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Manual de Oclusao Teorico-Pratico - Copia

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Manual de Oclusão 
Teórico-Prático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juazeiro do Norte/2020 
SUMÁRIO 
 
 
 
1) PRINCÍPIOS EM OCLUSÃO 
1.1) Sistema Estomatognático: conceito, componentes 
anatômicos e funções. 
1.2) Posicionamento dentário e relações inter e intraarco 
1.3) Classificação de Angle e relação de dentes anteriores 
1.4) Relação Cêntrica (RC) e Máxima Intercuspidação Habitual 
(MIH) 
 
2) DINÂMICA MANDIBULAR 
2.1) Movimentos mandibulares excursivos e suas guias 
2.2) Movimentos mandibulares bordejantes e funcionais 
2.3) Oclusão Funcional ideal 
 
3) BRUXISMO E EROSÃO DENTÁRIA 
 
4) PRÁTICAS EM OCLUSÃO 
4.1) Moldagem em Odontologia: conceitos, moldeiras, moldagem 
em Odontologia e confecção dos modelos de gesso 
4.2) Materiais de moldagem: gesso e alginato 
4.3) Articuladores: conceito; classificação; elementos constituintes 
e acessórios dos articuladores, posições e movimentos 
mandibulares, relações maxilo-mandibulares; registros 
interoclusais; montagem dos modelos superior e inferior em ASA. 
4.4) Confecção do JIG de Lucia, fundamentos e aplicações 
 
5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: 
Filipe Levy Sousa Teixeira - Monitor de Oclusão 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4005128214437900 
 
1) PRINCÍPIOS EM OCLUSÃO 
 
 
1.1) SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO: CONCEITO, COMPONENTES 
ANATÔMICOS E FUNÇÕES. 
 
Oclusão = ocluir 
É a relação estática (abrir e fechar) e dinâmica (movimentos laterais e 
protrusivos) entre as superfícies oclusais dos dentes, que devem estar em 
harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático. 
 
Sistema Estomatognático 
É a unidade funcional do corpo responsável pela mastigação, fala e 
deglutição. Os seus componentes também desempenham um papel importante 
no paladar e na respiração. O sistema é composto por ossos, articulações, 
ligamentos, dentes, músculos, mucosa oral e complexo neurológico associado. 
 
Funções do Sistema Estomatognático 
As principais funções são: 
- Mastigação 
- Fala e mímica (expressão) 
- Deglutição 
- Respiração 
- Gustação 
- Sucção e apreensão 
- Postura da cabeça e pescoço 
 
Componentes anatômicos 
- Dentes 
- Ossos Maxilares 
- Mandíbula 
- Zigomático 
- Temporal 
- Esfenóide 
- Elementos de suporte dental 
- Ligamentos craniomandibulares 
- Articulação Temporomandibular (ATM) 
- Músculos da mastigação e acessórios 
- Nervos centrais e periféricos 
- Vasos e glândulas 
- Coluna cervical 
 
Principais componentes: 
- Dentes 
- Ossos maxilares 
- Mandíbula 
- Articulação temporomandibular 
- Músculos 
- Ligamentos 
 
 
Dentes: 
 
 
 
 
 
 
A maioria destas fibras corre obliquamente do cemento numa direção 
cervical até o osso. Essas fibras são coletivamente conhecidas como ligamento 
periodontal. O ligamento periodontal não só prende o dente firmemente ao seu 
alvéolo ósseo, mas também ajuda a dissipar as forças aplicadas ao osso durante 
o contato funcional dos dentes. Nesse sentido, ele pode ser considerado um 
amortecedor natural. Além disso, no ligamento periodontal pode ser encontrado 
os mecanorreceptores dos dentes. 
Os dentes são divididos em: incisivos, caninos, pré-molares e molares. 
Cada um possui suas subdivisões quanto à forma, estrutura e possuem suas 
peculiaridades e diferenças quanto às funções. 
 
 
Mandíbula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A dentição humana é composta por 32 
dentes permanentes. Cada dente pode ser 
dividido em duas partes básicas: a coroa, que é 
vista sobre o tecido gengival, e a raiz, que fica 
submersa e é circundada pelo osso alveolar. A 
raiz está ligada ao osso alveolar por numerosas 
fibras de tecido conjuntivo que se estendem a 
partir da superfície do cemento da raiz para o 
osso. 
 
A mandíbula é um osso em forma de U 
que sustenta os dentes inferiores e constitui o 
esqueleto facial inferior. Ela não tem ligação 
óssea com o crânio e é sustentada abaixo da 
maxila pelos músculos, ligamentos e outros 
tecidos moles, que por sua vez possibilitam a 
mobilidade necessária para o funcionamento 
com a maxila. 
É o componente móvel do sistema 
mastigatório e possui fácil remodelação. 
A: Processo coronóide; B: Côndilo mandibular 
ou Cabeça da Mandíbula 
O corpo da mandíbula se estende 
posterior e inferiormente para formar o ângulo 
mandibular, e posterior e superiormente para 
formar o ramo ascendente. 
O ramo ascendente da mandíbula é 
formado por uma placa vertical de osso que se 
estende para cima como dois processos. 
FM: Fossa Mandibular; EA: Eminência Articular 
determina a trajetória do côndilo quando a mandíbula está posicionada anteriormente e 
em movimento. 
O teto posterior da fossa mandibular é bastante fino, indicando que esta área do 
osso temporal não foi designada para suportar forças excessivas. A eminência articular, 
entretanto, consiste de um osso espesso e denso e pode tolerar melhor tais forças. 
 
O anterior deles é o processo coronóide. O posterior é o côndilo. O côndilo 
é a porção da mandíbula que se articula com o crânio, através da Articulação 
Temporo Mandibular (ATM), ao redor do qual o movimento ocorre. A mandíbula 
possui componentes anatômicos relevantes, como: crista temporal, rugosidade 
pterigoidea, canal mandibular, língula, entre outros. 
Os côndilos mandibulares possuem um aspecto ovóide, sendo convexo 
no sentido Ântero-Posterior (AP) e com seu plano inclinado. 
 
Ossos Maxilares: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temporal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em relação ao desenvolvimento, existem 
dois ossos maxilares, que se fundem na sutura 
palatina mediana, caracterizando um osso par. 
Forma o assoalho da cavidade nasal e de cada 
órbita. Sustentam os seios maxilares em toda 
sua extensão. 
Como os ossos maxilares estão 
fusionados aos componentes ósseos que 
envolvem o crânio, os dentes maxilares são 
considerados como uma parte fixa do crânio e 
desta forma, constituem o componente fixo do 
sistema mastigatório. 
O côndilo mandibular articula-se na base 
do crânio com a porção escamosa do osso 
temporal. Esta porção do osso temporal é 
composta pela fossa mandibular côncava, na 
qual o côndilo se situa e que também já foi 
chamada de fossa articular. 
 
Imediatamente anterior à fossa está uma 
proeminência óssea convexa denominada 
eminência articular. O grau de convexidade da 
eminência articular é altamente variável, mas 
importante, porque a inclinação dessa superfície 
 
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO E ACESSÓRIOS 
 Os principais músculos envolvidos são: Masseter, Temporal, Pterigóideo 
Lateral superior e inferior, Pterigóideo Medial e Digástrico. 
 
Masseter: 
O masseter é um músculo retangular que se origina do arco zigomático e 
se estende para baixo até o aspecto lateral da borda inferior do ramo da 
mandíbula. Sua inserção na mandíbula se estende da região do segundo molar, 
na borda inferior, posteriormente, até incluir o ângulo. Ele possui duas porções 
ou cabeças: (1) a porção superficial consiste de fibras que se dirigem para baixo 
e suavemente para trás, e (2) a porção profunda consiste de fibras que correm 
numa direção predominantemente vertical. 
Quando as fibras do masseter se contraem, a mandíbula é elevada e os 
dentes entram em contato. O masseter é um músculo poderoso que proporciona 
a força necessária para uma mastigação eficiente. Sua porção superficial 
também auxilia na protrusão da mandíbula. Quando a mandíbula é protruída e 
a força da mastigação é aplicada, as fibras da porção profunda estabilizam o 
côndilo contra a eminência articular. 
 
Temporal: 
O temporal é um músculo grande em forma de leque que se origina da 
fossa temporal e da superfície lateral do crânio. Suas fibras caminham juntas na 
medida em que elas se estendem para baixo, entre o arco zigomático e a 
superfície lateral do crânio, para formar um tendão que se insere no processo 
coronóide ena borda anterior do ramo ascendente. Ele pode ser dividido em três 
áreas distintas de acordo com a direção das fibras e função primordial. 
A porção anterior consiste de fibras que se direcionam quase 
verticalmente. A porção média contém fibras que correm obliquamente através 
do aspecto lateral do crânio (um pouco para frente, quando se dirigem para 
baixo). A porção posterior consiste de fibras que estão alinhadas quase 
horizontalmente. 
Quando o músculo temporal se contrai, ele eleva a mandíbula e os dentes 
entram em contato. Quando a porção anterior se contrai, a mandíbula é elevada 
verticalmente. A contração da porção média irá elevar e retruir a mandíbula. O 
funcionamento da porção posterior é um tanto controverso, acredita-se que ela 
eleva a mandíbula e nesse movimento de elevação, induz uma leve retrusão. 
 
Pterigóideo Medial: 
 O pterigóideo medial (interno) se origina da fossa pterigoidea e se estende 
para baixo, para trás e para fora para se inserir ao longo da superfície medial do 
ângulo mandibular. Ele forma, juntamente com o masseter, um suspensório 
muscular que suporta a mandíbula na altura do ângulo mandibular. 
Quando suas fibras se contraem, a mandíbula é elevada e os dentes 
entram em contato. Esse músculo também é ativo na protrusão mandibular. A 
contração unilateral produzirá um movimento mediotrusivo da mandíbula. 
 
