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2 Ponte_Octavio_Frias_de_Oliveira_Grupo II_ Tema_8_pdf

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1 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DO CURSO DE 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
PONTE OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
2 
 
R. BORGES 
 
 
 
 
 
PONTE OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA 
PROJETO DE INFRAESTRUTURA 
 
 
 
 
Trabalho para obtenção de nota, na matéria de Pontes e Grandes 
estruturas do Centro de Ciências exatas (CETEC) da Universidade Cruzeiro do Sul 
para a Graduação em Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2022 
 
3 
RESUMO 
As pontes estaiadas assim como é o modelo da Ponte Otavio Frias De 
Oliveira localizado na cidade de São Paulo surgiu como alternativa eficaz para fosse 
possível vencer grandes vãos e ainda assim de forma que as estruturas fossem 
esbeltas, leves e econômicas. Com a evolução dos estudos e a chegada de novas 
tecnologias e materiais, foram surgindo inúmeras possibilidades quando se trata de 
concepções estruturais, seja na geometria das peças, forma ou até mesmo a 
disposição dos elementos. É nesse momento que se torna-se necessário, 
compreender os potenciais arranjos dos elementos, para que se consiga objetivar a 
otimização dos recursos e uma elaboração satisfatória do projeto. E com esse objetivo 
que o presente trabalho visa a análise do comportamento histórico cultural da 
concepção da Ponte Otavio Frias de Farias, um importante cartão postal da cidade de 
São Paulo e um marco quando se trata da história da engenharia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 01: detalhamento de vão ponte estaiada para vencer vãos indicados a partir 
de 150m até 1200m, em vãos menores ela tem mais utilidade visual do que funcional. 
FIGURA 02. Ponte governador Almir Gabriel (Pará) 
FIGURA 3- Ponte Brotonne (França) 
FIGURA.04 Da esquerda para a direita o título da capa da revista veja. De 24 de 
outubro de 2013 refere-se ao nascimento, que é uma condição humana e nesse caso 
destaca a importância da ponte. 
FIGURA. 05. Quadro que mostra a retirada das famílias do Jardim Edite, área que foi 
desapropriada para a construção da ponte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7 
2. PONTE OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA ..................................................................... 8 
2.1 Breve histórico - Concepção pontes estaiadas ................................................................ 8 
2.2 Histórico de construção – Ponte Octávio Frias de Oliveira ............................................... 8 
2.3 Características Gerais ..................................................................................................... 9 
2.3.1. Comprimentos por seção: ............................................................................................ 9 
2.3.2. Volume de concreto por frente de serviço .................................................................... 9 
2.3.3. Peso de aço por frente de serviço .............................................................................. 10 
2.3.4. Principais características ........................................................................................... 10 
2.3.5. Estais ......................................................................................................................... 10 
2.3.6. Próximo ao mastro, sobre o rio Pinheiros, há o cruzamento entre os estais. Tabuleiro
 ............................................................................................................................................ 10 
2.3.7. Informações complementares- executantes do projeto: ............................................. 11 
3. JUSTIFICATIVA TÉCNICA DA CONSTRUÇÃO/HISTÓRICO DA NECESSIDADE ......... 12 
3.1 Justificativa de realização de projeto.............................................................................. 12 
3.3 Obstáculos durante a execução ..................................................................................... 13 
4.CLASSIFICAÇÃO CONFORME TIPOLOGIA ESTRUTURAL, MÉTODO CONSTRUTIVO E 
MATERIAL UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO. ................................................................. 15 
4.1 Concepções Estruturais ................................................................................................. 15 
4.2 Tipologia estrutural ........................................................................................................ 17 
4.3 Método construtivo ......................................................................................................... 17 
4.3.1. Fundação do mastro .................................................................................................. 18 
4.3.2. Tabuleiro .................................................................................................................... 18 
4.3.3 Planos de Estais ......................................................................................................... 19 
4.4 Classificação conforme material utilizado ...................................................................... 20 
4.5: Seção longitudinal, detalhamento dos estais, mastro e detalhamento de larguras 
transversal e longitudinal. ............................................................................................. 21 
4.6. Notícias da época ......................................................................................................... 22 
5. CURIOSIDADES ...................................................................................................... 24 
6 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 25 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A pontes estaiadas no Brasil são projetos que vem sendo aceitos dentro da 
cultura construtiva brasileira recentemente, e que hoje se solidificaram como pontos 
turísticos e cartões postais. As primeiras pontes estaiadas tiveram seus projetos 
iniciados por volta dos anos 2000 no Brasil o que significa que estamos lidados com 
esses projetos a pouco mais de 20 anos e com isso as tecnologias de projeto foram 
se adaptando a realidade dos engenheiros brasileiros uma vez que estes foram 
obrigados a buscarem engenheiros consultores estrangeiros que já estavam mais 
habituados em lidar com esse tipo de projeto. A primeira ponte estaiada que se tem 
notícia é a conhecida Ponte-Estação Amaro em São Paulo no ano de 2000 e essa 
complementa as dezenas de pontes que se espalharam por todo o Brasil ao longo dos 
anos. 
A concepção da ponte estaiada vem da tentativa de representar uma estrutura 
concreto armado que transmitisse a ideia de solidez, peso, permanência, duração e 
ao mesmo tempo que representassem a fluidez, leveza, aerodinâmica o que 
contrapõe as características das pontes tradicionais que eram constituídas em ferro-
forjado, correntes metálicas, aços entrelaçados. 
 A seguir trataremos do modelo de ponte estaiada Otavio Frias de Oliveira, 
projeto construído em grande escala até mesmo para os dias atuais dias atuais., como 
exposto neste documento de pesquisa, a adoção de construção, à história de 
concepção assim como descrição do projeto construtivo e notícias de época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
2. PONTE OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA 
 
