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Morfofisiologia e Semiotécnica do Joelho

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Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO 
MORFOFISOLOGIA DO JOELHO: 
O joelho é uma articulação sinovial 
(delimitada por uma cápsula de ligamentos e 
preenchida por líquido) de tipo gínglimo, ou 
seja, capaz de realizar movimentos de 
extensão e flexão da perna. 
Essa também é a maior e mais 
superficial articulação do organismo, 
frequentemente lesionada em 
esportes com alto contato físico. 
As relações entre o joelho e os ossos 
adjacentes é complexa, havendo três 
“subarticulações” que compõem sua 
estrutura, a saber: 
 Duas articulações femorotibiais (lateral 
e medial, associadas aos côndilos do 
fêmur): se movimentam em flexão, 
extensão e rotação externa/interna, ou 
seja, agindo como dobradiça e pivô; 
 Uma articulação femoropatelar 
(encontra-se entre a patela e o fêmur): 
promove o deslizamento (craniocaudal e 
látero-lateral) entre a patela e o fêmur. 
 
Articulações que compõem o joelho 
As estruturas mais importantes para a 
manutenção da integridade funcional do 
joelho são os ligamentos cruzados (anterior 
e posterior), auxiliados pelos ligamentos 
colaterais (lateral e medial), e os meniscos 
(lateral e medial), todos eles inseridos na 
articulação femorotibial. 
O ligamento cruzado anterior (LCA) é o 
mais forte, tendo como função limitar a 
hiperextensão do joelho, ao passo que o 
ligamento cruzado posterior (LCP) 
controla a hiperflexão articular. 
Os ligamentos colaterais, por sua 
vez, reforçam a estabilidade ao 
impedir desvios em valgo (colateral 
medial) e varo (colateral lateral). 
Os meniscos, “coxins” fixados ao platô 
tibial, apresentam como função principal a 
“adaptação” da superfície da tíbia, criando 
pontos de ancoragem para os côndilos 
femorais. 
Por serem formados por tecido 
fibrocartilaginoso, esses 
componentes também apresentam 
elevada resistência a cargas axiais, 
minimizando o efeito de impactos ao 
joelho. 
 
Disposição dos ligamentos do joelho 
Mecanicamente, o joelho é uma articulação 
fraca, tendo sua estabilidade dinâmica 
Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO 
garantida pela força de músculos e 
tendões que se inserem na região, bem 
como pelos já citados ligamentos que 
conectam o fêmur e a tíbia. 
O músculo de maior importância 
nesse processo é o quadríceps 
femoral, especialmente as fibras dos 
vastos lateral e medial. 
 
Estruturas que compõem e estabilizam a articulação 
o joelho 
 
 
 
EXAME FÍSICO DO JOELHO: 
A avaliação física do joelho se inicia pela 
inspeção, na qual se identificam alterações 
de alinhamento (análise do ângulo Q, entre 
a espinha ilíaca anteroposterior e o tendão 
patelar), além de edema, derrame articular e 
equimoses. 
 
Determinação do alinhamento do joelho 
A análise da mobilidade articular é testada 
incialmente de forma ativa, identificando a 
amplitude da extensão, flexão e rotação, 
além da presença de dor ou outras 
limitações. 
Testes passivos são realizados por 
meio da mobilização da patela, com 
o intuito de observar rotações 
excessivas, encurtamentos 
musculares na coxa ou bloqueios 
articulares. 
A palpação, por sua vez, busca por pontos 
dolorosos, crepitações, derrames ou 
tumorações (ex.: cisto de Baker), detectáveis 
não só na área peripatelar, como também 
na região poplítea. 
 