 
 
 
Pterigóideo Lateral: 
 O pterigóideo lateral é dividido e identificado como dois músculos 
diferentes e distintos. Os músculos serão descritos como pterigóideo lateral 
inferior e pterigóideo lateral superior. 
 O pterigóideo lateral inferior se origina na superfície externa da lâmina 
pterigóidea lateral e se estende para trás, para cima e para fora, até sua inserção 
primariamente no colo do côndilo. Quando os pterigóideos laterais inferiores 
direito e esquerdo se contraem, simultaneamente, os côndilos são puxados para 
baixo, nas eminências articulares, e a mandíbula é protruída. A contração 
unilateral cria um movimento mediotrusivo daquele côndilo e causa um 
movimento lateral da mandíbula para o lado oposto. Quando este músculo atua 
juntamente com os depressores mandibulares, a mandíbula é abaixada e os 
côndilos deslizam para frente e para baixo nas eminências articulares. 
 O pterigoideo lateral superior se origina na superfície infratemporal da 
asa maior do esfenoide, se estendendo quase horizontalmente, para trás e para 
fora para se inserir na cápsula articular, no disco e no colo do côndilo. Enquanto 
o pterigóideo lateral inferior é ativo durante a abertura, o superior permanece 
inativo, tornando-se ativo somente em conjunto com os músculos elevadores. 
 
Digástrico: 
 É dividido em dois ventres: anterior e posterior. O ventre posterior se 
origina na incisura mastóidea, justamente medial ao processo mastóide; suas 
fibras correm para frente, para baixo e para dentro, até o tendão intermediário 
inserido no osso hióide. O ventre anterior se origina em uma fossa na superfície 
lingual da mandíbula, justamente acima da borda inferior e próximo à linha 
média; suas fibras se estendem para baixo e para trás para se inserirem no 
mesmo tendão intermediário, como faz o ventre posterior. 
 Quando os digástricos direito e esquerdo se contraem e o osso hióide é 
fixado pelos músculos supra-hióideos e infra-hióideos, a mandíbula é abaixada 
e puxada para trás e os dentes são desocluídos. Quando a mandíbula é 
estabilizada, os músculos digástricos, juntamente com os músculos supra-
hióideos e infra-hióideos, elevam o osso hióide, que é um procedimento 
necessário para deglutição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculo Masseter. PP: Parte Profunda. PS: Parte Superficial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculo Temporal. PA: Parte Anterior. PM: Parte Medial. PP: 
Parte Posterior. 
Músculo Pterigóideo Medial 
Articulação Temporomandibular (ATM) 
A ATM, é uma das articulações mais complexas do corpo. Ela proporciona 
um movimento de dobradiça em um plano e, desta forma, pode ser considerada 
uma articulação sinovial ginglimoidal. No entanto, ao mesmo tempo ela também 
pode proporcionar movimentos de deslizamento, o que a classifica como uma 
articulação artrodial. Portanto, ela pode ser tecnicamente considerada uma 
articulação ginglimoartrodial. 
É formada pelo côndilo mandibular posicionado dentro da fossa 
mandibular do osso temporal. Separando esses dois ossos da articulação direta 
está o disco articular. A ATM é classificada como uma articulação composta. Por 
definição, uma articulação composta requer a presença de pelo menos três 
ossos, apesar de a ATM ser constituída por apenas dois ossos. De forma 
funcional, o disco articular atua como um osso não calcificado que permite os 
movimentos complexos da articulação. Como o disco articular funciona como 
um terceiro osso, a articulação craniomandibular é considerada uma articulação 
composta. 
A ATM tem sua superfície recoberta por fibrocartilagem articular (fibroso 
denso, com poucas células condroides), possuindo como principais funções: 
remodeladora, resistência contra compressão, Proliferação de condrócitos e 
Deslizamento. 
 
Disco Articular 
O disco articular é composto por tecido conjuntivo fibroso denso, na 
maior parte desprovido de vasos sangüíneos e fibras nervosas. A periferia 
extrema do disco, entretanto, é ligeiramente inervada. O disco articular é 
dividido em três áreas. 
A área central é a mais fina e é denominada zona intermediária. O disco 
torna-se consideravelmente mais espesso a partir da zona intermediária para 
anterior e posterior. A borda posterior geralmente é um pouco mais espessa do 
que a borda anterior. Na articulação normal a superfície articular do côndilo está 
localizada na zona intermediária do disco, circundada pelas regiões anteriores 
e posteriores mais espessas. 
A forma do disco é determinada pela morfologia do côndilo e da fossa 
mandibular. Durante o movimento o disco é, de certa forma, flexível e pode se 
adaptar às demandas funcionais das superfícies articulares. No entanto, a 
flexibilidade e a adaptabilidade não implicam que a morfologia do disco seja 
reversivelmente alterada durante a função. O disco mantém sua morfologia a 
menos que forças destrutivas ou alterações estruturais ocorram na articulação. 
Se ocorrerem estas alterações, a morfologia do disco poderá ser 
irreversivelmente alterada, produzindo mudanças biomecânicas durante a 
função. 
O disco articular está posteriormente inserido a uma região de tecido 
conjuntivo frouxo que é altamente vascularizada e inervada. Esta área é 
conhecida como tecido retrodiscal. Superiormente, ele é delimitado por uma 
lâmina de tecido conjuntivo que contém muitas fibras elásticas, a lâmina 
retrodiscal superior. A lâmina retrodiscal superior liga o disco articular 
posteriormente à placa timpânica. Na borda inferior dos tecidos retrodiscais 
está a lâmina retrodiscal inferior, que liga a borda inferior do limite posterior 
do disco à margem posterior da superfície articular do côndilo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disco; TR: Tecido Retrodiscal; Côndilo; PLS: Pterigóideo 
Lateral Superior; PLI: Pterigóideo Lateral Inferior. BP: Borda Posterior; ZI: Zona Intermediária; 
BA: Borda Anterior 
Diagrama mostrando os componentes anatômicos. LCA: Ligamento capsular 
anterior (colagenoso); SA: superfície articular; CI: cavidade articular inferior; PLI: 
músculo pterigóideo lateral inferior; LRI: lâmina retrodiscal inferior (colagenosa); 
TR: tecidos retrodiscais; CS: cavidade articular superior; PLS: músculo pterigóideo 
lateral superior; LRS: lâmina retrodiscal superior (elástica). 
LIGAMENTOS DA ATM 
Os ligamentos da ATM são divididos em principais e acessórrios. Os 
principais são: Colaterais (discais), Capsular, Temporomandibular. Os acessórios 
são: Esfenomandibular e Estilomandibular.Colaterais (discais): 
Os ligamentos colaterais prendem as bordas medial e lateral do disco 
articular aos pólos do côndilo. Eles geralmente são chamados ligamentos discais 
e existem dois deles. O ligamento discal medial prende a extremidade medial do 
disco ao pólo medial do côndilo. O ligamento discal lateral prende a extremidade 
lateral do disco ao pólo lateral do côndilo. Estes ligamentos são responsáveis 
por dividir a articulação mediolateralmente em cavidades articulares superior e 
inferior. 
São compostos de fibras de tecido conjuntivo colagenoso; portanto, eles 
não se esticam. Eles atuam restringindo o movimento do disco para fora do 
côndilo. Eles permitem que o disco se mova passivamente com o côndilo quando 
ele desliza anterior ou posteriormente. As aderências dos ligamentos discais 
permitem que o disco seja rotacionado anterior e posteriormente sobre a 
superfície articular do côndilo. Assim, estes ligamentos são responsáveis pelo 
movimento de dobradiça da ATM, que ocorre entre o côndilo e o disco articular. 
 
Capsular: 
 A ATM inteira é circundada e envolvida pelo ligamento capsular. É 
revestido por células endoteliais e as fibras do ligamento capsular estão 
inseridas superiormente ao osso temporal ao longo das bordas das superfícies 
articulares da fossa mandibular e eminência articular. Inferiormente, as fibras 
do ligamento capsular se inserem no colo do côndilo. 
O ligamento capsular age para resistir a qualquer força medial, lateral ou 
inferior que tende a separar ou deslocar as superfícies articulares. Uma função 
significativa do ligamento capsular é envolver a articulação, retendo, assim, o 
líquido sinovial. O ligamento capsular é bem inervado e proporciona estímulo 
proprioceptivo por meio da membrana sinovial, sobre a posição e movimento da 
articulação. 
 
Temporomandibular: 
 O aspecto lateral do ligamento capsular é reforçado por fibras fortes e 
condensadas que compõem o ligamento lateral ou ligamento TM. O ligamento 
TM é composto por duas partes, uma porção externa oblíqua e uma porção 
interna horizontal. 
A porção externa se estende desde a superfície externa do tubérculo 
articular e do processo zigomático posterior e inferiormente, até a superfície 
externa do colo do côndilo. A porção interna horizontal se estende desde a 
superfície externa do tubérculo articular e processo zigomático, posterior e 
horizontalmente, até o polo lateral do côndilo e parte posterior do disco 
articular. 
Em síntese, ele reforça lateralmente o ligamento capsular, e a parte 
oblíqua limita a abertura bucal e a parte horizontal restringe o movimento para 
a posterior. 
 
Esfenomandibular: 
 Ele parte da espinha do osso esfenóide e estende-se para baixo, até uma 
pequena proeminência óssea na superfície medial do ramo da mandíbula, que é 
chamada de língula. Ele não tem nenhum efeito limitador significante no 
movimento mandibular. 
 
Estilomandibular: 
 Ele parte do processo estilóide e estende-se para baixo e para frente, até 
o ângulo e a borda posterior do ramo mandibular. Ele se torna rígido quando a 
mandíbula está protruída, mas fica relaxado quando a mandíbula é aberta. O 
ligamento estilomandibular, portanto, limita o movimento de protrusão 
excessivo da mandíbula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOMECÂNICA DA ATM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimento funcional normal do côndilo e do disco durante toda a fase de abertura e 
fechamento. O disco é rotacionado posteriormente no côndilo quando este faz 
translação para fora da fossa. O movimento de fechamento é o exato oposto da abertura. 
O disco é sempre mantido entre o côndilo e a fossa. 
 
 
 
 
1.2) POSICIONAMENTO DENTÁRIO E RELAÇÕES INTER 
E INTRAARCO 
 
Posicionamento Dentário 
O alinhamento dentário é influenciado por forças multidirecionais, ou 
seja, forças opostas se encontram em equilíbrio de forma mútua. Observa-se que 
na vestibular dos elementos dentais, a musculatura vestibular da bochecha e dos 
lábios exercem uma força, esta que se encontra em oposição à força exercida 
pela musculatura intrínseca e extrínseca da língua, resultando em um 
alinhamento dentário. 
 
Relações Inter e Intraarco 
Inter arco: alinhamento dos dentes de um arco em 
relação aos dentes do arco antagonista à ele. 
 