2.1 Breve histórico - Concepção pontes estaiadas 
 
 É necessária uma rápida passagem pelo tempo para compreendemos a ideia 
de concepção das Pontes estaiadas, pare se ter noção de sua criação, é possível 
encontramos registros históricos dessas pontes em anotações do próprio Leonardo 
da Vinci(Fig.1). Segundo Walther, (1986), uma das primeiras pontes construídas com 
estais é documentada de 1784 e foi construída toda em madeira, inclusive os estais, 
por um carpinteiro alemão de nome Löscher na cidade de Fribourg na Suíça, o seu 
vão era de 32 m. 
Mas os acidentes ocorridos com pontes estaiadas tanto na Inglaterra como na 
França e Alemanha levaram os construtores a considerar as pontes penseis mais 
confiáveis do que as estaiadas. Ainda assim em 1824 construiu-se sobre o Rio 
Saale na Alemanha uma ponte com 78m de vão a qual apresentava deflexões 
excessivas e cujos estais-correntes acabaram rompendo sob carga de multidão. A 
ponte toda veio abaixo. 
“O aumento impressionante ocorrido nas últimas décadas do número de 
pontes estaiadas se deve à introdução dos aços de alta resistência, aos 
tabuleiros ortotrópicos, ao desenvolvimento da tecnologia tanto do aço como 
do concreto, dos estais, suas ancoragens e sua execução bem como à 
evolução extraordinária da análise estrutural.” (Karl Fritz Mayer,1996) 
 
 Estes fatores somados abriram possibilidades quase ilimitadas para a 
criatividade do projetista. 
 
2.2 Histórico de construção – Ponte Octávio Frias de Oliveira 
 
 
Em 2004, quando começou a ser projetada, a escolha pela ponte estaiada, 
além do marco arquitetônico, se deu pelas vantagens econômicas. Quando 
comparada a uma ponte convencional, a estaiada fazia mais sentido por conta do 
tamanho do seu vão, de 150 metros. “Existe um campo-ótimo de utilização de cada 
tipo de solução. A ponte estaiada a partir de 150 metros de vão é a solução mais 
econômica”, garante o engenheiro Catão Ribeiro,2004. Hoje, ela continua sendo a 
9 
solução mais econômica para projetos cujo vão é de até 1.200 metros, de acordo com 
o projetista. 
Durante os três anos de obra, de 2005 a 2008 a Votorantim Cimentos 
forneceu cerca de 58.700 mil m³ de concreto para a concepção da Ponte Estaiada. 
Os concretos foram de vários tipos: com alta resistência inicial; protendido; armado; 
com gelo; com alto módulo de elasticidade, chegando a 37 GPa; Concreto de Alto 
Desempenho chegando a 70 MPa em alguns trechos; entre outros..Essa ponte é um 
marco nacional, pois seu formato de construção é único: são duas pontes curvadas 
que formam um X, são sustentadas por 144 estais de 19 quilômetros de extensão (500 
toneladas de aço) onde durante o horário de pico passam por volta de 7000 veículos 
por hora e ela irá ter capacidade de receber 4000 carros por hora em cada pista. A 
ponte ficou conhecida pelo nome de Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, pois foi 
uma vítima da ditadura e foi um dos destaques para a construção da democracia, com 
isso homenagearam a ponte com o nome dele. 
A construtora encarregada da ponte foi a construtora OAS, onde 
envolveram 420 funcionários divididos em dois turnos. Foi estipulado um custo 
aproximado de 184 milhões para a construção e uma adição de 40 milhões para o 
sistema viário, drenagem e pavimentação. Nesses 3 anos de construção, ocorreram 
duas fatalidades: a primeira foi em 8 de abril de 2007 com o operário Luiz Araújo de 
22 anos, onde acabou falecendo após cair de uma das pistas. A outra fatalidade foi 
em 16 de março de 2008 com o operário Francisco Rodrigues veio a falecer após ser 
atropelado por um rolo de compressão. 
 