Presença de cisto de Baker (formado por líquido 
sinovial), achado comum na região poplítea 
No seguimento do exame físico ortopédico, 
alguns testes especiais são direcionados a 
patologias específicas do joelho, a saber: 
LESÃO MENISCAL: 
O sinal mais comum durante a avaliação é a 
dor localizada na Interlinha medial/lateral, 
principalmente na região posterior, podendo 
ou não ser acompanhada por estalidos e 
cliques durante a palpação. 
 Teste de Bragard: evidencia aumento 
da sensibilidade à palpação da 
Interlinha articular após movimentação 
passiva, partindo de flexão e rotação 
O joelho é mais estável quando estendido 
em posição ereta, na qual há tensão 
ligamentar máxima e imobilização dos 
ligamentos 
Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO 
interna para uma posição de extensão e 
rotação externa; 
 
Realização do teste de Bragard 
 Teste de McMurray: desencadeia um 
“clique” palpável na Interlinha articular, 
indicando lesão de menisco medial 
quando isso ocorre após a rotação 
externa e extensão da tíbia, e do 
menisco lateral com o movimento 
inverso (rotação interna); 
 
Posicionamento do paciente e examinador durante o 
teste de McMurray 
 Teste de Apley: é executado em dois 
tempos, com o paciente em decúbito 
ventral. Na primeira etapa, o joelho está 
posicionado em 90°, e se aplica uma 
força de compressão para baixo, 
rotacionando gradualmente o pé. Se a 
dor ocorrer em rotação externa, a área 
afetada é de menisco medial, e vice-
versa. 
No segundo momento, o teste é 
repetido, desta vez com a aplicação de 
força de tração sobre o tornozelo, 
enquanto a coxa é mantida fixa na mesa. 
Se o desconforto regredir, a suspeita de 
dano meniscal é favorecida. 
 
Processo de realização do teste de Apley 
 Marcha do pato: o paciente é colocado 
agachado, caminhando nessa posição 
de forma a aumentar a compressão na 
porção posterior do menisco medial, 
induzindo dor; 
 
Posição do paciente durante o teste da marcha do 
pato 
 Teste de Steinmann: o paciente fica 
sentado, com a perna pendente e o 
joelho em 90°. O pé é segurado 
enquanto rotações bruscas são feitas. 
O resultado é positivo na presença de 
desconforto (menisco medial durante a 
rotação externa e lateral na interna). 
 
Realização da primeira etapa do teste de Steinmann 
Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO 
Numa segunda etapa, é realizada flexão 
gradual da perna, havendo deslocamento 
posterior da dor numa lesão meniscal. 
 Manobra de Moragas: é usada na 
avaliação do menisco lateral, 
colocando-se o paciente em decúbito 
dorsal, com joelho fletido em 90° e 
quadril em abdução e rotação externa, 
forçando o varismo para tencionar o 
ligamento colateral lateral e liberar a 
palpação do menisco. 
Se houver dor a qualquer ponto 
dessa estrutura, o teste é positivo 
 
Execução da Manobra de Morgas 
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO: 
Nesse quadro, o paciente costuma referir 
estalido audível seguido por dor intensa e 
dificuldade para caminhar, decorrente de 
derrame articular variável. 
 Teste de Lachman: o indivíduo é 
posicionado em decúbito dorsal, com o 
joelho fletido em 30°. O examinador 
segura firmemente o terço distal da 
coxa e, com a outra mão, aplica força 
em sentido anterior na porção proximal 
da tíbia, sendo que a movimentação do 
osso indica frouxidão do LCA; 
 
Alteração sugestiva de lesão do LCA (anteriorização 
da tíbia) no teste de Lachman 
 
 
 
 Teste da gaveta anterior: o paciente 
encontra-se deitado, com o joelho fletido 
em 90°, enquanto o médico se senta 
sobre o pé deste como forma de apoio. É 
feita tração para a frente com ambas as 
mãos na porção proximal da tíbia, 
avaliando seu movimento sobre o 
fêmur, sendo que a anteriorização 
óssea sugere acometimento do LCA. 
 