 
 
 
 
Mordida Normal X Mordida Cruzada 
Mordida Normal: cúspide vestibular do superior sobrepondo a vestibular do 
inferior. 
Mordida Cruzada ou invertida: cúspide vestibular do inferior cobrindo a 
vestibular do superior. 
 
 
 
 
 
 
Mordida Cruzada Posterior 
 
 
 
Intra arco: alinhamento dos dentes de um arco 
dentário em relação aos dentes do mesmo arco onde 
ele está situado. 
 
 
Cúspides de Trabalho X Cúspides de Balanceio 
Cúspide de Trabalho (CT): cúspide onde duas vertentes possuem atividade de 
contato (VIPS) 
Cúspide de Balanceio (CB): cúspide onde apenas uma vertente está em atividade 
de contato (LIVS). 
VIPS: Vestibular Inferior e Palatina Superior* 
LIVS: Lingual Inferior e Vestibular Superior* 
 
 
 
 
 
 CB CT 
 
 CT CB 
 
 
 
 
 
 
Curva de Spee: é uma linha curva no sentido ântero-posterior que tangencia as 
pontas de cúspides vestibulares dos dentes posteriores e as bordas incisais dos 
incisivos. 
Curva de Wilson: uma linha que tangencia a curvatura oclusal através das 
pontas das cúspides vestibulares e linguais dos dentes inferiores posteriores no 
sentido transversal. 
 
 
 
 
 
 
 
As cúspides vestibulares inferiores ocluem na fossa central 
dos dentes superiores e as cúspides palatinas ocluem na 
fossa central dos dentes inferiores. 
 
 
Plano Oclusal 
é estabelecido por uma linha reta traçada da oclusal 
do último dente inferior erupcionado à borda incisal 
dos incisivos centrais inferiores. 
 
RELAÇÃO DE ARCO BUCO-LINGUAL NORMAL. 
1.3) CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE E RELAÇÃO DE DENTES 
ANTERIORES 
 
Classificação de Angle 
A Classificação de Angle observa a relação do 1° molar superior em 
relação ao 1° molar inferior e como isso determina a posição dos elementos 
dentais no arco. 
Utiliza-se também como referência, a posição do canino superior com 
relação ao canino e primeiro pré-molar inferiores. 
É dividida em três, sendo elas: 
- Classe I 
- Classe II 
- Classe III 
Conceituando... 
Classe I: A cúspide mesiovestibular do 1° molar inferior oclui no nicho 
entre o 2° pré-molar superior e o 1° molar superior. A posição do canino superior 
se encaixa no nicho entre o canino e primeiro pré-molar inferiores. 
Classe II: A cúspide mesiovestibular do 1° molar inferior oclui na área de 
Fossa Central (FC) do 1° molar superior. O canino superior encontra-se a frente 
do encaixe entre o canino e primeiro pré-molar inferiores. 
Classe III: A cúspide distovestibular do 1° molar inferior oclui no nicho 
entre o 2° pré-molar superior e o 1° molar superior. O canino superior encontra-
se atrás do encaixe entre o canino e primeiro pré-molar inferiores. 
 
Nicho = espaço de oclusão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação dos dentes anteriores 
Os dentes superiores em posição normal, assumem posicionamento labial 
em relação aos inferiores. Sendo assim, ambos se inclinam para a vestibular, o 
que gera uma relação entre os dentes anteriores. 
Essa relação depende diretamente do suporte posterior, o que se 
caracteriza como conceito direto da oclusão mutuamente protegida, vista mais 
na frente neste manual. Nessa relação os traspasses são considerados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trespasses Horizontal e Vertical 
Horizontal (Overjet): Distância entre a face palatina dos dentes anteriores 
superiores e a face vestibular dos dentes anteriores inferiores(1mm). Trespasse 
entre bordas incisais dos incisivos superiores (palatina) e incisivos inferiores 
(vestibular) medida no plano horizontal. 
Vertical (Overbite): Trespasse dos dentes anteriores superiores (no sentido 
vertical) sobre os dentes anteriores inferiores (1/4 do terço incisal). É a distância 
entre as bordas incisais quando em sobreposição, medidas num plano vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
Representação gráfica dos Trespasses. 
TV: Trespasse Vertical. 
TO: Trespasse Horizontal. 
Abertura Bucal: A medida da abertura bucal é o 
resultado da distância entre as bordas incisais, 
somada com o trespasse vertical 
1.4) RELAÇÃO CÊNTRICA (RC) E MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO 
HABITUAL (MIH) 
 
 
Relação Cêntrica (RC) 
O termo “RC” vem sendo utilizado na Odontologia por muitos anos. 
Apesar de ter recebido uma variedade de definições ao longo dos anos, ele é 
geralmente utilizado para designar a posição da mandíbula quando os côndilos 
estão numa posição ortopedicamente estável. 
A Relação Cêntrica independe de qualquer contato dental, nela o enfoque 
está na posição craniomandibular mais estável possível, com o disco articular 
interposto de forma estabilizada dentro da cavidade glenóide. Dessa forma, é 
indispensável que a RC seja reproduzível, imutável e fisiológica, sendo 
extremamente relevante para o diagnóstico e tratamento dos problemas 
oclusais. 
Em 1956, o Dicionário de Termos em Prótese definiu RC como sendo 
“a relação mais retruída da mandíbula em relação à maxila, quando os côndilos 
estão na posição mais posterior sem gerar tensão na fossa glenóide, na qual os 
movimentos laterais podem ser feitos, para qualquer grau de separação 
mandibular. “ 
Por anos, o conceito clássico de RC foi “a relação mais posterior da 
mandíbula com a maxila, na qual os côndilos se encontram numa situação mais 
superior, mais posterior e mais mediana na cavidade glenóide, a partir da qual 
movimentos laterais podem ser executados. “ 
Segundo Dawson (1993), a RC se estabelece como “a relação da mandíbula 
com a maxila quando o conjunto côndilodisco propriamente alinhado está na 
posição mais superior contra a eminência, independentemente da posição dos 
dentes ou dimensão vertical. ” 
Shillingburg (1995) define RC como “uma posição que há sustentação 
ântero-superior ao longo da eminência articular da cavidade glenóide, com o 
disco articular interposto entre o côndilo e a eminência articular. “ 
Ash (1996) conceituou como “o relacionamento entre maxila e mandíbula, 
no qual os côndilos e discos interarticulares podem estar situados numa posição 
mais centralizada superior e no interior de cada respectiva cavidade articular. ” 
 Academy of Dentures Prosthetics (2005) descreve a RC como sendo “ A 
Relação maxilomandibular em que os côndilos se articulam com a porção 
avascular mais fina de seus respectivos discos com o complexo na posição 
superior-anterior contra as formas das eminências articulares. Esta posição é 
independente do contato dentário. 
 Paiva (2008) modernizou o conceito de RC e definiu como sendo “a 
relação mais posterior da mandíbula com a maxila, na qual os côndilos se situam 
mais superior e anteriormente nas fossas mandibulares, se relacionando com a 
eminência articular. “ 
Pergoraro (2013) afirma que “ a relação central (RC), também denominada 
como RC e, mais recentemente, Posição Ortopedicamente Estável, é a relação 
maxilomandibular marcada pelo posicionamento mais centralizado dos 
côndilos nas fossas mandibulares, apoiados sobre as vertentes posteriores das 
eminências articulares e com os discos articulares devidamente interpostos. “ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Manipulação em RC: 
- Técnica de Manipulação Frontal de Ramfjord 
- Técnica de Manipulação Bilateral de Dawson 
 
 Vale ressaltar que ambas atuam por meio da Desprogramação muscular. 
Não deve permitir que o paciente abra mais que 1 cm – haverá o deslocamento 
do disco para anterior, as vezes ultrapassando a eminência articular. 
 
Técnica de Manipulação Frontal de Ramfjord: 
Nessa técnica são realizados movimentos oscilatórios, de modo que a 
mandíbula se encaixe naturalmente em RC. 
Posicionamento: o paciente se encontra praticamente na horizontal. Sua 
cabeça deve estar para trás, evitando ação muscular. Boca aberta no máximo 1 
cm. 
Apoio Superior: na arcada superior, polegar e indicador na região de 
caninos e pré-molares. Bordas dos dedos se projetando para incisal e oclusal 
dos dentes. 
Apoio Inferior: na arcada inferior, o polegar direito é colocado na região 
cervical dos incisivos ou no mento, puxando o lábio para baixo para visualizar 
os dentes inferiores, enquanto o indicador e os outros três dedos firmam o 
mento na sua parte inferior. 
 Técnica: Com leve pressão e movimentos oscilatórios os dentes inferiores 
tocarão nos dedos colocados na arcada superior. Continua-se a manipulação, 
afasta-se os dedos, e sim percebe-se o primeiro contato em relação cêntrica. Os 
dedos foram colocados na função de desprogramadores oclusais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica de Manipulação Bilateral de Dawson: 
Nessa técnica são realizados movimentos oscilatórios leves, de modo que 
a mandíbula se encaixe naturalmente em RC. 
Posicionamento: o paciente é colocado numa posição reclinada na 
cadeira e deve ficar o mais relaxado possível. A cabeça é posicionada entre os 
braços e o peito do operador para oferecer estabilidade. Os polegares são postos 
sobre a região mentoniana e os demais dedos suportam o corpo da mandíbula. 
Técnica: Com leve pressão dos polegares para baixo e pressão dos outros 
dedos para cima. A mandíbula, é delicadamente manipulada com pequenos 
movimentos oscilatórios para a posição de relação cêntrica. O paciente, 
relaxado, vai fechando a boca até que o contato inicial seja sentido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações das Técnicas: 
- Um dado comum e de extrema importância nas duas técnicas é que o paciente 
não deve abrir a boca em demasia, o que é um erro frequente para quem está 
iniciando. 
- O paciente, com a boca muito aberta, sofre deslocamento condilar acentuado 
para a região anterior, às vezes ultrapassando a eminência articular. 
- Nessa condição, é impossível manipular qualquer paciente para a posição de 
relação cêntrica 
- Inicialmente é comum que o paciente ofereça resistência muscular 
-Pode-se utilizar dispositivos que podem ajudar no processo: os 
desprogramadores oclusais. 
 