 
2.3 Características Gerais 
2.3.1. Comprimentos por seção: 
• Alças de acesso – Margem esquerda: 639 metros 
• Alças José Bonifácio de Oliveira – Margem direita: 1.668 metros 
• Ponte Estaiada: 580 metros 
• Comprimento total: 2.887 metros 
2.3.2. Volume de concreto por frente de serviço 
• Alças de acesso – Margem esquerda: 12.200 m³ 
• Alças José Bonifácio de Oliveira – Margem direita: 32 mil metros 
• Ponte Estaiada: 6.100 m³ 
• Mastro: 8.500 m³ 
• Volume total: 58.800 m³ 
10 
2.3.3. Peso de aço por frente de serviço 
• Alças de acesso – Margem esquerda: 1.200,00 toneladas 
• Alças José Bonifácio de Oliveira – Margem direita: 3.300 toneladas 
• Ponte Estaiada: 650 toneladas 
• Mastro: 1.000 toneladas 
• Peso total: 6.150 toneladas 
2.3.4. Principais características 
• Altura do mastro: 138 metros 
• Fundação do mastro: 112 (28 x 4) estações, com diâmetro de 1,30 metro e 
comprimento médio de 25 metros + 40 (10 x 4) estacas raiz com diâmetro de 
410 milímetros e comprimento médio 25 metros 
• Quantidade de cabos (estais): 18 x 2x 4 = 144 
• Peso dos cabos de estaiamento: 492 toneladas 
• Principais comprimentos dos estais: entre 79 e 195 metros 
• Quantidade de cabos por estai: entre 10 e 25 unidades 
• Bainhas PEAD – (Polietileno de alta densidade) proteção contra corrosão e 
radiação solar serve com guia para as cordoalhas. Tubo antivandalismo 3 
metros 
Macaco tipo monocordoalha – Tenciona cada cabo, para pretensão a 
quantidade de cabos varia conforme a distância para o mastro, e força de cada 
conjunto varia entre 40 e 60 tf. 
• Aço de pretensão: 785 toneladas ou 378 mil metros 
• Quantidade total de aduelas: 80 unidades (40 em cada ponte) 
• Comprimento aproximado das aduelas: 7 metros 
• Quantidades média e máxima de funcionários: 450 e 650 funcionários 
respectivamente. 
• Iluminação pública e monumental: 142 LED’s + 20 projetores de 1000 W + 206 
postes com 6,00 m de altura e lâmpadas de 140 W. 
2.3.5. Estais 
• 18 pares de cabos em cada um dos 4 vãos, totalizando 144 estais. 
• Arranjo espacial único devido curvatura do tabuleiro e inclinação das torres. 
• Estais compostos por 9 a 25 cordoalhas. 
• Consumo de estais: 
• 370.350m de cordoalha 
• 462 toneladas de aço. 
2.3.6. Próximo ao mastro, sobre o rio Pinheiros, há o cruzamento entre os estais. 
Tabuleiro 
• 16,0m de largura: 
• Passeio de emergência: 2 x 0,85m 
• Vigas: 2 x 1,50m 
• Defensas: 2 x 0,40m 
• Leito carroçável: 10,50m 
 
11 
2.3.7. Informações complementares- executantes do projeto: 
 
Contratante: EMURB – Empresa Municipal de Urbanização SP 
 
Projeto Estrutural: 
• Enescil Engenharia e Projetos Ltda, ANTW Engenharia de Projetos Ltda, 
Antranig Muradian Ltda 
• Eng. Catão F. Ribeiro; Heitor Afonso Nogueira Neto ; Antranig Muradian 
 
Projeto Viário: 
• Geométrica Engenharia de Projetos Ltda, Eng. Leonardo Pedro Lorenzo 
Construtora: 
• Contrutora OAS Ltda, Eng. César de Araújo Mata Pires Filho; Eládio 
Alves; Francisco Germano 
 
Estudo em túnel de vento: 
• Prof. Joaquim Blessmann – LAC / UFRGS, Eng. Acir Mercio Loredo-Souza 
Arquitetura: 
• Valente, Valente Arquitetos 
• Arq. João Valente Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
3. JUSTIFICATIVA TÉCNICA DA CONSTRUÇÃO/HISTÓRICO DA 
NECESSIDADE 
 
 
3.1 Justificativa de realização de projeto 
 
 
Havia um grave problema de trânsito naquela região. “No horário de pico, 
a Ponte Ary Torres e a Ponte do Morumbi apresentavam um grave problema porque 
não conseguiam dar o fluxo devido ao tráfego”, conta Maurecir de Almeida, gerente 
comercial da Votorantim Cimentos, que foi responsável pela negociação entre a 
companhia e a Construtora OAS - responsável pela obra. 
Para solucionar esta questão, o engenheiro Catão Francisco Ribeiro, 
diretor-executivo do escritório de projetos especializado em pontes e em estruturas 
deste tipo, chamado Enescil, foi chamado pela equipe responsável da construtora 
para avaliar a área e projetar a ponte que poderia ser construída ali. “Era preciso criar 
naquele local também alguns ícones de arquitetura, tendo em vista que a região iria 
crescer. Então, na época, como a ponte estaiada era o que a gente chama de estado 
da arte na engenharia, ou seja, o que existe de mais moderno tecnologicamente, a 
ideia pensada foi projetá-la”, relata o engenheiro. 
Ainda, de acordo com a obra literária de Luciana Rossi Cotrim, as pistas da 
Ponte Estaiada são responsáveis pela passagem de oito mil carros por hora. Os 
encontros que esse monumento de São Paulo proporciona só foram possíveis pela 
aposta na inovação. “Os ganhos que essa obra nos deu fez valer a pena”, conta CatãoRibeiro, que carrega vários prêmios pela projeção desta ponte. 
Já para Maurecir de Almeida, a importância desta obra está ligada ao 
desafio que foi superado. Desde a formulação de novos concretos até o atendimento, 
que enfrentava a barreira do trânsito local. “Essa obra para a cidade de São Paulo 
além de ter sido um desafio de tecnologia, é uma obra bonita. E São Paulo precisava 
de uma obra diferenciada, por isso, se tornou um cartão postal para a cidade”, destaca 
o gerente comercial da Votorantim Cimentos 
Por coincidência, em paralelo, aquela região passava por mudanças de 
permissão de zoneamento, que projetavam um crescimento do mercado imobiliário e 
uma nova vida para a área. 
 
13 
 
3.2 Impactos da concepção da Ponte Octavio Frias de Oliveira 
 
 
A Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira é parte do Complexo Viário 
Jornalista Roberto Marinho, que conecta a avenida de mesmo nome às Marginais do 
Rio Pinheiros, vias fundamentais na vida da capital, nas duas direções. 
A ponte liga ainda o bairro do Brooklyn ao do Morumbi, e faz da Avenida 
Jornalista Roberto Marinho uma opção definitiva para quem precisa trafegar pela 
Avenida dos Bandeirantes, uma das mais movimentadas da cidade. 
Oferece também nova rota para quem vai de Interlagos ao Centro, assim 
como ao Aeroporto de Congonhas. E é uma alternativa importante aos que se 
deslocam, via zona sul da cidade, às rodovias Anchieta e Imigrantes, em direção ao 
litoral paulista. 
 
