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difusão do conhecimento Recursos Humanos C O L E T Â N E A D E A R T I G O S Livro II - 2012 Recursos Humanos C O L E T Â N E A D E A R T I G O S Livro II Belo Horizonte 2012 A todos os participantes que gentil- mente acolheram a idéia da ECX CARD para a edição desta obra, compartilhando seus conhecimen- tos e suas experiências pessoais, os nossos sinceros agradecimentos e a certeza de que patrocinaram um momento de reflexão para todos os nossos leitores, em especial, para os agentes e profissionais de RH. * De forma a manter íntegro todo o conteúdo e opiniões das obras apresentadas, a ECX CARD promoveu apenas tratamento ortográfico nos trabalhos constantes nessa obra. ** O conteúdo dos artigos e as opiniões ali ex- postas são de responsabilidade exclusiva dos participantes, não representando qualquer críti- ca ou posição esposada pela ECX CARD. Organização ECX CARD - Administradora e Processadora de Cartões S/A Rua Rio de Janeiro, 600 - 11° Andar - Belo Horizonte/MG www.ecx.com.br Capa, Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica percepções - oficina de comunicação É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. ÍNDICE A ABORDAGEM DO CICLO DE APRENDIZAGEM VIVENCIAL - CAV COMO ALTERNATIVA DE DESEN- VOLVIMENTO COMPORTAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO Lara Rosane Castro A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS COMO PARCEIRA DO NEGÓCIO Lucimar Alves Fonseca A ARTE DE MOTIVAR A NOVA GERAÇÃO Luciana Rodrigues Costa A ASCENSÃO DOS NOVOS LÍDERES: DESAFIOS E OPORTUNIDADES DAS NOVAS GERAÇÕES Carla Fabiana Silva de Oliveira A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO UMA FERRAMENTA DE RETENÇÃO DE TALENTOS Girlene Aparecida Gonçalves Rocha A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO Rosana F. Stancioli Safe Nascimento A EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA FRENTE AO AQUECIMENTO DO MERCADO DE TRABALHO E A ERA DO PLENO EMPREGO Vanessa Barcelos Rodrigues 10 14 18 22 26 31 36 A FACE POSITIVA DOS CONFLITOS Silvano Aragão A IMPORTÂNCIA DA CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS PARA OS PROCESSOS PRODUTIVOS DA ORGANIZAÇÃO Érika Lorena Parreiras da Silva A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES ATUAIS Alêny Fraga A INSERÇÃO DE TRAINEES COMO RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Leonardo Lino Caixeta A LIDERANÇA COACHING E SUA APLICAÇÃO NA EMPRESA Thelma Teixeira A MAIORIA DOS LÍDERES NÃO CONHECEM SEU LIDERADOS Ana Carolina Huss Teixeira A REMUNERAÇÃO COMO INCENTIVO À QUALIDADE E ASSIDUIDADE NO TRABALHO Ana Flávia Ceolin ACORDE, A REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS VEIO PARA FICAR Sérgio Campos AS INFLUÊNCIAS DO TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA CONTEMPORÂNEA Daniela Lúcia Braga França AS RESISTÊNCIAS ÀS MUDANÇAS Michele Jorge de Oliveira AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: IMPORTÂNCIA DO USO DA FERRAMENTA NO PERÍODO DE EXPERIÊNCIA Priscila Ribeiro de Arruda 40 45 49 53 57 63 66 70 74 78 82 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS ALINHADA À ESTRATÉGIA DA EMPRESA Gláucia T. Brasileiro COACHING COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO PARA A LIDERANÇA COACH Carolina Lobato do Couto COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL... SERÁ QUE AS EMPRESAS SABEM O QUE É ISSO? Carolina Lima CONSCIÊNCIA E MUDANÇA Luiz Carlos Moreira Gonçalves CRIANDO PROCESSOS SELETIVOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Flávia Paula Trasladação CULTURA COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO DE PESSOAS Fernanda Carolina de Oliveira FEEDBACK CONSTRUTIVO: UMA FERRAMENTA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Luciana Heringer Henriques GERAÇÃO Y: OS IMPACTOS GERADOS COM A INSERÇÃO DESSA NOVA GERAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL Mariana Patrice Santos GESTÃO DE PESSOAS E FEEDBACK: O DESAFIO DA LIDERANÇA MODERNA Ana Meira GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO Marcilene Martins da Silva Gonçalves IDADE X MERCADO DE TRABALHO Tânia Regina Dinelli de Carvalho 87 92 97 102 104 107 109 114 118 123 129 INVESTIMENTO NA VALORIZAÇÃO DO COLABORADOR: LUCRO OU PREJUÍZO? Renata Curvelana de Moura LEADER COACH: APRIMORANDO PESSOAS, DESEMPENHOS E RESULTADOS Tatiana Finamore LIDERANÇA – FATOR HERDADO OU CONSTRUÍDO? Danielle Garibaldi de Mello LIDERANÇA ALÉM DA RESPONSABILIDADE PELOS RESULTADOS EMPRESARIAIS André Nery LIDERANÇA EXTRAORDINÁRIA LÍDER COACH - FAZER A DIFERENÇA HOJE, PERENIZANDO O SUCESSO NO FUTURO Ana Patrícia Velloso LÍDERES: “ESPECIALISTAS” EM PESSOAS, E NÃO EM “COISAS” Raquel Cardozo dos Santos MOTIVAÇÃO X SATISFAÇÃO = RESULTADOS Nasly Santos Soares de Paula MUDANÇA... OS MESMOS PASSOS PODEM SER PROPULSORES OU INIBIDORES Maria Cristina Vasconcelos Leite NÃO BASTA CONTRATAR, É NECESSÁRIO TREINAR E DESENVOLVER Camilla Xavier “NÃO ME ACEITE COMO EU SOU!” Maria Sílvia de Azeredo Roscoe O DESABROCHAR DA GESTÃO DE PESSOAS NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Anísio Rocha de Rezende 132 136 140 145 148 152 155 158 164 167 171 O DIABO VESTE PRADA E O PACTO DA ELEGÂNCIA Rita de Cássia Andrade Ferreira O GRANDE DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES Anamaria Malta Lima O PAPEL DA LIDERANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS ORGANIZACIONAIS Jouberth Fidélis de Oliveira O PAPEL DO SESMT NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO PELO CONHECIMENTO DO COMPORTAMENTO HUMANO Edson Martins Filho O PAPEL DOS GESTORES DE RH PARA AS ORGANIZAÇÕES Míriam Barbosa Campolina O PROCESSO DE ANÁLISE DE POTENCIAL E COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES Carolina Di Lorenzo Morais O QUE FALTA NO TREINAMENTO EMPRESARIAL ... E SUAS CONSEQUÊNCIAS Antônio Walter de Andrade Nascimento O VERDADEIRO PODER – ESCOLHA MUDAR! Dileli Carias da Silva ORGANIZAÇÕES APRENDENTES: EDUCAÇÃO CORPORATIVA GERANDO COMPETITIVIDADE Camila Francini Prada PARADIGMAS DA MOTIVAÇÃO HUMANA: UM VIÉS DA PRÁTICA Juliana Lobo Albieri PLANO DE SUCESSÃO: DESAFIO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA PARA AS ORGANIZAÇÕES Alexandre Moreira Faria 175 178 182 186 191 195 199 204 207 212 217 PROGRAMA JOVEM APRENDIZ: TRANSFORMANDO A OBRIGATORIEDADE EM OPORTUNIDADE Rejane Aguiar REFLEXÕES SOBRE LIDERANÇA NOS TEMPOS MODERNOS Fábio Tadeu Ferreira RH - EM BUSCA DE RESPOSTAS HUMANAS Cláudia Maria Cardoso ROMPENDO FRONTEIRAS ATRAVÉS DA DESCOBERTA DO PRAZER DE APRENDER Solange Cecília Franco Monteiro SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA COMO ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS NA EMPRESA Luciana Mara Souza da Silva SEGURANÇA DO TRABALHO X DEPARTAMENTO DE PESSOAL Joyce S. Leles SUBJETIVIDADE NO TRABALHO E CONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO: DA PESSOA AO SUJEITO TRABALHADOR Luna Metz SUBJETIVIDADES NA GESTÃO DE PESSOAS Denise Figueiró Mendes SUSTENTABILIDADE: SER OU NÃO SER? Iramaia Máximo TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: UM PROCESSO ESTRATÉGICO INTEGRADO A CULTURA ORGANIZA- CIONAL COMO FERRAMENTA DE COMPETITIVIDADE Francisca Tatiana Lopes Nascimento UMA ANÁLISE DA ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL Ângela Aparecida Prata Neves 221 225 231 235 239 243 245 250 255 258 262 10 A ABORDAGEM DO CICLO DE APRENDIZAGEM VIVENCIAL - CAV COMO ALTERNATIVA DE DESEN- VOLVIMENTO COMPORTAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO Lara Rosane Castro O sucesso de um programa comportamental em grupo está diretamente vinculado à técnica adotada, aliada à formação dos facilitadores, respeito às pessoas e esta- belecimento de relação de confiança. Nesta perspecti- va, observa-se que desenvolvimentos comportamentais conduzidos por meio de atividades vivenciais que se ba- seiam no Ciclo de Aprendizagem Vivencial - CAV - am- pliam a percepção dos indivíduos, mobilizando-os, com mais efetividade, para as mudanças de comportamento necessárias a serem realizadas. O ciclo de aprendizagem vivencial segue uma lógica de desenvolvimento permitindo ao indivíduo vivenciar (uma situação experimental), elaborar o conceito do que foi vivenciado e transpor tal vivência para um conheci- mento profundo e transformador. Na prática, o CAV se dá primeiro pelaproposição de uma ati- vidade que permita a experimentação de cada participante 11 do treinamento e, em seguida, a análise desta experiência, compartilhando observações, sentimentos, aprendizagens e reações do grupo, possibilitando também a ampliação das perspectivas dos participantes do treinamento. Poste- riormente, as experiências são discutidas e são descobertas as tendências, semelhanças e diferenças de reações exis- tentes entre os participantes, buscando a conceituação e por fim, a mobilização dos participantes para aplicar estas descobertas nas situações de vida real, trazendo a proposi- ção de novos princípios de comportamento, renovando o ciclo de aprendizagem. Há, segundo alguns autores, duas abordagens gerais que se preocupam com as mudanças que ocorrem no indivíduo em situação de aprendizagem. Na tradição be- haviorista (Teorias S-R) a ênfase é colocada na mudança do comportamento (R) a partir da interação do indivíduo com seu ambiente (S), já na tradição cognitivista (teo- rias S-O-R), a mudança de comportamento (R) resulta da aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA (O), além da interação com o ambiente (S). Nesta perspectiva, pode-se atribuir à metodologia do ciclo de aprendizagem vivencial a transferência de co- nhecimento, destacando o desempenho do indivíduo. Considera-se para uma melhor efetivação desta transfe- rência, os princípios da andragogia, de estabelecer clima de confiança e de respeito com o aprendiz, valorizan- do sua experiência, incentivando a sua participação no planejamento, incentivando-o a pensar seu desenvolvi- mento, procurando atender os seus anseios e enfocar conteúdos com aplicação imediata. “As organizações necessitam de profissionais com- petentes que saibam mobilizar suas qualificações, 12 transformando-as em resultados e ações valiosas. Necessitam de indivíduos polivalentes, capazes de aprender, autoavaliar-se constantemente, criar novas soluções, resolver problemas complexos, assumir riscos e enfrentar desafios e dificuldades sem receio de errar. Além das qualificações técni- cas (saber o quê, como e para quê) é necessário, pois, estimular o uso de estratégias metacogniti- vas (saber com que) e a internalização de valores (saber ser)”. (ABBAD, BORGES-ANDRADE, 2004 P.245). Percebe-se que esta abordagem possibilita a aplicação das capacidades aprendidas, tanto por transferência lateral, por meio de generalizações de mesmo grau de comple- xidade, quanto por transferência vertical, permitindo ao aprendiz o desenvolvimento de capacidades mais comple- xas a partir de capacidades subordinadas, mais simples. Pretende-se assim, que o treinamento elaborado e reali- zado com base no ciclo de aprendizagem vivencial per- mita a transferência positiva, facilitando o desempenho do aprendiz, viabilizando o incremento de competências individuais, que devidamente mobilizadas, contribuem para o alcance dos objetivos organizacionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAD, G.; BORGES-ANDRADE, J. E. (2004). Aprendizagem hu- mana nas organizações e trabalho. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-An- drade & A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (p. 237-275). Porto Alegre: Artmed. 13 MINI CURRÍCULO Consultora Organizacional graduada em Psicologia pela FUMEC, mestranda em Administração pela FEAD, pós-graduada em Gestão Estratégica em Recursos Humanos pela FACE-UFMG e em Análi- se Institucional e Esquizoanálise pelo Instituto Felix Guatarri, com formação Internacional em Coaching Executivo Organizacional, Di- nâmica de Grupo e Consultoria Interna de Organizações. Professora na Fundação Getúlio Vargas das disciplinas Gestão do Desempenho, Liderança e Inovação e Gestão de Pessoas, Diretora da ABRH-MG e Membro do grupo Projetar – Projetos de jogos empresariais de tec- nologia avançada. Possui 20 anos de experiência em Gestão do De- senvolvimento Humano e Organizacional, atuando em Projetos de Avaliação e Desenvolvimento Gerencial e de Equipes, Programas de Coaching, Mapeamento da Planta Humana, Diagnóstico e arquitetu- ra da área de Recursos Humanos, Gestão de Desempenho e Clima Organizacional. É Diretora da RHUMO Consultoria atuando como Gestora e Consultora em projetos de Desenvolvimento Humano para mais de 200 empresas nacionais e multinacionais. 14 A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS COMO PARCEIRA DO NEGÓCIO Lucimar Alves Fonseca Atualmente, não basta dizer que as empresas passam por constantes mudanças, mas sim, que as mudanças aconte- cem em velocidade bastante acelerada para aquelas empre- sas que pretendem se manter competitivas no mercado. O cenário contemporâneo, de muita competitividade, exi- ge adaptação, inovação e agilidade, o que requer também profissionais que tenham competências convergentes com as exigências da contemporaneidade organizacional. A área de Recursos Humanos deve entender esse con- texto e participar ativamente das definições estratégicas das suas organizações. Dessa forma, podemos dizer que o RH deve ser um parceiro do negócio. O planejamento e as ações implementadas precisam estar alinhados e fo- cados em resultados para a empresa através do desempe- nho dos seus profissionais. Uma grande falha de alguns profissionais de RH é o fato de esses pensarem que basta conhecer de compor- tamento humano e relações interpessoais para gerirem 15 pessoas. Definitivamente, conhecer esses pontos é uma obrigação de todos os profissionais da área e, ainda, de todos os gestores, sejam eles líderes de qualquer depar- tamento ou setor. É preciso ir além, conhecer o business e entender qual é a fatia da nossa contribuição no suces- so da empresa. Com isso, a área de Recursos Humanos vive um momen- to de grandes oportunidades de trabalho e desenvolvi- mento, o que proporciona participação ativa e possibilida- des de mostrar os resultados dessa intervenção através de indicadores de desempenho. Para isso, é necessário estar vigilante, conhecer os ramos de atividade, da concorrên- cia, do perfil profissional adequado para o tipo de negócio específico, garantindo maior assertividade aos processos de recrutamento e seleção, desenvolvimento e acompa- nhamento do desempenho destes profissionais. O RH deve conhecer os objetivos da sua empresa e aten- tar-se aos processos necessários para a obtenção dos re- sultados esperados, garantindo mão de obra eficiente na execução dos procedimentos e agregando valor aos pro- dutos e serviços através do suporte à organização com o desenvolvimento dos múltiplos papéis do RH. É impor- tante ter a consciência de que os processos de RH são de responsabilidade dos profissionais desta área e se não forem assumidos pelos seus representantes, deixarão de ser vistos como geração de valor para o sucesso organiza- cional. Além do compromisso com os processos, é necessário que se conheçam as legislações que regem o negócio, es- pecialmente as trabalhistas, bem como os custos de cada contratação e o resultado que cada um gera para a em- presa, para que possa orientar os executivos nas tomadas 16 de decisão no que diz respeito às pessoas, e, por outro lado, propor políticas e programas específicos que visam atender às necessidades pessoais e profissionais dos fun- cionários. Assim, o RH cumpre o seu papel de mediar as relações entre a empresa e seus colaboradores. Com a expertise em comportamento e no potencial de de- sempenho do capital humano, a área de RH vem se con- solidando como parceira estratégica nas organizações, mas ainda há lacunas que podem e devem ser ocupadas por profissionais desta área capazes de garantir grandes resultados aos negócios. Por fim, ao especializar-se de forma mais abrangente, extrapolando as paredes do Departamento de Recursos Humanos e aproveitando as carências e demandas das empresas por parcerias nas suas contratações, cabe ao profissional de RH identificar o seu espaço e assumir de fato o papel da área de RH como parceira no negócio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ISAC,Jussara Dutra. Os novos predicados do profissional de RH. Disponível em http://www.senado.gov.br/portaldoservidor/jornal/ jornal89/carreira_novo_rh.aspx. Acessado em 29/07/2012. MEDEIROS, Elisete Batista da Silva. O profissional de Recursos Hu- manos como parceiro estratégico. Disponível em http://www.rh.com. br/Portal/Mudanca/Artigo/4917/o-profissional-de-recursos-huma- nos-como-parceiro-estrategico.html. Acessado em 29/07/2012. 17 MINI CURRÍCULO Especialista em Gestão de RH, Psicóloga formada pela PUC Minas e Profissional COACH pelo Instituto Brasileiro de Coaching; Sólida experiência em desenvolvimento de setor de RH, com foco em treinamento e desenvolvimento de equipes, recrutamento e seleção, pla- no de cargos e salários (gestão da remuneração) e comunicação interna; Experiência em elaboração de procedimentos, implantação, imple- mentação e gerenciamento de certificação do Sistema de Gestão de Qualidade da Norma NBR ISO 9001:2008; Professora no curso de Administração da Faculdade Pitágoras, discipli- nas afins à área de gestão de pessoas. 18 A ARTE DE MOTIVAR A NOVA GERAÇÃO Luciana Rodrigues Costa Com o intuito de instigar os leitores, o artigo é iniciado com um questionamento que deverá ser refletido, não somente na leitura, como também no contexto de mu- danças e expectativas profissionais de forma ampla e sig- nificativa, com relação às necessidades do mundo corpo- rativo: É possível motivar a nova geração em um contexto de rápidas mudanças e avaliação constante das necessida- des das empresas e dos profissionais? Em um cenário em que a nova geração muda o contexto pro- fissional, em que há dinamismo, expectativa, sede de apren- der e pressa para o reconhecimento, valorizar os talentos é o segredo de fazer com que o sucesso seja contínuo. É preciso trabalhar de acordo com o conceito de Andrago- gia, que é a ciência que estuda as melhores práticas para o adulto aprender, ou seja, esta nova geração precisa ir além da gestão do conhecimento , precisa vivenciar, sentir e ex- perimentar, demonstrando que é possível através da prá- tica mostrar o seu talento e caminhar com suas vontades e desejos para o sucesso. 