 
Uso de desprogramadores oclusais: 
- JIG de Lucia (guia de interferência mandibular) 
- Espátula e afastamento lingual 
- Rolete de algodão 
- Placa de proteção anterior 
- Leaf Gauge ou tiras de Long 
 
OBS: Promovem afastamento dos dentes posteriores; Devem durar de 5 a 
15min para promover do reflexo proprioceptivo; impedir contato dentário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JIG de Lucia (guia de interferência mandibular) Afastador Lingual 
Placa de proteção anterior Rolete de algodão 
 
Leaf Gauge ou Tiras de Long 
Máxima Intercuspidação Habitual (MIH) 
Corresponde a máxima intercuspidação dos dentes, independente das 
posições condilares. É uma posição variável, que pode ser modificada por 
intervenção profissional. 
Neste nível de contatos ocorre o final do ciclo mastigatório e deglutição. 
É passível de apresentar um senso proprioceptivo. Em síntese, é o maior número 
de contatos dentários existentes em uma oclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dimensão Vertical (DV) 
É a distância entre dois pontos localizados na face: maxila e mandíbula. 
São considerados na linha mediana, a partir da medição da altura do terço 
inferior da face (1/3 inferior da face). 
Se divide em duas: Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) e Dimensão 
Vertical de Repouso (DVR). 
 
Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) 
Com o fechamento em MIH, as cúspides de suporte ou cúspides cêntricas 
ocluem mantendo a mandíbula a determinadadistância da maxila. Essa 
distância sustenta a altura vertical da face e é chamada de dimensão vertical de 
oclusão – DVO. 
Dimensão Vertical de Repouso (DVR) 
Pode ser definida como uma posição postural, onde os dentes não estão 
em oclusão e a face está em harmonia de um baixo nível de atividade entre 
músculos depressores, e elevadores da mandíbula, bem como as propriedades 
viscoelásticas dos músculos, capazes de manter o osso da mandíbula suspenso 
a uma certa distância interoclusal. 
 
 
Espaço Funcional Livre (EFL): 
É a diferença entre as Dimensões Verticais. 
DVR – DVO = EFL 
 
A medição é feita por meio de um Compasso de Willis ou Compasso 
de Ponta Seca e régua. É importante medir em casos de necessidade de 
reabilitação de um paciente que perdeu sua DV. 
 
Segundo Alonso, 1973, o espaço funcional livre (EFL) pode variar 
conforme a chave de oclusão: 
Classe I – EFL = 3-5 mm 
Classe II – EFL = 7-9 mm 
Classe III – EFL = 0-3 mm 
 
OBS: A inclinação postural da cabeça tem influência sobre essa distância. 
 
Fatores que causam diminuição da DVO: 
A diminuição da DVO normalmente está associada à perda da 
estabilidade oclusal posterior e/ou à presença de hábitos parafuncionais. A 
alteração na dimensão vertical de oclusão configura como uma das principais 
consequências da disfunção do sistema mastigatório. As implicações clínicas 
dessa alteração impossibilitam a reabilitação oral sem que antes se tenha optado 
por um tratamento, onde haja o estabelecimento de uma DVO, da guia anterior, 
estabilidades oclusal e estética. 
Os principais fatores são: bruxismo e outros hábitos parafuncionais, 
doenças periodontais, perdas de elementos dentais, Disfunções Têmporo-
Mandibulares, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Espaço Funcional Livre (EFL) 
Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) reduzida 
2) DINÂMICA MANDIBULAR 
 
2.1) MOVIMENTOS MANDIBULARES EXCURSIVOS E SUAS GUIAS 
 
Excêntrico é qualquer movimento da mandíbula que parte de MIH que 
resulte em contato dentário e desoclusões. 
Os movimentos mandibulares excursivos são: Laterotrusivo ou 
Lateralidade, Protrusivo e Retrusivo. 
Laterotrusivo: 
Durante esse movimento, a mandíbula realiza um movimento lateral para 
um dos lados e isso induz a formação de dois lados. O lado de Trabalho e lado 
de Balanceio. Ocorre a formação da Guia Canina e da Função em grupo. 
O lado de Trabalho é o lado para o qual a mandíbula se movimenta. Nesse, 
as cúspides se relacionam. Côndilo rotacional. 
O lado de Balanceio, ou de não-Trabalho, é o lado oposto ao de trabalho. 
Ocorre um alinhamento das cúspides. Côndilo abaixa e desliza para a frente. 
 
Protrusivo: 
 Durante esse movimento, a mandíbula realiza um movimento anterior 
que desoclui os posteriores e formam a Guia Anterior ou Incisiva. 
 Nesse movimento, ocorre o Fenômeno de Christensen, ou seja, um 
espaço criado entre os dentes posteriores que foram desocluídos, evitando um 
toque entre eles e assim protegendo os dentes posteriores. 
 
Retrusivo: 
Durante esse movimento, a mandíbula realiza um movimento de recuo 
da protrusão. 
 
 
Laterotrusivo (Lateralidade) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Protrusivo 
 
Guia Canina 
Nessa guia, os caninos superiores e inferiores se tocam, desocluindo os 
demais dentes anteriores e também os dentes posteriores. 
 
Função em Grupo 
 Nessa guia, além dos caninos, os pré-molares e em alguns casos, os 
molares, desocluem durante o movimento excursivo. 
 
Guia Anterior ou Incisiva 
Os dentes inferiores (principalmente os incisivos centrais) deslizam pela 
concavidade palatina dos incisivos superiores desocluindo o canino e os 
posteriores. 
 
Por quê a Guia Canina é melhor que a Função em grupo? 
 Na guia canina, observamos uma melhor proporção coroa/raiz, osso mais 
compacto nessa região, maior distância da região de Fulcro (Apoio de Alavanca), 
e melhor propriocepção (sensibilidade para proteção dos dentes) e efeito sobre 
os músculos da mastigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protrusivo e Retrusivo 
Interferência Oclusal 
São contatos oclusais que produzem desvio da mandíbula durante o 
fechamento para a posição de MIH ou que impedem o suave deslize mandibular 
nos movimentos laterais e protrusivos. 
Podem também ser chamados de Contato Prematuro ou Prematuridade 
Oclusal. Essa interferência oclusal pode acontecer em 4 situações: 
1) Contato que desvia a mandíbula da posição de RC para a de MIH. 
2) Contato prematuro que não promove desvio 
3) Contato prematuro em lateralidade 
4) Contato prematuro em protrusão 
 
São classificadas como: 
- Fisiológicas 
- Patológicas 
 
Fisiológicas: Não promovem alterações no sistema estomatognático. 
 
Patológicas: Quando há a ocorrência de alterações danosas. 
 
 
Manifestações clínicas e radiologicas de contato prematuro patogênico 
- Disfunção musculoarticular 
- Bruxismo 
- Aumento da mobilidade dentária 
- Migração patológica dos dentes, especialmente os anteriores 
- Diastemas em expansão na região anterior 
- Facetas de desgaste 
- Fraturas de raízes, coroas e restaurações 
- Reabsorção radicular 
- Pulpite e necrose pulpar 
- Relação de topo a topo nos dentes anteriores 
- Mordida cruzada unilateral e anterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2) MOVIMENTOS MANDIBULARES BORDEJANTES 
E FUNCIONAIS 
 
O movimento mandibular ocorre como uma série complexa de atividades 
tridimensionais de rotação e translação inter-relacionadas. É determinado pela 
atividade combinada e simultânea de ambas as articulações 
temporomandibulares (ATMs). 
 
Movimento de Rotação 
É o processo de girar em torno de um eixo; movimento de um corpo em 
torno do seu eixo, chamado eixo de rotação. No sistema mastigatório, a rotação 
ocorre quando a boca abre e fecha em torno de um ponto fixo ou eixo dentro 
dos côndilos. Em outras palavras, os dentes podem ser separados e novamente 
ocluídos sem uma mudança de posição dos côndilos. 
Na ATM, a rotação ocorre como movimento dentro da cavidade inferior 
da articulação. Então, ela é o movimento entre a superfície superior do côndilo 
e a superfície inferior do disco articular. O movimento de rotação da mandíbula 
pode ocorrer em todos os três planos de referência: horizontal, frontal (vertical) 
e sagital. Em cada plano ele ocorre em torno de um ponto, chamado eixo. 
 
Eixo Horizontal de Rotação 
O movimento mandibular em torno do eixo horizontal é um movimento 
de abrir e fechar. Ele é chamado de movimento de dobradiça, e o eixo horizontal 
em torno do qual ele ocorre é chamado de eixo de dobradiça. O movimento de 
dobradiça é provavelmente o único exemplo de atividade mandibular na qual 
um movimento de rotação "puro" ocorre. Em todos os outros movimentos, a 
rotação ao redor do eixo é acompanhada pela translação do eixo. 
Quando os côndilos estão em sua posição mais superior na fossa articular 
e a boca é aberta exclusivamente por rotação, o eixo ao redor do qual o 
movimento ocorre é chamado de eixo terminal de dobradiça. 
 
Eixo Frontal (Vertical) de Rotação 
O movimento mandibular em torno do eixo frontal ocorre quando um 
côndilo se move anteriormente para fora da posição terminal de rotação 
enquanto o eixo vertical do côndilo oposto permanece na posição terminal de 
rotação. Devido à inclinação da eminência articular, que determina que o eixo 
frontal se incline enquanto o côndilo em movimento ou orbitante se move para 
frente, esse tipo de movimento isolado não ocorre naturalmente. 
 