 
3.3 Obstáculos durante a execução 
 
 
Mesmo sendo a solução mais vislumbrada para a época, pensando na 
grandiosidade arquitetônica que se teria ao construir uma ponte estaiada na capital 
paulista, havia uma barreira muito grande a ser quebrada: o receio de apostar em uma 
solução inovadora. 
A inovação aconteceu em como essa ponte estaiada seria executada: com 
tabuleiros sobrepostos, um mastro em X e duas pistas estaiadas em curvas 
independentes de 60º. Globalmente, ainda não se tinha enfrentado o desafio de se 
projetar e construir duas pistas curvilíneas ligadas a um mesmo mastro. Os dois tipos 
de pontes utilizam cabos de aço para sustentar a pista, porém, no caso da ponte de 
estaiada, os cabos para sustentação partem de um mastro e chegam até o tabuleiro 
da ponte. Sendo que, no caso da ponte pênsil, os cabos principais partem de um 
mastro a outro e formam uma parábola 
Realizar um mastro no formato de X, duas pistas estaiadas em curvas 
independentes de 60º com tabuleiros que passariam um sobre o outro era desafiador, 
não só para a engenharia brasileira, mas para a engenharia mundial. Um dos maiores 
desafios do projeto era a dificuldade de distribuição de carga para todas as estais e 
14 
seções da pista. Chegaram à conclusão de instalar células de carga em cada estal 
para monitorar as forças aplicadas e ajustar as tensões, assim, equilibrando a ponte 
e não sobrecarregando os cabos. Entre os desafios técnicos encontrados no projeto, 
há a complexidade da distribuição de cargas entre os muitos estais e as seções das 
pistas de geometria curva. Nos elementos de fixação de cada um dos estais foram 
instaladas células de carga, capazes de monitorar as forças aplicadas aos mesmos, 
permitindo ajustar as tensões mecânicas de montagem, equilibrando a ponte 
adequadamente e não sobrecarregando os cabos durante a construção. As pontes 
foram projetadas para suportar ventos de até 250 quilômetros por hora. 
Porém, este projeto estava nas mãos do engenheiro Catão Ribeiro, o que 
mudava este cenário. O projetista tem como uma de suas principais características 
profissionais, o desejo de inovar e realizar projetos que façam sentido para as cidades. 
“É preciso fazer um estudo específico, pois cada ponte tem a sua identidade. Suas 
próprias características de fundação, de vão a ser vencido e, assim, vamos trabalhar 
em cima do que é o certo”, ressalta o engenheiro. 
Após a aprovação de outros grandes nomes da engenharia civil, deu-se 
início a grande obra que viria a ser a construção da Ponte Estaiada. 
Desafios enfrentados segundo Catão Ribeiro,2004: 
• Desenvolvimento de concretos especiais para atendimento de ponte 
estaiada: como Concreto de Alto Desempenho, com alta resistência inicial e com alto 
módulo de elasticidade; 
• Atendimento de logística de obra considerando o alto fluxo do tráfego; 
• Negociação comercial que envolveu comprovação de qualidade dos 
materiais e de capacidade de atendimento; 
• Monitoramento semanal de cada uma das atividades realizadas na etapa 
da concretagem para atender as necessidades da obra e cumprir o prazo de entrega 
estipulado. 
 
 
 
 
 
15 
4.CLASSIFICAÇÃO CONFORME TIPOLOGIA ESTRUTURAL, 
MÉTODO CONSTRUTIVO E MATERIAL UTILIZADO NA 
CONSTRUÇÃO. 
 
 
4.1 Concepções Estruturais 
 
Além da ponte convencional, este projeto eliminou também um outro tipo 
de ponte muito famosa no mundo, a ponte pênsil. Porém, considerando custo-
benefício e também as necessidades de manutenção, que seriam inferiores, a 
estaiada foi a opção escolhida pelo projetista e bem-recebida por toda a equipe de 
engenharia. “A ponte pênsil comparada com a estaiada é mais cara e, normalmente, 
o tabuleiro é metálico, a tornando mais cara ainda do que a solução em concreto”, 
ressalta o diretor da Enescil. 
No caso da concepção de pontes estaiadas (a), o tabuleiro é muito 
rígido e há poucos estais fazendo com que grande parte da carga 
caminhe pelas vigas longitudinais, causando elevados momentos 
fletores. Isso fará com que a torre e os estais sejam submetidos a 
esforços menores, permitindo, portanto, seções mais esbeltas destes 
elementos. Na concepção (b) há uma torre muito rígida e um número 
elevado de estais, levando a baixos momentos fletores no tabuleiro, 
permitindo assim seções mais esbeltas. Na concepção (c), os cabos de 
ancoragem possuem um papel fundamental, pois equilibram as cargas 
do vão lateral e do vão central, levando a baixos momentos fletores 
no tabuleiro e apenas tensões de compressão na torre. Podendo-se 
adotar tabuleiros e torres com seções mais esbeltas. (WALTHER et al, 
1985, apud CLAUDIO, 2010, p.11). 
 