19 Este momento nos leva a pensar e agir de forma diferente enquanto gestores e líderes de uma nova geração que re- quer maior habilidade e percepção de toda a equipe para acompanhar esta evolução. É preciso mudar a forma de fazermos as coisas dentro das organizações, aproveitar este momento rico de poten- ciais que querem mostrar suas habilidades, suas compe- tências, de forma ágil e diferenciada. Precisamos partici- par deste cenário como protagonistas da história; ou seja; agora é o momento de potencializar a nova geração para um novo olhar, um olhar de oportunidades, de reconheci- mento de valorização e de sabedoria. E é neste cenário que podemos contribuir de forma pro- dutiva para o crescimento dos novos talentos. Acredita-se que os três elementos Autonomia, Excelência e Propósito mencionados por Daniel H Pink em seu livro Motivação 3.0, contribui de forma assertiva para a atual necessidade do mundo corporativo. É necessário entender a nova geração, fornecendo os três elementos de forma prática: Estes elementos fazem com que os nossos talentos bus- quem o entendimento e a compreensão dos fatos através do que eles acreditam e, mais do que isto, do que efetiva- mente faz sentido para eles. É fundamental darmos autonomia para que os novos ta- lentos possam crescer e contribuir de forma sustentável e gradativa nas organizações. A Excelência vem recheada de empenho, que leva o ser 20 humano a fazer tudo com paixão, com vontade, com de- terminação. É o Propósito que dará sentido para suas conquistas, por uma causa maior. Essa mobilização trará sentido para os novos talentos e permitirá um ambiente de crescimento, de evolução, de participação e de criatividade. Neste ambiente mudaremos de patamar e consequente- mente teremos maior quantidade de profissionais enga- jados e valorizados no ambiente de trabalho, proporcio- nado o prazer em fazer parte da organização de forma natural, integrada e compartilhada. Agora é a hora de fazer acontecer, deixar para trás os ve- lhos conceitos e permitir abrir a janela de percepções para um olhar diferente, de oportunidades no desenvolvimen- to do outro, de sairmos do quadrado e permitirmos que estes novos talentos mostrem suas habilidades e façam com que suas atitudes e vontades de mostrar uma for- ma diferente de fazer, ultrapassem as barreiras do velho e permitam o criativo e um jeito novo de mostrar resultado. Isto sim é arte de motivar a nova geração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Daniel H Pink- Motivação 3.0 21 MINI CURRÍCULO Pedagoga, Pós-Graduada em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV, formação em MBA executivo Internacional pela faculdade de OHIO University Estados Unidos, Mestranda em Administração pela FEAD. Especialista em Gestão de pessoas do Banco Santander, Rede Minas Gerais com formação de Coaching, Mentoring e Holo- mentoring. Atuação em instituições financeiras nos últimos 20 anos. Professora em todas as disciplinas de Gestão de Pessoas e Marketing Pessoal dos cursos de Graduação e MBA da Faculdade Pitágoras em Minas Gerais. 22 A ASCENSÃO DOS NOVOS LÍDERES: DESAFIOS E OPORTUNIDADES DAS NOVAS GERAÇÕES Carla Fabiana Silva de Oliveira Existem hoje inúmeros manuais que prometem fazer de você um líder. Alguns com historinhas e fábulas fáceis para o entendimento da população em geral, sendo con- siderados como best-sellers no seguimento de autoajuda. E outros mais detalhados e complexos, porém, todos que- rem falar do mesmo assunto tão em pauta atualmente: “LIDERANÇA”. O conceito de liderança vem sendo lapidado ao longo dos anos deixando de ser uma visão simplesmente da ocupa- ção de um cargo para se tornar um comportamento pos- sível a quem se dedique a seu entendimento. Um significado importante dentre as inúmeras defini- ções dadas à palavra é a confiança, estabelecida entre líder e seus liderados. Sem a mesma o processo não se consti- tui e aí caímos na questão burocrática do gerenciamento. Muitos confundem os conceitos: liderança e gerencia- mento. Chegam até mesmo a se referir a um, ou a outro, como sendo a mesma coisa. Fato é que líderes e gestores 23 precisam conviver juntos, pois um completa a ausência do outro. Para John Kotter (1992), citado no texto Revisão Literária Sobre Liderança, o gerenciamento “...está relacionado a li- dar com a complexidade” enquanto liderança “ ...está rela- cionada a lidar com desafios”. Hoje, cada vez mais, estamos lidando com pessoas jovens chegando a estes postos de liderança, sem muitas vezes te- rem passado pelo processo de maturação fundamental na formação de um líder. São jovens da tão falada geração Y, que tem, em modos gerais, o desafio como seu lema de trabalho. O que vemos nas organizações, muitas vezes, é um verda- deiro despreparo regado a doses generosas de ansiedade. Esse novo “líder-gestor” tem a difícil missão de assumir uma nova postura, afinal, ele precisa ser aceito pela equi- pe em que, em alguns casos, ele era mais um liderado até o dia anterior. Nesta nova função ele precisará acompanhar o desenvol- vimento dessa equipe e estimulá-la, mas nem sempre a organização se “lembra” de acompanhar o seu desen- volvimento. O novo líder deve sair do papel operacional e passar a enxergar a organização sob uma perspectiva mais ampla e estratégica, a fim de alcançar maior desem- penho e, consequentemente mais resultados. Também é função do novo gestor lidar com algo que ele provavelmente nem viu nos bancos de faculdade: dar feed- back a seus liderados. O que não pode ser visto como um processo simplório. Leva-se tempo para preparar e conse- guir estabelecer uma relação de confiança que permitirá este tipo de processo. Como se não bastasse, o líder ainda 24 precisa dar resultado à empresa sem aumentar custos, cumprindo os prazos que estão cada vez menores. Todo esseprocesso acontece de maneira muito dinâmica, o que pode impossibilitar o novo líder assimilar de uma maneira coerente, responsabilidades como resultados positivos e gestão de pessoas, andando lado a lado. Este novo papel exigirá dele, neste momento, pensar nas prio- ridades e montar um planejamento estratégico para fazer com que a engrenagem funcione sem que uma priorida- de atropele a outra. Ele precisa ter parceiros capazes de lhe fomentar apoio e orientação, mas de uma forma que não o faça dependente de tais pessoas. Criar também uma identidade, mas sem ferir seus valores, os da sua equipe e os da empresa, é fundamental para o sucesso de sua carreira. E como bem explana Cortella (2009), em seu livro, Qual é a tua obra?, “...a liderança é sempre circunstancial. Qual a diferença entre líder e liderado? É a circunstân- cia. Ou seja, a ocasião ou a situação.” Hoje você está neste papel, mas ele pode ser temporário. Não deixe de lado a humildade, o aprendizado constante e a ética nas relações profissionais e humanas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PENNER, D. S. Revisão literária sobre liderança. Disponível em: http://www.unisa.br/cbel/artigos04/09_david_penner.pdf . 25 CORTELLA, M. Sergio. Qual É a Tua Obra? Inquietações Propositi- vas Sobre Gestão, Liderança e Ética.7a. edição, 2009, Editora Vozes. MINI CURRÍCULO Psicóloga com MBA em Gestão e Liderança Estratégica com Pes- soas e Equipes. Mais de 10 anos de experiência na área de recursos humanos. Atuação em recrutamento e seleção, desenvolvimento e acompanhamento de pessoal, elaboração de pareceres psicológicos, segurança e medicina do trabalho, processos trabalhistas etc. 26 A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO UMA FERRAMENTA DE RETENÇÃO DE TALENTOS Girlene Aparecida Gonçalves Rocha Para garantir vantagem competitiva, as empresas devem adotar estratégias que direcionem as pessoas rumo ao seu sucesso profissional. E para isso, precisam dispor de fer- ramentas que possam medir as suas competências, pro- movendo um campo favorável à melhoria do seu desem- penho. As estratégias de competitividade precisam seguir uma lógica que levem os indivíduos a se tornarem leais e desejem colocar o seu talento em prol da empresa e, tornando-se imprescindível, então, investir em formação, desenvolvimento e aprimoramento de suas competências e conhecimentos. Promover avaliações de desempenho que garantam um direcionamento às pessoas, mostra-se uma alternativa bastante eficaz para manter as empresas em alta, pois, esta ferramenta, quando gerida de forma apropriada e consequentemente bem aplicada, proporciona um retrato dos ajustes necessários nas competências definidas como essenciais ao alcance dos resultados. 27 Importante ressaltar que, para direcionar as pessoas atra- vés da avaliação de desempenho, essa deve apontar os in- dicadores definidos pela organização, para que garanta o seu sucesso. Assim, possibilitará que cada indivíduo sai- ba onde ele está e aonde deve chegar para atender àquilo que a empresa espera dele. Em consequência disto, sur- gem naturalmente as necessidades de treinamento, dire- cionando a empresa para o aumento de potencial daquilo que ainda encontra-se deficitário, ampliando, portanto, o rol de competências das pessoas. Por outro lado, o funcionário percebe que a empresa está dando a ele o suporte necessário para o seu desenvolvi- mento e crescimento e, muitas vezes, isto desperta no mesmo o desejo de investir no seu autodesenvolvimento, uma vez que ele passa a ter a clara noção de suas poten- cialidades e dificuldades. Consequentemente, isto pode aumentar o seu desejo de permanência na organização, sendo explicado quando Gramigna (2007, p. 8), relata: “pessoas têm necessidade de integrar seus sonhos a um projeto coletivo”, Sendo assim, propósitos organizacio- nais bem definidos podem ser garantia de retenção. Uma vez que a empresa passa a conhecer as dificuldades e potencialidades das pessoas, a avaliação também proporcio- na identificar e gerenciar talentos, além de promover cres- cimento que, se aliado a um plano de carreira, tornará uma forma bastante assertiva de retenção de talentos. Salien- tando que a retenção ainda possibilita significativa redução de custos na contratação e principalmente acelera a imple- mentação de ações internas, já que a empresa passa a con- tar com pessoas que conhecem a cultura organizacional. Santos (2007), retrata que a forma de retenção de talen- tos é merecedora de alta significação, pois deve engran- 28 decer tanto pessoal como profissionalmente. No entanto, as empresas normalmente não estão preparadas para a realidade de que, por serem talentosas, as pessoas exigem algumas condições especiais. Para uma empresa migrar para uma abordagem de gestão de talentos, ela precisa de um processo de avaliação de desempenho que indique os talentos, caso contrário, mantê-la em funcionamento é altamente questionável. Segundo Gramigna (2007), a avaliação em rede ou 360 graus é abrangente, democrática e eficaz, apresentando algumas vantagens sobre os demais modelos. Ela con- tribui de forma extraordinária para que as organizações retenham os seus talentos, pois abre a possibilidade de crescimento e desenvolvimento de pessoal. Além disto, gera um clima estimulante de trabalho e aumenta a pro- dutividade. Do ponto de vista do funcionário, por ser um processo participativo e democrático, é visto pelo avaliado como objetivo e orientador, uma vez que o resultado de- monstra sua imagem perante um grupo de pessoas e não só perante seu chefe. Além de outras vantagens, a autora afirma ainda que a abrangência da avaliação em rede