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VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Os autores deste livro e a LIVRARIA SANTOS EDITORA COM. IMP. LTDA . empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. Adicionalmente, os leitores podem buscar por possíveis atualizações da obra em http://genio.grupogen.com.br. Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondose a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2014 pela LIVRARIA SANTOS EDITORA COM. IMP. LTDA. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Rua Dona Brígida, 701 – Vila Mariana São Paulo – SP – CEP 04111081 Tel.: (11) 50800770 www.grupogen.com.br | editorial.saude@grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA SANTOS COM. IMP. LTDA. Capa: Bruno Sales Produção digital: Geethik Ficha catalográfica M242c Cirurgia da articulação temporomandibular / Luiz Carlos Souza Manganello, Maria Eduina da Silveira, Alexandre Augusto Ferreira da Silva. 1. ed. São Paulo : Santos, 2014. 320 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia ISBN 9788527726337 1. Maloclusão. 2. Articulação temporomandibular Doenças. 3. Oclusão (Odontologia). I. Silveira, Maria Eduina da. II. Silva, Alexandre Augusto Ferreira da. III. Título. 1410469 CDD: 617.643 CDU: 616.314 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Colaboradores ��������������� Graduado em Odontologia, Universidade Paulista (UNIP). Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UNIP. Fellowship em Cirurgia Oral e Maxilofacial, Baylor University Medical Center. Mestre em Ortodontia, Universidade Metodista de São Paulo – São Bernardo do Campo – SP. Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Membro da International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (IAOMS). ����������������� Exresidente do Hospital Municipal do Tatuapé – São Paulo – SP. Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial. Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Professor do curso de Cirurgia Ortognática realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa em Cirurgia Bucomaxilofacial – São Paulo – SP. ������������������ Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Mestre em Patologia Bucal. Doutor em Diagnóstico Bucal. Assistente do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Assistente do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Regional Sul – São Paulo – SP. Assistente do Serviço de Estomatologia do Hospital A.C. Camargo – São Paulo – SP. ��������������� Doutora pela Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Especialista em Dor Orofacial e Pacientes Portadores de Necessidades Especiais. Assistente da Equipe de Dor Orofacial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). ������������������������������������� Graduada em Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – São Paulo – SP. Fonoaudióloga Clínica: CRFa:1773/SP. Especialista em Motricidade Orofacial: CFFa 018/96. Mestre em Educação: Distúrbios da Comunicação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – São Paulo – SP. Doutora em Ciências: Fisiopatologia Experimental, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Professora Adjunta do Programa de Pósgraduação. Mestrado em Fonoaudiologia, Universidade Veiga de Almeida. Coordenadora do Setor de Distúrbios da ATM, Cirurgia Ortognática e Traumas de Face da ClínicaEscola do Instituto CEFACSP (20002010). Professora Assistente do curso de Fonoaudiologia, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) (20032007). Autora de livros e capítulos de livros das áreas fonoaudiológica, médica e odontológica. Autora de artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais especializados. �������������������� Mestre e Doutor em Neurologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ������������������������� Cirurgiãdentista. Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora – MG. Especialista em Periodontia e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais. Doutora pela Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Professora Adjunta, Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora – MG. �������������� Graduado em Odontologia, Faculdade de Maringá – Maringá – PR. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Universidade Luterana do Brasil – Canoas – RS. Cirurgião Bucomaxilofacial do Hospital São Luiz. ������������������������������� Professor Titular de Traumatologia Maxilofacial, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Mestre, Doutor e Livredocente, Universidade de São Paulo. Professor Visitante, University of Alabama at Birmingham – EUA. Fellow da International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons. �������������������������������� Cirurgiãodentista. Coordenador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). ����������������������������� Doutor e Mestre em Diagnóstico BucalRadiologia, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Especialista em Radiologia e Imaginologia. ������������������ Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) pelo Colégio Brasileiro de CTBMF e pelo Conselho Regional de Odontologia. Mestre em CTBMF, Universidade Paulista. Fellow em Cirurgia Ortognática e Cirurgia da ATM na Baylor University Medical Center, Baylor College of Dentistry. ����������������������� Cirurgião Bucomaxilofacial. Mestre e Doutor pela Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Especialista em Articulação Temporomandibular e Dor Orofacial. Prática privada em São Paulo. �������������������� Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial no Hospital de Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com o Prof. Dr. Luiz Carlos Souza Manganello. Especialista em AnatomiaCirúrgica da Face, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. ������������������������ Especialista e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF). Coordenador do Serviço de CTBMF do Centro Médico Vivalle de São José dos Campos/Hospital Vivalle (Rede D’Or – São Luiz). Coordenador do Programa de Especialização em CTBMF do Instituto Educacional de Ciências da Saúde (IECS) (Grupo CIODONTO). ������������������������������� Cirurgiãodentista. Graduado pela Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Professor do curso de Cirurgia Ortognática realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa em VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Cirurgia Bucomaxilofacial – São Paulo – SP. �������������������� Graduado em Odontologia, Universidade de Santo Amaro – São Paulo – SP. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia (Fundecto) – Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Professor de Aperfeiçoamento de Cirurgia Oral da FundectoUSP. Professor da Especialização de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da FundectoUSP. Professor responsável pela Liga de Cirurgia Oralmaxilofacial da Universidade de São Paulo – São Paulo – SP. Cirurgião Bucomaxilofacial do Hospital São Luiz e do Hospital Villa Lobos. ����������������������������������� Cirurgiãodentista. Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Pósgraduado em Odontologia Hospitalar, HCFMUSP. Especialista em CTBMF pelo Conselho Federal de Odontologia. Professor do curso de Cirurgia Ortognática realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa em Cirurgia Bucomaxilofacial – São Paulo – SP. �������������������������������� Graduada em Odontologia, Faculdade de Odontologia Júlio de Mesquita Filho, Universidade Estadual Paulista – São José dos Campos – SP. Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Professora do curso de Cirurgia Ortognática realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa em Cirurgia Bucomaxilofacial – São Paulo – SP. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Apresentação A articulação temporomandibular é sede frequente de distúrbios. Pacientes, geralmente do sexo feminino, procuram os especialistas com queixas que vão desde um “simples” estalido até uma dor intensa que dificulta abrir a boca. Cabe ao profissional, como um verdadeiro detetive, analisar todos os dados clínicos e de imagem para estabelecer um diagnóstico preciso, que muitas vezes só é alcançado após várias etapas serem cumpridas, como anamnese detalhada, exame clínico, pesquisa de antecedentes e, finalmente, ressonância magnética para identificar a posição do disco articular. O grande dilema do profissional é diferenciar se o problema está dentro da articulação temporomandibular ou na musculatura da mastigação. É essencial essa diferenciação, pois isso indicará o primeiro passo no tratamento. Mesmo identificado se o distúrbio é intra ou extraarticular, o profissional deve avaliar sua gravidade, intensidade e seu grau. Não compactuamos com a ideia de que o tratamento cirúrgico deve ser indicado como “último recurso” no tratamento. Alguns pacientes apresentam, na primeira consulta, sinais e sintomas de degeneração grave do disco, comprovada na ressonância magnética, e têm indicação de cirurgia imediata. Esses pacientes compõem uma minoria, mas saber identificálos com precisão dentre a maioria que não apresenta indicação cirúrgica é algo que precisa ser mais bem compreendido entre cirurgiões e clínicos. Em suma, os pacientes que apresentam problemas da articulação temporomandibular estão aumentando e necessitam de um tratamento adequado e eficiente por parte do profissional, seja ele cirurgião ou clínico. O tratamento certo para o paciente é o que vai livrálo dos sintomas e devolver sua saúde articular, propiciando uma articulação livre de barulhos, sem dor e que possibilite ao paciente todas as funções, como a fala, a deglutição e a alimentação. Os autores VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Apresentação A articulação temporomandibular é sede frequente de distúrbios. Pacientes, geralmente do sexo feminino, procuram os especialistas com queixas que vão desde um “simples” estalido até uma dor intensa que dificulta abrir a boca. Cabe ao profissional, como um verdadeiro detetive, analisar todos os dados clínicos e de imagem para estabelecer um diagnóstico preciso, que muitas vezes só é alcançado após várias etapas serem cumpridas, como anamnese detalhada, exame clínico, pesquisa de antecedentes e, finalmente, ressonância magnética para identificar a posição do disco articular. O grande dilema do profissional é diferenciar se o problema está dentro da articulação temporomandibular ou na musculatura da mastigação. É essencial essa diferenciação, pois isso indicará o primeiro passo no tratamento. Mesmo identificado se o distúrbio é intra ou extraarticular, o profissional deve avaliar sua gravidade, intensidade e seu grau. Não compactuamos com a ideia de que o tratamento cirúrgico deve ser indicado como “último recurso” no tratamento. Alguns pacientes apresentam, na primeira consulta, sinais e sintomas de degeneração grave do disco, comprovada na ressonância magnética, e têm indicação de cirurgia imediata. Esses pacientes compõem uma minoria, mas saber identificálos com precisão dentre a maioria que não apresenta indicação cirúrgica é algo que precisa ser mais bem compreendido entre cirurgiões e clínicos. Em suma, os pacientes que apresentam problemas da articulação temporomandibular estão aumentando e necessitam de um tratamento adequado e eficiente por parte do profissional, seja ele cirurgião ou clínico. O tratamento certo para o paciente é o que vai livrálo dos sintomas e devolver sua saúde articular, propiciando uma articulação livre de barulhos, sem dor e que possibilite ao paciente todas as funções, como a fala, a deglutição e a alimentação. Os autores VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Prefácio Embora a intervenção cirúrgica apenas seja indicada para cerca de 5% dos pacientes que apresentam distúrbios temporomandibulares, há um grupo de condições que envolvem a articulação temporomandibular (ATM) para o qual a cirurgia é o tratamento de escolha. No entanto, como esses distúrbios e doenças não são as principais condições encontradas, a maioria dos livros dedica apenas uma pequena quantidade do conteúdo para o seu diagnóstico e tratamento. Por essa razão, é gratificante ver um texto inteiramente dedicado aos vários aspectos desse importante assunto ainda negligenciado. O Dr. Luiz Manganello deve ser parabenizado por realizar tal tarefa. Como base para o entendimento do manejo das diferentes condições, o livro inicia com capítulos sobre anatomia cirúrgica e diagnóstico por imagem. Em seguida, descreve várias abordagens cirúrgicas para a ATM, bem como técnicas de artrocentese e artroscopia.Os capítulos seguintes são dedicados ao diagnóstico e manejo das cinco principais condições cirurgicamente tratáveis que afetam a ATM – desarranjos internos, distúrbios de crescimento e de desenvolvimento congênitos, tumores e doenças inflamatórias. Uma vez que a reconstrução da ATM também pode estar envolvida no manejo da maioria dessas condições, um capítulo específico é dedicado a esse assunto. Finalmente, como a fisioterapia pósoperatória adequada é essencial para garantir o sucesso da cirurgia, um capítulo também é dedicado a esse importante assunto. Embora não haja dúvida de que os cirurgiões bucomaxilofaciais estarão interessados nas informações fornecidas neste livro, ele também deve ser de interesse para outros especialistas da odontologia e da medicina, que também podem estar envolvidos com alguns aspectos desse manejo do paciente. Além disso, quem está preocupado com o tratamento não cirúrgico de pacientes com distúrbios temporomandibulares também deve se beneficiar da leitura deste livro. Não só por ganhar um entendimento do diagnóstico dessas condições, mas também por estar mais bem informado sobre como elas podem ser gerenciadas. Daniel M. Laskin, DDS, MS Professor e Presidente Emérito Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial Escolas de Odontologia e Medicina Virginia Commonwealth University Richmond, Virginia, EUA VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 É com grande prazer que escrevo o prefácio de Cirurgia da Articulação Temporomandibular. Nos últimos 30 anos, houve uma evolução no manejo das condições da articulação temporomandibular (ATM), o que, em parte, se deve à evolução na imagem da radiografia bidimensional plana e aos avanços iniciais nos artrogramas, que tornaram possível o exame visual da anatomia intraarticular. Em seguida, a inclusão da ressonância magnética possibilitou um exame de animação do côndilo mandibular, para saber como ele funciona com o disco, acompanhada da tomografia computadorizada tridimensional, a fim de reunir ainda mais informações sobre a relação existente entre o tecido mole e o duro dentro da ATM. Com o conhecimento adquirido pela melhoria dos exames de imagem, os cirurgiões podem entender melhor a anatomia e os problemas associados à disfunção da ATM, e assim são capazes de definir melhor o tratamento. No início dos anos 1990, quando visitei São Paulo, no Brasil, como professor visitante e convidado do Dr. Luiz Manganello, nós introduzimos no país o tratamento de desarranjo interno da ATM, utilizando a redução completa do disco deslocado para sua posição correta dentro da fossa glenoide e prendendo o disco à cabeça da mandíbula para manter essa posição durante a função. Isso tornou possível a mobilidade condilar indolor e a reparação do disco com previsíveis resultados a longo prazo. Finalmente, temos também um tratamento previsível para distúrbio grave e avançado da ATM por osteoartrite, artrite reumatoide e anquilose, bem como dor e disfunção associadas. Sofisticados produtos de substituição total da ATM personalizados e não personalizados estão disponíveis quando há a necessidade, devido ao distúrbio avançado da ATM. Olhar ao longo dos últimos 30 anos de tratamento cirúrgico da ATM possibilita à nossa especialidade, finalmente, ter um tratamento previsível e transparente para o distúrbio da ATM, bem como para sua dor e disfunção, que anteriormente não foi bemsucedido em muitos casos. Por meio de avanços nas imagens, para um diagnóstico mais preciso, os cirurgiões já podem determinar as melhores opções de tratamento disponíveis. “Se alguém está indo pelo caminho errado, ele não precisa de motivação para percorrêlo. O que ele precisa é de educação para retornar.” Douglas P. Sinn, DDS Professor e último Presidente UT Southwestern OMS Parkland Hospital Dallas, TX VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Sumário Capítulo 1 | Anatomia da Articulação Temporomandibular Onescy Silveira Dias Capítulo 2 | Aspectos Imaginológicos da Articulação Temporomandibular Marcelo Eduardo Pereira Dutra Capítulo 3 | Dores Faciais Getúlio Daré Rabello Capítulo 4 | Tratamento Clínico da Disfunção da Articulação Temporomandibular José Tadeu Tesseroli de Siqueira Capítulo 5 | Artroscopia da Articulação Temporomandibular Paulo Alexandre da Silva Capítulo 6 | Artrocentese da Articulação Temporomandibular Nicolas Tenorio Cabezas Capítulo 7 | Acessos Cirúrgicos para Articulação Temporomandibular Alexandre Augusto Ferreira da Silva, Luiz Carlos Souza Manganello, Romualdo Cardoso Monteiro de Barros, Maria Eduina da Silveira Capítulo 8 | Cirurgia dos Desarranjos Internos da Articulação Temporomandibular Luiz Carlos Souza Manganello, Alexandre Augusto Ferreira da Silva, Maria Eduina da Silveira, Anderson