Em 2003, a Prefeitura da Cidade de São Paulo, por intermédio da SP-Obras 
(antiga Empresa Municipal de Urbanização), iniciou licitação para a construção de 
duas pontes estaiadas sobre o rio Pinheiros. O projeto inicial traria um impacto 
urbanístico maior, além de ser mais caro. O arquiteto e urbanista João Valente Filho 
teve a ideia de fazer duas pontes menores, em forma de ‘X’, e sustentadas por estais 
ligados a um único mastro. Valente desenvolveu a ideia juntamente com o engenheiro 
Catão Ribeiro. O formato escolhido resolveu os problemas urbanístico e financeiro, 
pois a obra ficou menor e mais barata, afirma, em entrevista, João Valente. 
Uma maquete, nas mesmas proporções das pontes, passou por testes de 
vento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRS. O teste mostrou que as 
16 
pontes suportam ventos de até 220 km, ou um furacão de nível 4 (escala de um a 
cinco). 
Segundo Diego Montagnini(2011) A Ponte estaiada é constituída por um 
ou mais mastros, possui hastes de sustentação, tabuleiros e fundações. É uma ponte 
sustentada por cabos que geralmente são de aço (estais), esses cabos partem de 
grandes pilares que sustentam uma base suspensa. Existem atualmente três tipos de 
direções para os estais, a Harpa, o Leque e o Semi-leque. 
 
 
Figura 01: detalhamento de vão ponte estaiada para vencer vãos indicados a partir de 150m até 1200m, em vãos 
menores ela tem mais utilidade visual do que funcional. 
 
 
As pontes estaidas eram mais complicadas de se executar, pois nelas 
existem muitas contas, temos um exemplo da Nossa ponte Octavio Frias ela possui 
144 estais então são 144 equações de carga diferentes, com o passar dos anos com 
a criação de softwares e programas a situação melhorou. Outro problema que 
necessitou de mais tempo para ser aperfeiçoado foi porconta dos aspectos 
aerodinâmicos o que acarretou alguns acidentes, durante muitos anos a forma como 
o vento interfere nos estais e tabuleiro foi uma incógnita. 
 
 
Figura 02. Ponte governador Almir Gabriel ( Pará) https://pt.foursquare.com/v/ponte-governador-
almir-gabriel/4e1c51b252b1218fa01b85bc?openPhotoId=50661493e4b0d3feb17f0e65 
 
 
https://pt.foursquare.com/v/ponte-governador-almir-gabriel/4e1c51b252b1218fa01b85bc?openPhotoId=50661493e4b0d3feb17f0e65
https://pt.foursquare.com/v/ponte-governador-almir-gabriel/4e1c51b252b1218fa01b85bc?openPhotoId=50661493e4b0d3feb17f0e65
17 
4.2 Tipologia estrutural 
 
 
O princípio básico do funcionamento estrutural da ponte estaiada tem com 
premissa básica a sustentação do tabuleiro por estais presos ao torres. Claudio (2010, 
p.10), disse que as pontes estaiadas consistem basicamente de tabuleiros suspensos 
por cabos inclinados, que por sua vez são ancorados a torres, criando-se, deste modo, 
apoios intermediários ao longo do vão do tabuleiro. Este sistema é subdividido em 
tabuleiro (vigas de rigidez e a laje), sistema de cabos que suportam o tabuleiro, torres 
que suportam os cabos, e os blocos de ancoragem ou pilares de ancoragem. Os cabos 
de ancoragem são elementos que ligam a torre aos blocos ou pilares de ancoragem, 
eles são utilizados para reduzir os momentos fletores deslocamentos da torre e do 
tabuleiro quando os carregamentos do vão central e lateral diferem. Estes cabos estão 
sujeitos a tensões muito altas e por isso merecem atenção especial. 
Pontes estaiadas consistem basicamente na suspensão do tabuleiro de uma 
ponte através de cabos ancorados ao topo de torres ou ao longo destas. Este tipo de 
ponte possui um elevado grau de hiperestaticidade, podendo-se comparar o tabuleiro 
a uma viga apoiada em apoios elásticos. Este tipo de solução é capaz de vencer vãos 
da ordem de várias centenas de metros com seções de tabuleiro muito esbeltas, 
sendo elevado o número de combinações de seus elementos, visto que estes 
possuem várias possibilidades de geometrias, formas e disposições 
 
 
4.3 Método construtivo 
 
O método construtivo tem grande importância na fase de projeto, não só 
pelo arranjo estrutural, mas também porque nesta fase devem-se avaliar os esforços 
nos elementos quando submetidos a ações atuantes nas fases construtivas. O 
comportamento de cada ponte pode ser entendido melhor ao se considerar o processo 
construtivo. Por exemplo, no método dos balanços sucessivos, pode-se considerar 
que cada estai ou par de estais, dependendo do número de planos de estais, suportam 
o peso de uma aduela, sendo a distância entre estais definida pelo comprimento de 
um trecho do tabuleiro. 
 
18 
4.3.1. Fundação do mastro 
 
As fundações de seus mastros foram compostas por 112 (28 x 4) estações, 
com diâmetro de 1,30 metro e comprimento médio de 25 metros + 40 (10 x 4) estacas 
raiz com diâmetro de 410 milímetros e seu comprimento médio 25 metros.A escolha 
de suas estacas foram feitas por uma empresa de engenharia especializada em 
fundações e estruturas, a Geocompany, assim sendo demandada em projeto dois 
tipos de estaqueamentos, estaca escavada e estaca raiz.Seus furos se deram início 
com estaca escavada que tem por suas características: pode ser utilizada em diversos 
tipos de solos. Todavia é mais eficaz em solos com a presença de nível de água que 
apresenta um solo com mais riscos a desmoronamento, seu trado vai em sentido 
helicoidal, seu diâmetro médio é de 30 a 180 cm e sua profundidade chega até 70 
metros. Já a estaca raiz pode ser utilizada em qualquer tipo de solo, é uma estaca 
moldada no local seu diâmetro é de 10 a 50 centímetros com sua profundidade de até 
60 metros. Seu método de perfuração é de perfuração rotativa ou roto-percussiva 
durante sua perfuração é usado revestimento metálico, a necessidade destas 
características vem de perfurações de rochas e solos com grandes quantidades de 
matacões, assim muito encontradas na região de pinheiros. Seu projeto de fundação 
pede quatro blocos de base de 270 metros de comprimento, com um formato 
octogonal, assim veja nas imagens. 
 
