína. • Amplamente utilizado hoje em anestesia espinal • Potência e a duração da ação são significativamente maiores do que as da procaína • Pode causar toxicidade sistêmica mais grave porque é metabolizada mais lentamente do que os outros ésteres • A tetracaína é acrescentada em várias preparações anestésicas tópicas BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB
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