 
 
Eixo Sagital de Rotação 
O movimento mandibular em torno do eixo sagital ocorre quando um 
côndilo se move inferiormente enquanto o outro permanece na posição terminal 
de rotação. Como os ligamentos e musculatura da ATM evitam um deslocamento 
inferior do côndilo (luxação), este tipo de movimento isolado não ocorre 
naturalmente. No entanto, ele ocorre em conjuntocom outros movimentos, 
quando os côndilos orbitantes movimentam-se para baixo e para frente através 
da eminência articular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimento de Translação 
A translação pode ser definida como um movimento no qual cada ponto 
do objeto que se move tem, simultaneamente, a mesma velocidade e direção. No 
sistema mastigatório ela ocorre quando a mandíbula se move para frente, como 
na protrusão. Os dentes, côndilos e ramos se movem todos na mesma direção e 
na mesma extensão. 
A translação ocorre dentro da cavidade superior da articulação entre a 
superfície superior do disco articular e a superfície inferior da fossa articular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimentos Bordejantes mandibulares 
Quando a mandíbula se move através dos limites externos do movimento, 
limites reprodutíveis e descritíveis, resultam nos chamados movimentos 
bordejantes. 
Os planos em que esses movimentos ocorrem se dividem e 3, sendo eles: 
- Plano Bordejante Frontal 
- Plano Bordejante Horizontal 
- Plano Bordejante Sagital 
 
Plano Bordejante Sagital e Movimentos Funcionais 
O movimento mandibular observado no plano sagital pode ser visto 
como tendo quatro componentes de movimento: 
1. Bordejante de abertura posterior 
2. Bordejante de abertura anterior 
3. Bordejante de contato superior 
4. Funcional 
 
 
 
Durante a maioria dos movimentos 
normais da mandíbula, tanto a rotação como 
a translação ocorrem simultaneamente, 
enquanto a mandíbula está rotacionando em 
torno de um ou mais eixos, cada um dos 
eixos está transladando ou mudando sua 
orientação no espaço. Isto resulta em 
movimentos complexos que são 
extremamente difíceis de visualizar. 
Para facilitar a compreensão, foi 
considerado que a mandíbula se movimenta 
isoladamente em cada um dos três planos de 
referência. Contudo, na realidade, é uma 
complexa movimentação envolvendo eixos 
de movimentação e movimentos acima 
descritos. 
1. Abertura Posterior 
Ocorre em dois estágios. No primeiro estágio os côndilos estão 
estabilizados na sua posição mais superior na fossa articular (posição 
terminal de dobradiça - RC). A mandíbula é abaixada num movimento de 
rotação puro sem a translação dos côndilos (rotação pura). Para que isso 
ocorra, os côndilos devem ser estabilizados de forma que a translação do 
eixo horizontal não ocorra. Como esta estabilização é difícil de ser obtida, 
movimentos bordejantes de abertura posterior utilizam o eixo terminal 
de dobradiça durante a reprodução desse movimento. Em RC, a 
mandíbula pode ser rotacionada em torno do eixo horizontal até uma 
distância de apenas 20 a 25 mm medida entre as bordas incisais dos 
incisivos superiores e inferiores. 
Nesse ponto de abertura, os ligamentos temporomandibulares 
estão de tal forma tensionados que após, a continuação da abertura 
resulta numa translação anterior e inferior dos côndilos. À medida que os 
côndilos transladam, o eixo de rotação da mandíbula passa para o corpo 
dos ramos, resultando no segundo estágio do movimento de abertura 
posterior bordejante. No segundo estágio, a abertura máxima é alcançada, 
e os ligamentos capsulares impedem movimentos adicionais dos 
côndilos. Essa abertura varia de 40 a 60 mm quando medida entre as 
bordas incisais dos dentes superiores e inferiores. 
 
2. Abertura Anterior 
Com a mandíbula totalmente aberta, o fechamento acompanhado 
pela contração dos pterigóideos laterais inferiores (que mantém os 
côndilos posicionados anteriormente) produzirá o movimento bordejante 
de fechamento anterior. Uma vez que a posição de protrusão máxima é 
determinada em parte pelos ligamentos estilomandibulares, conforme 
ocorre o fechamento, a tensão dos ligamentos produz um movimento 
posterior dos côndilos. O movimento posterior do côndilo a partir da 
posição de abertura máxima até a posição de protrusão máxima produz 
excentricidade no movimento anterior bordejante. 
 
3. Contato Superior 
O movimento bordejante de contato superior é determinado pelas 
características das superfícies oclusais dos dentes. Durante todo este 
movimento, o contato dentário está presente. Sua delineação precisa 
depende: (1) da diferença entre a RC e a máxima intercuspidação; (2) da 
angulação das vertentes das cúspides dos dentes posteriores; (3) da 
quantidade de traspasse vertical e horizontal dos dentes anteriores; (4) 
da morfologia palatina dos dentes anteriores superiores, e (5) das relações 
gerais interarco dos dentes. Uma vez que este movimento bordejante é 
unicamente determinado pelo dente, alterações nos dentes resultarão em 
mudanças na natureza do movimento bordejante. 
4. Funcional 
Os movimentos funcionais ocorrem durante a atividade fun- 
cional da mandíbula. Eles geralmente acontecem dentro dos movimentos 
bordejantes e por isso são considerados movimentos livres. A maioria das 
atividades funcionais requer intercuspidação máxima e, por isso, 
geralmente começa na MIH ou abaixo dela. Quando a mandíbula está em 
repouso, encontra-se localizada a aproximadamente 2 a 4 mm abaixo da 
MIH. Esta posição tem sido chamada de posição clínica de repouso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
2 
3 
4 
 
Plano Bordejante Horizontal e Movimentos Funcionais 
1. Bordejante lateral esquerdo 
2. Bordejante lateral esquerdo continuado com protrusão 
3. Bordejante lateral direito 
4. Bordejante lateral direito continuado com protrusão 
 
1. Lateral Esquerdo 
Com os côndilos na posição de RC, a contração do pterigóideo lateral 
inferior direito fará o côndilo direito se movimentar anterior e medialmente 
(também inferiormente). Se o pterigóideo lateral inferior esquerdo 
permanece relaxado, o côndilo esquerdo permanecerá posicionado em RC e 
o resultado será um movimento bordejante lateral esquerdo O côndilo 
esquerdo é conseqüentemente chamado de côndilo de rotação porque a 
mandíbula rotaciona em torno dele. O côndilo direito é chamado de côndilo 
orbitante porque ele orbita ao redor do côndilo de rotação. O côndilo 
esquerdo também é chamado de côndilo de trabalho porque ele está no lado 
de trabalho. Da mesma forma, o côndilo direito é chamado de côndilo de 
não-trabalho porque ele está localizado no lado de não-trabalho. 
2. Lateral Esquerdo com Protrusão 
Com a mandíbula na posição bordejante lateral esquerda, a contração do 
músculo pterigoideo lateral inferior esquerdo juntamente com a contração 
ininterrupta do músculo pterigoideo lateral inferior direito, levará o côndilo 
esquerdo a se movimentar anteriormente e para a direita. Como o côndilo 
direito já está na sua posição anterior máxima, o movimento do côndilo 
esquerdo até sua posição anterior máxima causará um desvio da linha média 
mandibular para coincidir com a linha média da face. 
3. Lateral Direito 
A contração do músculo pterigoideo lateral inferior esquerdo levará o 
côndilo esquerdo a mover-se anterior e medialmente (também 
inferiormente). Se o músculo pterigoideo lateral inferior direito permanece 
relaxado, o côndilo direito continuará na posição de RC. O movimento 
mandibular resultante será o bordejante lateral direito. O côndilo direito 
neste movimento é, consequentemente, chamado de côndilo de rotação, 
porque a mandíbula está girando em torno dele. O côndilo esquerdo durante 
este movimento é chamado de côndilo orbitante, porque ele está orbitando 
ao redor do côndilo de rotação. 
4. Lateral Direito com Protrusão 
Com a mandíbula na posição bordejante lateral direita, a contração do 
músculo pterigóideo lateral inferior direito, juntamente com a contração 
ininterrupta do pterigóideo lateral inferior esquerdo, fará o côndilo direito 
se movimentar para anterior e para a esquerda. Como o côndilo esquerdo já 
está na posição anterior máxima, o movimento do côndilo direito até a sua 
posição anterior máxima causará um desvio da linha média mandibular para 
coincidir com alinha média da face. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimentos Funcionais e Bordejantes Frontais (verticais) 
1. Bordejante superior lateral esquerdo 
2. Bordejante de abertura lateral esquerdo 
3. Bordejante superior lateral direito 
4. Bordejante de abertura lateral direito 
 
1. Superior Lateral Esquerdo 
Com a mandíbula na máxima intercuspidação, é realizado um movimento 
lateral para a esquerda. Um dispositivo de registro vai revelar um traçado 
côncavo inferior sendo gerado. A natureza precisa deste traçado é 
determinada primariamente pela morfologia e por relações interarco dos 
dentes superiores e inferiores que estão em contato durante este movimento. 
De influência secundária são as relações côndilo-disco-fossa e a morfologia 
do lado de rotação ou lado de trabalho da ATM. A extensão lateral máxima 
deste movimento é determinada pelos ligamentos da articulação em rotação. 
 
2. Abertura Lateral Esquerdo 
Um movimento de abertura da mandíbula produz um traçado convexo 
lateral. Ao se aproximar da abertura máxima, os ligamentos se retesam e 
produzem um movimento direcionado medialmente, que causa um retorno 
da linha média mandibular para coincidir com a linha média da face. 
 
3. Superior Lateral Direito 
Um movimento lateral é feito para a direita, que é semelhante ao 
movimento bordejante superior lateral esquerdo. Pequenas diferenças 
podem ocorrer devido aos contatos dentários envolvidos. 
 
4. Abertura Lateral Direito 
Um movimento de abertura da mandíbula produz um trajeto convexo 
lateral similar ao movimento de abertura esquerdo. Ao se aproximar da 
abertura máxima, os ligamentos se retesam e produzem um movimento 
direcionado medialmente, que leva a um retorno da linha média mandibular 
a coincidir com a linha média da face. 
 
Movimentos Funcionais 
Como nos outros planos, os movimentos funcionais no plano frontal 
começam e terminam na MIH. Durante a mastigação, a mandíbula desce 
diretamente para inferior até que se alcance a abertura desejada. Ela então 
se movimenta para o lado o qual o bolo alimentar se encontra e eleva-se. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PP: posição 
postural da 
mandíbula 
 
 
 
 
2.3) OCLUSÃO FUNCIONAL IDEAL 
 
 
Oclusão Dental 
Fechar firme, trazer os dentes inferiores em contato com os superiores 
de maneira estável. Refere-se a relação dos dentes superiores e inferiores 
quando em contato funcional durante a atividade mandibular. 
 
Fulcro 
Os dentes e ATM’s recebem uma carga de forças durante a mastigação. O 
fulcro é a alavanca que direciona essas forças. Os dentes posteriores têm uma 
maior relação com o fulcro que os anteriores. 
 
Oclusão Balanceada Bilateral (OBB): 
Contatos oclusais bilaterais e balanceados durante os movimentos de 
lateralidades e protrusão. (Próteses totais devem ter este tipo de oclusão). 
 