4.3.2. Tabuleiro 
 
Os dois viadutos, juntos, possuem 1.668 metros de comprimento, com duas 
faixas de tráfego por viaduto, de 3,60m de largura cada uma delas. Foram construídos 
com 64 vigas pré-moldadas de concreto protendido de 33,20 metros de comprimento, 
pesando cada uma 117 tonelada, e 94 vigas pré-moldadas em concreto armado com 
23,20 metros de comprimento pesando cada uma 86,2 toneladas. 
As vigas foram lançadas sobre os pilares com a ajuda de dois guindastes, 
um com capacidade para levantar 45 toneladas e outro com capacidade para suportar 
60 toneladas. 
 
 
 
19 
4.3.3 Planos de Estais 
 
Suspensão central tem uma grande vantagem estética, os cabos não ficam 
superposto, agora em relação a questão estrutural deixa muito a desejar porque o 
tabuleiro está sujeito a grande momento torciona se for comparado a configuração de 
planos lateral de cabos. Se projetar a ponte com os estais muito proximo um do outro, 
e um tabuleiro de elevada rigidez sua capacidade de flexão horizontal não vai ser 
muito explorada. Em relação a deformabilidade do sistema de suspensão, pilares 
rígidos é um fator determinante sobre a ação das cargas atuantes. 
A estrutura com um plano único deixa a ponte muito elegante por isso esse 
sistema de concepção é muito adotado pelos projetistas. Os pilões colocados no 
centro da pista, alargar muito o tabuleiro, sendo uma grande desvantagem das 
estruturas de vão extensos, que adota pilões largos e alto na base, o que justifica a 
abertura da parte inferior do pilão para reduzir a largura do vão. A suspensão central 
deve ser bastante estudada, quando for detalhada para assegurar a integridade física 
da estrutura. A estabilidade dinâmica e aerodinâmica é adquirida adotando tabuleiro 
rígidos à torção que contribui também para a redução de outros momentos, 
conhecidos de segunda ordem. Os tabuleiros rígidos a torção tem grande capacidade 
de dividir as cargas atuantes, diminuindo também as cargas de fadiga nos cabos de 
suspensão. A suspensão central de ser substituída pela a suspensão lateral quando 
se projeta pontes muito largas ou com vão muito grande. 
Segundo Vinicius Lopes (2014) Os mastros atendem três tipos de 
distribuição dos estais, sendo eles, em harpa onde os estais são colocados espaçados 
no mastro e são presos no tabuleiro com o mesmo espaçamento e ângulo. Em leque 
onde os estais partem do mesmo ponto no mastro e seus ângulos são variados. Na 
maioria das pontes é utilizado o misto e chamamos de semi-leque. 
Temos o mastro em apenas um plano vertical central onde a distribuição 
de estais é feita por um mastro único que fica localizado no centro do tabuleiro, uma 
opção menos vantajosa por que a torção e estabilidade dependem da rigidez do 
tabuleiro. 
20 
 
Figura 3- Ponte Brotonne(França) 
https://en.wikipedia.org/wiki/Pont_de_Brotonne 
 
4.3.4 Torres 
São os elementos verticais que suportam os estais e transmitem as cargas 
para a fundação. Um dos problemas mais frequentes em pontes estaiadas é a 
interferência no tabuleiro. Esse tipo de interferência pode desaparecer quando 
utilizamos o mastro em “A”, porém pode aparecer outro problema, o de interferência 
de estais na pista de rolamento. Ela ocorre devido a inclinação dos cabos em relação 
ao tabuleiro. 
 
 
4.4 Classificação conforme material utilizado 
 
 
4.4.1. Materiais fornecidos 
 
 Concreto armado, concreto protendido, concreto com gelo, concreto com 
alta resistência inicial e Concreto de Alto Desempenho (CAD) - com 70 MPa e 37 GPa. 
Erguidas em concreto armado protendido, as alças foram moldadas por meio de 
formas deslizantes. A obra consumiu aproximadamente 58.700 metros cúbicos de 
concreto, o equivalente à carga de 7.340 caminhões betoneiras ou ao volume utilizado 
na construção daspontes do Cebolão. 
 
4.4.2 Material que reveste os estais 
 
Segundo Nogueira, 2004, o tipo de material utilizado na construção dessa 
nova ponte é o mesmo da Octávio Frias de Oliveira (concreto armado e protendido, 
estais revestidos com polietileno de alta densidade). Quanto ao impacto ambiental da 
21 
obra, o engenheiro diz que a análise foi realizada normalmente e permitiu o início dos 
trabalhos. A Enescil não forneceu imagens do projeto, mas informou que o mastro do 
estaiamento mede 178.15m e tem forma de diamante, sendo que os estais serão 
fixados em seu último trecho. 
 
4.4.2. Parafusos 
Os parafusos que ligam os tubos amarelos dos estais somam 
aproximadamente 1. 152 parafusos de aço comercial, vincados cabeça sexta vada, 
rosca m 20 de comprimento, 90 mm para tabuleiro e 120 mm para o mastro. 
 