per- mite ao avaliado descobrir o potencial antes desconhecido em si mesmo e ampliar seu domínio de competências. E para garantir um modelo de avaliação que promova a re- tenção, muitas empresas têm adotado como pano de fundo, a gestão por competências, que segundo Gramigna (2007), p.1 “Trata-se de um conjunto de ferramentas que, reunidas, formam uma metodologia de apoio à gestão de pessoas. As informações geradas pelo modelo são o grande diferencial nas decisões e questões relativas ao capital intelectual”. O conceito remete, portanto, a ferramentas que ajudarão gerir pessoas, deixando de ser uma responsabilidade so- 29 mente de RH para ser compartilhada com gestores em geral e com a própria empresa, sendo que esta última precisa ter um planejamento estratégico totalmente aliado aos objetivos propostos. A gestão por competência contempla em criar indicadores de desempenho que vão dizer se a empresa e seus funcioná- rios atendem aos requisitos que promovem o sucesso. Cabe ressaltar que, em primeiro lugar, definem-se as competên- cias organizacionais e a partir daí faz-se um desdobramento de como cada setor e cada pessoa deverão se comportar para responder às expectativas. Segundo Brandão e Guimarães (2001), inúmeras empresas re- correm à gestão por competências com o intuito de planejar, selecionar e desenvolver as competências essenciais ao seu negócio; sendo considerada, portanto, um sistema maior da gestão organizacional. De maneira simplista, pode-se dizer que um método a ser adotado consiste em perceber o gap existente entre as competências desejáveis e as disponíveis na organização e, a partir dos subsistemas de RH como o recruta- mento e seleção, o treinamento e a avaliação de desempenho, buscar eliminar ou minimizar as lacunas existentes, forman- do a partir disto, alianças estratégicas. Os autores ainda enfati- zam que a gestão por competências deve ser vista de maneira circular havendo o envolvimento de diversos níveis, desde o organizacional até o individual, passando pelo divisional e o grupal. E completam dizendo que é imprescindível que a ges- tão por competência esteja alinhada com a gestão estratégica da empresa (negócio, missão, visão de futuro e valores), fato- res estes que serão determinantes para o seu sucesso. Nota-se que a avaliação de desempenhotem papel relevante na retenção de talentos, cabendo, portanto, uma administra- ção segura e eficaz. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANDÃO, Hugo Pena; GUIMARÃES, Tomás de Aquino. Gestão de Com- petências e Gestão por Competências: tecnologias distintas ou instrumen- to de um mesmo construto? RAE – Revista de Adminstração de Empresa. V.41, n.1 p.8-15, Jan./Mar. 2001 Disponível em < http://redalyc.uaemex.mx/ redalyc/pdf/1551/155118165001.pdf > acessado em: 03 maio 2012 GRAMIGNA, Maria Rita. Modelo de Competências e Gestão de Talentos. 2a. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007 RABAGLIA, Maria Odete. Seleção por Competências. São Paulo: Educator: 2001 SANTOS, Doradia Duran Correia. Talentos: a arte de gerenciar. Disponível em < http://www.libertas.com.br/site/base/santos,.doradia.duran.2007.pdf > Acessado em: 05 jun. 2012 MINI CURRÍCULO Psicóloga, Pós-graduada em Gestão de Pessoas. Atua em RH, desde 2003, com ênfase em Treinamento e Desenvolvimento. 31 A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO Rosana F. Stancioli Safe Nascimento Existem no Brasil cerca de 70 milhões de veículos au- tomotores. Segundo a 15a edição da pesquisa realizada anualmente pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), referente ao ano de 2010, ocorreram nas rodo- vias federais brasileiras, naquele ano, 183.000 aciden- tes graves, apontando um aumento de 15,8% em relação a 2009, quando o número foi de 158.000. O número de mortes foi de 8.516 pessoas, 15,5% a mais que no ano anterior (7.376). Poderiam ser evitados os acidentes e as mortes? Provavelmente não, mas, tais números pode- riam certamente, ser reduzidos substancialmente. Em uma “Estatística de Acidentes” encontrada no portal do DNIT (Departamento Nacional de Infraes- trutura de Transportes), na internet, informa-se que “ O acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta di- retamente o cidadão(...) Como forma de enfrentar tão complexa situação, são empregadas três abordagens que envolvem: 32 1. a educação, no sentido de instruir os usuários quanto às formas adequadas e seguras de uti- lização das vias públicas; 2. a engenharia (...) por um lado, prover o siste- ma viário de elementos tais que possibilitem a movimentação de veículos e pessoas com flui- dez, conforto e segurança, e, por outro, apri- morar a segurança e desempenho de veículos automotores; 3. Aplicação das leis, mormente no tocante ao Código de Trânsito. Sua aplicação prática: (...) a adoção de melhorias de segurança, seja por qualquer dos enfoques referidos, ou mesmo por combinações dos mesmos, necessita sem- pre ser validada (estágios anterior e posterior à adoção), visando conhecer sua eficácia e eco- nomicidade.” Tais abordagens parecem razoáveis e provavelmente efi- cazes. Mas, a primeira delas, educação, poderia ser mais abrangente e/ou mais explícita. Sem dúvida, a educação é indispensável, mas é indispensável também cuidar para que o aprendido seja aplicado, o que implica a avaliação psicológica para liberação da CNH – o que já é feito, mas precisaria ser melhorado e levado mais a sério. As estatísticas de acidentes de trânsito exigem isso, tanto pelas perdas de vida, como pelas lesões (sobretudo as gra- ves), pelos traumas psicológicos, pelas perdas materiais e mesmo pelos prejuízos que causam ao país (segundo o CNT, o custo de acidentes envolvendo mortes, em 2010, foi de R$4,1 bilhões; e o do total de acidentes nas estradas pavimentadas, no mesmo ano, foi de R$ 14 bilhões). As estatísticas divulgadas pelo CNTI (fonte: Departamen- 33 to da Polícia Rodoviária Federal) indicam, como as mais frequentes causas de acidentes graves, em 2010, no Bra- sil: 1) Colisão traseira (54.999); 2) Abalroamento no mes- mo sentido (30.549); 3. Saída de pista (24.933); 4) Choque com objeto fixo (14.699) – somando, com as demais cau- sas, um total de 188.925. Obviamente, pode-se deduzir que tais causas não se de- vem unicamente a deficiências de educação ou de apren- dizagem, mas, principalmente, à falta de observância do aprendido – por problemas comportamentais (sobres- saindo o uso de álcool e drogas) que podem e devem ser identificados em avaliações psicológicas e coibidos na emissão das CNH. Informam ainda as estatísticas que as maiores frequên- cias de acidentes se devem a condutores nas seguintes faixas etárias (no Brasil, em 2010): 1. de 30 a 40 anos (77.518 homens e 8.266 mu- lheres); 2. de 40 a 50 anos (56.454 homens e 5.194 mu- lheres); 3. de 25 a 30 anos (43.939 homens e 5,483 mu- lheres); 4. de 18 a 25 anos (39.729 homens e 5.050 mu- lheres) – não há referências sobre os valores percentuais entre homens e mulheres. Esses números poderiam sugerir aos psicólogos, além de todo cuidado na avaliação psicológica de todos os candi- datos, um cuidado especial com os condutores do sexo masculino da chamada meia idade e dos jovens. Conclui-se, portanto, ser de suma importância a avaliação 34 psicológica, principalmente para identificação de traços de agressividade, impulsividade, falta de limites, (inclusi- ve pesquisas de níveis de consumo de álcool e tendência ao alcoolismo) e outros que prejudiquem a condução ade- quada de veículos automotores. Mas é indispensável também que as autoridades acredi- tem efetivamente que existem testes psicológicos efica- zes, capazes de identificar tais traços de personalidades, e abordagens em entrevistas capazes de expandir e comple- mentar o processo de análise com segurança. Sem esque- cer, entretanto, que é importantíssimo que o profissional de psicologia conheça profundamente os testes apro- vados pelo CFP, sua aplicação e análise, e, além disso, seja especialista em Psicologia do Trânsito, isto é, tenha conhecimento efetivo do melhor processo de avaliação psicológica a ser utilizado no trânsito, incluindo os tes- tes mais adequados para avaliar traços de personalidade, capacidade de estímulos atentivos, inteligência geral etc. Não podemos deixar de reconhecer que há uma necessi- dade premente de melhor treinamento dos profissionais de psicologia que atuam na área, que não é particular- mente bem aquinhoada nos cursos atuais, pois trata-se de um trabalho de extrema responsabilidade, como nos têm alertado todas as pesquisas e estatísticas. É preciso que nunca nos esqueçamos de que, além de to- das as perdas que o trânsito promove diariamente, é a vida humana que está em jogo. 35 MINI CURRÍCULO Psicóloga pela PUC-MG (CRP – 04/ 1297). Especialista em Psico- logia do Trânsito. Pós-graduada em Perito Examinador do Trânsito, com enfoque em Avaliação Psicológica (Centro Universitário New- ton Paiva). Pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNA). Professora de Avaliação Psicológica em cursos de Especialização em Psicologia do Trânsito pela Pós-Graduar. 