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VISITA DOMICILIAR Érika Wanessa Furtado Andrade FACULDADE DO PIAUÍ- FAPI Enfermagem INTEGRADA Visita domiciliar Visita domiciliar • “Conjunto de ações de saúde voltadas para o atendimento, tanto educativo quanto assistencial. • Uma atividade com o intuito de subsidiar a intervenção no processo saúde-doença de indivíduos ou no planejamento de ações visando à promoção de saúde da coletividade.” (Ministério da Saúde, 2003) Pressupostos • A visita deve ser encarada de forma profissional e não social. • É necessário estabelecer confiança entre os membros da equipe de saúde e os da família. • Devemos desenvolver habilidades de: • observação; • entrevista; • postura ética para a escuta da história ou relato oral. Facilidades Facilidades • Ação sigilosa e menos formal. • Maior liberdade para expor os mais variados problemas. • Propicia a corresponsabilidade do indivíduo ou da família com os cuidados em saúde. Dificuldades Dificuldades • Método dispendioso = custo de pessoal, de locomoção e de preparo profissional. • Gasto de tempo maior do profissional na realização da visita. • Afazeres domésticos, horários incompatíveis, moradores/animais hostis podem impedir ou dificultar a realização da visita domiciliar. Etapas 1. Planejamento. 2. Execução. 3. Registro de dados. 4. Avaliação do processo. Planejamento da VD Elaborar impresso específico: 1. Motivo da VD. 2. Objetivos da VD: • realizar leitura prévia do prontuário; • preencher os dados de identificação da família. Horário: deve ser discutido com a família. Execução da VD • Ordem: da menor para a maior duração. • Uniforme e crachá. • Expressar-se com clareza. • Evitar excessos: formalidade/intimidade. • Realizar a observação sistematizada da dinâmica da família. • Explicar o motivo das anotações e garantir sigilo. Registro de dados/avaliação Relatório: 1. informações colhidas; 2. observações feitas; 3. intervenções realizadas. Prontuário: 1. compartilhar as informações; 2. dar continuidade da assistência à família. Avaliar: 1. Objetivos foram atingidos? 2. A família solucionou problemas? Considerações finais • A visita domiciliar é atividade meio de todos os profissionais da ESF. • A construção de vínculo com as famílias é gradual. • Fundamental: desprender-se dos estereótipos e analisar criticamente concepções, valores e atitudes. Interatividade A visita domiciliar: a) É considerada um conjunto de ações de caráter exclusivamente educativo junto às famílias. b) É de fácil execução e de baixo investimento. c) Necessita apenas ser bem planejada e executada. d) Para ser bem conduzida depende apenas do talento do profissional. e) Necessita ser planejada, executada com método e avaliada. Resposta e) Necessita ser planejada, executada com método e avaliada. A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde. Atenção básica Com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2011). A atenção domiciliar é atividade inerente ao processo de trabalho das equipes de atenção básica, sendo necessário que estejam preparadas para identificar e cuidar dos usuários que se beneficiarão dessa modalidade de atenção. Segundo a Portaria nº 2.527, de outubro de 2011, a AD constitui-se como uma “modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde” (BRASIL, 2011). Portaria nº 2.527 Modalidade de atenção “substitutiva ou complementar”: pode tanto substituir o cuidado prestado em outro ponto da Rede de Atenção à Saúde, a exemplo do hospital, como complementar os cuidados iniciados em qualquer um dos pontos, a exemplo das Unidades Básicas de Saúde e do próprio hospital (MEHRY; FEUERWERKER, 2008); Portaria nº 2.527 • Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde: • Não focando somente na assistência, mas também em aspectos de prevenção, promoção e reabilitação, utilizando, para isso, estratégias para a educação em saúde e tendo como uma das finalidades o aumento no grau de autonomia do paciente, de seu cuidador e familiares. O que é promoção da saúde? • A saúde é vista como um fenômeno influenciado por fatores físicos, socioeconômicos, culturais e ambientais. • A promoção da saúde é um investimento na „engenharia‟ desses fatores, visando maximizar as possibilidades de saúde e evitar a doença e a invalidez. O QUE É PROMOÇÃO DA SAÚDE? • Promoção da saúde é o processo de capacitação e fortalecimento da comunidade, envolvendo ações dirigidas à melhoria da qualidade de vida e que permitam a participação desta no controle das intervenções. • A ideia de promoção da saúde envolve o fortalecimento da potencialidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes de saúde. Educação em saúde e promoção da saúde • Pode-se contar com a educação em saúde como instrumento de promoção à saúde e estímulo ao autocuidado. • •Entende-se que a educação