 
4.5: Seção longitudinal, detalhamento dos estais, mastro e detalhamento de 
larguras transversal e longitudinal. 
 
No site da prefeitura de São Paulo, juntamente com a secretaria responsável 
pelas obras de urbanização da cidade a SPOBRAS é possível encontramos dados 
sobre a construção, sendo o mastro da ponte Octávio Frias de Oliveira, com 138 
metros de altura, tem formato de um X, com largura transversal máxima (na base) de 
76 m; largura transversal mínima (no topo) de 35,30 m; e largura longitudinal 12,90 m. 
A altura do mastro equivale a de um prédio de 46 andares. O acesso para manutenção 
do mastro será feito por escadas fixas de aço, com patamares a cada 6 metros. Este 
acesso tem cerca de 490 degraus, aproximadamente 89 metros. No alto da torre, para 
atingir o ponto mais alto ainda existe uma parede com mais 10 metros de altura. A 
sustentação das pontes é feita por estais, que são feixes de cabos que variam de 15 
a 25 cordoalhas de aço, revestidas por uma bainha de polietileno amarelo, cuja 
finalidade é proteger os estais da chuva, do vento e dos raios do sol. São 492 
toneladas de aço, que se fossem colocadas lado a lado daria para percorrer 378 mil 
metros, equiparável à distância entre a cidade de São Paulo e a de Ourinhos em Minas 
Gerais (370 metros). O maior estai tem 195 metros e o menor 78 metros. À distância 
entre os estais é de 7 metros do lado do rio, e de 6,5 metros do lado do sistema viário. 
Conforme o arquiteto João Valente, projetista da ponte estaiada, “a cor amarela dos 
estais foi escolhida por razões estéticas. A idéia foi montar uma espécie de ‘rede de 
luz’ no meio do céu”. 
O comprimento das pontes é de 2.887 metros. Os vãos estaiados possuem 
290 metros, com 16 metros de largura, sendo 10,5 metros para as três faixas de 
22 
rolamento. A ponte mais alta, sentido avenida Jornalista Roberto Marinho para a 
Marginal Pinheiros, tem um vão de 23,4 metros de altura, e a mais baixa, sentido 
Marginal Pinheiros para avenida Jornalista Roberto Marinho, tem 12 metros O asfalto 
utilizado nas pontes é da categoria SMA (Stone Mastic Asphalt), mesmo tipo usado 
no Autódromo Luis Carlos Pace (Interlagos). Essa pavimentação apresenta alta 
resistência a impactos e a cargas em movimento. Também permite maior drenagem 
e evita deformações do asfalto.Nos 290 metros estaiados de cada lado foram 
colocadas placas de alumínio chamadas de “narizes de vento”, utilizadas para dissipar 
o vento nas pistas. Tanto as pontes quanto o mastro são pintados com um verniz 
antipichação que permite até quatro lavagens consecutivas. 
As pontes possuem um sistema de drenagem de águas pluviais que faz 
com que a água passe por caixas de passagem antes de ser lançada ao solo, o que 
evita a sujeira nas pistas. 
A ponte Octávio Frias de Oliveira possui iluminação especial, fornecida pela 
empresa Philips. Durante a noite, a parte interna do mastro contará com iluminação 
colorida, por meio de projetores ColorBlast, equipados com Led, sistema que torna 
possível a troca de cores, especialmente em datas ou eventos especiais, e consome 
53% menos de energia do que os sistemas comuns. As pistas e as alças de acesso 
também receberão iluminação especial. 
 
 
4.6. Notícias da época 
 
 
 
Figura.04 – Da esquerda para a direita o título da capa da revista veja. De 24 de outubro de 2013, 
refere-se ao nascimento, que é uma condição humana e nesse caso destaca a importância da ponte 
23 
para todos os paulistas e visitantes. O título da capa da revista Infraestrutura Urbana. De 2016 refere-
se ao feito da engenharia civil se tratando de pontes e grandes estruturas da Ponte Octavio Frias de 
Oliveira. 
 
Segundo o site das leis municipais, durante a construção do complexo 
viário, houve uma “infração” de acordo com a Lei Municipal n ° 14.266 (artigo 11) 
"as novas vias públicas, incluindo pontes, viadutos e túneis, devem prever espaços 
destinados ao acesso e circulação de bicicletas, em conformidade com os estudos de 
viabilidade". 
Outra notícia foi sobre a arquiteta Mariana Fix, pesquisadora da FAUUSP, 
analisou as ocupações da área entre o Itaim Bibi e Brooklin e a chamou de “nova 
economia” em São Paulo e assim tentou incrementar a especulação imobiliária na 
maior metrópole do hemisfério Sul. Antigamente o metro quadrado tinha um valor na 
média de US$100, depois dos anos 80 o preço subiu e chegou a alcançar cerca de 
US$1.500, porém havia a favela Jardim Edite ao lado e isso impedia a expansão dos 
negócios. Com a construção da ponte a maioria das famílias tiveram que se retirar 
para o crescimento do valor, onde começou a valer por volta de US$4.000 e Mariana 
pronunciou o seguinte: 
“A ponte foi criada como chamariz para o mercado imobiliário, por seu caráter 
espetacular. Afinal, não precisaria daquela estrutura toda para a transposição 
do rio tão estreito. É para criar uma marca de distinção, inventar uma 
centralidade para o empresariado. Por isso, era importante para a prefeitura 
e as empresas tirar a favela dali.” 
 
Cada família retirada do local chegou a receber por volta de R$5.000 
(chegue-despejo), após isso as famílias se transferiram para áreas de proteção, onde 
os riscos ambientais são absurdamente maiores especificamente para o 
abastecimento de água. 
 