36 A EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA FRENTE AO AQUECIMENTO DO MERCADO DE TRABALHO E A ERA DO PLENO EMPREGO Vanessa Barcelos Rodrigues O crescimento econômico do Brasil nos últimos anos revela que o país vem se desenvolvendo e que rompeu um ciclo de estagnação que marcou a economia por muito tempo. Os dados estatísticos do país têm evoluído ao compararmos com seus próprios números na histó- ria, pois, ao confrontarmos os resultados com países de economias desenvolvidas, constatamos que temos ainda muito a evoluir. A China, por exemplo, em 2012 registra um crescimento econômico de 160%, enquanto o do Bra- sil foi de 45%. Crescemos, mas ainda não lideramos nada (Estado de S. Paulo. Maio/2012). O bom resultado da economia impacta diretamente na geração de postos de trabalho. Presenciamos um cenário com um índice de desemprego como nunca se teve na história, a média da taxa está em 5.8% (IBGE – Janeiro à Maio/ 2012). Vivemos o que alguns analistas chamam de Pleno Emprego, e embora a questão não seja consensual é evidente o crescimento de ofertas de trabalho quando ana- 37 lisamos os dados de Pesquisa do IBGE, principal fonte que mede o percentual de desemprego no país desde2002. Todas essas boas notícias têm sido recebidas com um misto de satisfação e ansiedade por parte dos emprega- dores, o que revela um grande desafio enfrentado pelas organizações. As escolas, faculdades e universidades bra- sileiras formarão nos próximos anos um número insu- ficiente de profissionais para atender o ritmo de cresci- mento do país. “As faculdades brasileiras formarão cerca de 800.000 profissionais anualmente nos próximos cin- co anos, número de cérebros insuficiente para atender o ritmo de crescimento do país” (Você/SA. Dezembro, 2010). Há uma forte demanda por profissionais de áreas diver- sas, mas há cada vez mais postos de trabalho sendo cria- dos para profissionais com cargos técnicos e especialis- tas. Tratam-se de vagas de níveis de operação e produção. Um dos motivos pelo qual podemos justificar a procura por técnicos no Brasil é o resultado da especialização do mercado, que exige profissionais com conhecimento pro- fundo e específico, e da expansão de setores em que esta qualificação é essencial, como é o caso das mineradoras, por exemplo, que se encontram em contínuo crescimento nos últimos anos: “O superaquecimento do mercado está provocan- do uma briga quente entre mineradoras e side- rúrgicas por profissionais do setor. Para atender à demanda em ebulição, as empresas têm investido na construção de novas plantas, usinas de pelo- tização e até de minerodutos em Minas Gerais e no Brasil. O problema é que falta gente qualifica- da para trabalhar.” Diário Comércio Indústria e Serviços. Julho 2008. 38 Nos anos 1980 e, sobretudo durante a recessão econô- mica dos anos 1990, a formação de técnicos foi pouco enfatizada pelas empresas e governos, e um dos motivos era a baixa taxa de empregabilidade que eles tinham na- quela época. Observa-se também que a mudança deste quadro cresce frequentemente, e a demanda reprimida por profissionais com formação técnica e tecnológica tem impulsionado uma onda de investimentos em escolas e centros de formação por todo o país. A necessidade de co- nhecimentos específicos nas organizações tem valorizado cada vez mais esses profissionais. O Governo Federal em Outubro/2011 criou o Programa Na- cional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) com o objetivo principal de expandir e interiorizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica. Consi- derando o aquecimento do mercado, o projeto pode ace- lerar a formação de mão de obra e apoiar no atendimento das ofertas de vagas. De outro lado, organizações investem em incentivo e subsídio de formação técnica e tecnológica para o seu quadro de funcionários, através de Universida- des Corporativas e/ou convênios com escolas e faculdades, buscando assim preparar e desenvolver pessoas para assu- mir oportunidades de trabalho atuais e futuras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS. Luis Eduardo. Tudo vai ser diferente. O Estado de São Paulo, Maio de 2012. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/ impresso,tudo-vai-ser-diferente-,879359,0.htm>. Acesso em 20 de junho de 2012. BRASIL, Ministério da Educação. Lei 12.513 de Outubro de 2011. 39 FRANÇA, Luiz. Guerra de talentos chegou ao nível técnico. Revista Você/SA, página 62-73, Dezembro de 2010. DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Mineração aque- cida movimenta mercado de trabalho e fornecedores. Julho de 2008. Disponível em: <http://www.dci.com.br/cresce-disputa-por-maodeo- bra-entre-as-mineradoras-id151998.html>. Acesso em 01 de Junho de 2012. IBGE, 2012. Pesquisa Mensal de emprego. Fundação Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística, dados fornecidos em meio eletrônico. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicado- res/trabalhoerendimento/pme_nova/default.shtm>. Acesso em 15 de Julho de 2012. MEISTER, Jeanne. Educação Corporativa: a gestão do capital inte- lectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron, 1999. MINI CURRÍCULO Pedagoga pela Puc Minas, com especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela FIA/ USP. Atuou com todos os subsiste- mas de Recursos Humano em empresas do ramo Varejista, Consul- toria e Indústria. Atuação como Business Partner e áreas técnicas. Trabalha hoje como especialista em Educação Corporativa focada em Desenvolvimento de Programas de Formação com foco em compe- tências técnicas, comportamentais, gerenciais e estratégicas. Atua também como especialista em programas voltados para Pessoas com Deficiência (PCD). Inclusão de PCD’s, adaptação ao cargo e função, elaboração de programas de inserção e desenvolvimento, preparo da organização e lideranças. Principais empresas onde atuou: Fiat Automóveis S/A Ricardo Eletro Carrefour Comércio e Indústria Ritz do Brasil S/A 40 A FACE POSITIVA DOS CONFLITOS Silvano Aragão O mundo está em constantes mudanças, principalmente no campo profissional, as empresas de um modo geral operam num cenário extremamente competitivo. As mu- danças e as competições no campo corporativo trazem uma série de conflitos entre as pessoas, e, na maioria das vezes, diminuem a produtividade, desmotivam e em al- guns casos fazem excelentes profissionais buscarem ou- tras empresas com melhor qualidade de ambiente. Na medida em que o homem vem se desenvolvendo cul- turalmente e tecnologicamente, os conflitos vêm se alte- rando não só quanto à intensidade e magnitude, como também quanto ao número de envolvidos. Aos gestores cabe desenvolver habilidades para gerenciar os conflitos, entre outras tarefas que terão de desempenhar no seu dia- -a-dia. Neste sentido é importante entendê-los. É preciso ter tato, melhorar a percepção e desenvolver sensibilidade para lidar com as pessoas. Para entender melhor o conflito, primeiramente é neces- sário identificar suas características, ou seja, se o conflito 41 é um embate, desavença, discussão ou choque. Cabe uma análise se o conflito opera num modo destrutivo ou cons- trutivo. Ao contrário do que muitos pensam o conflito pode ser construtivo, pois, divergências são extremamen- te importantes porque revelam uma diferença de opinião que cedo ou tarde poderá se manifestar de forma positi- va à organização, seja na melhoria de um processo, na criação de um produto ou na mudança de direção. Quase toda negociação se inicia a partir de algum tipo de confli- to, de interesses, necessidades ou opiniões. No diagnóstico preliminar e nas primeiras intervenções o gestor deverá controlar as diferenças e o grau de oposi- ção, facilitar o relacionamento e a comunicação entre as partes, reconhecer o fluxo do trabalho e de divergência de personalidade, identificar áreas de tensão, tais como re- cursos compartilhados, metas de diversas unidades, ver- bas e orçamentos. Deve desenvolver a percepção das dife- renças e ângulos de visão, principalmente de acordo com o papel que cada sujeito representa no ambiente avaliado. Em seguida, é preciso evitar os efeitos negativos dos con- flitos, tais como conclusões precipitadas, distanciamento do contato entre as pessoas, deturpação da origem, natu- reza do conflito e prejuízos financeiros. Hampton (1991) aponta quatro modos distintos de admi- nistrar conflitos: Acomodação, Dominação, Compromis- so e Solução integrativa de problemas. O significado da acomodação pode ser uma estratégia para manipular o conflito. Entretanto, quando os conflitos são encobertos, eles normalmente não se resolvem por si mesmos, o re- sultado é o agravamento por falta de atitude. Já a domina- ção é o exercício do poder, em que uma parte impõe a sua solução preferida. O compromisso, por sua vez, significa que cada parte desista um pouco daquilo que procurava, 42 assim, cada um cede um pouco a fim de resolver o con- flito. O compromisso pode resultar em soluções que sa- tisfaçam, pelo menos em parte, o interesse original por trás do conflito, de maneira que permita, ao menos, tratar de outros assuntos. Por último Hampton (1991) aponta o método de solução integrativa de problemas, sendo esteo mais favorável, pois oferece a esperança de satisfazer completamente a ambas as partes. Este método na verda- de tem suas origens nas idéias de Mary Follett, expressa- das já na década de 20, e que se tornou a solução integra- tiva preferida para solucionar situações de conflito. As organizações são fontes inevitáveis de conflitos. Se- gundo Jandt (1985), “organizar é introduzir fontes de conflito”. Cada departamento, divisão ou unidade de uma organização vai desenvolver objetivos, metas, valores e procedimentos apropriados à sua missão. Ao fazer isso acaba esbarrando no interesse e em objetivos e metas de outras áreas, embora ambas façam parte da mesma or- ganização. Muitas vezes valores e objetivos de áreas são conflitantes e neste caso inicia-se algum tipo de atrito. Do ponto de vista do negócio, a administração de situa- ções de conflito é extremamente importante como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento mútuo, e na medida em que o gestor desenvolve habilidades de lidar com confli- tos, tende a expandir seu entendimento dos assuntos e, consequentemente, tende a aumentar sua capacidade de extrair efeitos positivos dos mesmos, estimulando a cria- tividade, a redução das divergências, a valorização das di- ferenças, desenvolvendo capacidade de trabalho em gru- po e otimização do potencial das partes. 