Oclusão Individual dinâmica (OID): 
 Pode ser chamada também de Oclusão Não-Balanceada (ONB), é obtida a 
partir de um funcionamento oclusal adaptável ao sistema estomatognático. Ela 
é individual para cada pessoa. Se as estruturas funcionam de forma eficiente e 
sem patologias, é considerada fisiológica e ideal. 
 
Oclusão Mutuamente Protegida (OMP): 
 A oclusão mutuamente protegida é uma relação de harmonia e proteção 
que os dentes anteriores e posteriores têm. Quando em MIH, os dentes 
posteriores protegem os dentes anteriores de forças direcionais oblíquas e 
recebem a maior carga axial. Quando em movimentos excêntricos laterotrusivos 
e protrusivos, os dentes anteriores protegem os posteriores de forças 
excêntricas horizontais e recebem tais forças, desocluindo os posteriores. 
 
Contato Excêntrico Unilateral: 
Contatos laterotrusivos e protrusivos em dentes anteriores. 
 
 
 
 
 
 
OBB 
OID/ONB 
Posição Músculo-Esquelética (PME): 
Cada articução possui sua posição ME estável. É a posição onde os 
músculos da mastigação vão estar mais estabilizados e confortáveis para agir, 
sem nenhum deslocamento que possam vir a causar hipoatividade ou 
hiperatividade muscular. 
O disco articular é composto de tecido conjuntivo denso fibroso 
desprovido de nervos e vasos (tendo apenas na sua porção retrodiscal), dessa 
forma, isso permite que ele sofra esforços durante os movimentos funcionais e 
se encaixe na posição ME ideal. Contudo, o disco não promove a estabilidade 
articular, ele possibilita o movimento que irá obtê-la. A estabilidade da ATM é 
alcançada por músculos, ligamentos e ossos que exercem força tracional e 
evitam o deslocamento da articulação. 
 
RC + MIH – Posição Articular Ortopedicamente Estável 
Côndilos estão numa posição superoanteriores na fossa articular, 
apoiados nas vertentes posteriores da eminência articular com os discos 
interpostos corretamente. 
Os músculos Masseter e Pterigoideo Medial exercem uma força direcional 
sobre a posição articular, o que induz a Posição ME estável. 
 
Carga Axial 
 Contatos dentários sobre as cúspides dentárias geram uma carga de força 
sobre o dente, sendo chamada de carga/força axial. 
 Tripodização: é um processo onde cada cúspide ao contatar a fossa 
oposta, estabelece três contatos ao redor da ponta de cúspide. 
 
Critérios para uma Oclusão Funcional Ideal 
- Contato homogêneo e simultâneo de todos os dentes com as cargas axiais 
- RC + MIH = Posição Articular Ortopedicamente Estável e Posição ME estável 
- Côndilos mandibulares em posição mais superoanterior, apoiados nas 
vertentes posteriores da eminência articular com os discos apropriadamente 
interpostos. 
- Contato cúspide-vestibular com cúspide vestibular no lado de trabalho 
- Os contatos laterotriusivos (tanto na guia canina quanto na função em grupo) 
devem fornecer guia adequada para desocluir os dentes do lado oposto (lado de 
não-trabalho) 
- Os contatos mediotrusivos no lado de balanceio podem ser destrutivos ao 
sistema mastigatório, podendo interromper ou até mesmo inibir os movimentos 
- Os ligamentos periodontais possuem proprioceptores e nociceptores 
- Os caninos são os mais adequados para receber essas forças nos movimentos 
excêntricos (Guia Canina) 
- Na guia anterior somente os dentes anteriores devem manter contato, 
desocluindo os posteriores e criando o Fenômeno de Christensen (Oclusão 
Mutuamente Protegida) 
 
 
 
 
3) BRUXISMO E EROSÃO DENTÁRIA 
 
 BRUXISMO 
O bruxismo é definido como uma atividade repetitiva dos músculos 
mastigatórios caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes. Tem duas 
manifestações distintas, bruxismo do sono são atividades musculares 
mastigatórias que ocorrem durante o sono (rítmico\não-rítmico) e bruxismo de 
vigília, caracterizado como apertamento dos dentes quando acordado. 
 
Classificação: 
O bruxismo é classificado como primário ou secundário. O bruxismo 
primário não está relacionado a nenhuma causa evidente, com evolução a partir 
do seu aparecimento na infância ou adolescência para a idade adulta. Já o 
bruxismo secundário está associado com transtornos neurológicos, como na 
doença de Parkinson; psiquiátrico, nos casos de depressão; outros transtornos 
do sono, como a apneia; e uso de drogas, como as anfetaminas. 
O bruxismo pode também ser discernido como Bruxismo do Sono e 
Bruxismo da Vigília. O bruxismo da Vigília é caracterizado por uma atividade 
semivoluntária da mandíbula, de apertar os dentes enquanto o indivíduo se 
encontra acordado, onde geralmente não ocorre o ranger de dentes, e está 
relacionado a um tique ou hábito. O bruxismo do Sono é uma atividade 
inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o 
indivíduo encontra-se dormindo. 
Outra classificação separa o Bruxismo em Cêntrico e Excêntrico. Bruxismo 
cêntrico se caracteriza pela instabilidade imediata da oclusão cêntrica ou relação 
cêntrica, unido à uma contraçãomuscular isométrica. No bruxismo excêntrico 
ocorrem interferências excêntricas, ou seja, de rangimento (deslizamento) – 
lateralidade ou látero-protrusão, com uma contração muscular isométrica e 
isotônica. 
 
Sinais e Sintomas: 
Sinais Clínicos: Facetas de desgaste – coincidentes; Desgastes severos até 
quase total desgaste dentário; Lesões cervicais não cariosas; Fratura dos dentes 
e restaurações; Fratura radicular; DTM; Hipertrofia muscular e falta de 
relaxamento reflexo; Contração espontânea da musculatura facial; Limitações de 
movimentos mandibulares, abertura bucal, protrusão → trismo; Sons ATM; 
Desvios mandibulares; Traumas de mucosa jugal, língua e lábios; Perda de DVO; 
Intrusão e extrusão dentária; Injúrias periodontais – recessão, bolsas; Mobilidade 
dentária; Assimetria de face. 
Sinais Radiográficos: •Alterações da lâmina dura; Aumento do espaço de 
lig. Periodontal; Aumento do trabeculado ósseo; Rarefação do osso alveolar e 
crista alveolar; Exostoses alveolares; Hipercementoses; Reabsorção radicular; 
radio luminescência apical – indicando necrose pulpar. 
Sintomas: Neuromusculares; Dores de cabeça crônicas e recorrentes – 
região de feixe anterior do temporal – início e final do dia; Cansaço e dores 
musculares, Miosites; Espasmos musculares Desconforto na mastigação; 
Travamento da musculatura mastigatória; Dor à palpação; Dor e rigidez cervical; 
Dor na ATM; Zumbido, vertigem, surdez, edema; Dor e sensação de 
tamponamento do ouvido; Dor à palpação auricular; Ruídos oclusais audíveis; 
Sensação de prurido; Desejo de apertar os dentes; Hipersensibilidade dentinária 
(fratura de prismas de esmalte) a estímulos termoelétricos; Dor periodontal; Dor 
pulpar, pulpite e necrose pulpar; Sensibilidade radicular; Tendências a morder 
lábios e bochechas. 
 
Diagnóstico: 
O diagnóstico do bruxismo é baseado no relato de ranger de dentes 
ocorrido durante o sono associado a dor ou tensão nos músculos da face ao 
acordar. O desgaste anormal dos dentes e a hipertrofia do masseter são sinais 
que ajudam no diagnóstico. Relatos do próprio paciente ou de familiares são 
primordiais no diagnóstico. Pode ser realizado de duas formas: Clinicamente ou 
com avaliação aprimorada em uma Polissonografia. 
 
Tratamento: 
Não existe cura ou tratamento específico para o bruxismo, contudo existe 
controle eficaz do bruxismo. Uma assistência multiprofissional pode propor 
diferentes linhas de tratamentos: I Abordagem comportamental visando 
abranger os aspectos psicossociais, II Abordagem farmacológica, III Abordagem 
dentária reversível e não invasiva, IV Abordagem dentária irreversível quando 
existir indicação para reabilitação funcional da oclusão. 
I) Abordagem comportamental visando abranger os aspectos 
psicossociais: É multidisciplinar, busca a identificação de sinais de estresse, 
limitação do uso de estimulantes, abordagens terapêuticas cognitivo-
comportamentais, identificação dos hábitos e uma mudança comportamental, e 
tratamento psicológico profissional. 
II) Abordagem farmacológica: Uso de drogas agonistas da dopamina – 
ação motora no sono; Uso Benzodiazepínicos por curta duração – qualidade do 
sono (Ex: Midazolan); Terapia com medicação antidepressiva; e Toxina 
Botulínica; 
III) Abordagem dentária reversível e não invasiva: baseado nos ajustes 
oclusais, restauração da superfície dentária, tratamento ortodôntico e placas 
oclusais miorrelaxantes. 
IV) Abordagem dentária irreversível quando existir indicação para 
reabilitação funcional da oclusão: Procedimentos reabilitadores invasivos. 
O Controle do bruxismo exige atendimento multidisciplinar: odontólogo; 
médico; psicólogo; fisioterapeuta e fonoaudiólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EROSÃO DENTÁRIA 
A erosão é uma patologia dental, atinge todas as faixas etárias. É a perda 
dos tecidos duros dentais através de processo químico que não envolve 
bactérias. Patologia destrutiva, lenta, gradual, progressiva e irreversível, de 
origem multifatorial. Ácidos e produtos quelantes levam ao amolecimento da 
superfície dental e baixa resistência ao desgaste. 
 
Agentes Etiológicos Intrínsecos 
- Distúrbios gástricos 
- Bulimia nervosa – sensação de culpa leva a provocar vômitos 
- Transtornos alimentares decorrentes de quadros psiquiátricos – anorexia 
nervosa. 
 