Shigeoka Capítulo 9 | Luxação do Côndilo Mandibular João Gualberto de Cerqueira Luz, Luiz Carlos Souza Manganello Capítulo 10 | Anquilose da Articulação Temporomandibular Maria Eduina da Silveira, Roberto Gil de Alcântara Mallet, Alexandre Augusto Ferreira da Silva, Luiz Carlos Souza Manganello Capítulo 11 | Hiperplasia do Côndilo Mandibular Luiz Carlos Souza Manganello, Alexandre Augusto Ferreira da Silva, Maria Eduina da Silveira, Anderson Shigeoka Capítulo 12 | Malformações Congênitas Faciais que Envolvem a Articulação Temporomandibular Maria Eduina da Silveira, Tamara Nishijima Pupo Massagardi, Luiz Carlos Souza Manganello, Alexandre Augusto Ferreira da Silva VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Capítulo 13 | Reabsorção | Remodelação Condilar da Articulação Temporomandibular Marcos César Pitta, Gustavo Scalon, Roberto Piteri Filho, Aluisio Galiano Capítulo 14 | Doenças Inflamatórias e Degenerativas da Articulação Temporomandibular | Artrite Reumatoide e Artrite Idiopática Juvenil Cynthia Savioli, Gisele Maria Campos Fabri, José Tadeu Tesseroli de Siqueira Capítulo 15 | Tumores e Pseudotumores da Articulação Temporomandibular André Caroli Rocha Capítulo 16 | Reconstrução da Articulação Temporomandibular Luiz Carlos Souza Manganello, Roberto Gil de Alcântara Mallet, Maria Eduina da Silveira, Alexandre Augusto Ferreira da Silva Capítulo 17 | Fonoterapia Relacionada com a Articulação Temporomandibular em Casos Cirúrgicos e Não Cirúrgicos Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ■ ■ ■ ■ ▶ ▶ Introdução Desenvolvimento da articulação temporomandibular Anatomia da articulação temporomandibular Inervação e vascularização da articulação temporomandibular Agradecimentos Onescy Silveira Dias Introdução A articulação temporomandibular (ATM) é a mais complexa do corpo humano, visto a relação direta e indireta com várias estruturas a ela relacionadas que influenciam o seu desenvolvimento e a sua função. Essa articulação situase entre a cabeça da mandíbula, a fossa mandibular e a eminência articular do osso temporal, intermediada por um disco fibrocartilaginoso denominado “disco articular” (Figura 1.1). É uma articulação sinovial que, como tal, tem componentes intra e extraarticulares, como ligamentos, cápsula, membrana sinovial, disco articular, cartilagem articular revestindo as superfícies ósseas articulares e líquido sinovial (sinóvia). Devido aos movimentos relacionados com a sua função, a ATM é classificada como articulação gínglimo biartrodial, o que nos dá a ideia da sua amplitude de movimento e capacidade de suportar a pressão que incide sobre ela durante a apreensão do alimento e a mastigação. Desenvolvimento da articulação temporomandibular Ao contrário dos ossos longosdo corpo humano que, inicialmente, se formam em cartilagem e, depois, ossificam por mecanismos endocondrais, a mandíbula servese dos dois processos (endocondral e intramembranoso), com VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ênfase maior sobre a ossificação intramembranosa da cartilagem secundária. Segundo alguns autores, a cartilagem de Meckel serve como sustentação para o desenvolvimento intramembranoso da mandíbula, mas não contribui diretamente para sua formação e seu crescimento. Essa cartilagem funciona como suporte do 1o arco branquial, até se transformar nos ossículos da orelha e no ligamento esfenomandibular. Pesquisas mostram que vários são os fatores sistêmicos que influenciam o crescimento e a adaptação da mandíbula, bem como dos outros ossos. Hormônio do crescimento, deficiências alimentares e de ácido ascórbico, tratamento com corticosteroides e efeito do ambiente uterino são alguns exemplos citados por determinados autores. As figuras 1.2 e 1.3 apresentam o desenvolvimento da ATM. Para que se possa entender as diferentes doenças e deformidades que ocorrem na mandíbula e afetam o desenvolvimento da ATM, estas serão estudadas a partir da embriologia e do desenvolvimento da criança, seguindo até a fase adulta. Embriologia da articulação temporomandibular Os eventos morfogenéticos importantes no desenvolvimento da ATM ocorrem da 6a até a 20a semana embrionária. O período crítico para o surgimento de alterações que podem originar malformações na ATM é indicado de maneira diversa por vários autores, porém varia da 7a até a 12a semana. As células mesenquimais diferenciamse em vários tipos celulares, os quais servem como precursores para a cartilagem de Meckel e outros tecidos da mandíbula. A mandíbula se desenvolve a partir do 1o arco branquial, e a cartilagem desse arco – cartilagem de Meckel – está relacionada, na extremidade anterior, com o desenvolvimento da região mentual. Na metade do terço anterior da cartilagem de Meckel, o nervo mandibular (nervo do 1o arco branquial) dividese em ramos lingual e alveolar inferior. Anteriormente, na parte lateral da cartilagem de Meckel, o nervo alveolar inferior dividese em ramos incisivo e mentual. Figura 1.1 Articulação temporomandibular – vista lateral. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 1.2 Anatomia da mandíbula. Quando o embrião alcança a 6a semana, um modelo primário de mandíbula aparece em forma de condensação bilateral do mesênquima, lateralmente ao nervo alveolar inferior e seu ramo incisivo. A ossificação intramembranosa que ocorre no mesênquima se expande e forma o corpo e o ramo da mandíbula. Essa ossificação tem, inicialmente, a forma de um bastão, que engloba os nervos alveolar inferior e incisivo em seu interior, e superiormente toma a forma de criptas, para abrigar os germes dos dentes em desenvolvimento. A região entre o forame mentual e a sínfise mandibular se forma a partir de uma pequena porção da cartilagem de Meckel, local esse de ossificação endocondral. Verificase, portanto, que a maior parte da cartilagem de Meckel não está envolvida na formação da mandíbula, porém serve como suporte para a formação intramembranosa desta. A porção média da cartilagem de Meckel se degenera, já sua parte posterior dá origem aos ossículos da orelha média: martelo e bigorna. A cabeça da mandíbula se desenvolve separadamente. Por volta da 8a semana, um blastema endocondral desenvolvese dorsalmente à ossificação intramembranosa da mandíbula. Nessa fase, o osso tem a forma de um bastão e, depois, a de um túnel (Figura 1.3). Próximo à parte côncava da cabeça está a cartilagem condilar, que segue em direção inferior ao ramo da mandíbula. Inicialmente, a cartilagem tem o formato de um cone, depois de um cogumelo, e contribui para o crescimento, em altura, do ramo da mandíbula. Em torno da 10a semana, já se apresentam alguns vasos sanguíneos em volta da articulação, inclusive alguns em redor do disco, mas não o invadem. Os vasos sanguíneos invadem a cartilagem de fora para dentro na 16a semana. Segundo alguns autores, a direção de entrada desses vasos na cartilagem pode estar associada à do crescimento da cabeça da mandíbula (Figura 1.3). Na 20a semana, as terminações nervosas, ramos dos nervos auriculotemporal e trigêmeo, intimamente relacionados com o disco, se retraem drasticamente, definindo que, na fase pósnatal, ele será avascular, e não mais inervado. Aos poucos, a cartilagem primária é substituída por osso, deixando uma área de proliferação de cartilagem hialina abaixo da superfície articular fibrosa do côndilo, que persiste até a terceira década de vida. Até a 16a semana, a apófise coronoide não está desenvolvida, quando então a ossificação se inicia acompanhando o nervo mandibular em direção ao músculo temporal. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 O início de crescimento da cartilagem do processo condilar aparece na 12a semana de vida fetal. Antes disso, são visíveis os primeiros sinais de desenvolvimento de um disco articular, sendo a eminência temporal a última parte a se desenvolver, visto que a parte temporal dessa articulação é achatada ao nascimento e leva alguns anos para aparentar sua morfologia definitiva. Da 19a à 20a semana, o disco já apresenta sua estrutura de fibrocartilagem definida. Figura 1.3 Corte sagital mostrando uma das fases do desenvolvimento ósseo da cabeça da mandíbula de fetos humanos durante a primeira metade do período prénatal. O desenvolvimento da forma primária da fossa mandibular se dá entre a 7a e a 8a semana, inicialmente como um espessamento mesenquimal, que depois se diferenciará como disco e cápsula. Sua ossificação, assim como a da eminência articular, ocorre entre a 10a e a 11a semana, sendo esta mais rápida na fossa que na cabeça da mandíbula. Entre a 9a e a 11a semana, é possível distinguir a cápsula articular, que aparenta uma fina listra em torno do que será a articulação. Na 17a semana, já se pode diferenciar claramente a cápsula e, depois da 26a semana, ela já tem todas as suas partes celulares e sinoviais definidas. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ▶ • – ■ ■ ■ – – – • – – – – ■ Os compartimentos superior e inferior surgem entre a 10a e a 12a semana (50 a 70 mm de comprimento cabeça cóccix [CCC]) e formamse a partir de pequenos e finos espessamentos mesenquimais, dos quais vieram a se desenvolver o côndilo, o disco e a fossa mandibular. Quando o embrião chega a aproximadamente 53 mm de CCC, podemse observar os processos coronoide e condilar, e a forma bicôncava do disco articular aparece aos 83 mm de CCC. Nessa fase, algumas fibras do músculo pterigóideo lateral já se relacionam com o disco e o processo condilar. Aos 95 mm de CCC, todas as estruturas da ATM estão definidas, e, a partir daí, ocorre somente o aumento em tamanho. As superfícies articulares das articulações sinoviais estão geralmente revestidas de cartilagem hialina. A ATM é uma exceção, pois suas superfícies articulares são revestidas de tecido conjuntivo denso avascular, sendo o suprimento sanguíneo limitado às estruturas da periferia que não recebem carga direta articular. Cabe à membrana sinovial (parte interna da cápsula) receber o sangue e filtrálo, transformandoo em líquido sinovial. As funções dessa membrana serão nutrir os componentes intraarticulares, absorver os impactos e lubrificar a ATM, possibilitando os movimentos deslizantese minimizando os atritos. Não há cartilagem hialina na articulação completamente desenvolvida, mas ela é um importante centro de crescimento da cabeça da mandíbula (côndilo) até os 21 anos de idade. Anatomia da articulação temporomandibular Como toda articulação sinovial, a ATM tem componentes intra e extraarticulares (Figura 1.1): Componentes intraarticulares Superfícies articulares Cabeça da mandíbula Fossa articular Eminência articular. Disco articular Membrana sinovial – parte membranosa da cápsula articular Líquido sinovial (sinóvia). Componentes extraarticulares Cápsula articular – parte fibrosa Ligamento lateral (temporomandibular) Ligamento esfenomandibular Ligamento estilomandibular. A seguir, serão descritos os elementos que compõem essa articulação, divididos didaticamente conforme citado anteriormente. Componentes intra-articulares Superfícies articulares Estão representadas por cabeça da mandíbula, fossa mandibular e eminência articular do osso temporal (Figuras 1.1, 1.2 e 1.4 a 1.11). VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 1.4 Relação do disco articular com a articulação temporomandibular. Figura 1.5 A. e B. Relação da articulação temporomandibular e estruturas anatômicas vizinhas. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 1.6 Mandíbula – vista lateral. Figura 1.7 Mandíbula – vista medial. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 1.8 Mandíbula – vista superomedial. Figura 1.9 Músculos mastigatórios – vista lateral. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 1.10 Aspectos anatômicocirúrgicos. Figura 1.11 A. e B. Aspectos anatômicocirúrgicos. ������������������� Até recentemente, essas duas saliências elipsoides, situadas nos ângulos posterossuperiores dos ramos da mandíbula, eram chamadas “côndilo mandibular”. Ainda hoje, em algumas descrições, tornase mais harmonioso manter o nome “côndilo”, ou mesmo quando este complementa uma descrição, tal como “processo condilar”. Sua aparência elipsoide devese ao fato de seu comprimento transversal exceder o anteroposterior. A parte mais estreita abaixo da parte elipsoide é denominada “colo do côndilo”. Abaixo dele está o processo condilar, que é a borda posterior da incisura da mandíbula. A cabeça da mandíbula é a parte que se articula com o crânio. A partir dela, temse uma articulação sinovial. Oblonga ou ovoide, em uma vista frontal, ela apresenta dois polos (medial e lateral), de acordo com a imagem que se vê nessa posição. A extensão mediolateral total da cabeça da mandíbula é de 15 a 20 mm; a dimensão VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 anteroposterior, 8 a 10 mm. A cortical óssea condilar é bem fina, prevalecendo sua parte interna escamosa, sendo a área articular da cabeça da mandíbula maior na parte posterior que na parte anterior. �������������������������������������� Representam as partes do osso temporal que participam da articulação com a cabeça da mandíbula. A fossa mandibular é uma depressão de profundidade variável, que, em sentido anteroposterior, se estende desde a eminência articular até o segmento anterior do meato acústico externo e, em sentido transversal, desde a base do arco zigomático até a espinha do esfenoide. Portanto, ela é côncava nos sentidos anteroposterior e mediolateral. A parte posterior do teto dessa cavidade é bem fina, indicando que essa região não é apropriada para receber grandes cargas ou impactos. Nessa região, há a fissura escamotimpânica, que, à medida que se estende no sentido medial, dividese em fissuras petroescamosa e petrotimpânica. A eminência articular, por sua vez, consiste em um osso espesso e denso, sendo, portanto, mais resistente às forças pesadas. Não obstante achados radiográficos identificarem eminências pneumatizadas em alguns casos, essa situação é exceção à regra. A eminência é a última porção da ATM a se desenvolver e tomar forma, haja vista a morfologia achatada da região temporal da ATM ao nascimento e sua progressiva modelagem depois dele. Ela é um relevo situado anteriormente à fossa mandibular, que se estende desde a sua parte lateral na raiz do arco zigomático, dirigindose à base do crânio na junção esfenotemporoccipital. A profundidade da sua convexidade é bem variável, porém importante, pois sua inclinação determina a trajetória da cabeça da mandíbula durante o movimento de abertura da boca. Esses dois componentes são cobertos por um tecido cartilaginoso, apropriado para resistir aos impactos e aos deslocamentos produzidos durante os movimentos. Esse tecido cartilaginoso tem a função de amortizar as pressões e distribuílas sobre as superfícies ósseas articulares, e sua nutrição é realizada por embebição, favorecida pelos movimentos ativos. ��������������� O disco articular é uma peça fibrocartilaginosa, orientada em plano oblíquo no sentido anteroinferior. Ele pode ser comparado a uma lente bicôncava, tendo em vista que as faces articulares (cabeça da mandíbula e eminência articular) são convexas e, portanto, adequadas para desempenhar a atividade funcional a que estão destinadas (Figuras 1.1, 1.4, 1.11 e 1.12). Alguns autores afirmam que o disco tem firmes inserções laterais e posteriores com a cabeça da mandíbula, e sua porção anterior ultrapassa o tubérculo articular do osso temporal. Pelo lado medial, o disco articular se fusiona com fibras do músculo pterigóideo lateral e se funde com a cápsula nas extremidades medial e lateral. Com as inserções da cápsula articular, os ligamentos discais mediais e laterais que prendem o disco nos polos mediais e laterais da cabeça da mandíbula, respectivamente, constituem parte das paredes que delimitam os compartimentos superior e inferior. Esses ligamentos são inervados, e essa inervação fornece informações sobre a posição da articulação e o movimento. Salvo as partes que constituem as bordas, o disco não tem vasos nem inervação, exceto uma pequena área na periferia, em que a presença de nervos é bem escassa. O disco dividese em três bandas (regiões): anterior, com 2 mm de espessura; posterior, com 3 mm de espessura; e central, que é a mais fina, com aproximadamente 1 mm de espessura. A zona bilaminar apresentase atrás do disco articular, assim chamada porque se divide em duas partes: lâmina superior e lâmina inferior. Essa região é composta de tecido conjuntivo frouxo, rico em inervação e vascularização. Os vasos presentes nessa região suprem a membrana sinovial, para que ela possa dialisar o plasma sanguíneo, produzindo o líquido sinovial. As lâminas superior e inferior têm fibras elásticas e colágenas, porém a superior é formada basicamente por fibras elásticas, com poucas fibras colágenas e tecido adiposo, ao passo que a inferior tem pouquíssimas fibras elásticas e grande quantidade de fibras colágenas. Por sua composição vasculonervosa, a zona bilaminar se torna muito dolorida em casos de doenças que possam levar a sua compressão; por exemplo, na subluxação posterior do disco. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ O disco articular e a cabeça da mandíbula (côndilo) formam uma unidade anatômicofuncional, que mantém suas relações com a superfície temporal à custa de ligamentos e músculos que impedem a luxação em sentido vertical. A região central do disco articular, desprovida de vasos, suporta as pressões mais elevadas, evidenciadas durante a mordida e a mastigação. Membrana e líquidosinovial Composta de células endoteliais especializadas, essa membrana representa a parte interna da cápsula articular, estendendose pelos compartimentos superior e inferior da ATM (Figuras 1.4, 1.8, 1.11 e 1.12). Figura 1.12 Anatomia da articulação temporomandibular. Seu aspecto macroscópico é brilhante, tendo como principal função, com a membrana sinovial, localizada na margem anterior dos tecidos retrodiscais, a filtragem do plasma sanguíneo para transformálo em um líquido viscoso chamado líquido sinovial ou sinóvia. A sinóvia é um importante meio de lubrificação que atenua a fricção das superfícies articulares, especialmente ao começar e finalizar cada movimento. Além dessa importante função, o líquido sinovial nutre as estruturas intraarticulares, uma vez que estas são avasculares, possibilitando uma rápida e eficiente troca metabólica entre os vasos da cápsula, o fluido sinovial e os tecidos articulares. Além de dialisar o plasma sanguíneo, as células da membrana sinovial têm certa atividade secretora. Essa secreção é composta de proteoglicanas ricas em ácido hialurônico. Componentes extra-articulares Cápsula articular e ligamentos ���������� VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Os ligamentos articulares da ATM são compostos de tecido conjuntivo e não são capazes de sofrer estiramento sem rompimento de fibras. Desempenham papel importante na limitação dos movimentos, agindo passivamente. Os principais ligamentos da ATM são: capsular (cápsula), colateral e temporomandibular. O ligamento colateral já foi descrito com o disco articular, sendo também chamado ligamento discal. Esses ligamentos, incluindo os acessórios esfenomandibular e estilomandibular, serão descritos a seguir (Figuras 1.1, 1.11 e 1.13). ����������������� É uma estrutura que contorna toda a articulação, vedandoa hermeticamente e impedindo a saída do líquido sinovial. A cápsula apresenta, em suas partes, diferenças teciduais, de acordo com a necessidade. Nas partes anterior e posterior, a cápsula é composta de tecido conjuntivo frouxo. Seu espessamento lateral é comumente classificado como um ligamento separado, chamado ligamento temporomandibular. Internamente, é revestida pela membrana sinovial, responsável pela dialisação do plasma sanguíneo, transformandoo em líquido sinovial. A cápsula articular é um ligamento de notável lassidão que se adere ao disco em suas porções anterior e lateral. Já sua face posterior é menos aderente e se confunde com uma esponja de tecido conjuntivo frouxo, retrodiscal, ricamente inervado e vascularizado. Ela se insere nas margens ósseas das bordas da fossa mandibular, da eminência articular e das superfícies ósseas articulares da cabeça da mandíbula. Suas inserções possibilitam, com a posição do disco, delimitar os compartimentos superior e inferior e os espaços existentes entre o disco e a cavidade articular e entre o disco e a cabeça da mandíbula, respectivamente. Não obstante, os compartimentos não se comunicam, o que quer dizer que o líquido sinovial do compartimento superior não se comunica com o do inferior. Figura 1.13 Aspectos anatômicocirúrgicos. A cápsula articular trabalha no sentido de resistir às forças que agem no sentido medial, lateral ou inferior que poderiam levar a uma separação das estruturas articulares. A cápsula não impede os movimentos da cabeça da mandíbula. ��������������������������� É uma faixa de tecido fibroso que se encontra lateralmente à cápsula articular e se insere superiormente na eminência articular (extremo lateral), no arco zigomático, até o colo da mandíbula lateralmente, e desde a eminência articular até a extremidade medial da cabeça da mandíbula. Ele se divide em duas partes: uma externa (lateral), com fibras oblíquas, e outra interna (medial), com fibras quase horizontais, cujos trajetos já foram descritos anteriormente. Alguns autores acreditam que esse ligamento limita os movimentos de lateralidade da cabeça da mandíbula e o movimento posterior do disco e da cabeça da mandíbula durante o movimento de abertura da boca. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ▶ ■ ��������������������� São os ligamentos esfenomandibular e estilomandibular. O ligamento esfenomandibular tem origem na espinha do esfenoide e se insere na espinha da mandíbula. O ligamento estilomandibular originase do processo estiloide e inserese na face interna do ângulo da mandíbula, posteriormente ao ligamento esfenomandibular. Alguns anatomistas não veem utilidade para esses ligamentos que não no sentido global da articulação, limitandose apenas a descrevêlos como sendo o ligamento esfenomandibular um artifício de dissecação da faixa interpterigóidea e o estilomandibular, um resíduo fibroso de um fascículo muscular. Há autores que descrevem o ligamento estilomandibular rígido no movimento de protrusão mandibular, o que os fez concluir que esse ligamento também limita a protrusão excessiva da mandíbula. ������������������ Esse ligamento é inconstante, por isso não foi citado na relação de ligamentos acessórios. É representado por fibras elásticas mal diferenciadas que ligam, por intermédio da fissura petrotimpânica, a borda posterior do disco ao osso martelo na orelha média. Segundo alguns autores, nos casos de deslocamento anterior do disco, em pacientes que têm esse ligamento, ele é responsável pela interferência da movimentação normal dos ossículos da orelha, levando à sensação de orelha tampada ou cheia e à diminuição da acuidade auditiva. Inervação e vascularização da articulação temporomandibular Vascularização Vários vasos são responsáveis pela irrigação sanguínea da ATM, distribuindose da seguinte maneira: posteriormente pela artéria temporal superficial, anteriormente pela artéria meníngea média e inferiormente pela artéria maxilar. Nas partes mediais e mais profundas, a ATM recebe sangue pelas artérias auricular profunda, timpânica anterior e faríngea ascendente. A cabeça da mandíbula é irrigada por vasos menores (nutrícios), que entram diretamente na cabeça, e pela artéria alveolar inferior (Figuras 1.1 e 1.13 a 1.16). Figura 1.14 Nervo facial. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ▶ Inervação A ATM recebe inervação do V par de nervo craniano: trigêmeo. Ramos do nervo mandibular fornecem inervação aferente, porém a maior parte da inervação advém do nervo auriculotemporal, após ele sair do nervo mandibular, seguindo no sentido laterossuperior em direção aos tecidos retrodiscais da ATM. A cápsula e os ligamentos são tecidos muito ricos em fibras nervosas, especialmente de origem simpática (Figuras 1.1, 1.15 e 1.16). Figura 1.15 Artérias e veias da face e anexos. Figura 1.16 Nervo trigêmeo e anexos. Agradecimentos Agradeço ao técnico em anatomia humana, Sr. Pedro Magela, a preciosa colaboração no trabalho realizado nas peças anatômicas, e ao designer gráfico, Daniel Campos, a estilização dos desenhos deste capítulo. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ▶ Bibliogra䊼�a BAUME, L. J. Ontogenesis of the human temporomandibular joint. 1. Development of the condyles. J Dent Res, v. 41, p. 132739, 1962. BAUME, L. J.; HOLZ, J. Ontogenesis of the human temporomandibular joint. 2. Development of the temporal components. J Dent Res, v. 49, p. 86475, 1970. BURD, A. R. Morphogenesis. In: SARNAT, B. G.; LASKIN, D. M. The temporomandibular joint: a biological basis for clinical practice. 4th ed. Philadelphia: Saunders, 1992. p. 3647.ELLIS, E. III; ZIDE, M. F. Surgical approaches to the facial skeleton. 1st ed. Philadelphia: Williams & Wilkins, 1994. FIGUN, M. E.; GARINO, R. R. Anatomia odontológica funcional e aplicada. 2. ed. 