43 Por outro lado, do ponto de vista de Recursos Humanos é também importante que as pessoas tenham situações conflituosas, faz parte do crescimento dos seres humanos. São nos conflitos que mudamos. Ninguém muda nin- guém. Ninguém muda sozinho. São nos relacionamentos que nos transformamos, a partir dos encontros, entretan- to, é importante que estejamos abertos e livres para ser- mos impactados pelas ideias e sentimento do outro. Sábio é o administrador que nas situações de conflito sempre vê a face positiva, age assim e não perde a oportu- nidade de buscar melhorias. O conflito positivo transfor- ma, dá forma, elimina arestas, é capaz de mudar a pessoa em alguém sempre melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado, gerando crescimento para as pessoas e para as organizações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HAMPTON, David R. Administração: processos administrativos. São Paulo: Editora McGranHill Ltda., 1991. JANDT, F., 1985, Win-Win Negotiating - Turning Conflict into Agree- ment, John Wiley & Sons. 2001, Intercultural communication: an intro- duction, 3a ed., Londres: Sage. MINI CURRÍCULO Eleito pela ABRH-MG como Personalidade de Recursos Humanos do ano de 2012. Mestrando em Administração, MBA em Gestão Es- tratégica de Pessoas pela FGV, Bacharel em Administração, 21 anos de experiência em Gestão de Pessoas, atualmente Gerente Corpora- tivo de Recursos Humanos da Construtora Caparaó S/A e empresas 44 associadas. Professor Universitário, atualmente leciona no período noturno no curso de MBA/Pós-Graduação em consultoria Organiza- cional da UNA e no curso superior de Tecnologia de RH da FATEC- -CDL-BH. É presidente do Grupo de Intercâmbio da Construção Civil em RH do Sinduscon-MG (GICC-RH) e membro do comitê estratégico de Gestão de Pessoas da AMCHAN. Em 2005 recebeu o Prêmio Ser Humano – ABRH-MG – Modalidade Profissional – As melhores práticas em Gestão de Pessoas com o projeto Gente Nossa. 45 A IMPORTÂNCIA DA CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS PARA OS PROCESSOS PRODUTIVOS DA ORGANIZAÇÃO Érika Lorena Parreiras da Silva A relação entre a universidade e as organizações de tra- balho é imprescindível para o desenvolvimento de uma cidade, de um país e do mundo, conforme afirma Tracz e Dias (Sem indicação de ano). Tal relação deve aconte- cer sempre, desde que seja bem estruturada e projetada para esse fim. De acordo com Leite e Brandão (1999), esta parceria entre universidade e empresa tem por finalida- de promover o acompanhamento contínuo das atividades exercidas pelo aluno, além de reforçar acertos e corrigir deficiências com rapidez. Isso possibilita ao aluno perce- ber as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua adaptação ao meio empresarial. Sendo assim, o estágio deve ser considerado um instrumento fundamental no processo de formação do profissional, podendo auxiliar o aluno a compreender e enfrentar o mundo do trabalho, contribuindo para a formação de sua consciência política e social, unindo a teoria à prática. (FAZENDA, 1991). Hierarquia e disciplina dentro de uma empresa são 46 questões fundamentais e de extrema importância para a construção do potencial do estagiário, proporcionando ao estudante a aquisição de experiência profissional, prepa- rando-o para enfrentar as adversidades do mercado e a se tornar um profissional de sucesso, pois o mercado de tra- balho, distintamente do ambiente de ensino, pesquisa e extensão das instituições universitárias, tem a caracterís- tica marcante da estratégia, da competitividade, da lucra- tividade e da sobrevivência das empresas e organizações. Por outro lado, a partir da vivência prática, os acadêmi- cos, ao se defrontarem com o ambiente de trabalho, po- dem apresentar contribuições na execução de trabalhos e projetos junto às organizações. Ao atuarem junto às empresas a partir do desenvolvimento da aprendizagem, os estagiários têm a possibilidade de analisar e auxiliar na estruturação dos processos produtivos da organiza- ção, podendo contribuir com o planejamento da empresa (DAL PIVA ET AL., sem indicação do ano). Dessa forma, os estagiários mesclam desempenho e ampliação de suas habilidades técnicas e contribuição de repasse do conhe- cimento para as organizações (SILVA, 2002), já que uma das funções do estágio é servir de elo entre academia e campo de trabalho, conforme afirma (KUNZ, 1999). Para a empresa, o estagiário é um profissional em poten- cial, pois o estágio é um dos mais eficientes processos de recrutamento e seleção de profissionais. Conforme Mag- ni, gerente de recursos humanos da Renault do Brasil, em entrevista à Revista Observatório da Indústria (2004), o estágio é muito mais eficiente que qualquer outro tipo de processo seletivo, pois ao longo do período em que o estagiário se encontra atrelado aos afazeres da empresa na qual está estagiando, ele já teve seu desempenho ava- liado na prática dando, assim, mais segurança para sua 47 contratação. Dessa forma, muitas empresas começaram a pensar os seus programas de estágio como meio de adquirir competências estratégicas fundamentais para sustentar e criar vantagens competitivas. Dentro dessa perspectiva, a admissão de estagiários passou a ser valori- zada, sendo vista como um meio para investir em novos talentos, renovar a equipe e adquirir novos conhecimen- tos (BARROS E FRANÇA, 2004). Assim, fica claro que o estágio é de fato, uma ferramenta estratégica para o aumento das condições de êxito na re- solução de problemas e desenvolvimento de habilidades organizacionais porque traz o recurso imprescindível do conhecimento, fundamental para elevar o grau de compe- titividade organizacional. Desta forma, muitas empresas começam a pensar os seus programas de estágio como meio de adquirir competências estratégicas fundamen- tais para sustentar e criar vantagens competitivas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, M. F.; FRANÇA, A. C. L. O Estagiário de administração nas organizações brasileiras: um estudo comparativo entre a visão do aluno das empresas. In: SEMINARIOS EM ADMINISTRAÇÃO, 7. São Paulo. Anais... São Paulo: FEA-USP, 2004. DAL PIVA, A. R.; PILATTI, L. A.; KOVALESKI, J. L. Desenvolvimen- to Organizacional: Uma contribuição dos acadêmicos que atuam na empresa júnior da FADEP. IX Simpósio Internacional Processo Civi- lizador. Ponta Grossa, PR. Fazenda, I.C. A et al. Prática de ensino e o estágio supervisionado. São Paulo: Papirus, 1991. KUNK, Ivanir. Modalidades distintas na relação universidade em- 48 presa e suas características especificas no Brasil.Monografias pre- miadas: Tema: as dimensões econômicas, sociais e pedagógicas do estágio. Curitiba, 1999. LEITE, A.C.T e BRANDÃO, M.N. COLETÂNEAS II ENCONTRO NACIONA DE ESTÁGIOS: estágio supervisionado, uma modalidade de treinamento para aprimorar as competências profissionais. Minas Gerais: VL&P- Editora Ltda., 1999 REVISTA OBSERVATÓRIO DA INDÚSTRIA. O Paraná ganha o mundo. Ano I No 2 – Agosto - Setembro de 2004. P. 40 – 41. SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomp- son Learning, 2002. TRACZ, Marcelo e DIAS, Anderson. N.A. Estágio supervisionado: um estudo sobre a relação do estágio e o meio produtivo. (sem indi- cação de ano). MINI CURRÍCULO Graduada em Psicologia pela PUC MINAS em 2011, atualmente Au- xiliar de Recursos Humanos da Época Comércio e Distribuição. 49 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES ATUAIS Alêny Fraga Estamos vivendo em uma época de mudanças ou uma mudança de épocas? Esta pergunta paira na cabeça de muitos profissionais e diretores. É notável como a cada dia o ambiente cor- porativo torna-se mais competitivo, dinâmico e instável, obrigando as empresas, tanto emergentes, quanto tradi- cionais, a inovarem e a se adaptarem ao novo cenário de mercado. Grande parte desta mudança é originada pelo fenômeno chamado globalização. A globalização consiste no apro- fundamento da integração econômica, social, cultural e política de várias nações, com o objetivo de interligar o mundo e as pessoas gerando, dessa forma, a expansão capitalista, tornando possível realizar transações financei- ras, expandir seu negócio e fronteiras em nível global. Resumindo, antes do fenômeno globalização devería- mos nos preocupar somente com os nossos concorrentes 50 e clientes próximos da nossa região demográfica. Hoje, devemos nos preocupar tanto com os clientes e concor- rentes que estão à nossa volta, quanto com os que estão do outro lado do planeta! Este processo gerou e continua gerando muito impacto no ambiente corporativo. Deste modo, para que as organizações atuais consigam sobreviver neste mercado é necessário muito mais do que preços baixos, mão de obra e serviços baratos... É necessá- rio algo maior, que traga aumento da competitividade aos negócios organizacionais e ao mesmo tempo gere lucros, reduza seus custos, auxiliando sua sobrevivência e renta- bilidade no mercado. Vários teóricos como Eboli, Duarte e Davenport acreditam ser esta a tão falada Gestão do Conhecimento (PRUSAK, 1998). A gestão do conhecimento está chamando a atenção da sociedade, pois, gradativamente, vem sendo reconhecida sua eficácia e importância nas organizações de vários se- guimentos, que consiste na educação e desenvolvimento contínuo das pessoas dentro da organização, tornando- -as “peças fundamentais” dentro da empresa, através da tomada de decisões por parte dos funcionários dos níveis táticos, aumentando a competitividade pela valorização dos seus ativos intangíveis, tornando acessível a infor- mação gerencial e compartilhando as melhores práticas tecnológicas. Com o uso desta ferramenta, grandes, médias ou peque- nas organizações diminuem seus custos com produtos e mão de obra, na medida em que investem no seu capital intelectual gerando melhor custo-benefício, pois confor- me Chiavenato (2010) “o maior capital que uma empresa 51 possui é o conhecimento de seus colaboradores”. Estes, quando são ouvidos e podem compartilhar suas opiniões, sentem-se valorizados e trabalham com maior vivacidade. Desta forma, todo o processo corporativo flui com maior eficiência, rapidez e qualidade. Além disso, inúmeros outros benefícios podem ser obti- dos por meio do uso dos métodos de gestão do conheci- mento, entre eles: • aumento da vantagem competitiva em relação à concorrência e consequente ganho de mer- cado; • redução dos custos, tempo de produção e de- senvolvimento de produtos; • funcionário mais motivado na medida em que é ouvido e recompensado pela sua produtivi- dade; • maximização do capital intelectual, a partir do momento em que a gestão do conhecimento começa a ser utilizada e a organização investe nos recursos intelectuais de seus funcioná- rios; • processos de tomada de decisões mais eficien- tes pela interligação dos departamentos, pos- sibilitando descentralização, rapidez e maior autonomia das lideranças e alcance de melho- res resultados. Portanto, através deste breve comentário a respeito da grande e complexa ferramenta organizacional denomina- da “Gestão do Conhecimento”, resta-nos concluir que a valorização do capital humano nas organizações é o ponto crucial para que ela consiga ganhar maiores espaços e so- breviver neste mercado tão concorrido. 