Agentes etiológicos extrínsecos 
- Frutas cítricas 
- Bebidas carbonadas 
- Dietas lacto vegetariana 
- Chás cítricos 
- Vinhos, vinagres, etc. 
- Medicamentos diversos – ácidos 
- Clareadores em excesso 
 
Características clínicas da erosão dental 
- Perda do brilho do esmalte 
- Perda do contorno dos dentes hígidos 
- Restaurações de amalgamas salientes com aspecto de ilhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento: 
O esmalte é uma estrutura não vital, sendo assim, a prevenção é o ideal. 
Dessa forma, ele pode até sofrer remineralização, porém não retornando à forma 
original perdida. Sendo assim, o tratamento deve ser feito a partir de: 
- Identificação correta e controle do agente etiológico, considerando-se a 
importância de um trabalho multiprofissional. 
- Aconselhamento dietético: restrição do consumo de bebidas e alimentos 
ácidos às principais refeições; bebidas ácidas devem ser deglutidas rapidamente; 
finalizar as refeições com alimentos neutros ou realizar bochechos com 
soluções neutras logo após as refeições. 
- Não escovar os dentes imediatamente após ingestão alimentos ou 
produtos ácidos; antes da escovação devem ser feitos bochechos com agua ou 
solução fluoretada para diluir os ácidos e diminuir a acidez da cavidade bucal, 
minimizando os danos causados pela desmineralização do esmalte. 
- A adoção de medidas que estimulam o fluxo salivar tendem a aumentar 
a capacidade de tamponamento dos ácidos e favorecer o processo de 
remineralização. 
- A utilização tópica de fluoretos neutros, em altas concentrações, causa 
o reendurecimento da camada de superfície que se encontra amolecida e confere 
ao esmalte dental maior resistência à dissolução ácida. depósito de fluoreto de 
cálcio é cerca de duas vezes maior em esmalte erosionado do que em esmalte 
sadio. 
- Aumentar a capacidade tampão da saliva, através do uso de dentifrícios 
ou bochechos com soluções contendo bicarbonatos, de gomas de marcar com 
produtos que induzam as bactérias orais a produzir amônia, ou chupar pastilhas 
antiácidas (sem açúcar). 
- Pacientes com regurgitações ou vômitos, ou que consumam grandes 
quantidades de alimentos ou bebidas ácidas nao devem escovar os dentes 
imediatamente após estes episódios, devem usar escova macia, dentifrício de 
baixa abrasividade, que contenham fluoretos e bicarbonatos, associadas a uma 
técnica adequada de higiene bucal. 
- O selamento de lesões de erosão iniciais, através de selantes ou 
restaurações com resina, tem como finalidade proteger o esmalte de novos 
episódios de exposição a ácidos e de desgastes mecânicos. 
- A sensibilidade dentinária pode ser tratada através de bochechos com 
solução de fluoreto de sódio a 0,05%, numa frequência de 2 a 3 vezes ao dia. 
- Tratamentos conservadores incluem a reabilitação oral, através de ajuste 
oclusal, restabelecimento do espaço interdental perdido devido aos desgastes 
do esmalte e a restauração de dentes erosionados com resina composta. 
- Quadros de erosão dental moderados ou severos requerem tratamentos 
mais complexos com reconstrução coronária através de procedimentos 
restauradores muitas vezes radicais, de longa duração e de alto custo para 
paciente, como é o caso das próteses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) PRÁTICAS EM OCLUSÃO 
 
4.1) MOLDAGEM EM ODONTOLOGIA: CONCEITOS, MOLDEIRAS, 
MOLDAGEM EM ODONTOLOGIA E CONFECÇÃO DOS MODELOS DE 
GESSO 
 
Requisitos de um material de moldagem 
- Ter fluidez necessária para se adaptar aos tecidos bucais 
- Ter viscosidade para ficar retidona moldeira 
- Tempo de trabalho “adequado” para moldar no tempo correto 
- Não distorcer ou rasgar quando removido da boca 
- Manter estabilidade dimensional 
 
Conceitos em Moldagem 
- Moldagem: Ato de realizar a moldagem 
- Moldeira: Objeto/Recipiente que se utiliza para realizar o ato 
- Molde: Após retirar da boca do paciente, tem-se o molde superficial do 
paciente. 
- Modelo de trabalho: um modelo final pronto para se desenvolver o trabalho. 
- Troquel: Seccionamento do modelo (dentes por dentes) 
 
*Moldeira individual: Feita sobre o modelo de estudo do paciente com resina + 
pasta zinco-enólica (PZOE) 
 
Classificação dos Materiais 
- Elasticidade: Elásticos e Anelásticos 
- Tipo de Reação: Reversíveis (Reações físicas – ex: Godiva) e irreversíveis 
(Reações químicas – Ex: Alginato). 
 
Elásticos: 
 Reação química: alginato e elastômeros (silicones) 
 Reação física: hidrocolóides reversíveis (em desuso) 
Anelásticos: 
 Reação química: Pasta ZOE e Gesso (em desuso) 
 Reação física: Godiva e Cera de abelha (em desuso) 
 
TÉCNICA DE MOLDAGEM: 
 
Preparo da moldeira: 
Inicialmente deve-se posicionar o paciente na cadeira odontológica de tal 
forma que o arco dentário a ser moldado fique paralelo ao piso, e antes da 
moldagem fazer cuidadosa limpeza da boca. 
 
1) Selecionar a moldeira tomando como referência um espaço livre de 3 mm 
entre ela e os tecidos do arco a ser moldado. Se a moldeira selecionada 
não envolver toda a superfície, deve ser conformada utilizando cera 
utilidade ou cera periférica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Escolher o tamanho da moldeira de acordo com o tamanho da arcada 
dentária. 
3) Verificar a altura do rebordo, se necessário acrescentar cera utilidade 
(Cera Utilidade ou cera periférica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Selecionar o alginato e fazer medição de água/pó de acordo com as 
instruções do fabricante. 
 
 
PRÁTICA DE MOLDAGEM E CONFECÇÃO DO MODELO DE ESTUDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiramente levar 2 ou 3 medidas de água à cuba de borracha 
(dependendo da quantidade necessária), dependendo da moldeira que se vai 
utilizar. Acrescentar o pó sobre a água, e em seguida espatular durante 30 a 45 
OBS: Alguns autores sugerem que a 
quantidade de água pode ser ligeiramente 
reduzida, visando aumentar a resistência e 
reduzir o tempo de permanência do 
material na boca, contudo, isso pode 
resultar em alteração das propriedades do 
alginato. 
segundos, até que a mistura fique uniforme, lisa e cremosa, sempre 
pressionando o material contra as paredes da cubeta com uso da espátula, 
tentando romper as bolhas de ar que se formam (Espatulação). 
5) Colocar o alginato espatulado na moldeira previamente selecionada, e antes 
de sua inserção na boca do paciente, passar alginato na superfície oclusal e 
espaços interproximais dos dentes a serem moldados, com o auxílio do dedo 
indicador. Tal procedimento evitará bolhas sobre estas superfícies. 
6) Posicionar a moldeira na boca do paciente entre o estágio de escoamento e 
viscosidade, alinhando a parte central de seu cabo com a linha média da face do 
paciente e fazendo ligeira compressão contra a superfície que se está moldando, 
porém, sem permitir que a moldeira toque os dentes ou superfícies. 
7) Manter a moldeira imóvel, até que ocorra a completa geleificação do alginato 
quando, então, remove-se a moldeira. Caso haja tolerância por parte do paciente, 
é recomendável aguardar mais 3 ou 4 minutos após esta geleificação, visando 
maior resistência e consequentemente menor deformação e rasgamento. 
8) Remover a moldeira num só golpe, no sentido paralelo ao longo eixo da face, 
sem movimentos laterais, lavá-la em água corrente e escorrer completamente. 
9) Liberar a moldeira de toda a saliva e eventual sangue, lavando molde em água 
corrente e secando-o. Em seguida borrifar hipoclorito de sódio a 1%, aguardar 
10 minutos e lavar em água corrente rapidamente para remover o excesso do 
hipoclorito ou lavar com água gessada. Secar e preencher o molde com o gesso 
preparado, segundo a descrição a seguir: 
 
Técnica para manipulação do gesso e preenchimento da moldagem 
Para manipulação do gesso, inicia-se fazendo a relação água/pó (A/P): 
A proporção é feita em peso (100 gramas) do pó e em volume (ml) da água, sendo 
variável quanto ao tipo de gesso, dentro das seguintes médias: 
• Gesso Comum: A/P 0,5% - 50 ml de água para 100g. de gesso. 
• Gesso Pedra: A/P 0,3% - 30 ml de água para 100g. de gesso. 
• Gesso Especial: A/P 02% - 20 ml de água para 100 g de gesso. 
 
Espatulação 
Deve ser vigorosa por aproximadamente 45 segundos, tempo suficiente 
para incorporar todo o pó ao líquido, obtendo uma massa cremosa e homogênea. 
Reação de presa (água + pó): Imediatamente depois de colocado o pó 
sobre a água na cubeta de borracha, tão logo suas partículas começam a ser 
embebidas pela água, inicia-se o processo de transformação de hemihidrato de 
sulfato de cálcio em dihidrato de sulfato de cálcio que se caracteriza pela 
formação de cristais (esferulitas) que vão se compactando, até formar uma 
massa rígida, produzida pela reação de presa (endurecimento). Durante esta 
reação, ocorre a exotermia de presa ou desprendimento de calor (presa inicial) e 
posteriormente, sua dissipação (presa final). 
 
Resistência: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desinfecção dos moldes 
- Lavar com água corrente 
- Remover o excesso de água 
- Borrifar Hipoclorito de Sódio a 1% (por 10min) 
- Remover o excesso com água 
- Retirar a água com um lenço 
- Conservar em uma câmara úmida por 10min 
 
Preenchimento do molde 
Remover toda a saliva e eventual sangue do molde, lavando-o em água 
corrente e secando-o em seguida. Após a desinfecção, preencher a área lingual 
do molde inferior, pode-se utilizar toalha de papel umedecida, porção de 
alginato manipulado e adaptado com o dedo. Proporcionar o gesso pedra e a 
água, seguindo a orientação do fabricante (empeso para o pó e volume para a 
água). Colocar primeiro a água na cubeta e em seguida o pó. Após espatulado, 
proceder ao vazamento do gesso com auxílio de um pincel ou espátula 7 ou 31. 
 