em saúde e promoção da saúde caminham juntas, gerando as possibilidades para que o cliente gerencie as informações, se conscientize e tome providências tendo em vista sua qualidade de vida. QUALIDADE DE VIDA • Uma qualidade de vida boa ou excelente é aquela que oferece um mínimo de condições para que os indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, sejam estas viver, sentir ou amar, trabalhar, produzindo bens e serviços, fazendo ciências ou artes. Educação em saúde e promoção da saúde • Na „velha‟ saúde pública, a educação em saúde tinha um único enfoque, o da prevenção de doenças. • A „nova‟ educação em saúde deve superar a conceituação biomédica de saúde e abranger objetivos mais amplos, uma vez que a saúde deixa de ser apenas a ausência de doenças para ser uma fonte de vida. Educação em saúde e promoção da saúde • Conceito de Saúde • Ausência de doença • Completo bem-estar físico, mental e social Portaria nº 2.527 : • Continuidade do Cuidado: a atenção domiciliar possibilita que não existam rupturas no cuidado prestado ao paciente ao potencializar a construção de “pontes” entre os pontos de atenção e a pessoa, em seu próprio domicílio; Cuidado hospitalar x cuidado domiciliar Portaria nº 2.527: • Integrada às Redes de Atenção à Saúde: • Transversalidade da atenção ao colocar o usuário e suas necessidades no centro, devendo estar integrada à rede de atenção à saúde; • Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) deve ter estabelecido e pactuado fluxos e protocolos com o conjunto dos pontos de atenção dessa rede. AD contempla as seguintes características: • Ações sistematizadas, articuladas e regulares; • Pauta-se na integralidade das ações de promoção, recuperação e reabilitação em saúde; AD contempla as seguintes características: • Destina-se a responder às necessidades de saúde de determinado seguimento da população com perdas funcionais e dependência para a realização das atividades da vida diária; AD contempla as seguintes características: • Desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, utilizando-se de tecnologiasde alta complexidade (conhecimento) e baixa densidade (equipamento). • Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da família, ser capaz de preservar os laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à recuperação da saúde. • Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde- doença. PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO DOMICILIAR • Abordagem Integral à Família; • Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador; • Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade; • Estímulo a Redes de Solidariedade. Abordagem Integral à Família. • Abordagem integral à pessoa em seu contexto socioeconômico e cultural, dentro de uma visão ética compromissada com o respeito e a individualidade. Abordagem Integral à Família. • Assistir com integralidade inclui, entre outras questões, conceber o homem como sujeito social capaz de traçar projetos próprios, intervindo dinamicamente nos rumos do cotidiano. • Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da vida familiar cabe uma atitude de respeito e valorização das características peculiares daquele convívio humano. 2. Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador • A primeira condição para que ocorra a assistência domiciliar (AD) é o consentimento da família para a existência do cuidador. 2. Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador • A assistência prestada no domicílio não pode ser imposta, já que o contexto das relações familiares é sempre mais dinâmico que as ações desenvolvidas pelos profissionais, comprometendo a eficácia terapêutica proposta. 3. Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade • Para impactar sobre os múltiplos fatores que interferem no processo saúde–doença, é importante que a assistência domiciliar esteja pautada em uma equipe multiprofissional e com prática interdisciplinar. 4. Estímulo a Redes de Solidariedade • Estímulo à estruturação de redes de solidariedade em defesa da vida, articulando a participação local da sociedade civil organizada (ONGs, movimentos sociais, grupos de voluntários, associações, igrejas etc.), potencializa a ação da coletividade na busca e consolidação da cidadania. 4. Estímulo a Redes de Solidariedade • A assistência domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde integrada aos projetos sociais e políticos da sociedade, devendo estar conectada aos movimentos de lutas por melhorias na área da saúde. Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Respeitar os princípios da assistência domiciliar, buscando estratégias para aprimorá-los; • Compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção e recuperação de sua saúde e visualizá-lo como agente corresponsável pelo processo de equilíbrio entre a relação saúde–doença; Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a saúde; • Fornecer esclarecimentos e orientações à família; • Monitorizar o estado de saúde do usuário, facilitando a comunicação entre família e equipe; Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Desenvolver grupos de suporte com os cuidadores; • Realizar reuniões com usuário e família para planejamento e avaliação da AD; • Otimizar a realização do plano assistencial; Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Fazer abordagem familiar, considerando o contexto socioeconômico e cultural em que a família se insere; • Garantir o registro no prontuário domiciliar e da família na unidade de saúde; Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas; • Dar apoio à família tanto para o desligamento após a alta da AD, quanto para o caso de óbito dos usuários; • Avaliar a condição e infraestrutura física do domicílio; Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e família; • Pactuar concordância da família para AD; • Buscar garantir assistência integral, resolutiva e livre de danos ao usuário da AD; • Trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia, otimizando ações para um ambiente familiar terapêutico. Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica • Solicitar avaliação da equipe de referência, após discussão de caso; • Dar apoio emocional; • Orientar cuidados de higiene geral com o corpo, alimentos, ambiente e água. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR • A assistência domiciliar oferece cuidados que podem ser de natureza preventiva, curativa, de reabilitação, ou de controle de doenças crônicas. • A assistência deve ser de forma integral, contínua, com resolutividade e de boa qualidade às necessidades da população. Objetivos da Visita domiciliar • Prestar assistência ao paciente no próprio domicílio com equipe multiprofissional para promover ações de saúde. • Conhecer o domicílio, condições de saneamento básico. Objetivos da Visita domiciliar • Identificar condições socioeconômicas e culturais. • Verificar como as famílias se estruturam, como funcionam e como se desenvolvem. Objetivos da Visita domiciliar • Identificar fatores de risco individuais e familiares. • Controlar as doenças transmissíveis e as doenças crônicas. Objetivos da Visita domiciliar • Incentivar as mudanças de estilo de vida, assim como, a adesão ao tratamento, medicamentoso ou não. • •Realizar cuidados no domicílio. Objetivos da Visita domiciliar • Proporcionar à família e ao indivíduo que participem ativamente do tratamento de saúde. • Adequar o atendimento às necessidades e expectativas do indivíduo e de seus familiares. • Evitar complicações e internações hospitalares. Objetivos da Visita domiciliar • Promover ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. • Aperfeiçoar recursos disponíveis, no que tange à saúde pública, promoção social e participação comunitária. • Estimular a independência e autonomia do indivíduo e de sua família. Perfil do profissional para assistência domiciliar • Habilidade para trabalhar com pessoas. • Capacidade para trabalhar em equipe. • Liderança, dedicação, ética e responsabilidade. • Utilizar linguagem acessível à população assistida. • Empatia. Dificuldades na assistência domiciliar • Ausência de saneamento básico. • Ausência de cuidador. • Locais de difícil acesso, dificuldade estrutural. • Diferenças culturais. • Dificuldades financeiras. Como fazer a Visita Domiciliar • Planejamento da visita. • Selecionar a família a partir de discussões da equipe multiprofissional. • Estabelecer os objetivos de cada elemento da equipe. • Definir dia e horário da visita. • Definir tempo disponível e recursos a serem utilizados Como fazer a Visita Domiciliar • Permitir que as famílias falem sobre seus problemas. Como fazer a Visita Domiciliar • Esclarecer as dúvidas do indivíduo e da família. • Promover ações educativas e orientar sobre os cuidados de saúde. • Registrar as observações e as ações realizadas no domicílio no prontuário do paciente. Como avaliar a assistência domiciliar? • Verificar se os objetivos foram atingidos. • Avaliar a necessidade de planejar novas ações comoutro enfoque. • Identificar a necessidade de acompanhamento da equipe, estabelecer retornos. Como avaliar a assistência domiciliar? • Avaliar aspectos positivos e negativos do atendimento domiciliar. • Observar a resolutividade dos problemas previamente levantados pela equipe. REFERÊNCIAS • OHARA, E.C. C.; SAITO, R. X. S. (Org.) Saúde da Família: considerações teóricas e aplicabilidade. São Paulo: Martinari, 2008. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Caderno de atenção domiciliar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. Obrigada
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