52 Conclui-se também que a grande transformação da so- ciedade não advém apenas do avanço tecnológico em si, mas sim do associar tais recursos a fatores humanos como criatividade, comprometimento, motivação e co- nhecimento, agregando valor aos produtos e serviços ofe- recidos pelas organizações, garantindo aumento da van- tagem competitiva da empresa e propiciando um melhor lugar para se trabalhar e desenvolver. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Editora:Campus Rio de Janeiro 2010 EBOLI, Marisa. Educação Corporativa no Brasil: Mitos e verdades. Editora: Gente. São Paulo 2004. NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Naoko. Criação de conhecimento nas empresas. Editora: Campus. Rio de Janeiro 1997. MINI CURRÍCULO Sou Bacharel em Administração de Empresas pela faculdade Pitágo- ras MG. Atuo no setor de Recursos Humanos a mais de dois anos em empresas do setor farmacêutico e automotivo. Acompanho toda a ro- tina de RH pertinente a uma empresa de médio porte e sou respon- sável pela gestão de uma equipe de sete pessoas ( RH, Recepcionistas e Serviços Gerais). No RH já participei de projetos importantes como o planejamento, implantação, validação e testes do Sistema Microsi- ga (TOTVS) para gestão de pessoal. 53 A INSERÇÃO DE TRAINEES COMO RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Leonardo Lino Caixeta Através dos diferentes Programas Trainees criados a cada semestre, o que de real eles tem a somar nas or- ganizações e o que é esperado dos investidores nesses jovens profissionais? Percebe-se um aumento nos meios de divulgação, de empresas relevantes proporcionarem oportunidades de Programas Trainees. As organizações começaram-se atentar ao que essa classe de jovens profissionais tem a agregar. De acordo com Chiavenato (2004), as organi- zações bem-sucedidas, estão investindo fortemente em programas de trainees como um mecanismo de enri- quecimento planejado do capital humano a longo prazo e um verdadeiro programa de melhoria contínua da qua- lidade do pessoal estendido a longo prazo. Com remuneração competitiva, benefícios atrativos e di- ferenciados, jovens com até dois anos de formados ou no último ano da graduação, projetam seu futuro pro- 54 fissional de maneira promissora. Grandes grupos ofere- cem a oportunidade de vivência internacional e há vagas em praticamente todas as áreas de formação. Cada vaga é disputada por cerca de dois mil candidatos. Os Programas Trainees, em sua grande maioria, pos- suem percursos de treinamentos definidos e estrutu- rado job rotation. Senge (2001), relata que poucas em- presas estimulam o crescimento de seus colaboradores dessa maneira e que isto acaba até em desperdício de recurso. Para Motter (2000), os trainees são vistos como investimento e não como custo. Esses programas, permitem aos trainees uma visão ge- ral e de negócios, favorecendo a identificação da área que almejam atuar. Para o trainee, é uma porta de entra- da na carreira executiva a longo prazo. No Brasil, os pro- gramas tem se tornado comum pela escassez de mão de obra qualificada. Não só multinacionais tem adentrado aos programas, mas também empresas de médio porte, apostando na assertividade de uma contratação. É importante destacar que não necessariamente,o trai- nee entra para ser líder imediato, existem outras posi- ções e funções estratégicas antes de se chegar ao cargo de liderança. As organizações buscam jovens talentos trainees, com formações diferenciadas, para implicar em mudanças, novos alinhamentos, novas visões. Apesar do investi- mento alto, como campanhas, marketing e treinamen- tos, se bem organizado, a empresa consegue um rápido retorno. O jovem, mediante a muitas oportunidades dis- poníveis, precisa focar qual empresa é mais adequada ao seu perfil para não ser inviável fazer tantas inscrições, 55 provas, deslocamentos e testes. Às vezes, uma empresa que paga os maiores salários, não dispõe de oportunida- des de crescimento na carreira. Em algumas empresas, há um programa de Mentoring, no qual um gestor mais sênior é mentor do trainee, dis- cutindo questões relevantes para o seu desenvolvimento profissional e pessoal, potencializando o aprendizado. O trainee é cobrado por resultados. Após sua imersão nas áreas que acompanhou, necessita elaborar e apre- sentar um projeto de redução de custos ou inovador. É necessário trabalhar com simplicidade, praticidade e criatividade para o alcance de metas pré-estabelecidas. A grande maioria dos trainees são da Geração Y, que envolve velocidade e grande carga de informações, são mais tolerantes a diversidades e querem contatos mais próximos e informais. Dentre as competências essenciais exigidas do trainee, estão em sua totalidade o inglês avançado à fluente, to- mada de decisão e visão estratégica. Nos painéis e dinâ- micas de grupo, são avaliadas características como tra- balho em equipe, resolução de problemas, comunicação e principalmente o foco em resultados. Como o treina- mento acontece em diferentes áreas, é interessante que o trainee tenha flexibilidade e paciência quando não es- tiver em setores de sua afinidade. Os gestores esperam do trainee um profissional completo em diferentes as- pectos, e que façam assim, diferença na competitividade da organização. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos re- cursos humanos nas organizações. 2. ed., rev. e atual. Rio de Janei- ro: Campus, Elsevier Publishing Company, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na organização. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MOTTER, Glauce B. Programas de Trainees: Uma forma de de- senvolvimento de Talento nas Organizações. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mac- kenzie. São Paulo, 2000. SENGE, Peter M. Quinta Disciplina a arte e prática da organização que aprende. 9 ed., São Paulo, Nova Cultural, 2001. MINI CURRÍCULO Psicólogo, pós-graduação, nível especialização em Consultoria Or- ganizacional, profissional de Recursos Humanos. Cinco anos de atuação sistêmica nos processos gerais de Gestão de Pessoas em multinacional italiana e empresas metalúrgicas de grande porte, líderes no seguimento de engenharia/manutenção, automotivo e implementos rodoviários. Consultoria Interna, Treinamento Orga- nizacional e Recrutamento e Seleção. Desenvolvimento e aplicação de projetos e inovações para RH. 57 A LIDERANÇA COACHING E SUA APLICAÇÃO NA EMPRESA Thelma Teixeira “O líder do passado era uma pessoa que sabia como dizer. O líder do futuro será uma pessoa que sabe como perguntar.” PETER DRUCKER Liderança Coaching é uma forma de liderar na qual o gestor estimula os colaboradores a usarem todo o seu potencial na realização de suas atividades, dá poder e os desenvolve para tomarem decisões e responsabilizarem- -se pelos resultados.Tem como pressuposto que o ser hu- mano é o agente de transformação e de poder de sua vida e possui internamente todas as possíveis capacidades, como potenciais latentes, prontas para serem expressa- das, se lhe forem dadas as oportunidades. Ser agente de transformação e de poder de sua vida sig- nifica que o ser humano não é o objeto em uma mudan- ça, mas sim o sujeito dela, e que a mudança só ocorrerá se ele assim o desejar. Estudos recentes da neurociência 58 comprovam a extraordinária utilização do cérebro e uma delas refere-se a pessoas transformando potenciais laten- tes, em habilidades e competências. E ainda, pesquisas atuais demonstram que o ser humano sente-se motivado por desafios, para lidar com adversidades e por projetos que exigem o uso mais focado de suas competências. Segundo Anne Araujo, autora do livro “Coach - um parcei- ro para seu sucesso”, é papel do líder coach: dedicar mais tempo e reconhecer mais as capacidades das pessoas, incentivá-las a aprender, solicitar sugestões, dar e, princi- palmente, receber mais feedback. A autora também chama a atenção para a questão do em- powerment como uma das mais importantes abordagens de gestão, que trata de fortalecer as pessoas para viverem em um mundo mutante, incerto e volátil. E para a cultura do protagonismo, na qual as pessoas se tornam mais cons- cientes, mais corajosas e mais bem sucedidas. “O coaching é o processo que dá suporte ao desenvolvimento desse po- der”. Ela conclui dizendo que Empowerment é o modelo desta cultura e Coaching é o caminho para construí-la. Rhandy di Stéfano, autor do livro “O líder Coach”, ensina- -nos que: “O líder efetivo de hoje é aquele que entende o potencial de seus liderados e reconhece o seu papel no desenvolvimento destes”. Ele faz uma comparação entre gestão antiga e gestão de alta performance. A gestão antiga tem as seguintes características: o gestor di- zia o que fazer e tinha as respostas, gerenciava com foco nas tarefas, e não nas pessoas, comandava e controlava. Na ges- tão de alta performance, o líder é coach e professor, ou seja, gera desenvolvimento e amadurecimento profissional de sua equipe para que esta se responsabilize por criar alternativas. 