Escoamento do Gesso e Obtenção do Modelo de Gesso 
Alguns autores recomendam que se comece sempre o escoamento pelas 
extremidades posteriores do molde, em pequenas porções (utilizando espátula 
7 ou 31) e sob vibração, permitindo que o gesso preencha inicialmente as áreas 
mais profundas do molde (superfícies oclusais e/ou incisais dos dentes 
moldados), até completar totalmente o preenchimento. Deixar o conjunto 
molde/modelo descansar até a presa final. 
Nunca antes de 30 minutos e sem que passe de 60 minutos após o término do 
vazamento, remover o modelo do molde com movimento no sentido do longo 
eixo dos dentes, evitando fraturas dos mesmos. 
 
A resistência final dos modelos de gesso é 
maior para os de partículas menores e que 
requerem menos água para sua espatulação 
(Tipo IV e V) e proporcionalmente menor para 
os de partículas maiores e esponjosas (Gesso 
Comum). A água ainda contida no modelo após 
sua presa final (presa úmida), o torna menos 
resistente, do que horas após a secagem total. 
Isto confere aos gessos resistência úmida e 
resistência seca. A resistência seca é o dobro 
da resistência úmida e é obtida após 
aproximadamente 24 horas em condições 
ambientais normais, quando todo o conteúdo 
de água retida é totalmente perdido. Este fator 
é de considerável importância, principalmente 
quando se trata de um modelo de trabalho 
com troquéis para confecção de próteses 
fixas. 
 
OBS: procurar sentir se já ocorreu a reação exotérmica e se o gesso já tende a 
temperatura ambiente. 
Em seguida, recortar o modelo com o uso de recortador de gesso, 
removendo os excessos, nivelando as bases e aparando as bordas de contorno 
vestibular e posterior. Proceder a avaliação dos modelos, fazendo ajustese 
removendo as pequenas bolhas que possam interferir no plano oclusal durante 
a articulação dos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2) MATERIAIS DE MOLDAGEM: GESSO E ALGINATO 
 
GESSOS ODONTOLÓGICOS 
São originados da Gipsita. Altamente usados na Odontologia para confecção de 
modelos e na composição de alginatos. 
 
Produtos do Gesso: 
Sulfato de Cálcio é o principal componente; Sulfato de Cálcio hemi-hidrato 
(CaSO4 ½ H20) 
 
Composição: 
- Sulfato de Cálcio hemi-hidratado 
- Substâncias que alteram o tempo de presa 
- Sulfato de Potássio (acelera o processo de Cristalização) 
 
Classificação: 
- Tipo I: Moldagem 
- Tipo II: Comum 
- Tipo III: Pedra 
- Tipo IV: Pedra Especial (Baixa Expansão) 
- Tipo V: Pedra Especial (Alta expansão) 
 
Indicações: 
I: Atualmente em desuso, era utilizado em moldagem. 
II: Gesso para modelos de estudo e planejamento, preenchimento de muflas, 
modelos preliminares em PT, fixação de modelo em articulador 
III: Gesso para montagem em articulador de alta precisão, modelos para 
confecção de aparelhos ortodônticos, placas de clareamento e interoclusais. 
IV: Gesso para confecção de troqueis nos quais serão realizados enceramentos 
para confecção de trabalhos cerâmicos e metalocerâmicos. Confecção de 
próteses e pinos fundidos. 
V: Gesso para fundição de ligas com alta contração de solidificação. 
 
Reação química: 
- Cristalização 
- Exotérmica 
- Água + Cálcio e Sulfa 
 
Expansão de Presa 
- Com a reação de presa ocorre uma expansão linear (0,2 a 0,4%) 
- Ocorre pelo choque dos cristais na expansão 
- Forma um espaço intercristais que torna o gesso poroso. 
 
- Tipo II: 0,2-0,3% 
- Tipo III: 0,08-0,1% 
- Tipo IV: 0,05-0,07% 
- Tipo V: 0,30% 
 
Relação Água/Pó 
- Tipo II: 0,45-0,5% - mais frágil 
- Tipo III: 0,28-0,3% 
- Tipo IV: 0,22-0,24% - mais rígido 
- Tipo V: 0,18-0,22% - muito rígido, porém expande e se fragiliza mais. 
 
ALGINATOS 
É o hidrocolóide irreversível mais usado para moldagem. 
 
Composição: 
- Alginato de Sódio – 18% 
- Sulfato de cálcio (reagente) – 15% 
- Sulfato trissódico – 2% 
- Diatomita e óxido de zinco – 60% 
- Fluoreto de Potássio e titânio endurecedor de gesso 
- Clorexidina 
- Glicol orgânico 8% 
- Aromatizantes 
 
 
 
Propriedades 
- Tipo I – 1 a 2min 
- Tipo II – 2 a 4,5min 
 
Obs: o tempo vai depender da proporção água/pó e da temperatura da água. 
Se alterada a proporção, será alterada o tempo de geleificação comprometendo 
as propriedades do produto. Pode-se alterar levemente a temperatura da água. 
Se colocar a água sobre o pó formam-se bolhas de ar. 
 
Indicações: 
- Moldagens para obter modelos de estudo e confecção de moldeiras individuais. 
- Moldagens para confecção de modelos de trabalho para PT, PPR e PF. 
- Cada marca vem com uma colher medidora 
 
Manipulação: 
- SEMPRE dispensar o pó sobre a água destilada 
- Manipular alternando os movimentos 
- Pressionar contra as paredes para romper bolhas de ar 
OBS: preencher a moldeira deslizando a espátula na moldeira; passar um dedo 
molhado para deixar mais liso; colocar a moldeira + alginato na boca do paciente 
e puxar os lábios para fora e empurra a moldeira levemente e encaixando nas 
estruturas anatômicas 
Resistência mecânica: 
Resistência mecânica: Tende ao rasgamento se a espessura for menor que 3mm 
Viscoelasticidade: Pouca aderência aos tecidos moles e pode ser removido em 
golpe único 
Reprodução de detalhes: Não é tão preciso quanto o silicone 
Estabilidade dimensional: Pode sofrer sinérese (perda de água) e embebição 
(ganho de água) 
Cuidados no uso: - instrumental limpal, não deixar alginato ou gesso muito 
tempo no molde. 
 
OBS: Se o alginato sair da moldeira, faça de novo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3) ARTICULADORES: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; ELEMENTOS 
CONSTITUINTES E ACESSÓRIOS DOS ARTICULADORES, POSIÇÕES E 
MOVIMENTOS MANDIBULARES, RELAÇÕES MAXILO-MANDIBULARES; 
REGISTROS INTEROCLUSAIS; MONTAGEM DOS MODELOS SUPERIOR E 
INFERIOR EM ASA. 
 
Conceito 
Ortega (1987) define o articulador como “um engenho mecânico, utilizado 
para elaborar os aparelhos protéticos em harmonia com a fisiologia muscular, 
com a anatomia e funções das ATMs, e ainda são utilizados para diagnóstico e 
planejamento de um caso clínico. 
 
Classificação 
1. Articuladores Não Ajustáveis – ANA 
2. 2. Articuladores Totalmente Ajustáveis – ATA 
3. 3. Articuladores Semi-ajustáveis – ASA 
• Arcon – esferas condilares no ramo inferior 
• Não-Arcon – esferas condilares no ramo superior 
 
ANA 
- Tipo charneira 
- Oclusor 
- Duas pontas 
- Pouca capacidade em reproduzir movimentos e condições da boca 
 
Vantagens do ANA 
• Baixo custo 
• Simples manuseio 
 
Desvantagens do ANA 
• Simples movimento de abertura e fechamento em torno de um eixo 
• Articulações (“ATM”) Muito próximas do plano oclusal 
• Ligeiramente acima do plano de oclusão 
• Arcos de movimentos diferentes 
 
ATA 
- Baseado nos conceitos da gnatologia (ciência do sistema mastigatório) 
- Considera fundamental a reprodução de todos os movimentos para a confecção 
de próteses 
 
Vantagens do ATA 
- Mecanismo condilar ajustável nos 3 planos 
- Bennett, dist. Intercondilar e mesas incisais ajustaveis 
- Conseguem reproduzir todos os chamados determinantes da morfologia 
oclusal 
 
Desvantagens do ATA 
- Difícil manuseio 
- Alto custo 
ASA 
É o articulador mais acessível tendo em vista o custo-benefício. 
 
Vantagens do ASA 
- Permitem valores médios preestabelecidos para: 
• Guia condiliana – 30° 
• Ângulo de Bennett – 15° 
• Pode ser individualizado 
• É o instrumento de eleição 
- Pode-se alcançar alto grau de acuidade 
• Reprodução satisfatória dos movimentos 
• Relações dentais bem estabelecidas 
 
Ângulo de Bennett: 
Ângulo de Bennett é o ângulo formado pela trajetória de avanço do 
côndilo do lado de balanceio com o plano sagital, durante o movimento 
excursivo lateral mandibular, visto no plano horizontal. 
Tem em média 15 graus. Durante esse deslocamento, o côndilo se 
movimenta para frente, para baixo e para dentro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inclinação da Guia Condiliana 
É dado pelo movimento anterior do côndilo de balanceio, durante o movimento 
de lateralidade ou na protrusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Frankfurt: 
É um plano horizontal perpendicular aos planos frontal (coronal) e 
sagital, que vai da borda inferior das órbitas ao teto dos poros acústicos 
externos, dividindo a cabeça em partes superior e inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Camper: 
Linha de Camper é uma linha imaginária que vai da borda inferior da asa 
do nariz a algum ponto definido do trágus, na orelha, geralmente a ponta dele. 
É utilizada frequentemente, com um terceiro ponto no trágus oponente, com o 
objetivo de estabelecer o plano de Camper. Idealmente, o plano de Camper é 
considerado paralelo ao plano oclusal. Tem um ângulo de aproximadamente 10° 
em relação ao plano horizontal de Frankfurt, quando observado do plano sagital 
médio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos Constituintes do ASA 
- Ramo Superior 
- Ramo Inferior 
- Arco Facial 
- Relator Násio 
- Garfo de Mordida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramo Superior 
- Fixação da haste incisal 
- Fixação da placa de montagem superior 
- Caixa glenóide 
- Aletas para ângulo de Bennett 
 
Ramo Inferior 
- Encaixe para mesa incisal 
- Placa de montagem inferior 
- Esferas condilares na posições S M L 
 
Arco Facial 
- Importante acessório para montagem do 
modelo superior 
- Distância intercondilar 
- Articula com o garfo de mordida 
 
 
 
Relator Násio 
- Estabiliza o arco 
- Terceiro ponto de referência entre o 
plano de oclusão e o eixo de rotação dos côndilos

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