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No âmbito odontológico, a ATM demanda considerações de interesse específico, em decorrência de inúmeros fatores vinculados à anatomia detalhada, com ênfase aos discos articulares, às cápsulas articulares, à musculatura mastigatória e aos componentes ósseos.13 Considerada uma das mais complexas articulações que compõem o sistema musculoesquelético, a ATM tem as atribuições de movimentação multidirecionais do complexo estomatognático. Por causa da bilateralidade, ocorre interdependência de um lado em relação ao outro, principalmente quanto aos componentes esquelético, muscular, vascular, nervoso e mastigatório. Além desses aspectos, a confinação representada por uma cápsula fibrosa articular e também pela cavidade no osso temporal, representada pela fossa mandibular, impõe dificuldade de acesso e abordagem clínica, tornando os exames imaginológicos de grande importância para a investigação anatomopatológica regional.1,3,4 Classificada como uma das mais diferenciadas articulações sinoviais do corpo humano, a ATM tem constituição denominada bicondilar, pois as cabeças mandibulares se articulam de maneira independente com suas respectivas fossas mandibulares e eminências articulares temporais.2,46 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ▶ ■ ■ Notoriamente, a ação mastigatória e o trabalho dos movimentos mandibulares de translação e rotação das cabeças em relação aos discos articulares e às vertentes das eminências temporais determinam a importante participação de músculos mastigatórios (pterigóideos laterais e mediais, masseteres e temporais, entre os de ação efetiva), com ação direta ou indireta, os quais podem, assim como as demais estruturas, agir fisiologicamente dentro dos padrões ou como precursores de hábitos não funcionais.24 Aspectos anatômicos da articulação temporomandibular para diagnóstico por imagem Cabeças mandibulares – Côndilos O desenvolvimento do côndilo e do restante da mandíbula ocorre separadamente. Por volta da 8a semana de vida intrauterina, observase uma condensação ectomesenquimal na região posterior da mandíbula em fase de formação, na qual é originada uma cartilagem hialina com a morfologia arredondada, a qual definirá o côndilo por aposição celular. Concomitantemente, o osso temporal, a fossa mandibular e o tubérculo articular sofrem aposição de células de crescimento para ossificação intramembranosa. Nas adjacências desses núcleos, organizamse células mioblásticas que determinam o início dos diferentes músculos mastigatórios, com particular ênfase ao pterigóideo lateral nas imediações da porção anterior do côndilo.4,6 Por volta da 14a semana de vida intrauterina, iniciase o processo de ossificação endocondral na cartilagem do côndilo; entre a 18a e a 20a semana, são verificados os contornos da fossa mandibular e do tubérculo articular do osso temporal, aparecendo, em seguida, a membrana sinovial. Nesse ponto são verificados os movimentos mandibulares iniciais por atividade muscular, proporcionando o modelamento das estruturas.24 A morfodiferenciação mostra uma estrutura elíptica, constrita no segmento anterior, podendo ainda a vertente superior ter aspecto achatado ou até mesmo convexo. Os polos lateral e medial têm morfologia arredondada, os quais formam transversalmente uma crista que corresponde àquela que delimita a fossa pterigóidea. Entretanto, variações anatômicas ocorrem com frequência, dificultando sobremaneira a interpretação das imagens locais.3,4,7 Disco articular Outra estrutura é o disco articular, que não é envolvido pela membrana sinovial, sendo composto por fibrocartilagem. Dispõese para interpor as superfícies ósseas articulares. Por causa de seu posicionamento na articulação propriamente dita, o disco articular estabelece duas cavidades, supra e infradiscal, e dois segmentos, anterior e posterior. O primeiro vinculase à parte funcional da articulação, tem morfologia do tipo sela e três porções distintas ou bandas: anterior (2 mm de espessura); central (1 mm de espessura); e posterior (3 mm de espessura).1,7 Essas bandas são constituídas por tecido conjuntivo denso, avascular e muito semelhante ao tecido que reveste o côndilo e a cavidade articular do osso temporal. A parte posterior tem constituição menos densa, mas também avascular. O disco fundese com a cápsula articular nas extremidades medial e lateral, as quais, conjuntamente, agregamse ao côndilo.8 A extremidade anterior do disco dividese em duas lâminas (superior e inferior) que se inserem, respectivamente, na borda do tubérculo articular temporal e no processo condilar. A porção posterior do disco é mais espessa, na qual se verifica o contato com uma região vascularizada e inervada denominada zona bilaminar ou retrodiscal por apresentar dois feixes: o mais inferior, que se insereno colo do processo condilar, fundindose com a cápsula articular; e o superior e mais espesso, que se une com a cápsula, inserindose nas fissuras escamotimpânica e petroescamosa do osso temporal. Assim, a forma oval e bicôncava é a configuração mais evidente dos discos articulares.18 Algumas classificações caracterizam o formato dos discos por meio de exames de ressonância magnética, como bicôncavos (superfícies superiores e inferiores côncavas entre si), biplanares (alongamento das superfícies VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ■ superiores e inferiores), hemiconvexos (superfícies superiores côncavas e superfícies inferiores convexas), biconvexos (ambas as superfícies convexas entre si) e dobrados (superfícies dobradas entre si em direção ao centro do disco). Essas morfologias são vinculadas com padrões de normalidade, bem como nos eventos de artropatias com deslocamentos dos discos.9 Sua presença determina a divisão dos espaços articulares em superior e inferior, sendo o primeiro mais largo (sentido anteroposterior) e o outro, dividido em segmentos anterior e posterior recessos do côndilo.7,8 Dinamicamente, o espaço inferior ocupa as adjacências do côndilo e determina a rotação deste nas superfícies inferiores do disco no início do movimento de abertura bucal; o espaço superior possibilita a translação condilar na abertura máxima da boca e o consequente acompanhamento do disco durante a movimentação. Portanto, em razão da cápsula articular ser identificada pela presença de tecido mole e frouxo e ser revestida pela membrana sinovial, os movimentos aleatórios do disco são possíveis mesmo com a verificação de inserções de fibras musculares em algumas regiões dessa cápsula. Cápsula articular A presença da cápsula articular também identifica esse tipo de articulação, apresentando revestimento pela membrana sinovial, estendendose sobre todas as superfícies intraarticulares, com exceção daquelas envolvidas na compressão durante as atividades articulares. Assim, a ATM é uma articulação do tipo sinovial, dada a existência da cápsula articular e da membrana sinovial que delimitam os espaços articulares. As superfícies ósseas presentes são revestidas pela cartilagem articular, que é nutrida pelo líquido sinovial fabricado pela membrana sinovial. A cartilagem articular é um fino estrato de cartilagem hialina ou, raramente, de fibrocartilagem, sendo que o contato entre as superfícies é de baixo atrito, graças ao viscoso fluido sinovial que age como lubrificante e também como elo de nutrição da porção celular das cartilagens.710 Essa cápsula é o envoltório fibroso que se estende pelas bordas da fossa mandibular, incluindo os segmentos anteriores do tubérculo articular, envolvendo a cabeça mandibular e antecipando sua fusão inferior com o periósteo do processo condilar da mandíbula. Ela delimita a cavidade articular, dividindoa em duas porções interpostas pelo disco articular, que, por sua vez, se adere à cápsula, com exceção da parte posterior. Entretanto, a cápsula pode ou não ser completa anteriormente, tendo em vista que as relações com as bordas anteriores do disco e a banda superior do músculo pterigóideo lateral não se apresentam totalmente definidas.10 A delimitação dos segmentos capsulares é identificada em imagens de ressonância magnética, particularmente no plano coronal ou parcialmente nos espaços articulares superior e inferior, quando empregado o meio de contraste nas artrografias. A membrana sinovial que reveste a cápsula internamente exibe pequenas vilosidades, as quais têm a responsabilidade de possibilitar a movimentação capsular, além de produzir líquido sinovial por meio do plasma sanguíneo, pelo suprimento vascular oriundo do ramo auricular profundo da artéria maxilar interna, sendo o plexo pterigóideo responsável pelo retorno venoso com maior evidência volumétrica na cápsula e na região bilaminar.10 Nos exames imagéticos, as estruturas anatômicas da ATM com embriologia oriunda de vetores que formam tecidos moles e as possíveis alterações degenerativas neles existentes, como nos derrames articulares (capsulites/sinovites/efusões), são devidamente identificadas por meio de imagens de ressonância magnética orientadas por meio de protocolos específicos. Eminências temporais (tubérculos articulares) e fossas mandibulares (glenoides) As eminências temporais são protuberâncias ósseas mais espessas em comparação às fossas mandibulares, de formato arredondado, e podem variar em função do tempo ou da idade do paciente, assim como em função de incidências de forças parafuncionais. Suas vertentes são parcialmente revestidas com tecido fibroso denso que possibilita a ação de forças mastigatórias; entretanto, também podem sofrer remodelações ou erosões em função de degenerações articulares. O segmento mais lateral é denominado tubérculo, no qual são inseridos ligamentos.16 As medulares ósseas e corticais são definidas em radiografias convencionais, porém as alterações incipientes são mais bem identificadas em protocolos de tomografia computadorizada. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ ▶ As fossas mandibulares são depressões ósseas nas porções inferiores do segmento escamoso temporal, limitadas anteriormente pelas eminências temporais e posteriormente pelas fissuras petrotimpânicas. O teto faz limite com a cortical da fossa craniana média e, medialmente, com a lâmina do osso esfenoide.18 Espaços retrodiscais Os espaços retrodiscais são uma zona de transição eminentemente formada por tecido frouxo elástico e plexo vasculonervoso, com segmento superior inserido na borda posterior da fossa e segmento inferior inserido em parte da cabeça mandibular. O mecanismo de tensão e relaxamento dessas fibras possibilitam os movimentos dos discos articulares durante as atividades mandibulares, bem como a estimulação para produção de líquido sinovial.8 Essas áreas são passíveis de lesões, particularmente nas alterações topográficas dos discos articulares e nos processos inflamatórios identificados em sequências específicas de pulsos de radiofrequência em exames de ressonância magnética. Alterações e processos degenerativos identi늧攎cáveis por meio de imagens na articulação temporomandibular Em grande parte dos processos degenerativos das articulações em fases adiantadas ou mesmo em osteoartroses efetivas, as cabeças mandibulares sofrem remodelações ou retificações em seus contornos, não sendo raras as formações osteofitárias e as escleroses reacionais intramedulares.11 Nos indivíduos com distúrbios articulares ou temporomandibulares, há evidências de diferentes tipos de deslocamentos e alterações morfológicas dos discos, podendo ocorrer ou não comprometimento ósseo em forma de processos degenerativos. As alterações ósseodegenerativas são, portanto, resultado da relação não harmoniosa do disco com as estruturas ósseas e de sua consequente deformação, situação esta que é observada particularmente em estágios mais avançados do desarranjo interno, em especial nos deslocamentos sem recaptura ou redução. Porém, o real conceito de desarranjo interno deveria ser catalogado como osteoartrose, uma vez que representa uma fase adaptativa e estável dos precursores no processo de osteoartrite.12 Particularmente, essa osteoartrite pode ser definida como o processo de deterioração do envoltório cortical e da exposição do tecido ósseo subjacente. Por meio de imagens, a erosão óssea cortical ou mesmo escleroses e formações osteofitárias são situações que invariavelmente podem ser observadas, além de remodelações,que são formas adaptativas do osso, conferindolhe nova morfologia.1115 Assim, as doenças degenerativas incluem modalidades que se expressam radiograficamente, como redução dos espaços articulares, facetamentos ou irregularidades ósseas, escleroses no osso subcondral, erosões ou perda de revestimento cortical, formações osteofitárias e cistos subcondrais. De maneira especial, a existência de erosões nas estruturas ósseas que compõem as ATM radiograficamente indica supostas formações degenerativas ativas em estágios basais de adaptação ou em processo evolutivo para essa adaptação.13 A osteoartrite representa P++ a degeneração do revestimento articular e a exposição do osso subjacente. Exames imagéticos convencionais e tomografias locais são os mais empregados para a evidenciação de erosões, escleroses reacionais e remodelações ósseas, que representam um conjunto de alterações na forma das superfícies ósseas submetidas a injúrias, em comparação ao tecido ósseo remanescente intacto.1417 Algumas condições consideradas artríticas que afetam as ATM têm diferentes graus de comprometimento e podem ser classificadas de baixo ou alto grau inflamatório. Entre as de baixo grau destacamse a osteoartrite primária, ou doença articular degenerativa, e a artrite póstraumática. Já entre as de alto grau inflamatório encontramse as artrites infecciosas, as artrites reumatoides (juvenil e adulta) e as artrites metabólicas (gotosa, psoriática, lúpus eritematoso, espondilite anquilosante, síndrome de Reiter e artrite associada à colite ulcerativa). Por definição, a osteoartrite (OA) é a condição inflamatória que mais afeta as ATM, sendo também referida como doença articular degenerativa (DAD), com alterações ósseas efetivas. Entretanto, com o passar do tempo, o osso VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ▶ ▶ ■ sofre remodelações ou retificações morfológicas de origem não necessariamente inflamatória, caracterizando o processo de osteoartrose.14,15 Grande parte das mudanças verificadas nas ATM no decorrer da vida do indivíduo está relacionada com processos traumáticos ou degenerativos no caso das artrites, artroses e neoplasias que acometem essa região. Condição particular é verificada nos desarranjos internos (DI), que didaticamente identificam as deformações dos discos com alterações topográficas durante os movimentos solicitados em protocolos imagéticos. Essas mudanças incluem especialmente os deslocamentos anteriores e posteriores dos discos, com ou sem recaptura (reposição) na posição anatômica habitual.16 Técnicas de imagem da articulação temporomandibular As modalidades de imagem para a ATM no decorrer dos anos, e particularmente na última década, têm oferecido uma série de possibilidades para a melhor observação dos tecidos, bem como dos processos degenerativos que atingem a região. Embora os distúrbios temporomandibulares sejam considerados e conhecidos como multifatoriais, as pesquisas apresentam relações vinculadas com alterações ou processos de modificação dos padrões ósseos das estruturas articulares, bem como dos discos e das cápsulas, tornandoos relevantes elementos na identificação das degenerações internas articulares.18 A interpretação das diferentes imagens formadas por meio de incidências convencionais, bem como pelas técnicas de alta resolução, como tomografia e ressonância magnética, possibilita a observação detalhada dos aspectos anatômicos e degenerativos ou dos desarranjos internos.19 Técnicas convencionais – Imagens da articulação temporomandibular Exames radiográ늧攎cos convencionais As técnicas ditas convencionais são aquelas em que o registro das imagens é feito por meio de filmes ou sensores digitais, com o paciente devidamente posicionado, o qual recebe os feixes de raios X sem que ocorra movimentação do aparelho ou do próprio indivíduo. Entre as técnicas, a transfacial, a transcraniana e a transorbital são de grande presteza na rotina da clínica ambulatorial. Além delas, a inferossuperior (axial de Hirtz), a posteroanterior ou Towne invertida e a anteroposterior ou Towne convencional são também, por vezes, solicitadas em eventualidades para observação ampla de todos os segmentos mandibulares, não obstante a elevada sobreposição de estruturas ósseas.19 As tomadas bilaterais são sempre indicadas em quaisquer das técnicas, com o intuito de comparação nas posições mandibulares em abertura e fechamento bucal. A associação das técnicas convencionais transcranianas, transfaciais e infracranianas tem sido utilizada em decorrência das limitações inerentes de cada incidência, tendo em vista que exibe o segmento lateral das cabeças mandibulares e da fossa mandibular, permanecendo grande parte das estruturas em sobreposição.20,21 Técnica lateral transcraniana Considerado exame fundamental, possibilita a avaliação e o controle das alterações ósseas efetivas, principalmente nas cabeças mandibulares; entretanto, há limitação em função da angulação vertical oblíqua, resultando em sobreposição inerente dos ossos da base do crânio. Existem diversas técnicas transcranianas com pequenas variações de incidência, porém sempre desviando do rochedo temporal. Todavia, elas apresentam a limitação de exibir apenas os componentes ósseos temporais laterais, assim como das cabeças mandibulares. Os espaços articulares, a cabeça mandibular e o osso temporal, em geral, sofrem sobreposição, ocasionando falta de delimitação plena, em função principalmente da angulação horizontal não padronizada. Entre as técnicas existentes podemos citar as de Updegrave, Gillis, Schüller, Lindblom e Greewcok VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 (Figura 2.1).1922 Técnica lateral transfacial ou transfaringeana A técnica idealizada por McQueen visa ao desvio dos feixes de raios X da apófise mastoide, tendo indicações e limitações semelhantes às das técnicas transcranianas. A observação de áreas erodidas nas vertentes anterior e posterior é efetiva em relação às cabeças mandibulares, diminuindo essa capacidade em relação aos polos medial e lateral (Figura 2.2).1922 Técnica anteroposterior ou transorbital Essa técnica, desenvolvida por Zimmer, fundamentase em imagens para avaliação laterolateral das cabeças mandibulares; porém, a constante exposição da região do globo ocular leva o profissional a questionar o verdadeiro benefício em função dos efeitos biológicos ali produzidos. A observação laterolateral ou dos polos medial e lateral são evidentes, principalmente nos eventos de fraturas no colo da cabeça mandibular (Figura 2.3).22,23 Figura 2.1 A. e B. Técnica transcraniana digital nas posições de fechamento e abertura bucal máxima, respectivamente. Figura 2.2 A. e B. Técnica transfacial digital nas posições de fechamento e abertura bucal. Notase aumento de amplitude além da eminência temporal. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 2.3 Técnica transorbital da cabeça mandibular direita com evidente erosão no polo lateral. Técnica panorâmica ou pantomográ늧攎ca A técnica panorâmica para exame das ATM possibilita uma avaliação global das estruturas ósseas de maneira preliminar a qualquer outro exame específico da região. Existem aparelhos que têm programas específicos para exames no sentido lateral, em posições de abertura e fechamento bucal bilaterais e posteroanteriores, e a chamada planigrafia (três posições para cada lado) em um único filme radiográfico. Erosões, fraturas, neoplasias, hipo e hiperplasia dascabeças mandibulares, assim como aspectos de malformações congênitas, síndromes e anquiloses, são algumas das alterações passíveis de identificação nas radiografias panorâmicas, desde que o paciente esteja devidamente posicionado no fulcro ou na área de corte do aparelho. Por causa das características físicas de formação da imagem panorâmica e particularmente da camada de corte, ocorrem invariavelmente sobreposições que dificultam a plena valorização dos contornos das cabeças e das fossas mandibulares, criando imagens que podem camuflar ou até mesmo produzir situações inexistentes (Figura 2.4).19,21,22 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 ■ Figura 2.4 Técnica panorâmica: osteófito na cabeça mandibular esquerda (A), aumento de volume ósseo da cabeça mandibular direita (B). Técnica panorâmica: hiperplasia da cabeça mandibular direita com osteófito associado (C), fratura junto ao colo da cabeça mandibular esquerda (D). Técnica panorâmica: posicionamento especial para articulação temporomandibular em abertura e fechamento dos lados direito, esquerdo e coronal, respectivamente (E e F). Técnica axial ou de Hirtz A técnica de Hirtz (axial ou mentovértice) tem como objetivo verificar as inclinações das cabeças mandibulares, principalmente em alguns programas de traçados cefalométricos muito empregados em ortodontia e ortopedia dos maxilares (Figura 2.5).19 Exames de alta resolução Ressonância magnética A aquisição de imagens por meio de ressonância magnética (RM) representa um dos avanços mais importantes na área médica do último século. As características dessa tecnologia são extremamente complexas, demandando princípios físicos nucleares que envolvem principalmente os átomos de hidrogênio contidos nos diferentes tecidos do corpo humano ou em áreas acometidas por processos patológicos. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 2.5 Técnica de Hirtz exibindo as características em norma axial das cabeças mandibulares. A possibilidade de resolução dos tecidos moles e a ausência de radiação ionizante representam algumas das maiores vantagens das imagens por RM em relação à tomografia computadorizada (TC) e às radiografias convencionais, principalmente quando são necessários estudos dos reparos anatômicos e/ou dos processos degenerativos que atingem os componentes das articulações. A característica não invasiva na ATM determina o reconhecimento anatômico normal, bem como de acúmulos líquidos, tecido inflamatório intra e extraarticular e anormalidades morfológicas e topográficas do disco articular.24 As sequências do exame de imagens em T1, T2 e em densidade de prótons (DP) são as mais empregadas para o estudo anatomopatológico das ATM em que o disco articular apresentase dentro dos aspectos normais, com formato bicôncavo, sendo seus segmentos anterior e posterior espessos e a parte central afilada.23,24 Além desses aspectos normais, possíveis formações líquidas nos compartimentos intra e extraarticulares (derrames/efusões), que denotam hipersinal, e proliferações inflamatórias de diferentes origens são importantes vantagens desse exame. A diminuição de sinal intramedular, seja na cabeça mandibular ou na eminência temporal, pode representar alterações de longa lesão, ocasionando a esclerose reacional, chegando a casos extremos de necroses avasculares. Os edemas intramedulares, contrariamente, expressam aumento de sinal, caracterizando agentes inflamatórios, e as áreas de formato arredondado internas à medular óssea podem, por vezes, estar vinculadas a cistos subcondrais. É conhecido o potencial degenerativo das doenças reumatológicas ou autoimunes, que, em certas porcentagens, implicam osteoartroses/osteoartrites graves nas estruturas que compõem as ATM, sendo, portanto, fator relevante durante a abordagem do paciente. A caracterização imagética dos músculos mastigatórios é também uma das grandes vantagens dos exames por meio de RM, especialmente o músculo pterigóideo lateral, que tem as relações de suas fibras com a cabeça mandibular e o disco articular (Figura 2.6)25,26. Medicina nuclear – Cintigra늧攎a óssea A infusão de radioisótopos, entre eles o tecnécio99m (Tc99m), possibilita evidenciar locais de alta atividade celular, com metabolismo ósseo efetivo, por meio do emprego de uma câmera Gama. Destarte, mudanças no padrão do crescimento, como nas hiperplasias das cabeças mandibulares ou mesmo nas neoplasias, podem ser diagnosticadas com a utilização dessa técnica, uma vez agregada à matriz de hidroxiapatita, ela se incorpora na zona de osteogênese. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Figura 2.6 A. e B. Ressonância magnética de paciente apresentando retificações e aplainamentos das cabeças mandibulares, compressão e alteração morfológica dos discos. C. e D. Ressonância magnética de paciente apresentando discreto alongamento do disco articular ao fechamento bucal, com boa recaptura na abertura. E. Imagem coronal do mesmo paciente das figuras C. e D. evidenciando a inclinação lateral do disco. F. e G. Paciente apresentando erosão e esclerose intramedular da cabeça mandibular direita e osteófitos bilateralmente. Os discos estão deslocados anteriormente. H. a J. Sequência de imagens do mesmo paciente apresentando deslocamento anterior do disco articular, sem recaptura na abertura bucal e derrame articular associado. K. e L. Ressonância em normas sagital e coronal apresentando alterações decorrentes de artrite psoriática: erosão da cabeça mandibular, rompimento do disco e irregularidades na cortical da eminência temporal. A imagem obtida via radioisótopos possibilita uma avaliação fisiológica, e não necessariamente morfológica, graças a mudanças bioquímicas oriundas de um processo patológico, tornando possível a avaliação em estágios incipientes.27 O conhecimento criterioso das diferenciações em termos de imagem deve ser pleno, pois tecidos em reparação ou regeneração também são tidos como de alta captação pelo radiofármaco, situação essa que exige a plena avaliação clínica. É o método não invasivo que mede o momento biológico ou o estadiamento de uma alteração e seus possíveis focos ou concentrações, bem como quadros metastáticos. Nos tumores epiteliais malignos que invadem o osso, assim como na maioria dos processos inflamatórios associados ou prévios às neoplasias, notase aumento da vascularização e, por consequência, maior concentração do fosfato marcado com o radiofármaco. Nas lesões em que se observa aumento das atividades periostais há também forte concentração do tecnécio. Casos de reabsorções das cabeças mandibulares também são passíveis de acompanhamento por esse método de exame (Figura 2.7).2729 Artrogra늧攎a Embora muito empregada antes do advento da RM, a chamada artroscopia é um exame que apresenta boa definição das mudanças topográficas e morfológicas dos discos articulares. Associada à fluoroscopia, possibilita a observação dinâmica dos discos durante os movimentos mandibulares. Por ser um exame invasivo (injeção de contraste nos espaços articulares) e de delicada execução, que, em geral, exige sedação
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