59 “A empresa com a cultura de alta performance usando o coaching como estilo de liderança cria condições para que suas equipes se tornem lear- ning teams (equipes que aprendem), aumentan- do o índice de adaptabilidade e sua resiliência (capacidade de lidar com adversidade).” Rhandy di Stéfano Entretanto, pesquisas brasileiras têm nos mostrado que o estilo brasileiro de administrar é ainda baseado no au- toritarismo, paternalismo e personalismo. Esses estilos estão em desacordo com o estilo coaching de liderança e é preciso que paradigmas sejam alterados e que os líderes adotem novas condutas e novos papéis, que são basica- mente: ouvir e instigar a resolver os problemas, incenti- var a buscar o próprio caminho e questionar. As novas condutas são: postura inspiradora e orientado- ra, fazer perguntas que levem à reflexão e à ação e sair do foco do problema, colocando-o na solução. O líder coach é aquele que faz perguntas contribuindo para que os lidera- dos encontrem as respostas. Esta atitude faz com que os liderados aprendam a pensar e a encontrar as soluções por si mesmos, usando seu potencial e tornando-se agentes de transformação de si e das organizações às quais pertencem. RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE TREINAMENTO DE LÍDER COACH Em um programa gerencial cujo objetivo era conscienti- zar as pessoas para o modelo de Liderança Coaching, após ter apresentado e discutido a teoria, um dos exercícios que utilizei foi o Roleplaying, técnica de Psicodrama. 60 O Roleplaying leva à aprendizagem pela representação e desempenho de papéis. Consiste num processo de (re) aprendizagem de papéis visando tornar as pessoas mais sensíveis à sua atuação, às suas modalidades de compor- tamento, gerando insight sobre seu desempenho em si- tuações profissionais. Essa técnica psicodramática favorece a pessoa, o reconhe- cimento tanto de suas limitações, quanto de suas possibi- lidades e o desempenho mais adequado de suas ativida- des/funções. Ela pode ser usada em várias situações e de várias ma- neiras. Na minha atuação, trabalho com “scripts”,que preparo dependendo do tema e objetivo que se pretende alcançar. O importante é que seja estimulada a esponta- neidade (pressuposto do Psicodrama) das pessoas que desempenharão os papéis. Neste treinamento preparei os seguintes “scripts”: LIDERADO Pense em uma situação pro- blema que você vai levar ao seu Líder. Faça queixas sobre a situação e sobre outras pessoas envol- vidas na situação. Pergunte ao seu Líder o que você deve fazer para solucio- nar o problema. LÍDER Você está em sua sala, aguar- dando seu liderado que pediu para falar com você. Escute atentamente seu liderado. Peça mais dados e informações a respeito da situação. Discuta/converse com seu lidera- do sobre o que ele acha que pode ser feito. Ponha foco na solução. Valorize seu liderado. 61 O que ocorreu: Os gerentes que desempenharam os papéis de Líder ti- veram dificuldade em fazer perguntas e deixar que os próprios liderados dessem alternativas. Em quase todas as dramatizações davam as respostas e a solução para os problemas. Ao relatar seus sentimentos, os que fizeram o papel de Liderado falavam de frustração por não terem sido ouvidos e não poderem dar suas opiniões. Os Líderes relataram que não se sentiram bem em fazer perguntas, pois tinham o receio de os liderados acharem que eles estavam omissos ou que não soubessem orientá-los. Retornamos aos conceitos de Liderança Coaching e novas dramatizações foram feitas, para treinarem os novos pa- péis. Vivenciar, refletir e discutir os papéis no Roleplaying reforçou os conceitos e preparou-os para a melhor manei- ra de se desempenharem nas situações reais da empresa. E as situações reais favoreciam e favoreceram o uso deste novo modelo já que a cultura, o ambiente e as pessoas da empresa desejavam e precisavam de mudança. O modelo de Liderança Coaching nesta empresa foi implan- tado como uma inovação e não simplesmente como um modismo, ocorreu uma mudança de paradigmas, respei- tando seus pressupostos e valores e tendo como consequên- cia seus gerentes mudando suas condutas, papéis e ação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, ANNE.Coach. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. BARROS, BETANIA TANURE. Gestão à Brasileira. São Paulo: Atlas, 2003. 62 DRUCKER,PETER. 50 casos reais de Administração:São Paulo: Cen- gage Learning,2010. STÉFANO, RHANDY DI. O líder Coach. Rio de Janeiro: Quality- mark, 2005. TEIXEIRA, THELMA M. Psicodrama Empresarial. Belo Horizonte: Santa Clara, 2008. MINI CURRÍCULO Psicóloga, psicodramatista, pós-graduada em Administração de Em- presas, especialista em Psicologia Organizacional e em Psicologia Clínica. Consultora de empresas nas áreas de Desenvolvimento Hu- mano, Desenvolvimento Gerencial e Desenvolvimento de Equipes, para empresas nacionais e multinacionais. Membro do Conselho de Administração da ABRH-MG . Membro do Grupo Projetar. Autora de artigos publicados no Brasil e no exterior. Co-autora do Ebook Re- lações Interpessoais. www.clubedeautores.com.br Co-autora do livro: Vivências – Uma Aprendizagem Efetiva. Autoria do Grupo Projetar. Autora do livro: Psicodrama Empresarial: o que, porque e como fazer. 63 A MAIORIA DOS LÍDERES NÃO CONHECEM SEU LIDERADOS Ana Carolina Huss Teixeira Minha vida profissional tem sido muito centrada na rela- ção líder e liderado. Cada vez mais percebo um “abismo” nesta relação. Recentemente recebi alguns questionamentos: Como motivar minha equipe? Existe algum passo a passo? As pessoas esperam uma receita pronta, mas não querem se dar ao trabalho de dedicar tempo e presença para as pessoas. A maioria dos executivos ainda não percebeu que é a par- tir desta relação, de conhecer que damos o “pulo do gato”, quando falamos em atração, retenção e desenvolvimento de pessoas e RESULTADOS. Grande parte dos líderes não conhecem seus liderados, não conhecem seus anseios, seus sonhos, suas limita- ções, seus objetivos pessoais e profissionais e é justamen- te aí que encontramos o grande “gargalo” das empresas. As equipes são constituídas por pessoas, de diferentes as- 64 pectos, com anseios e sonhos distintos, todos em prol de um objetivo comum; se o líder não se concentrar nisto, como promover um resultado satisfatório na equipe? O compromisso do líder é despertar a motivação indivi- dual no liderado, assumir o compromisso de conhecer as potencialidades individuais e de partilhar os sonhos. É necessário buscar meios de despertar a motivação de cada integrante de sua equipe. O papel do líder é o de influenciar um processo de reali- zação das metas, ser um agente participativo na concreti- zação destes sonhos. O que faz as pessoas crescerem é ter um norte, um so- nho, uma meta, e o líder é o maior responsável por es- timular seu liderado nesta busca. Esta habilidade reside em despertar no liderado, um novo olhar sobre as coisas, uma forma de fazer diferente, de inovar, de questionar modelos antigos e provocar mudança. É essencial que o líder tenha capacidade de se relacionar, na verdade, esta questão é muito mais profunda, ele tem que se colocar no mesmo “barco”, conseguir a confiança ao remar junto e, para isto necessita conhecer intensa- mente a sua equipe. Como transformar esta motivação para as metas pessoais em objetivos organizacionais? Como canalizar a motiva- ção para dentro dos objetivos da organização? O segredo consiste no líder associar as diferentes ambições pessoais em torno das metas da empresa. Diariamente recebemos solicitações de treinamento para motivar a equipe, eventos de integração. Fico me ques- 65 tionando até que ponto isto realmente funciona, se não temos o principal, não conhecemos o real desejo das pes- soas. Quando perguntamos às pessoas qual é o seu sonho, qual é a sua meta, as respostas geralmente giram em torno de coisas muito simples, os sonhos são pouco desafiadores. O líder precisa trabalhar justamente isso, influenciar o liderado para que ele desenvolva novos sonhos, novos ob- jetivos pessoais, só assim a pessoa começará a ter motiva- ções permanentes e aí não é preciso ficar tentando através de ações externas despertar algo que é interno. Quem ocupa uma posição de liderança, precisa entender que seu tempo está a serviço do liderado, que sua “arte” é conhecer muito mais de gente que de números. MINI CURRÍCULO Psicóloga formada pela Universidade Paulista em São Paulo com MBA em gestão de negócios pela FAAP , especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV. Atuando em RH desde 97, em empresas multinacionais e nacionais como: Accor Brasil, Natura e Odebrecht. Atualmente Diretora de RH da Direcional Engenharia. 66 A REMUNERAÇÃO COMO INCENTIVO À QUALIDADE E ASSIDUIDADE NO TRABALHO Ana Flávia Ceolin Diversas empresas utilizam a remuneração como forma de incentivar a qualidade e a assiduidade no trabalho, através da criação de programas de premiação. O desafio a ser vencido é: como fazer para que os resultados almeja- dos sejam realmente atingidos e estes programas não se tornem mais um custo sem retorno? Oliveira (2001, p.293) conceitua estratégia como sendo uma ação relacionada com objetivos e desafios, e com modos de persegui-los, que afetam a empresa como um todo. Ele afirma que a estratégia é o conjunto de linhas administrativas básicas que especificam a posição da em- presa diante dos seus produtos e mercados, as direções em que ela procura desenvolver-se ou transformar-se, os instrumentos competitivos que ela utilizará, os meios através dos quais entrará em novos mercados, a maneira pela qual configurará seus recursos, as potencialidades que procurará evitar. Representa a definição do caminho mais adequado a ser seguido pela empresa para alcançar uma situação desejada (objetivo, desafio, meta). 67 Neste âmbito, a forma como os funcionários são remu- nerados é um diferencial importante, não só na atração e retenção de pessoas, como também na motivação para a busca de resultados cada vez melhores que beneficiem empresa e empregado. O estabelecimento de
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