Figura 5. Quadro que mostra a retirada das famílias do Jardim Edite, área que foi desapropriada para 
a construção da ponte. 
 
24 
5. CURIOSIDADES 
 
Segundo os especialistas, a Ponte Octavio Frias de Oliveira é a primeira do mundo 
que une duas pistas curvadas conectadas à mesma torre. É a única ainda com o 
mastro principal em formato de X. Isso porque quando a pista (ou tabuleiro) faz curva 
é necessário um cálculo específico e diferente para cada um dos cabos ou estais. 
As outras grandes pontes que seguem o mesmo conceito arquitetônico, em geral, são 
construídas em linha reta ou conjugadas com outros trechos onde os pilares dão a 
sustentação. Já existem pontes estaiadas em curva, porém com apenas uma pista. 
Mais um ineditismo de São Paulo. 
A Ponte Octavio Frias de Oliveira é o 4º ponto mais Alto da Cidade de São Paulo.O 
comprimento total dos estais, se eles fossem enfileirados, corresponderia a 370km, 
distancia entres as cidades de São Paulo e Ourinhos. O maior cabo de aço possui 
195m e o menor 78 m.A ponte foi projetada para duras 100 anos e foi feito com base 
num software que analisa o comportamento das estruturas ao longo do tempo. A 
ponte homenageia o empresário e jornalista do Grupo Folha, morto aos 94 anos em 
maio de 2007 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
CONCLUSÃO 
Concluímos que com o desafio de aliviar o trânsito intenso da região da 
marginal Pinheiros e da avenida Jornalista Roberto Marinho, foi iniciado o projeto da 
Ponte Octávio Frias de Oliveira. Na época de sua inauguração foi noticiado em vários 
lugares como uma das tecnologias mais avançadas, iniciando um grande desafio para 
a engenharia. Suas duas pistas em curva apoiadas no mesmo mastro, atribuem para 
ela um formato único no mundo. De acordo com a Companhia de Engenharia deTráfego (CET), nos primeiros 5 meses o desafio foi atingido, e a nova alternativa para 
os motoristas em São Paulo, diminuiu o fluxo de carros nas pontes Morumbi e 
Engenheiro Ary Torres, melhorando o trânsito na região. Sua construção foi realizada 
com materiais de alta qualidade, sendo entre eles 80% produzidos no brasil, seus 144 
estais responsáveis pela sustentação das pistas, são de origem espanhola. Catão 
Ribeiro diz: "No caso dos estais, decidimos importar da Espanha em razão do câmbio 
favorável, e não da ausência de materiais equivalentes aqui”, afirma. Para proteção, 
em volta de seus estais existe uma tubulação de polietileno protegendo todo o aço de 
intempéries garantindo sua funcionalidade. Contudo mesmo com o acúmulo de 
desafios, por conta de sua localização próxima da CPTM, Rio Pinheiros e de grandes 
máquinas para executar todas as etapas de construção, sua logística e engenharia foi 
efetiva na produção da Ponte Estaiada, em um curto espaço de tempo, e se tornou 
um marco da capital de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
REFERÊNCIAS 
 
Analises De Etapas Construtivas Em Pontes Estaiadas 
Http://Www.Repositorio.Poli.Ufrj.Br/Dissertacoes/Dissertpoli1884.Pdf 
 
Catão Francisco Ribeiro, Diretor-Executivo Da Enescil; Maurecir De Almeida, Gerente 
Comercial Da Votorantim Cimentos. Arquivos Votorantim Cimentos 2006 
 
Desenvolvimento De Pontes Estaiadas 
Http://Www.Abpe.Org.Br/Trabalhos/Trab_23.Pdf 
 
Eng. Manfred Theodor Schmid, Ponte Octavio Frias De Oliveira -Rudloff Sistema De 
Protensão Ltda. 
 
Histórico De Pontes Estaiadas E Suas Aplicações No Brasil-
Https://Www.Teses.Usp.Br/Teses/Disponiveis/3/3144/Tde-04112011 
44914/Publico/Dissertacao_Diego_M_Mazarim.Pdf 
 
Https://Geocompany.Com.Br/Empresa ACESSO EM:01/04/2022 as 11h30 
 
Https://Metalica.Com.Br/Ponte-Estaiada-Octavio-Frias-De-Oliveira-Em-Sp-2/, 
25/03/2022 as 13h15 
 
Https://Www.Youtube.Com/Watch?V=HT6Mol30uDY 26/03/2022 as 23h59 
 
Https://Www.Institutodeengenharia.Org.Br/Site/Events/Ponte-Estaiada-Octavio-Frias-
De-Oliveira/ 
 
Karl Fritz Mayer: Estruturas Metálicas, Vol. I – Projetos, Pontes Rodoviárias E 
Ferroviárias. 
 
Luciana Rossi Cotrim, Ponte Estaiada. Construção De Sentidos Para São Paulo, 
Estação Das Letras; 1ª Edição (1 janeiro 2014) 
27 
 
Ponte Estaiada - Construção De Sentidos Para São Paulo, Livro De Luciana Rossi 
Cotrim 
 
Portal Da Metálica_Ponte_Octavio_Frias_De-Oliveirahttps://Metalica.Com.Br/Ponte-
Estaiada-Octavio-Frias-De-Oliveira-Em-Sp-2/ 
 
Secretaria De Infraestrutura Urbana E Obras Do Município De São Paulo - SIURB 
Antiga_EMURB_Https://Www.Prefeitura.Sp.Gov.Br/Cidade/Secretarias/Licenciament
o/Noticias/?P=18711

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