Realização e resultados do teste da gaveta anterior 
 
 
 
Quando realizada com a perna em rotação 
externa, essa manobra pode acusar 
comprometimento do complexo ligamentar 
medial, ao passo que alterações durante a 
rotação interna, a área afetada é a lateral. 
 Jerk test (teste do ressalto): é realizado 
a partir da mobilização do joelho de uma 
posição inicial de 45° para extensão, 
enquanto se aplicam forças de rotação. 
A subluxação anterolateral da tíbia, 
identificável pela presença de um 
“tranco”, sugere frouxidão do LCA. 
Esse teste apresenta elevada 
especificidade para a ruptura de LCA, 
podendo ser realizado na fase aguda desse 
quadro 
A aplicação de força no sentido oposto 
permite testar a gaveta posterior, 
apontando a ocorrência de lesões ao LCP 
Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃOE APREENSÃO 
 
Etapas de condução do jerk test 
 Pivot-shift: considerada, quando 
positiva, como patognomônica de lesão 
do LCA, é uma manobra “oposta” ao 
teste anterior, iniciada com o joelho 
estendido, tendo como objetivo a flexão 
articular com rotação interna da tíbia. 
Ao ultrapassar 30-50°, há um “clique” que 
sugere redução da tíbia em relação ao 
fêmur. 
 
Passo-a-passo da realização do teste pivot-shift 
 Teste de Godfrey: o paciente é 
posicionado com ambos os joelhos em 
flexão de 90°, enquanto o examinador 
segura os calcanhares. A presença de 
queda da tíbia (sulco) indica 
comprometimento do LCP ou do 
complexo posterolateral; 
 
Sulco indicativo de lesão de LCP no teste de Godfrey 
 Estresse em varo e valgo: o examinador 
promove a abdução (varo) ou adução 
(valgo) da perna enquanto segura o pé 
do paciente com uma das mãos e a face 
medial do joelho com a outra. 
No primeiro cenário, a abertura 
excessiva da interlinha articular lateral 
sugere dano ao ligamento colateral 
lateral, ao passo que na última variação, 
o deslocamento da interlinha medial 
indica lesão do ligamento colateral 
medial e, possivelmente do LCA e 
cápsula posterior, se o exame foi 
realizado com a perna em extensão. 
 
Execução do teste de estresse em varo (esq.) e 
valgo (dir.) 
EXAMES COMPLEMENTARES E DE IMAGEM: 
Quando necessária, a solicitação de 
radiografias deve ser sempre bilateral, de 
forma a permitir comparações entre ambos 
os joelhos. As incidências mais usadas são 
a AP (suspeita de artrose ou outros desvios 
angulares) e perfil (avaliação do 
posicionamento patelar). 
Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO 
É possível usar as manobras de 
estresse em varo e valgo com o 
intuito de mensurar 
quantitativamente a frouxidão dos 
ligamentos. 
 
Radiografia bilateral com estresse em varo, com 
setas apontando o espaço articular lateral 
A ressonância magnética representa um 
importante artifício diagnóstico, 
principalmente para a avaliação de lesões 
em ligamentos, meniscos ou outros 
componentes associados à cápsula articular. 
 
Exemplo de ressonância magnética apontando um 
LCP normal (esq.) e outro roto (dir.) 
A cintilografia óssea, por sua vez, pode ser 
empregada na investigação inicial de 
osteonecrose, além de tumores do osso, 
infecções e distúrbios femoropatelares. 
 
Cintilografia sugestiva de osteonecrose, com 
acúmulo de contraste na região de joelhos e 
tornozelos 
O líquido aspirado da cavidade intra-
articular pode ser submetido a uma 
sequência de testes laboratoriais com o 
objetivo de detectar doenças inflamatórias 
ou infecciosas, sendo uma abordagem útil 
na diferenciação entre distúrbios locais e 
sistêmicos. 
Por fim, a artroscopia de joelho descreve 
um pequeno procedimento cirúrgico no 
qual é inerida uma sonda no espaço 
articular, munida de câmeras (diagnóstico), 
equipamentos para coleta de material 
(biópsia) ou instrumentos para pequenos 
reparos de lesões já detectadas. 
 
Disposição dos instrumentos na artroscopia de joelho

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